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R. M.

Natal Jorge

Viscoplasticidade

Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial


Faculdade de Engenharia
Universidade do Porto
(2004/2005)
Viscoplasticidade 1

Viscoplasticidade

1. Introdução

Na teoria da plasticidade apresentada anteriormente o efeito do tempo, embora tenha


sido referido, não foi de facto incluído nas teorias apresentadas. Em certo tipo de
problemas, como por exemplo, a aplicação de uma força quase-estática a um corpo
constituído por aço à temperatura ambiente o efeito do tempo é insignificante. No entanto,
em certos problemas, como por exemplo a conformação dos metais a elevadas
temperaturas, ou em problemas que envolvem determinados materiais (polímeros por
exemplo), é necessário incluir o efeito da viscosidade, ou seja, a análise do processo de
deformação com a inclusão do efeito tempo é então indispensável.
Assim, na teoria da viscoplasticidade, como o próprio nome indica, os efeitos da
viscosidade do material e do tempo são considerados parâmetros fundamentais do
comportamento do material.

2. Modelos Reológicos
Viscoplasticidade 2

Um modelo uniaxial representativo do comportamento viscoplástico pode ser


considerado como o resultado de uma combinação que inclui duas componentes: uma
componente «viscosa» e uma componente rígido-plástica. Estes elementos mecânicos
uniaxiais encontram-se representados na Fig. 1 e na Fig. 2, respectivamente.
s

s s

de/dt

Fig. 1- Elemento viscoso uniaxial.

O elemento viscoso é considerado como um cilindro contendo um liquido cujo


coeficiente de viscosidade μ é proporcional à constante η, e no qual se move um embolo, o
qual segue a lei de Newton da viscosidade:
s = ηe& (1)

O elemento viscoso representado por (1) segue uma lei linear, podendo-se no entanto
atribuir ao elemento viscoso uma lei de comportamento não linear, como por exemplo [9]:
m −1
e& = b × s s (2)

em que b e m são constantes do material e que corresponde a uma lei de fluência não linear
dos metais.
s

atrito
s s

Fig. 2-Modelo rígido-perfeitamente plástico.


Viscoplasticidade 3

Como se verificou anteriormente, o elemento rígido-plástico não se deforma para


valores de tensão inferiores ao valor da tensão de cedência σY0 e sofre escorregamento
para valores superiores.
Outro elemento a ter em consideração na modelação do comportamento do material é
o elemento de mola elástica, que para muitos materiais é considerado como representativo
do comportamento uniaxial (Fig. 3). De modo análogo ao que se fez nos modelos
relacionados com a plasticidade, a inclusão deste elemento permite construir modelos com
comportamento elasto-viscoplástico.

s s

Fig. 3-Modelo linear elástico.

O elemento de mola apresenta um comportamento linear que se rege pela lei de


Hooke:
s = Ee (3)

em que E representa a constante elástica da mola, ou o módulo de elasticidade do material.


Estes elementos podem ser associados entre si, em paralelo, e/ou em serie. Quando
são associados em paralelo as cargas são absorvidas por cada um dos elementos numa
perspectiva aditiva, enquanto que as respectivas deformações são iguais para todos os
elementos. Por outro lado, para uma associação dos elementos em serie a deformação do
conjunto resulta de uma combinação aditiva de cada uma das deformações dos elementos,
enquanto que o valor da tensão é igual em todos os elementos.
A associação do elemento elástico (Fig. 3) com o elemento viscoso (Fig. 1) em serie,
ou em paralelo, conduz aos denominados modelos de comportamento viscoelásticos, que
podem ser não lineares em termos do comportamento do material [4][7][9]. A associação
em paralelo de um elemento elástico com um elemento viscoso (ver Fig. 4) conduz ao
elemento de Kelvin, cuja equação constitutiva pode ser escrita da seguinte forma:
Viscoplasticidade 4

s = Ee + ηe& (4)

Fig. 4- Modelo de Kelvin.

A associação em serie de um elemento elástico com um elemento viscoso (ver Fig. 5)


conduz ao elemento de Maxwell, cuja equação constitutiva pode escrita da seguinte forma:
s& s
e& = + (5)
E η

Fig. 5- Modelo de Maxwell.

A associação em paralelo de um elemento viscoso com um elemento rígido-plástico


conduz a um modelo viscoplástico e que foi tratado primeiramente por Bingham (Fig. 6)
[1].

atrito

Fig. 6- Modelo de Bingham.


Viscoplasticidade 5

A lei do escoamento correspondente a este modelo pode ser escrita da seguinte


forma:
s = σ Y 0 + ηe& (6)

em que para valores de tensão s<σY0 não existe deformação. O modelo esquematizado na
Fig. 7 representa um modelo elasto-viscoplástico. De modo análogo ao que se passa no
modelo elastoplástico, também no modelo elasto-viscoplástico se verifica um
comportamento elástico para valores de tensão inferiores à tensão de cedência e um
comportamento viscoplástico para valores de tensão superiores à tensão de cedência (σY0).
atrito

Fig. 7- Modelo elásto-viscoplástico.

3. Fluido Newtoniano

Quando um fluido é submetido a um estado de tensão de corte puro (Fig. 8) move-se


com uma taxa de deformação que apresenta a característica de ser inversamente
proporcional a um determinado parâmetro. Este parâmetro designa-se por coeficiente de
viscosidade μ (não confundir com o parâmetro de Lamé da mecânica dos meios elásticos)
e é uma característica do fluido.
δv×δt
τ ∝ δγ&
δv

δγ δγ
dy

v=0

Fig. 8- Tensão de corte num elemento de fluido.


