Vous êtes sur la page 1sur 540
INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA MiGueL NIMER oe es - ee pt So Ce a Copyright© 2000 by Maritda Nimer Moreira éa Silva Medigdo (petoautor) ‘Tomo I, primeira parte: Sio Paulo 1943 ‘Tomo I,segundaparte: S50 Paulo 1944 2 edigao revista (Edusp) 2005 Dados Internacionais de Catalogago na Publicagio (CIP) (Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nimes, Miguel Influéncias Orientais na Lingua Portuguesa: Os Vocdibulos Arabes, ‘Arabirados, Persas ¢ Turvos: Etimologia/A plicagdes Analiticas/ Miguel [Nimer. ~2. ed. ev. /Coordenador Editorial Carlos Augusio Calil S30 Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo, 2006. Bibliografia ISBN 85-314.0707-9 1. Portugués — Elementos estrangeiros — Lfnguas érabes. 2. Portu- gués—Etimologia 3. Portugués Histéria. I. Cali, Carlos Augusto. U. Thuto, 02-2768 cDp-469.249 Indices para catilogo sistemético: J. Lingua Portuguesa: Influéncias orientais: Linglstica 459.249 2. Portugués: Influncias orientais: Linglistica 469,249 Direitos reservados 2 Edusp ~ Editors da Universidade de Sao Paulo Av. Prof. Luciano Gualerto, Travessa J, 374 6" uncar ~Ed. da Antiga Reitoria ~ Cidide Universitaria (05508-900 — Sto Palo - SP - Brasil Divisio Comercial: Tel. (Oxx1 1) 3091-4008 / 3091-4150 SAC (OxxI1) 3091-291 1 = Fax (Oxx11) 3091-4151 ‘wwwaisp.be/edusp e-mail: elusp@eduusp br Printed in Brazil 2005 Foi feito odepésito legal SUMARIO PREFACIO. . u INTRODUGAO 15 PRocEssO DA OBRA.. PLANO GERAL DA OBRA DEFINIGOES BIBLIOGRAFIA LISTA DE SIGLAS .... TRANSCRIGOES FONETICAS . SINAIS DE CONVENGAO RECAPITULACAO DAS TRANSCRICOES FONETICAS Lista pe AaREVIATURS 33 ETIMOLOGIA — APLICAGOES ANALITICAS ... INDICE Dos VocADULOS PoRTUGUESES . FORTUNA CRITICA Presenca de um Fildlogo ~ C: 643 Influéncias Oriemtais na Lingua Portuguesa: Um Livro do Filélogo Brasileiro Sn Miguel Nimer ~ R. S.J. 647 Miguel Nimer: Influéncias Orientais na Linguct Portuguesa ~ Seratirn Silva Neto... 649 Influéncias Oriemais na Lingua Portuguesa — Silveira Bueno 653 [Carta ao Aur] — Michel Chaoul Hayek .... neinnnresneensnnnnnsenneee OST © Livro E SEU AuTor — Carlos Augusto Calil 659 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. PREFACIO Quand les Phéniciens ont colonisé la Méditerranée, ils oni posé le probleme des contacts avec l'Europe; quand UAsiate Enée est venu en lialie fonder Rome, it a continué; quand la religion chrétienne, née en Judée, a pris son essor pour cowvrir ta planete entidre, elle continuait encore; et quand tes Turcs ont oceupe Constantinople, ils suivaient le mame sillon. Par contre, quand Agamemnon commandait Varmée grecque devant Troie, quand Alexandre poussait son expédition jusqu’au Gange, quand les Romains étendaient leur empire chez les Parthes, quand les Croisés fondaient un nouveau royaume de Jérusatem, quand 1 comptoirs et leur domination sur les rivages de VAsie, le mouvement se produisait en sens contraire: tels sont les balancements de Uhistoire, 1922) colonisateurs portugais, hollandais, francais, anglais renaient leurs Gabriel Hanotaux, “Un peu d'histoire” (Le Figaro, 16- As conquistas do Islio, que se estenderam sobre uma parte do mundo, deter- minaram grandes modificagdes na vida dos povos conquistados. Em certos paises como o Iraque, a Transjordénia, a Siria, 0 Libano, a Palestina, 0 Egito e todo o litoral da Africa Setentrional, a conquista teve conseqiiéncias duradouras. A Iin- gua drabe substituiu as linguas ou dialetos dos povos conquistados. Atingiu os vocabulos em superficie, e as formas de expressio, em profundidade. Nao conse- guiu, todavia, alterar completamente o sistema fonético que, destarte, representou a forma de resisténcia natural contra o invasor. Os dialetos que se falam nesses paises hoje sdo a reagio do arameu, do sirfaco, do nabateu, do copta, do berbere © do latim contra o drabe, idioma do Hejaz ¢ de outras diferentes regides das Ardbias'. Stio um modelo de resistncia dos substratos contra uma norma. 1. A direa de civilizagao drabe, consequente as conquistas do IslZo, abrange uma vasta parte da terra que se estende das indias e dos mares do Oriente até o Atlintico ¢ o centro da Africa, © emprego de Ardbias, no plural, diverso do sentido restrito que se Ihe dé na lingua portu- guesa, como o de Andias, justifica-se plenamente para caracierizar a imensa variedsde do campo onde se exerceu, ¢ ainda se exerce, a influéncia religiosa e lingufstica dos arabes. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. MIGUEL NIMER que trata das influéncias orientais em nossa lingua se constitui principalmente desse contingente. wae Durante © século pasado, diversos autores estudaram 0 assunto, em outras linguas. Alguns em trabalhos que abrangiam o castelhano ¢ o portugués (Engel- mann, Dozy); outros, em trabalhos que, além dessas linguas, ainda se estendiam aos dialetos de toda a Peninsula Ibérica (Eguila & Yanguas) e suas possesses orientais, ou a todas as linguas da Europa (Lokotsch, 1927); os demais citaram o portugues incidentemente, para justificar algumas formas de determinada lingua, como o francés (Devic, Lammens). Os lexicdgrafos (Candido de Figueiredo, An- tenor Nascentes etc.) trataram dos elementos orien compreendiam a totalidade do vocabuldrio portugués. Salvo erro ou omissio, & essa, na ordem cronolégica, a bibliografia consagra- da ao estudo das influéncias orientais ¢, principalmente do drabe, nas Iinguas da Europa e, particularmente, no portugues, espanhol e francés: ENGELMANN, W. H. Glossaire des mots espagnols et portugais tirés de Uarabe. Leyden, 1861. Dozy, R. Glossaire des mois espagnols et portugais dérivis de l'arabe. Leyden, 1869. DEVIC, Marcel. Dictionnaire étymologique des mots d'origine orientale (Suple- mento ao diciondrio de Littré). Paris, 1876. EGUILAZ & YANGUAS. Glosario Etimolégico de las Palabras Espaiolas (cas- tellanas, catalanas, mallorquinas, portuguesas, valencianas y bas-congadas) de Origen Oriental. Granada, 1886. LAMMENS, Henri. Remarques sur les mots francais dérivés de Varabe. Beirute, 1890. LOKOTSCH, Karl. Etymologisches Worterbuch der européiischen (germanischen, romanischen und slavischen) Wérter orientaliscen Ursprungs. Heidelberg, 1927. 16 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. PROCESSO DA OBRA A — PARTE PORTUGUESA Programa Reuniio dos materiais, por eliminago dos elementos pertencentes as linguas pérsica, turca ¢ As do grupo de linguas ditas semiticas. Divisdo em grupo, em familia Citagdo, com as respectivas definigdes, dos vocdbulos primitivos, das varian- tes, dos derivados Registo, de acordo com cada caso, das particularidades seguintes: + termos afins, em portugués ou em outras Iinguas; * formas paralelas, em portugues, procedentes diretamente do latim, do gre- go, ou outra lingua qualquer; + elementos que, no portugués, representam uma tradugiio do vocébulo de origem oriental que se quer estudar, ou outra particularidade (analogia etc.). Formas duvidosas, Referéncias. Fontes Principal: CDF. Acessrias: SDF, VLD, para muitas formas arcaicas, nomes de estrelas etc., que nio cita CDF; e SRD, para as formas de procedéncia asidtica € certas variantes de introdugiio recente, que nao se encontram sempre em outros léxicos. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. I tL Iv VI VII PLANO GERAL DA OBRA = 1.0s vocdbulos arabes 2. Os vocdbulos arabizados: a) de origem grega b) de origem latina ¢) de origem pérsica 4) de origem turca ete. - 1.Os vocdbulos pérsicos 2. Os vocdbulos pérsicos de origem drabe etc. = 1.0s vocdbulos turcos 2. Os vocdbulos turcos de origem arabe ou pérsica ete. — Os vocabulos hebraicos, fenicios, arameus, sirfacos ete. ~ Os vocdbulos de origem duvidosa — Textos originais (documentos e pegas de justificago nas linguas de proce- déncia ou de origem). ~ A ira de Camies (tese final) Nota, O estudo de cada uma das linguas de procedéncia, com excegiio dos termos de origem duvidosa, abrange as seguintes matérias: Etimologia (aplicagdes anali- ticas) — Morfologia — Fonética — Semintica, aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. MIGUEL NIMER MORFEMAS, Exprime o morfema a relagdo entre as idéias, a que o espirito estabelece entre os semantemas. E 0 elemento de formagio que confere um aspecto gramatical aos elementos de significagio e, destarte, serve para definir a espécie do vocabulo (nome, verbo etc,), a categoria gramatical (género, nimero, pessoa), a relacdo sintéxica (sujei- to, regime). Ex. em ‘alkitab, -b, sio os semantemas ¢ ‘al-i-G-, sio os morfemas. Os tragos (---) servem para indicar o lugar de intercalagdo dos semantemas e morfemas, separadamente, ¢ na ordem. Existem trés principais categorias de morfemas. A primeira é um elemento fonético (artigo, desinéncia, tema), ou um afixo (prefixo, infixo, sufixo), ou qualquer outro que indica a relagdo ou as relagées gra- maticais na frase. O segundo obtém-se pala alterndncia vocdlica, espécie de flexio interna que se efetua dentro do corpo do vocdbulo. O plural, em portugués, obtém-se geral- mente pela desinéncia -s, que se pospée a0 vocdbulo, Em frabe o sistema € dife- rente. Dentro do vocibulo efetua-se uma modificagio da estrutura. Os semante- mas subsistem. Os morfemas modificam-se, 3s vezes profundamente, ¢ deslocam-se. O plu- ral de kita (livro) & kutub (livros); 0 de jaithar (aljofre) € jawahir (aljofres), 0 de safarjal (marmelo) € safarij (marmelos). A terceira 6 0 respectivo lugar dos semantemas na frase, do qual niio se trata- r neste trabalho, em que teremos ensejo apenas de verificar a presenca de ele- mentos morfoldgicos da primeira e, em certos casos, da segunda categoria. TIPO Este termo corresponde ao érabe wazn que, em sentido préprio, significa peso, extensivamente padrdo, modelo e, no conceito dos graméticos, representa a com- binagdo dos morfemas com os semantemas, Para indicar 0 tipo do vocabulo, apli- cam-se aos elementos da raiz (fil, filk, filkd) as vogais que constituem esse tipo. Ex. kitdb € do tipo fitdl, isto 6, 0 primeiro elemento da raiz ktb, 0 k, deve ser pro- nunciado com i, daf ki-, 0 segundo, t com a, daf -td-, € 0 terceiro b com nunagio 30 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. MIGUEL NIMER além do arabe ndranj < pérsico n@rank, outros fatores entraram em jog arancium, arangium, aurantium (citrus), assim como talvez formas parale- las existentes em outras Iinguas; que 0 estudo da origem dos vocdbulos implicava sempre 0 encontro de so- lugGes paraas formas de cada vocdbulo, existentes no portugués, ou em cada uma das linguas que tomaram esses vocdbulos de empréstimo, o que niio € cientificamente aceitavel, nem praticamente possivel, porque existem for- mas duvidosas que serdo sempre duvidosas e, se algumas acharem explica- gio ou solugo, outras nunca, por falta de termos intermedidrios, os quais marcam as fases sucessivas da evolucdo, digo da formacdo interna, no seio das linguas que existem, na terminologia, nomes admirdveis, cientificamente fabrica- dos e desenhos, planos ou esquemas que marcam, designam, especificam, indicam, mostram, demonstram, revelam, determinam, mencionam, inscre- vem ou descrevem, ou desenham, ou fotografam os fendmenos em algumas de suas fases, ou certos aspectos de sua evolucao, digo de sua formagio no seio de uma lingua, mas nao os explicam. 34 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. MIGUEL NIMER LOKOTSCH, Karl. Etymologisches Worterbuch der europdischen (germanischen, romanischen und slavischen) Worter orientalischen Ursprungs. Heidelberg, 1927 (Ref. Lokotsch). MALOUF, Amin, Dicionério Zoolégico Arabe (OO ~ mu‘jamu-thafawan). Cairo, 1932 (Ref. Malout, Die. Zool. Ar.). MALUR, Luiz. Léxico Escolar Arabe (OO - ‘almunjid). Beirute, 1908 (Siglas N/D). MANNA, Abbé Jacques Eugéne. Vocabulaire caldéen-arabe (QO). Mossul, 1900 (Ref. Manna, Voc. Cald). MARGOLIOUTH, D. S. islamismo. Traducido de la tercera edici6n inglesa por Carlos Riba (Col. Labor, n. 38). Barcelona/Buenos Aires, 1926 (Ref. Margoliouth, Isfam.). Marouzau, J. Lexique de la terminologie linguistique. Paris, 1933. MEILLET, A. Linguistique historique et linguistique générale. 2° ed. Paris, 1926 (Collection Jinguistique publiée par la Société de Linguistique de Paris — VIII). MiL UMA NoITES (O Livro das) (OO). Diversas edigdes citedas com todas as referéncias a0 texto. (Ref. MIL). Moura, José de Santo Antonio, Cr. Sousa, Vest. NASCENTES, Antenor. Diciondrio Etimoldgico da Lingua Portuguesa. 1" ¢ ‘nica ed. Rio de Janeiro, 1932 (Siglas NSC). NUNES, José Joaquim. Compéndio de Gramatica Histérica Portuguesa - Fonética — Morfologia. Lisboa, 1919 (Ref. J. J. Nunes, Comp.) —__. Crestomacia Arcaica. 2° ed. Lisboa, 1921 (Ref. J. J. Nunes, Crest). OLIVEIRA GUIMARAES. Fonética Portuguesa ~ Compéndio de Oriografia Nacional. Coim- bra, 1927. OLIVEIRA SANTOS, A. Guterres d’. Cf. Azevedo (Domingos de). Orta. Cf. Garcia de Orta (Ref. Orta, Coléq.). QuicHERAT. Cf. Saraiva (Siglas SRV). REINACH, Salomon. Orpheus — Histoire générale des religions ~ Terceiro milheito. Paris, 1914. Ripa, Carlos. Cf. Margoliouth (D. S.) (Ref. Margoliouth, zsfam.). RIBEIRO, Jodo. Gramdtica Portuguesa ~ Curso Superior. 20° ed. s.1., 1923 (Ref. J. Ribeiro, Gram. Port.). RICHARDSON. A Vocabulary Persian, Arabic and English. Abridged by David Hopkins from the fourth edition of Richardson's Dictionary as edited by Charles Wilkins. Londres, 1810 (Siglas RXD), RIEDLINGER, Albert. Cf. Saussure (Ferdinand de). RONZEVALLE, Louis. Les emprunts tures dans le gree vulgaire de Roumélie et espécialement d’Andrinople (Cf. Journal Asiatique. X¢ série, t. XVIII, Paris, 1911) (Sighas RNZ). SAFADI (Kalil Ibn Aibak As-). Prolégomeénes a l'étude des historiens arabes... Publiés et traduits d'aprés les manuscrits de Paris et de Vienne par M. Emile Amar. Cf. Journal Asiatique, X¢ série, t. XVI (251-3408, 465-531); t. XVII (5-48), Paris, 1911 (Ref. Saladi, Protegdmenos). SALIH BEN YAUYA. Histdria de Beirute... (OO). Publicada em arabe pelo Pe. Luiz Cheikho, de acordo com © manuscrito de Paris. Beirute, 1927 (Ref. Salih, Hist. de Beirute). SANDER, N. Ph. & TRENEL, I. Dictionnaire hébrew-francais. Paris, 1859 (Siglas SET). SaNGuINETTI, B. R. Cf. Ibn, Tbn-Batuta. SARAIVA, F. R. dos Santos. Novéssimo Diciondrio Latino portugués... Redigido segundo 0 plano de L. Quicherat. 8 ed. Rio de Janeiro/Paris, 1924. Cf. também a 2* edigdo da mesma obra s.d. (Siglas SRV). 38 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. eeu om TREE GG § oo >c ee MIGUEL NIMER (k] kha aspiragio velar surdat [d] dal oclusiva dental sonora (d port.) [4] dhal — fricativa interdental (bilateral) sonora (th inglés sonoro) (r] rar port. [z] cain = port. [s] sin sibilante surda (s port. inicial); conserva foneticamente o valor de s inicial mesmo entre duas vogais {8] chin aspiragio cacuminal surda (ch. port.) {s] sad s enfatico {d} dad —_ oclusiva dental enfética surda (d enfitico) {t] 14 oclusiva dental enfética surda (¢ enfitico surdo) [z] thé fricativa interdental (bilateral) sonora (d enfiitico) [‘] ain “articulagao giética sonora forte” (Grammont); “aspitagdo la- ringea sonora" (Feghali)5 [é] ghain “aspiragdo velar sonora” (Feghali)® [f] fa aspiragao labiodental surda (f port.) {ql af oclusiva velar enfética surda (Feghali)? * Tk] haf & port UI) tam port. [m] mim — m port. “Na realidade essas fricativas correspondem as oclusivas do tipo k, ¢ 0 dominio de seus pontos de articulagao € 0 mesmo, isto é, se estende de parte anterior do palato até a extremidade pos- terior das cavidades bucais” (Grammont, p. 70). “O o (que nesta obra é representado por *) expressa aqui uma articulagtio formada mais abaixo da faringe, sem representante nas linguas européias, e que se elimina na passagem dos voci- bulos arabicos para os idiomas da Peninsula Hispanica”, G. Viana, Apost., Pret., XI. “(..] €uma fricativa, proferida no véu do paladar e nos vocdbulos araibicos que passaram a Pe- ninsula Hispanica foi substitufda quase constantemente por g, gu”, a Iingua latina, waduzindo com certa ai ‘guia as chamadas guturais velares das palatais, vertendo na sua grafia as primeiras por qu ¢ gu eas segundas por c ¢ g. Por isso quando escrevis. por exemplo, sequens [...] figurava com exatido que o fonema inicial da segunda sflaba era um velar, isto é, um fonema determinado pelo contato do posdorso da lingua com o véu palatino que, por ser imperfeito e além disso acompanhado de um arredondamento dos labios, era seguido de um u semivogal brevissimo ‘ou melhor de um apéndice labial e, pelo contrério, quando escrevia dicens (dikens) sinalava que o fonema colocado no mesmo lugar era uma palatal de oclusdo perteita, proferida sem la- bializagao, seguida de um e.”, Oliveira Guimaraes, Fonética Portuguesa, pp. 62-63. Estudos fonéticos posteriores admitem que a zona envolvida na articulagio de {q] € uvulare Jo a velar, Sendo assim, sua definigao seria: oclusiva uvular surda. (N. R.) 4 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. MIGUEL NIMER fonética, uma forma de evitar a oclusio. Nenhuma outra hamza, inicial, medial ou final, oferece essa particularidade, como a do artigo ‘al-. E tnica’®, Finalmente, a forma hom@nima de *al-, que € pronome relativo, se assimila foneticamente aos dois casos expostos. Anteposto aos substantivos derivados, ver- dadeiros verbos ¢ assimilados ao acristo, traduz-se preferivelmente por um prono- me (aquele, aquela que...). 10, Na terminologia linguistic, corresponde 20 sandi (em sinscrito:ligagao, combinaga0). O ter- mprestado aos gramiticos da fndia para designar as modificagdes fonéticas que alte ram a inicial ow a final de um vocdbulo (sandi externo) na frase e, 3s vezes, um elemento inter- no (sandi interno) sob a influéncia de fonemas vizinhos (Cf. Marouzeau, vrbt. sandhi, p. 164). 48 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. LISTA DE ABREVIATURAS aa, (aa) acepgdo drabe barb, .- barbaro abs, 1 absolute beir. sesiaiocnim ara Det 2.¢.. .amtes de Cristo BED. ern sone Berber oe scusativo bibl bibiico ACEP. sors scepso Dili. bitter agor. sgoreano bit. soe bitransitive ait sannoneBCitiVa hotsgivagcciaveca botines adj adjetivo DIAS, oe somnmnnnnninennee Brasileirisme adj. f. adjetivo feminino burl burlesco adj. m. adjetivo masculine aj. rel, relat. adjetivo relativo EADO-VER, sn rsnenneennne €abo-VerdeaNO adenda cap. capitulo adverbio cast. .castelhano agricultura of confira -alentejano hu cchulo algarvio IM, snsrnennennennnne CMeBELICA amigo cit. sien Ct frabe el clissico .aramaico col coletivo, colegio . arbitrério com, comum arcaico cone. v« €ontcan ait const. constitutive .arguitetura COME seven contragao artigo corr. coruptela sw artigo érabe COMES nen comtespondente ant def. artigo definido . ‘compare an, indef. . artigo indefinido asi... 1 asidtico def. definido ass. ass. -assirio dem, demonstrative ast astronomia dep. depreciativo astrol. astrologia deriv. .» derivado, derivaglo 425, seonennnneonne €SUSAUO b -baixo det determirado bela, baixo-latin ait. diferente aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. CAFILA - CAFILLA(S) CAPILA, s. f. “Caravana. Grande niimero de camelos que transportam merca- dorias. Bando; matulagem, corja” CDF. CAFILLA(S), s. var. Cf. SRD, I, 169b. texto do sée, XVI Cf. catrafiar, catrafilar ¢ trancafilar, vebt. catar (n. 255), € espan. alcoholar, intr. DLE. Cp. ér. cl. gafilalt: “Termo optativo. Aquela que voltars; a que hé de voltar... Grupo de pessoas que voltam de viagem, ou iniciam viagem, e pelas quais se fa- zem votos para que voltem. Os drabes, segundo Al-Azhari, aplicavam optativa- mente o termo aos que se levantavam para uma investida, a fim de que tornassem a voltar” < gafala, v. i. “voltar, regressar”; ‘agfala, v. t. “seguir alguém com o olhar” ¢ "agfala uma porta, no sentido de feché-la, pér-lhe um cadeado; ef. loc. verb. qafala raji‘an: “estar de volta” < *qfl ODO. Cf. FRQ, n. 1073, p. 301 s. (deriv.), f. Gah), sg.5 semant. q-f-l--; morf. -d-i-aht.; tipo fatil, com a part. do f. -ah!, Sobrevivencia. Nota. Do sentido de boa volta!, que subentende: duma viagem, gazua, pere- grinagao religiosa ou guerra, resvalou-se ao de caravana. Des discussdes travadas, desde hé muito, entre os drabes, basta reter que o termo deveria ser empregado com outros termos apropriados que fizessem entender que se desejava o regresso da caravana a0 ponto inicial da partida. Infere-se disso que, nem no meio da viagem antes da chegada, nem durante o regresso, se deva dizer g@filah', particularidade em que nunca pensaram ou pensam os escritores quando escreviam ou escrevem, que suscitou controvérsias sem fim. No siriaco e aramaico, a raiz semitica afl, entre outros sentidos, que também existem no drabe, tem o de regressar. