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4 - 0 Bg Altair B. Oliveira - tOguin wy a me oO w x= ? Q sx - Awon Araalé Awo Ati Awon Araalé E bilé A (Os ancestrais do culto e os ancestrais da familia) “ Padé de Esu completo - tudo com as fitas cassetes (Obra registrada na Biblioteca Nacional, ‘com direltos autorais reservados) y339 i DD CONTEUDO Miwos ¢ verdades sobre Egiingin e os Orisa Sango, Odsaala .Yemo nja, Nana, Oya e Obaliiaiyé, Conceitos e diferentes comportamentos dos povos acerca da Morte. Costumes culturais do Yoriiba, a historia de ikit, ¢ da criagio do homem com 0 pacto de Ods aaa com a Morte. Visdio Yoruba e conceito sobre a Morte Rituais executados e reveréncias para o morto A relacdo entre 0 Egungiin ¢ a vida: os Ari6 run ¢ 0s Ard-aiye. Os procedi rentos do asésé O ultimo ebori no morto. ° On ori (histéria de Ori), ¢ deus individual Procedimentos e orin para levar e sepultar o corpo, A preparagio do asés é © vestimentas no ases Padé de Est completo, com as louvagies aos Est (L:égun Agba) e as ami Ajé Orin Egingin 0 siré no asés Rezas e saudagdes de Feingan Altair COgin IR: Miguel Pereira, n° 60 ‘Telefas (021) 7672669 AGRADECIMENTOS Quero aqui, expressar meus profundos agradecimentos aquelas pessoas que ‘muito me ajuderam e estiveram ao meu lado no momento crucial, quando necessitei de ‘suas ajudas. Como no poderia deixar de ser, aqui fago meus agradecimentos primeiramente a Ol6diimara, o Criador Supremo, por permiti-rme mais alguns anos de vida, apés todos os perc’ ugos pelos quais passei recentemente, concedendo-me assim uma ‘prorrogagao" no Joyo da vida: Emi opé Olo orn baba mil! Também, meus profundos agradecimentos 4 minha familia, principaimente & minha esposa Wanderly de Oya, minha filha Aline de © sin, eos meus fhos Wagner ome Odsadla, @ Altair F°. omo Os 6 osi, pelo grande apoio e suportes material, fsicoe espiritual, dos quais eu necessitava ao estar ja, praticamente na “lona’, Emi maa opé yin © ki aeleél? ‘Aos meus inumeros amigos, admiradores e aos meus aburo ati omo Orisa Jairo Santiago, omo Ogun e Cristiano Henrique, oma Sango, pelo apoio cultural, incentivo, opinides @ pela “canja’ do Cristiano, na revisdo deste trabalho, visando to Somente um maior éxito no mesmo, Mo dipé atiki Old orun iba ase yin!s Fan gbogbo ényin won opé mi, ifé ati wamaaya kon fin E Ki awon gbogbo Orisa aa gbée walt Altair fogiin Nova iguagi, RJ, 23de julho de 1998, { Asiadego a Deus, meu Pail * Serei eternamente yrato a vocés! 2 Agradego e que Deus abengoe voces! * A todos voces os meus agradecimentos, meu carinho ¢ um abrago. Que todos os nossos Orisi nas abengoe! PREAMBULO Tudo 0 que nasce, um dia momre; qualquer coisa, animal ou individuo, mais dias ‘ou menos dias morrerd, Se pensarmos bem, veremos que a vida e a morte so faces da mesma moeda: aexisténcia Em nossa cultura ocidental em geral, ensinaram-nos a temer a morte, como se la iosse a pior coisa que poderia nos acontecer. E, ainda desde crianca, criaran em nossas mentes algumas imagens para exteritipar a morte como: a figura de alguém vestido com uma tunica longa, usando um capuz cobrindo nao somente a cabega mas, ‘escondendo a face, que nunca aparece por estar sempre na penumbra formada por esse ccapuz; ou entéo, uma outra figura, também. de tunica longa, com 0 rosto de uma caveira, também com a cabega encoberta por um capuz e segurando em suas maos um grande cajado terminado em feitio de foice, Isto, para enfatizar a funcao do “ceifador de vidas”, de quem ninguem jamais escapara. A historia Yoruba, como sabemos, é prodiga em pequenas lendas; para tudo ou ‘quase tudo ha sempre uma historinha explicando o porque daquilo. Como no poderia deixar de ser, Iki (a Morte), também tem suas historias interessantes. E uma delas conta que’ Iki era um jovem quereiro, forte e muito bonito, Sua beleza era tamanha que impressionava tanto és mulheres quanto aos homens. ‘As mulheres encantavam-se tanto com sua bela figura que onde quer que o vissem, acompanhavam-io, 86 para poderem continuar admirando aquela crialura to ‘encantadora. Nao podiam desviar as olhos dele, Os homens, embora tentessem disfargar ov no quererem admitr que estavem encantados com a beleza de Iku, também acabavam seguindo-o. Alguns do tipo machao, diziam que seguiam-no somente por curiosidade de saber quem era e onde morava So que Iki morava no Igbd-Ikit (Floresta dos Mortos ou Floresta da Morte), de ‘onde quem quer quo fosse até Id e entrasse, jamais sairia; nunca mais era visto, pois f6ra para o lgb6- ku E todo 0 encanto e beleza de Iki finham justamente 0 objetivo de chamar a atengao das pessoas e atrai-as, e que inadvertidamente seguiam-no e penetravam no abo: Iku, 0 reino dos mortos, onde, evidentemente, o rei era o proprio Iki. Em outta histiia, kt esta ligado 20 mito da criagio dos seres humangs, Conta a lenda de Olédumaré, 20 decidir criar 0 ser humano, designou essa incumbéncia Cos aéla, que teve a necessidade de material adeqado para aquele propdsilo. Pensou @ achou que o melhor material para moldar os seres humanos seria amon (o barro) formado pela mistura da tara e Aqua. Ent, 6 ah que (rm inesmhido daquee tara Clodimaré, crdenou a Esil o mensageiro, que fosse buscar um pouco de lama para que Ele pudesse executar a sua tarefa, Como era corrente ¢ sabido por todos, nao havia nada que Est nao pudesse realizar, e a tarefa parecia super facil para ele. Mas, a0 chegar ao local, quando Esit meteu @ mo na lama atrancando-a, Ayé (a Terra) chorou porque estavam arrancando Parle jela e ela sentia muita dor com aquilo, Embora Esti tivesse fama de mau e implacével, ficou mortificado de pena de Ayé € deixou a lama para la. Regressou a 00 dala e relatou 0 acontecido. Obs dala entdo chamou Ogi, este sim, guerreiro intrépido e destemido, que em batalhas matava o inimigo até mesmo brincando, resolveria aquele pequeno problema. E la se foi Ogiin. Em 1a chegando, quando ele retirou a lama para colocar em seu [aba (balsa capanga), Ayé caiu em prantos lamentando-se. Ogin também ficou penalizado ‘ra, Ayé no Ihe fizera nada de mal e ele ndo estava zangado, e assim, néo tinha impeto suficiente para fer-la, E também voltou a Ods a8la para explicar 0 seu fracasso em ccumprir sua missdo, Assim, um a um dos Oris f6ra incumbido por Qos ala para aquela. mesma misso, e todos voltavam com a mesma desculpa: ninguém foi capaz de tirar a lama de Aye, cada qual com suas qualidades que o recomendava com a certeza do cumprimento da tarefa, mas, tudo em véo. Foi ai que Odsaala chamou Iku, deu-the 0 apd (bolsa) e mandou-o para executar a tarefa que todos os demais Imo |¢ tinham fracassado em cumprir. Entéo, Iku ao chogar na tera comegou a retirar a lama de Ayé, @ ela chorou, mas, Iki néo se importou com 0 pranto dela e pegou toda a lama de que precisava e retomou a 00s ala com sua missao cumprida. Entdo, ap6s moldar os seres humanos, Obs ala plantou uma arvore para cada lum, para que ela desse continuidade & respiragéo, iniciada pelo sopro divino de Otdimaré pois, Olodimaré o Criador Supremo, insuflou 0 seu halito (@émi) para dar Vida € moblidade aos seres humanos. E disse a Iki que, como fora ele que relirara 0 ‘material necessario para moldar os seres humanos, em qualquer época que se fizesse necessario, ele estaria também incumbido de leva-lo de volta para recolocar em seu lugar de origem, apos a utiizagao desse material. Por isso é, que quando chega a Gpoca da devolucao daquela por;3o do material primordial, ki € quem ver buscar a pessoa para recolocé-la em seu lugar original Visto assim, do prnto de vista das londae Yoruba, tht (a Marta) no 6 aguota coisa tenebrosa que nos incutiram desde a mais tenra idede. Iku, para os Yoruba tradicionais ao mesmn tempo, 0 fomecedor primordial e 0 restaurador da matéria retiada @ fomecida por ols priprio, sendo ele assim, o principio e fim, e o principio ¢ 0 fim e, € 0 principio e o fim... assim sucessivamente, num etemo circulo, onde ndio ha principio nem final, que esta sempre recomegando Ha pouco tempo, passei por uma experiéncia das mais sérias da minha vida em se tratando da iminéncia de mort. Isto por tres vezes seguidas num espago de apenas duas semanas e apesar do grande perigo e seriedadle, consegui escapar. Por trés vezes Ikii me visitou, acariciou mas, n&o quis me levar ou, quem sabe, eu 0 fenha seguido alé a entrada do Igbé-Iki mas, ele ndo me permitiu entrar em seu feino, talvez, porque ainda nao era chegada a minha hora, Por estas historias que contel e pelos fatos que me aconteceram, de ordem pessoal e intima, e, por estar aqui neste momento escrevendo isto, 6 que resolvi fazer, {alvez 0 inusitado de, com licenga de todos os Oris, dadicar este trabalho a Iki e a todos os irunm olé da terra, a quem pego ago. Ika ay@, a ki bo Srun! Mo jaba re Eégun monriwo, Heit Heil Heil Baba "ese awo ifé. tka POnon, tka Fehin, Iki 6, tof Saive ki, Nés © saudamos e cultuamos no 6 run! Meus respeitos @ Ti Eégun ao ouvirmos o som de tua voz, Heil Heil Heit Pai que estas. aos pés do culto de amor. |kw no caminho adiante, Iku: no caminho atras, Salve Iki, Salve Iku! Capitulo | AS E SE -OREINICIO DA VIDA Falar em morte @ uma conversa que nao agrada a maioria das pessoas. Isso causa medo ou no minimo um malestar, porque grande parte das pessoas tam uma concepcao de morte baseada principalmente no temor do desconhecido, incrementado pela visdo estereotipada de uma ‘caveira’ com uma foice que ceifara as vidas daqueles a quem ela veio buscar. Dentro do Candomblé nao é diferente e por heranga cultural isso ainda persiste. Os Eégun ou Egungin (espiritos, almas, também designados Ok - os mortos) sao também temidos pelas pessoas, porque diz-se que s&o espiritos malévolos, que so aparecem para prejudica-las causando-Ihes males e prejuizos. Mas, essa idéia ndo é& verdadeira. Existem claro, os espiritos que podem até causar problemas por causa de motivos diversos: a maneira como viveram, ou como morreram ou, que eram realmente pessoas mas em vida e que, segundo o conceito Yoriiba continuam a fazer maldades mesmo apos a sua morte, como os Oso (feiticeiros) ou as Ae (feiticeiras). Mas, em geral, Eégun ou Egingun sao os espiritos dos nossos antepassados, entes queridos de Nossas familias que viveram antes de nds ou até mesmo contemporaneos que ao falecer, de acordo com a vida regrada e disciplinada que tiveram tomaram-se um “Ancestral’, pois, como veremos, somente determinadas pessoas tém essa honra de fato e de direito. O desconhecimento e 0 medo de Egingun so tao grandes, que algumas pessoas dizem até que o Orisa Sango tem pavor de Egungun. Isso também nao é verdadeiro, por ser Sango filho de (M Onremi), a filha do Rei Tapa, Elempe, que eram mortais - seres humanos, porém, 0 pai de Sango, Oréniyon ou Orénmio yn, era 0 filho mais jovem de Odiiduwa, portanto, um Orisa, E quando Sango nasceu, era humano pois, a parte humana herdada da mae fora dominante, portanto, enquanto viveu ele foi um ser humano. Mas, quando Sango morreu tornou-se um Oku (cadaver - um morto) e, nesta condigo tornou-se um Eégun e convivendo com eles dentro da terra sendo também um Imonlé- Onité (espirito da terra), por esta razdo é que se canta para Onile, na roda de cantigas de S angé, relembrando o tempo em que conviveram cohabitando a terra Quando Sango foi despertado da morte pelos raios de Oya, é que ele fessurge como Ori s a. Por isso, além de nao ter medo de Egiingin, S ango tem ligagdes estreitas com Iku (Morte) e com Egungin (os espiritos dos mortos). Sango é, portanto, o Ori sa que nos da a esperanga de um dia também podermos nos tomar Oris a: Qutro Orisa também com estreita ligacéo com Iki (a morte) € Oos aala, pois ao incumbir Iki de buscar a lama para moldar os seres humanos, Os 8ala ordenadhe que assim como fora ele quem apanhara a lama para a canstrugdo dos seres humanos, seria ele também quem a levaria de volta para a terra quando terminasse 0 seu tempo de utilizaggo. Em tendo tigag8o com iki (a Morte), Ods.aala tem ligacéo também com Egungun (os espiritos dos mortos). Por essa ligagao estreita com Iku e Egungiin é que Od ala nao recebe sal, pois 0 sal tem 0 significado de continuidade da vida. Mas Ele aceita 0 Obi que também tem o significado de vida, em comunhdo, partiha e confratemizacao. Se por um lado Ele néo 0 acelta o sal porque este tem o significado de continuagao da vida no Aiyé (terra), por outro, enguanto que 0 obi tem a significagéoe ligagéo com a vida no Orun (céu), ee € aceito, tanto que também é oferecido aos Ancestrais € ao Ori (cabega). 00s aala é responsavel pelo inicio da vida, mas, Ele 6 também o responsével pelo seu trmino e tem ligagéio com Egungin e Iku, @ isso € expressado através do recebimento de oferendas de obi recusa de oferendas de sal Outro Oris & que nao recebe sal, tambem por estar ligado a Iku 6 Yemo nja que um Oris@ Od6 (do rio - da agua doce) e que também fora uma das esposas de Obs dala. E aoredita-se que Yemo nja seja o Orisa que antecede Ika, para reconhecer & ‘pontar @ pessoa quem ele devera levar. E também Nana esta ligada a iki neste mesmo ato, porque e acredita-se que seja Ela quem recebe e orienta os mortos em seus primeiras passos no outro mundo, guiando- © para que ele ndo se assuste, conduzindo-o em sua adaptagao e aceitagdo 4 mudanga de mundos. Oya, é um outro Oris ainda, que também tem ligagdes estreitas com Egingun, Pois, 6 tida como o unico Oris que tem poder total sobre Eles (os Egtnguin) e que controla-os em quaisquer circunstancias Ainda, balbwayé é um outro dris 4 que tem também ligagzo com Ika, Egingin e Onilé considerado que 6, um dos Oris @ ilé (orixas da terra}, Capitulo 1 MANEIRAS DE ENCARAR A MORTE Talvez, desde os tempos mais remotos 0 homem ao descobrir-se finito, isto &, mortal, ficou intrigado @ assustado com essa possibilidade. O qué seria aquilo? O qué acontecia de repente para que alguém estancasse suas atividades? Isso deve ter intrigado © homnem primitivo que ndo entendia © porque de alguém desintegrar-se e desaparecer. Deve ter sido dai entéo, que comegou-se a pensar em algo com 0 conceito de fim de vida (a mort), talvez com nome diferente mas com 0 mesmo conceito bésico de finito, que acho, ndo diferenciava muito dos atuais. Acho que nada nos amedronta @ ao mesmo tempo fascina tanto, quanto @ morte. Eta nos apavora em sua inexorabllidade; nada nem ninguém jamais the escapa, Tudo e todos j& 20 nascerem, iniciam sua caminhada em direc3o a Ela. E nao é permitido retrocesso a ninguém. 