Viscoplasticidade 6

Atendendo ao esquema da Fig. 8, verifica-se que enquanto a tensão de corte τ é


aplicada, a deformação angular δγ vai aumentando com o tempo, pelo que a superfície
superior vai-se movendo com uma velocidade δv. Fluidos como a água ou o óleo
apresentam de facto uma proporcionalidade entre a tensão de corte aplicada τ e a taxa de
deformação angular [16]:
τ ∝ δγ& (7)

Ainda da Fig. 8 pode-se retirar a seguinte relação trigonométrica:


δv × δt
tan (δγ ) = (8)
δy

No limite, para mudanças infinitesimais a expressão (8) torna-se numa relação entre a taxa
de deformação ao corte e o gradiente de velocidade:
dv
γ& = (9)
dy

De modo análogo, com base na relação de proporcionalidade (7), conclui-se que a


tensão de corte é igualmente proporcional ao gradiente de velocidade. A constante de
proporcionalidade é o coeficiente de viscosidade, permitindo relacionar:
dv
τ = μγ& = μ (10)
dy

Os fluidos relativamente aos quais é possível estabelecer a relação (10) são


designados por fluidos newtonianos.

4. Modelo de Bingham

Os fluidos que não seguem a relação de proporcionalidade expressa em (10)


designam-se por fluidos não newtonianos [16] e o seu tratamento pode ser analisado em
livros de reologia [2][3][8]. A Fig. 9 indica quatro exemplos de materiais distintos de um
fluido newtoniano. Um fluido A que incrementa a resistência ao corte com o aumento do
valor da tensão aplicada. Um fluido B, designado por vezes de pseudo plástico [16], cuja
resistência ao corte diminui com o aumento do valor da tensão aplicada, podendo
inclusive, encontrar-se fluidos como o fluido C, designando-se neste caso como um fluido
plástico. No limite, encontra-se uma substância plástica que apresenta um valor finito para
a tensão resistente (tensão de cedência ao corte τY0). Estes fluidos caracterizam-se pelo
Viscoplasticidade 7

facto de só iniciarem um processo de fluxo se a tensão de corte aplicada for maior ou igual
a essa tensão de cedência e foram inicialmente caracterizados por Bingham [1]. Note-se
que o comportamento pós cedência pode não ser linear como se apresenta no gráfico.

modelo de Bingham
τ

τY0
C-plástico A
newtoniano

B-pseudo plástico

O γ&

Fig. 9- Comportamento de diferentes materiais viscosos [16].

Bingham estudou o escoamento de soluções coloidais através de condutas cilíndricas


tendo verificado que o escoamento da solução só ocorria quando as tensões de corte τ
excediam um valor crítico τY0 a partir do qual a taxa de deformação ao corte γ& variava
linearmente com a tensão τ. Como consequência, a lei proposta por Bingham pode
traduzir-se pela seguinte expressão [8]:

γ& =
1
(τ − τ Y 0 ) (11)
μ

para τ > τ Y 0 e onde μ é o coeficiente de viscosidade do fluido.

5. Modelo de Prager

5.1. Modelo Viscoplástico de Prager


Para um estado geral de tensão e um estado geral para a taxa de deformação tem-se
as seguintes componentes cartesianas do tensor das tensões:
Viscoplasticidade 8

⎡σ xx τ xy τ xz ⎤ ⎡ T11 T12 T13 ⎤


⎢ ⎥
T2 = ⎢ τ yx σ yy τ yz ⎥ = ⎢T21 T22 T23 ⎥ (12)
⎢ ⎥
⎢⎣ τ zx τ zy σ zz ⎥⎦ ⎢⎣T31 T32 T33 ⎥⎦

e as componentes cartesianas do tensor das taxas de deformação:


⎡ ε& xx 1
2
γ& xy 1
2
γ& xz ⎤ ⎡ε& xx ε& xy ε& xz ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
ε& 2 = ⎢ 12 γ& yx ε& yy ⎥ ⎢&
2 yz = ε yx
1 &
γ ε& yy ε& yz ⎥ (13)
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 12 γ& zx 1
γ& zy ε& zz ⎥⎦ ⎢⎣ ε& zx ε& zy ε& zz ⎥⎦
⎣ 2

O tensor (13) pode ainda ser expresso em função das componentes do vector de
velocidade, o que pode ser realizado a partir do gradiente de velocidades (∇v):

ε& 2 =
1
2
[(∇v )T + ∇v ] (14)

1 ⎛ ∂v ∂v j ⎞
ε ij = ⎜ i + ⎟ (15.1)
2 ⎜⎝ ∂X j ∂X i ⎟

⎡ ∂v 1 1 ⎛ ∂v 1 ∂v 2 ⎞ 1 ⎛ ∂v 1 ∂v 3 ⎞ ⎤
⎢ ⎜ + ⎟ ⎜ + ⎟⎥
⎢ ∂X 1 2 ⎜⎝ ∂X 2 ∂X 1 ⎟⎠ 2 ⎜⎝ ∂X 3 ∂X 1 ⎟⎠ ⎥
⎢ 1 ⎛ ∂v ∂v ⎞ ∂v 2 1 ⎛ ∂v 2 ∂v 3 ⎞⎥
ε& 2 = ⎢ ⎜⎜ 1 + 2 ⎟⎟ ⎜⎜ + ⎟⎥ (15.2)
⎢ 2 ⎝ ∂X 2 ∂X 1 ⎠ ∂X 2 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 2 ⎟⎠⎥
⎢ 1 ⎛ ∂v 1 ∂u 3 ⎞ 1 ⎛ ∂v 2 ∂v 3 ⎞ ∂v 3 ⎥
⎢ ⎜⎜ + ⎟⎟ ⎜⎜ + ⎟ ⎥
⎣ 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 1 ⎠ 2 ⎝ ∂X 3 ∂X 2 ⎟⎠ ∂X 3 ⎦

