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Natal Jorge
Viscoplasticidade
Viscoplasticidade
1. Introdução
2. Modelos Reológicos
Viscoplasticidade 2
s s
de/dt
O elemento viscoso representado por (1) segue uma lei linear, podendo-se no entanto
atribuir ao elemento viscoso uma lei de comportamento não linear, como por exemplo [9]:
m −1
e& = b × s s (2)
em que b e m são constantes do material e que corresponde a uma lei de fluência não linear
dos metais.
s
atrito
s s
s s
s = Ee + ηe& (4)
atrito
em que para valores de tensão s<σY0 não existe deformação. O modelo esquematizado na
Fig. 7 representa um modelo elasto-viscoplástico. De modo análogo ao que se passa no
modelo elastoplástico, também no modelo elasto-viscoplástico se verifica um
comportamento elástico para valores de tensão inferiores à tensão de cedência e um
comportamento viscoplástico para valores de tensão superiores à tensão de cedência (σY0).
atrito
3. Fluido Newtoniano
δγ δγ
dy
v=0
No limite, para mudanças infinitesimais a expressão (8) torna-se numa relação entre a taxa
de deformação ao corte e o gradiente de velocidade:
dv
γ& = (9)
dy
4. Modelo de Bingham
facto de só iniciarem um processo de fluxo se a tensão de corte aplicada for maior ou igual
a essa tensão de cedência e foram inicialmente caracterizados por Bingham [1]. Note-se
que o comportamento pós cedência pode não ser linear como se apresenta no gráfico.
modelo de Bingham
τ
τY0
C-plástico A
newtoniano
B-pseudo plástico
O γ&
γ& =
1
(τ − τ Y 0 ) (11)
μ
5. Modelo de Prager
O tensor (13) pode ainda ser expresso em função das componentes do vector de
velocidade, o que pode ser realizado a partir do gradiente de velocidades (∇v):
ε& 2 =
1
2
[(∇v )T + ∇v ] (14)
1 ⎛ ∂v ∂v j ⎞
ε ij = ⎜ i + ⎟ (15.1)
2 ⎜⎝ ∂X j ∂X i ⎟
⎠
⎡ ∂v 1 1 ⎛ ∂v 1 ∂v 2 ⎞ 1 ⎛ ∂v 1 ∂v 3 ⎞ ⎤
⎢ ⎜ + ⎟ ⎜ + ⎟⎥
⎢ ∂X 1 2 ⎜⎝ ∂X 2 ∂X 1 ⎟⎠ 2 ⎜⎝ ∂X 3 ∂X 1 ⎟⎠ ⎥
⎢ 1 ⎛ ∂v ∂v ⎞ ∂v 2 1 ⎛ ∂v 2 ∂v 3 ⎞⎥
ε& 2 = ⎢ ⎜⎜ 1 + 2 ⎟⎟ ⎜⎜ + ⎟⎥ (15.2)
⎢ 2 ⎝ ∂X 2 ∂X 1 ⎠ ∂X 2 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 2 ⎟⎠⎥
⎢ 1 ⎛ ∂v 1 ∂u 3 ⎞ 1 ⎛ ∂v 2 ∂v 3 ⎞ ∂v 3 ⎥
⎢ ⎜⎜ + ⎟⎟ ⎜⎜ + ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 1 ⎠ 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 2 ⎟⎠ ∂X 3 ⎦
⎡ 1 ∂v 1 ⎤
⎢ 0 2 ∂X 2
0⎥
⎡ ε& xx 1
γ& xy 1
γ& xz ⎤ ⎡ε& xx ε& xy ε& xz ⎤ ⎢ ⎥
⎥ 1 ∂v 1
2 2
⎢ ⎥ ⎢
ε& 2 = ⎢ 12 γ& yx ε& yy 1
γ& yz ⎥ = ⎢ε& yx ε& yy ε& yz ⎥ = ⎢ 0 0⎥ (17)
2 ⎢ 2 ∂X 2 ⎥
⎢⎣ 12 γ& zx 2 γ zy
1 &
ε& zz ⎥⎦ ⎢⎣ ε& zx ε& zy ε& zz ⎥⎦ ⎢ ⎥
⎢ 0 0 0⎥
⎢⎣ ⎥⎦
J2 =
1 2
3
( )
σ xx + σ yy2 + σ zz2 − (σ xxσ yy + σ zzσ yy + σ xxσ zz ) + (τ xy2 + τ zy2 + τ xz2 ) (22.b)
em que o tensor das tensões de desvio relaciona-se com o tensor das tensões do seguinte
modo:
Viscoplasticidade 10
1
s ij = Tij − Tii δ ij (23)
3
Tome-se um estado de tensão de corte puro, por exemplo com as seguintes componentes
cartesianas:
σ xx = σ yy = σ zz = τ zy = τ xz = 0, τ xy = τ (24)
pelo que as componentes do tensor das tensões de desvio são iguais às componentes do
tensor das tensões:
s ij = Tij
(25)
Assim, a expressão de Bingham (20) para um estado de corte puro pode ser tomada
como um caso particular da seguinte relação constitutiva:
1 ⎧ 0 para F < 0
ε& ij = < φ( F) > s ij , com < φ( F) > = ⎨ (28)
2μ ⎩ F para F ≥ 0
Para resolver a equação (28) para F≥0 em relação ao tensor das tensões de desvio,
multiplica-se cada termo por ele próprio, obtendo-se:
1 2
ε& ij ε& ij = F s ij s ij (29)
4μ 2
e a expressão para o segundo invariante das tensões de desvio (22) pode-se rescrever (29):
I ′2 =
1 2
4μ 2
1
F J2 = 2
4μ
( J 2 − τ Y0 )
2
(31)
Combinando (27) com (31) obtém-se uma expressão explícita para a função F:
Viscoplasticidade 11
τ Y0 J 2 − τ Y0 2μ I ′2
F =1− = = (32)
J2 J2 τ Y 0 + 2μ I ′2
que só é válida se o invariante I ′2 for diferente de zero. Para um tensor das taxas de
deformação nulo, isto é, para um comportamento do material rígido, o tensor das tensões
de desvio fica apenas sujeito à condição F≤0, pelo que se tem J 2 ≤ τ 2Y 0 quando o material
apresenta um comportamento rígido.