0 fascinio vem do invélucro, da névoa de mistério que circunda a Morte O qué acontece ao morrermos, como é do outro lado? Por inerivel que parega existem historias de pessoas que suicidaram® por mera curiosidade de saber 0 que aconteceria e como seria apds a morte. Outros, que simplesmente suicidaram por sentir extremo medo da morte. E paradoxal mas aquelas pessoas sofriam, no com a iminéncia da morte em si, mas sim, com a incerteza do momento em que ela chegaria ¢ o que aconteceria posteriormente. Por isso, decidiram-se a por fim a espera angustiante. Claro, {que isso sao casos de neuroses extremas, mas, vale como registro. Diferentes povos e civilizagdes no mundo tém a sua visdo particular da morte Enquanto alguns a encaram com certa tranqjilidade, outros com desespero. Ha povos que optam pela cremagdo, alé mesmo como medidas de profilaxia, evitando a disseminagdo de doengas faciltadas pela decomposicao dos cadaveres. Outros ainda, ‘optam pelo sepultamento, o mais comum dentre os povos ocidentais. Ha povos com costumes que a nds outros, parece no minimo esdrixulo, como os Jo interior da Nova Zelandia, povos da floresta que tém costumes que achamos, de acordo com os nossos conceitos herdados, muito macabros. Mas, isto é uma questéo de Costumes culturais, € 0 que a nés pode parecer espantoso ou asqueroso, para eles 6 Natural e comum, muito embora, desde a década de 1960 o goverio Neo-Zelandés tenha proibido € combatido sistematicamente as praticas nativas, que vao desde o canibalismo Puro e simples, quando eles matam um desafeto ou estranho e o comem como se fosse ualquer outro animal silvestre, deixando ao relento 0 restante das partes daquilo que no 'hes “apeteceu’ até rituais mortuarios ‘macabros" como a defumiagao de cadaveres. liso 0 termo suicidaram porque suicidar significa matar a si mesmo, enquanto que matar rom 0 termo ¢ homicidio. Suicidar s6 pode ser a si mesino, na minha opini seria incin dizer “suicidou-se™ 4 Existem la, determinados lugares onde nem mesmo os mais destemidos cagadores de cabegas tém coragem de ir, pelo pavor que causa a visdo de centenas de corpos mumificados pela defumacéo, que séo exibidos em determinados lugares parecendo espécies de exposigdes, talvez, com a inteng3o mesmo de amedrontar ou ‘alguma espécie de santuario onde, presume-se, aquele morto é reverenciado. E de acordo com a importancia do morto, o processo de defumacao ¢ mais lento e “caprichado”, tendo em vista que desde aquela época, eles tenham que fazer as defumagdes secretamente por serem contra a lei, © os que s80 apanhados pelas forgas govemamentais so punidos Severamente, Por isso, eles aceleram 0 proceso, para néo serem pegos em flagrante, dolatados pela propria fumaga que utiliza. Outras tribos, j& tem 0 costume nao menos espantoso e a nds repulsivo, que ¢ 0 de velarem 0 cadaver do falecido, por as vezes, até nove ou dez dias. ‘Ao morrer, na maioria das vezes 0 patriarca da familia, toda ela reune-se num Comparfimento da casa, onde o morto é colocado nu sobre uma cama de folhas, feita num ‘ronco escavado...Eles conversam e cantam com e para o morto, “desfrutando" dos tiltimos momentos dele neste mundo, como se fosse uma reuniéo de despedida para toda a familia. Com 0 passar dos dias, tendo inicio o processo de putrefagdo, 0 corpo inchado comega a liberar secregdes, que séo “disputadas” pelos parentes, principalmente pelas ‘mulheres, que passam as méos naqueles liqiens ¢ o esfregam pelo proprio corpo: isto, dizem eles, para permanecerem com 0 cheiro @ a lembranga do falecido por mais algum tempo apés a sua pattida. E, segundo aqueles que testemunharam ‘in loco” os fatos, ndo ¢ dificil constatar que esse objetivo eles conseguem plenamente porque 0 cheiro leva ‘meses para desaparecer das pessoas E durante este ritual, apesar do avangado estado de decomposigéo, nao ha larvas de moscas, porque varias pessoas ficam revezando-se 0 tempo inteiro para impedir que Moscas Ou outros inselos pousem sobre © corpo. O numero de dias em que isso se desenrola, varia de acordo com @ vontade dos familiares e do estado do cadaver, pois, eles sd 0 levam embora quando ja esta na iminéncia de romper-se desmilinglindo. E Quando entdo ele ¢ retirado e carregado acima dos ombros, para o interior da floresta, onde fora construida uma espécie de tarimba, onde 0 corpo é deixado apenas coberto por ‘olhas. Outras tribos Neo-Zelandesas tém um costume muito mais esquisito ainda, o qual prefiro nao comentar, pois a mim mesmo, é extremamente horiplante e nauseabunda a Constatagao daqueles fatos, mas a curiosidade de aprendiz.faz-me querer saber até o fim, mas, nem por isso, devo constranger os amigos leltores, mais do que possivelmente ja tenha feito, O costume entre os Indianos 6 o da cremagdo, que quase sempre da-se as ‘margens de algum rio, preferenciaimente o Rio Ganges, onde apds 0 que, as cinzas so jogadas. Aqui, dentre nés, no obstante 0 timido inicio da cremagao (principalmente nos Estados de Sao Paulo e Rio de Janeiro), o costume usual é 0 do sepultamento, pois, os povos de origem Crista acreditam no conceito de que: “Es pd e ao pd retornaras”. Esta é uma maxima com a qual também concordo, de acordo com o que sera visto adiante num trecho da lenda da criago segundo a viséo Yoriiba, quando a lama retirada da terra por Ika retoma para a mesma. Diante do falecimento de um parente ou amigo na nossa sociedade, ha sempre o sentimento de pesar e consternagao por parte de todos. Isto porque desde tenra idade nos passado 0 conceito de que 2 morte é 0 fim de tudo. Ha ‘Muita valorizac2o do materialismo e pouca do espiritualismo, pois, na medida em que os. povos mais espirituaista como os Budistas, Judeus, Mucuimanos, etc., ¢ os espiritas, no importando a denominagéo que tenham, que acreditam na continuidade da vida apos a morte, 0 sofrimento & diminuido com a fé de que € apenas uma separacao temporaria @ ue ‘no outro mundo” nos encontraremos. Na quase totaidade das vezes, o sentimenio de perda e constemagao substituido por uma saudade esperangosa daquele reencontro, Muito embora, para os espiritas, esse reencontro possa acontever no necessariamente com @ morte de uma outra pessoa, mas através da comunicagao com 0 mundo dos espiritos ou dos mortos. Cada segmento espirita tem a sua propria explicagao a respeito, da viso desse reencontro € como ele se da. Eu desejo falar do ponto de vista espirta Candomblecista, da denominagéo Kétu (um grupo de origem Yoruba, tido como “Nagao” aqui no Brasil). Como a cultura Yortiba é basicamente formada por uma inter-relag3o de filos que ao mesmo tempo, S20 sociais € religiosos, tendo a consciéncia geral de que 0 ‘mundo espiritual esta intimamente ligado com as atividades humanas (Orun-diyé - céuiterra), pretendo mostrar da maneira mais clara e objetiva possiveis os rituals finebres do ponto de vista Yoruba, especificamente os de origem Ketu, bem como do ponto de vista Afro-Brasilero. 6 GOSTUMES CULTURAIS O Yorba faz de todo e qualquer ato significative da vida na terra algo muito importante, e isto € mostrado de maneira tanto social quanto religiosa. Logo apds o nascimento de uma crianca, os Yoruba em sua maioria, celebram e participam de um ciclo de ceriménias tradicionais em sua cultura, que se estendardo até o fim da vida de cada individuo, culminando nas exéquias funerais, com um ciclo de rituais s0cio-religiosos, om o nascimento das criangas (Abimo ou mo tunfun - recém-nascido) Principalmente as do sexo masculino, vem a oportunidade para festejos e alegrias, E a grande festa para o recém-chagado, e seu apice 6 a ceriménia da escolha do nome da rianga (orlko ), quando ela sera apresentada socialmente ao circulo de familiares © amigos. Esses festeos realizam-se aos trés, sete ou nove dias apés 0 nascimento, com a apresentagéo da crianga a lua, & familia @ & socledade na qual passara a ser conhecida através do nome que lhe foi dado; além de oferendas aos Gris e Ancestrais. Isto marca ‘a sua jornada no mundo através da vida no aiyé (Aye laiyé - a vida na terra). Este fato 6 0 Que nos recorda a ceriménia do Onik o-lyaw6 (nome do filho de santo} no Candomblé, significando 0 nosso nascimento no cuito aos Orisa Outra época de grande importancia na vida é o naivado (Afés@ onan), onde eles fazem cuidadas coriménias pré-nupciais para a preparagio do noivo e principalmente da noiva antes da ceriménia final do casamento, data que deve ser comemorada com grandes pompas. Tal e qual o nascimento, grande importancia @ dada aos funerais entre os Yoriiba, ois, acredita-se que as ceriménias realizadas aps a morte da pessoa, contribuam para Que ela alcance bem-estar e falicidade na viagem e estadia no mundo dos mortos (iku- diye), acalmando-o para que ele ndo se assuste e ndo sofra com a transigio e Ihe so Celebradas ceriménias que enfalizam a continuidade da vida, onde a morte @ um detalhe ‘apenas aparente. Para o Yorba a morte & 0 ponto onde o ciclo se completa e que a vida &, a grosso modo, descrita como uma linha circular aonde 0 ponto final toca 0 ponto inicial © assim sucessivamente, formando um circulo eterno, que quer dizer que na morte, retornamos 0 inicio da vida. i Isto nos faz lembrar um ito n (uma historia), parle da lenda da criagéo do homem, onde Iki (a Morte) teve um dos paptis principais para auxliar Od s alana feitura do corpo do homem, ao forecer 0 material necessario, Amn (0 barro) para aquele fim. Conta a lenda, que Odiduwa ao terminar a criagao do Aiyé (Terra), ordenado por Olodiumaré @ em incumbéncia dada a Obs ala, mas que no entanto nao a executara Porque quando de sua viagem para o Ayé (Mundo), ao parar para descansar sob uma palmeira Ele ndo resistive omou a sua selva, que Ihe € €ew 0 (probigdo). Com isso cou sonolento, deitou-se sob a palmeira e dormiu. Foi quando Oduduwa, seu imo mais jovem, furtoushe a bolsa da criagéo (Apo-iwa) que continha os elementos necessérios, para a criago do Aiyé (Terra), executando 2 fungao e com isso, subiraindo-Ihe também a gloria de tal feito. Olé run, apés Obs aala ter vindo a Sua presenga para dar as explicacdes sobre o fato, Penalizado com o arrependimento de Obs aala, incumbiu-o entdo de criar os Ara-tiyé (os habitantes da terra). Dai, Obs a8la fol realizar sua incumbancia. Mas, havia a necessidade do material adeqiado para moldar os seres humanos, futuros habitante do aiyé, 0 barro (amon), Entéo Obs aala chamou Es. @ mandou-o pegar o batro. Esii foi e retomou sem o barra, 06 s 8ala perguntou por qué ele no trouxera o bao? E'siu explicou que ao tentar retiar a lama, a terra chorou, entdo ele ficou com pena e deixou a incumbéncia para que outro executasse, Oosaala chamou Ogun, que com sua fama de sanguinério certamente resolveria ‘quele assunto. Ogun foi e também voltou sem trazer coisa alguma e explicou a 06s aala que, quando ele fora retiar @ lama, a terra chorara, e ele néo estava com raiva, por isso, ficara mortificado @ no tivera a coragem de ferir a terra, e também deixara a larefa para ue outro executasse. E assim sucessivamente, 06s aala incumbiu a cada um dos Oris para que pegasse 0 barro a fim de moldar os seres humanos, Mas, todos eles retomavam de mos vazias € com a mesma desculpa. Foi quando 00s aala chamou ikit (0 Guerreiro da Morte - ou Morte), que com seus atributos de guerrero intrépido, talvez, conseguisse o que os demais ndo tinham conseguido. Entéo iki foi ao Ayé, onde apanhou a lama, quando ele fez isso a terra chorou, mas, Iku no apiedou-se do pranto da terra, arrancou 2 lama e trazendo-a para O6s aala, que ento usou o barro e moldou os seres humanos. E disse a Iki, que como fora ele que apanhara o material para moldar os seres humanos, estaria ele também encarregado de, ao final do ciclo da vida de cada individuo, levar o material de volta para entregar & terra, Entéo, por causa disso iki (Morte) é considerado 0 inicio, 0 fim e 0 inicio, 8 Com esta vis0, 0 Yorba tradicional nao tem a idéia de que @ morte seja a morte, mas sim, em si, a morte é vida. Eles acreitam que os Ancestrals ao morrer, apenas mudam-se de um mundo para o outro acima, do Ode - aiyé para o Ode -@ run. Com @ compreenséo do iton acima, eles acreditam que apés Ods aald ter moldado 0s seres humanos, Okkdimaré (0 Criador Supremo - Deus) sopradhes 0 seu halito (@émi), que é 0 espirito, a forga, a energia que vern de Deus e da vida aos homens, e tem a consciéncia de que mais dias, ou menos dias, esta forga tera de voltar e ser Colocada aos pés de Ol. run para que Ele disponha dela como assim bem o desejar. E © material do corpo fisico retornara a terra novamente, por intermédio de Iku, quem o retirou. Para o Yoruba, a ess8ncia do ser humano, que nds chamamos de “alma” ou “espirito’, @ 0 Ori-ind (Cabega interior), isto &, aquela pessoa que existia ja antes do ‘nascimento, sendo o Ort-int @ personagem central da lenda do “Ori e @ escolha do destino do homem’, também sendo aquele Cri, que fora moldado por Ajala, representado pela Cabeca, apés 0 nascimento. E este Ori-ind quem nos governa e nos guia durante toda a nossa vida no aiyé (terra), recebendo aqui o corpo e representagéo fisicos do Ori-ni, A Tepresentagao fisica do Or-ind 6 a cabega (Ori) de cada pessoa. O tratamento dado ao Ori também @ muito importante nos rtuais finebres dos iniciados na reigido dos Orisa, como veremos mais adiante, ‘Ao morer a pessoa toma-se um Ancestral, isto 6, em sentido amplo com ‘elacionamentos filal @ amoroso. E segundo o pensamento Yorliba, n&o € qualquer Pessoa que pode receber esse stalus de Ancestral, sendo isto designado aos homens ou mulheres que viveram até uma idade avangada, tenham deixado filhos de boa indole @ boas lembrangas. As criangas @ jovens que morrem prematuramente, as mulheres estéreis, homens que no deixaram fihos e, pessoas que tenham uma morte considerada ‘im, que eles acreditam ter sido castigados ou mortos pelos Orisa, estes nao sdo incluidos neste grupo, de grande respeitabilidade. Capitulo IV TRATAMENTO DO CORPO © costume Yoriibé quando more uma pessoa, homem ou mulher que se enquadre naqueles conceitos anteriores de ‘morte boa’, a sua idade e status orientaro os procedimentos dos rituais funebres que ja subtendem para o morto o status de Ancestral E segundo nos diz F. Omo sade Awolalu (Yoriiba Beliefs and Sacrifcial Rites, pag 55): O corpo deve ser imediatamente envolto numa eni (esteira) ou um al (pano branco). Os parentes amigos so avisados imediatamente, principalmente os que moram longe pois, por paradoxal que seja, é quando os novos membros da familia s8o apresentados entre si e aos mais velhos. O corpo deve ser lavado com aqua moma, sabzo © esponja. Se for mulher, 0s seus cabelos devem ser trangados lindamente e se for homem, na maioria das vezes, os cabelos séo raspados ou baixados e penteados adeqdadamente. A prética normal é a do flho primogénito estar presente quando da lavagem do corpo do pai e é quem devera ser 0 primeito a jogar agua sobre ele. Este ato enfatiza a importancia dada em haver um filho homem como sucessor. A lavagem do corpo @ de grande importancia, porque a crenca € de que ele deve estar limpo e com boa aparéncia para que seja admitido na morada dos Ancestrais. Os Yorliba acreditam que se 0 corpo no for lavado na ceriménia de partida, o moro ndo tomara lugar com os Ancestrais € se torara um fantasma errante, que eles chamam lwin Ou Is@ki, fantasma ou assombragao de pessoa cuja larefa esta inacabada Depois do banho, o corpo deve ser muito bem vestido e deitado no quarto em uma cama previamente decorada, onde ficara exposto em camara ardenle. Entdo, di-se inicio aos canticos, dangas, comidas, e também & queima de fogos para que seja ~anunciado publicamente através dos fogos que um grande evento esta se realizando ali e também, numa homenagem ao falecido. Nao hé previséo do numero de dias nos funerais dos anoestrais Yoruba; quando a putrefacdo é facilmente sentida ali. Eles tém elaborados sistemas © meios de preservago dos corpos, que nessas circunstancias podem ser velados por dois ou mais dias sem o mal cheiro. Eles dizem que 0 falecido no deve ser enterrado imediatamente @ the deva ser dado uma chance para o estiramento Para 0 seu regresso, sendo o titimo descanso em sua morada