Considere-se um escoamento com o seguinte campo de velocidades:


v 1 = v 1 (X 2 ), v 2 = 0, v 3 = 0 (16)

Deste campo de velocidades resultam as seguintes componentes do tensor das taxas de


deformação:
Viscoplasticidade 9

⎡ 1 ∂v 1 ⎤
⎢ 0 2 ∂X 2
0⎥
⎡ ε& xx 1
γ& xy 1
γ& xz ⎤ ⎡ε& xx ε& xy ε& xz ⎤ ⎢ ⎥
⎥ 1 ∂v 1
2 2
⎢ ⎥ ⎢
ε& 2 = ⎢ 12 γ& yx ε& yy 1
γ& yz ⎥ = ⎢ε& yx ε& yy ε& yz ⎥ = ⎢ 0 0⎥ (17)
2 ⎢ 2 ∂X 2 ⎥
⎢⎣ 12 γ& zx 2 γ zy
1 &
ε& zz ⎥⎦ ⎢⎣ ε& zx ε& zy ε& zz ⎥⎦ ⎢ ⎥
⎢ 0 0 0⎥
⎢⎣ ⎥⎦

A aplicação do modelo de Bingham (11) permite relacionar as componentes da taxa de


deformação com a componente de tensão tangencial, para valores de tensão superiores à
tensão de cedência:
1
γ& xy = ε& xy =
1
(τ xy − τ Y 0 ) (18)
2 2μ

Com base no conceito de função de cedência escrita do seguinte modo:


τ Y0
F =1− (19)
τ xy

pode-se rescrever (18) do seguinte modo:


1
ε& xy = < φ( F) > τ xy (20)

em que o símbolo <•> tem o seguinte significado:


⎧ 0 para F < 0
< φ( F) > = ⎨ (21)
⎩ F para F ≥ 0

O exemplo descrito corresponde de facto ao modelo de Bingham sendo as expressões (11)


e (20) análogas.
A generalização do modelo de Bingham para um estado geral de tensão arbitrário foi
realizada por Hohenemser e Prager [14]. Para o efeito é necessário recorrer ao segundo
invariante das tensões de desvio J2:
1
J 2 = s ijs ij (22.a)
2

J2 =
1 2
3
( )
σ xx + σ yy2 + σ zz2 − (σ xxσ yy + σ zzσ yy + σ xxσ zz ) + (τ xy2 + τ zy2 + τ xz2 ) (22.b)

em que o tensor das tensões de desvio relaciona-se com o tensor das tensões do seguinte
modo:
Viscoplasticidade 10

1
s ij = Tij − Tii δ ij (23)
3

Tome-se um estado de tensão de corte puro, por exemplo com as seguintes componentes
cartesianas:
σ xx = σ yy = σ zz = τ zy = τ xz = 0, τ xy = τ (24)

pelo que as componentes do tensor das tensões de desvio são iguais às componentes do
tensor das tensões:
s ij = Tij
(25)

vindo o segundo invariante das tensões de desvio:


J 2 = τ 2xy = τ 2 ⇒ τ = τ xy = J 2 (26)

Substituindo (26) em (19) obtém-se F em função do segundo invariante das tensões de


desvio:
τ Y0
F =1− (27)
J2

Assim, a expressão de Bingham (20) para um estado de corte puro pode ser tomada
como um caso particular da seguinte relação constitutiva:
1 ⎧ 0 para F < 0
ε& ij = < φ( F) > s ij , com < φ( F) > = ⎨ (28)
2μ ⎩ F para F ≥ 0

Para resolver a equação (28) para F≥0 em relação ao tensor das tensões de desvio,
multiplica-se cada termo por ele próprio, obtendo-se:
1 2
ε& ij ε& ij = F s ij s ij (29)
4μ 2

Tomando o segundo invariante das taxas de deformação,


1
I ′2 = ε& ij ε& ij (30)
2

e a expressão para o segundo invariante das tensões de desvio (22) pode-se rescrever (29):

I ′2 =
1 2
4μ 2
1
F J2 = 2

( J 2 − τ Y0 )
2
(31)

Combinando (27) com (31) obtém-se uma expressão explícita para a função F:
Viscoplasticidade 11

τ Y0 J 2 − τ Y0 2μ I ′2
F =1− = = (32)
J2 J2 τ Y 0 + 2μ I ′2

Finalmente, substituindo (32) em (28) obtém-se a seguinte relação constitutiva entre as


componentes do tensor das tensões de desvio e as componentes do tensor das taxas de
deformação:
⎛ τ ⎞
s ij = ⎜ 2μ + Y 0 ⎟ε& ij (33)
⎜ I ′2 ⎟⎠

que só é válida se o invariante I ′2 for diferente de zero. Para um tensor das taxas de
deformação nulo, isto é, para um comportamento do material rígido, o tensor das tensões
de desvio fica apenas sujeito à condição F≤0, pelo que se tem J 2 ≤ τ 2Y 0 quando o material
apresenta um comportamento rígido.
Por outro lado, tomando em (33) μ=0 obtém-se a seguinte relação constitutiva:
τ Y0
s ij = ε& ij (34)
I ′2

que corresponde a um material incompressível perfeitamente plástico primeiramente


proposto por von Mises [17]. Multiplicando cada membro por ele próprio conclui-se que o
tensor das tensões de desvio deve satisfazer a condição de cedência de von Mises:
τ 2Y 0 2I ′
s ij s ij = ε& ij ε& ij ⇔ 2J 2 = τ 2Y 0 2 ⇒ J 2 = τ 2Y 0 (35)
I ′2 I ′2

