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" PAGINAS DE FILOSOFIA DAARTE arte, através das miltiplas formas a que pode recorrer, esti na manifestagdo da Idéia divina, E nosso filésofo observa ainda, e cle 0 primeiro a fazé-o, que a arte & demasiado importante para ‘que possa eximir-se de participar, em sua si de mostrar o di da verdade, ou seja, do sentido geral da Historia. Tal reconheci- ‘mento no impede o tiltimo grande idealista de acrescentar & sua tese um adendo que acaba soando de modo menos melancélico do que seria de esperar — o tema da morte da arte. E, bem vistas a8 coisas, a conclusdio hegeliana ndo deixa de ser correta, e isso nn apenas por uma questo de coeréncia intema da propria pre- tensio do idealismo: a esfera do sensivel, indispensavel & arte, é 0 elemento que deve ser superado para que se confirme em sua ple- nitude a transparéncia da Idéia, escopo tiltimo de todo o proceso historico; muito mais, a tese de Hegel revela-se justa em decor- réncia de uma constatagdo de fato: & que a imitagio, no sentido platOnico-hegeliano, simplesmente desapareccu, cedeu 0 seu lu- gar mera representagdo do objeto. Realmente, depois do barro- 0, a imitagdo ji nfo encontra vez, 0 solo de vigéncia das coisas divinas se desfaz.¢, com isso, a imitago perde a sua razio de ser. Acrescente-se, é claro, que a morte da arte restringe-se a arte que se desenvolveu sob a égide da imitagao, isto é, & arte que pretende fazer-se manifestago do divino, Com isso, so novos caminhos que se abrem para a criatividade artista. Na virada, esvai-se também a peculiaridade que informava a lei- tura sob a égide da imitagao: seu carater espontaneo, imediato, ou seja, a comunicagSo com a arte nio constituia jamais um proble- ma, E observe-se que a leitura nao acontecia na calculada penaria de uma relagio entre sujeito e objeto reduzidos a si préprios:'o ‘mundo da comunicago compreendia em si principalmente aqui- Jo que na época era considerado 0 mistério — era o préprio mis- 50 Estudos Histrioos jue estabelecia a comunicagdo, que tudo iluminava. Deve- smo falar numa analogia bastante precisa entre a imitagao e cdade. De fato, esta iltima era entendida como adequagao, um ir ao igual; a verdade se via estabelecida 1 diversorum, igualdade do diverso, para falar como S Tomés, igualdade que resguardava em si a veracidade da es~ cia em Deus: tudo se deixava religar pelo elemento divino. Ea itagdo seguia de perto, em sua propria linguagem, tal tipo de ocedimento idéntico, como lado esplendoroso da verdade, Nao é mero acaso ter sido Hegel o primeiro esteta a afirmar que tomara, om seu tempo, essencialmente um problema, we ich eine Frage. Perdido, como foi dito, o cmbasamento teo- jo do processo da verdade, topamos entéo com uma dicoto- mia sujeito-objeto reduzida agora ao seu proprio estatuto, como que abandonada a sua condigao de radical finitude, Evidentemen- Le, sujeito e objeto ndo podem ser considerados apenas como sim- ples dados naturais. Sujeito e objeto so realidades que ostentam uma vigorosa histéria, co am-se lentamente na intimidade dos meandros da evolugao da Mctafisica, ¢ dela receberam, conseqiientemente, uma determinago muito radical, Gragas a essa evolugdo, cabe dizer que, em nosso tempo, tudo € ou sujeito ou objeto; ao menos no plano éntico, sujeito ¢ objeto devem ser con- siderados como demarcagdes tiltimas de toda a realidade. Ora, a arte e a estética nao poderiam fazer-se alheias a tal situa- 0. Claro que a arte imitativa conhece, antes de apagar-se com- pletamente, os seus estertores através da alegoria, por exemplo, ‘ou do neoclassicismo. Mas cedo anuncia-se ja uma nova cstética, que em realidade desdobra-se em duas direses basicas, esposan- do uma 0 sujeito c a outta, 0 cbjeto. Aponto, disso, alguns exem- plos, para dar-Ihes o sentido da evolugo em que se inserem, sl

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