Por outro lado, tomando em (33) μ=0 obtém-se a seguinte relação constitutiva:
τ Y0
s ij = ε& ij (34)
I ′2
dε ij = dγ ′s ijp (38)
1 ε& ij
γ′ = ε& ij (45)
2τ 2Y 0 γ ′
o que, atendendo a (30) permite obter γ′ em função do segundo invariante das taxas de
deformação:
Quanto à parcela das tensões viscoplásticas s ijvp referida em (37), admite-se a relação
(10) escrita para um fluido newtoniano, isto é:
s ijvp = 2με& ij (48)
1 1 ⎛⎜ τ Y 0 ⎞⎟
ε& ij = s& ij + 1− s ij para J 2 ≥ τ Y0 (52)
2G 2 μ ⎜⎝ J 2 ⎟⎠
ou, generalizando,
Viscoplasticidade 15
1 ⎛ n 1 (τ ) ⎞
ε& ij = s& ij + ⎜ ∑ < 1 − Y 0 k > ⎟ s ij (57)
2G ⎜ k =1 2μ k J2 ⎟
⎝ ⎠
6. Modelo de Perzyna
em que φ representa uma função escalar. Perzyna [13] e muitos outros autores assumem
que o potencial viscoplástico é a própria função de cedência (F). Assim, a função escalar φ
pode englobar as características de deformação e de cedência do material com a
particularidade de tomar o valor zero quando F≤0 e para F>0 toma um valor positivo. Na
notação de Perzyna as componentes da taxa de deformação podem estabelecer-se da
seguinte forma:
ε& ij ∝ η(T ) < φ(F ) > (61)
1 ⎛⎜ τ Y 0 ⎞⎟
ε& ij = 1− s ij para J 2 ≥ τ Y0 (62)
2 μ ⎜⎝ J 2 ⎟⎠
ε& ij =
∂Q
=
∂
∂σ ij ∂σ ij
⎛ 1
⎜⎜
⎞
< φ(F) > 2 ⎟⎟ =
∂ ⎛ 1
⎜⎜ ( J 2 − τ Y0 ) ⎞⎟⎟
2
(66)
⎝ 2μ ⎠ ∂σ ij ⎝ 2μ ⎠
vindo ainda:
∂
∂σ ij
( J 2 − τ Y0 =) ∂σ ij
()
∂ 12 1 − 12 ∂J 2
J2 = J2 ×
2 ∂σ ij (68)
⎧ ∂J 2 ⎫ ⎧ 2σ − σ − σ ⎫
⎪ ∂σ ⎪ ⎪ xx yy zz
⎪
⎪ xx
⎪ ⎪ 3 ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ 2σ − σ − σ ⎪
⎪ ∂σ ⎪ ⎪ yy xx zz
⎪
⎪ yy ⎪ ⎪ 3 ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ 2σ − σ − σ ⎪
⎪ ⎪ zz yy xx
∂J 2 ⎪ ∂σ zz ⎪ ⎪⎪ 3
⎪⎪
=⎨ ⎬= ⎨ ⎬ (69)
∂σ ij ⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ xy ⎪ ⎪ τ xy ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ yz ⎪ ⎪ τ yz ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ ⎪ ⎪⎩ τ xz ⎪⎭
⎩ xz ⎭
∂F
< φ(F ) >
1
ε& ij = (73)
μ ∂σ ij
Tome-se para F em φ(F) uma função coincidente com a função de cedência de von
Mises:
n
⎛ σ ⎞
φ(F ) = ⎜⎜ J 2 − Y ⎟⎟ (79)
⎝ 3⎠
1
ε& ij = s ij (81)
2μ
Atendendo à relação:
s ij s ij = (2ε& ij ε& ij )(2ε& ij ε& ij ) ⇒ 1
2
s ij s ij = μ 2 × 2ε& ij ε& ij (83)
ou, pela definição de segundo invariante das taxas de deformação (30) e do segundo
invariante das tensões de desvio,
s ij s ij = J 2 = μ 2 × I ′2
2
1
2
(84)
⎛ ⎛ σ − σY ⎞⎞
tipo exponencial: φ(F ) = exp⎜ m⎜⎜ ⎟⎟ ⎟ − 1 (86)
⎜ ⎟
⎝ ⎝ σY ⎠⎠
(
Δε ij = Δt (1 − Θ )ε& ijk −1 + Θε& ijk ) (89)
O parâmetro Θ, válido para valores 0≤Θ≤1 define o tipo de integração ao longo do tempo.
