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outras seriam sociedades forjadas pelos escravos nas novas condies em que se acharam nas
colnias do Novo Mundo.
As relaes entre senhor e escravo caracterizam-se pela tendncia reificao do
escravo, e pela alienao do escravo e do senhor. A escravido esconde o carter bilateral da
relao senhor/escravo. O senhor v no escravo sua propriedade, e o escravo no est em
condies de perceber a verdadeira natureza da relao.
ALGUMAS POLMICAS TERICAS E INTERPRETATIVAS
Existem algumas polmicas tericas e interpretativas sobre a unidade ou diversidade
do escravismo americano. Alguns historiadores comearam a mostrar que a maior
benegnidade da escravido latino-americana era mais um mito do que um fato, sobretudo nas
fases de plena integrao ao mercado mundial. Eugene Genovese empreendeu em uma obra
sua a questo dos senhores de escravos, onde demonstra a existncia de diversos sistemas
escravagistas nas Amricas. Na sua opinio tais sistemas dependeram do grau varivel de
cristalizao social e de conscincia de classe pelos grupos de senhores de escravos em
diferente partes do continente. Enfim, s havia um sistema escravagista no Novo Mundo.
As colnias surgiram como anexos complementares da economia da Europa e na
dependncia de sociedades metropolitanas. No contexto da tendncia econmica mundial
europia, Ciro Flamarin destaca o estudo de Immanuel Wallerstein, que prope que os
Tempos Modernos sejam analizados em funo de um sistema econmico mundial, formado a
fins do sculo XV e princpios do seguinte como algo totalmente novo: um sistema social que
no tem paralelo em toda a histria humana precedente. Em funo disso, surgiram diversas
formas de produo, todas capitalistas. A opinio de Ciro Flamarion a esse respeito consiste
em negar ou esquecer o carter colonial partilhado pela Afro-Amrica e outras zonas de
colonizao europia durante sculos. Mesmo aceitando esse fato inegvel, possvel e til
tentar construir uma espcie de economia poltica que explique o funcionamento, por
exemplo, das economias escravistas coloniais.
A DESTRUIO DO ESCRAVISMO AMERICANO
A destruio do escravismo americano teve como fatores os limites da elasticidade do
sistema escravista que existia no Novo Mundo. Fernando H Cardoso aponta trs limites que
define o problema: o trafico negreiro; a sobrevivncia do sistema escravocrata que visa