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risco criado por ele no se insere nesse resultado, na morte da mulher, pois tal
resultado foi provocado pela conduta dela prpria.
De acordo com Felipe Rocha Panconi (2015), a Teoria da Imputao
Objetiva domina o debate da dogmtica jurdico-penal, no s na Alemanha,
mas tambm em diversos outros pases, dentro e fora do continente europeu.
Ela se destaca dentro da discusso sobre a determinao de quando se pode
considerar a leso a um interesse jurdico obra de uma pessoa. No entanto,
muitas crticas so feitas em relao a tal teoria. A maior parte se refere
clareza e fluidez de seus conceitos-chave, como risco permitido, incremento
do risco.
Quanto aplicabilidade prtica da teoria, Panconi faz uma explanao a
partir do que trazido por Paulo Queiroz, Doutor em Direito pela PUC/SP:
(Paulo Queiroz) Explica que, em relao aos crimes
culposos, risco permitido significa em ltima anlise,
ausncia de imprudncia, impercia ou negligncia:
ausncia de culpa enfim. Tratar-se-ia, portanto, de um
suprfluo penal. J quanto aos crimes dolosos, bastaria
recorrer-se ao princpio proibitivo da punio de meras
intenes para solucionar-se, por exemplo, o caso do
agente que convence o desafeto a praticar esportes
violentos ou a tomar um trem e vem a conseguir seu
propsito lesivo. Conclui o citado autor: o surrealismo dos
exemplos citados pelos defensores da teoria da
imputao objetiva pe de manifesto que seu mbito de
aplicao reduzidssimo (se que existe mesmo), de
sorte que em razo do seu excessivo grau de abstrao,
constitui, em boa parte, uma pura especulao terica
desprovida de interesse prtico".
Wolfgang Frisch tambm se posiciona contra a Teoria da Imputao
objetiva. Para Frisch, a criao ou incremento de riscos proibidos relevantes
que, para Roxin, faria parte da imputao objetiva, constitui inequivocamente
um pressuposto material da responsabilidade penal, no sendo matria de
imputao. A imputao s pode versar sobre o resultado. Por isso, deve ser
objeto de um juzo valorativo autnomo, independente, que Frisch chama de
juzo de desaprovao da conduta.
Para esse autor, portanto, preciso distinguir o juzo de desaprovao
da conduta - que um juzo normativo concretizado para se descobrir se a
conduta ou no "tpica", ou seja, penalmente relevante - da imputao do
resultado - que deve ser resolvida de acordo com outro juzo, assim como sob
o influxo de outras regras.
Referncias bibliogrficas
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