terrestre, Durante estes dias, as vestimentas e decoragées ao redor da cama onde ele esta deltado séo trocadas, com cada uma sucedénea ultrapassando a anterior em beleza e excoléncia. Isto 6 considerado fazer parte das reveréncias 20 morto. Os fihos e parentes, ‘rOximos contibuem com a beleza ¢ suntuosidade dos trajes feitos para levar o morto para 0 mundo futuro. Dias antes, antigamente, as sepulturas eram feitas num quarto particular dentro de casa, mas esta pratica hoje em dia foi abolida. As sepulturas atualmente sao ‘eitas numa rea fechada da familia. Aos olhos do Yoruba sepultar um parente num cemitério comum 6.0 mesmo que langévlo fora e perder 0 contato com ele, Isto por causa da venerago ‘Ancestral regular, que envolve a colocagdo de oferendas, obi ¢ fazendo preces nas sepulturas dos mortos, e isto ndo seria conveniente a familia num cemitétio comumn. No dia do sepultamento muitas pessoas retnem-se para prestar ao morto os seus iltimos respeitos. O sepultamento 6 feito geralmente 20 ancitecer quando 0 corpo € apresentado ‘mais uma vez e colocado num local de descanso. E quando entéo, so apresentadas diferentes dangas e cantigas que séo representadas por grupos que so bem recebicos Femunerados pelos filos e familiares préximos do falecido. Antes do por do sol cessam, eto, 0 corpo é envoivido num lindo e volumoso traje @ numa esteira especial, sendo entéo carregado em procissao solene alé a sepultura. E deitado cuidadosamente, com todas as partes do corpo bem aoomodadas. Boas roupas, pedagos de prata, ouro, dinheiro @ tudo 0 que é esperado que 0 falecido necessite para a sua subsisténcia no outro mundo 6 providenciado. Em tempos atras, escravos @ esposas dos monarcas falecidos eram enterrados com ele, mas hoje em dia este costume foi banido, Em substituigéio, é providenciado um animal que é imolado tendo 0 seu éjé (sangue) colocado na sepultura, com a crenga de ue os animais acompanhem o falecido para o mundo futuro, E antes da sepultura ser Coberta, os presente, particularmente os flhos e parentes mais proximos, rezam em voz alta longas preces, choram e jogam terra no corpo, suplicando-Ihe qualquer coisa, ou para velar pelas vidas daqueles quem ele deixa para tras. Também mandam mensagens para aqueles outros Ancestrais que se foram antes. Entre os Yoriiba € dada tanta importancia aos funerais suntuosos que, as vezes, quando a familia no tem posses nem dinheiro para a realizagao de um funeral rico, eles endividam-se para fazé-lo, e até muitos, dando 2 si mesmos ou outro parente como escravo, até trabalhar 0 suficiente para pagar sua divida com o credor. © contato dos descendentes com o falecido néo termina por al. O sepultamento é © ponto de partida de uma nova inter-relacdo entre quale que se foi e os seus descendentes; ele agora passa ao status de Ancestral, @ assim sera reverenciado de tempos em tempos pelos descendentes como um dos seus representantes direlos no run (céu), de onde ele devera velar, interceder e auxliar, dando aos seus descendentes (protegéio e forca), orientagdo e as E nesse sentido que caminha a iiturgia do culto aos Egingin, 0 culto 2os mortos ‘onde os Babd-Eégun so cultuados. Também onde acredita-se, terem cepacidade tanto de trazer a morte, quanto de evité-la, se cultuados adegiadamente. O culo de Egingin & uma sociedade - secreta (© gb¢é-awo), onde so zelados em grande segredo e mistéio, ‘ue usualmente estéo fora do conhecimento das mulheres. As suas vestimentas chamam- se ago-éki, consistindo em uma variedade de tiras de panos, mais comumente vermelhos e peles de animais que também sao usadas, as vezes, onde o corpo totalmente escondido. ‘Os Egungun mascarados véem somente através de uma rede que cobre a face. E Considerado crime tocar as roupas de Egiingiin em piblco, considera-se ‘queimagées" ou ‘© mesmo que tocar a morte. Aquela pessoa que o fizer correra sérios riscos e tera de fazer oferendas para expiar 0 seu erro Capitulo V UMA LENDA DE EGUNGUN Os Yoriiba explicam @ capacidade de Egungun em afastar a morte, com uma lenda, na qual Bascom relata que um homem chamado Ameiyégin, que prometera salvar os habitantes de uma cidade (If¢), que estava sendo alormentada pela Morte e seu ‘grupo, que vinham periodicamente ao mercado da cidade para matar as pessoas. Foi quando Ameiyégin teve a idéia de confeccionar uma roupa com a qual cobrira-se completamente, cujas partes das mos eram como luvas © as cobria inclusive até os dedos; as calgas eram compridas, tanto que cobriam até os dedos dos pés. Ele fez um sacrificio aos ancestrais queimando trés canas e oferecendo um bik o (bode) € um Akitko (gale), para depois ent&o confeccionar a roupa. ApOs té-a feito, reuniu todo 0 pova do lugar e apresentou a roupa a eles: levantou 0 pé esquerdo & vest uma pema da roupa até o joelho mostrando-o para 0 povo que grou: E wa, © wa gbogbo ri es ‘Venham, venham todos ver 0 pé, 0 pé do segredo!" Logo em seguida Ameiydgin enfiou 0 pé direto na outra pema e também erqueu-a mostrando ao povo. Entio eles grtaram novamente o mesmo dito. Em seguida ele enfiou ‘o brago esquerdo na roupa e ergueu-o para mostrar 8 populago que gritou: E wa, © wa esé awod! gbogbo il apa ii ati erd yii- "Venham, Venham todos ver este brago, este segredo bem guardadol” Entéo Ameiyégun vestiv toda a roupa que lhe cobriu inteiramente 0 Corpo @ 0 rosto. Logo apés o que, ele relirou-a e quardou-a junto a uma grande arvore, Por entre suas raizes. No dia seguinte, sabendo que a Morte ¢ seu séquito preparavam-se ara descer & terra, Ameiyégiin foi encontrar-se com O dni-lfé (0 rei da cidade de ifé) © prometeu a ele que salvaria os moradores da cidade no dia seguinte. ‘Ao amanhecer do dia, Ameiyégin e seus seguidores vestiram seus trajes @ umaram para 0 08 (mercado). Chegando la, ficaram escondidos entre as enormes, falzes de uma grande arvore. Logo, o mercado encheu-se de gente: homens, mulheres, Criangas e idosos, todos estavam Id. De repente surgiu a Moree seus comparsas, que Cairam sobre eles, dizimando-os a cacetadas. Foi quando Ameiyégin e seus sequidores acorreram gritando com voz gutural e terrivelmente assustadora “khana, khoao". A morie e seus asseclas, assustados e pegos de surpresa, deixaram cair suas bordunas e fugiram apressadamente. Endo, Amelyégin @ sous amigos pegaram os pa (cajadas) Correram atrés deles golpeando-os nas cabegas € matando-os um a um. A partir daquele “ Bascom W. R, - “The Sociological Role of The Yoruba Group” (1944) B dia, nem @ Morte nem qualquer outro do seu séquito voltou ao mercado. Dai, a festa de Egingin comemorar a sua vitria sobre a Morte. Tempos depois, um Babéléwo informou aos filhos de Ameiyégin que eles deveriam cultuar aos Eégiin, sendo esta ordem também passada aos flhos e filhas dos filhos de Ameiyégin, com todos os descendentes dos flhos, genros e noras de Ameiyégiin também cultuando Eegun. Portanto, 0 culto de Eginggn ¢ feito aos espiritos Ancestrais tidos como guardides da vida, mais uma vez, apresentando a intrinseca relagdo da vida com a morte ou entre a morte e vida. Transplantando essa relagéo dos Aré-orun (Egingin) com os Aré-tiyé (os homens) para o culto dos Orisa, ha este mesmo entendimento, muito & despeito de conceitos equivocados de alguns, de que os Eégin ou Egiingun, sejam entidades malévolas, que sé trazem desgracas e infortinios. Ao contrério, Egingiin atua em nosso auxilio e defesa, pois, se nao fra 0s nossos Ancestrais néo estariamos aqui, e eles sobrevivem em nés ao mesmo tempo em que nds vivemos por causa de suas herangas gendticas. Esta elagdo é o que esté enftizado no louvor aos Ancestras ( s4-Crun- os Ancestrais fundadores do culto aos Oris). Os 1 sa-Orun Ardalé awo juntamente com 0s Ardalé-e bile (os Ancestrais da familia de santo com os Ancestrais da nossa familia — Consangiinea) so aqueles a quem pedimos proteggo em rituais como no ipadé E si também. Algumas pessoas dizem ser confitantes entre si, os rituais do culto aos Orisa @ 6s rituais do culto aos Egingin. Mas, na minha modesta opiniéo, acho que no ha Conflto. Estéo ai os dois extremos. tocando-se para fechar o circulo e a harmonia entre 0 mundo dos vivos eo mundo dos mortos. Nés somos dependentes de ambos, do ase e oder eneruético da criagao da vida (Aye), mas, do poder energético da resttuigdo através da morte (ki), que 6 o encarregado da devolugdo da nossa matéria a terra através da morte apés 0 seu uso. E, quando no As@sé nés executamos os rluais mortudrios S80 neste sentido. Segundo a viséo de F. Omo sade Awolalu” “The Yoruba in God Beliefs and Sacrifcals Rites” {pg 54); por motivos de heranga cultural, histérica ¢ até mesmo sinerética, nds aqui no Brasil, Affo-brasileiros que somos, desenvolvemos uma ritualistica PrOpria que, no obstando algumas nuangas de diferengas rituais, a finalidade de propésito é a mesma, Awolalu, F Omosade - “The Yoruba in God Beliefs and Sacrifieals Rites” (p, 4) 4 E 6 isso que eu tentarei explicar; 0 porque da visao do Asésé contendo 0 eniendimento de ritual finebre, talvez, seja uma coruptela brasileira, como outras tantas ue n6s temos, tanto na_nosa lingdagem corrente, como dentro do culto, e neste caso da palavra Ajejé. O Ajejé & um ritual funebre em homenagem aos Ode (Cagadores). Os ‘companheiros cagavam um agb 6 nrin (antlope) do qual uma parte da came era utlizada para dar uma festa e o restante era levado para o igbd (floresta) ¢ era oferecida 2o espirito ‘do Cagador falecido, a0 mesmo tempo em que parte dos seus apetrechos de caga era colocada junto dele, para que o falecido pudesse usd-los no outro mundo. Ento, 0 Ajéjé era um ritual de homenagens postumas, onde havia comidas, bebidas, cdnticos, dangas, @ oferendas aos Ancestrais na figura do Cagador, sempre visando a vida futura do falecido, Talvez, dai nds usarmos 0 termo As@sé referindo-nos como cerim6nias funebres. Capitulo VI 0S PROCEDIMENTOS DO ASESE Quando do falecimento repentino de uma pessoa, via de regra ndo se esta preparado para essa eventualidade pois, nds somos um pouco auto confiantes e julgamo- Nos onipotentes, achamos que nada vai nos acontecer, e que estamos acima de tudo 0 que 6 factivel de atingir 20 nosso vizinho e que aquilo jamais nos atingira, ¢ ficamos muito naquele pensamento do “amanha eu penso nisso’. Em nossa vida particular, na maioria da vezes, néo deixamos testamento em cartério com beneficiarios estabelecides, ou simplesmente no adquirimos uma sepultura fato natural como previdéncia, tendo em vista que mais cedo ou mais tarde faremos uso dela inexoravelmente. Assim também é numa casa de culto, pode-se por assim dizer, que em quase sua totalidade do nimero de casas a regra ¢ a mesma. coisa que 8s vezes, com dezenas ou centenas de fihos e filhas de santo, Ogén e Ekéli, no ha a preocupagao de formar sucessores caso venhiamos faltar repentinamente, @ nem herdeiros dos bens rituals, materiais e espirituais, 0 que quase sempre gera disputas e cis6es dentro da casa apds a morte do Alds e. Por isso, ‘quando morre alguem de grau hierérquico importante dentro da casa (alés e), 0 caminho primeiro a seguir é consultar 0 jogo, para encontrar o direcionamento ritual Quando ja existe a perspectiva do desenlace a qualquer hora, de maneira irreversivel, 0 costume Afto-brasiieiro é, se for Oris feminino, de colocar-se agua dentro do igha. Mas, se for Oris a masculino o igba devera ser colocado dentro de uma bacia maior com agua. Isto por causa da idéia de o feminino ser uma cabaca continents, ela 6 que vai conter a agua da existéncia, neste caso individualizada (por ser um igba particular individual); e seguindo a mesma linha para o masculino, ele é 0 contetido, aquele que 6 contido na agua da existéncia, isto ¢, também, em sua verso individualizada. Apos 0 desenlace, esta agua do ighé devera ser jagada na terra do lado de fora do barracdo. Em algumas casas, 6 colocada uma bacia grande junto a porta, onde com uma ‘uartinha uma pessoa da casa, geralmente uma mulher, ‘despacha" todas as pessoas gue entram ou estdo na casa. Depois disso, & que entéo junta-se Aquela agua da bacia a agua do igba do Adds iu falecido. Ai, esta agua é atirada na terra do lado de fora, O simbolismo deste ato 0 de que a agua conteido da forga individual daquela pessoa falecida, misturar-se-4 com a agua que contémo ase da comunidade (egbé), e que ao ser atirada na tera reintegra-se a coletividade novamente,. perdendo assim aquela individualidade anterior. Isto, para o caso de igba individual, aos coletivos no se aplica. 16 Quando 0 terreiro tem uma casa de Eéguin, o igba vai para la, onde fica coberto Por um ala (pano branco}. Os de 05 saala séo colocados sobre akasa brancos. Costuma-se lavar 0 corpo com agbo de ervas de Egungiin e Qos aala, ou de algum outro éris @ que tenha ligago com os imolé da Terra, Algumas pessoas tém costume de misturar éj& nessa agua de banho, 0 que sinceramente nao sei o porque disso pois, como ja vimos anteriormente, segundo os costumes Yoruba, 0 banho é para purificar 0 corpo para que o falecido possa tomar lugar junto aos ancestrais que se foram antes dele, endo utiizam esse costume do &|8-we (banho de sangue). Apés o banho 0 corpo 6 acomodado no caixo. Entéo, devera ser feito um titimo ebori (oferenda & ccabega), precisando-se para isso de: 1 pombo branco 1 galinha d angola ‘Akasa brancos Obi (exceto para os flhos de $ ango) Orbabd Egbo Gigi (pipocas) Ori vegetal Ain Obe ifari_(navalha) Ojafunfun (64 branco) Folhas de Egungin e Odsaalas * Relagio de fothas para a lavagem do Oki: (cadaver), como temos dificuldades para saber quais folhas afficanas eram usadas, costumamos utilizar folhas ligadas aos Orisa que tém Tigagao com os imolé da terra e com Ewtingin; dai fizemos esta relagdo oniada Aquapé Alecrim Mlfavaguinha Amendocira Amoreira Arocira Barba de Velho Boldo Caapeba Colénia Dormideira Erva Moura 0 Este ritual € realizado de maneira particular, somente com pessoas iniciadas ou parentes proximos. O Alés e deve raspar um pouco dos cabelos no lugar onde fora colocado 0 os Wu, fazer uma pequena incisdo naquele lugar, esfregar as folhas, 0 ori, 0 alin © depois sacrifcar a galinha d'angola e 0 pombo, logo apés isto, colacar 0 obi € 0 ‘ordghé e por cima um akasé com um pouco de égbo. Apds tudo isso, amarar 0 3ja funfun (pano branco). Para os omo Sango (filhos de Xang6) néo se pée obi no Ori, somente 0 ordgb6; 0 obi vai nos ésé (pés), significando oferenda aos Ancestrais. Este ultimo ebori tem duas finalidades principais: uma delas 6 a de liberar 0 Orisa daquele Ori, para que ele “volte para sua casa’, como no itén “a lenda do Ori e aescolha do destino’; @ a segunda, é a ultima oferenda para o Ori (cabega), aquele que é © Unico que acompanha 0 seu devoto para além da morte, também com referéncia a mesmo ton, também na lenda do Ori e a escolha do destino. E essa ultima oferenda para que ele faca sua viagem parao run com tranquilidade e tenha um bom regresso ao ayé aré-6 run (0 mundo dos mortos). E 0 sacrificio da et (galinha d’angola) embora nao parega, 6 pertinente neste caso, porque esta se fazendo um ritual da vida, que reinicia com o renascimento no outro mundo, mais uma vez, levado por Iki) (a Morte). E este ebori (oferenda a cabega) tem também o significado muito profundo para 0 Ori (a cabega interior - Ori-ind), que 6 0 unico Orisé realmente a acompanhar o seu devoto para até mesmo além da