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA ‘ZENAGEM, s. f. “Aco de armazenar. Aquilo que se paga pelo depésito de merca- dorias em alffindegas, e noutras estagdes de despacho” CDF. ARMAZENARIO, s. m. bras. de Pernambuco. “Negociante que toma de arrendamento grandes armazéns, ‘onde deposita agticar que compra para revender ou exportar” CDF. ARMAZENISTA, s, m. bras. “Fiel de armazém, Encarregado de armazém” CDF. ALMAZENAR, V. t. “POr, depositar em almazém” SDF. ALMAZENAGEM. s. f. “Tempo durante o qual ficam depositadas no almazém mercadorias e outras subs- tancias” SDF. ALMAZENEIRO, s. m. “O proposto A guarda dum almazém” SDF. ALMAZENADO, pp. de almazenar ¢ adj. “Depositado em almazém” SDF. ARMAZE- NADO, adj. “Guardado em armazém" CDF. MAGAZINE: “Do ingl. magazine, de origem arabe (v. Armazém), através do fr.” NSC. MAaGaziM: “Da mesma origem que o vocébulo portugués armazém € 0 italia- no magazzino, do qual os franceses tiraram 0 seu magasin, que tem a mesma sig- nificagio de “depésito de mercadorias”. A palavra passou para o inglés com a for- ma magazine, pronunciada magazine, ¢ nesta lingua, além de seu significado usual, adquiriu o de “publicacio periédica, de cardter literdrio, contendo leituras amenas e instrutivas, e adornada de estampas”. A palavra inglesa voltou, no pri- meiro quartel do século passado, 4 Franga, onde com esta forma atualmente, ou primeiro com a francesa, designou ¢ designa esta mesma espécie de publicagées, as quais modernamente se adicionaram artigos ¢ figurinos de medas, principal- mente femininas. “Na ilha de Madeira o vocdbulo inglés magazine tomou a forma magazim, no plural magazins, e designa figurinos e moldes para talhar pegas de vestudrio”, G. Viana, Apost., I, 93. Cp. mais MAZAGANIA, s. f. ant. “Companhia de soldados mouros: ‘Apés ele vinha 0 alcaide com sua mazagania...’ Géis, Cron. de D. Man., p. IV, c XLIV. (Do ar.)" CDF, com texto que segue: “A V’heure fixée d’avance, nous nous metions en mouvement. Cing moghazni et cing soldats ordinaires, qui constituent la garde d*honneur du ministre, nous précédent, comme dans toutes nos sorties officielles. Ils portent tous un long et solide baton qui, par le large et généreux usage qu’ils en font, devient, dans leurs mains, une arme plus redoutée que le sabre inoffensif passé & Ia cinture du moghazni.” Dr. A. Marcet, Le Maroc, Voyage d'une mission frangaise 4 la cour du Sultan, Paris, 1885, pp. 30-31. Na mesma obra, a pagina 111, lé-se ainda: “Enfin, a c6té de la mellah (quartier spécial des juifs, 4 Marrakech] se trouve la Kasbah, avec une autre enceinte ison du particuligre. Elle comprend le palais du sultan, le dar-maghzen ou mi gouvernement, le méchouar, place reservée aux audiences publiques, et un certain nombre de constructions occuppés par des moghazni et leur famille”. 63 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 12, ALGAR ALGAR, s. m. “Caverna, Gruta, Despenhadeiro” CDF. ALGARAG, s. m. prov. beir. “Grande algar, grande caverna” CDF. ALGAREIO, s. m. trm. de Serpa. “Pe- queno algar ou furna, de mato crescido” CDF. Cp. dir. el. *algar, composto de ’al-, art., ¢ de -gdr: “Caverna. Gruta, Cova, na montana. Antro de feras", que se prende ao v, gara (originariamente gawara): “Entrar (a Agua) dentro des penetrar, Introduzir-se; infiltrar-se” < “gar ODO. 5. m, sg; semant. e morf. ---gar (por gaiir); tipo fal (por fatl), com *al-. So- brevivéncia, 13. ALAROCA ALAROGA, s. f. “Noiva”, J. J. Nunes, Crest., pp. 449 ¢ 550. Cp. dr. el. ’al'arizs, tanto para o “noivo” como para a “noiva”, “enquanto du- rar a ceriménia nupcial”, forma que se prefere & de "al'arasaht que designa, par- ticularmente, a noiva e se compde de *al-, art., ¢ de -‘ariisaht: “Noiva, enquanto durar a ceriménia nupcial, ou no se deve usar sendo ‘aris (subentende-se, nos dois casos)”. Outrossim, o substantivo *al'ariis significa a unido dos corpos 2, ex- tensivamente, 0 casamento, quando a ceriménia nupeial se realiza entre os paren- . diz-se "al-‘umraht tes do noivo; mas quando a ceriménia ocorre entre os da noive (Cf. **rs e **mr, ODO; ef. também FRQ, n. 752, p. 203). s. f. Gaht), sg; semant. -s; mort, "al-a-é-aht; tipo fatil, com *al-, ¢ -aht. Sobrevivencia. Nota. No Oriente Arabe, a alaroga é tratada como pequena rainha durante o seu noivado que pode durar meses ou semanas, de acordo com a posigio social de sua familia, ou da do noivo. No intervalo, desde a jihwah ou apresentagio do noivo i noi- a, até a condugao da alaroga A casa do marido, ou zaffah!, celebram-se muitas festas. No inicio, depois do dom ou apresentagio do noivo & noiva, hd o “noivado” propriamente dito; segue-Ihe a “preparagio” da alaroga e de seu enxoval; depois da condugio da noiva A casa do marido, procede-se & daflal!, ou entrada, ou & ceriménii da noite de introdugto. Aqui no é lugar proprio para tratar da “ere Durante os festejos, a tribo, a cidade, ou o pais se consideram como héspedes do lengol” dos parentes dos noivos. Os encantos da alaroga so celebrados pelos vates, nas duas familias reunidas, e entre seus amigos. Enquanto vivia no Egito, onde se entregava a seus trabalhos arqueolégicos, o grande orientalista francés G. Maspero recolheu, numa das suas obras, muitos poemas em que se descrevem os encantos das alarocas egipcias. o7 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 18-a. MANJORRA MANJORRA, s. f. “Trayessa, fixada no eixo central da nora, ¢ & qual se pren- de 0 gado para extragio da dgua do pogo ou cisterna” CDF. Cp. dr. pop. majarr{ah!), < cl. majarr: “Barrete; viga; trave; gt cl. mijarr Corda (literalmente, fio) grossa, que se aplica sobre a roda para a fazer tornar”, com a partfcula feminina -ah que niio existe no dr. cl. nos dois casos com as acep- Ses supra citadas < jarra, v. t. “Arrastar; rojar; puxar (para si)... A raiz jrr dé a idéia de arrastamento ¢ de espalhamento, seguidos de tumulto” < *jrr XRT. Para a formagiio do tema nominal popular ma-, em vez de mi-, ef. Feghali, Estudo, p. $1: “Os nomes designativos de instrumenio pelo meio do qual se faz a ago formam-se sobre o tipo mafial, que em absoluto nio poderia proceder direta- mente do tipo classico miftal, pois no apresenta, no morfema prefixado m-, a mesma vogal que o classico... Como no sirfaco, hd confusio nos dialetos érabes do Libano, entre os nomes de instrumentos, os de lugar e de tempo”. E, em nota “O mesmo fato se verifica no tunisino, igualmente (Margais)”. --(ah!); tipo maftalaht, s. f. de mafatl, < cl. majarr, com -ahi, <2 el. mijarr, com -ah!,—s.f. Cah); mort. mi- majarraht; s. f. alt), sg.5 semant, --j-rr( ; morf. ma ‘aht); tipo mifatlah', s.f. de mifatl, onde, no caso de *jrr, ¢ = L. Sobrevivencia, 18-al. ALMANJARRA ALMANJARRA, s. f. “Pau, a que se atrelao animal que faz andar a atafona ou inhas” CDF. anora. M. espécie de grande rodo, com que se tira a lama das mai ALMANIARRAR, v. t. “Tirar com almanjarra” CDF. Cp. dr. pop. 'almajarra(aht) < cl. 'almajarr, com -aht g2 cl. ‘almijarr, com -ali, ef. manjorra; aos morf. acrescenta-se ’al-. Sobrevivénci 19-a. ATARRACAR ATARRACAR, v. t. “Preparar (ferradura), apertando-a com martelo. Apertar. perturbar” CDF. Prende-se A raiz {rq > v. farraga (0 ourives, 0 ouro): “Achatar. Estender (dar Confuni mais superficie). Malhar. Tornar maledvel”; & a forma frequentativa do v. taraga: “Bater, dar pancadas em (uma porta, p. ex.). Malhar” < *frq ODO. Semant. f.r, ¢ mM aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, Cp. lat. fietio, no sentido de ficgiio juridica (cf. Pe. Anastécio-Maria, “O Ara- be, Chave das Linguas", na revista Al-Hilal, XXXVII, 2, p. 214, 1° jan. 1928). e tipo faril. FAQUI sobrevivéncia; FAQUIR é empréstimo. 26-a1. ALFAQUI - ALFAQU{ ALFAQUI, s. m. “Legista e sacerdote entre os mugulmanos” CDF. ALFAQUi, s. var. VOC. Cp. ar. cl. *alfagih, composto de *al-, art., ¢ de -fagth, ef. faqui; aos mort. acrescenta-se ‘al-. Sobrevivencia. Nota. © termo implica o conhecimento da ciéncia das ciéncias, a do direito mugulmano, mas no implica a aplicagio desse direito, que € da competéncia do mufti. 27. ALMOTACE - ALMOTACEL ALMOTACE, ou ALMOTACEL, s. m. ant. “Inspetor de pesos e medidas, que taxa os pregos dos géneros alimenticio” CDF. ALMOTACARIA, s. fant. “Cargo de almotacé. Fixago do prego dos géneros alimenticios, feita pelo almotacé” CDF. ALMOTAGAR, v. ant. “Taxar 0 prego de” CDF. ALMOTAGADAMENTE, adv. ant. “Se- gundo a taxa do almotacé” CDF. Cp. ér. cl. 'almuhtasib, composto de ‘al-, art., ¢ de -muhtasib: “Funcionério, encarregado pelo vali (governador) da inspegio dos pesos, pregos etc.” < v. *ihtasaba, t. “Verificar 0 que tem (na casa, loja de alguém). Diz Ibn Duraid que ocorre com o sentido de censurar, repreender, daf 0 termo muhtasib (da cidade), que designa o censor (encarregado de verificar os pregos e os pesos)” < v. hasaba, 1. “Contar” < *hsb ODO. s. (deriv.), m. sg.; semant, -----/--s-b; morf, ‘almu-ta-i-; tipo muftatil, com ‘al, € em que o segundo ¢ representa um elemento constitutivo (s) € 0 primeiro, um elemento morfoldégico. Sobrevivéncia. 28. MUFTI - MOFTI - MUPHTI Murni, s. m. “Chefe religioso mugulmano, que resolve em tiltima instincia as controvérsias em matéria civil e religiosa” CDF. MOFTI, s. m. “O mesmo ou melhor que mufti” CDF, Muputt, Bluteau (cf. SRD, Il, 76-77). 15 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, Al-Iscafi, segundo o xeque Mahmud Chucri Al-Alusi, Al-Machrig, I, 10, p. 500, maio 1900. S. m, sg.; semant, ---f-f-r; morf. "al-a-a-; tipo fatal, com ‘al-. Sobrevivencia. 37. AUGE AUGE, s. m. “O ponto mais elevado; 0 maior grau; apogeu: no auge do deses- pero” CDF. AuGiR, v. t. “Tocar o auge de: augem a perfeigdo, J. Castilho, Ermité- rio, 113" CDF. Cp. ai. cl. "aiff: “Elevacdo; altura. Trm. aste. Abside (afélio, perifélio). Termo arabizado, de origem persa” < *"ij ODO; em persa aiig, mesma acepgio (cf. XER, p. 13); € de origem indica, segundo o autor de éafa’ ulgali!, que cita Lammens, Obs., pp. 28-29, acrescentando que o termo tem algo de gr. éet6yetov: “Ponto em que um astro, na sua revolugao, esta mais distante da terra” XSN; em lat. apogaeus, apogeis: “Que vem da terra. Ventos que sopram da terra” SRV. A comparar com a(p)oge(u). S. m. semant. ‘ij; morf. -a ipo fart. Sobrevivencia. 38. MANCHIL - MANGIL — MACHIL MANCHIL, s. m. “Cutelo de carniceiro. Ant. o mesmo que foice. Antiga arma de guerra” CDF. MANGIL, s. m. “O mesmo que manchil” CDF. MACHLL, s. m. des. “O mesmo que manchil" CDF. Cp. dr. cl. minjal: “Instrument curvado, de ferro, com que ceifam cereais; qualquer instrumento (arma) que pode ferir, grandemente”; ef. v. najala, t. (a pele): “Pelar, esfolar; ferir (a pele dum animal)" < *njl ODO. Cf. n. 18. S. $g.; Semant, --nj-l; orf, mi--a-; tipo miftal. Sobrevivencia 39-a. NAZIR NAzIR, s. m, “Superintendente das mesquitas, entre os orientais. Tribunal su- premo, na Pérsia" CDF. Cp. dr. el. nazir: “Aquele que observa, que vé. Inspetor; intendente; guarda. Neol. Administrador. Ministro” < v. nazara, t. “Observar; olhar; ver; guardar (um vinhedo)", regido pela prep. bain (entre): “Decidir (um feito) entre contendores”; ¢ pela prep. ff-: “Sentenciar, emitir juizo a respeito de” < *nzr ODO, BLT (FRQ, n. 1399, nota 2, p. 396); Salih, Hist. de Beirute, 40. s. (deriv.), m. sg. semant. n-z-r; morf. -d-i-; tipo fatil. Empréstimo. 79 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 43-b1. ALMUADEM ALMUADEM, s. m. “Mouro que, do alto das almenaras, chama 0 povo & ora- gio” CDF, Cp. ar. cl. ‘alnw'aditin, composto de ‘al-, art., e de -mwaddin, cf. muezin, aos morf, acrescenta-se *al-. Sobrevivéncia. 44. ALMUDE ALMUDE, s. m. “Medida de capacidade para liquidos, de 12 canadas ou 48 quartilhos. Antiga medida de cereais” CDF. ALMUDAR, v. t. “Medir aos almudes; encher aos almudes” CDF. ALMUDEIRO, adj. prov. “Diz-se da vasilha, que tem a capacidade de um almude. Diz-se da canastra, que pode conter as uvas necessé- rias para dar um almude de vino” CDF. Aumupana, s. f. “Almude de cereais. Terra, que leva um almude de semente. Ant, O mesmo que almude” CDF, ALMU- DAGAO, s. f. “Ato de almudar” CDF. Cp,, ainda, port. wddio, m. “Antiga medida de capacidade, entre os romanos, que equivalia proximamente ao alqucire. Antiga medida agréria, também conhe- cida por mina” CDF. Op. dr. el. “alnudd (var. mudti), composto de *al-, art., © de -mudd: “Medida de capacidade, equivalente a dois arratéis (aa), entre os iraquianos, ¢ a um arratel € 1/3 (aa), entre os habitantes de Hejaz” < *ndd ODO. “Medida da Siria, equiva- lente a 15 macuques = 1 1/2 saas (2a). Segundo 0 léxico *Al’asas, & equivalente a 16 de alqueire (aa)” (XRT, *mdd); ¢ muditz: “Medida de capacidade na Siria e Egi- to, equivalente a 19 saas (aa). E diferente do almude” < *mda ODO < gr. 165105, HEéStog ou pédysvoc: “Medida de capacidade para slidos, equivalente a meio hee- tolitro” XSW, e lat. madium, modius: “Médio, medida de capacidade para s6lidos e Nquidos, = 8,64 litros; alqueire... Medida agréria, correspondente 4 terga parte da geira (jugerum), = 384 passos quadrados” SRV; “Era medida que se dividia em 16 sextirios (sextus); em 1/6 de medimnus (medida grega) ou 1/4 de saa (aa)", ef. B. José, “Uma Pagina da Hist6ria da Civilizacio entre os Arabes: Os Vocabulos Lati- nos na Lingua Arabe”, Al-Hilal (revista), XXXVI, 10, pp. 1228-1238, Cairo, ago. 1928; em hebr. méd (elem. const. md): “Medida”, Giraud, Voc., n. 2758; of. FRQ, n. 1242, p. 352. S. m. sg.; semant, ---m-dd; morf. “al- tipo fil, com *al-. Sobrevivencia, 83 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, fin d'apras-midi um brouillard qui ne le cédait en rien au ‘fog’ londonien. A I’heure de la circulation intense, des nappes de brume se répandirent par vagues successives et humides, noyant tout, isolant chaque passant, chaque véhicule dans le ‘coton’ redouté des aviateurs. Le phénoméne fut particuligrment remarqué sur les quais de la Seine et 8 I’Etoile...”. Le Temps, 8 fev. 1939. Leitura 3. “Temos em nossa lingua a palavra loba no sentido de batina, veste talar, beca, A Academia Espanhola o deriva do grego lope, manto de pele, mas 0 portugués arcaico possuia alobadado que Nimer explica pela raiz Ibd, jé desen- volvida em libd e que significa: feltro, burel. Dé-nos ainda, em drabe clissico, 0 verbo labada que quer dizer: espezinhar a 14, feltrar, estofar. Ora, loba, habito religioso, é justamente de burel, de 1d grosseira e é muito mais aceitavel tomar este étimo arabe porque quase todos os tecidos conhecidos na Europa vinham de procedéncia Arabe, do que ir busc4-lo no grego que nao o conheceu”. Silveira Bueno, “Influéncias Orientais na Lingua Portuguesa”, O Estado de S. Paulo, n. 22.548, 11 mar, 1943, p. 4, col. 5. 51, ARGOLA ARGOLA, s. f. “Pequeno arco. Anel de ferro, a que se prende alguma coisa. Arrecada. Aldrava” CDF. ARGOLAR, v. t. “Prender com argolas, Por argolas em. *Enfiar (estribos) até 4 cava do pé” CDF. ARGOLADO, adj. “Munido de argola: va- rapau argolado" CDF. ARGOLEIRO, s. m. “Fabricante de argolas” CDF. ARGOLA- DA, s. f. “Pancada com a aldrava da porta. Trm. do Funddo. Pancada com a ponta ferrada de um cacete; cacetada (de argola)” CDF. ARGOLAGEM, s. f. “Sistema conjunto de argolas, nos antigos engenhos de agdcar” CDF. ARGOLISTA, s. m. “Ginasta, que trabalha em argolas suspensas. Trm. de Setibal. Aquele que dos bar- cos baldeia o sal para dentro dos vapores” CDF. ARGOLAO, s. m. “Argola grande” CDF. ARGOLINHA, s. f. “Jogo popular, o mesmo que pampolinka” CDF. Cp., mais, port. arganel, s. m. “O mesmo que arganéu ou arganeo, m. Argo- Ja, em que se prendem as cordas da antitharia, Argola da ancora. *Prov. Pega de ferro flexfvel, que se espeta no focinho do porco, torcendo as duas extremidades uma na outra, para que o animal nao possa fossar. (Dim. do hip. argano, do lat. arganum)" CDF; ¢ ainda gola, golitha (cf. Lokotsch, n. 746, p. 59). Cp. ar. cl. ‘algull, composto de al-, art., ¢ de -gull: “Anel (circulo, correia) de ferro ou de couro, que se aplica ao pescogo ou a mio (de alguém)”; ef. v. gala, reg. pela prep. f7-: “Introduzir-se em”, ¢ galla, v. t.e i: “Introduzir a argola na mio ou no pescogo (de alguém)” < *gll ODO. Ci. algemas (n. 248). s. m. sg.j semant, ---g-Il; morf. ‘al-t--; tipo furl, em que f= |, com art. ‘al- Sobrevivéncia. 87 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA S. M. $g.5 Semant. f-rj-in--; morf. -u--u-dn, OU -a--a-dn, Ou -a--u-dn; tipos futlukan, fatlakan ou fatlukdn. Empréstimo (TURGIMAO, TURCHIMAO, TRUCHEMAO, ‘TRUGIMAO, TRUSIMAO, TURCIMAO, TROIXIMAES, pl.). Empréstimo, com interferén- cia do lat. (DRAGOMANO, DROGOMANO). Empréstimo do lat., com interferéncia do fr. (DROGMAN). 57. AGUDE- ACUDA AGUDE, s. m. “Construgio de pedra ou madeira, para represar éguas do rio ou levada, destinadas A rega ou moagem. Prov. beir. Batoréu, arreto” CDF. AGU- DA, s. f. prov. trasm. “O mesmo que agude” CDF. ACUDADA, s. f. “Porgio de Agua, represada por agude” CDF. Cp. dr. el. "alsudd, composto de “al-, art. (equiv. fonét. ‘as-), e de -sudd: “Mon- tanha. Barreira. Tudo © que forma obstéculo, entre duas cousas. A forma ‘alsudd, (com -u-), € obra de Ald, 0 Altissimo, e a de *alsadd (com -a-), & obra humana. Vale, onde se encontram pedras € rochedos que represam a Agua por muito tem- po” < v. sadda (por sadada), t. “Aterrar, restaurar consolidar (uma fenda). Ta ). Fechar uma passagem (porta)" < tsdd ODO. .j semant, de; mort. "al-u--; tipo futl (1 = ), com ‘al-. Sobrevivencia. 