Para Θ=0 obtém-se um esquema de integração de Euler, ou totalmente explicita:
Δε ij = ΔtΘε& ijk −1 (90)
∂ε& ijk −1
ε& ijk = ε& ijk −1 k −1
dσ ijk −1 (91)
∂σ ij
ou,
∂F ∂F
ai = = (a i )1 + ∂F (a i )2 + ∂F (a i )3 (95)
∂σ i ∂σ m ∂J 2 ∂J 3
H ij = ∑ Fk (M ij )k
6
(97)
k =1
em que as componentes das matrizes Mk são calculadas a partir das parcelas do vector de
fluxo (94):
Viscoplasticidade 22
∂ (a i )2
(M ) = (98.1)
∂σ j
ij 1
(M ) = (a ) (a )
ij 2 i 2 j 2 (98.2)
3 ∂ (a i )3
(M ) = (98.3)
2 ∂σ j
ij 3
(M ) = (a ) (a )
ij 4 i 3 j 3 (98.4)
(M ) = (a ) (a ) + (a ) (a )
ij 5 i 2 j 3 i 3 j 2 (98.5)
(M ) = a a ij 6 i j (98.6)
1 dφ(F )
F6 = (99.2)
μ dF
3
F2 = − (100.2)
2J 2
3
F1 = (101.1)
12J 2
⎛ 3 3 ⎞
− 2 cos(θ )⎟
2 ⎜
F2 = (101.2)
J 2 (cos(3θ )) ⎜4 J ⎟
2
⎝ 2 ⎠
2 3 sen (θ )
F3 = (101.3)
3J 2 cos(3θ )
3
F4 = (101.4)
2J 2 J 2 (cos(3θ ))
2
2 3 sen (θ ) ⎛3 ⎞
F5 = ⎜ + cos(θ ) cos(3θ )⎟ (101.5)
J 2 J 2 (cos(3θ )) ⎝ ⎠
3
2
4(1 + ν )μσ Y 0
critério de von Mises: Δt ≤ max{Δt} = (105.1)
3E
(1 + ν )μσ Y 0
critério de Tresca: Δt ≤ max{Δt} = (105.2)
E
Viscoplasticidade 25
8. Referências
[2] Bird, R.B., Armstrong, R.C. & Hassager, O., (1987), TheDynamics of Polymeric
Liquids: Fluid Mechanics, Vol.1, Wiley, New York.
[3] Bird, R.B., Armstrong, R.C., Hassager, O. & Curtiss, C.F., (1987), TheDynamics of
Polymeric Liquids: Kinetic Theory, Vol.2, Wiley, New York.
[4] Chung, T.J., (1988), Continuum Mechanics, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New
Jersey.
[7] Fung, Y.C., (1965), Foundations of Solid Mechanics, Prentice-Hall, New Jersey,
U.S.A.
[8] Gupta, R.K., (1994), Particulate suspensions, S.G. Advani (ed.): Flow and
Rheology in Ploymer Composites Manufacturing, Composite Materials Series,
Vol.10, Elsevier, Amsterdam.
[10] Lubliner, J., (1972), Plasticity Theory, Macmillan Publishing Company, New York.
[11] Marques, J.M.M.C., (1984), Finite and Infinite Elements in Static and Dynamic
Structural Analysis, PhD. Thesis, University College of Swansea, Wales,
C/Ph/78/84, U.K.
[12] Owen, D.R.J. & Hinton, E., (1980), Finite Elements in Plasticity: Theory and
Practice, Pineridge Press, Swansea, U.K.
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thermomechanical processes related to bulk forming operations, J. de Physique IV,
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[16] White, F.M., (1994), Fluid Mechanics, 3th ed., McGraw-Hill, New York.
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Zustand, Göttinger Nachr. Math. Phys. Kl., pp.582.
[18] Zienkiewicz, O.C. & Cormeau, I.C., (1974), Visco-plasticity and creep in elastic
solids - a unified numerical solution approach, Int. J. Num. Meth. Eng., Vol.8,
pp.821-845.
[19] Zienkiewicz, O.C. & Cormeau, I.C., (1972), Visco-plasticity solution by finite
element process, Arch. of Mech., Vol.24, pp.873-889.
[20] Zienkiewicz, O.C. & Taylor, R.L., (1989), The Finite Element Method, 4th ed.,
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[21] Zienkiewicz, O.C. & Godbole, P.N., (1974), Flow of plastic and visco-plastic solids
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Vol.8, pp.3-16.