Morte. © Ori acompanhara a pessoa para o tumulo, de acordo ‘com 0 Odi Ogund’-Mej,? onde, o Ori é descrito como um Deus, que além de ser o nosso E1va Tostio (Continuagto da realglo de folhas) Erva de Santa Luzia Espinheira Santa Fotha de Bambi Polha da Fortuna Guine Gervio Roxo Jaborandi Levante Macass Pira-raio Pinto-roxo ‘Vassourinha de Reloyio Velame Umbatiba (Diiliza-se sete ou nove ervas destas para fazer o abo macerado.) * Isto é ilustrado no Odi Ogiind-meji, extraido da Exposigio do Corpo Literirio de If ABIMBOLA . Wande - Oxford University Press-Ibadun - Nigeria (1976) 18 Deus pessoal, suplica ¢ intercede por nés perante os demais deuses. Sendo que nada pode ser realizado por qualquer homem sem que seu Ori no esteja de acordo com isso, Vindo dai a declaragéo: Ori pé Ataté niran. Atété gbé'ni k’ddsa, Ké s60sa tii da’ni gba Léyin orf Eni. Eni Ori ba gbegboo re, Ks yo sé ri (cabega) Eu Ihe saddo, Voo8 que ndo esquece os seus devotos. Quem abengoa os seus devotos mais rapidamente que qualquer outro Deus. Nenhum outro Deus abengoa um homem_ Sem 0 consentimento do seu Or ri, Eu the saido. Vocé que permite aos filhos nascerem vivos, Aquele cujo sacrificio 6 aceito pelo seu Ori Deve regozijar-se imensamente, Ahistoria completa é a sequinte: Um dia, Ordnmila reuniu todos os deuses e apresentousthes uma questo: “Ta lo 6 Alasan b& rokun?" - Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante através dos mares sem deixa-lo em qualquer tempo? ‘Sango, 0 deus do trovo @ 0 mais artojado de todos os deuses foi o primeiro a tomar 0 desafio. Ele disse que ira com qualquer um dos seus devotos para qulquer lugar sem olhar para tras. Os outros deuses perguntaram-the: o qué ele faria se em sua viagem com seu devoio, ¢ ele chegasse a Kiso, 0 lar de seus pais? $ angé respondeu que primeiro que tudo, ele visitaria a sua casa. Entéo, os outros deuses disseram que se ele Visitasse a sua casa, ¢ porque ele pretendia desertar de seu devoto e quebrar sua promessa Um a um, todos os deuses jactantemente responderam a questao apresentada por Orinmila. A questo também foi posta 20 proprio Orinmilé e ele igualmente Fespondeu a questéo jactantemente. Os deuses entéo tornaram-se confusos e eles reclamaram que nao tinham entendido o significado da parabola de Ordnmila, que disse que somente 0 Ori, sé 0 ori de cada pessoa é que poderia acompanhar qualquer um a0 mais distante lugar da terra sem retomar, deixando-o para tras. Ele disse: Ori nikan Lo to Alasan ba r’okun, Bi mo ba low lows Ori min 6 16 fan, Orii mi, iwo ni, Bi mo ba bimo layé, Ori min 6 ro fun. Ori mi, iwo ni, Ire gbogbo ti mo ba ni layé, Orin 6 19 fin, Orit mi, iwo ni. £0 Ori somente ‘Quem pode acompanhar seu devoto a qualquer lugar ser retomar. Se Eu tiver dinheiro, Eo meu Ori quem Eu lowvarei Meu Ori, € vood Se Eu tiver filhas na terra, Eo meu Ori quem Eu lowvarei, Meu Ori, € vaca. Todas as coisas boas que Eu liver na terra, E 0 Ori aquem Eu louvarei, Meu Ori, & voc’ 20 itulo VII ITON ORI- Historia de ORI (O Deus Individual) Orinmil lo d'odedé nibere Ifa, mo ni: "Ta 16 16 Alésén ba rokun?* ‘Sango ni Un t6 Aldsan ba rokun, Won ni: ‘Njé bo ba rin titi, B’o o ba birin, burin, 05 B’o 0 ba dé Késo, lee baba re nko? Bi won ba sé gbégin, Bi won ba roka, Bi won ba fin 6 lrogbd AakiKo adie kan nko? 10 $.ngd ni: "Bi mo ba ti yo tan, N’ 6 pada s'l6é mi ni? Won ni Sango ko 16 Alasén ba rokun, Orinmiia lo dodede niberé Wf, mo ni: *Ta 1 Aldsén ba rokun?? 15 Oya ni din t6 Alésan ba rokun. Won ni: Njé b6 0 ba rin titi B¥6 o ba birin, birin, Boo o ba délée ‘Ra, lige baba re nko? 20 Bi won ba p'oda t6 tobi Bi won ba fin o ni Ikk3 egbodd kan nko?” Oya ni Bi mo ba ti yO tan 0, N’ 6 pada silée mi ni.” Won ni Oya kd to Alasin ba rokun, 25 Orumila lo dodédé nibere I, mo ni: “Ta 16 16 Aldsan ba rokun? Oosaala ni dun to Alasan ba rokun Won ni: "Njé 06 0 ba fin titi, BY o bé bitin, birin Bo o ba délée Fon, lige baba re nko? Bi won ba pa agbégdo adie fo ro'yin sini, Bi won bé mi igha lgbin, Ti won ti s@ ni osiki nko?” Odsaala ni: N'6 pata s'l6e mi ni Won ni Odsaala ko 16 Alésan ba rokun. mmo ba ti yo tan, Onimila lo dodede nibere lf, mo ni: "Ta [6 16 Alasan ba rokun? Elégbara ni dun to Alasan ba rokun, Won ni: "Njé bo ba tin titi, 8'6 0 ba biirin, burn, B’o 0 ba dé Ketu, lige babaa re nko 7 Bi won ba fun o lakuko adie Pala dpdld ope epo nko?” Elégbara_ni: “Bi mo ba ti yo tan, N’ 6 pada silée mi ni.” Won ni Elégbara ko t6 Alésan ba rokun, Onimila 6 dodéde nidére fa, mo ni: “Ta lo t6 Alésén ba rokun?” Ogun ni oan {6 Alasan ba rokun. Won ni: "Njé bo o ba rin tit. B’o o ba birin, birin, B's 0 ba dele 'Re, les baba re nko? Bi won ba fun o lewa Eyan; Bi won ba be'jé fin o tn, Ti won fakiko adie sébose ére, Bi won ba fin o loti ati emu nko? 40 45 50 55 Ogin ni: “Bi mo ba ti yo tano, ijala tan-taan-tan Nin! 6 maa sun bd wale mi ni Won ni Ogun kd ta Alésén ba rokun, Orinmila \6 dedede nibere If, mo ni: "Ta 16 to Alasan ba rokun?" Osun ni un to Alésdn ba rokun, Won ni: “Njé bo 0 ba tin ti B'O o ba birin, birin, Bio o ba dé ‘Jumd, lee babes re nk 6 Bi won ba fin o Fapoldopo &kd Pel €f6 0 yanrin ati sekaté nko?” Osun ni: Bi mo ba fi yo tan o, Me wei Won T'Osun ko t6 Alésan ba réokun, Orinmila 16 dodéde nibere If, moni: "Ta 1 16 Alésén be okun?* Orunmila ni oun 16 Alésén ba rokun, Won ni: ‘Nig BO 0 ba fin til 86 0 bA birin, bitin, Boo ba doke iget Neb baba re nko? Bi won ba fin o lékii méjioluwere Eja méji abiwé gbada; Obidie mei abedo ldkéluké; Ewure méji amami redede uka. Einla méji to fiwo éwéré nin! 6 fi s’esin gin wales mi ni.” 65 75 85 Bi won ba ginyén, Ti won 10k BO 0 ba gh'oli abode; BO o ba gbata ti 6 sil; BO o ba ghobi ti O lad Oninmila ni: “Bi mo ba ti yo tan o, N' 6 pada walée mini.’ Won ni Orinmila ko t6 Alésén ba rokun. Akapo & @ jusi, E@ sore E @ jawe Orunmila, mo jéwo obin Wad diso 1 mi Mapo Elére, Mokun Otan, Mesin ge ‘Lawa Mapo Elejeli, Gbo1aj0k, omo okinkin tii mérin fon. Ortnmila, Iwo laréa ‘waji, Emi ed. eyin, Se bi wo Io 6 komo lorén bi iyekan omo If, mo ni: “Ta 16 t6 Alasan ba rokun?* lf ni Ori Ori nikan Lo 6 Alasan ba rokun Onunmila ni bi Babalawo ba ki, Won ani e lo mw lféa ré dé si keto. Bi adosiu Sango ba ki, Won a nie ko Sango é dani Bi akapd Odsaala ba ki, Won a ni KO gbogbo nnkan é ti 6 Oninmila ni nijo ti e’yan ti nki, 90 95 100 105 110 115 120 "4 Tani won 96 ri réé 18? Ifa ni Ori o, Ori nikan Lo tO Alésan ba rokun. 1% Bi _mo ba lows lows, Ori nia’ 6 16 fan, Orit mi, wo ni Bi_mo ba bimo laye, Ori ni no 1 fin, 130 Oril mi, wo ni. Ire gbogbo ti mo ba ni layé, Ori nin’ 6 16 fun. Ori mi, iwo ai, Or péle, 135 Atte iran, Alete gbe'ni Kodsa. KO sdsa tii danii gbe Leyin Ori eri. Ori pele, 140 Ori abiyé Eni Ori ba gbegboo ré Ko yo s é TR 9 Orinmila disse que em entrando numa sala, alguém parou sob o portal. la, a questéo €: “Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem relornar?” Sango respondeu que ele poderia acompanhar seu devolo numa viagem distante através dos mares sem retomar. Foithe perguntado: O qué vocé faria se caminhasse uma longa distancia, Caminhasse e caminhasse, 05 E vod chegasse a Késo, Olar de seus pais Eeeles he preparassem sopa de gbé gir; E the preparassem pudim de farinha de inhame; E the dessem ordgbé © um galo? 10 ‘Sango disse: Apos comer e me satisfazer, eu retomaria para minha casa.” S ang6 tinha dito que ele nao acompanharia seu devoto numa viagem distante alm dos mares sem retornar deixando-o para tras. Oruinmila disse que em entrando numa sata, alguém parou sob o portal Ifa, a questo €: “Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devolo numa viagem cistante para além dos mares, sem relomar deixando-o para tras?” 1 Oya respondeu que ela poderia acompanhar seu devoto numa viagem distante ‘além dos mares sem retomar deixando-o para tras. Foi-Ihe perguntado: O qué vocé feria, se epos caminhar uma longa distancia, Caminhar e caminhar, E voce chegasse a Ira, Olar de seus pais. 20 E eles Ihe matassem um animal gordo, E eles Ihe dessem um pote de pudim de milho?" Qya disse: Apbs comer e me satstazer, voltaria para minha casa.” Oya tinha dito que ela néo acompanharia seu devoto numa viagem distante além dos mares sem relomar deixando-o para tras. % Oruinmila disse que em entrando numa sala, alguém parou sob o portal Ifa, @ questao @: “Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomnar deixando-o para tras?” Obs 88la disse que ele poderia acompanhar seu devoto numa viagem distante alémn dos mares sem retomar deixando-o para tras. Foihe perguntado: “Qué vocé faria ands caminhar uma longa distancia, Caminhar e caminhar, 30 E voce chegasse a Ifo, Acasa de seus pais E eles the matassem uma galinha prenhe com ovos; E eles the dessem duzentos caracdis Temperados com melo vegetal?” 35 os aala disse: Apos comer e me salisfazer, Eu retomaria para casa.” Obs ald tinha dito que ele ndo acompanharia seu devoto numa viagem distante além dos mates sem retomar deixando-o para irs. Orinmita disse que em entrando numa sala, alguém parou sob o portal. fa, a questéo é: "Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem refomar deixando~o para tras?” 40 Elégbara disse que ele poderia acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras Folthe perguntado: © qué vocé faria, se ap6s caminhar uma longa distancia, Caminhar e caminhar, E vooé chegasse a Kétu, Acasa de seus pais, 45 E eles Ihe dessem um galo e bastante azeite de dendé?" Elégbara disse: Uma vez eu ter comido @ me satisteito, retomaria para minha casa.” E |e gbara linha dito que ele néo ecompanharia seu devoto numa viagem distante para além dos mares sem retomiar deixando-o para tras. 50 Onunmila disse que em entrando numa sala, alguém parau sob o portal Ifa, a questo @: "Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além do meres sem retomnar deixando-o para trds.” Ogun disse que ele poderia acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras. Foihe perguntado: “Qué vocé faria, se apos caminhar uma longa distancia, Caminhar e caminhar, 55 E vocé chegasse a ire, Acasa de seus pais. E eles Ihe dessem feiées frtos, E eles matassem um cachorro para vooe Junto com uma galinha; 80 E oles the dessem cerveja de milho e vinho de palma?” Ogun disse: Apés comer e me salistazer, Eu cantaria ijala alto e alegremente Por todo o caminho de volla para casa.” 28 Ogin_havia dito que ele no acompanharia seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tris, 65 Orunmila: disse que em entrando numa sala alguém parou sob o portal "3, a questao é: “Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viager aistante além dos mares sem retomar deixando-o para tras.7” © stn disse que ela poderia acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras. Folhe perguntado: “Qué vocé faria, ap6s caminhar uma longa distancia, Caminhar e caminhar, si) E vooé chegasse a ljumd, ‘Acasa de seus pais, E eles Ihe dessem uma porgéo de pudim de amido de milho Junto com farinha vegetal e cerveja de milo?” O sin disse: Apos comer e me satisfazer, 75 Eu retomaria para casa.” sin tinha dito que ela nao acompanharia seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tris © rinmila disse que em entrando numa sala, alguém parou sob o portal fa, a questao 6: ‘Quem dentre os deuses pode seguir seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras?" Orunmila disse que ele acompanheria seu devolo numa viagem distante além dos mares sem retornar deixando-0 para ts. 80 Foi-Ihe perguntado: “Qué vooé faria, apés caminhar uma longa distancia Caminhar e caminhar, E voo8 chegasse a ige ti Olar de seus pais: E eles ihe dessem dois rats velozes, 85 Dois peixes que nadam graciosamente, Duas galinhas de figados grandes, Duas cabras grévivas com fetos; Dos touros de raga com grandes chiftes, Lhe preparassem intame piledo, 9 E lhe dessem cerveja de milho E Ihe dessem pimenta da costa, E Ihe dessem boas nozes de obi?" Orinmila disse: *Apos comer e me salistazer, Eu retomaria para minha casa, 95 ‘Orunmilé tinha dito que ele no acompanharia seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras. O sacerdate de Ifa ficou aténito e contuso. Ele néo queria dizer uma palavra, Porque ele nao compreendia a parabola. 100 Oninmila, Eu confesso minha ignorancia. Por favor, cubra-me com sua sabedoria. Mapé da cidade de Eléré; Mokun da cidade de O tan; Mésin da cidade de llawe. Mapé da cidade de 1 l6j20; 6b <6 lajok6, descendente das presas que fazem a trompa de elefante, Orinmila, vocé é o lider, 105 Eu sou o saguidor, Vocé 0 sdbio que ensina coisas com relacdo a ele. 110 Ifa, @ questo 6: “Quem dentre os deuses pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sem retomar deixando-o para tras?” fa disse: E 0 Ori, Esomente 0 Ori Quem pode acompanhar seu proprio devoto numa viagem distante além dos mares ‘sem retomar deixando-o para trés." Orinmila disse: “Quando um sacerdote de If mora, 115 Qpovo diz que seus instrumentos de adivinhagdo devem ser atirados dentro da vala, Quando um devoto de Sango morre, © povo diz que seus instrumentos de S angd devem ser atirados fora. Quando um devolo de O5sa8la more, O povo diz que sua parafernaiia deve ser enterrada com ele’ 120 Orunmila disse: "Sempre quando um ser humano esta agonizando, De quem a cabega é separada do corpo antes de enterrar?” Ifa disse: E 0 Ori Quem pode acompanhar seu devoto numa viagem distante além dos mares sein fetomar deixendo-o para tras.” 185 $e Eu tiver dinheiro, Eo Or quem Eu louvarei Meu Ori, € voce, Se Eu tiver filhos na terra, Eo Ori quem eu louvarei 130 Meu Ori, & vocé. Todas as coisas boas que Eu tiver na terra, Eo Ori quem Eu louvarei 30 Meu Ori, @ vooé, Ori, eu Ihe saido, 135 \Vocé que nunca esquece o seu devota E quem abengoa o seu devoto mais rapidamente que qualquer outro deus, Nenhum deus abengoa um homem ‘Sem 0 consentimento do seu Ori Ori Eu the saudo, 140 Vooé & quem permite aos filhos nascerem vivos. Uma pessoa cujo sacrificio ¢ aceito pelo seu Ori Se regozijaré abundantemente, Por isso, a titima oferenda & cabega é a retirada do osu, representando o Oris@ que retomaré para 0 run e, a oferenda & cabega (Ori) a ultima oferenda e homenagem ao Ori, que acompanhara seu devoto para além dos mares, isto 6, apds a morte, E apés feitoo ebori, coloca-se um akasa em cada canto do caixdo, um pouco de égbo e guint (canjca branca cozida e pipacas). Depois aruma-se as flores para que fique tudo bem camuflado. As sobras, se houver, so colocadas num obero (alguidar) por entre as pemas do ikuo (morto). P6e-se uma vasilha bbranca com égbo (geraimente uma bacia) junto a porta de entrada, e outa vasilha ‘com um pouco de gbo fresco (infusdo de ervas frescas) com ervas de © sin ‘Com um avo cris dentro, que para acalmar e pedir a protegdo das lya mi Ajé (as |ya mi Aga Eléye) que deverdo ser jouvadas também no ritual do padé de Esu. 3 Capitulo Vill SAIDA DO iKUO (Saida do corpo) Quando da saida do corpo, do barracdo, canta-se para levantéo e levévlo 20 0 sepultamento, No momento da saida em diregto a0 cemitério (igbé-Iki - floresta dos mortos), de acordo com a lenda da atragdo de Iki, exercida sobre as pessoas, 0 que as levava direto para a ‘Floresta dos Mortos’, 0 caixéo € seguro pelos agba (mais velhos) como: babaliris, Ogan ou oulras pessoas com mais de sete anos de obrigagio. E antes do corpo ser erguido definitvamente, & erguido tes vezes numa illima reveréncia, Era costume antigo, quando os cortejos eram feltos & 6, 0s carregadores irem revezando-se, mas essas trocas s6 podiam ser feitas nas éencruzihadas. Isto @ observado no asés@ afro-brsilero Na porta do cemitério (ighé-Ikd) 0 corpo 6 suspenso por sobre os ombros antes de transpassé-la, até chegar & sepultura (ihd-Iki). Na hora de sair do velorio ou do “barracéo’, canta-se: E fib eri méa lo, ka ba 1 Ba le yi beri. E fibo erii maa lo, lk ba 18, a FOr ba le 6 Senor, cubra-nos, o carrego ira embora, compo na terra, isso nos da medo. Senhor, cubra-nos, o carrego ira embora, O morto esta na terra, abaixemos nossas cabegas em sinal de respeito, ‘Ao entrar no cemitério repete-se a mesma cantiga, até chegar a sepultura E fibo- eriiméa lo, Ika ba te, Ba le yii berd. bd eri maa lo ka ba le, a FOri bale 6. 