58. ALDEIA - ALDEA ALDEIA, s. f. “Pequena povoagiio que nio tem categoria de vila ou cidade. Povoacio nistica. Campo. Bras. Povoagio, composta exclusivamente de aborige- nes. Bras. Cada uma das casas que constituem uma povoagio de indigenas” CDF. ALDEA, s. f. var. CDF. ALDEAR, v. t. em aldeias. Povoar de aldeias. Con- gregar, formando aldeias. Reunir num s6 povo, numa aldeia” CDF. ALDEAMEN- 0, s. m. bras. “Povoagio de indios, sob a directo de missiondrios ou da autorida- de leiga” CDF. ALDEAO, s. m. “Aquele que vive ou mora em aldeia. Adj. Rustico. Simples; préprio da aldeia. Pl. aldedos ou aldedes” CDF. ALDEAN, ou ALDEA, s. f. de aldeio CDF. ALDEANO, s. m. “O mesmo que aldedo. Cf. Filinto, III, 63. Adj. Préprio de aldeia. Cf. Filinto, XIII, 49” CDF; “Este termo é corrente na india, como substantivo e como adjetivo, por aldedo. As aldeias indianas so como as freguesias em Portugal, e originariamente eram organizadas a modo de comunas, de que ainda conservam restos..." (SRD, I, 23a-b). ALDEANA, s. f. “O mesmo que aldean. Cf. Castilho, Felic. pela Agr, 19” CDF. ALDEANMENTE, adv. “A maneira de aldeio” CDF. ALDEOLA, s. f. “Pequena aldeia” CDF. ALDEOTA, s. f. “O mesmo que aldeola” CDF. COALDEANO, CO-ALDEANO, s. m. “O que pertence mesma al- 2 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, “O de ‘adail’, por exemplo, era formidavel, sendo tio antigo em Portugal como a fundagio do reino, chamando-se, entio, ‘zaga’, pois s6 no tempo do rei D. Joao Ise passou a chamar ‘adail’ “Nas ‘Partidas’ de Afonso, 0 Sabio, estio minuciosamente descritas as obri- gages do ‘adail’. “Entre outras, tinha de ir pela calada da noite (sic), por perscrutar o cami- nho, servir de guia ao exército que vinha na sua retaguarda, evitar surpresas e des- cobrir os ardis do Srabe inimigo, que também tinha os seus ‘adais’, com idénticas obrigagdes. Muitas vezes também saia das cidades fortificadas, e ia, quase s6, ex- plorar o campo, a ver se nos castelos mouros o descuido da guamigio permitia uma dessas empresas noturnas que fizeram cair em mio dos portugueses, Santarém. Evora e outras muitas terras que, gragas A vigilncia e ao tino dos ‘adais’, se en- gastaram como outras tantas jias na coroa portuguesa. “Até ao tempo de D, Joo III durou © cargo ¢ o nome de ‘adail’ que, depois de ter prestado servigos na conquista do territério patrio foi em terras de Africa prosseguir na sua herdica missio. “Um dos iiltimos e um dos mais célebres foi Lopo Barriga, e 0 primeiro foi Diogo de Barros. “As cerimOnias com que se promovia um cavaleiro ao cargo de ‘adail’ eram tocantes e augustas, como todas as cerim@nias da Idade Média que tinham sempre um sentido misterioso ¢ simbélico. “Quem presidia A ceriménia era sempre o rei ou o rico-homem que fazia as suas vezes. Chamavam-se doze ‘adafs’, dos mais velhos e experimentados, ou, & falta deles, doze soldados leais que juravam dizer em tudo a verdade. Depois, 0 candidato devia responder as seguintes perguntas: “Comheces a terra, os atalhos, as veredas, para guiar as correrias ¢ as defenderes de assalto e surpresas? Se te mandarem (ao lugar de tal) onde corre af a fonte’? Onde se corta a lenha para a fogueira do arraial? Em que lugares porias as atalaias do campo? “Como proverias ao sustento dos cavalos e dos pedes? Que vianda podem le- var € para quantos dias? “Bs esforcado de coragio? Irds de noite ver o atalho, espreitar 0 mouro que dorme, atravessar por entre as atalaias avangadas do inimigo, que esttio a escu- ta? Se te puserem uma langa na garganta, trairés o segredo de uma entrada? Se te encerrarem numa masmorra sem luz, com Agua pelos peitos, venderds a seguran- a de teus irmaos? Sc te atarem ao pescogo 0 né da corda, bradards mercé desco- brindo a cilada? “Bs leal? Por peita de ouro, ou de cavalo, ou de mulher, entregaris 0 castelo ao infiel, a espada ao cavaleiro, e cavalgada ao aleaide de Mafoma? “O candidato respondia, os doze ‘adafs’ julgavam e juravam pela sua alma que ele devia ser feito ‘adail’, e passava-se entdo A ceriménia da investidura. O 95 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, A forma portuguesa é ou parece ser forma diferenciada do espanhol ajabeba, representada em port. por xabepe, flauta (cf. n. 182). Por esse motivo, o trm. nao pode figurar no vrbt. n. 67 ¢ passa a figurar entre os vocdbulos de origem duvidosa. Cp. ar. *alrababah', composto de ‘al- (equiv. fonét. ‘ar-), art.. ¢ de -rababaht, cf. rabeca; aos morf. acrescenta-se ‘al-. Sobrevivéncia (AIABEBA?). Empréstimo (ARRABECA). 68. CAREVO - CARREBO CAREVO, s. m. ant. “O mesmo que céravo” CDF, CARREBO, s. m. “O mesmo que céravo” CDF. Cp. port. edravo, s. m. ant. “Embarcagiio asidtica de vela latina” CDF. Cp. ar. cl. garib: “Pequena embareagio, de que se fazem acompanhar os do- nos dos grandes navios e que, por ser leve, & utilizado por eles” < *qrb ODO; cf. gr. Képafog: “Caranguejo do mar, lagosta (crustéceo). Escaravelho, inseto” XSN (cf. Al-Machriq, Il, n. 11, p. 489, 1° jun. 1899) < lat. carabus: “(Espécie de caran- guejo do mar). Canoa de vimes, coberta de couro ou peles” SRV. S. m. sg.; semant. q-r-b; morf. -@-i-; tipo faril. Empréstimo. 69, IMAN -IMA - IMAMO - IMAUM - IMAME IMAN, ou IMA, s. m. “Sacerdote mugulmano. Titulo de alguns chefes, em po- vos independentes da Arébia” CDF. IMANADO, s. m. “Dignidade do iman. Territé- rio governado por um iman” CDF. IMAMO, IMAUM, IMAME, s. var. cf. SRD, I, 463b. Cp. ar. cl. "imam: “Aquele cuja conduta se imita, seja ele chefe ou outra pes- soa qualquer, de ambos os sexos. Chefe (em matéria eclesiéstica ¢ civil)... Suces- sor do profeta, na pritica dos prineipios da fé. Comentador (da lei mugulmana, exegeta tradicionalista). Xeque (aa)"; 0 v., a que se prende, ‘amma, significa: “Di- rigir-se a", e regido pela prep. bI- ¢ fT-: “Andar a frente dos fiéis para ir a reza" < “mm ODO; em turco: “Chefe; comandante (em matéria religiosa); prelado; pon- ufice, Cura; esmoler mugulmano... Titulo, que se dé a Ali, género de Mafoma, ea mais onze personagens de sua familia (Hasan, Husain etc.). Titulo, que se da aos grandes sébios € escritores, que professam uma doutrina 4 parte, ou cujas senten- gas ¢ opinides fazem as vezes de lei em sua especialidade. Chefe de escola...” FRS; cf. hanifita, chatifa, hanbalita ¢ malequita, ritos ortodoxos dos mugulmanos, de- vidos a quatro imames, ou chefes de escola. s. (inf.), m. (ef.), m. (¢ pl.); semant. "-m-m; mort, -i-d-; tipo fitdl. Empréstimo. 99 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 76. ALJUBE ALJURBE, s. m. “Caverna. Prisiio, circere escuro” CDF. ALJUBFIRO, s. m. des. “Carcereiro” CDF. ALJUBADIGO, s. m, ant. "O mesmo que carceragem: dé cinco soldados de alju- badigo. Herculano, Hist. de Port., IV, 157° CDF. Cp. mais, port. enxovia, s. f. “CArcere térreo ou subterrdneo, escuro e timi- do” CDF; enxova, s. f, ant. “O mesmo que enxovia” CDF; enxovar, v.t. ant. “Me- ter em enxovia, Encarcerar, Prender” CDF. Cp. r. cl. 'aljubb, composto de 'al-, art., ¢ de -jubb: “Pogo. Pogo fundo, con- tendo grande quantidade de 4gua, ou situado em lugar fértil; ou fosso natural, no sendo obra de alvenaria, isto é, (niio sendo) construido com pedra. Ext. Precipicio, vortice (cujo fundo é insondavel)” < *jbb ODO. s. 8g. semant, ---bb; morf, “al-u--; tipo futl, em que t= [, com ‘al-, Sobre- vivéncia, 77. ALBERCA - ALVERCA ALBERCA, s. f. “Vala, tanque de pedra para reservar agua de regar, curtir li- nho etc.” SDF. ALYERCA, s. f. “Terreno pantanoso. Viveiro de peixe. Tanque” CDF. Cp. dr. cl. "albirkah!, composto de *al-, art., ¢ de -birkah!: “Poco de agua es- tagnante; assim se denomina por nela se estagnar a Agua. Tanque (bacia, pisci- na)”; ef, v. baraka, regido pela prep. bi-: “Ficar (fixar-se); estabelecer-se”; e ba- raka: “Ajoelhar-se. (Literalmente, deitar 0 camelo 0 peito sobre a terra, com 0 sentido de ficar firme nela)” < *brk ODO. s. f. aht), sg; semant. ---b-rk--; mort. "al-i-alt; tipo fitl, com al-, & a part. f. -ahf, Sobrevivencia. 78. AZIAR AZIAR, s. m. “Espécie de torniquete, com que os alveitares apertam o focinho das bestas, para as terem iméveis, Fig. Tormento; cousa aflitiva” CDF. Cp. ér. cl. ‘alzitér, composto de 'al-, art., (equiv. fonét. 'az-), ¢ de -zilar: “(Apa- relho formado de) dois pedagos de madeira, com que o alveitar comprime o foci nho das bestas para as amansar, ¢ conseguir por ferraduras (nas suas patas)”; cf. v. saifara (0 alveitar a besta): “Pop. Apertar, comprimir 0 focinho dela com o aziar. Fig. Constrangir. Comprimir. Violentar”, ¢ zara, v. t. “Apertar (2 besta) com aziar” < *zilr e *zir ODO. 103 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA madeira ou metal, em que se guarda dinheiro ou outros objetos de valor. (do gr. kophinos)” CDF. Cp. ar. cl. alquffak', composto de ‘al-, art., ¢ de -quffaht: “Saco de couro. Saco, feito com folha (seca) de palma” < *gff ODO < lat. ciipa: “Vasilha grande de madeira, cuba ou quartio” SRV ou gr. KGgLVOS, “Cesta, cabaz, cansitrel, agafate, corbelha, paneira” XSN, ou lat. cophinus: “Cesto, cesta, giga” SRV. Cf. FRQ. n. 1036, p. 290, nota 2. 8. f. Cah), sg. semant. --g-f(f)--; morf. “al-u--ah'; tipo futl (1 = 1), com ‘al-, e-ah. Sobrevivencia. 82, JULEPE - JULEPO JULEPE, s. m. “O mesmo que JULEPO, m. Bebida calmante, que tem por base algum xarope” CDF. Cp. dir. cl. jullb (var. jullab): “Bebida feita de mel, ou agiicar, com igual ou maior quantidade de gua” < *jlb ODO < persa golab, composto de gol-: “Rosa”, e de -ab: “Agua” < sinscr, ap (KER, 42 € 6). Cf. port. abcari, SRD, I, 4b. s. m.; semant. j-l-b; morf. tipo (raro) fra. Sobrevivencia. 83. ALCREVITE ALCREVITE, s. m. ant. “Enxofre” CDF, Cp. dr. cl. ‘alkibrit, composto de ‘al-, art., ¢ de -kibrit: “Corpo simples, me- tilico, de cor amarela, indissolivel na 4gua e inflam4vel. Jacinto (vermelho). Ouro. Diz-se ouro ou prata kibrit, ie., puro, pura” < *kbrt ODO < sir. kibrita, s. f. “En- xofre” (Cardahi, Lobab, *kbrt) < aram. kebri{@ (Manna, Voc. Cald.) < assir. kuprito, mesma acepgao (cf. Lokotsch, n. 1171, p. 93). s.; semant. ---k-br-t; mort. ‘al-i + tipo fitltk, com *al-. Sobrevivencia. 84-a. ALQUIFOL - ALQUIFU - ALCOFOR ALQUIFOL, s.m.“O mesmo que ALQUIFU, m. Galena, ou minério de chumbo. 6s de galena, com que as mulheres orientais pintam as sobrancelhas” CDF. ALCO- FOR, s. m. ant. “O mesmo que antiménio...” CDF. ALCOFORAR, v. t. CDF. ALCO- FORADO, adj. “Diz-se dos olhos, orlados de escuro, natural ou artificialmente” CDF. Cp. Ar. cl. ‘alkuhl, composto de ’al-, art, ¢ de -kubl: “Antimdnio. Designa, em geral, qualquer colirio” < *kitl ODO < aram. kuhla, var. kehdla (Manna, Voc. 107 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 89-a2. COTONIA CoTONIA, s. f. des. “Pano de algod’o” CDF; “Tem-se empregado a palavra em varias acepgbes, todas referentes a tecidos: roupa de algodio, linhagem, tecido de linho ou de seda, Bluteau diz (Supl.) que 6 pano de seda da india, lavrado, tem trés palmos de largo, e dez cévados cada pega; serve para vestidos de mulheres. Atualmente, na fndia, designa um tecido listado de seda e algodi . As cotonias também eram usadas para velame das nossas armadas antigas...” (SRD, 1, 317b). Cp. Ar. cl. qutnitaht (subentende-se ["altiiab~ul] qutnitah “Roupas feitas com tecido de algodio” ODO, composto de quin-, cf. coto, e de -it-, particula do adj. ético, e da part. do f. -alt. adj. f. (-ait!), quando concorda com f. sg., e pl. quando concorda com m. ou f,, no plural (irracional); semant. q-fn----; morf. -u--ifaht; tipo futl, com -if- (adj. ético) ea part. do f. -aht, Empréstimo. 89-23. ALGODAO - ALGODAO-POLVORA - FULMI-ALGODAO ALGODAOQ, s. m. “Penugem ou ténues filamentos vegetais, que cercam a se- mente do algodoeiro. Fio de algodio. Tecido de algodao. Lanugem, que cobre as folhas de alguns vegetais” CDF. ALGODAO-POLYORA, s. m. “Substancia explosi- va, obtida pela ago do Acido azético sobre algodao. Também se the dao os no- mes de algoddo colédido, nitro celulose etc. etc.” CDF, FULMI-ALGODAQ, s. m. “Explosivo, o mesmo que algodio-pélvora” CDF. ALGODOIM, s. m. “Espécie de algodoeiro do Brasil” CDF. ALGODOAL, s. m. “Lugar, onde se criam algodoeiros” CDF. ALGODOEIRO, s. m. “Planta malvicea (gossypium ou xilum), de que hd doze espécies, e que produz o algodio. Fabricante de tecidos de algodio. Adj. Que diz respeito ao algodio. Fabricante de tecidos de algodio. Adj. Que diz respeito 20 algodio: indiistria algodoeira” CDF. ALGODOEIRO-DO-MATO: “O mesmo que pu- nheira” CDF, ALGODOARIA, s. f. “Fabrica de fiagiio ou de tecidos de algodio” CDF. ALGopoaR, v. t. “Encher com algodio. Cf. Primo Basilio, 212" CDF. Cp. dr.cl. "alqutn, composto de 'al-, art., ¢ de -qufn, cf. cordo; aos morf. acres- centa-se 'al-. Sobrevivéncia. Fam. das malvaceas. Gossypium herbaceum, hirsitum, arboreum, barbadense, peruvianum... Lin. Cf. Candolle; Constantin ¢ Faideau, As Plant., 260-261. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 97-a, ALQUEIRE ALQUEIRE, s. m. “Antiga medida de capacidade, para secos ¢ Iiquidos. Ter- reno, que leva um alqueire de semeadura..." CDF. ALQUEIRAO, s. m. prov. alent. “Medida de alqueire de trigo” CDF. ALQUEIREIRO, s. m. “Fabricante de alqueires medidas semelhantes” CDF. ALQUEIRAMENTO, s. m. “Ato de alqueirar” CDF. ALQUEIRAR, V. t. “Medir aos alqueires, Calcular por alqueires (a semeadura ou 0 produto da terra)” CDF. ALQUEIRADO, adj. “Medido aos alqueires” CDF. Cf. port. biizio, s,m. “... Antiga medida, o mesmo que buzeno. Antigo al- queire, na Galiza € no Minho...” CDF, e buzeno, s. m. “Antiga medida portugue- sa, equivalente a quatro alqueires” CDF. Cp. ar. cl. "alkail, composto de *al-, art., ¢ de -kail: “Instrumento que serve para comparar uma cousa com outra. Neol. Um duodécimo de girdrah, ou seis almudes (aa)” < v. kdla (uma coisa), originariamente ka‘ala, regido pela prep. bi (com outra): “Compari-la” < *Aala (kalala) bit. “Medir com um instrumento pré- prio (qualquer cousa, particularmente a comida)” < *A7! ODO. A raiz é comum a0 sir. ¢ a0 aram. s. (inf.), m. sg; semant. ---k-i; morf. “al-a--; tipo fatl, com *al-, Sobrevivencia. Nota. A girdraht & segundo Aljauhari trm. arabizado. Significa: grande saco. Neol. Medida de doze alqueires (aa), cf. ODO *grr; XER, p. 115 vocaliza guraraht, e cita 0 trm. correspondente em persa girdrah: “Grande saco, feito de crina, em forma de rede” 97-b. QUATRA - CAIRA Quarra, s. f. “Antiga medida de cereais. Cr. Herculano, Hist. de Port. IV, 58. (Relaciona-se com alqueire?)” CDF. CAIRA, s. f. “Antiga medida portuguesa, correspondente a irés quartos de alqueire. (Provavelmente, relaciona-se com al- queire)” CDF. Cp. ér. cl. kaitah': “Diz-se da unidade, da vez. Instrumento, com que se mede (particularmente a comida). Na Sfria, equivale a dois almudes" < v. kala (kalala), cf. processo de derivagiio em alqueire < *kil ODO. s. f. (ah), sg; semant. k-il--; morf. -a--ahi; tipo fatl, com -ah!. Sobrevivéncia. 97-b1, QUELA QUELA, ant. “1525 - Sete quelas fazem hum alqueire noso”, Lembrangas das Cousas da India, p. 53, cf. SRD, Tl, 234a. us, aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 103. ALFEIRE - ALFEIRO - ALFEIRIO ALFEIRE, 8. m. “Curral de porcos. (Gado que nio cria. Rebanho de ovethas, que no tiveram nem estio para ter borregos.) Terreno cerrado, em que se reco- Them porcos” CDF. ALFEIIO, adj. “(O mesmo que ALFEIRO, adj. Relativo ao gado que no tem crias). M. O mesmo que alfeire” CDF. ALFEIRADA, s. f. prov. alent. “Alfeire. Rebanho de gados de alfeire” CDF. ALFEIREIRO, s. m.“Aquele que guar- da alfeire” CDF. Cp., mais, port. alferro, s. f. prov. alent. “Jogo de rapazes, também conheci- do por porca” CDF. Cp. ar. cl. "alhatr, composto de *al-, art., ¢ de -hatr: “Jardim, Cercado. Espa- go fechado por uma cerca”, ¢ ‘allia’ir: “Reservatério de dgua. Pogo, tanque, para que se converge a chuva. Terreno plano. Jardim" < *Jifr ODO; ep. lat. hara, ae: “Lugar onde se criam porcos, pocilga. Lugar em que se criam patos” SRV; ef. NSC. Cf. n. 729 (eitura). De acordo com Huart, Hist. dos Ar. I, 62, a raiz, ifr per- tence ao sirfaco, em que tinha o significado de “curral, redil” e hoje tem o de “re- cinto protegido com sebes”. Na Africa do Norte, em vez de alfeire (aa) se diz. hoje zeriba. A hiraht (n. prop. de Estado no Iraque) era um lugar de reftigio, um abrigo. No hebr. existe Jr, com o significado de “buraco, cavidade, antro”. Nah. TI, 12: “O leo tomou o que bastava para os seus cachorros, e matou caga para as suas leoas; e encheu as suas covas de presa, ¢ a sua caverna de rapina”. S. m. sg.; semant. ---I-ir, morf. "al-a--; tipo fatl, com "al-. Sobrevivencia. Nota. O nome de ‘athatr que, em portugués, muito se afastou do sentido ori- ginal, foi dado a um magnifico eastelo construfdo no ano de 110 da Hégira (728- 729) no caminho que passa de Damasco a Palmira (Siria), perto de outro caste- lo mais antigo. Cada um destes castelos tinha um recinto. Com o decorrer do tempo, os dois recintos foram reunidos por meio de uma muralha cujos vestigios subsistem ainda. A descrigio desses monumentos feita por Alberto Gabriel (“Kast El-heit", na revista Syria, 1927, VIII, pp. 302-329) justifica plenamente todos os sentidos que em drabe se dio ao termo ‘alhiir (jardim, cercado, reser- vatério de agua). Resta saber se o nome foi aplicado ao castelo desde a época de sua constru- Gio, ou se a sua aplicagio foi mais recente. O nome do castelo nio deixa subsistir nenhuma divida entre as duas formas, das quais se deve reter *alhafr como étimo tinico e direto. 119 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA BLT, “Diamante...” FRS < persa gdhar (elem. const. githy): “Gema; pedra precios joia; brinco” RXD, que cita também a variante gohar (elem. const. hr); cf. XER, 46. tipo fatlak, com ‘al-. Sobrevivencia. s. m. sg.; semant, --=jifh-r; morf. 'al-a Ill. CAFIZ - CACIFO - CACIFRO Cariz, s. m. “Antiga medida de capacidade para sdlidos” CDF. CACIFO, s. m. “... Medida de capacidade equivalente ao celamim” CDF. ACACIFAR, v. t. “Meter em cacifo (cofte, eaixa, gaveta)” CDF. CACIFRO, s.m. “O mesmo que cacifo. Cf. Camilo, Hist. de Lisboa, 1, 206” CDF. Cp. fir. cl. gafiz: “Medida de capacidade, equivalente a 8 macuques. Medida linear de 144 cOvados" < *gfz ODO; *“Medida equivalente a 8 macuques, de 1% saa cada macuque, ou de ¥ arrétel a 8 oquias” (FRQ, n. 1119, p. 316); “Na Andaluzia, segundo Mugaddasi, medida de 60 arrdteis...”, Lammens, Obs., vrbt. fanegue, 282, termos todos tomados em sua acep. Ar., < persa gaviz (admitido por Lokotsch, n. 998, pp. 79-80, mas que nao citam XER, nem RXD) < gr. KoeriOn. s. m. sg. semant, q-f-z; morf. -a-T-; tipo fatil. Sobrevivencia. Nota. © cafiz continha 32,64 litros, ¢ fazia parte do sistema introduzido no Egito sob a dominagio persa de 350 a 332 a.C. (Colebrooke, Asiatic Researches, Londres, 1779, in-8°, vol. V. Cf. J.-A. Decourdemanche, “Nota sobre 0 Antigo Sis- tema Métrico da india”, no Jornal Asidtico, 10* série, t. XVII, Paris, jul-ago. 1911, p. 372). Na Antigiidade, as medidas de capacidade nio existiam, mesmo para Ifquidos, e, sim, pesos mercantis. 112. AZEDERAQUE - AZEDERACO - AZEDARAQUE AZEDERACO, ou AZEDERAQUE, s. m. “Arvore tropical, de fruto venenoso” CDF. AZEDARAQUE, s. var. NSC. Cf, ainda, port. jasmim-da-terra, s. m. “Arvore, procedente da Pérsia, (ielia azederach, Lin.) e vulgarizada na Africa” CDF; amargoseira, s. f. “Planta, da fam. das melidceas” CDF; drvore amargosa, margosa (a balsamina, memordica charantia, Lin,, € a casca cortex-margorosoe), ef. SRD, I, 29-30; nimbo, s. m. bot. “O mesmo que amargoscira” CDF; cf. SRD, II, 107d ¢ Orta, Coldg., 167-169. cl. @zadirake (entre outras variantes): “Lilds da Pérsia”* (BLT, p. 1007), “Lilds da {ndia”, Constantin e Faideau, As Plant., 188, com descrigdo da drvore < Cp. ar. persa d:a@d (clem. const. ede dirakt (elem. const. drkt): “Arvore, planta”, XER, 9; segundo uma citagio feita por este autor, a drvore diz-se, no persa, tq ¢ tagk, e no pais de Jurjio tem outro nome pérsico cuja tradugio é “veneno da 123 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, a0 lado de Airas Gudenandiz, Zesabo Ermiariz, (...], ocorrem também Donato iben Hazem, Sarracino iben Leopelle, Zitello iben Aloito, Zoleiman ihen Cascita, Aloito iben Homeite, Zoleiman iben Salomon”, J. J. Nunes, Comp., pp. 201-202 e, em nota, & p. 202: “Em documento de 952. Deste ihen provém os nomes Viegas e Bordonhos, os quais esto por Ben Egas (no Livro dos Bens de D. Joao de Portel ainda se 18 Venegas) ¢ Bein-Ordonho, sendo paragdgico o s do segundo [...]”