Como se pode verificar em [9] a estas mesmas conclusões se pode chegar se se


admitir que o tensor das tensões T2 é decomposto em dois outros tensores: um relativo à
parcela plástica ( Tijp ) e outro relativo à parcela viscoplástica ( Tijvp ):

Tij = Tijp + Tijvp (36)

ou, considerando um material cujo incremento de deformação plástica seja independente


da pressão hidrostática, a decomposição realizada também é válida para o tensor das
tensões de desvio, isto é:
s ij = s ijp + s ijvp (37)

As componentes do tensor s ijp podem-se relacionar com o incremento das componentes do


tensor das extensões por intermédio das equações de Lévi-Mises:
Viscoplasticidade 12

dε ij = dγ ′s ijp (38)

em que dγ′ é o multiplicador plástico. Em termos das taxas de deformação pode-se


igualmente estabelecer uma expressão análoga:
ε& ij = γ ′s ijp (39)

O trabalho por unidade de volume realizado por um incremento de deformação plástica


vale:
dW p = Tij dε ijp (40)

Desprezando a parcela elástica das componentes de deformação, pode-se substituir (38) em


(40) obtendo-se o incremento de trabalho em função do estado de tensão e do
multiplicador plástico:
dW p = Tijdγ′sijp (41)

que, atendendo à decomposição efectuada em (23) e ao facto de se estar a considerar um


material cujo incremento de deformação plástica é independente da pressão hidrostática,
isto é, a pressão hidrostática não contribui para o aumento de energia de deformação
(dγ′Tii=0), pode vir apenas em função das componentes de desvio:
dW p = dγ ′s ijp s ijp (42)

Substituindo (22) em (42) e considerando o critério de von Mises, ou seja, atendendo à


relação (27) em que para um estado de tensão que se situe sobre a superfície de cedência
vem F=0, obtém-se a seguinte relação entre o incremento de trabalho por unidade de
volume e o multiplicador plástico:
dW p
dW p = dγ ′ × 2J 2 = 2dγ ′τ 2Y 0 ⇒ dγ ′ = (43)
2τ 2Y 0

ou, incluindo a variação no tempo:


1 dW p 1 1
γ′ = = 2 Tij ε& ij = 2 s ij ε& ij (44)
2τ Y 0 dt
2
2τ Y 0 2τ Y 0

Substituindo (39) em (44) obtém-se:


Viscoplasticidade 13

1 ε& ij
γ′ = ε& ij (45)
2τ 2Y 0 γ ′

o que, atendendo a (30) permite obter γ′ em função do segundo invariante das taxas de
deformação:

1 2ε& ij ε& ij 2 × 2I′2 I′2 (46)


γ′ = ε& ij ε& ij = = =
2 τ Y0 2τ Y 0 2τ Y 0 τ Y0

Substituindo em (46) o multiplicador plástico vindo de (39) obtém-se a relação constitutiva


entre o tensor das tensões de desvio e o tensor das taxas de deformação:
2τ Y 0
s ijp = ε& ij (47)
I′2

Quanto à parcela das tensões viscoplásticas s ijvp referida em (37), admite-se a relação
(10) escrita para um fluido newtoniano, isto é:
s ijvp = 2με& ij (48)

Finalmente, somando a componente plástica estabelecida em (47) com a componente


viscoplástica (48) obtém-se o seguinte tensor das tensões de desvio:
2τ Y 0 ⎛τ ⎞
s ij = s ijp + s ijvp = ε& ij + 2με& ij = ⎜ Y 0 + 2μ ⎟ε& ij (49)
I ′2 ⎜ I′ ⎟
⎝ 2 ⎠

expressão igual à (33) obtida anteriormente.

5.2. Modelo Elasto-Viscoplástico de Prager

Sendo as taxas de deformação viscoplásticas definidas de acordo com a


generalização do modelo de Prager (49) e as taxas de deformação elásticas de acordo com
a lei de Hooke, Prager admitiu que as deformações de corte totais resultam da combinação
linear das componentes elásticas e viscoplásticas do seguinte modo:
ε ij = ε ije + ε ijvp (50)

e consequentemente para as taxas de deformações totais:


Viscoplasticidade 14

ε& ij = ε& ije + ε& ijvp (51)

Atendendo à lei de Hooke e substituindo o resultado da combinação entre (27) e (28)


em (51) obtém-se para as componentes do tensor das taxas de deformação totais:

1 1 ⎛⎜ τ Y 0 ⎞⎟
ε& ij = s& ij + 1− s ij para J 2 ≥ τ Y0 (52)
2G 2 μ ⎜⎝ J 2 ⎟⎠

continuando-se no entanto a verificar a relação constitutiva:


1 σ&
ε& ij = s& ij + ii δ ij para J 2 < τ Y0 (53)
2G 3k

em que as componentes da taxa de deformação são determinadas pela soma da parcela de


desvio e da parcela volumétrica.
A análise de (52) permite concluir que quando se verificar ε& ije << ε& ijvp essa lei
constitutiva transforma-se no modelo de Prager (28) para escoamentos viscoplásticos.
Ainda a partir de (52), quando a viscosidade μ tender para zero, a taxa de deformação
viscoplástica torna-se infinita e os correspondentes estados de tensão tornam-se
inadmissíveis.
Atendendo a (49) e/ou (52), no limite quando se verificar J 2 → τ +Y 0 e μ→0, obtém-
se para as componentes de desvio das taxas de deformação e& ij :
1
e& ij = s& ij + γ ′s ij (54)
2G

que corresponde à equação de Prandtl-Reuss para o escoamento plástico e em que as


componentes de desvio das taxas de deformação são definidas de modo análogo às
componentes das tensões de desvio:
1
e& ij = ε& ij − ε& ii δ ij (55)
3

O modelo de Prager foi formulado admitindo que só é necessária a consideração de


uma parcela elasto-viscoplástica. No entanto, é possível considerar-se que na fase de
deformação viscoplástica existem várias componentes à medida que se aumenta o
carregamento, isto é, as componentes totais da taxa de deformação resultam da seguinte
combinação [6]:
ε& ij = ε& ije + ε& ijvp1 + ε& ijvp 2 + L + ε& ijvp n (56)

ou, generalizando,
Viscoplasticidade 15

1 ⎛ n 1 (τ ) ⎞
ε& ij = s& ij + ⎜ ∑ < 1 − Y 0 k > ⎟ s ij (57)
2G ⎜ k =1 2μ k J2 ⎟
⎝ ⎠

em que se toma a seguinte relação entre tensões limites:


0 < (τ Y 0 )1 < (τ Y 0 )2 < (τ Y 0 )3 < L < (τ Y 0 )n (58)

pelo que em (57) segue-se a seguinte regra:


para (τ Y 0 )1 < J 2 < (τ Y 0 )2 toma-se (τ Y 0 )n = (τ Y 0 )1 e μn=μ1 (59.1)

para (τ Y 0 )2 < J 2 < (τ Y 0 )3 toma-se (τ Y 0 )n −1 = (τ Y 0 )1 e μn-1=μ1


(59.2)
(τ Y 0 )n = (τ Y 0 )2 e μn=μ2

6. Modelo de Perzyna

Considere-se uma função Q dependente do estado de tensão σij, da temperatura e de


um conjunto de variáveis internas αi, tal que Q(σij,T,αi) seja continuamente diferenciável
relativamente às componentes de tensão σij. Admitindo a existência dessa função,
designada por potencial viscoplástico, a equação de fluxo pode-se então escrever da
seguinte forma [10]:
∂Q
ε& ij = φ (60)
∂σ ij

em que φ representa uma função escalar. Perzyna [13] e muitos outros autores assumem
que o potencial viscoplástico é a própria função de cedência (F). Assim, a função escalar φ
pode englobar as características de deformação e de cedência do material com a
particularidade de tomar o valor zero quando F≤0 e para F>0 toma um valor positivo. Na
notação de Perzyna as componentes da taxa de deformação podem estabelecer-se da
seguinte forma:
ε& ij ∝ η(T ) < φ(F ) > (61)

em que η(T ) representa uma característica de viscosidade (trata-se do inverso do


parâmetro de viscosidade: fluidez) dependente da temperatura e o símbolo <•> tem
idêntico significado ao definido em (28).
Viscoplasticidade 16

Segundo Lubliner [10] o modelo de Perzyna é uma generalização do modelo de


Prager estabelecido anteriormente. De facto, retome-se a parcela viscosa da expressão
(52):

1 ⎛⎜ τ Y 0 ⎞⎟
ε& ij = 1− s ij para J 2 ≥ τ Y0 (62)
2 μ ⎜⎝ J 2 ⎟⎠

Um potencial generalizado pode ser associado ao modelo de Prager tomando a


seguinte forma:

< φ(F ) > 2


1
Q= (63)

Admita-se ainda um material perfeitamente plástico e como critério de cedência, o critério


de von Mises, cuja superfície de cedência tem a seguinte representação matemática:
F = 3J 2 − σ Y 0 = 0 (64)

ou em função da tensão de cedência ao corte:


3 J 2 − σ Y0 σ Y0 (65)
F= =0 ⇒ F= J2 − = 0 ⇔ F = J 2 − τ Y0 = 0
3 3

Combinando as expressões (60), (63) e (65) obtém-se a seguinte expressão para as


componentes do tensor das taxas de deformação:

ε& ij =
∂Q
=

∂σ ij ∂σ ij
⎛ 1
⎜⎜

< φ(F) > 2 ⎟⎟ =
∂ ⎛ 1
⎜⎜ ( J 2 − τ Y0 ) ⎞⎟⎟
2
(66)
⎝ 2μ ⎠ ∂σ ij ⎝ 2μ ⎠

Estabelecendo a derivação indicada obtém-se:



∂σ ij
⎛ 1
⎜⎜ ( J 2 − τ Y0 ) ⎞⎟⎟ = 21μ × 2(
2
)
J 2 − τ Y0 ×

( J 2 − τ Y0 ) (67)
⎝ 2μ ⎠ ∂σ ij

vindo ainda:

∂σ ij
( J 2 − τ Y0 =) ∂σ ij
()
∂ 12 1 − 12 ∂J 2
J2 = J2 ×
2 ∂σ ij (68)

em que a derivada do segundo invariante das tensões de desvio J2 é facilmente calculada a


partir de (22.b) resultando para todos os componentes:
Viscoplasticidade 17

⎧ ∂J 2 ⎫ ⎧ 2σ − σ − σ ⎫
⎪ ∂σ ⎪ ⎪ xx yy zz

⎪ xx
⎪ ⎪ 3 ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ 2σ − σ − σ ⎪
⎪ ∂σ ⎪ ⎪ yy xx zz

⎪ yy ⎪ ⎪ 3 ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ 2σ − σ − σ ⎪
⎪ ⎪ zz yy xx
∂J 2 ⎪ ∂σ zz ⎪ ⎪⎪ 3
⎪⎪
=⎨ ⎬= ⎨ ⎬ (69)
∂σ ij ⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ xy ⎪ ⎪ τ xy ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ yz ⎪ ⎪ τ yz ⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂J 2 ⎪ ⎪ ⎪
⎪ ∂τ ⎪ ⎪⎩ τ xz ⎪⎭
⎩ xz ⎭

ou seja, a derivada do segundo invariante das tensões de desvio em ordem às componentes


do tensor das tensões conduz às componentes do tensor das tensões de desvio:
∂J 2
= s ij (70)
∂σ ij

Finalmente, combinando (67), (68) e (70) e substituindo em (66) obtém-se:


1 ⎛⎜ J 2 − τ Y 0 ⎞ ⎛ ⎞
ε& ij =
1
( )1 −1
× 2 J 2 − τ Y 0 × J 2 2 × s ij =
2μ ⎜⎝
⎟s ij = 1 ⎜1 − τ Y 0 ⎟s ij
⎟ 2μ ⎜⎝
(71)
2μ 2 J2 ⎠ J 2 ⎟⎠

Como se pretendia obteve-se a mesma expressão que a obtida para o modelo de


Prager em (52) na parcela referente ao comportamento viscoplástico.
De um modo geral pode-se admitir que as componentes da taxa de deformação são
obtidas a partir de um parâmetro de viscosidade do material μ (pseudo viscosidade), do
potencial viscoplástico Q(σij) e de uma função do potencial viscoplástico φ(Q) [21]:
∂Q
< φ(Q ) >
1
ε& ij = (72)
μ ∂σ ij

De modo análogo ao que se considerou na teoria da plasticidade, também aqui se


pode assumir para o potencial viscoplástico a própria função representativa da superfície
de cedência F(σij), designando-se esse procedimento por viscoplasticidade associada,
passando então a escrever-se:
Viscoplasticidade 18

∂F
< φ(F ) >
1
ε& ij = (73)
μ ∂σ ij

Sendo a função de cedência dependente do estado de tensão, isto é das componentes


do tensor das tensões, também é dependente dos seus invariantes, pelo que se pode
escrever [20]:
∂F ∂F ∂σ m ∂F ∂J 2 ∂F ∂J 3
= + + (74)
∂σ ij ∂σ m ∂σ ij ∂J 2 ∂σ ij ∂J 3 ∂σ ij

em que σm corresponde à tensão média:


σ xx + σ yy + σ zz I1
σm = = (75)
3 3

e J3 é o terceiro invariante das tensões de desvio:


J 3 = s xx s yys zz + 2τ xy τ xz τ yz − s xx τ 2yz − s yy τ 2xz − s zz τ 2xy (76)

Particularizando para o critério de von Mises (65) tem-se:


∂F ∂F ∂F 1 1
= =0, = (77)
∂σ m ∂J 3 ∂J 2 2 J 2

Substituindo (70) e (77) em (74) resulta:


∂F 1 1
= s ij (78)
∂σ ij 2 J 2

Tome-se para F em φ(F) uma função coincidente com a função de cedência de von
Mises:
n
⎛ σ ⎞
φ(F ) = ⎜⎜ J 2 − Y ⎟⎟ (79)
⎝ 3⎠

em que n é uma constante característica do material.


Substituindo (78) e (79) em (73) obtém-se a seguinte expressão para o cálculo das taxas de
deformação viscoplásticas:
n
1⎛ σ ⎞ 1 1
ε& ij = ⎜⎜ J 2 − Y ⎟⎟ s ij (80)
μ⎝ 3 ⎠ 2 J2

No entanto, considerando a taxa de deformação viscoplástica como em (48), isto é,


tomando a relação de um fluido newtoniano:
Viscoplasticidade 19

1
ε& ij = s ij (81)

pode-se estabelecer uma relação entre a viscosidade μ e o parâmetro de pseudo viscosidade


μ:
n
1 1⎛ σ ⎞ 1 1
= ⎜⎜ J 2 − Y ⎟⎟ (82)
μ μ⎝ 3 ⎠ 2 J2

Atendendo à relação:
s ij s ij = (2ε& ij ε& ij )(2ε& ij ε& ij ) ⇒ 1
2
s ij s ij = μ 2 × 2ε& ij ε& ij (83)

ou, pela definição de segundo invariante das taxas de deformação (30) e do segundo
invariante das tensões de desvio,
s ij s ij = J 2 = μ 2 × I ′2
2
1
2
(84)

que substituindo em (82) permite definir a viscosidade em função da tensão de cedência e


da taxa de deformação:
n
⎛ σ ⎞ σY
+ (μI ′2 ) n
1
⎜⎜ μI ′2 − Y ⎟⎟
1 1⎝ 3⎠ 3 (85)
= ⇒ μ=
μ μ ′
μI 2 I ′2