32 Senhor, cubra-nos, o carrego ira embora, compo na terra, isso nos da medo. Senhor, cubra-nos, o carrego ira embora, Omorto esta na terra, abeixemos nossas cabegas ‘em sinal de respeito. E quando corpo baixa & sepultura canta-se: © Ika ba 18, ile yo, ik ba te. Olka ba 18, 116 yo, Iki bate. bale nire Begin Ni s'or8 "hd Ika bale ile yo, lik ba 12 ara no. Ocorpo com a terra, a terra esta completa, Com o corpo na terra corpo com a terra, a terra esta completa. ‘Com 0 corpo na terra Com a terra feliz Eégun E cultuado tradicionalmente na sepultura. Com 0 corpo na tera, a terra esté completa. Com a morte, na terra 0 corpo vai embora. Depois canta-se esta: 0 minra se bi vagba kése egbé Omanra se bi 6 Pigba kése egbe Enyin wa oki nom ké iho Enyin wa Ok agba ko se Enyin wa oki ‘non Pagba kérd Eenyin wa dkii Vagba kil egbé, 3 Ele tornou-se preparado para nascer entre os mais velhos na comunidade em um_ lugar imaginario. Ele tomou-se preparado para nascer entre os mais velhos na comunidade em um lugar imaginéro, és, nosso falacido, tomastes somente 0 caminho da sepultura Vos, nosso falecido, tomastes 0 caminho para estar entre os Ancestrais. Vos, nosso falecido, vos tomastes semente entre os Ancestrais mais velhos. Os, nosso falecido, fostes tomar lugar na comunidade dos mortos. (a resposta é:) © minra se bi I'agba kése egbé, 0 minra se bi 6 Pagba kése egbé, Enyin wa oka onon ko iho, Enyin wa OkG lagba ké se, Enyin wa oki ‘non Vagba koja, Enyin wa oki ‘non Pagba kit ighé. (resposta:) Ele tornou-se preparado para nascer entre os mais velhos na comunidade em um lugar imaginario, Ele tomou-se preparado para nascer entre os mais velhos na comunidade em um lugar imaginéo. ‘Vos, nosso falecido, tomastes somente 0 caminho da sepultura. Vos, nosso falecido, tomastes o caminho para estar entre os Ancestrais, és, nosso falecido, entre os velhos do passado. Vés, nosso falecido, entre os Ancestrais mais velhos na fioresta dos mortos. Depois, esta, que € cantada enquanto se cobre a sepultura: 0 dard, 6 Ika aiyé © dar6 Ika ai Iki? Opa a ala baba lid ko m’a kékeré 0 duro Ika Ele ficou, 0 morto ficou na terra. Ete ficou, o morto ficou na terra Opa Egingiin, Pai que nos cobre Morte, nfo nos leve ainda pequenos (jovens) Morte, fque na terra Quando chega-se do cemitério, inicia-se os preparativos para o Asésé, e hd 0 costume de s6 se fazé-lo para pessoas que tenham obrigagao de sele anos, taivez, naquele conceito Yoriba de que s6 os mais velhos e importantes tém o direito as exequias funerais. Para as pessoas que tém menos tempo de iniciagdo ou de obrigagées, 6 serd realizado 0 Asésé de acordo com a vontade do bbabaloris, isto, devido aos lagos sentimentais que o ligam aquela pessoa, sendo nesses casos, uma realizagao de menor tempo, com um ou ttés dias, \Verifica-se e deixa-se a mao uma parafernalia de coisas como: 4 pote de barto (grande) Folhas de: Amoreira Aipim Améndoas Canela de Velho, etc.1? Dinheiro (moedas corrente) Palha-da-costa (trangas) Oti (bebidas diversas) Akasa prance) " Pode-se misturar algumas follhas de Odsiili, Sango on ainda, de Oya, por terem esses Orisa estreitasligagdes com Eggi (vide relagao anterior). Capitulo IX E 0 costume nas casas tradicionais, ndo serem despachados os igh {assentamentos) de babélorisé e iyéloris 8, pois isso significaria despachar o a ¢ da casa @ enoerréla. E também, isso impeditia a continidade que deve existir na casa. Quem more @ 0 baba ou iyalérisa, 0 ase eo Orisa plantados ou cuidados por eles continuam, e isto devera ocorrer por décadas ou centenas de anos apés a sua motte, como no caso de grandes casas tradicionais, que tém igb4 de quase duzentos anos sendo cuidados pelos descendentes do as ¢, coisa que so é bastante comum na Africa. No caso dos Yoniba, como eles tm um assentamento que € coletivo a todos os filhos da casa, isto é o mais freqiente, e & costumeiro encontrar-se santuérios tradicionais de familias, que passam de gerag3o em geragdo sendo cultuados sem que eles percam com aqueles que se foram, a mobilidade vital e dindmica e, que a morte néo causa solugo de continuidade aos rituals da casa, E costure despachar-se algumas coisas de uso pessoal de menor valor, etc, Embora muita gente no aceite, o correto quando more o titular da casa, 6 os seus Oris fazerem parte da heranga. Quem herdar a casa, herdaré os igbd para cultuéos como se seus fossem . Dizem alguns, que isso é inadmissivel, mais isso aquilo, que o Eégin causaré perturbagdes e danos, e que a casa podera ficar mal-assombrada, ete, etc, etc. Tudo isso, por tratar-se de coisas de ligagao intima com 0 falecida e outras coisas mais... Mas, o inusitado é que se 0 falecido ou falecida deixar bens de allo valor, tais como: joias, boas roupas, que tambem so de inegavel uso intimo e pessoal, nada daquilo que fara falado anteriomente sera aplicado ai, néo acantecerdio as mesmas coisas, Por qué sera...?. Nestes casos, 0 falecido é preterido por brigas pelo seu espdlo, quase sempre. Tamibém, antes da fungéio do &sés6, ha preparativos de comidas, que devem ser a base de frutos mar, pela necessidade do jejum de cames vermelhas, que é imposto durante os dias de asésé (no caso dos Affo- brasilairas), pols nos Yoriiba, ha matangas de animais para as oferendas e a alimentago do povo convidado. E nosso costume, de a pessoa que for a um dia de fungdo do asésé, também devera ir nos demais dias restantes, islo 6, se for no primeira dia, devera ir aos outros seis ou se comegou apés 0 primeira ou qualquer outro dia, devera ir nos demais subsequentes. Para acompanhar os cnticos no as és¢ 0s instrumentos so cabagas e ates, convencionando-se a que, em sendo de ‘Nagio" Kétu, usar duas abagas: uma tocada dentro de abero com 0 agbo e a oulra locada nas méos, fazendo a marcag&o como um agogo, ambas com um atori (também cconhecido como ogdawi). Se for "Nago" Jeje ou Angola, usa-se uma cabaga no ber 0 com agbo para uma das cabagas e um pote de barro contendo aabo com tum ovo cri, atin, ordghé e obi, para fazer a marcago, com um abana de palha, Aqui no Brasil chamam-se de nagées, 0 que no fundo, pode ser assim considerado, por tratar-se de povos oriundos de lugares e culturas diferentes, que vieram a mesclar-se aqui, Os Kétu, assim como os Egba, Oys, lesa, fon, etc., fazem parte do grupo étnico Yoriiba, embora tides como “nagoes", 40 grupos que fazer parte da mesma nagdo, isto @, expressées regionais diferentes da cultura Yorubé, Os ueje, orundos do antigo Dahome (atl Republica Popular de Benin) so do grupo Ewe-fon; e os Angola, fazem parte dos de origem Bantu, Kimbundo, Umbundu, Cassanges, Kikongos, Kiokos, elc. Os Yoriiba, os Jeje ¢ os Angola ai sim, nagdes diferentes. Como bem @ sabido por todos nés os afro-brasileiros, somos mistura das etnias afticanas com a européia e a silvicola brasileira; e como na raga somos uma mistura, assim também 0 somos em diversos aspectos do nosso uotidiano © sobretudo dentro dos cuitos afro-brasileros, onde, nola-se Perfeitamiente aspectos dos diversos grupos étnicos (Kétu, Jeje, Angola, etc.) onde mesclam-se liturgias e cantos. Portanto, ¢ comum ver-se nos toques de as@sé 0s cénticos serem acompanhados pelas cabagas e um pote (chamado de ‘porrdo’), isto porque nele é feita a marcagdo dos graves, como 0 Hun (tabaque maior), € para quem curte percusso, é muito agradavel aos ouvidos 0 som que é emitido pelo ‘porréo", sendo a quantidade de agbo em seu interior que dard a escala tonal adeqiiada, marcada pelo abafamento da boca do pote com um abano de palha. Antigamente, Eu achava que 0 &sésé, como ceriménia finebre que é, fosse uma coisa triste, mas, em verdade ele no ¢, e Eu aprendi isso vivenciando, quando da realizacéo do asésé da lyalérisa da minha esposa Wanderly, (Iyaloris ikué ~— Samunji) e, que na realizag3o dos rituais, a ‘almosfera que fica na casa, ja durante o seu andamento, & de paz, descanso, e uma certa satisfagao interior, ao invés do pesar. Mais tarde somente, quando aprendi mais sobre os costumes Yoruba, entendi que era isso mesmo, pois, aquele sentimento no é nada mais que a sensago da misséo cumprida e que a pessoa que partiu encontrou o seu lugar junto aos Ancestrais, e que a falta do pesar, empiricamente, era a constalagao de que os rituais no so em lowvor @ morte, mas sim, a transcendéncia dos seus desdobramentos. De qualquer maneira, @ muito bom sentir-se a impresséo do coreto mesmo sem conseguir entendé-1o, @ muito mais gostoso ainda, é 0 36 ” senlimento da compreensio disto, A partir dai, perdi ur certo preconceito, que Eu também tinha, com relagéo & morte e aos rituals mortuarios Os Yoribé nao celebram a tristeza, mas, a alegria pela vida proticua bem vivida e a certeza de que aquela pessoa ocupara um lugar honroso entre os Ancestrais e se toraré mais um guardiao nosso no. Ode-Orun Capitulo X ASO - O FO-A Roupa do Luto A cor obrigatéria da roupa de luto & 0 branco (as 0 ofé funfun roupa de luto € branca) todos deverdo estar vestidos assim em sinal de respeito. As mulheres completam suas vestimentas com ja brancos bem a ‘amarrados, e com longos panos da costa. E costume as pessoas que iro a0 toque do asésé, levarem moedas gue sero depositadas numa tirina branca ou numa cuia metade de cabaca, ue serviréo apés 0 término dos rituais para pagar a missa do sétimo dia, entendendo-se que o atro-brasieio, ainda adepto do sincretismo, nao dispensa as missas de sétimo, trigésimo dias, as de sete meses e um ano apds a morte, pelo menos. Quando as pessoas chegam para a fungdo do asésé, passa-se-hes atin nas testas, olhos, peitos e costas, amarrando-se ainda tiras de mariwo ou palha da costa nos pulsos esquerdos. Isto, visando proteger as pessoas daqueles possiveis espiritos que estejam perambulando, ¢ tenham vindo até ali atraidos pela realizago dos rituals finebres. E costumeiro também, as pessoas usarem um fio de “canta" (guia) de Sango. Isto porque, como jé citado, Ele € um Orisa de estretissima ligagao com Egungun pois, em sendo filo de um Orisa Orénmiyn com uma humana -Monremi, @ filha de Elempe (Rei da Nagéo Nupe, os Tapa), nascera metade humano e metade Oris. E foi em sua condigéo de humano que Ele viveu na terra, tomando-se o terceiro Alaaafin Oyo, mas, que a0 Morer,ressurgiu como Orisa, Tendo-se o claro entencimento de que $ ango passou pelos ts estégios: de humano, Egingin apés sua morte, ¢ de Orisa anos a ressurrei¢ao. Sendo por isso, aquele que é 0 mais adeqiiado para nos dar protego, por conhecer os segredos do ser humano, os de Eglingin e os dos Oris, acreditando-se que a forga de S angé seja oriunda da Morte e da forga de Eguingiin. E € também aquele que nos transmite esperanga de. tomarmo-nos Oris, tal e qual Ele proprio. E 6 0 que acontece apés a morte 2o assumitmos 0 Status de Baba-Eégiin. Por isso também, nao faz sentido dizer-se que $ ango fem medo de Egingun, tendo Ele proprio sido um, antes de tomar-se [Oris Durante a realizaggo do toque do as es as pessoas néo podem circular do lado de fora do barracéo, se howver essa necessidade, ela o fara acompanhada de um omo Oyé, que deve levarnas maos um is on (vara de alr), pessoa essa que atenderé pelo nome de Aminsén, isto, para controlar ¢ espantar os Egingiin errantes @ evitar que eles possam fazer mal 8s pessoas. Os cainticos iniciam-se com 0 padé de Esil, que nesse caso exige 0 Mitual completo do ipadé,"" cantande-se, alémde Esu, também para os E si- ‘Orun (os Eegun Agba, ancestrais fundadores do culto), as lyami-Ajé - Minhas Maes Feces - as Iya mi Agba. i Logo pela manh& sero feltos os sacrificios para Es, onde geralmente, so oferecidos animais brancos. Ha casos em que se faz sacrificios para 0 Eégun do falecido, mas para isso, os sacrificios deveriam ser feitos na propria sepultura, como no caso narrado dos Yoriiba, por isso eles n3o gostarem de cemitérios comuns, para terem a privacidade de executarem seus rituais aos Egungin. Mas, creio que 0 ideal seria sacrificar para Esti e Ogun os Orisa Ol6 ondn e para os demais Oris preparar comidas secas, todas nas aguas de 06s aala, isto é, sem sal. Estando as oferendas prontas, ao entardecer faz-se o ipadé de Es, logo em seguida ou mais tarde, inicia-se os canticos para Egingun. E é estabelecido, que as dangas seréo feites observando-se a hierarquia sacerdotal na “roda', sempre dos mais velhos (gba) para os mais jovens (om o nde). Um costume também observado nas rodas de asésé, 6 0 de as pessoas néo rodarem durante as dangas des cantigas para Egingin, pois, ha a renga geral de que isso poderia tontear o dé wu e provocar a sua possesstio or Egiingun. N&O sei se isso é léaico, pois se assim for, onde fica 0 Oléri? (0 Orisa dono da cabeca) E ai, recorro aquela tese da ordem do universo de que, ‘até mesmo dentro do caos existe a organizagdo ldgica das coisas. O Orisa dono da cabega jamais devera permitr que ela seja tomada por autto, e para os yoriba isso nao seria bem visto, o Ori pertencente @ um Orisa; ser tomado por Outro, e ainda pior, ser tomado por um Eégun... € esquisito, "' Mostrado no final desta ediedo, antes do sire de Fztingin 40 pos os cénticos para Egungun, costuma-se cantar para os Oris a com a ordem do. siré invertida, comegando-se das limos Oris para as primeiros, isto 6, Nana, Yewa, Oba, Yemoria, O stin, Oya, Sango, Osimare, Obaluwaiyé, Login Ode, Ose nyin, O's 6 Osi e por iltimo Ogin. os aala 6 deixado para louvar no iltimo dia, que é chamado de ‘arremate’. Essa ordem 6 no pensamento de que volta-se assim ao inicio. No sexto dia, apés 0 siré do Egingin, reune-se tudo 0 que pertencia a0 falecido, bem como 0 que fora utiizado durante os toques mortuarios, os assentamentos, objetos pessoais e rituais. Ha 0 costume de se tragar um circulo com areia do mar no cho, dentro de onde so colocadas essas coisas mas, creio que este circulo pode ser tragado com fun, ¢ por cima do circulo ser ‘soprados um pouco de osin e wai. Estando tudo preparado, parte-se o obi ou orégbé para averiglar 0 qué aquilo tudo sera despachiado ou herdado e por quem. Al é feita a invocagdo de Egingiin, batendo-se com 9 is én no cho enquanto invoca-se Baba-Eégun para que se apresente. GBADURA si EGUNGUN (Reza para Egungin) iki onon iki 1é &hin, Hei! Heil Hell Baba "tse awo ife Pelé-pelé-pélé 6 dara Awo silé, a dipe. Omo ni won dara Awé Oldwa iki 0 baba Aire, a wire, Baba Oldko tan. Awére, a wire Baba Alépaala. Awdre, a wiire Baba Igi Awire, a wiire Baba Igi oro Aware, a wire Baba Alapoyo Awire, a wire Baba Erin rin, ire, a wire Baba Omo Ord 6 mi tot6o. a wilre Baba Isota iso. ré erin, tin rere. feitas 4 Ase! ‘A