. Cp. ér. cl. "alkuntah! (em que f foneticamente = i, sem acentuagio), composto de *al-, art., ¢ de -kuntali: “Sobrenome. Termo de exaltagio e de realce, que se antepde ao nome de pessoa; ex. abit hafs (pai de Hafs, n. prép., i.e., do Ledo); ‘abu~l hasan (pai de ‘alhasan, i.c., do Belo). Entre os graméticos, a parte, que se antepde ao nome proprio, constante de ‘ab, ‘abil: “Pai (de)"; de "ibn, bin: “Filho (de)"; de "wnm: “Mie (de)", e de bint: “Filha (de) < *knt ¢ *knit ODO. s. (inf.}, f. Cah), sg.; semant. --k-nl--; morf. ‘al-u--ah'; tipo futl, com ‘al-, e -aht, Sobrevivencia. 120. HAJIB HAJIB, s. m. “Designacio do primeiro ministro, nas cortes dos califas da Espanha. Cf. Herculano, Hist. de Port., I, 100, 3* ed.” CDF. Cp. dr. cl. hajib: “Porteiro ou, mais particularmente, porteiro do rei” ODO. “Etimologicamente, ‘alhijabah' designa o ato ou, mais exatamente, a fungiio de esconder, interditar. O hajib, funciondrio que a praticava, era um dos mais inti- mos do Estado. O trm. “{fntimos” aqui é tradugio literal por “distintos, privilegia- dos, pertencentes as altas classes”; cf. FRS ¢ vrbt. assaki (n. 501), que pertence & raiz do trm, que figura no texto drabe, e que foi nesta obra traduzido por “inti- mos”; este trm. pode ser traduzido igualmente por “favoritos”, ou “pertencentes particularmente ao sultio, a0 califa etc.”. Quando os califas enfraqueceram, ¢ os hajibes comegaram a se apropriar dos negdcios publicos, o termo adquiriu novo sentido ¢ tormou-se sindnimo de vizir”, Zaidan, Hist. da Lin. Ar.,p. 24, < v. hajaba: “Esconder; ocultar; vedar”; reg. pela prep. min-: “Interditar a entrada”, ¢ pela prep. bain-: “Intrometer-se entre” < *hjb XRT. ‘A acentuagio do vocabulo portugues de que se trata neste vrbt. ¢ hdjibe, com hd-. s. (deriv.), m. sg. semant. 4-j-b; morf, -d-i-; tipo faril. Empréstimo. Leiura. Segue um comentério de uma obra francesa intitulada L'Amour sous tes verrous, da autoria do Sr. Henrique d’ Alméras, feito pelo Sr. Jules Bertaut: “(..] Lorsque les malheureux suspects ne disposaient pas d’une somme assez ronde ou qu’une arrestation trop prompte les jetait tout de suite dans les ge6les, il leur était encore loisible, s’ils étaient munis de quelque argent ou s*ils disposaient de bijoux ou de pierres précieuses, d’y adoucir & leur profit le régime commun. Et ici 127 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 126-a. SUNNA - SUNA SUNNA, ou SUNA rio” CDF. Cp. dr. el. sumnaht s. f. “Livro, que alguns consideram suplemento do Aleo- “Forma, Uso. Regra. Oragio ou qualquer outra pratica religiosa, que o Alcordo nao prescrev mas os mugulmanos praticam voluntaria- mente A imitagio de Mafoma, Tradigdo” FRS, “Método. Regra. Praxe...” v. harrara, tcf. forro < *hrr ODO. s. f. Call); semant, fer com "al-, Sobrevivencia. ; morf, ‘al-ue-itaht; tipo futlifaht, em que 1 = 1, 148. ALACOR ALAGOR, s. m. “Cairtamo” SDF. Cp. dr. cl. ‘al'usfirr, composto de “al-, art.,e de ta, que reduz a came dura em farelos, e que se denomina bahramin. Semente do cArtamo” <**gr ODO; em persa uspiir (elem. const. uspiir), mesma acep., XER, 115. s.; semant, - “Matéria tintorial. Plan- ry morf, ‘al-u--u-; tipo furluk, com ‘al-. Sobrevivéncia. 149. AZECHE AZECHE, s. m. “Terra escura, também chamada terra de Sevilha. Cp. Terra” CDF. Cp. port. terra de Sevitha: “... Espécie de caparrosa, empregada para tingir de preto” (CDF, vrbt. terra); caparrosa, s. f. vulgar de vérios sulfa- tos” CDF. Cp. dr. el. ‘alzaj, composto de ‘al- (equiv. fonét. * para tingir”, (E termo arabizado, de origem persa.) < *z zag (elem. const. zag, cf. XER, p. 82 Lokotsch, n. 2180, p. 170. S. m.; semant, e morf. 24j; tipo (arbitrario) fal, com ‘al-. Sobrevivencia. esignag’ art., @ de -:dj: “Sal, (arbitririo) ODO < persa: “Vitriolo” RXD; mesma definigdo, em 150-a. ALVEICI - ALVECI ALVEICL, s. m. ant. “Tecido de seda branca e fina” CDF. ALVECL, s. m. ant. “O mesmo que alveici” CDF. Cp. ar. cl. *ahwaste, composto de ‘al-, art., ¢ de -waai: “Ato de tingir ¢ es- tampar. Dizem que é 0 ato de misturar uma cor com outra. Colorido de um tecido de seda, com estampas. Espécie de vestido de seda, estampado ¢ colorido. Luzeiro. Lustro ondulado de uma espada. A pedra que tem waste é aquela que ¢ de um mi- nério que tem filete de ouro” < v. wast: “Estampar: imprimir desenhos e cores em (tecidos). Adornar, enfeitar” < ii ODO. s. inf), m. sg.; semant. ---iv-si; morf. “al-a--; tipo fail, com ’al-. Sobrevivencia 3 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, Cp. ar. cl. *afitin ODO, var. aftin (BLT ¢ Lammens, Obs., 4): “Suco de dormideira; é um medicamento dos mais tteis” (ODO, art. "fTiin); em persa, aptian; Smiov, de dadg: “Sumo, lat. opium e opion: “Opio, suco de dormideira” SRV; < gr. suco, seiva” XSN. s.jsemant, -- fF f-; tipo (irregular ou arbitrério) *aftil (por fatliik). Papaver sonniferum, Lin. (cf. Candolle, 319-322). ao autor da presente obra), 5 morf. "a Sobrevivéne Leitura, “Ocorre-me perguntar-Ihe, [quer diz por exemplo, como foi que de ’afiiin nos veio anfido. Como se deu a nasalagio da primeira silaba?”. Silveira Bueno, “Influéncias Orientais na Lingua Portuguesa”, op. cit. Deu-se como em port. alednfora, por ir. el. "alkafitr, cdnfora por kafiir, e como em ar. “anf por hebraico ’ap(p), 0 mesmo que “nariz”, nas duas Iinguas. FRQ (n. 1059, p. 297) cita uma forma ganfar, por dr. el. kabar, que corresponde ao port. aleaparra (ef. n. 165). 156. ALFENIM — ALFENI — ALFENIDE ALFENIM, s. m. “Massa branca de agiicar ¢ Sleo de améndoas doces” CDF. ALFENI, s. m. “O mesmo que alfenim” CDF. ALFENIDE, s., var. VOC. Cp. Ar. el. *alfantd (var. “alfa cie de doce; termo de origem persa” < *fnd e "find ODO < persa panid: “Espécie ef), composto de “al-, art. e de -fantd: “Espé- de doce, feito de agdcar, farinha de cevada e tereniabim” (XER, pp. 121 e 35); cf. Lammens, Obs., p. 195, e XVI. sj semant, fared; morf. "al tipo fail (arbitrario), com ‘al-. Sobrevivencia. 157. REAES - REAIS REAES, ou REAIS, adj. f. pl. cin. “Dizia-se das penas, mais conhecidas por voadeiras. Cf. Fem, Pereira, Caga da Altan.” CDF. Cp. port. voadeiras, s. f. pl. “O mesmo que voadoiros ou voadouros, m. pl. As penas mais compridas das asas, na extremidade dos respectivos cotos CDF. Cp. ar. cl. rilai, pl. de rig e de rigah! (para a unidade): “Roupa do passaro, que € 0 seu omato e, por assim dizer, Ihe cobre 0 corpo como o cabelo (e pélo) para os outros animais” < *1§ ODO; e © mesmo que a nossa “pena”, no plural s. f. (por ser plural); semant. r-F-i; morf. -i-d-; tipo firdl (pl. de f7l, arbitri- rio). Empréstimo? Leitura. “Ocorre-me perguntar-the [quer dizer, ao autor da presente obra] 147 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 11, 85b. NABABESCAMENTE: “{...] Ninguém resiste ao perdulério espirito de Preston Sturges, nababescamente esbanjado ao longo desta fita toda: E aquela primeira gar- galhada obtida com o simples apitar de um rebocador tropical que, em vez de sol- tar vapor, solta dgua fervendo [...]”, G.[Guilherme de Almeida], Crénica (Cine- ma): “No Bandeirante”, O Estado de S. Paulo, n. 22027, 28 jun. 1941, p. 4, col. 2. Cp. indostano nawwab: “Deputado ou governador, no Império mongélico; eu- ropeu que enriqueceu no Oriente. Qualquer homem de grandes recursos”, Davidson, Chambers; em persa nuwwab (elem. const. niliizb): “Governadores (20 pl.). Nababo (acepgfio inglesa). Guarda dos soldados” RXD < ar. cl. nuwwab, pl. de naib, cf. naibre, naibe. s. Gderiv.), m. pl; semant. n-w(w)-b; morf. -u-(»)d-; tipo (indostano) fattal (por dr. futtal). Empréstimo. Interferéncias. Cf. erdnica publicada no jornal Al-Ahram (A Pirdmide), do Cairo, 15 fev, 1935, na qual hé referéncia a“... Sadek Moamad V., nababo de Bahawalpur"; 0 termo é empregado no singular, como nas I{nguas que o emprestaram ao drabe. no dirabe moderno, um reempréstimo, com fendmeno de regressio, Para a forma naibre, ep. port. chefre, por chefe. 165. ALCAPARRA ALCAPARRA, s. f. “Planta hortense, da fam. das caparideas. Botio da flor da alcaparra, aplicdvel como condimento” CDF. ALCAPARRAR, v. t. “Temperar com aleaparras” CDF. ALCAPARRADO, adj. “Temperado com aleaparra. Desenfastiado” CDF. ALCAPARREIRA, s. f. “O mesmo que alcaparra” CDF. ALCAPARRAL, s.m.“Lu- gar, onde se criam alcaparras” CDF. Cp., ainda, port. caparra, Alf. Gomes, Gran. Port, p. 133; cappariddceas, ou caparidéceas, capparideas, ou caparideas CDF. Cp. dr. pop. *alkabbar (variantes om ar. pop. ’alkubbar, *algabbar, ‘alqubbar, cl. *alkabar), composto de *al-, art., e de -kabbar: “Arbusto (planta) que, em Ara- be, se diz ‘agaf” < *kbr e gbr ODO e *afr, para a forma gaffiz: “Aleaparreira”, Feghali, Estudo, 47; persa kabar (elem. const. br) < gr. kénnarptg: “Aleaparreira”” XSN; em lat. capparis, is e capper, eris SRV; ef. XER, 131; FRO, n. 1059, p. 297, que cita a forma qanfar. s. sg. (col.); semant, ---k-b(b)-r; morf. *al-a-(b)d-s tipo fatral, com ‘ale. So- brevivéncia. Capparis, fam. das caparidéceas 151 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 173. MIRABARI - MIRABARY “Significa propriamente, conforme o étimo persa mir-Bahri: direitos de an- coragem ou de passagem dum rio: mas em Goa designava o direito exclusivo que certa comunidade de pescadores possufa e a contribui¢io que por ele pagava, O conceito implicado ern o senhorio do mar”, SRD, Il, 55a. Cp. ar. miraht! bahrif: “Literalmente, imposto maritimo”, que se compoe de mirah!, s, tirado do &t. pop. mir < cl. ‘andr: “Imposto (etimologicamente daquele que governa, extensivamente estadual, do Estado; pertencente ao Estado)", € de bahri®, constituido de bahr-: “Mar” ¢ de -i, particula do adj. ético: “do mar = marftmo”, cf. ODO, “mr e *bhir. nifraht: s. m. (etimologicamente, f. -ali!); semant. ¢ morf. mifrah; tipo (irre- gular) filaht. babrifé: adj. m. sg.; semant. b-/ do adj. ético, Trata-se de empréstimo (direto). ; morf, -a--i7®; tipo fatl, com -if¢, part. ps Pp 174. AZINAGA - AZINHAGA AZINHAGA, s. f. “Caminho estreito, entre propriedades rdsticas, ¢ ladeado de muros e valados altos; canada” CDF. AZINAGA, s. f. ant. “O mesmo que azinha- ga” CDF. Cp. 4r.cl. ‘alzanagaht, composto de *al- (equiv. fonét. ’az-), art., e de -zanagaht: “Estrada, rua estreita” < *zng ODO. O pop. zangah': “Grande miséria, pentria’ cl. zindig: “J6ia (em forma de arco, argola), que estrangula por tanto apertar”. Ha no 4. pop. um v., zamaga (< *zmgq, ODO), que significa: “Passar por um espaco muito estreito (desfiladeiro) em forma de argola”. 8. f. Caht), sg.; semant, ---z-n-g--; mort. "ale com “al: e -alt', Sobrevivencia? ah; tipo fatalah, f. de faral, 178, NAIRANGIA NAIRANGIA, s. f, “Espécie de adivinhagio astrolégica entre os arabes, funda- da nos diversos fendmenos do sol ¢ da lua” CDF. Do Ar. el. natfranjifa (1), uma das sete ciéneias, ditas ciéncias naturais entre os frabes na Idade Média, e que siio: a medicina, a astrologia, a fisiognomia, a onirocricia, a magia, a nairfngia ea alquimia. Segundo Avicena, a nairingia & 0 amélgama das forgas es uais com as esséncias do mundo terrestre, amdlgama 155 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA cinquiéme fradathai le Zét ait la main & la hauteur de Voreille; aux mots dimanim ashaondm mettre le pilon d Uentrée du hdvan). 3. Yatha ahi Vairy. Le désir du Seigneur cst la régle du bien. Les biens de Vohu Mané aux ceuvres faites en ce monde pour Mazda! I fait régner Ahura, celui qui secourt le pauvre (4 fois) (Au premier Yatha ara Vairy, rourner le pilon dans la bouche du havan, dans le sens du mouvement du soleil: frapper un coup ou motshyaothenanim, un coup au mot anhéus, un coup au mot Mazdaii. (Au second Yatha ahi Vairy6, frapper deux coups & chacun des mots cités). (Au troisiéme, frapper trois coups; au mot khshathremea, lever le pilon & la hauteur de Voreille). (Au quatriéme Yatha ahi Vairy6, broyer le Hom et 'Urvarim d'une fagon continue). L.-J 7. Nous enseignons la docile observance de I’ Ahuna Vairya picusement recité; du Havana picusement mis en action, et des Paroles bien dites. (Le Zét prend du Hom et de VUrvarim sur le bout du pilon et en verse une goutte dans le vase & jivam “jiv-din”). Et plus docilement encore soient-ils observés de nous! (athd siné humaydtara anhen). (Le Zét tient entre le pouce et Vindex de la main droite le piton avec la tige de Hém et la tige d’Urvardm et, en pronongant le mot atha touche le Barsom; au mot 2 né le vase de jivam; au mot humayd la coupe & Hém placée devant le Mari, au mot tara la table; au mot anhen, il remet dans le havan le pilon, le Hém et l'Urvarém). Yatha ahi Vairyé (4 fois) (Au premier Ahunvar, au mot shyaothnanim verser le zdhr dans le filtre; au mot khshatremea, presser; presser du méme au second, au troisitme et au quatritme Abunvar) Ll 11. Et Zarathushtra, lui, fait don de son dime. Il donne & Mazda la conduite de sa pensée dans le bien; A Asha, celle de ses actions et 4 Khshathra et Sraosha celle de sa parole Ashem vohit (3 fois) (En tre placé sur le havan, y verse trois gouttes et dit): Fravaréné. ~ Je me déclare adorateur de Mazda, disciple de Zarathushtra, écitant ces tre is Ashem vohi, le Zét léve la coupe au-dessus du fil- ennemi des Daévas, sectateur de la loi d’ Ahura; offrant sacrifice, prigre, réjouissance et glorification 3 Havani, saint, maitre de sainteté; 159 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA da” (XER, 92), mais exatamente, “Comida Iiquida, como caldo, motho, sopa”, cf. RXD, que acrescenta ao persa sik 0 significado de “vinho”, além de “vinagre”; esse molho, quando se refresca e se Ihe tira a gordura, chama-se em Ar. kamis (cf. ODO, *kmz). semant. s-kb-j, morf. -i--d-; tipo (arbitrdrio) firlak. Sobrevivencia? 180. FALACA FALACA, s. f. “Pau roligo com dois buracos, usado pelos mouros, para segu- rar os pés no suplicio da bastonada” SDF. Cp. tureo falaga, var. falaga: “Corda, fixada nas extremidades de um pau, que serve para segurar os pés de um criminoso ou de um escolar, afim de que se- jam fustigados com bastio” FRS; cf. RNZ, que admite as duas formas com o sen tido de “bastonada” < 4r. el. falag: “Tabua com buracos, da dimensao dos pés, em que se prendem os prisioneiros em fils, Pau, em cujas extremidades se fixa uma corda, para prender os pés de um criminoso, afim de Ihe fustigar as plantas” < *flq ODO; cp. gr. peAOYE, -cryyog: “... Palanca, prancha (ou pranchio), rolo ou cilindro de madeira; clava...” XSN; ep. port. falca. O tureo é do tipo fatdlaht, f. de faral; semant, f--q-; mort, -a-G-ah!; 0 ar. el. s.m.sg3 semant. f-l-g; morf. -a-a-; tipo fatal. Empréstimo (direto? ou com inter- feréncia?). Cf. Lammens, Obs., 110-111 181. BISMELA (BYSMELA) “E a expresso empregada por Gaspar Correia, no sentido de ceriménia que fazem 0s mugulmanos ao matar wn animal para comer, do mesmo modo que os jos abengoam a sua comida... “Em drabe, bismillah quer dizer em nome de Deus; 6 a invocagio geralmente usada pelos maometanos ao principiarem qualquer ato”, SRD, 1, 130. Cp., mais port., oxamala!, interj. ant. “(Servia para de 0)” CDF. cf. G. Vicente: Resende, Cancioneiro etc.; oxald!, inter). “(Designativa de desejo)” CDF. Cp. ar. cl. bismillah (elem. const. originais bi# ism(i)+’allah, equiv. fonét bi~sm(i)-lah): “Literalmente, em nome de Ala”, composto de: (1) bi... prep., em= pregada com a acepgiio de “em”; é 0 bi- de terceira categoria, (ao todo 14 catego- rias), que menciona ODO, ¢ que se deve interpretar assim: “Principio (meu ato), citando, invocando o nome de Ald, ou sob o bom augério de Ala” (cf. Baidéui, nar comps Coment., pp. 2-3, na sua interpretacio de bi-. primeira letra da primeira sura do 163 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 186-al. ANAFIL ANAFIL, s. m. “Antiga trombeta mourisea. Pl. anajis ¢ anafiles” CDF. Cp. dr. cl. “alnafil, composto de *al- (equiv. fonét. 'an-), art., e de -naf tr; cf. nafil, as morf, acrescenta-se *al-, Sobrevivencia. 187, ALFAGEME ALFAGEME, s. m. ant, “Barbeiro. Fabricante de espadas, armeiro” CDF. Cp. ar. cl. *athajjam, composte de “al-, art., € de -hajjdm: “Aquele que exer- cea ‘alhijamah', arte que consiste em escarificar a pele com escalpelo, por em ven- tosa papel inflamado, algodio ou outra matéria parecida, e aplicar a ventosa 20 espago escarificado da pele, para efeito de atrair com forga o sangue © produzir, por repulsdo (suc¢iio) uma rarefagao do ar” < */ym ODO, raiz que, segundo o mesmo autor, entre outros sentidos exprime o de “avolumar-se (0 seio) € 0 ato ou efeito de chupar”. s,m, sg.j semant, =--/tj(j)-m; mort, °al-a-(/)d-; tipo fatal, com *al-. Sobrev véncia. 188. BEZOAR - BAZAR - BEZAR - PAZA - PEDRA BAZAR — PEDRA DE BAZAR - PEDRA BESOAR - PEDRA BEZAR- PEDRA DE VAZAR - PEDRA PAZAR - PEDRA DE BAAZAR. BEZOAR, s. m. “Concregdo calcdria, que se forma nos intestinos e vias urini- rias dos quadrupedes, e era considerada como antidoto” CDF. BEZOARTICAR, V. t. “Preparar com bezoartico” CDF. BEZOARTICO, s. m. “Designagao desusada de um contraveneno, em que entra o bezoar” CDF. BAZAR, BEZAR, PAZA ~ PEDRA Ba- ZAR, PEDRA DE BAZAR, PEDRA BESOAR, PEDRA BEZAR, PEDRA DE VAZAR, PE- DRA PAZAR, PEDRA DE BAAZAR: “Apropriou-se... 0 termo as concregdes caledrias que se formam em varias partes do corpo de certos quadrtipedes ¢ a que se atribu- fam propriedades antidotais. Mas a pedra bazar, a que s¢ referem com tanto enca- recimento os nossos indianistas ¢ que é atualmente conhecida por bezoar oriental, a que se encontra no estémago de Capra agagrus, habitante de Lara, provincia da Pérsia” SRD, I, 107-109 e II, 201. Cp. dr. el. Bacar (var. badizahr): “Pedra que consideram como antidoto, de efeito extraordindrio” (ODO: bazahr e badzahr) < persa padzahr: “Contravene- no”, composto de pad: “Literalmente, o que expele, o que protege de; contra” e 167 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Cp. ar. ‘alratis, composto de ‘al- (equiv. fonét. ‘ar-), art., e de -ratts, ef. rais; a0s morf. acrescenta-se ‘al-. Sobrevivencia? Nota. No sentido de “piloto, capitio, comandante de barco, de navio” é neol., que no admitem os léxicos, sendo, porém, empregado pelos autores contempori- neos (cf. Al-Mocatam, jornal do Cairo, 3 maio 1935, p. I, col. 1) e citadissimo em muitas obras-primas, tidas como obras secundarias, e, mesmo, populares (cf. Mil ¢ Uma Noites, ed. de Said Ali Alcucuci), feita na tipografia de Bulaque, de 1280 da Hégira, em 4 vols., s.d.; Noite CCLXVI, t. Il, p. 127, na qual ra do tés vezes; CCLXVII, t. II, pp. 128-129, € citado no pl., ru’asa’). 197, ARQUELHA ARQUELIA, s. f. ant. “Pavilho da cama. Mosquiteiro. Sobrecéu” CDF. Cp. ir. cl. *aikillal, composto de ‘al-, art., ¢ de -killal!: “Cortina, Véu fino, cosido em forma de pavilhdo (literalmente, casa), para se preservar dos mosqui- tos” < *kll ODO. s. f. Cah’), se; semant, ---k-ll--; morf. *al-i--alt que =f, com ‘al- e -aht, Sobrevivencia. Leitura, “... E fomos, em seguida, conduzidos aos dormitérios, que achamos asseados, em boa ordem, com camas em perfeito estado, tendo cada uma coluna de ferro, em que se suspende (a) alkillah'...”