O tratamento numérico da equação (85) oferece alguma dificuldade para valores da


taxa de deformação efectiva muito próximos de zero, os quais se verificam para valores de
viscosidade μ→∞. Com o objectivo de ultrapassar este problema pode-se utilizar um valor
de corte para a viscosidade. Para o efeito limita-se o valor da viscosidade a um número que
não cause problemas do ponto de vista numérico sempre que o segundo invariante I ′2 seja
nulo, ou tome valores muito próximos de zero, e conduzisse desse modo a um valor de μ
demasiado elevado [21].
Existem outras funções φ(F) especialmente desenvolvidas para altas temperaturas
(ver referência [15]), no entanto as funções apresentadas por Perzyna são as seguintes [13]:
Viscoplasticidade 20

⎛ ⎛ σ − σY ⎞⎞
tipo exponencial: φ(F ) = exp⎜ m⎜⎜ ⎟⎟ ⎟ − 1 (86)
⎜ ⎟
⎝ ⎝ σY ⎠⎠

tipo potencial (1): φ(F ) = ⎛⎜⎜ σ − σ Y ⎞


⎟⎟ (87)
⎝ σY ⎠

tipo potencial (2): φ(F ) = ⎛⎜⎜ σ ⎞


⎟⎟ − 1 (88)
⎝ σY ⎠

em que para todas as funções m e n são constantes características do material.

7. Procedimento Computacional para Problemas Viscoplásticos


Zienkiewicz e Cormeau desenvolveram importante trabalho no desenvolvimento de
algoritmos tendo em vista a aplicação ao método dos elementos finitos do modelo de
Perzyna [18][19].

7.1. Incremento de Deformação Viscoplástico


O incremento das componentes de deformação viscoplásticas Δε ij no intervalo de
tempo Δt pode ser obtido a partir das componentes do tensor das taxas de deformação ε& ijk −1
correspondentes ao instante tk-1 e do tensor das taxas de deformação ε& ijk no instante tk:

(
Δε ij = Δt (1 − Θ )ε& ijk −1 + Θε& ijk ) (89)

O parâmetro Θ, válido para valores 0≤Θ≤1 define o tipo de integração ao longo do tempo.
Para Θ=0 obtém-se um esquema de integração de Euler, ou totalmente explicita:
Δε ij = ΔtΘε& ijk −1 (90)

Para Θ=1/2 obtém-se uma integração do tipo trapezoidal, ou de Crank-Nicholson,


enquanto que para Θ=2/3 obtém-se um esquema de integração de Galerkin. Para Θ=1
obtém-se uma integração totalmente implícita.
O estabelecimento das componentes do tensor das taxas de deformação ε& ijk no
instante de tempo tk pode ser realizado a partir de uma expansão em serie de Taylor [11]:
Viscoplasticidade 21

∂ε& ijk −1
ε& ijk = ε& ijk −1 k −1
dσ ijk −1 (91)
∂σ ij

ou reagrupando as componentes sob a forma de vector,


ε& ik = ε& ik −1 + H ij dσ kj −1 (92)

7.2. Estabelecimento da Matriz H


Arrumando as componentes do tensor das tensões num vector σ:
σ = {σ xx , σ yy , σ zz , τ xy , τ xz , τ yz }
T
(93)

pode-se estabelecer o vector de fluxo a partir de (74) obtendo-se as seguintes


componentes:
∂F ∂F ∂σ m ∂F ∂J 2 ∂F ∂J 3
ai = = + + (94)
∂σ i ∂σ m ∂σ i ∂J 2 ∂σ i ∂J 3 ∂σ i

ou,
∂F ∂F
ai = = (a i )1 + ∂F (a i )2 + ∂F (a i )3 (95)
∂σ i ∂σ m ∂J 2 ∂J 3

A matriz H é estabelecida por derivação de (73):


∂ε& ijk −1 1 ⎛⎜ ∂a dφ(F ) ⎞
H ij = = φ(F ) i + aia j ⎟ (96)
∂σ ijk −1 μ ⎜⎝ ∂σ j dF ⎟

em que por simplicidade se omitiu o símbolo <•>. Após algumas transformações


matemáticas a expressão (96) é normalmente rescrita na seguinte forma [11][20]:

H ij = ∑ Fk (M ij )k
6
(97)
k =1

em que as componentes das matrizes Mk são calculadas a partir das parcelas do vector de
fluxo (94):
Viscoplasticidade 22

∂ (a i )2
(M ) = (98.1)
∂σ j
ij 1

(M ) = (a ) (a )
ij 2 i 2 j 2 (98.2)

3 ∂ (a i )3
(M ) = (98.3)
2 ∂σ j
ij 3

(M ) = (a ) (a )
ij 4 i 3 j 3 (98.4)
(M ) = (a ) (a ) + (a ) (a )
ij 5 i 2 j 3 i 3 j 2 (98.5)
(M ) = a a ij 6 i j (98.6)

e em que Fk toma os seguintes valores:

φ(F ) Fk para k≤5


1
Fk = (99.1)
μ

1 dφ(F )
F6 = (99.2)
μ dF

sendo os valores de Fk função do critério de cedência utilizado [11].