Morte no caminho adiante, a Morte no caminho alrés, Hel! Hei! Hei! Pai, estamos aos pés do culto de amor. Gentiimente Eu vos satido, sois 0 bem lhai para Nos e para nossa casa, agradecemos. Fagai com que vossos flhos estejam bem Envoivelnos, Senhor da Morte e Pai Desejai-nos 0 bem, desejai-nos 0 bem Pai, Senhor do Lado Direit. Desejai-nos 0 bem, deseja-nos o bem, Pai, que tem 0 ala ao seu lado. Desejai-nos 0 bem, desejai.nos o bem, Pei, Senhor das Arvores. Desejai-nos 0 bem, desejai-nos 0 bem, Pai, Senhor das arvores @ quem fazemos culo tradicional Desejai-nos o bem, desejai-nas o bem Pai, Senhor que traz alegrias Desojal-nos 0 bem, desejai-nas o bem, Pai que caminha como o elefante. Desejai-nos 0 bem, desejai-nas o bem Pai, Filho de Ord, perdoai-nos Senhor. Desejai-nos 0 bem, desejai-nos o bem Pai, Pedra resistente que frutific. Desejai-nos o bem e fagai-nos sori, Desejzi-nos 0 bem para que caminhemos no bem, Assim sejal Quando 0 Baba Eégun responde, vai-se jagando os kawuri (bizios) para cada pega, a fim de saber 0 qué ira no carrego ou 0 qué sera herdado e por quem. Daquilo que por ventura, ndo tiver sido herdado, algumas coisas como: alguidares, quartinhas, cabagas; so quebradas com 0 is én. As roupas S80 rasgadas, as conias nao herdadas so arrebentadas e € feito uma trouxa junto da qual coloca-se sete tipos diferentes de comidas das quais 0 falecido gostava, © mais algumas coisas do seu gosto pessoal como, cigarros, perfumes, eto. "2 Nealgumas casas, em cima disto tudo, faz-se sacrificio de animais, Colocando-se ainda agua, cachaga, mel e dendé. Apés feita a trouxa, entrege-se 20 Elébo (a pessoa que levard 2 oferenda), que deverd chamar Est Elérv (0 Es que transporta os carregos) ¢ tudo deverd ser despachado em local previamente determinado E no momento da saida, canta-se: E fibé era maa lo ik ba Ie, ba le yii berd, E fibé era maa lo kit ba Ie, mo fori ba le 6, ‘Senhor, cubra-nos o carrego esta indo embora, O morto na terra, na terra, isto nos da medo. Senhor, cubra-nos, 0 carrego esta saindo, "* Isto, em alusdo dquela parte do tan que diz que as coisas dos mortos devem ser espachadas , segundo a opinio popular, e a0 mesmo tempo, as oferendas que eram ans Odé falevidos, no aj ‘O morto na terra, eu abaixo minha cabega em sinal de respeito, AAs demais pessoas ficam no “barracéo’ aglardando a chegada daquelas que foram entregar 0 carrego, de preferéncia em siénco. Capitulo XI Siré do Ultimo Dia Mais tarde, 10 limo dia, ser feito 0 siré ja nos alabaques; comegando da mesma maneire, $6 que desta vez, louvase todos os Oris 8 inclusive 0s aala, que ndo fora louvado nos dias anteriores, tendo ficado somente para da fal. Uma das providéncias tomadas 20 morrer 0 Alas eda casa, é cobrir todos os igba com um ala funfun (pano branco), deitar os atabaques no saléo €m frente aos seus respectivas pépélé e cobr-os, também com um Ala funfun = pano branco; jogase egbo e gigini (canjica e pipocas) sobre tudo, dos igh no peje dos atabaques. No titimo dia, procede-se a matanga de um ighin, aparando o seu éjé dentro da aqua de uma quartinha. Esta agua sera usada para “acordar’ os atabaques. A agua deve ser salpicada por sobre 0 ala antes de refit. Depois, cada atabaque é cruzado com essa agua. Entdo, uma omo O sin (filha de O sun) ajoelha-se e bale paw6 para os atabaques, levantando-os trés vezes e erguendo-os defintivamente na quarta vez, colocando-os de pé em frente aos seus lugares costumeiros. Isto, um apds 0 outro ¢ repetido, O motivo da escolha de uma filha de O sin é que Ela é a Olomi-ayé, a Senhora da agua da vida, e que é quem retoma os atabaques a vida pelo poder de sua agua e do ase de Cosaala, que os unge como igbin. Apds estarem os tiés atabaques de pé, passa-se sobre eles essa agua do igbin, apds o que, eles deverdo ocupar s seus lugares novamente, pois, 0 Utimo siré sera tocado neles, indo desta feita, de Es nara Oosaala. Dever ser reservados brotos de pérégiin, pois, quando 20 final do As@s@, os Orisa que se apresentarem incorporados em seus filhos, serao ‘municiados cada um com uma ou duas folhas deste péregin, com as quais baterdo por toda a casa; as paredes, as pessoas, e soprardo alin. Essas folhas depois devem ir para a casa de Esti para serem despachadas posteriormente. No caso dos gba que foram colocados no ilé ighé aki, os que néo foram no ‘carrego’, terdo um local de culto separado para si, onde serao ‘everenciados com osé ¢ oferendas em épocas prédeterminadas. E a casa fica fechada durante um ano para fungbes litirgicas. Tendo fungdes somente ‘aos trigésimo, nonagésimo dias como Asésé de um més (em algumas casas) €.0 de trés meses (idem). Também aos sete meses @, por fim, mais ou menos doze meses, quando é tocado 0 As@sé de um ano, apés 0 que retoria-se as fungdes rotineiras da casa, Mais tarde, aos trés, cinco, ¢ sete anos tambem faz- se ceriménias de Asésé em comemoragdo aquela data, Para cada fungdo destas, faz-se a liturgia completa, E logo apas o Asésé de um ano, é dada uma grande limpeza (Osé) nacasa e em todos 10s igh4 com &gbo fresco. Ai entéo, 6 que assumiré o herdeiro ou herdeira da casa, com esta voltando as fungSes normais. Muitas pessoas ndo apreciam os sentimentos e pensamentos do homem negro Yorlibé, se ndo tém o entendimento de que para ele a Morte nao é “morte” - 0 fim de tudo - mas sim, ‘vida". Os Yoruba, como quaisquer outros povos africanos, acreditam numa existéncia ativa dos Ancestrais falacidos. Eles tém 0 entendimento de que morrer ndo significa o final da vida humana, mas , que @ vida terest foi estendida para uma vida no ake, num lugar imaginario, em que acredita-se ser a moradia das almas - dos mortos. Dizer-se que a Morte ndo € ‘morte’, parece contraditorio, Mas, descrevé-los como morlos-vivos poderia passar a idéia de que isto esti subentendido, mas isso nao remove necessariamente a aparente contradigo. A verdade 6 que quase todas as religibes tendem a dar uma visd0 sagrada do homem: acrescentando 2o tengivel componente fisico do homer, 0 elemento ue 6 intangivel e indestrutivel e que esté fora da morte fisica."> Com respeito &s partes componentes do homem, o Yoruba tem a visdo de que a forma fisica dos homens - corpo (ara) foi moldada da barro por xs aala. Depois disto, Olddimaré soprou-he o seu halito 0 @émi (0 sopro da vida - espirito). Mas, acrescentado ao corpo (ara) e a vida (éémi), 0 homem ecebeu a alma. Esta alma tem uma concepgo muito complexa e um temo que 6 raramente usado com precisdo. Diferentes religides t8m antropologicamente diferentes psicologias e no podemos penetrar essas diferentes concepgées de alma, Por falta de vocabulario adeqiado, os primeiros tradutores de Yoriiba treduziram alma como kan ou éémi. Literalmente falando, 0 kan 6 coragéo, e emi € 0 espirito. © coragéo um érgéo tangivel, mas a alma @ intangivel e é a esséncia do ser. Dai, 0 professor Idéwi) sugerir o termo Yoruba *Ori-ind" (cabega interior) para a palavra alma. Lileralmente ‘ori-ini" quer dizer cabeca intema ou ‘a pessoa interior’. E esta ¢ a esséncia da personalidade. Na ‘renga dos Yoruba € ele quem govema (o ori), controla e quia a vida e as alvidades das pessoas. ™ Declaragoes de Awol, F. Omosade. 45 O destino das almas tem assumido diferentes interpretagdes em diferentes tradigdes religiosas. Algumas falam da imortalidade das almas coutras, da fuséo da alma com uma realidade definitive; outras ainda, véem-na como uma reencamagao e ainda outras, descrevem-na como a vida continuando num cutro plano, similar a este mundo em que vivemos. A relgido Yoruba enfatiza ambos: reencarnacao parcial e a vida continuando neste mundo ou no. outro, notando em alguns casos uma vida semelhante daqui. A morte vista pelo povo nao é uma extinggo, mas como uma mudanga de uma vida para outta Um Ancestral 6 alguém de quem uma pessoa descends, quer por parte de pai ou de mée e em qualquer época. Mas, quando os Yoriba falam dos Ancestrais, eles pensam nos espiritos dos seus antepassados com quem eles mantém um filial e afetuoso relacionamento, Nao é toda @ pessoa morta que recebe esta consideragéo. Para se habiltarem, tais homens ou mulheres devem {or vivido bem, atingido uma idade avangada antes de morter. devem ter deixado filhos de boa indole e boas lembrangas. Criangas e jovens que morem Prematuramenté, mulheres estéreis e todos que tem uma morte considerada ruim n&o séo incluidas nesse contexto, No conceito Yortibé, as familias so constituidas tanto dos membros vivos quanto dos falecidos (ancestrais). Os ancestrais consiituem o elo de ligagdo entre 0 mundo dos homens e o mundo dos mortes (espiritos), e acredita- se estarem agudamente interessados no bem-estar de seus descendentes. Eles so os guardides das questées de familia, tradigdes, ética e atividades espirtuais, Ofensas nessas matérias s30 enfm uma ofensa contra os antepassados que tém a capacidade de atuar como uma “policia’ invisivel das familias comunidades. E é, além do mais, acreditado que os ancestrais podem ser de tremendo beneficio para as criangas mantendo-as fees @ na bservaincia dos tabus familiares; mas, podem ser prejudiciais para as criangas desobedientes e negligentes. A implicago @ que, os ancestrais esperam que seus descendentes interessem-se por eles, fazendo-thes oferendas de comidas © bebidas. Eles também so aceitos como presidirem espirtualmente tudo sobre ‘obem-estar da familia. Os vivos t6m a confianga de que eles vivem num mundo ‘no qual os seus ancestrais estéo inferessados e sobre tudo, que estes esto Vigilantes por eles. Tambem no sistema religioso Yoriba os ancestrais tém a fungdo de serem os intermediérias entre 0 mundo dos homens e 0 mundo sobrenatural Eles ndo estdo limitados a coisas sociais mas, eles tém grande consideragzo em questdes religiosas. Das atividades nas sepulluras aos ancestrais ou sempre que 0s ancestrais s80 invocados, estamos convencidos de que é feito muito mais que um ritual secular ou de mera veneragio. No dia-a-dia da vida secular, Quando um flho deseja alguma coisa de seu antepassado, ¢ pritica usual para ele, levar bebidas ou nozes de kola (obi) para seu pai ancestre, antes de fazer uma solictagao. No santuario ancestral, hd um sistema ritual de gerar 0 sentimento de que, alguém que espera que um idoso ancestral (agba) sendo 46 reverenciado e que esteja interessado nos suplicantes seja capaz de suprir as necessidades deles. E eles acreditam que os ancestrais esto mais proximos doles do que as proprias civindades, Nem todo ancestral & cultuado na relgido tradicional Yoriba, somente aqueles que tiverem vivido bem na terra e tendo sido “absolvidos” por Olédimaré no juizo final apés a morte, foram para o “Arun rere" (bom céu dos pais) e tiveram a permissdo para reencamar. Estes bons ancestrais é que sao invocados e acredita-se que eles esto inscrilos no livro dos bons de Oledumaré, @ eles podem apelar pelos vivos ao Senhor Supremo. Ha também a crenga de que 0s espiritos dos ancestrais. sejam materializados no Egingin. O Egingin é uma personificagao do espirto de uma pessoa falecida que acredita-se, ter retomado do orun (céu - mundo dos espiritos) para visitar seus filhos; dai ele ser considerado um “ara-o run’ (cidadéo do céu). Nesta forma materiaizada o Egingin 6 vestido com 0 ago - ‘uma roupa especial feita de varios panos coloridos e costurados juntos, desta maneira sendo cobertos da cabega aos pés, nenhuma parte do corpo do Egungun pode ser visivel. Suas vestes so improvisadas para cobrir os pés, € uma rede ou malha forma uma mascara para a face, isto para facililar a sua visio, mas também, ocultar a sua identidade. E sua voz @ de uma mancira caracteristica em falsete Os yoriba que tém 0 culto a Egiingin como tradiggo familiar, em um membro da familia, que seria uma especie de sacerdote do culto de Egingin, que seria aquela pessoa que incompora o Egingin, assim como nos incorporamos os Orisa. Dectaram que, quando eles vestem o ago (a roupa sagrada de Egingiin), @ que eles so possuidos pela forca de Eégun e sdo capazes de realizar proezas incriveis e inexplicaveis. Eles acreditam que @ forca vital de Eégun € contida no ag que ao ser vestido pelo Eégun incorporado, recebe as oferendas e sacrificios de animais ano apés ano, @ isto a impregnaria com toda a forga € ase. Os Egingin usam diferentes disfarces @ encanios que ficam pretos com o sangue dos sacrificios anuais. Nesta forma materiaizada, o Egungun pode rezar ¢ falar pelos vivos. A ele s80 concedidas maximas honrarias @ respeitos que devem ser dados a tao augusto visitante do céu. Mulheres @ n&o iniciados so proibidos de chegar perto dele, e os homens que 0 encontra devem remover seus bonés e sapatos e prostrarem-se ao chdo (ndo bale). © resultado normal é @ morte para o nao iniciado que tocar 0 Egungin. Aqui no Brasil, 0 culto de Egingun dase de maneira mais ou menos idéntica, com os mesmos principios basicos e littrgicos, somente que, deciara- Se que a0 invés de ser uma pessoa que incorpora o Egingin, ele “brota’ da tera 47 apos as invocagées proferidas pelo Oje materializando-se sob as roupas confeccionadas para eles. Isto ¢, dizem que eles surgem simplesmente do nada (levantando da terra) e que so espiritos puraente aquelas criaturas que estéo sob as vestes. Eu pego ago se estiver errado, mas, como a maioria dos filhos de Ogtin sou cético em relagéo a muitas coisas, muito embora no duvide ou deixe de acreditar nos Oris @ imolé, esta é uma daquelas que eu acho Gificil de aceitar. Pois se assim fosse, esse homem que tém tantos poderes ¢ que pode materiaizar o espirito de um morto ao seu bel-prazer, a qualquer tempo ou hora, seria, no meu entender, 0 proprio Deus, ou no minimo um semi- Deus para ter tanto poder erm manipular as forgas do além e os espiritos daquela maneira. Ademais, se assim fosse, seria faciimo desvendar inumeros crimes de assassinatos, onde 0s corpos sé0 ocultados e nunca mais vistos, sem que se saiba 0 que aconteceu aquelas pessoas . Simplesmente se chamaria uma dessas outras pessoas @ pedir-lhesiam que fizesse o espirto do morto aparecer @ relatar 0 que realmente teria Ihe acontecido e onde estariam seus restos mortais, para que pudesse ter um sepultamento decente. Pego desculpas se estou dizendo bobagens mas... acreditar nessa idéia da apariggo do “nada* mediante poderes de um ser humano, € muita areia para 0 caminhdozinho da minha mente. Tém sido mencianados, em conexéo com Egingin, que sempre que houver terriveis calemidades nas cidades ou aldeias, havera a necessidade de olerecer sacrficios propiciatérios, e é pratica usual para Egingin (incorporado no sacerdote de Egingin) cartegar alguns sacrficios prescritos para locals aapropriados no meio da noite. A idéia que esta por tris disto € que os ancestrais estdo proximos das divindades em cujas mos esto seus descendentes, ou que eles podem prontamente argumentar com a divindade irtada em favor dos seus descendentes negligentes, para que os tolere e perdoe Para algumas pessoas, a venerag3o ancestral @ uma grossa superstigéo. Mas no é bem assim. 