. Lahad Cater, “A Escola de Artes € Oficios de Beirute”, no jornal Sfinge, n. 1148, Sio Paulo, 17 jan. 1928, p. 1, col. 3, segundo Al-Bachir, de Beirute. O autor do artigo niio emprega, como fazem ou- tros autores modernos, um neologismo ’al-, “anndimiisitaht, de nails (mosquitei- 10, de mosquito), em vez de “alkillah', (cl.), como em port. mosquiteiro, de mos- guito (mosca), em vez de arquetha. Deve notar-se o paralelismo nas duas linguas, em épocas diferentes. po fitlalt, {, de fill, em 198-a. VALI - VALI - VAALI - BALE - BALLY VALI, s. m. “Nome que se dava aos governadores drabes, is vezes indepen- dentes, de territ6rios da Espanha” CDF. VALI, s. m., var. cf. SRD, 11, 401b. VAAL s. m, “Designagdo, dada pelos persas aos principes, cujos Estados siio conquista- dos pelo x4” CDF. BALE, s. m. ant. “O mesmo que catual. Cf. Roteiro de Vasco da Gama” CDF. BALLY, s. m., var., ef. SRD, Il, 464a. Cp. tureo vali: “Governador geral; governador geral de uma provincia” FRS; em persa: “Principe. Governador” RXD < ar. cl. walt, por walit: “Aquele que go- verna, administra uma cidade, uma provincia, mantendo nelas a autoridade” < v. 171 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 203. ALECRIM - ALCHIMELECH (ALQUIMELEQUE) 1. ALECRIM, s. m. “Arbusto aromitico, da fam. das labfadas, (rosmarinus officinalis, Lin.” CDF. ALECRINZEIRO, s. m. “O mesmo que alecrim, quando este 6 do tamanho de um arbusto” CDF. 2. ALCHIMELECH (ALQUIMELEQUE), s. m. bot. “Alchimelech, espécie de trigonela do Egito” VED. 1. Op. fr. *aktil(w)ljabal, literalmente, coroa da montanha, planta: rosmarinus officinalis"; cf. Lokotsch, n. 902, p. 72, ¢ para a forma, ODO *kIl. tipo (irregular ou arbitrdrio) "fit! cl. ’al’ikl71, composto de ‘al-, art., ¢ de -ikl7l: “Coroa, dat s,m. sg.5 semant, -----kl-I morf. al’ (por fittil), com *al-. Sobrevivenc! 2. Cp. dr. el. #klFl(u) malik: espécie de alforva, chamada em fr. sringonelle fenugrec, que se cultiva nas regides “Literalmente, coroa do rei, planta: trigonela, mediterriineas (forrageira e medicinal), sendo que o trm. em Ar. se compoe de (1°) “itil, of. alecriny; (2°) de -(a)l-, art., por -(u)l-, (arbitrariamente, caso nom., por ac.); € (3°) -malik: Rei”. Para andlise do primeiro elemento, cf. a de alecrim, ¢ para a do segundo: s. m sg.j semant. ---in-l-k; morf, ‘al-a-i-; tipo (rato, entre os substantivos) fatil, com *al-. Empréstimo? Nota. Existe outra planta, também designada em ir. por *iklil~(a)lmalik, e que é representada pelo nome traduzido em port., coroa-de-rei, f, “Planta lilidcea, de pétalas lanceolares ¢ geralmente mosqueadas de escuro. Planta leguminosa, (irifolium melilotes segetalis, Brot.)” CDF, a nio ser que se designe, na verdade, por coroa-de-rei o melilotus officinalis, ou melilotus arvensis. Para as formas, ef. ODO; para as identificagdes, que se devem admitir com reserva, cf. Constantin e Faideau, As Plant., e Bonnier, Plantas. 204. SEIDE - CEYDE(S) SEIDE, s. m. “Titulo honorifico dos descendentes de Maoma” CDF. CEYDE(S), s. m., var. SRD. 1, 284. Cp. turco seftid (elem. const. sifd): “Senhor, chefe. Descendente de Mafoma” FRS < &t. cl. satid (por satwid): “Entre os muculmanos, descendente do emissdrio (de Deus, ie., de Mafoma). Ext. Senhor. Chefe” < *siid ODO. s. m. sg. Empréstimo (com interferéncia) 175 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 210. ALFANDEGA ALFANDEGA, s. f. “Repartigio publica, onde se cobram os direitos de entra- das e safdas de mereadorias. Casa, em que esti esta repartigaio. Aduana, Dep6sito; trapiche. Ant. O mesmo que albergaria” CDF, “... f. Pop. Casa de muito movimento, de muita azéfama” CDF. ALFANDEGAR, y.t. “Despachar na alfindega. Armazenar na alfindega” CDF. ALFANDEGAGEM, s. f. “Ato de alfandegar” CDF. ALFANDEGA- MENTO, s. m. bras. “O mesmo que alfandegagem” CDF. ALFANDEGARIO, adj. “O mesmo que ALFANDEGUEIRO, adj. Relativo & alfindega. Aduaneiro: preias alfan- degueiras, Camilo, Regicida, 3* ed., 11” CDF. Cp. air. cl. *alfundug (var. ‘alfuntuq), composto de ‘al-, art., e de -fundug: “Caravangarai. Grande albergaria (ar. kan). E termo de origem grega” < *fndq *ftg ODO; “No dialeto da Siria, designa a grande albergaria, que se encontra nos caminhos (onde passam as caravanas), ou nas cidades para hospedagem dos via- jantes”, Lammens, Obs., 118-119, definigio dada pelo autor arabe Al-Jaudliqui < gr. mavSoxeiov: “Albergaria; estalagem; hospedaria” XSN. Hoje, na Siria e no Libano, significa: “Hotel”. semant. ---f-nd-g; morf. “al-u--u- tipo futluk, com *al-. Sobrevi- 21l-a. AZBMALA - AZEMELA - AZEMOLA - AZEMULA - AZIMELA —- ENZEMULA AZEMELA, s. f. ou AZEMOLA, s. f. ou AZEMULA, s. f. “Besta de carga, que rant, “O mes- forma récua com outras. Besta velha e cansada” CDF. AZIMELA, s. mo que azémula” CDF. AZEMALA, s. f. var. CDF, ENZEMULA, s. f. prov. alg. “O mesmo que azémula” CDF, Cp. “Besta de carga (camelo etc,). Segundo Acihah (Iéxico), camelo de que se usa o cl. “alzdmital, composto de ‘al- (equiv. fonét. ‘ac-), art., ¢ de -zamilaht: homem na viagem para carregar sua bagagem € comida. Existe uma forma popu- lar, ‘al- = ‘azcimatah! para designar a égua de montar” < v, zamata (uma coisa): “Carregar (fardo); (alguém): Levar alguém em garupa, ou colocd-lo na enxaca da carga para fazer contrapeso; seguir alguém ou os passos de alguém” < *zn! ODO. AZEMBLA existe em fr. sob a forma de smalah, que assim define Larousse: “Ensemble des équipages et de la maison d'un chef arabe en Algérie et au Maroc. En 1843, la cavalerie du duc d’Aumale s'empara de la smalah d'Abd-el-Kader Fanjilier). Famille nombreuse. (On écrit aussi smala)”. s. @eriv.), f. -aht), sg.; semant. de fatil, com ‘al-. Sobrevivéncia. ened; morf. *al-d-i-aht; tipo fatilaht, f. 179 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 21d4-al. ALFANGE - ALFANJE ANFANGE, s. m. “Sabre de folha larga e curta” CDF. ALFANJE, s. m., var, NSC. ALFANSADO, adj. “Semelhante ao alfange” CDF. ALFANJADA, s. f. “Golpe de alfange” CDF. Cp. fr. cl. “alkanjar, composto de ‘al-, art., e de -kanjar, cf. canjar; 208 mort acrescenta-se o art. *al-. Sobrevivencia. 215-a, ISLAME - ISLA - ISLAO - ISLIM IsLAO, s. m. “Religiio dos mzometanos. Conjunto dos paises mugulmanos”” CDF. IsLame, ISLA, s. m., var. G. Viana, seg. NSC e VOC. ISLAMISMO, s. m. “Re- igido mugulmana. Os mugulmanos” CDF. ISLAMITA, s. m. ¢ f. “Pessoa, que segue oislamismo” CDF. ISLAMITICO, adj. “Relativo aos islamitas. Cf. Herculano, Hist de Port. Ill, 205" CDF. ISLIM, s. m. ant, “O mesmo que islio: Livros distin, ew m'leeo. Cancioneiro da Yaticana” CDF. Cp. Ar. cl, *isldm: “Literalmente, obediéneia, docilidade; submissio 4 vonta- de daquele que ordena, sem contestagio ou veleidade de tansgredir as suas or- dens. No ponto de vista religioso, fazer a protissio de {6 istamitica, que consiste em dizer em alta voz: Nao hd outro Deus senéo Deus, e Mafoma é 0 Emissdrio de Deus, com promessa de cumprir os deveres, ¢ abster-se de praticar o que & proibi- do” < v. *aslama: “Submeter-se, deixar-se guiar; fazer entrega de si a. Abragar 0 io ¢ salvo de...” < *slm. ODO. ; tipo *ifidl. Sobrevivencia islame < v. salima, regida pela prep. min-: Estar s. (inf), m.; semant, --sl-m; morf. 215-b. MUSLIM - MOSLEM - MUSLEMO - MOSLEME — MOSLIM. MUSLIM, s. m“O mesmo que muculmano” CDF. MUSLEMO, adj. ant. “O mes- mo que muslim. Cf. Viterbo, Elucid., v. muzlemo. Fig. Rude, grosseiro; ristico; incivil” CDF. MUSLEMIA, s. f. ant. “O mesmo que mourisma” CDF. MOSLE! “O mesmo que mugulmano. Hist. de Port., 1. VII. p. I" CDF. MOSLEMICO, adj “Relativo aos mugulmanos. Cf, Herculano, Opiise., III, 210” CDF, Mosemit: s.m. “Renegado, que deixou o cristianismo para abragar 0 maomeismo” CDF. MOSLEME, MOSLIM, var. NSC. Cp. ar. cl. muslin: “Adepto da religido mugulmana” < v. ‘aslama < v. salima min- < *slm ODO. s. (deriv.), m. sg.; semant. --sl-m; morf mu- Sm. tipo muftil. Sobrevivénci 183 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA, 220-a. MINARETE MINARETE, s. m. gal. “Pequena torre, de trés ou quatro andares e baleGes sa- lientes, junto as mesquitas. A forma portuguesa é almenara. (Fr. minaret)” CDF. Cp. turco menaré (elem. const. mndrh'): “Farol. Minarete; torre de uma mes- quita, de onde o muezzin chama o povo a oragiio” FRS < ar. cl. mandrakt (origi- nariamente manwarah!): “Lugar da luz. Lumiar. Fanal, farol (dos navios). Lanter- na. Almadena (aa)” < nara (de nawara): “Luzir; brilhar, Huminar” < *niér ODO. O tm. ar. nie significa “luz”. s. Geriv.), f. Cah!) sg.3 semant. --ndr-- < --nitr--; morf. ma---aht; tipo (irre- gular) mafalah! (de maftalah!), £. de mandir (manwar, dai maftal), com -al!. Termo 4r., emprestado ao turco, através do francés (empréstimo com interferéneia dupla) 220-al. ALMENARA ALMENARA, s. f. “Farol ou facho, que se acendia nas torres e castelos para dar sinal ao longe. Forma exata, em vez de minarete” CDF. Cp. dr. cl. "almandrah!, composto de *al-, art., ¢ de -mandral, aos morf, acrescenta-se ‘al-. Sobrevivéncia. cf. minarete; 221. TARRAFA TARRAFA, s. f. “... Pop. Capa ou capote roto. Bras. do N. Espécie de renda” CDF. ATARRAFADO, adj. pop. “Coberto com tarrafa, Que tem capa ou manta esbu- racada” CDF. Cp. air. cl. tarhah': “O mesmo que tailasan. Véu com que as mulheres co- brem a cabega” < “frh ODO, € fatlasan: “Tr. persa arabizado. Manta redonda, de cor verde, aberta debaixo, feita de pano ou forro de 1a, que usam os ulemas (aa) © xeques (aa), na Pérsia” < *¢ls ODO. BLT afirma que € neologismo, no sentido de “véu". s. fj semant. (-r --alit; tipo fatlalt, £. de fatl. Sobrevivencia, 222. ROQUE ROQUE, s. m. “Cada uma das pesas do xadrez, chamadas torres. © mesmo que recambs” CDF. CF. port. recambé, s. m. “Tempo que dura um jogo de vasa, até preencher de- 187 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA (GUA PORTUGUESA 228-b. ALFARAS - ALFEREZ — ALFERECE ALFARAS, s. m. “... Cavalciro destro, bem montado” CDF. ALFERES, ou antes: ALFEREZ, 5. m. “Oficial do Exército portugués, imediatamente inferior a0 tenen- te... Ant, Porta-bandeira. Fazer pé-de-alferes, fazer corte, galantear, namorae” CDF. PE-DE-ALFERES, s. m. fam. “O mesmo que namoro. Cf. Castilho, Fausto, 243” CDF. ALFERECE, s. m. "O mesmo que alferes. Cf. Eurico, 94” CDF. Cp. ar. cl. 'alfaris, composto de *al-, art., e de -faris: “Aquele que anda, par- ticularmente a cavalo, em égua. Para Ibn As-Sikkit, designa a pessoa, que anda em qualquer cavalgadura, mas Abu-Zaid quer que seja unicamente aplicado a quem anda a cavalo, em égua, reservando a outros nomes diferentes baggal, hammar (arreeiro, arrocheiro, azemel)” < *frs ODO. s. (deriy.), m. sg: semant, vivencia. r-s, morf. ‘al-d- tipo fatil, com “al-. Sobre- 229-2. CANAVE - CANIBO CANAVE, s. m.“O mesmo que cainhamo” CDF, CANAVEZ, 8. m. “Plantagao de canhamo” CDF. CANAVEIRA, s. f. ant Ann, de D. Joéo IIT” CDF. CaxtBo: crito repetidas vezes nas Déc. de Barros, Sousa, Vest., p. 107”. “Eu nao o notei “Lugar, onde cresce o cinhamo, Cf. Sousa, inho cfinhamo. Este encontra-se assim es- muitas vezes” SRD, Il, 478a, e cita: “Especiarias, CaNYBO, boticas, ortaliga, apas, fogueo, Jo%o de Barros, Déc., II, V, 2”, texto de 1553 Cp. port. ednhamo, s. m. “Planta canabinea, cujos abundantes filamentos ser- vem para tecidos. Fios ou pano de cfinhamo, Designagio de varias plantas fila~ mentosas. (Lat. cannabum)” CDF. Cp. &r. el. ginnab (var. quinab): “Termo de uso corriqueiro em drabe, m: dizem que é de origem pérsica, e designa uma variedade de linho, de cujos fila- mentos se fazem fios ¢ linhas..." < *qnb ODO; em persa kanab (elem. const. knb) < lat. cannabis, cainnabus: “Linho cénamo ow cinhamo” SRV, ou gr. KevvaBIs “Cfinhamo, estopa de cénhamo...” XSN. s. m. (col.); semant. q-n(n)-b; morf. -i-(a)a-; tipo fittal. Sobrevivencia (CA- NAVE). Empréstimo (CANIBO). Cannabis sativa, Lin. Fam, das canabineas. Varie- dades: cultivada e natural; industrial (filamentos); medicinal (haxixe, bangue); cf. Bonnier, Plantas, 48; Candolle, 117-119. A semente da planta cultivada, de que se extrai o haxixe, dia-se qunbuz, na localidade de Haouch-El-Oumara, distrito de Zahle, Libano. E, no Libano, uma sobrevivéncia do latim. 191 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 234. ALAMBIQUE - LAMBIQUE ALAMBIQUE, s. m. “Aparclho de destilagio” CDF. ALAMBICAR, ¥. t. “Desti- lar no alambique. Fig. Tornar afetado, pretensioso. Arrebicar. Requintar” CDF. ALAMBICADO, adj. “Pretensioso; arrebicado” CDF. ALAMBICADAMENTE, adv, “De modo alambicado” CDF. ALAMBICAMENTO, s. m. “Afetagiio; requinte” CDF. LaM- BIQUE, s. m. “O mesmo que alambique” CDF. Cp. dr. cl. ‘al’ indTq, composto de ‘al-, art., ¢ de -"inbtg: “E termo de quimi- ca. Aparelho de destilagio” < *nbq ODO, “que se constitui de uma retorta (lite- ralmente, cucdrbita), bojuda na base, com gargalo esireito, ¢ em que se deita, com a 4gua, a substancia que se quer destilar, deixando o contetido ferver acima do fogo. Sobre a tampa (literalmente, boca) da retorta, se aplica o alambique, aparelho curvo ¢ torcido, ligado a um tubo comprido ¢ estrcito. Ao ferver a égua, passa o vapor a0 interior do alambique, © depois ao tubo, onde se condensa. No vapor, que se con- densa, passam as propriedades da matéria destilada. A agua, assim dissolvida, da- se o nome de espirito” <*gr' ODO < gr. dpi: “Escudela; alambique” XSN; de origem persa BLT; cf. AlMachriq, VI, 4, 15 fev. 1901, p. 156. 8. m, sg.j semant, -ub-g, mort, "al i--T-; tipo (arbitririe) fidil (em que os elementos dos dois / sio diferentes), com ‘al-. Sobrevivencia. 235-a. GAZELA GAZELA, s. f. “Animal do género dos antilopes, que anda em bandos na Asia ena Aftica (Antilope dorcade)” CDF. Cp. di. el. gazalaht, s. f. de gazal: “Enho; cria de corga, desde o momento em que comega a andar, ou o de nascimento até adquirir forga e vigor” < *gl ODO. s.f. Caht), sg semant, g-z-l-- morf, -a-d-aht tipo fatdl, com a part. do f. -al. Sobrevivéncia. Antilopine. Gazella arabica (Ar. ‘a'far, pl. ‘uf; Gazella dorcas (da Arabia, &r. adam, pl. ‘udm); Gazella cuvieri (da Africa do Norte, também de- nominada em dr. adam, pl. *udm). Cf. Malouf, Die, Zool. Ar., pp. 12 ¢ 112-113. 235-al, ALGAZELA - AGAZELA ALGAZELA, s. f. AGAZELA, s. f. CDF. Cp. ar. cl. ‘algazdlah!, composto de ‘al-, art., e de -gazalah!, cf. gazela; aos morf. acrescenta-se 0 art. ‘al-. Sobrevivencia. 195 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA RABE: “He palavra Persiana, val o mesmo que Attrahe-palha. Deu-se a0 Alambre este nome, porque attrahe a si as palhas - Bluteau”, cf. SRD, 1, 210-211. Cp. ar. cl. kahrabd (var. kahraba’): “Ambar amarelo. Neol. Bletricidade” < persa kahrubd: “Ambar amarelo”, composto de kah (elem. const. ka): “Palha” & de rubd (elem. const. rbd): “Aquilo que atrai” < v. rubudan: “Roubar. Arrebatar, tirar ou levar com violéncia”. Para as formas érabes, cf. ODO; para o persa, cf. XER, 138, e, particular- mente, RXD; para o emprego da caraba como enfeit Os jovens ¢ as jovens das cidades e do deserto (no Iraque) enfeitam-se com braceletes e pulseiras de ouro, prata, vidro e kahraba’...”, Napoleio Marini, “O que a Gente no Iraque Herdou dos Antigos Assitios e Caldeus”, Al-Machrig IV, 13, 1° dez. 1901, p. 1073. s. fy semant. k-hr-b-; morf. -a--a-d; tipo (arbitrdrio) failakd, Empréstimo (direto). Noia. Existe, no dr. cl., uma forma ilk: “Resina que se mastiga; mastigat6- rio”, com um verbo no sentido de mastigar (cf. lat. mastiche); corresponde-Ihe, no aram. ¢ sir., outra paralela (‘Ig), com o mesmo significado. Em gr. #extpov quer dizer ambar amarelo, sucino. 243-a, DIAFA DIAFA, s. f. “Gratificagio ou beberete, que se di aos trabalhadores, depois de coneluirem a sua tarefa. Tra, cabo-verd. Descante popular de homens e mulheres” CDF. Cp. ar. cl. difafaht: “Ato ou efeito de hospedar. Hospedagem. Hospitalidade”, int. do v. dafa (originariamente dataja): “Receber por héspede. Dar hospedagem a (com ou sem convite)” < *dif ODO. s. (inf), f. aft); semant. d-f--; morf. -i-d-ah'; tipo firal(ah), no f. Sobre- vivéncia? 243-al. ADIAFA ADIAFA, s. f. prov. alent. ¢ alg. “Gorjeta, gratificagio. Refeigdo, que se da aos trabalhadores, depois da conclusiio de uma obra, Volta dos trabalhadores da co- Iheita de azeitona, O mesmo que diafa” CDF. Cp. ar. el. ‘alditafah!, composto de ‘al- (equiv. fonét. ‘ad-),art., e de -ditafalt, cf. diafa; aos morf. acrescenta-se ‘al-. Sobrevivéncia. 199 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LixGUA PoRTUGUES A inelusio do trm. r. na raiz jot ( = ajuntar, reunir e, extensivamente, atar, prender) parece ser um tanto arbitréria ¢ deixa pairar a ddvida quanto A sua origem, apesar de certa afinidade que existe entre © nome e © que este nome representa. A comparagio entre os dois trms., 0 dr. ¢ © port., deixa subsistir a davida. Algema” CDF e espan. grillos DLE. Nota 5. Aos derivados de formagio interna no portugués, acrescentar: ALGE- MAGKO, ALGEMAMENTO, ALGEMADOR, termos niio dicionarizados e que foram con- signados na imprensa de Sio Paulo quando se travou, em duas circunstincias, du- Nota 4. Cp. port. grilhdo, s. m. “Fig. rante 1942 e 1943, uma violenta polémica entre os ingleses e alemies a respeito dos prisioneiros de guerra. Nota 6, No drabe, entre os instrumentos qu prender réus ou se_usam par: prisioneiros, existem os seguintes: 1. gull; em portugués & representado por argola (ef. n. 51); na lingua de pro- cedéncia, o termo signifiea: “Anel de ferro ou de couro”; aplica-se ao pescogo ou nas mios. 2. gata; corda (cadeia), que se aplica a 0s pés; extensivamente significa “tra- vas, peias, lago”; outro termo hé: gifad, que significa “cabresto”. 3. gidd, que nio deve ser estranho a cut(is); & 0 mesmo que “correia; ext agoute (a2), chicote”; a estudar se ndio é forma diferenciada da precedente. 4. sifid; a defini precedentes. (0 desse termo dada em ODO abrange os trés instrumentos 5. sair, é “tira de couro”; extensivamente designa a “rédea”; ov. (bitransiti vo) significa: “Trazer, conduzi De todos esses termos, os que figuram sob n. 1, 2, 4 sio os mais empregados; os outros (3, 5) usam-se quando se trata de cavalgaduras. 6. Hi ainda jamni‘aht, de que procede o port. algema, ou algemas; 0 verbo da raiz, que & comum aos trms. que figuram no wrbt. n. 426 (aljama, jami), significa: “Reunir, juntar, ajuntar, Ext. Ligar, atar, prender”. Nota 7. Ambos os verbetes algema, como aljamna, jami (n. 426), pertencem & mesma raiz (jm*), ja definida O exame de uma fotografia publicada em The National Geographic Mag ne (XXXV, n. 3, Washington, set. 1919, p. 232) autoriza-nos a reunir doravante 08 dois verbetes num s6. Trata-se de um instrumento em uso na China, um aparelho de thadeira de forma quadrada; aplica-se no t6rax por cima dos bragos que ficam estendidos, na atitude natural. Como complemento, um arco prende a pessoa 20 pescogo, A imo- bilizagdo da parte superior do corpo € total. O Sr. Charles K. Edmunds, autor do artigo onde foi publicada a fotografia, © que é intitulado “Shantung-China’s Holy Lands” (pp. 231-252), cenomina o ins- trumento em inglés “neck-stock or cangue”. Era antigamente usado para castigo 203 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA, 254-a. VIZIR Vizir, s. m. “Cada um dos principais oficiais do conselho do Imperador da Tur- quia, Ministro do Imperador da Turquia" CDF. GRAO-Vizik, s, m. “Primeito ministro do Império otomano” CDF. Vizitano, s. m. “Cargo de vizir. O tempo que dura esse cargo” CDF. ViziRaTO, s. m.“O mesmo que vizirado” CDF.CE. ft. vizin vizirat, visiriat. Cp. turco veztr (elem. const. dei”): “Grande dignatério civil, que tem posto equivalente ao de marechal. Vizir. Ministro” FRS < de. cl. wacir < *acr. 5. m, sg.5 semant, v-z-r; morf, -i-7-; tipo (arbitrario, do francés) fil (por fatil, original). Empréstimo de um termo drabe do francés, com interferéncia do turco. 