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Salvador
2007
LAZÁRO SOUZA LEITE
Salvador
2007
DEDICATÓRIA
Dedico minha monografia para você minha filha Giulia o amor mais belo da
outra sempre me apoiaram nos momentos difíceis e a minha mãe que também
Ao professor Bahia
Ao meu tio Antonio que foi como um segundo pai apoiando financeiramente e
como se eu fosse teu filho.
Há um menino, há um
moleque,
Morando sempre no meu
coração
Toda vez que o adulto balança
ele vem pra me dar a mão
Há um menino, há um moleque
morando sempre no meu coração
toda vez que o adulto fraqueja
ele vem pra me dar a mão
Há um menino, há um moleque
morando sempre no meu coração
Toda vez que o menino balança
ele vem pra me dar a mão
(Milton Nascimento)
RESUMO
Para dar conta de investigar o objeto escolhido para este estudo adotamos a
pesquisa qualitativa como referencia teórico-metodológica para o trabalho. Segundo
Minayo (1994) a metodologia é considerada como um elemento importante na
pesquisa, sendo esta, elemento central para a abordagem do contexto investigado.
Neste estudo nossa preocupação volta-se não só para quantificar e/ou
descrever os fenômenos e sim para estudá-los. Para tanto, iremos investigar o
contexto em que está sustentada a produção teórica na área acerca das
metodologias utilizadas no ensino dos esportes, buscar entender seus
desdobramentos no ensino do esporte nas escolinhas de futebol e se possível
intervir no contexto da prática de ensino do futebol na cidade de Salvador-Ba,
propondo a utilização de uma nova abordagem para o ensino do futebol dentro das
escolinhas do futebol, campo da pesquisa.
A pesquisa qualitativa segundo Minayo (1994), volta-se para estudar questões
particulares que envolvem um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou
seja, “trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores
e atitudes o que corresponde a um espaço mais rico das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”.
Esse estudo tem como princípio a abordagem qualitativa do objeto
investigado, adotando como referência o estudo de caso. A pesquisa qualitativa,
segundo Ludke e André (1986), ao citar Bogdan e Biklen (1982), “envolve a
obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a
situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em
retratar a perspectiva dos participantes”. Seguindo essas autoras a pesquisa
qualitativa pode tomar algumas formas, dentre elas o caráter de um estudo de caso.
Para se adequar a esse tipo de estudo o pesquisador tem que estar aberto a
novas descobertas, ficar sempre atento a novos elementos que surjam durante a
pesquisa, pois o conhecimento não é acabado e sim uma construção que se realiza
durante todo o processo da pesquisa.
De acordo com Ludke e André (1986), na pesquisa qualitativa o pesquisador
mantém um contato direto e prolongado com o ambiente e a situação a ser
investigada, onde a coleta de material, feita através da observação e o contato direto
entre o pesquisador e o objeto de estudo, espaço rico em pormenores que em
muitos casos passariam despercebidos, mas que auxiliam na compreensão do
problema que está sendo estudado. Esse tipo de pesquisa se interessa em observar
como o problema se manifesta no seu cotidiano, no seu ambiente natural, sendo
respeitado o ponto de vista dos participantes e suas perspectivas.
Tipo de estudo
Contexto da pesquisa
Os sujeitos que fazem parte deste estudo são os professores das crianças
matriculadas nas escolinhas. Como forma de delimitar os sujeitos a serem
investigados nesta pesquisa, sem perder a singularidade do campo investigado,
optou-se neste em sua delimitação para a entrevista e participação entre as
categorias infantis, que corresponde respectivamente às crianças na faixa etária de
06 a 14 anos. A escolha por esta categoria e faixa etária, justifica-se por estes
estarem numa fase de formação geral das habilidades para o esporte e não em fase
que agrega uma preparação física específica para o jogo do futebol.
Além de estarem numa fase em que os jogos e brincadeiras (elementos de
vivência lúdica) fazem mais parte do universo deles.
REFERENCIAL TEÓRICO
(L).
(J. A.) Antes do começo das aulas eles formam o baba onde
ficam mais descontraídos;
(E. F.) Normalmente no início das aulas. Tem como finalidade
a integração entre os atletas;
(H) Quando há necessidade de melhor desenvolvimento
aspecto motivador atenção interesse,alegria e vontade de
pratica [...].
Ao emitirem sua opinião sobre futebol arte e futebol força e as interfaces com
a ludicidade percebemos que a pouca informação que esses “profissionais da bola”,
os professores, tem, diante disso, esses só se preocupam com o rendimento ou
resultado. O mais importante para eles é que seja garantido ao aluno o ensino-
aprendizado dos fundamentos, tais como: passe com perna direita, perna esquerda,
chute curta distância, chute média distância, chute longa distância, cabeceio,
domínio ou controle de bola, condução, etc, do que necessariamente, levar os
alunos a desenvolver uma “autonomia relativa” dentro do jogo de futebol.
Desenvolver essa competência “a autonomia” é reconhecer que as situações
de uso desses fundamentos só se dão em um contexto concreto de uso, que se dá
em um envolvimento com uma situação de oposição e cada ação desse aluno se
constituirá a partir dessa situação de oposição, reconhecido isso é necessário que o
aluno tenha desenvolvido uma autonomia para fazer a melhor opção em
determinada situação. Nessa perspectiva a o predomínio do ensino do futebol
técnico, ou melhor, tecnicista, visto que o ato de ensinar-aprender se prende a
repetição mecânica do gesto técnico e não a possibilidades de construir cada jogada
diante de suas possibilidades reais de superação da situação de oposição, próprias
do jogo.
Ensinar na perspectiva de desenvolver a autonomia implica em matricular a
criança nas aulas de futebol “de corpo inteiro” e explorar destas todas as suas
potencialidades, a ação motora, o equilíbrio emocional e seu potencial criativo,
inventivo e não apenas restringir-se ao ensino do gesto mecânico de movimentos.
Como para esses professores o que importa é a capacidade técnica dos alunos e
não a aquisição de habilidades mais amplas para se jogar futebol, muitas vezes o
único aspecto trabalhado além do motor são as habilidades físicas dos alunos, vistos
que essas são por esses vistas como fundamentais para o bom desempenho técnico
dos alunos.
(E. F.) Acho que o futebol de hoje é criticado porque o que nós
víamos do velho futebol arte, jogado com muita técnica,
habilidade e com muita inteligência foi substituído pelo futebol
de força, onde prevalece o porte físico, portanto, o futebol de
hoje é feio [...]. Falta realmente técnica e habilidade com a
bola..
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise dos dados obtidos, ficou evidente a utilização mesmo pelos
sujeitos investigados sem um pleno conhecimento e compreensão da ludicidade nas
aulas de futebol. Alguns professores mostraram-se preocupados em adequar o
brincar de acordo com as necessidades das crianças, além de resgatar e valorizar
as brincadeiras o lúdico em suas aulas possibilitando as crianças de se divertirem,
vivenciando atividades prazerosas, no entanto atribuem a esse elemento um caráter
secundário.
COSTA, Ceiton Frazzon. Futsal Aprenda a Ensinar. Brusque: Visual Books, 2003.
GIL, Gilson. "O Drama do Futebol-Arte: O Debate sobre a Seleção nos Anos
70". Revista Brasileira de Ciências Sociais, ano 9, nº 25, 1994.
MUTTI, Daniel. Futsal da Iniciação ao Alto Nível. São Paulo: Phorte Editora, 2003.
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