0 fato & que o Yoruba como outros grupos étnicos da Africa, empregam isto como maneita de protestar contra a morte, 0 que esta no intimo da natureza humana, o desejo pela sobrevivencia, a recusa a aadmitir que a morte & 0 fim de tudo. A Relacio Entre os Vivos e os Ancestrais Os Yoruiba acreditam, como ja foi mencionado, que as familias s30 Constituidas tanto pelos membros vivos quanta dos mortos (Ancestrais). Os Ancestrais constituem o elo de ligago entre o mundo dos espititos ¢ 0 mundo dos vivos, os quals estéo interessados no bem-estar dos seus descendentes, E também que eles so os guardiges das questdes familiares, tradigdes éticas alividades. Eles podem ser de tremendo beneficio para os filhos, mantendo-os felizes e podem castigar os filhos negligentes € desobediantes. Entéo, esperado que os descendentes interessein-se pelos seus anoestrais, fazendo- thes oferendas de comidas e bebidas. Acredita-se também que eles podem roteger seus descendentes dos feitigos. Ninguém sera atingido pelos poderes 48 de um feiticeiro (Os) ou bruxa (Ajé), a menos que seus ancestrais estejam dormindo ou negligenciando-o. Por isso, o ditado corente: “Baba mi méa sin co!” (meu Pai, ndo durmal). Este apelo & para que 0 ancestral falecido esteja sempre vigilante, ajudando @ jamais negligenciando seus flhos. Por esses motivos faz-se-he oferendas e reveréncias, coisas estas que iniciam-se fogo aps a morte daquela pessoa, com exéquias funerais, cada vez mais “pomposas’, de acordo com o status da pessoa falecida. E néo é raro ver familias inteiras endividadas, somente para poderem fazer um funeral o mais rico ossivel, claro que isto é mais para satisfazer a vaidade pessoal dos que ficam, para exibirem-se a sociedade em geral. O sentido primordial do Asésé era este, de reverenciar 0 morto e manter 0 elo de ligaco afetuoso e familiar. Mas, com 0 passar do tempo, foi tomando outros caminhos, sendo atuaimente quase que meramente um negécio altamente rentavel para uns poucos, um tabu e mistério para a grande maiora. 0 Asesé & a ditima homenagem para o morto ao mesmo tempo em que ele & aceito entre os ancestrais, que se foram antes dele. 49 Tem sido mencionados com ligagdo a Egtingin, que sempre que houver terriveis calamidades nas cidades ou aldeias, haverd a necessidade de oferecer sacrificios propiciatérios, e @ pratica usual para Egingim —(incorporado no saoerdote de Egingin) carregar alguns sacrificios preseritos para loceis apropriados no meio da noite, sendo seguido em procissés, A idea que esta por tras disso ¢ que os ancestrais esto proximos das divindades em cujas méos estéo seus desoendentes, ou que eles podem prontamente argumentar com a divindade initada em favor dos seus descendentes negligentes, para que os tolere e perdi. Para algumas pessoas, a veneragdo ancestral ¢ uma grossa superstigao. Mas nao € bem assim, © fato @ que 0 Yoruba, como outros grupos étnicos da Africa, tempregam isto como maneira de protestar contra morte, 0 que esté no intimo da natureza humana, 0 desejo pela sobrevivéncia, a recusa a admitir que a morte é realmente o fim de tudo. GBADURA FUN EEGUN (Reza de Egiingiin) Ika non Ika 1é éhin, Heil Heil Hei! Baba awoifé. Pale -pelé pelé ki 6 dara, A wo silé, a dipé Omo ni won dara, A wé oliwa iki 6 A wire, a ware, A wire, a wire, Baba Alépaalal A wire, a wiire Baba Igi! wire, Baba Igi s "word! wire, Baba Alapoy 0! wire, Baba Erin rint wire. Baba Omo Ord 6 mi tétdo! wire, Baba ls ota iso! wire réérin, a wore rin rere! ‘A Morte no caminho adiante, a Morte no caminho atras. Hei! Heil Heil Pai estais 2os pés do cullo de amor, Gentiimente Eu vos satido, sois 0 bem. hai por nds e pela nossa casa, nés agradecemas Fagai com que Vossos filhos estejam bem Envolvei-nos, Senhor da Morte e Pai Desejai-nos 0 bem, desejei-nos 0 bem, Senhor do lado dreito! Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem Pai, Senhor que tem o 0 la do lado! Desejai-nos 0 bem, deseja-nos o bem Pai, Senhor das Arvores! Desejai-nos 0 bem, desejai-nos o bem, Pai, Senhor das arvores a quem nos fazemos cult tradicional! Desejai-nos 0 bem, deseja-nos o bem Pai, Senhor que traz alegrias! Desejai-nos 0 bem, deseja-nos o bem Pai, Senhor que ccatninha como o elafante! Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem Pai, Senhor flho de 016, perdosi-nos, Senhor! Desejai-nos 0 bem, desejai-nos o bem Pai, Pedra que frutfical Desejai-nos o bem, para que caminhemos no bem! Desejai-nos 0 bem e fazel-nos sori! NKi BABA OLUK OTUN (Saudando 0 Senhor do Lado Direito) Ko sin nkon se Eégun 6 paaraka Kotin nbo a Gba ra Olds Oluko tan Ol6ri Eégun. Eégin & ki to Iésé Olorun E Olukotin baba Eegun ‘ N won nilé wa ni N ard aiyé tabi araalé E Oldk ota Saudamos 0 Senhor do Lado Direito, que chegou ¢ lutou. Saudamos o Rei do Lado Direito Saiido aquele a quem servreefarel as coisas, Como um Eégun menos importante, que segue o mais importante Saudamos 0 Senhor do Lado Diteito, culluando-o estamos bem. Faremos oferendas ao Senhor que tem a Sabedoria Senhor do Lado Direito, Cabega (chefe) dos Egtingim Eégun, saudamos aquele que esta aos pés de Deus. Senhor do Lado Direto, Pai Eégun Que com os demais esta em nossa casa, Com os espiritos da Terra ou com os Ancestrais da Farnila, NKi BABA EEGUN (Gaudando Baba Eegin) Eégun a yé, a ki gb’orun, Mo juba re Eégun monriwo, i de mi 6 ki e Egingan. Ika gbale sale Ari iwa, Iki ti gon. Ase fan wa. Salve Eégun, saudamos aqueles que vivem no céu: Meus respeitos a ti Eégun ao ouvirmos o som de tua voz. Chege-te a mim, aquele que te saiida Egungén. (Que a Morte seja varrida para a terra Que vejamos a existéncia ‘Que a Morte seja acalmada (aplacada) e cortada. Que assim seja, para nos! GBADURA TI EEGUN (Reza de Eegin) ika son a le Nibi Baba Alapaala. Ika don ohun baba 6 ki s’ald oj wa Ni fe aga t6 ni gbé Os6 Iki a f6 a we to Ika & le, ka @ le, ika aja! Morte, fue emarrada na terra Aqui, Pai que tem o &la (0 pano branco) ao seu lado Contra fetigos, a Morte e outras coisas, Pai, ponha 0 a8 ¢ 0 olhar sobre nos, Tenha amor e que estejamos aptos & protegéo Contra os feitceiros da Morte, eleve-nos e envolva-nos bastante. Morte na terra, Morte na tera, Morte vieje (va embora)! GBADURA TI EGUNGUN (Reza da Egingtin) Kotin a s4& nun go-n-g6 Ika a de. Pai detentor do axé, podeis quebrar (abrandar) a Morte. Senhor da existéncia, saudamos 0 Lado Dirito. Saudando o Lado Direito certamente ficaremas limpos. Que a Morte nos seja branda st AS ES E - Complemento Q.corpo (ara) que foi modelado da lama apanhada por iki, volta @ terra para o cumprimento do trato de Oos ala com Iki. E, antes de relomar a terra, deve-se retrar 0 os Wu, ritual que significa retirar 0 aspecto de individuaidade da pessoa e ao mesmo tempo, fazer a ultima oferenda ao Ori. Este ritual é feito para os adds iu de qualquer idade ou tempo de iniciagao. A roupa para 0 ritual do Asésé 6 a branca, © a caboga deve ser coberta com um ja branco em sinal de respeito. Também, antes de cada fungdo de Asésé devese lowar Ese despachar no padé, e logo em seguida s2o reverenciados os Ancestrais (Egtngin). No ritual do padé so também louvados além de Est, os Esa (os primeiros fundadores da linhagem da casa), os Araalé (os Ancestrais da familia do morto) e os Egingiin Agba (aqueles Eguingin mais velhos que ja atingiram um determinado status como, 0 de protetor e orientador dos. seus descendentes.) Os Egingin Agba so aqueles a quem os Yorliba chamam de “Aré-o run-kinkin*. Também, eles acreditam que o éémi, o halito da existéncia dos ancestrais nao esta longe do mundo dos vives, e que eles continuam olhando e zelando pelos seus descendentes, pois 0 seu ase continua sempre presente, No ital do padé participam as pessoas hierérquicamente mais graduadas puxendo os cénticos @ 0 restante da comunidade responde-os © ever ficar abaixados, as vezes, de joelhos com os pulsos fectados, um sobre © outro ao estilo dos Ogbéni, isto significa a prostrago em sinal de respeito. Costume-se fazer esse padé com vasilhas (usvalmente cabagas pequenss) ‘Seperadas para cada elemento que ¢ oferecido a Est: séo-he oferecidos omi (4gua), gar (farina de mandioca), epo pupa (azeite de dendé), « ti (aguardente) @ &kas2, Tudo isto no centro do baracéo sobre 0 ase (assentamento jpilé ) Comumente também, faz-se 0 pare a0 pr do sol ou a tardinha e o rilual pode ser acompanhada pelos atabaques e agogo {no arremate) antes, tambam so tocados nas cabagas. Os fihos da casa devem estar dispostos em ordem hierérquica, dos mais velhos para os mais novos, na posigao de ikunlé (de joelhos) ou do bal, (prastrados com a cabega no chéo) A agua é derramada a esquerda, direita @ no centro e so invocados todos os irunmolé da terra (awon ar salé) e Esu. 53 ORIN ESU (Cénticos de Est) 1 A padé Olonon @ Awa se awo, awa se awo, Awa se awo, mo jal \Vamos encontrar 0 Senhor dos Caminhos, Meus respeitos aquele que é 0 mensageiro. Vamos cultuar, varios cultuar, vamos cular. Meus respeitos dquele que é 0 mensageiro! 2 Elégbara réwa, a se awo, Elégbara réwa, a se awo. Bara Oléndn awa fan ago, Bara Olondn awa fiin ago. O Senhor do poder é belo, vamos cultué O Senhor poderoso e belo, vamos cultua-o ‘Guardiéo do compo e dos caminhos, dé-nos licenga. Guardido do corpo e dos caminhos, dé-nos licenga. 3 Baisa, baisa, Alemasa baisa, baisa alémasa. Baisa Olopa Ogin, Olopa Ogun, a Olépa Ogan, O16 pa Ogun. 3 Egigiin Roko, Egigiin Roko bais, egigin Roko, egigin Roko "* Estes orin so cantados no padé para Fsi, Fst (os Ara Sale), iy’ mi Osorongi e para espachar os elementos como, comidas secas (farofa de Esa), a agua € 0 of 56 Pai orixa, pai orixa, Imutavel pai orix, pai ori, 0 imutavel, Pai orixa, senhor de poderoso cetro, Senhor de poderoso cetro, pai orixa, senhor De poderoso cetro, senhor de poderoso cetro, Pai orixa, ancestre plantado na flresta, ‘Ancestre plantado na floresta, pai orxa, Ancestre Piantado na flores. Pei orixa, pai orixd ‘Imutavel pai orixd, pai orixd, 0 imutavel Eee Oni Esa arole, Ina mi_simi gba o ni ee, Baba Esa K’eran Olomo mi simi gba b’o dé 16, Oh! Esa, fundadores herdeiros do &xé , ina, acompanhe-me para aceitar, Baba Esa aceite a oferenda de came, Progenitor, acompanhe-me para tomar a oferenda, Chegue nossa casa, Ojise pa lé fin awo, Odara pa lé s’6ba. Olise pa lé fin awo, Odara pa lé s’6ba. Exu, 0 mensageiro, mata para a casa de culto, E Ext Odéra, mata para a casa do Rei Inunmalé © se oja le 0, nlo o, Ore ¢ se oj lé 0, Ord, Ore, nlo 0, Ora 0s6 ilé © se ofa Ord, Ora, nlo o, Oro. Ajé ile © se ofa Ie 0, Ore, Ord, nlo o, Ore. Oloagin iki © se oj le 0, 7 Ord, Ord nlo o, Ord. Abind Eni c se oj 8 o, Ord, Ord nlo 0, Ord. Aba Tenijé ¢ se oj 18 0, Ord, Ord alo o, Ore. Gbogbo Ibi ¢ se old Ie 0, Or, Ord lo 0, O19. Gbogbo Yin ¢ parada cbo, Ebo, ebo nbo 0, ebo. Ore al Todos irunmalé, voltem seus alhos para 0 chéo, 016, Ord esté pasando, Ord. Duzentos irunmalé, volte seus olhos para o chéo, 16, Oro est’ passando, Oro. O Feiticeiro da casa, volte seus olhos para 0 chao, 016, Oro esté passando, Ord. 0 Feiticeira da casa, volte seus olhos para 0 chao, 016, Or6 esta passando, Oro. © Mago que sé pratica 0 mal, volte seus olhos para o chéo, Ord, Ord esta passando, Oro. Oiinvejoso, volte seus olhos para o chéo, Or6, O16 esta passando, Oro. Omaldoso, volte seus olhos para 0 chao, O16, Ord esta pasando, Ord. Toda maldade que estiver aqui, volte seus olhos para 0 chao, O16, Ord esta passando, Oro. ‘Que todos vocés desaparecam, O ebd, 0 ebd esta passando, 0 ebo. Esi gba, Est gbé Eni s’ebo More 0, Esu gbe Eni s'ebo Vére 0, Es gbé 0, Bard a dire ko Kika Odara 6 je agin Esa gbé eni sebo Pore. Epo kété nid oro Esa gbé chi sebo Wore. Orita lo wa ti 0 gbé nsawo Es gb eni s"ebo lore. dara ti k6 je adin Esa gbé eni s’ebo ore, Mo gbé epo re idi Yangi. Esa gbé, eni_s’cbo Fore, Lalap on, mo gbé cbo re idi Esa Esti gbé eni s’ebo I’ ore. Omi ni nparé Est gbéeni s’ebo lore, Epo Esu ni yioo gbac = wa. 6 Esa Tani o gba cho? Es ni yi6d gba cbo wa. Exi apoie, Ext apoie ‘Aquele que faz oferendas bern feitas Aquole que faz oferendas ber fetas, Ext apoie © Ext do corpo que permanega junto para Receber a oferenda Odara no come adin Ex apoie ‘Aquele que faz oferendas bem feitas, ” O azeite-de-dendé é prontamente colocado No assentamento de Exd, o podaroso. Exii apoie Aquele que faz oferendas bem fetas, E ne encruzilhada que vocs realiza os seus trabalhos Exi apoie Aquele que faz oferenda bem feitas. Odara é quer no come adin, Exi apoie ‘Aquele que faz oferendas bem fetas, Levei azeite-de-dendé para colocar na pedra de Yangi Ext apoie Aquele que faz oferendas bem tetas. \Misturamos tudo junto e entregamos a oferenda a Exi. Exu apoie Aquele que fez a oferenda bem feita ‘A agua acaima a firia do fogo. Ext apoie ‘Aquele que fez a oferenda bem feita, O azeite-de-dendé acalma a firia de Ext. Ext é quem receberd a nossa oferenda, Quem recebera nossa oferenda? Exii 6 quem recebera nossa oferenda. Agbaagba, agbdagbi © KEsW Odara, Rere ng tEsii o¢ara, Fere ng tesu Agbaagba, agbaagba € kEso Odara Agha o ka 0, omondé iki 0, Agbaagba, agbaagba ¢ Esa Odara. Omondé 8 ki o agba 6 kil 0, Agbaagba, agbaagba e kEsa Odara. Os sébios mais velhos, os sébios mais velhas louvam Exi dra, Tudo que vem de Exi Odéra é bom, Os anciéos morrem, as eriangas morrem. Qs ancidos no morrem, as criangas no morrem. Os ancios louvam Ex: Odéra, As criangas no morrem, os ancidos no morrem. Os ancigos lowvam Exit Odéra Ol6wo Eégin cni sol6rd, E-san f6l6r6 atéro sc Esu Agbé 6 ni Olord E-san f6l6r6 atéro sc (Ogun akoro 6 ni Oléro, E:san flérd atérd sc) (Qde arolé 6 ni Ol6ro, i:san fOl6r6 atérd se) (Qsényin ews 0, © ni Oléro, E-san fol6rd atord se) (Login Ode 0 ni Ol6ro san fol6r6 atérd se) (Qbaliwaiyé 0 ni Oléro 1: san féloré atérd se) (Osdmaré o ni Oléro E:san f6l6rd atéro se) (Sango kawoo 0 ni Oloro E:san folér6 atord sc (Oya gbalé o ni Oléro isan folérd atord ) (Osun rora o ni Oléro Esan fél6r6 at6rd se) (Oba si o ni Oléro 1: san f6l6r6 atord se) (Yewa riro o ni Ol6ro [san fol6ro atord sc) (Yom nja od6 0 ni Ol6ro Ei: san fOl6r6 atord s c) (Nana Buruku 0 ni Oléro [san foloro atord s (Osoliifon o ni Oloro (Osogiyan 0 ni Ol6ro isan fol6rd atoro se) poderoso Ancesire guiara e sustentara aqueles que Celebram os rituais. Diga aos fiéis que venham € continuem sempre a Celebrar os rituals. Ext Agbd sustentard os fidis. Diga aos fis que venham e continuem a celebar os rituais. (aise chamando todos os dels Orcs) 10 " Apaki yayé ‘S éronga, Apaki yeyé ‘S orénga lya, mo ki 6 ma ma pa mi ia, mo ki 6 ma ma sord Ba aba dé wé ‘jG wa ni bo mi awo. Possuidora de asas magnificas, minha mae Oxoronga, Possuidora de asas magnificas, minha mae Oxoronga. Eu a salido, ndo me cause perturabagdes , minha mae. Se vocé vier perto de nés, proteja-nos no culto, Awa ki yayé Osoronga, Ma jeki bard si awa, Awa pé loriko Ostin Osogbo Olori lya mi aaa : Mo jiiba, fiin ago Awa sebo awo. Nos te saudamos mae Oxoronga, Néo permitas o mal para nés. Nos te pedimos em nome de Oxum Oxob6 A chefe da sociedade das minhas més felticeiras. Mous respeitos, dé-nos licenga Para fazermos oferendas e cultuarmos. 