254-b. GUAZIL - GOAZIL - GOA GVAZIL - GOZIL ZILL - GUAIZILL - GUAZIL, s. m. “Governador, entre os drabes e os persis” CDF. GUAZALADO, s,m, “Cargo de guazil” CDF. GOZIL, s. m, ant. “O mesmo que aguazil. Cf. Rotei- r0 de Vasco da Gama” CDF. GoziLavo, cf. SRD, I, 445, GOAZIL, GOAZILL, GUAIZILL, GvazIL: “Primeiro ministro do rei; governador duma cidade. Os nos- sos escritores empregam o termo especialmente com relacaio a Ormuz ea Cananor... © vocabulo j4 cra conhecido em Portugal antes do descobrimento da india, mas com 0 artigo drabe ¢ significado diferente, alguazil..." SRD, op. cit. Cp. dr. cl. wacir: “Homem chegado ao rei, ou de sua confianga, que se encar- rega do énus do poder, € a quem compete aconselhar o rei ¢ ajudé-lo na adminis- traglo e diregdo do reino; hoje se the di o titulo de grande dastur ¢ o de pacha”; 0 ara tem o sentido termo afim wizr significa de “ajudar” < *ir ODO. s. deriv.), m. sg.; semant. w-: “cargo (no sentido de peso)”, ¢ 0 v. ; morf. -a-7- tipo faril. Empréstimo (sem in- terferéncia), 254-b1.. ALVAZIL - ALGUAZIL - AGUAZIL ALVAZIL, s. m. ant. “Governador. Juiz de primeira instancia. Vereador da Camara” CDF. ALGUAZIL, ALGUAZIL-MOR, AGUAZILADO, cf. SRD, I, 24a, AGUA- ZIL, 8. m. ant. “Antigo empregado administrativo e judicial. Designagao genérica de qualquer empregado inferior de Justiga, como o oficial de diligéncia” CDF. Cp. dr. cl. *abvazir, composto de ’al-, art., ¢ de -waztr, ef. guazil; aos mort, acrescenta-se ’al-. Sobrevivéncia? (ALVAZIL). Empréstimo, sem interferéncia (AL- GUAZIL, AGUAZIL). 207 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, A laca da China ou verniz do Japio pravém do Idtex de diversos sumagres, particularmente da Rhus vernicifera, R. succedanea, var, Dumortieri e Mela- norrhaea laccifera. Segundo Gabriel Bertrand compie-se de um dcido, 0 lacol, ¢ de um fermento oxidante, a Kécase, a qual fixa 0 oxigénio do ar sobre o lacol. que se resinifica ¢ adquire uma cor parda. Cf. Constantin ¢ Faideau, As Plant. pp. 187, 233, 257, 272. 259. XABOCO XAROCO, s. m. tm. do Ribatejo. “Lagoa ou grande pogo de 4gua” CDF. CHA- BOUCO, s. m. prov.alent. “O mesmo que cabouco. Prov. Grande chareo; poga de agua estagnante. (Colhido em Turquel)” CDF. ENCHABOUCADO, adj. “Em que ha chabou- cos, covas ou fossos: os terrenos cram lenteiros, enchaboucados, B. Pato” CDF. Cp., ainda, port. cabouco, s. m. “Fosso; cova comprida, em que se assentam alicerces. O espago em que gira o rodizio da azenha...” CDF, assim como caboucar, caboucador. Cp. dr. cl. Sabakah!: “Pogos, préximos um ao outro. Terreno onde hi muitos pogos. Segundo Acihih (Iéxico), emprega-se o termo As vezes por pogos, quando ‘baka, v.t. “Esca- estes se multiplicam, com pouca distancia de um a outro”; cf.“ var xabocos” < *5bk ODO. s. f. Gaht), sg.; semant, -b-k: -ah!, Sobrevivencia 3 morf, -a-a-ah'; tipo fatal, com a part. do f. 260. JAVALI JAVALI, 8. m. “Porco bravo ou porco montés” CDF. JAVALINO, adj. “Relativo a javali. Proprio de javali” (Cf. Filinto, XXI, 91) CDF. JAVALINA, s. f. “A fémea do javali* CDF. JavaRDO, s.m. “O mesmo que javali. Fig. Homem grosseiro; bru- ” CDF. cl. jabalii®: “Habitamte da montanha; aquele que reside na montanha |, por oposigdo a sizgit, citadino (habitante da cidade)”, com- part. do adj. ético < “jb! ODO. “Sus scrofa”, tamontes. Cp. (da montanha; monté: posto de jabal-: “Montanha” ¢ de -if# ef. Malouf, Die. Zool. Ar., 37. s,m. sg.j semant, j-b-I 3 morf. -a-a-i’; tipo fatal, ¢ a part. do adj. ético. -ife, Sobrevivencia? 21 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INPLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Garrett, Romanceiro, Il, 9” CDF. GERZELIM, s. m. bras. “O mesmo que gergelim” CDF. GINGELIM, s. m. “O mesmo que gergelim” CDF. JORGELIM, s. m. var. CDF. SirciM, s. m. var. CDF. ZERZELIM, s. m. var. SRD, 1, 430b Cp. ar, cl. juljulan: “Semente de sésamo. Dizem que designa o sésamo, na espiga, antes de ceifado” < ‘lj! ODO. Em RXD: “Semente de coriandro”. s.; semant, j-lj-l-; morf. -«--u-dn; tipo (arbitrério) futlukin (f = Empréstimo? Sesamum indicum, de Candolle (S. indicum ¢ S. orientale, Lin.). 2 Nota. Na Siria, Monte Libano, ¢ Palestina juljuldn & completamente desusa- do atualmente; foi substitufdo por um latinismo simsim (cl.) e sxmsum (pop.) < lat. sesamum. 268. ALBARRADA ALBARRADA, s. f. ant. mesas” CDF. Cp. ar. cl. ‘albarradah', composta de ‘al-, art., ¢ de -barriadah': Vaso para beber. Vaso com flores, para ornato de “Vaso desti- nado a refrescar Agua; utensilio em que se refresca agua” < v, barrada, t. “Refres- car gua, ou misturar Agua com gelo” < v. barada, t. € i. “Ter frio; por a refrescar (alguma coisa), ou misturd-la com gelo” < *brd ODO. s. @eriv.),f. (-ah!), sg.; semant, --b-r(r)-d-; mort, 'al-a-()a-ali; tipo fattalalt, cf. de fattél, com *al-. Sobrevivénci 269. SIRAGE SIRAGE, s. m. “Oleo de gergelim” CDF. Cp. ar. strij (var. sTrij): “Oleo de gergelim. O povo diz sarij” *srje *irj ODO; em turco Sira (elem. const. sTrh): “Mosto, sumo da uva, ainda no fermentado. Por analogia, suco de certos vegetais, de que se fazem bebidas fermentadas” FRS; € de origem persa, seg. XER, 89 ¢ FRS, “Vinho" RXD. 3 tipo (arbitra 84 semant. s-rsj; morf. -7 io) fitil. Empréstimo. 270, XEQUE XEQUE, s. m. “Chefe de tribo africana” CDF; ef. SRD, Il, 4292 Cp. ar. el. Sat “O mesmo que sene, homem velho, idoso; ancifio. Ext. Pro- fessor. Mestre. Sébio. Chefe de tribo. Dé-se esse t/mlo aos grandes mestres, nio somente em consideragdo a sua idade, mas também em consideracio A sua cién- 215 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 277. ACORDA ACOoRDA, s. f. “Sopa de pio, alhos, azeite etc. Fig. Pessoa mole, negligente. Gir, Bebedeira” CDF. PAPA-ACORDA, s. m. ¢ f. fam. “Pessoa indolente, molanguei- ta” CDF. Cp. port. sorta, s. f. “Espécie de pasteliio”, (Lat. torta) CDF, ¢ tortelia, s. f. Chul. “O mesmo que bebedeira” CDF. Cp. dr, cl. ’alturdaht (entre muitas outras variantes), composto de ‘al-, art. (equiv. fonét. "at-), ¢ de -turdah: “Migalhas de pio, embebidas em caldo (de car- ne), ¢ de garada (0 pio), retalhar, despedagar, e por as migalhas em czldo (de car- ne)” < “¢rd ODO. s. f. (ah), sg.5 semant, ~ Sobrevivencia. t-rd--; morf. “al-u--ah"; tipo full, com “al-, ¢ -ali'. 278. ACOITE - ACOUTE AGOITE, ou ACOUTE, s. m. “Instrumento de tiras de couro, para bater. Azor- rague. Létego. Fam. Pancada com a mio em nédegas de criangas” CDF. AOI TAR, ou ACOUTAR, v. t. “Dar com agoite em. Fustigar. Bater. Varejar, Devastar. Afligir” CDF. ACoITADICO, adj. “Que tem sido agoitado muitas vezes” CDF. AGol- TEIRAS, s. f. pl. bras. do S. “Ponta das rédeas, com que 0 cavaleiro acoita 0 cava- lo” CDF. Cp. ar. cl. *alsaitt, composto de *al- (equiv. fonét. ‘as-), ¢ de -saiig: “(Instru- mento) para bater, feito de couro entrelagado, ou outra matéria semelhante” < “sit ODO. s. (inf.), m. sg.; semant. fir; morf. ‘al-a ; tipo fatl, com ‘al-. Sobrevivencia. 279-a. FARROBA - FERROBA “Oo esmo que alfarroba” CDF. FARROBA, s. mesmo que alfarrobeira” CDF. FERROBA, s. f. de: “O mesmo ou melhor que alfarroba" CDF. FARROBEIRA, S. ‘On Cp, mais, port. pao-de-san-jodo, 8. m. bras. “O mesmo que alfarrobeira” CDF. “Grande planta da Siria, de fruto igual ao da canafistula, porém mais largo, de gosto adocicado, ¢ Cp. ar. el. karrith (var. kurnizb e, mais raramente, karnib): de que h4 uma variedade, qualificada de sandélica, portanto de fruto menor e mais doce (almugaidisitt). Ext. Planta silvestre, espinhosa, cujo fruto & semelhante & magi, de gosto detestivel um tanto amargo, e de efeito restringente... A unidade diz-se *alkarritbaht” < *krb ODO < aram. karriiba (cf. Manna, Voc. Cald.) e sir. 219 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 285. ARROCOVA - ARROCAVA —- ARROTOVA ARROCAYA, s. f.“O mesmo ou melhor que arrocova. Cf. Herculano, Hist. de Port., LV, 106” CDF. ARROCOVA, 8. m. ant. (O mesmo que arricaveiro). Senti- nela” CDF. ARROTOVA, s. m. ant. “O mesmo que arrocova” CDF. RECOVAGEM, sf... Conjunto das pessoas, que acompanham e guardam as bagagens de um exército, € que ndo entram em combate” CDF. Cp., ainda, port. arricaveiro, s. m. ant. “Segundo Viterbo, chamava-se assim 0 soldado agricultor, que 86 em tempo de guerra era obrigado a prestar servigos de guar- nigao, mas, segundo Dozy, e1a 0 escudeiro ou aquele que segurava o estribo” CDF. Cp. ar. el. “alrugaba’, composto de “al-, (equiv. fonét. “ar-),art., e de -rugaba’, pl. de ragib: “Aquele que guarda, vigia, espera, espreita. Observador nas casas de jogo. Observador daquele que é encarregado de cunhar moeda” < v. ragaba, i. “Es- perar. t. Guardar (um objeto). Observar (um astro)” < “rgb ODO. s. @eriv.), m. (morfologicamente f., -d” por ser pl.); semant. ---r-q-b--; morf. -a-d"; tipo futala’, pl. de fatil, com “al-. Sobrevivencia. 286. ALMARRAXA ALMARRAXA, s. f. ant. “Vaso, com orificios no bojo, para borrifar” CDF. Cp. ar el. “almirasiah!, composto de ‘al-, art., ¢ de -mirassah!: “Aparelho, com que se asperge, se borrifa égua, ou outro liquido qualquer (tegador)" < v. raiia (por rasasa), t. “Aspergir, borrifar gua” < *r¥ ODO. Para a formagdo do tema nominal ma-, em vez de mi-, cf. manjorra (n. 18). s. (deriv.), f. ah), sg.s semant. ; morf. ‘almi-a--aht; tipo mifatl (1=D, com ‘al-, ea part. do f. -ah!, Sobrevivencia. rs 287, ZABANEIRA ZABANEIRA, s. f. des. “Mulher desavergonhada” CDF. Trm. pop. em dr., que se prende raiz chn > s. zabiinah!: “Concubina, amisia”, dai o v. zaitbana: “Viver, ilicitamente, com uma mulher”; cf. ODO *zbn. Semant. z,b,n. Sobrevivéncia? 223 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. UENCIAS ORIENT: 1\ PORTUGUESA, Cp. port. onga, s. £. “Peso antigo, equivalente A décima sexta parte do arritel Peso de oito dracmas. Moeda havanesa de ouro, do valor de 17 piastras. Moeda Pop. Pacotilha de tabaco, de peso va- idvel. Loc. fam. Andar d onca, nio ter dinheiro. Cf. Camilo, Hist. ¢ Sentim., 164 (Do lat. unciay” CDF; cf. NSC, vrbt. oca Cp. ar. cl. *igifah! (var. fqifaht): “Antigamente, peso de 7 miticais, (pl. de mitical, com aa) ¢ 40 adarmes (aa) e, atualmente, de 60 adarmes, Trm. ind. Peso ce 12 adarmes, quando designa a semente do bicho de seda. Tin, med. Peso de 12 adarmes” < *ig? ODO. Nio confundir com dr. cl. ‘uggalt (cf. NSC, vrbt. oca) metade de arratel (aa), peso de 400 adarmes (aa), que parece proceder da mesma origem que *ugitah! < gr. obyxic: “Onga (medida romana)” XSN > lat. dincia: “(Trm. siciliano). Onga, a 1/12 da libra romana, A duodécima parte dos bens ou duma heranga... A duodécima parte do sextario. A duodécima parte do jugerum...” SRV. Cf. FRO, n. 1072, pp. 300-301 | Cah!) sg. Confundem-se morf. e semant. Empréstimo (direto). espanhola, correspondente a 14.672 réis 297. BACAL - BACALL “Negociante de cereais; tendeiro. O termo aparece empregado nos primeiros anos da conquista de Goa, onde havia portas da cidade denominadas BACAIS, ¢ foi recebido dos mouros. Substituiram-se-Ihe depois outras expresses como chatim € baniane...” (SRD, 1, 75a). BACALEIRO: “Ea forma moderna de bacal, com o mes- mo significado” (SRD, Il, 459b). Cp. persa bakal (elem. const. bkal): “Negociante de cereais” RXD < r. cl. bagqgal: “Vendedor de legumes, vegetais, produtos de horticultura (em ar., bagi)” < *bgl ODO. S. m. sg.j semant. b-k-l < b-qiq)-l; mort, -a-d- < -a-(q)d-; tipo fatal (perss por ar, el. farrdl). Empréstimo (interferéncia). 298, ADUFA - ADUFO Abura, s. f. “Resguardo exterior das janelas, feito de tabuas estreitas, mas no unidas. Comporta, roda de pedra, galga, que esmaga a azeitona no lagar de azeite” CDF. “Emprega-se o termo em indo-portugués por resguardo de janelas, feito ordinariamente de conchas semitransparentes do marisco blring, em lugar de vidraga... Também se diz ADUFO em Goa. ADUFARIA 6 0 conjunto de adufas” (SRD. 1, 12b e IT, 449b). ADUFAR, v. t, “Tapar com adufas” CDF. 1. Cp. dr. “aldaff, composto de "al-, art. (equiv. fonét. ‘ad-) ¢ de -daff: “Neol. Prancha de madeira. A unidade diz-se daffah!” < *dff ODO. 227 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, s. f. (por ser plural); semant. -~ fattlalt, com *al-. Sobrevivencia. ymorf, ‘al-a- 304. CAABA - CABA Caan, s. f. “Edificio religioso em Meca, da particular veneragio dos mugul- manos” CDF. CaBA: “Cendculo, ou casa quadrada. Este nome tendo artigo signi- fica Templo da Meca, por ser fabricado de forma quadrada...", Sousa, Vest., p. 102. Cp. ar. cl. ka‘balit: “Quarto (compartimento de casa). Casa de forma quadra- da. Templo da Meca, Dizem que foi assim denominado por formar proeminéncia, ou por ter forma quadrada”; ef. s. ka‘b: “Cubo (arit.). Corpo de forma etibica. Cubo (geom.)” < *k'b ODO. s. f. (ah), sg. semant, k-'b—-; morf. -a~aht; tipo fatl, com a part. do f, -ah!. Empréstimo. 305. MUDBAGE Mupsacz, s. f. ant. “Tela preciosa, usada em paramentos eclesidsticos” CDF. Cp. ar. cl. mudabbaj: “Vestido de um estofo, cujas malhas ¢ tramas sio de seda recamada ¢ desenhada (adornada)” < s. d7baj, mesma acepgio > v. dabbaja: “Recamar, desenhar, pintar; adornar, ornamentar” < v. dabaja, t., mesma acepgio < *dbj ODO; 0 s. dibaj < pérs. diba (elem. const. diba): “Brocado” RXD, “Estofo de seda” FRS; cf. XER, 60; ef. port. dibd, SRD, |, 360b. s. deriv.) m. sg.; semant. --d-5(6)-j; morf, mu-a-(b)a-; tipo mufattal. Emprés- timo (direto?). 306. ALETRIA ~ LETRIA ALETRIA, s. f. “Massa de farinha em fios delgados, espécie de macarrao” CDF. ALETRIEIRO, s. m.“Fabricante de aletria” CDF. LETRIA, s. f,"O mesmo que aletria. Certos ornatos de olaria” CDF. Cp. ar. ‘al’ itrifaht (om que to de ‘al-, art., ¢ de -'ifrifalit: “Iguaria, em forma de fios, feita de massa de fari- nha” < *frii ODO. O Pe. Anasticio-Maria (“Adigées aos Diciondrios Arabes”, Revista da Academia Arabe, IV, 10, Damasco, out. 1924, p. 450), faz derivar ‘al’ itritaht do persa fir (elem. const. fir): “Fio”, que se deve prender foneticamente -i-, sem acentuagio), compos- raiz {Tre no a frit 231 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA procedem diretamente da forma pérsica, com ou sem interferéneia, do lat. minium, ou da forma hebraica carmil. Cp. dr. cl. girmizite: “Vermelho, cor de quermes” < *grnz ODO, composto de qirmiz-, cf. quermes, ¢ de -i#, particula do adj. ético, em drabe; 20s morf. acres- centa-se -ii*, Sobrevivencia? 312-a. SULTAO -SOLTAO - SOLTAM - SOLDAO ~-SOLDAM SULTAO, s. m. “Titulo do imperador dos turcos, e de outros principes mao- metanos e tArtaros. Fig. Senhor poderoso, principe absoluto. Homem, que tem muitas amantes (do lat. sultanus)” CDF. SULTANA, s. f. “Mulher ou filha do sul- tio. A odalisca ou amisia do sultio, que dele teve algum filho, (Navio de guerra, entre os turcos. Cf. Camilo, Caveira, 84. Fita ou faixa que as mulheres espanho- las usavam ao pescogo, como enfeite.) Nome de uma ave galinécea” CDF. GaL- NHA-SULTANA, s. f. “Ave inha” CDF. SULTANEAR, v. i. “Viver como sultio. Cf. Rui Bar, Réplica, 158" CDF. SULTANICO, adj. “Relativo a sultio; proprio de sultiio" CDF. SULTANIA, s. f. “Provincia governada por um sultio” CDF. SULTANI- ZAGAo: “... De maneira que j4 se vaticinava a sultanizagdo da Reptblica...", Evaristo de Morais, “A Trindade Redentora”, Jornal do Brasil, n. 261, 5 nov. 1930. SULTANADO, s. m. “Dignidade do sultio. Pais, governado por um sultio” CDF. SULTANATO, s. m. “O mesmo que sultanado” CDF. SULTANESCO, adj. “Proprio do sulto. Cf. C. Lobo, Sali. de Juv., 1, 53" CDF. SOLDAO, s. m. ant. “O mesmo que into, D. Man., 1, 330” CDF. SoLDAM, var. “E 0 mesmo que sultio, mas os nossos escritores aplicam-no em particular 20 rei mugulmano do Egito - grio solddo do Cairo (por gram soldam do Cayro)...", pl. solddes (SRD, I, 312b-313a). SOLTAM: “Principe, monarca maometano... Os nossos indianistas mencionam em particular o titulo com referéncia aos reis de Cambaia”, pl. soltées (SRD, II, 325-326). Admitir ainda: SULTANESCO, adj. “Pré- prio do sultio” CDF, assim como a forma SOLTAO (1615), pl. saltdes (1600); ef. SRD, M1, 325-326. Cp. ar. cl. sulfa substantivo feminino, ica poder supremo, autoridade absoluta, reino, impé- rio. Sulfanaht, 6 0 feminino de sultio (imperador)” < *sif € *sltn ODO; acep. tur- ca: “Soberano; monarea; imperador. Como vocabulo turco, designa sultana a mu- her, irma ou a filha do sultio. Quando se trata de um sultio, o termo precede 0 nome proprio, e de uma sultana, o termo deve segui-lo” FRS; cp. lat. sultanus, Coripo, poeta cristo (Quicherat-Daveluy). A raiz, no semitico comum, exprime a idéia principal de dominio (absoluto irrefredvel); cf. *slt, Manna, Voc. Cald., Cardahi, Lobab. As tergiversagGes dos sultio. Cf. Roteiro de Vasco da Gama “Detentor da autoridade suprema. Rei. Imperador. Como 235 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA sendo indireta a forma drabe (derivagiio do grego, com interferéncia de outra for- ma rabe, obsoleta). O acento, no grego, originou a controvérsia, e por isso admi- te a interferéncia da forma latina (ecclésia). s. f. (-ah!), sg.; semant. com ’al-, Empréstimo? n-s-+; morf. *al-a-i-ah'; tipo fatilaht, f. de fatil, 318. XAIREL - XAREL XAIREL, s. m. “Cobertura da cavalgadura, sobre que se poe o selim ou albar- da... Adj. O mesmo que xairelado. Prov. trasm. Fraco adoentado” CDF. XAIRELA- bO, adj. “Diz-se do cavalo, que tem mancha branea no seladouro” CDF. XAREL, s.m.“O mesmo que xairel” CDF. Cp. dr. cl. fatal: “Cobertura, que se usa para proteger uma besta” < *jll, XRT, adit. cita 0 Iéxico Lisan, cuja autoria é incontestivel; ODO admite jalal como sendo termo popular, por jall ¢ jull, formas clissicas. Convém, outrossim, citar Salil; “Cobertura de 12 ou de pélo, que se coloca sobre a anca da cavalgadura (lite- ralmente, do camelo), atris da albarda... Cobertura, sobre que se poe a armadura; armadura grande, que se pde sobre a pequena, ou serve para designd-las ambas” < *5l1 ODO. S.m. $g.; semant. jl ; mort. -a-a-; tipo fatal. Sobrevivencia 319-a. BABUCHE - BABUCHA BABUCNA, s. f. “Pantufo; chinela. (Fr. babouche)” CDF. BABUCHE, s. m. “O mesmo ou melhor que babucha” CDF. Cp. dr. cl. babs (e a outra forma babi7j, mais usual, em dr): “Espécie de cal- gado. E termo arabizado...” (ODO, vrbt. babiij) < persa papits, var. paipis (elem. const., os mesmos): “Sapato; sandalha”, composto de pd (var. pai): “PS”, e de pis: “O que cobre”, do v. piisanidan ou piisidan: “Cobrir” RXD; cf. Lokotsch, n. 1625, p. 130; no tureo e no curdo, mesma forma que o persa, com as mesmas acepgdes. S. m, sg.; semant. e morf, babii, tipo (arbitrério, mas existente nas linguas ditas semiticas) fail. Empréstimo do dr, de um termo persa, com interferéncia do fr. Nota. As formas papuz(es) e papus(es), citadas por SRD, Il, 167b, e 51 1a, sio empréstimos diretos do persa. 239 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 327-a. ZURRACHA (por ZURRACA) ZURRACHA, s. f. ““Antiga embarcagio de carreira ou passagem” CDF. Cp., igualmente, port., zabra, s. f. "Pequena embareagio, espécie de bote, na Africa Oriental. Cf. Roteiro de Vasco da Gama; Géis, Crén. de D. Man., I, ¢. XVIII” CDF; zavra, s. f. “Embarcagiio, 0 mesmo que zabra" CDF; AAla; jaura, id., ibid. (texto do século XVID). Cp. dr. cl. zaiirag: “Embarcagiio (pequeno navio)” < ztirg ODO; acep. em tur- co: “Barco” FRS; acep. em persa: “Navio. Bote” RXD. S. m. sg.; semant. z-iir-g; morf, -a--a-; tipo fatiak. Empréstimo (direto). 327-a1. AZURRACA (por AZURRACHA) AZURRACIIA, s. f. ant, “Barco de um remo, que se usava no Doiro” CDF. Cp. ar. el. ‘alzaiirag, composto de ‘al- (equiv. fonét. 'az-), art., e de -zaiirag, cf. surracha; aos morf. acrescenta-se ’al-. Sobrevivencia? 