ALEXANDRITE*

Sob a rara lua azul

Aquela noite eu conheci
A beleza que a luz do amor
Acende em dois olhares que se cruzam
E se fixam, congelando um momento
Memorvel e perfeito
No demoraria que, atrados como negativo e positivo,
Voc haveria de completar e preencher o que havia de incompleto
Lado a lado, costumvamos deitar
Na escura estrada de terra para observar
O cu ideal de uma noite
Memorvel e perfeita
Repleto de estrelas
Nestas noites estreladas, durante toda a madrugada
Com paixo e crueldade me beijavas
Tornando um s corao
A mais bela das joias
Alexandrite
O tom do seu amor
Variava conforme sua luz e trevas interiores
Que assombravam a sua alma em luxria e recato
Ora quente como o vermelho intenso tal fogo de ardente paixo
Ora frio como o verde obscuro de seus olhos
Que mostravam inquietude e indeciso
E, aps aquela noite perfeita, terna e eterna
Em que vi, pela ltima vez, milhares de pirilampos
A brilharem, em sua casa de campo, como pequeninas esmeraldas
Tendo no cu, a testemunha da luz de uma rara e imensa lua
Eu vago, sozinha na esperana de reviver aquela cena
Para sempre assim, seu amor fugidio permanece como triste final
E, em noites de lua, se torna sangrento e mortal
A magoar, eternamente, o meu peito transformado em pedra cinza
Que, de viver sem o seu amor, tornou triste a vida
E segue, em sobrevida, como lembrana e ferida,
Dolorosamente, imortal.

Simone Dimitrov
Santos, 03 de setembro de 2016.
*Alexandrite ou alexandrita uma pedra preciosa muito apreciada e de grande valor.
Muda sua cor de acordo com a luz: luz natural geralmente verde-oliva, mas luz
incandescente, de lmpadas de filamento e fogo, assume cor vermelha. Quando
lapidadas em cabocho refletem uma luz prateada e ondulante. uma das pedras mais
caras, sendo encontrada nos Montes Urais na Rssia.