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Poder Judicirio
ACRDO
Inicialmente, a apelada buscou reparao por dano moral tendo em vista ter
sido acusada do furto de um aparelho celular pelo apelante, ocasio em fora,
inclusive, aberto inqurito policial, o qual restou arquivado por falta de prova da
autoria.
o relatrio.
VOTO
Preenchidos os requisitos de admissibilidade conheo da presente Apelao
Cvel.
Cinge-se a prova do referido dano ocorrncia do ato ilcito em si, eis que o
dano moral atinge bens incorpreos, tais como, a imagem, a honra, a
privacidade, a auto-estima, razo pela qual dispensa-se a demonstrao em
juzo dessa espcie de dano, considerando-o in re ipsa.
Quanto comprovao do prejuzo, vlido o esclio de Srgio Cavalieri, in
verbis:
"(...) por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral no pode ser
feita atravs dos mesmos meios utilizados para a comprovao do dano
material. Seria uma demasia, algo at impossvel exigir que a vtima comprove
a dor, a tristeza ou a humilhao atravs de depoimentos, documentos ou
percia; no teria ela como demonstrar o descrdito, o repdio ou o
desprestgio atravs dos meios probatrios tradicionais, o que acabaria por
ensejar o retorno fase da irreparabilidade do dano moral em razo de fatores
instrumentais.
Nesse ponto a razo se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano
moral est nsito na prpria ofensa, decorre da gravidade do ilcito em si. (...)
Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do
prprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto est
demonstrado o dano moral guisa de uma presuno natural, uma presuno
hominis ou facti que decorre das regras de experincia comum." (in Programa
de Responsabilidade Civil. 5. ed. So Paulo: Malheiros, 2004, p. 100).
como voto.
Natal, 18 de maio de 2010.