328. ALFAVACA ~- ALFABEGA - ALFADEGA ALFAVACA, s. f. “Planta labiada, semelhante ao manjericdo. Tim. do Ribatejo, Flor de oliveira” CDF. ALFAVACA-DE-ConrA, s. f. “Planta urtiedcea” CDF. ALFA VACA-DO-CAMPO, s. f. “Planta aromdtica, brasileira. Segurelha” CDF. ALFADEGA, s. f. prov. dur. “Manjer um dic. ms., arquivado na Torre do Tombo. Suponho que é alter(agio) da alfabega, de folha larga. Ant. © mesmo que manjerona, segundo uma das formas cast., correspondentes 4 nossa alfavaca. (Cf. Viana, Apostilhas, vrbt. alfavaca)” CDF. ALFABEGA, s. f. rm. de Vizela““O mesmo que alfavaca” CDF. Cp. ér. cl. “athabagaht, composto de ‘al-, art.. ¢ de -habagah', termo que de- signa a unidade de habag: “Planta aromética...” < *hbq ODO, © qual cita doze variedades da mesma planta. s. f. Cah!): semant. Sobrevivén morf. ‘al-a-a-ah; tipo fatal, com “al-, e -ah'. Ocimum Basilic (Constantin e Faideau, As Plant., pp. 176 e 278). 329. ALMISCRE - ALMISCAR - ALMIZCAR - ALMISQUYRY — ALMISQUERE ALMISCAR ou ALMIZCAR, s. m. “Substincia aromatica, segredada do almiscareiro. Nome de uma planta de estufa, 0 mesmo que almiscareira” CDF. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA “Instrumento de repercussiio, semelhante ao adufe (a2), sobre que se bate para que ressoe” < v. t. cl. nagara: “Tocar alatide, tambor” < *ngr ODO e XRT (para o verbo). s. f. Cah!) sg.; semant. n-q-r-; mort, -a-@-aht; tipo faial, com -aht, Empréstimo. < dr semant, n-q(-)-r--; morf. -a-(q)d-aht; tipo fattal, com -ah'. Empréstimo. 337-al. ANACARA ANACARA: “Espécie de tambor usado pela cavalaria no Oriente” Domingos Vieira (cf. SRD, I, 37a). Cp. ar. “alnagqarah!, composto de ‘al- (equiv. fonét. ‘an-), art., ¢ de -nagqaralt, cf. nagard; aos morf. acrescenta-se ‘al-. Empréstimo. 338. REGULO REGULO, s. m. “... Estrela da constelagiio do Ledo” CDF. Cp. ar. el. rijl: “PE” < *rjl ODO, que cita: 1, pé do Gigante; Grion; 3, pé esquerdo de Orion e 4, pé de Centauro. Para Tallgren, Estr., 0 1° € Orion (XXXIV), 3; 0 2°, Gémeos (XXIII), 4; 0 3° € Orion (XXXIV), 12 B; 0 4° 6 Centauro (LXIID, 2 &. Ha nesse tltimo autor, um 5°, Andromeda (XIX), 7, que em dr, se diz pé da eneadeada. Para Lokotsch, n. 1720, p. 137, trata-se dos pés de Orion, o esquerdo eo di- reito, © que parece ser mais provavel. 5. m. sgqj semant. r-jl; morf. -i--; tipo fic. Empréstimo (visual, auditivo?). Leitura. “... Ficaram vestigios do g (velar oclusiva sonora), mesmo na idade Pé direito de medieval. Os sdbios daquela época tém-no conservado em certos vocdbulos que tomaram de emprestado aos drabes, como asangue, de sanj (Cimbalo, VIII, 3, em TAllgren), ¢ regulus, de rijl, ambos nomes de estrelas”, Pe. Henrique Lammens, “A Prondincia do jim @) entre os Arabes”, Al-Machriq, {, 3, 31 jan. 1898, p. 118. Admite-se a interfer8ncia do lat. regulus, de que procede o portugués. Processo de derivagio: port. régulo v. sagala, t. “Brunir; polir; lustrar; alisar (espada ¢ mais cousas)” > s. deriv. saqqal, tipo faral: “Brunidor™, que no tem correspondente em port., provavelmente por influéncia de agacal (aguadeiro); iqal ODO. Deve estudar-se a formagio do a- inicial, em port., tomando nota da existén- cia da forma gacalado. além dessa iiltima forma, ainda existe outra em dr. cl. 5 Elem. const. , q. 1. E uma sobrevivéncia. 255 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, 365-b. ALMOGAVAR — ALMOGAURE - ALMOGRAVE ALMOGAYAR, s. m. ant. “Guerreiro, que vivia nos matos, donde assaltava ter- ras de moiros” CDF, ALMOGAVARIA, s. f. “Tropa, expedigdo, correria de almogi- vares” CDF. ALMOGAURE, s. m.“O mesmo que almogavar” CDF. ALMOGRAVE, s. m. “O mesmo que almogivar. Cf. Herculano, Bobo, 60 ¢ 210” CDF. Cp. dr. el. "alnugar “Homem, guer- reiro que faz freqentes ‘algaraht (aa)” < v. gawara, regido pela prep. ‘ald, com a Jr, composto de ‘al-,art., e de -mug mesma acepgio de "agdra < *giir ODO. s. deriv.), m. sg.; semant. Sobrevivencia. wer; morf, "alm ipo mufatil, com al-. 366. CABIDELA - CABADELA CABIDELA, s. f. “Reuniio de figado, pescogo, pernas e outras miudezas de aves. Guisado, feito com essas miudeza aves” CDF. CABADELA, s. f., var, CDF. Prende-se ao dr. cl. kabid (var. kabd e kibd): “Figado. Ext. O ventre inteiro” < *khd ODO. Nao se deve rejeitar a interferéncia do adj. ético no f. -ifaht, No drabe no existe protétipo para que se Ihe comparem as formas portuguesas. Elem. const. k, b. d. Sobrevivencia. ¢ sangue das mesmas Nota. “O Sr. Nimer reforca a origem drabe da palavea cabidela. Assim se chama 4 reunito do pescogo, pernas, figado e outras miudezas da mesma ave.” Eis exemplos de Camdes: “Das lagrimas caldo fago ~ do coragio escudela — esses olhos sam panela - que coze bofes e bago - ¢6 toda a mais cabadela” (Filomeno, v. 1089/1094); “... esperiigas, temores com toda a outra mais cabedela...” (id.. 2031); “Pois, senhores, coracdo, bofes, baco, & toda a outra mais cabedela...” (El- rey Seleuco, v. 137/138). “Adolfo Coelho, hi tempos, propés *eapitella, plural neu- tro tornado coletivo singular.” Cf. Serafim Silva Neto, Bibliografia Filoldgica, Rio de Janeiro, 1943, 1, 19. 367. JORIM “Brocado na {ndia...” SRD, 1, 295b. Trm. de 1601 Cp. persa carin (elem. const. zrin): “Dourado” RXD, composto de zar-: “Moe- da” RXD; “Ouro” FRS, e de -in: “Particula usada especialmente para formar adje- 259 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLA :NCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA. E voz comum derivi-lo do sfnser. éatiiranga: “Termos que designam 4 divi- ses, ou elementos, ou bases que serviam para organizagaio dos exércitos na india em elefantes, carros, cavaleiros e peées”, cf. Abdul‘aziz Almuzaffar, de Bagdi, “Onde se Criou 0 Jogo de Xadrez? E como se Espalhou pelo Mundo”, na revista Al-Hilal, XXXVI, Cairo, mar, 1929, p. 595, que confessa haver divergéneia entre os etimologistas quanto 4 origem do termo, e cita mais dois outros pareceres. Para completar a lista dos pareceres, cf. ODO e, particularmente, XER, 100-101. SRD, M1, 422a, Lokotsch (n. 1871, p. 149) e Almuzaffar so acord. s.4 semant. S-fr-nj; mort. ipo (arbitrério) fitlakd. Sobrevivencia ou empréstimo? Nota 1. Compie-se 0 jogo de xadrez de 6 pegas. As que sio denominadas roque (3) e alfil (5) passaram & nossa lingua. X4 (1) passou em tradugdo como rei da Pérsia e no termo xamate (morreu o rei). A égua (4) é representada pelo cavalo. O pea através do drabe. (© passou em tradugiio do pers: Quanto A rainha, ou dama, ela se diz em drabe ‘alfirs ou ‘alfirsan. “Na sua denominagio, acrescenta Almuzaffar (pp. 597-598), percebe-se um sinal de mani- festa leviandade (subentende-se naturalmente: por parte dos ocidentais). O jogo & genuinamente oriental. E os usos do Oriente bentende-s ou dama (su- permitem a rainh: que € mulher), ocupar um cargo nha o ministro, isto & *alfirz. M gio. Nos primérdios da penetra jo importante como 0 que desempe- s outra maneira hi para explicar essa denomina- 10 desse jogo na Europa, ao ‘alfirz denominaram fercia, que tio mal pronunci explica por que temos a denominagio de rainha ou dama, em vez de ‘alfirz Nota 2. Também isso explica perfeitamente a denominagio do jogo das da- javam até disserem vierge, a Virgem (Maria). E isso mas, cujo tabuleiro é semelhante 20 do xadrez. Na parte desta obra, reservada & semintica, se trataré desse fendmeno. Nota 3. Num poema de Ibn-il-hibbdritakt (falecido em 1111 da era crista), 0 x4 € 0 rei; alfirzan € 0 ministro, hoje a rainha; o roque, ave, & a torre: alfil, o ele~ fante, hoje € égua; a cabra designa hoje 0 louco, ¢ os pebes conservam a mesma denominagio do persa arabizado, diz 0 comentador de Al-Machrig, XIII, 2. jan. 1910, pp. 77-79. 374-a1. ACEDRENCHE - ENXADREZ ACEDRENCHE, s. m. ant. “Jogo, que correspondia ao xadrez. Cf. Hist. Geral da Casa Real” CDF, ACEDRENCHADO, adj. ant. “Que tem aspecto de acedrenche; axadrezado, estampado aos quadrinhos” CDF. ENXADREZ, s. m. ant. “O mesmo que xadrez” CDF. ENXADRISTA, adj. tivo ao enxadrez. M. Jogador de xadrez. Cf. F. Manuel, Apdlogos” CDF. ENXA- ela- 263 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 380-a. DAROES - DARUES - DAROEZ - DARVIS - DREVIS - DERUIS - DERVIS(IOS) - DARUEZ Darofs ou DARUES, s. m. “Espécie de monge maometano. Cf. Barros, Dée., (passim). Corresponde a0 estrangeirismo derviche” CDF. DAROEZ, DARVIS, DREVIS, DERUIS, DERVIS(I0S), var. SRD, I, 349a, em texto a partir de 1540. DARUEZ, var. NSC. Cp. persa darvaé (elem. const. drifts): “Pobre. Monge” RXD, trm. que, seg. XER, 63, significava “originariamente (aquele que se mantém) ante a porta, i.e, mendigo. Asceta. Monge”, e do qual existem formas paralelas em drabe (darwil) € em turco. Todos os termos citados so empréstimos diretos. 380-al. DERVICHE - DERVIXE DERVICHE, s. m. “Expressio francesa, correspondente ao portugués daroés...” CDF. Dervixe, var. NSC. Cp. fr. derviche < turco dervi§ (elem. const. drifts): “Pobre. Monge mugul- mano; derviche” FRS < persa darwéf, ef. daroés. Empréstimo com interferéni cupla (do fr. e do turco). 381-a. ALUA — ALUA(S) — ALUA - ALOA - ALVA ALUA, s. m. “Bebida usada no N. do Brasil, ¢ formada por um cozimento fer- mentado de arroz.e algumas gotas de limao” CDF. ALUA(S), IIhas Maldivas, ALOA @luteau), ALUA (fndia), ALUA (Macau), ALVA, var. “... Na India designa doce feito de leit lado, jagra, castanhas de caju ¢ gergelim", SRD, 1, 28b. Cp. turco falva (elem. const. {iiia): “Espécie de pasta formada de farinha, manteiga, ¢ agiicar, mui comumente fabricada no Oriente” FRS < ar. cl. halwa’, var. halwiz: “(Dogura). Qualquer iguaria feita de agticar ou mel e fruta doce. O povo assim designa o doce feito de sirage (6leo de gergelim), melaco de uva ou agticar, pelo infinitivo (dogura)” < v. hald < *hli? ODO. A raiz. exprime principalmente o estado! do que é doce, 2, agticar, améndoas pisadas e manteiga, e em Goa, doce de coco ra- 1. “Les langues indo-européennes sont condamnéss au langage figuré. Elles ne peuvent pas plus y échapper que l"homme, selon le proverbe arabe, ne saurait sauter hors de son ombre. La structure: de laphrase les y oblige: elle est une tentation perpétuelle A animer ce qui n'a pas de vie, A changer en actes ce qui est un simple état” (Bréal). 267 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Cf. G. Vicente, Reis Magos” CDF. ALFACIA, s. f. trm. dos vendilhdes de Lisboa. “O mesmo que alface” CDF. ALFAGAL, s. m. “Lugar, onde se criam alfaces” CDF. Cp. port. alfacinha, s. m. pop. “Habitante de Lisboa” CDF. Cp. ar. cl. ‘alkass, composto de ‘al-, art., e de -kass, que assim define ODO *kss: “Planta leguminosa, de folhas largas nsipida quando é tenra, e amarga quando amadurece. A unidade diz-se kassah!". Nio se sabe se o port. alfaga, que emprega G, Vicente, provém da var. em ar., ou € de formagio interna 8. m. col.; semant. ss; marf. ‘al-a--; tipo fatl,em que t = [, com ’al- Sobrevivéncia. Lactuca Scariola, var. sativa (Candolle, 75-76). 388. DAIA -DAYA - DAYAH Dala, s. f. trm. de Goa “O mesmo que parteira” CDF. Para as outras formas que sdo respectivamente de 1613 ¢ 1589, cf. SRD, I, 342a-b. Cp. persa ddtah (elem. const. dath): “Aia. Ama seca”. RXD, FRS; Kazimirski, Dial.; José Tatai, “Os Costumes Libaneses”, em Al-Machrig, Il, 1, 1° jan. 1899, p. 25, nota 1; “Os persas chamam assim a ama de leite, a aia, mas entre 0 povo 0 termo designa a parteira”. E termo popular em persa. Existe no dt. sob a mesma for- ma, com o sentido de parteira, ¢ no turco com o de aia. Empréstimo (direto). 389-a. DUCAO DUCAO, s. m. ant. “Loja, onde se vendiam géneros por mitido na [ndia portu- guesa” CDF; pl. DUCOES, cf. SRD, I, 37 1b: texto de 1554. Cp. persa diicdin (elem. const., os mesmos), var. dukan (elem. const, dkan): “Loja de comestfveis. Mercearia” RXD; em gr. 6xtov: “Reservatorio" XSN. Ad- mitem a forma pérsica: BLT, ODO, RXD; a greg. XER, 65, que cita Fraenkel. Exis- tem formas paralelas em dr. ¢ turco. Empréstimo (direto). 389-b, DUCANDAR DUCANDAR, s. m. ant. “Vendedor de géneros por mitido, nos ducdes” CDF; em SRD, op. cit. Cp. persa ditkdndar: “Lojista. Mercador. Mercieiro”, trm. composto de diikan-, cf. ducdo, e de -dar: “Possuidor” RXD, “que tet que guarda (particula pérsica que), quando se pos ue & encarregado de: que possuis fe aos nomes simples serve para 2 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 396-a. ALDRABA - ALDRAVA - ALDABA - ALDAVA 1, ALDRAVA ou ALDRABA, s. f. “Pega de ferro na parte anterior de uma porta, servindo para bater nesta, a chamar a atencfio de quem est dentro, ¢ para erguer a tranqueta que segura a porta do lado posterior (algumas vezes. é destinada a um 86 destes dois efeitos). Tranqueta, com que se fecha a cana do leme” CDF. ALDRAVAR, Vv. (. “Aferrolhar. Por aldrava em. Pop. Executar mal (qualquer coisa). V. i. Pop. Falar confusamente. Mentir muito. Tocar na aldrava para chamar: fii adarbar-the & porta, Camilo, Caveira, 325” CDF. ALDRAVAMENTE, adv. “Confu- samente, atrapalhadamente” CDF. ALDRAVAO, s. m. “Aldrava grande. Homem mentiroso, trapaceiro. Pop. Aquele que fala confusamente, atrapathadamente, que nio é limpo ou perfeito no seu trabalho. Prov. trasm. Estafermo (falando-se de uma mulher)” CDF. ALDRAVADA, s. f. “Pancada com a aldrava na porta” CDF. ALDRAVICE, s. f. pop. “Trapaga; patranha” CDF. ALDRUBIO, s. m. prov. beir. “In- dividuo trapaceiro, burlio” CDF. 2. ALDABA, ALDAVA ou aldraba (sic)... J. J. Nunes, Crest., 162, 183. I (martelo). Cp. ar. ‘aldarrabaht, composto de ‘al- (equiv, fonét. ‘ad), art., € de -darrabaht. “Neol. Badalo. Qualquer instrumento que se usa para bater (sino, guizo)”, forma regular do v. darraba, que nao existe portanto ¢ que seria o freqientativo do v. cl. daraba (aa) no sentido de erguer (uma tenda), “batendo” em suas estacas na terra com martelo < *drb ODO. A raiz exprime especialmente a idéia de “chocar”, “bater” (um corpo com outro). s. deriv.), f. Cal), sg.; semant. ---¢-r(r)-b--; morf. ‘al-a-(r)a-ah', tipo fatal, com ‘al- -ah!, Sobrevivéncia (aldraba, aldrava) =. 2 ll (ranqueta). Cp. ainda ‘aldabbaht, composto de “al- (equiv. fonét. ‘ad-), art., e de -dabbah': “Pega larga de ferro, com que se tranca uma porta (trinco, tranqueta)”, < v. dabbaba (uma porta), no sentido de fechd-la com aldava e “guar- dar com cuidado”, forma frequentativa do v. dabba, que sé tem uma analogia com esse substantivo, na acepsiio de fixar & terra (uma coisa) < *¢bb ODO ¢ BLT. 8. f. (-ahf), sg.; semant, ---¢-bb--; morf. “al-a--al; tipo fat! (t= D, com ‘al-e -aht. Sobrevivencia (ALDABA, ALDAVA). Leitura. “Tratando da palavra adoba, o Sr. Nimer esqueceu-se de incluf-la no antigo significado de algema. Posso apresentar o seguinte exemplo: ¢ nd tam sollamente tem adobas em os pees... mas aynda tem collares fortes de ferro em ha guargata... Boosco delleytoso, 1515, fl. 6-v.". Serafim Silva Neto, Bibliografia Filolégica, Rio de Janeiro, 1943, 1, 18. Nota. CDF, efetivamente, consigna o vocébulo com a acep. de “algema”; sera estudado no t. II da presente obra [nio publicado}. A tinica forma em Sr. que corresponde & forma portuguesa é ’al-, ‘addabbah, consignada neste vrbt. item 2-I, com os vocdbulos portugueses pertencentes 4 raiz 215 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 400. ZARCA - ZARCO - ZARGO - (OLHIZARCO) ZARCA, s. f. “Mulher, de olhos azuis” CDF. ZARCO, adj. “Que tem olhos azuis claros. Que tem matha branea de um ou de ambos os olhos, (falando-se do cava- Jo)” CDF. ZARGO, adj., corruptela de 2arco, CDF. OLINZARCO, adj. “Que tem clhos azuis claros. Diz-se do cavalo que tem cada olho de sua cor” CDF, Prendem-se & raiz erg > *azrag: “Azul (masculino). O inimigo ’azraq, & 0 inimigo horroroso, odioso, execrivel”; o f. carga’: “Azul. Fig. O mesmo que céu' surraq: “Mancha branca no topete do cavalo”; zarag: “Uma das sete cores do es- pectro solar"; surgah': “Cor azul” ODO. Elem. const. z, 7, q. Deve determinar-se se hé influéneia, numa das formas portuguesas, de -4’. E uma sobrevivéncia. Nota. Os Grabes tinham grande horror aos olhos desta cor por ser a que do- minava nos de seus inimigos figadais, os gregos e bizantinos. Abaidéui, Coment., p. 450, 4 margem direi g0s (0s dos drabes) t8m 0 figado preto, o bigode ruivo e os olhos azuis”. , como ODO, repete: “Os inimi- Cf. Alcordo (XX, 102), onde consta um termo com o sentido de “que tem olhos azuis", 0 que se interpreta também por “que sofre de cecidade”, no sentido moral. “Se os ai gos drabes no gostavam dos olhos azuis, frequientes entre seus i 208, os gregos, nfio se deve esquecer que entre os semitas os olhos azuii raros. E uma observagio que amitide tivemos ensejo de notar nas viagens e esta- das que fizemos nos paises semiticos”, Eduardo Montet, nova tradugio de Aleo- rio, Paris, 1929, p. 436, nota 5. 401-a. NENUPHAR ~ NENUFAR NENGFAR, s. m. “Género de plantas aquiticas, que serve de tipos As ninfedceas” CDF. NENUPHAR, var., cf. Ega de Queiroz, O Defunto, Sao Paulo, 1927, pp. 42-43. Cp. port. érvore-do-Nilo, s. f. bras. “Planta aquatica” CDF. Cp. ar. cl. ninifar (existem mais seis variantes em ODO, cf. vrbt. nilofr, nitfr, e liniifr): “Nymphcea alba” < persa niliifar (niliifr): “The water lily”, diz RXD, composto segundo ODO e XER, 155-156 de nil: “Azul”, e de par (pn) Lokotsch, n. 1570, p. 126, admite para o segundo elemento o persa nifar: “Rosa do lago”, por persa par, que significa asa, Em RXD, nifar & considerado como termo drabe, com a mesma acepgio de niflifar, isto é, “the water lily”, e de fato ODO assim considera esse termo também. O vocabulo foi usado pela primeira vez em 1534 pelo botanico Otto Brunfels, em francés (Lokotsch). Cp. gr. vougatic.. s,m. Elem. const. niliifr. Empréstimo (com interferéncia?). 279 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. ‘TAIS NA LINGUA PORTUGUESA € que exprime principalmente a idgia de “transparéneia”, “clareza”, “limpidez”, que ele parece confundir com limpaza). E que o tipo fatal, por mera coincidéncia, tem certa analogia fonética com a forma latina; inconscientemente os graméticos de lingua drabe acharam nisso um motivo para interverter a ordem de ascendéncia. Resolver-se- 0 caso dizendo que © ar. sabain & de origem latina, e que na sua passagem para o drabe se adaptou sobre um tipo aramaico, ¢ acrescentando que a raiz sbu nio & do semitico comum. Deve determinar-se, a inda, se a formago de as-, em port., nfo é ela também interna, como no caso que oferece o port. arreliquia, no qual se confunde o art. port. def. a com a inicial r- (alveolar vibrante sonora miltipla) de reliquia, e em que a lingua portuguesa parece aplicar uma norma gramatical drabe, como no caso de ‘al-, seguido de letra r-, letra solar (‘arr-). A notar, ainda mais, que no caso do port. sabiio niio se aplicou a reforma (aco- modagio consciente) dos fildlogos de lingua portuguesa, a qual manda que se subs- titua ass-, por ag-, como no caso de agiicar. E por ser assabio provincialismo? por ser s de sabun enfatico ¢ no uma sflaba surda. © género de sabdo, que 6 do masculino, milita a favor da sobrevivéncia do art. ar; sob todos os pontos de vista, 0 caso de sabdo nio pode ser assimilado ao de reliquia, que & do feminino. 407. ZEDOAR(IA) - ZEDUAR(IA) ZEDOARIA, s. f. “Planta herbacea e medicinal, da fam. das amoniceas” CDF. ia” CDF. “Rizoma (literalmente: raiz) de uma planta que brota com ZEDUARIA, s. f. “O mesmo ou melhor que zedod Cp. ar. cl. jadwai © acénito, ou sem ser com ele, € parecido com o zardivand (ingl. aristolochy RXD) ou ainda mais fino do que ele” < *jdr ODO; em XER, 39, mesma forma: “E termo genuinamente persa”; ep., todavia, persa jad (jd): “Goma” ea particula war: “Igual, parecido com” RXD. Diferenciagdo. Segundo 0 Conde de Ficalho (cf. Orta, Coldg., II. 368-369) que cita Dymock, a zedodria amarela procede da Curcuma aramutica, Salis. (Cur- cuma zedoaria, Roxb.) da fam. das citamineas. Parece ser o jadwar dos frabes € de Avicena, Nome em sinscrito: venaharidra. “(Este rizoma) é considerado medicinal pelos hindus, ¢ nomeadamente iil em casos de envenenamentos, mordeduras de cobras ¢ outros. Daqui Ihe veio um dos nomes sanscriticos, nirvishd, e daqui sem divida procedia também aquela idéia de Avicena, de sermelhor o que crescia junto ao napello, ¢ enfraquecia onapello. A Cur- cuma aromética & espontinea no Concan e também no Malabar, donde hoje se abas- tece em grande parte o mercado de Bombaim. A droga parece ser bastante comum.” 