Para os critério de cedência de von Mises e de Drucker-Prager tem-se:
3
F1 = (100.1)
12J 2

3
F2 = − (100.2)
2J 2

Fk = 0 para 3≤k≤5 (100.3)

Para o critério de cedência de Tresca tem-se:


Viscoplasticidade 23

3
F1 = (101.1)
12J 2

⎛ 3 3 ⎞
− 2 cos(θ )⎟
2 ⎜
F2 = (101.2)
J 2 (cos(3θ )) ⎜4 J ⎟
2
⎝ 2 ⎠

2 3 sen (θ )
F3 = (101.3)
3J 2 cos(3θ )

3
F4 = (101.4)
2J 2 J 2 (cos(3θ ))
2

2 3 sen (θ ) ⎛3 ⎞
F5 = ⎜ + cos(θ ) cos(3θ )⎟ (101.5)
J 2 J 2 (cos(3θ )) ⎝ ⎠
3
2

em que θ é o invariante das tensões:


⎛ 3 3 × J3 ⎞
1
θ = sen −1 ⎜ − ⎟ ; θ ∈ ⎡− π , + π⎤ (102)
3 ⎜ 23 J ⎟ ⎢⎣ 6 6 ⎥⎦
⎝ 2 ⎠

7.3. Definição do Intervalo de Tempo Δt


De modo a assegurar a estabilidade do algoritmo, para integrações implícitas o
intervalo de tempo Δt a considerar em (89) para todo o corpo é o menor dos valores
obtidos do seguinte modo [12]:
2
ε ij ε ij
Δt ≤ τ
3
(103)
2
3
ε& ij ε& ij

em que τ é uma constante podendo tomar valores no intervalo:


τ ∈ ] 0.01,0.15 [ (104)

Para esquemas explícitos (Θ=0) em viscoplasticidade associada (Q≡F) e em que a


função do potencial plástico φ(F) seja uma função linear de F, Cormeau estabeleceu limites
teóricos estáveis para alguns critérios de cedência, nomeadamente [5]:
Viscoplasticidade 24

4(1 + ν )μσ Y 0
critério de von Mises: Δt ≤ max{Δt} = (105.1)
3E

(1 + ν )μσ Y 0
critério de Tresca: Δt ≤ max{Δt} = (105.2)
E
Viscoplasticidade 25

8. Referências

[1] Bingham, E.C., (1922), Fluidity and Plasticity, New York.

[2] Bird, R.B., Armstrong, R.C. & Hassager, O., (1987), TheDynamics of Polymeric
Liquids: Fluid Mechanics, Vol.1, Wiley, New York.

[3] Bird, R.B., Armstrong, R.C., Hassager, O. & Curtiss, C.F., (1987), TheDynamics of
Polymeric Liquids: Kinetic Theory, Vol.2, Wiley, New York.

[4] Chung, T.J., (1988), Continuum Mechanics, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New
Jersey.

[5] Cormeau, I.C., (1975), Numerical stability in quasi-static elasto-viscoplasticity, Int.


J. Num. Meth. Eng., Vol.9, pp.109-127.

[6] Critescu, N., (1982), Viscoplasticity, Kluwer Academic Publishers.

[7] Fung, Y.C., (1965), Foundations of Solid Mechanics, Prentice-Hall, New Jersey,
U.S.A.

[8] Gupta, R.K., (1994), Particulate suspensions, S.G. Advani (ed.): Flow and
Rheology in Ploymer Composites Manufacturing, Composite Materials Series,
Vol.10, Elsevier, Amsterdam.

[9] Kachanov, L.M., (1974), Fundamentals of the Theory of Plasticity, MIR


Publishers, Moscow.

[10] Lubliner, J., (1972), Plasticity Theory, Macmillan Publishing Company, New York.

[11] Marques, J.M.M.C., (1984), Finite and Infinite Elements in Static and Dynamic
Structural Analysis, PhD. Thesis, University College of Swansea, Wales,
C/Ph/78/84, U.K.

[12] Owen, D.R.J. & Hinton, E., (1980), Finite Elements in Plasticity: Theory and
Practice, Pineridge Press, Swansea, U.K.

[13] Perzyna, P., (1966), Fundamental problems in visco-plasticity, Recent Advances in


Applied Mechanics, Academic Press, New York.

[14] Prager, W., (1961), Introduction to Mechanics of Continua, Dover.


Viscoplasticidade 26

[15] Schönauer, M., Rodic, T. & Owen, D.R.J., (1993), Numerical modeling of
thermomechanical processes related to bulk forming operations, J. de Physique IV,
pp.1199-1209

[16] White, F.M., (1994), Fluid Mechanics, 3th ed., McGraw-Hill, New York.

[17] von Mises, R. (1913), Mechanic der Festen Körper in Plastisch Deformablem
Zustand, Göttinger Nachr. Math. Phys. Kl., pp.582.

[18] Zienkiewicz, O.C. & Cormeau, I.C., (1974), Visco-plasticity and creep in elastic
solids - a unified numerical solution approach, Int. J. Num. Meth. Eng., Vol.8,
pp.821-845.

[19] Zienkiewicz, O.C. & Cormeau, I.C., (1972), Visco-plasticity solution by finite
element process, Arch. of Mech., Vol.24, pp.873-889.

[20] Zienkiewicz, O.C. & Taylor, R.L., (1989), The Finite Element Method, 4th ed.,
Vol.2, McGraw-Hill, New York.

[21] Zienkiewicz, O.C. & Godbole, P.N., (1974), Flow of plastic and visco-plastic solids
with special reference to extrusion and forming processes, Int. J. Num. Meth. Eng.,
Vol.8, pp.3-16.

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