283 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INELUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Leitura. Descrigio de um uci ‘Le colonel frappa sur un timbre, Un serviteur arriva et posa sur un petit tapis, prés d’un divan, une grosse cloche de cristal, & moitié remplie d’eau. A cette cloche étaient adaptés deux tuyaux, un droit, qui supportait un récipient d'argent, I’autre long et flexible, terminé par un bec d'ivoire, dans lequel il versa quelques gouttes d’eau de rose. “C’était le houkah, le narghilé des Hindous, qui procure les sensations les plus enivrantes, et dont ne peuvent se passer ceux qui y sont habitués. “Le colonel alla s*étendre sur le divan, et le *houkabadar’ lui ayant offert le tuyau, alluma le godauk, Ia pate stche, composée de feuilles de roses, de sucre candi, d'opium, qui tient lieu de tabac. Puis il s'accroupit A c6té de la cloche de cristal, pour entretenir la combustion de la pate, en plagant de temps 3 autre sur le brasier des boules composées de charbon et de farine de riz. “Voluptueusement allongé, les yeux clos, le colonel Hower s*abandonna a son délice. Un parfum aromatique se repandit dans la vaste pice od le punkah continuait & battre I'air d’un rythme cadeneé “Mrs. Hower, qui était restée 4 table, se leva soudain et murmura: “IL y a quelqu’un dans I"allée; allez vous rendre compte, Dicky. “— Qui donc, demanda le colonel, ose venir me déranger A cette heure? Qu’on lenvoie au diable, si ce n'est Son Excellence en personne... Ce chillum est délicieux”. J. Germain, Sous le signe de Kali (cap. XXIII), cf. Le Temps (Folhe- tim n, 14, col. 3), 2 abr. 1937. E, para chillum, em nota: “Charge de houkah” 413. TABAXIR TABAXIR, s. m. “Substdncia sacarina, extraida do bambu. Giz de alfaiate” CDF. Cp. dr. fabaatr (var, tabaitr (literalmente: cavidades) do bambu (literalmente: cana indica), ou ¢ das rafzes dessa planta. As vezes se obtém pela prépria fricgiio das partes da plan- ta entre si. Os falsificadores fabricam-no, queimando crinios de carneiros” < *tbir ODO, “o mesmo que giz” BLT < persa taba, XER. 111; RXD admite as duas formas, dando a pri i segunda, o de giz < sinscr. rvak-kshird, cuja ultima parte significa “leite”, cf. Orta, Coléq., nota 1, do Conde de Ficalho, Il, pp. 307-309 e SRD, II, 333b. s. m. (pl, existe uma forma no sg. fabsiir, giz, em ir. pop.); semant. 1-b-&-r; morf. tipo (arbitrério) faralik. Empréstimo (direto). Bambusa arundinacea, Retz, Nota. Os trugimios traduziram o ar. tabastr por “espédio” (espodita). O espédio, entre os gregos ¢ latinos, designava 0 pompholix ea titia; para CDF a espodita é a “cinza branca dos vuledes”. *bsr): “Medicamento que se encontra nos entrenés. za extraida eira, com f enfati icado de the bamboo stone e, -a-dT 287 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA 418-al. SICO ~ XICO(S) Cf. SRD: Cp. concani sikkd < ar. cl. sikkaht, cf. port. cica. elo’ 418-2, CEQUIM - SEQUIM - ZEQUIM CEQUIM, s. m. “Antiga moeda de ouro, italiana, que valia aproximadamente dois mil réis. Pequeno disco de metal amarelo, que serve para enfeites em vestud- rio de ciganas. (Do ital. zeechino.)” CDF. SEQUIM, s. m. “(Veja cequim, que é a forma exata.)” CDF. ZEQUIM, s. m. ant. “O mesmo ou melhor que sequim" CDF. " ODO, composto de sikk.... por sikkaht, cf. port. cica ¢ de -i, part. do adj. ético; aos morf. acrescenta-se -i¥¢, Cp. ar. el. sikkife: “O mesmo que dinar ( Sobrevivéncia. Leitura. “Ces biens, disait le testament de Thierry, consistaient en trois vaisseaux marchands et huit cent mille écus dits la Croix, placés sur I" Hotel des Monnaies de Venise, la Zecea...". Georges Claretie, “Le fabulaux héritage du mystérieux Jean Thierry”. Le Figaro, 18 jan. 1935. 419. FAIDO FAmmo, s. m. des. “Aquilo que sobeja; resto. (Trm. da fndia portuguesa.)” CDF. Cp. dr. faid: “Aquilo que é abundante, exuberante” < v. fada (originariamente fatada): “Estar em grande abundancia. Transbordar, sair do leito (rio). Derreter- se. Derramar-se. Encher-se (um vaso)”. No inf. faid < *fid ODO. s. @eriv.), m. sg.; semant. f’-d (por f-1-d); morf. -d-i-; tipo fatil. Empréstimo. 420. CATUAL - CATUA - CATUAA - CATOAL — QUETUAL ~ QUITUALL CATUAL, s. m. “Funciondrio piblico em alguns povos do Oriente; intendente de negécios com os estrangeiros” CDF; para as outras formas, cf. SRD, I, 237b: “Empregava-se o termo na {ndia para designar o individuo que exercia todas ou algumas das seguintes fungdes: chefe de policia da cidade, inspetor dos mercados, juiz criminal, governador da cidade...” CATUALIA, s. f. “Jurisdigiio de catual” CDF; para as formas CATUALYA, CATUOLYA, CATOALY, CATOALYA, QUATUALYA, QUE- TUALYA, cf. SRD, I, 239a: “Os nossos indianistas empregam o termo para signiti- 291 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Nenhuma dessas formas pode ser considerada como étimo das portuguesas; cf. algemas (n. 48 e, particularmente, nota.) Elem. const. jm‘, com ‘al-, na primeira forma. So sobrevivéncias. 427. TORONJA - TORANJA TORONIA, s. f. “Variedade de laranja pouco doce ou, antes, variedade de li- mio (Citrus decumana Lin." CDF. TORANSA, s. £. “O mesmo que toronja” CDF. TORANJEIRA (var. TORANGEIRA), TORANJEIRO (var. TORANGEIRO), TORONJEI- RO (var, TORONGEIRO): “E muito maior que a laranja e de casca mais grossa, mas saborosa. A planta é origindria da Maldsia, provavelmente introduzida na {ndia pelos portugueses...” SRD, Il, 383a. Cf. por laranja Cp. dr. cl. turunjaht (entre outras variantes): “Fruto de Arvore pomar, da mes- ma espécie que 0 limio (aa), de folhas lisas e madeira macia. Dela existem muitas variedades” < *tj e *trnj ODO; em fr. cédrat, cidra (fruto da cidreira, com as variedades bigarade e poncire, cf. Auguste Geofroy, “A Laranja: Sua Cultura e Suas Pragas”, Al-Machrig, XII, 5, 371-376 (maio de 1910), 7, pp. 531-538 (ju- Iho). Do persa turunj (trnj), seg. XER, 34. s. f. Gah!), sp.; semant. t-r-nj--; morf. -1-1--ah; tipo (arbitrério) futulk, com -aht, Empréstimo, Nota. (T)oranja? 428. ANJUAO - AMGYAM — ANJUDEN - ANGEIDAN - AJOAO - AJUAO “Bo fruto da drvore que produz a assa-fétida...” SRD, 1, 46a ¢ Il, 450b. Cf. Orta, Coldq., 1, 75 e 90 (nota 5 do Conde de Ficalho) Cp. dr. ‘anjuddn em ODO *njd, que admite, como forma el. ‘anjuzain (*njz), esse elemento 7 deve ser substituide por d: *anjudan; da descrigio que dé dessa e umbelifera se deve reter unicamente que a “variedade, cuja haste é branca, di *astargaz” < persa ‘ankudan, XER, 150; RXD, em vez de k adota s. m,; semant. *-nj-d-n; morf. -a--u-d-; tipo (arbitrério) fatlukad. Emprésti- mo direto. Ferula alliacea, droga fina, hing, no Coragiio; Ferula Narthex, droga inferior, em Cachemir; Ferula-Asa-fetida Lin., na Pérsia., Afeganistio (Ficalho). Nota. A goma do anjuio diz-se em ar. cl. hiltTt e em at. pop. hintit, O Conde de Ficalho dé outro nome 4r.. mahriit, “aplicado especialmente & raiz”, que nio admite ODO. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA, adj. f. (-@), sg.5 semant. ---/-mr-; morf, *al-a--@"s Sobrevivéne' tipo fatla’ (F. de *aftal) Nota 1. “De simples castelo que era, chegou (a Alhambra) a verter-se em uma cidade régia e corte do tiltimo Estado mugulmano que subsistiu na Peninsula. To- mou-a para residéncia a dinastia dos Benialahmar; dotou-a de torres, muralhas ¢ portas gigantescas...”, Manuel Gémes-Moreno, “A Arte Islimica da Espanha no Magreb” (em Arte do Isldo, por Heinrich Gliick e Ernst Diez, obra traduzida do alemao por Manuel Sanches Sarto, I* ed., Madri, 1932, p. 85). Nota 2. Os Benialahmar, depois da queda de Marrocos (cidade) em 1269 ¢ da formagio de quatro Estados que partilharam 0 enorme império cong ‘ado por Abdulmumin, sobreviveram no pequeno reino de Granada. Alhambra foi o dltimo reduto do Islio na Espanha (1492). Cf. Georges Margais, Manuel de Part musul- man, Paris, 19273 1, 465-467. 431-a. ALCAIDE - ALCAYDE - ALQUAIDE ALCAIDE, s. m. “Antigo governador de castelo ou provincia. Oficial de Jus! ga", que pertence a outra raiz, ef. n. 479. “Em Espanha, autoridade administrat va. *Ant, Cada um dos remadores de uma fusta...” CDF. ALCAIDARIA, s. f." nidade de aleaide; fungdes de alcaide. Lugar, onde 0 aleaide exerce a jurisdi *Tributo de dois dinheiros, que se pagava ao aleaide de Alenquer, por cada carga ce peixe que in a0 mercado da terra” CDF. ALCAIDESSA, s. f. “Mulher de aleaide” CDF. Acawwina, s. #. "O mesmo que alcaidessa” CDF. ‘Trms. colhidos em SRD, I, 21a: ALCAIDE, ALCAYDE, ALQUAIDE; para o titi- mo, ef. vrbt. bale, I, 86b, ¢ 208 primeiras a definigio: “Capito de fortaleza”: AL- CAIDE-Mor (var. ALCAIDE-Moor, e pl. ALCAYDE-MOrES: “Governador de prag: alcaide superior”); ALCAIDE DO Mar: “Capitio do porto”; ALCAYDARIA: “Oficio de alcaide”; ALCAIDARIA-MOR. Todos os “termos levados de Portugal para a In- dia” SRD, I, 2la. Cp. dr. el. 'alga'id: “Lit. Aquele que conduz, que anda 4 frente de (condu- tor)” ODO. O trm. hoje é empregado também no sentido de “comandante; chefe militar; general” < v. cl. gada, originariamente gawada: “Conduzir (pela rédea), andando a frente de (uma cavalgadura), termo antinomo do de saga, que significa empurrar de tris para frente” < *qiid ODO. s. (deriv.), m. s d; mort, *al-d-i-; tipo fatil, com “al-. Sobre- vivéncia, 299 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Musulman était astreint 4 donner sur ses biens, pour légitimer 1a jouissance du reste. Cette part, offerte 4 Dieu, était remise entre les mains du prophéte ou de ses représentants, pour &tre employée au soulagement des pauvres et aux besoins de VBtat”. Caussain de Perceval, Ensaios, Ill, p. 34 Leitura 2. LA DIME AUMONIERE (zakat). “Le mot zakar signifie ‘purification’; c'est un impét destiné a purifier la richesse; il est permis d’étre riche, mais moyennant l’abandon d'une partie de sa fortune par la voie de la taxe des pauvres. Le zakét est donc un impét, dont l’acquittement est obligatoire mais dont le montant est laissé & In conscience de individu; la quotité généralement admise est de 10 p. 100 (dixigme = dime), mais le contréle est impossible, aucun Musul- man n’étant tenu de déclarer sa fortune. I y a un revenu minimum imposable, qui varie selon les cas; ainsi, pour le commercant et I’artisan, la perception s'effectue A partir du revenu de cing onces d'argent, de cing charges de chameau de dattes ou de grains pour le cultivateur, Le propriétaire de cing chameaux ou de trente boeuf ou buffles, ou de quarante moutons et chévres, est soumis Ala taxation, Cet impét est payable en nature; c’est par abus et par suite des modifications apportées 3 administration de certains pays qu'on le pergoie en argent. “L'auméne volontaire (cadaqa) n'est soumise & aucune régle”. Huart, Hist dos Ar.,1, pp. 194-195. Em um trabalho de Raja’i Al-Hussaini, professor de Economia Politica na Universidade Americana de Beirute, intitulado O Tributo de ‘uir na Palestina, 0 autor emprega azaqui (aa) como sindnimo do arabe ‘usr: “ak@r dos produtos da terra ou tributo de ‘wir. Dessa leitura ¢ da de outro artigo publicado na revista da Universidade Ame- ricana por B. ou P, José, professor da Universidade de Bacu (Russia), podemos concluir que zakai, em arabe, € continuagio do grego SEKa € ‘usr (décimo, déci- ma parte de) € tradugao do arabe do mesmo vocabulo grego. Cf. Al-Kulliyak, XVII, 1, pp. 1-18; Beirute, nov. 1931. Cp. corujo (n. 696), € alftira (n. 21) 434. ALVIXARA - ALVICARA(S) - ALVISSARAS ALViGARA(S), s. f. pl. “Prémio, que se dé a quem traz boas novas ou entrega coisa que se tinha perdido” CDF. ALVIGARAR, v. t. “Noticiar, para receber alviga- ras. Referir (fatos ainda no conhecidos). Cf. Camilo, Queda de um Anjo, 196" CDF. ALVIGAREIRO, s. m. “Aquele que pede ou recebe alvicaras. Aquele que as dé ou as promete. Aquele que d4 boas novas, pedindo alvigaras. Aquele que vigia a chegada dos navios A barra, para dar noticia aos interessados receber alvigaras” CDF. ALViXARA, are. “na lingua do sé. XVI", var., J. J. Nunes, Comp., 172. ALVICARA, var., op. cit., 182 e nota 1. ALVISSARAS, var., NSC. 303 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA 438. TERENIABIM TERENIABIM, s. m. farm, “Mand Ifquido. Substincia viscosa, branca e doce, que se acha aderente as folhas de certas drvores da Pérsia e que tem propriedades purgativas. (Cast. tereniabin)” CDF. Cp. dr. cl. taranjubin (existe outra variedade, talanjubin, sob a influéncia do e. tall, orvalho): “Mand (literalmente: orvalho) que cai com abundancia no Cora- gone e além do Grande Rio (Oxus?), particularmente sobre o fidh (2). Recolhe-se como 0 mand; o de melhor qualidade é de cor branca, e provém da Pérsia, onde 0 nome por que se designa significa mel imido; tem propriedades como as da cana- fistula” ODO < persa tarangubin: “Mand”, composto de tar (tr): “Umido, fresco, doce” e angubin (angbtn): “Mel” RXD. Cf. Lokotsch, n. 2028, p. 159; XER, 35, que em vez de g esereve g. Empréstimo? Nota. “Nas plantas abundam os principics aguearados que os quimicos divi- dem em trés grupos: glicoses, sacaroses € manitas. As glicoses encontram-se nas frutas maduras; as sacaroses ressumam dos nectirios, impregnam as rafzes da ce- noura, da beterraba, a caule de cana-de-agticar, do bordo, as sementes da casta- nheira; as manitas so extraidas do freixo, da azeitoneira, da mangueira, das la- minares, dos cogumelos”, Constantin ¢ Faideau, As Plant., 227. 439. CHALE — CHAILE — XALE — XALES — XAIREL CHALE, s. m. “Pega do vestuario, que no Oriente tem varias aplicagdes, que na Europa é usado pelas mulheres como ornamento ou como agasalho dos ombros € tronco” CDF. CHAILE, s. m. “O mesmo que chale” CDF. XALE, s. m. "O mesmo ou melhor que chale” CDF. XALES, s. m. var. CDF. XAIREL, s. m. “... Prov. trasm. Chale ordindrio; vestido reles..." CDF. Cp. ar. cl. sal: “Estrangei usado como cinta, ou como cobertura da cabeca, literalmente: alfalema (aa)” < *Sitl ODO. Seg. ismo. Tecido de algodao, Id ou sed: esse autor, BLT € RXD, de origem persa, onde tem mesma forma e acepgdo; "... re- lacionado talvez com o sAnscr. chela” SRD, 1, 252b. XER nao 0 adi entre os vocabulos arabizados. s. m. sg; tipo (arbitrério) fal. Empréstimo. 440. LANGARA “Diz-nos Bluteau, no Suplemento, que € termo de que se usa na india Portu- guesa para dizer-se que um homem é coxo. Com efeito, langd@ em marata, do hindu 307 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INFLUENCIAS ORIENTAIS NA LINGUA PORTUGUESA Nota 4, Essa divisiio das unidades © portas em 19 deve-se, muito provavel- mente, ao fato de constar no Aleorfio (LXXIV, 30) o seguinte: Jo dezenove a velar sobre ele”, isto é, sio dezenove anjos a velar sobre 0 abismo do inferno, como se depara dos versiculos anteriores ¢ posteriores (cf. op. cit., pp. 8 ¢ 13). 449. NESSA NESSA, 5. f. “Més que og antigos drabes intercalavam, de trés em trés anos, para que o ano lunar correspondesse ao solar” CDF. Cp. ar. el. nas?’: “Literalmente ato de atrasar, do tipo fatfl com acepgio de do no sentido de retardado, prorrogado, transportado, remeti- mafuil, isto 6, a do, e mesmo substituido” < v. nasa’a, t. “Deferir, transportar, remeter”, ¢ regido pela prep. f7-: “Acrescentar” < *ns’ ODO e, para a acepgio de acrescentar, ef. Qutrub, citado por Safadi, Prolegémenos, 285-286. Cf. port. moharrio. S. m.; semant. n-s-'; morf. -a-T-; tipo fatil (raro no sentido de ato, comum no de efeito). Empréstimo. Nota 1. Bo mesmo que embolismo: “Acrescentamento de dias ou meses ao ano lunar, para 0 ajustar a0 ano solar” CDF. Para que correspondéncia seja perfeita entre os dois termos, 0 portugués ¢ 0 frabe, convém notar ¢ bem salientar que nilo houve sempre acrescentamento so- mente; houve também, na pritica, atrasamento, ou intercalagio, ou prorrogagio, ou substituigaio em particular. Nota 2. Divide-se o ano lunar, entre as drabes, em doze meses, dos quais qua- ia, n. 47). So 0 11°, 0 12°, 0 Ie 0 7°. Os tr@s primeiros so consecutivos; 0 7° (rajab) & salto tro sio denominados os sagrados, os invioldveis (ef. moharr A festa da peregrinagio celebrava-se no 10° dia do 12° més, nos tempos ante riores ao Islio. Era uma trégua de Deus “judiciosamente instituida entre um povo vido de guerra, de rapina e de vinganga”. O comércio gozava assim de uma rela- tiva seguranga durante alguns meses em cada ano. Nota 3. O ano lunar & mais curto que o ano solar; a diferenga é de onze dias, ‘ou menos, “Resultava que 0 comeco do ano dos arabes e a época de suas pe- regrinagdes adiantavam em cada ano de onze dias © percorriam todas as estagdes sucessivamente.” Quando os peregrinos vinham aos lugares santos, nem neles nem nos paises que ali os conduziam encontravam viveres. Para remediar essa situagiio, instituiu-se no ano de 412 a nessa, intercalagio de trés em trés anos de um més para que o ano lunar correspondesse ao ano solar, que os frabes aprenderam a conhecer dos judeus de Iatrib (Medina). A festa de peregrinagio coincidiu, pela primeira vez, com outubro e novembro; no 220° ano (632), a festa caiu no comego de margo. mais 3 aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. INLUENCIAS ORIENTAIS Na LINGUA PORTUGUESA Existem formas paralelas & primeira no arabe, com a acepgio de “instrumen- to de sopro” ODO, e no turco com a de “Canigo. Flauta” FRS. Consiste a dificul- dade em determinar se hé ou nfo interferéacia da forma frabe no portugués; a do turco deve ser afastada. SRD nio o regista, 0 que significativo. Para a interferéneia de uma forma em francés deve recorrer-se A tradugio de MIL pot Galland (1646-1715). A tradugio é de 1704. Empréstimo (com ou sem interferéncia). 454. DAMA - DAMO Dama, 1516. DAMO, 1840: “Hindust. dam. Pequena moeda de cobre, de va- lor vario que antigamente corria em diversas partes da India. Barbosa menciona com © mesmo nome uma moeda de prata de Narsinga” SRD, I, 346a. Cp. persa dam (elem. const., os mesmos): (Cunha). Moeda cunhada” RXD. Empréstimos diretos de Aragiio (Deseripgdo das Moedas, III, p.95). Para esse termo, mencionado em CDF, ef. n, 114 (adarme). Nota. Entre as citagdes de SRD consta dramos num texto de Teixei 455. DURASN(AL) DURASNAL, s. m. bras. do S. “Pomar de pessegueiros, de fruto durdzio. (Do izio)" CDF. Cp. fr. cl. duraigin (elem. const. drdgn), entre outras variantes, que designa o péssego, no Lfbano. Os autores Arabes (cf. FRQ, n. 1284, pp. 364-365 e respectivas notas, ODO *drq e *drqn) 0 confundiram com ameixa e damasco. ‘ast. durazno, duri Na Siria designa a ameixa, diz o Pe. Salomio Ghanem, “As Frutas de Da- masco e os Usos que Delas Dependem”, em Al-Machriq, XIII, 5, p. 415, maio 1910. BLT considera a forma aqui citada como sendo de origem estrangeira (grega, como também ODO) ecita como equivalente: “Péssego (fruto)”. Existem duas formas paralelas em turco deraky e deragy (elem. const. draky, -qy): “Qualidade de péssego liso (fr. brugnon)” FRS e uma no persa coma acepeiio de “A white peach”, diz RXD. FRQ admite a origem grega (Sopaxwov), a que corresponde em lat. duracinus: “Que tem polpa cu parénquimo aderente ao pepino ou ao carogo, duro, firme” Quicherat), que cita ainda duracentm (malum): “Qualidade de fruta Sci- da, limio (?)"; “it. durdcine (qualificativo aplicado a um péssego, a uma cereja ©

Vous aimerez peut-être aussi