2 B "4 15 16 "7 ot Wa’le baba 6 6, 6 ni baba ija, Waa 166 Onijaa, wa'le baba o Aaéeé Wa'lé Onijaa. \Venha a nosa casa, nosso Pai, Pai da Luta Venha & nossa casa, Pai da luta, venha & nossa casa, nosso Pai, Agece Venha & nossa casa, Pai da luta. (iniicand quel raat porns, defenders nose casa) Aga ljanon Apa komo re iwa, Senhor ancestre guardio do caminho, Traga prodigalidade para os teus filhos. Chamamos saudando-te como aquele que vai na frente lya V'a gba wa 0 6, ya mi ‘Sérénga Pa gba a 0 6 yeyé. Minha mée, nos aceite @ nos seja favardvel Minha mae Oxorongé nos aceitara, 6 mamée. E a6 6, a ore of E a8 @ a, nés somos a montanhal Inn, indn mo jaba e, © mo juba, Inon, indn mo jaba ©, © Agd mo jaba Ext do Fogo, Fogo, meus respeitos, Exii do Fogo, Fogo, meus respeitos. Peco licenga e apresento-vos meus respeitos. Agdlondn awa pe e abo, agdtonon c Agdlonon awa pe c abo, agdlénon c. Pedindo licenga ao Senhor dos Caminhs, Nos dizemos que o estamos cultuando. Com licenga, Senhor dos caminhos, 19 o wa ba wa re ikérita, Esa gba, wa ba wa re ikorita, Es i gba, wa ba wa re ikorita, Est gba. Es gba a gbé cbo re ikerita, Esl gba. Legbara a gbé ebo ikérita, Esii gba, gba a gbé cbo re ikorita, Esl gba. gba oba 16 ni dp6 ikorita, Est gba. Esa Odara 16 ni ikorita méta, Esi gba. Esi gba a gbé ebo re ikérita, Est gt Esi gba je a ma ase bo ‘kérita, Esd gba. Esa gba je a ma © bo ‘kérita, Esa gba. Exi venha, acompanhe-nos até & encruzilhada, Ext receba! Exil venha, acompanhe-nos até & encruzilhada, Ext recebal Ext venha, acompanhe-nos alé & encruzithada Ext receba! Ext receba o que levamos para vocé na encruzilhada. Exu recebal Senhor da Forga, levamos oferendas para vocé na encruzilhada Exu receba-as! Ext receba as oferendas que levamos alé a encruzihada Ext, receba-as, Ext receba. Ao rei pertence 0 trono, A Exii Odara pertence a enoruzilhada de trés saides. Ext, receba as oferendas, Levarnos oferendas até & encruzilhada, Ext, receba-as. Ext, permita que voltemos da encruzihada com axé. Ext, receba as oferendas e permita que voltemos da encruzi lhada com axé. Exi, receba as oferendas Esii fi ire bo wa 0, [ld fi ire bd wa ya ya. Esi gbé ire ajé ko wa 0, Ela fi ire bo wa ya ya 2 65 lya-Mogun fi ire bo 0 wa 0, EA fi ire bo wa ya ya. Exi, faga nossas vides plenas de coisas boas E1a ponha muita sorte em nossas vidas. Ext, ponha a sorte e o progresso em nossas vidas. Ela ponha muita sorte em nossas vides. lya-Mogun (maes do bosque), tomem nossas vidas plenas de coisas boas. (As hyimiAgba) E14, ponha muita sorte em nossas vidas. Baba Esa Oléro ooo Esa k’eran. Pai Esa, Senhor do ritual, 6 Esa, venha receber sua Oferenda de came. Oti ni yi saa k’o mo Styd bés bés, o ni séyd be Isto, certamente que é alcool e voce conhece Portanto, fique saltisfeito, ele diz, fque salisteito assim. {ere crn ear dospachar ot) Bara je n’tan 4 nlo, Bara je n'tan maa lo ilé, Bara ja comeu, esta satisfeito e ira embora. Bara ja comeu, esta satisfeito e ira embora da casa, (Gl ed para ola de for fazer a guard) * Ao despachar-se as oferendas, deve-se fazé-lo rapidamente (correndo) ¢ levando uma vasitha de cada vez 'Nos temos uma série de invocagdes e cantigas para Egungin, que so recitadas e cantadas, tanto no As@s@ como em ceriménias de oferendas aos ancestrais. Algumas, veremos a seguir ORIN EGUNGUN ® 1 - To Kéroore ord, Eon keéré © n aware. To k'oroore ord En keéré © nm awéré. ‘A Vos que completais 0 ciclo tradicional ‘A vossa esteira especial, vossa esteira de bambi. (cate 2 dtr osteo sete oti) 2+ Lasésé mo juba awo, Lasésé, lasésé 6 mon, &5@ mo jab awo, @sé, l'asésé 6 mon. Lasésé oliwa ki a agba o Liasésé, lases 6 mon Em reveréncias finebres apresentamo-vos nossos respeilos no culto Em reveréncias finebres, em reveréncias finebres, que vos reconhegais, ‘Com reveréncias finebres apresentamio-vos nossos respeitos no culto. Com reveréncias finebres, Senhor da Existéncia, saudamos nossos anoestrais, 3+ Opé eye ye a Iroko, Oliiwa dé a kése, ba awa kis e "S Como nos trabalhos anteriores, coloco todas as cantigas em linglayem Yorba, para ser ccoerente em apresentar_a sua visio dos rituals mortuérios, eom 03 cdnticos em sua ingta com a tradugao literal fiel_ As pessoas podem até no gostar da maneira que so ccantadas ou achi-tas diferentes, mas, podem ter a certeza de que estio aqui realmente izendo coisas coerentes, na linadagem correta e quc tém realmente a haver com os ‘ituais em si, €nfio somente “enrolando a lingia” para impressionar as demais pessoas. 67 Oliwa dé ase ni koja koja Baba iroko ka ki s’Eégun 6 Awa 1ééba re, Agradecidos, prestamos adeqliados respeitos aquele que foi plantado. Senhor, vinde anés, do vosso lugar imaginario, deveis ajudar que nada nos atrapalhe Senhor, vinde como axé dos ancestrais do passado, Pai que foi plantado, deixai-nos saudar-vos vitoriosos. Estamos proximos de vés. Ta ni Baba ika, © bio. Pei que mergulhou na Morte, © @ paz nasceu para ele. Pai que mergulhou na Morte, E a propiciagéo nasceu com ele. E Oni ye, © munra bi lagbi kése cgbé, © mura se @ bi 6 Vigba kése cabs, Enyin wa oki onon ké i Enyin wa oki Vagba ké se Enyin wa oki’non Pgba kéré © munra_se_bi 6 ragba Kise abe, nyin wa Ski on0n ko hd, Enyin wa Ski Yagba Kose, Enyin wa oki'n dn Lagba ko jd, 68 Enyin wa oki'non [agba ii igh6. Ele tomou:-se preparado para nascer na comunidade dos mais velhos (encestrais), 18 num lugar imaginério, Ele tomou:-se preparado para nascer na comunidade dos mais velhos (encestrais), [a num lugar imaginario Onnosso falecido, tomastes somente o caminho da sepultura. © nosso falecido tomou o caminho para estar entre os ancestras, Onnosso falecido tomou-se semente entre os mais velhos. ‘Vos nosso falacido, fostes tomar lugar na comunidade dos mortos. Ele tornou-se preparado para nascer na comunidade dos mais velhos, num lugar imaginério. Ele tornou-se preparado para nascer na comunidade dos mais velhos, ‘num lugar imaginério. Onosso morto tomou somente o caminho da seputura. Onosso morto tomou o caminho para estar entre os ancestrais. nosso falecido foi estar entre os velhos do passado {ancestrais do passado.) nosso falecido foi estar entre os ancestrais na floresta da Mor (Resposta do fin no ro) O dabi won k’oke, Ere Gee Or gee Won 156. 0 dabi won keke, Ere gee, ee gee Won 166 t Ele igialou-se acs mais graduados ancestrais, E de mascara ficou semelhante a eles, (Eve- mascara de maceira weeds pelos Egungin) © role dabi koja ere, Kord ja oja ere Ere o A Word ji, ofa are, 10 - 9 Ele sucedera na chelia, semelhante aos mascarados do passado, saudamos no ritual tradicional da luta dos mascarados do mercado. Mascarados! Salve os mescarados! 'Nés saudamos no ritual tradicional a luta dos mascarados do mercado. (Gstacanigarforese end de Aneogun que darotou More sev séquto no meeado de He) Ala n a fa agobo, Ala n a fa agobo. Ala n a fa ord, Ala na fa ord. Com o pano branco nos cobriremos, pedimos licenga e protegéo. ‘Com o pano branco nos cobriremos, pedimos licenga e protegéo. Com o pano branco nos cobriremos no culo tradicional Com 0 pano branco nos cobriremos no culto tradicional (para ‘nos cobrimos com js roupasbranceas pedindo protege) E kil 6 16 ore, E abikii 6 16 oore, Ol6 ye enyin agba oore, O16 yé Enyin agha oore. No nascimento e na morte sois benevolentes. No nascimento e na morte sois benevolentes, Senhores da vida, vos mais velhos (ancestrais), sé-de _benevolentes. Senhores da vida, vos mais velhos (ancestrais), sé-de _benevolentes. A ira abiku 6, a ira, Abiki 6, 4 ira, Abika oloya 6, A ira abiku ‘Na terra lamacenta nascera e morrera, na terra lamacenta, Nascer e morrer da terra lamacenta, Nascer @ morrer da terra lamacenta, Nascer e morrer, Senhor da vida Na terra lamacenta nascerd e morrera, na terra lamacenta, (Lends de bie Oostila quando da modelagem dos sees humsnos) n- iki 6 cri s0 loro Agd foré-ford a séro npé, Iki eni $6 1616, Agd ford-foro a sro npe Iki 6 eni s6 loro Ago forefore a sore npe {Ode 6 rélé Iki 6... A ago foré-ford a sord npe} {Ogin Oldndn Ikit 0, a agd for6-f6r6 a soro npa} {Osanyin ewé o Iki 0, a agd ford-ford a sord npé} {Login Ode o iki 0, a ago ford-ford a oro npé} {Obaliwaiys © Iki 0, a gd forb-f6r6 a sord npé} {Osiimaré o Iki 0, ago for6-ford a sOrd npe} {Oba Sango o Iki 0, a ago ford-ford a sOrd. mpe} {Oya Bépa hel 0 iki 0, ago for6-f6rd a oro mpd} {Osun yéyé o Iki 0, a agd foré-ford a Soro npé} {Oba si o Ikt 0, 2 agd feré-ford a Soro mpd} {Yewa riro o Iki 0, a agd for6-f6rd a Soro npé} {Yemonja odd o iki 0, a agd ford-ford a sird npe} {Nana Saluba o Iki 0, a ag6 ford-f6rd a sor pe} {Osolifin o iki 0, a ag6 foro-ford a sora npé} {Osogiyan o Iki 0, a ago ford-ford a sore. npe} ‘A Morte é quem nos atormenta, Protegao incessantemente estamos vos pedindo, ‘A Morte 6 quem nos atormenta, Prolegdo incessantemente estamos vos pedindo, A Morte @ quem nos atormenta, 12- 13 - 14 - Protecdo incessantemente estamos vos pedindo. Cagador, (Ogun, Osényin, Sngé, ete..)"7, suceda a Morte nna Chefia Protegdo incessantemente estamos vos pedindo. © dard, © ika aiye, © duré, tka alyé ika POpa Ta baba, Ika ko m’a kékeré, © dard iki aiyé. Ele ficou morto na terra, Ele ficou morto na terra, Omortoé Opa, o Pai que nos cobre. Morte, no nos leve ainda pequenas (jovens). Morte, figue na terra. (ps, Egungin cultuadoemisbi) Aware E wa Paya, Ord omon yii sé kis 1 maa awa Ord omon yii sé Aware E eye ki l'omo re Okun tin yé ba 1é K’6 maa Vaya Or omon yi sé ‘Abengoe e venha estar conosco (em nosso peito) Cuto tradicional estes filhos vos fazem, Morte, fique na terra, ndo nos castigue. Cult tradicional estes filhos vos fazem, Abengoai, prestamo-vos respeitos cumprimentando-vos, somos vossos filhos Forga da vida que retoma a terra, Que permanegais conosco (em nosso peito} Culto tradicional estes fihos vos fazer. En faa ard aiyé "” Em lugar de Ode, (Cagador), vai-se substtuindo pelos nomes dos demais Orisa 15+ n faa ki Vo dira. n faa ara aiyé 1 fa k6 Vo dira, n faa ara aiyé n faa ki Vodira, n fa’ ard aiyé n faa ki Vo dira, smememememenes Se estais conosco ficamos despreocupados na terra, Se estals conosco ficamos alegres, sois apto para cumprir vossa tarefa. Se estais conosco ficamos despreocupados na terra, Se estals conosco ficamos alegres, sois apto para cumprir vossa tarefa. (Apto para dar protegéo) Sin a sinki a Va égé jee aa, E,e,¢, sinasinki 4 V'a ég6 jee aa, Sind sink dobélé K'S se, Sin a sink a V’a age jéé aa. ‘Acompantiamos e enterramos um corpo, seguiremos com Cantos finebres, @, © @ Acompanhamos ¢ enterramos um corpo, seguiremos ‘com cantos finebres, ,¢, € Acompanhamos @ enterramas um corpo, prostremo-nos no chao 6m saudagéo ao axé. Acompanhamos e enterramos um corpo, seguiremos com Cantos finebres. 16 - v- 18. Sari non koton mo dé omo re Koton mo da omo re eri Eégun Omo Eri ¢ gan n yan Sari non koton mo dé omo re Koton mo di omo re Emu Eégan ome En Eégun n yan. Conte com o caminho aprendido e completamente bem conhecido pelos teus filhos. Er Eégun."* Eri Eégun os teus filhos te oferecem inhame. Conte com 0 caminho completamente aprendido e bem conhecido pelos teus flhos. Ord gbogbo 6 ya Ord gbogbo 6 ya Ata ka ndo bale At kA ndo bale Todo 0 cutto tradicional ¢ agradével (facil) Todo 0 cult tradicional & agradével (faci) Inhames picados vos servimos prostrados no chao. Inhames picados vos servimos prostrados no chéo. Servindo-vos temos auto-suporte em nossa casa © ya ati pelebe E monriwo. 0 ya ati pelebe E m0 nriwo. Ofertamos inhiame picado, liso e sem dleo, ao ouvir-mos vossas vozes ancestrais Ofertamos inhame picado, liso e sem éleo, a0 ouvir-mos vossas vozes ancestrais, En Eéain, o Egingan de menor importincia - Padraks, que segue ‘95 mais importantes; nao deve comer até que os inhames novos - égbodd -|4 tenham sido oferecios aos espritos ancestraie mais, velhos, os Egingan Agbd, 19 - 2- a 2. Tan bo a fa Ta n bo ji tha E ma, anon sere, Ta abo a fa Tan bo njiiha Quem derramara afalicidade sobre nds? Quem protege do nosso lado desde o nosso despertar? ‘Vos conheceis 0 caminho para a felicidade. Quem derramara falicidades sobre nés? Quem protege do nosso lado desde o nosso despertar? és conheceis 0 caminho para a felicidade. (Wusto 20 sentid de pote que¢ dada pelos ancecs) E bangon ba n gon tigétagé. E ban gon bé n gon tagé-tigé, Vos encontraremos exatamente quando estivermos cambaleantes, Vos encontraremos exatamente quando estivermos cambaleantes, (@uando necesstarmes de suds) E sin bere ké, hun hun Sin bere ké, Sin béré ké ki baba Ti wale, Cultuamo-vos imensamentemente, ¢ comegaremos em voz alta, cultuamo-vos imensamente Cultuamo-vos imensamente saudando-vos, Pai Que estais em nossa casa. S6ra, s Ora ki nnkon ga tage, Sora, sora ki nnkon ga. Sora, sora ki nnkon ga tage, 24. % Sora, s 61a ki nnkon ga. Tome cuidado, tome cuidado, a morte é coisa que racha o cambaleante Tome cuidado, tome cuidado, a morte é coisa que quebra 0 cambaleante. Ki en dé ma yé ngé, Ki e pére, ki ¢ perd, Kien dé ye ngé. Kit en dé ma yd ngé. peré, kid © ped n dé ye ngé. Ki Ka eos ¥@ em + ‘A Morte cessa a vida definitivamente cortando-a, ‘A Morte somente, a Morte somente. ‘A Morte cessa a vida cortando-a. ‘A Morte cessa a vida definivamente cortando-a, Morte somente vés, Morte somente vos. ‘A Morte cessa a vida cortando-a. Ayo gbanja ko je. Ganja, ghi-nja kil Ayo gbanja k’6 je. Noz de kola, néz de kola pequena, Noz de kola que ele come alegremente. Noz de kola, néz de kola pequena, Noz de kola que ele come alegremente. (Ghia ~ Tipe ob ge quatro pares cei nos ances) A ye, a ye Eleare, Eléésa kéni-kéri, A ye Payé tin dé Eléésa a keri-kéri. 26 - a. 2B. % Para nés vive, para nds vive aquele que usa mascara. 1" Senhor Es quem nos transporta. 9 Para nés vive, aquele que voltou para a tera, ‘9° Senhor Es8 quem nos transporta (conduz)."™ Omo lékun, ¢ maa s’a ire, QOmo lokun, © maa s’a ire, Os filhos esto fortes, entéo fagai-os felizes. Os filhos estao fortes, entdo fagai-os felizes, E méa s’a ire, E méa E maa E mia, Vos nos fareis felizes, \Vés nos fareis felizes, vos adentrastes a terra. \Vés nos fareis felizes, \Vés nos fareis felizes, vs adentrastes a terra, (os que retorasas sete) Ta ni bd gé-n-go Ta ta ta ni bd gé-n-go. Ta ni bd n-g6 ye Ta ta tani bd n-g6 ye. ‘Quer podera dar-me o maximo de protegao? Quem dara o maximo de protegéio? Quem & o mais adequado para dar-nos o maximo de protegéo? Quem ¢ adeqilado a dar-nos o maximo de protegdo? Sora min k’e tin S 6a min gon-gon, kets. Manré minje Eguinguin mascarados, que usam mascaras de madeira Ancestral fundador do Culto Baba Eegun, ‘Ancestrais fundadores do Culto e da Casa 1 Tomem cuidado, saudem aqueles que retornaram. Tomem cuidado, 0 maximo cuidado. Torne-os amigos, oferecendo-thes o sangue de um galo numa grande cabaga 30+ Ta imon aiyé, t& imdn? Eyii baba awa faa. ‘Quem conhece a terra? Quem conhece? E este 0 Pai que conhece, fiquemos tranatils. (Despreocupados) 31- So aga, sd agba bi ire 1é 0, Bo mon sésé ré omon, nda ase gbé wa, Bo mon s BO mon sésé ré omon. So agba, SO agba bi ire 1e 0, Bo mon sésé re omon. Ika naa sésé bi lo Cee omens s Bo mon sé Descender dos ancestrais, descender dos ancestrais, nascer feliz na terra. Cobrir, cobrir seus filhos. Cobriu, cobriu com axé e 0 axé cobriu-nos, Cobrir, cobrir seus filhos, Descendeu dos ancestrais, descendeu dos ancestrais, nasceu feliz na terra. Cobriu, cobriu seus filhos, Cobriu, cobriu com 0 axé, 0 falecido se foi para renascer. 32. wa dide maa ni eta wa dide maa ni ye, maa ni eta sm em em «tot wa dide maa ni ye, ® Os que retornaram a terra Miinje, significa tomar 0 sangue de um galo, para que sejam eplacados em seu desagrado, nm Enira maa ni eta E wa ki nbo nda Ki 16 nbo E nbo nda Maa ni eta E wa dide © maa ni y@, Vos estais de pé, Vos sempre crescereis da terra Estais de pé, sempre estarels vivo. Brotareis e crescereis da terra. Estais de pé e vivereis, Sois 0 corpo que brotaré da tera Vinde, satido-vos cultuando o Criador, Satido aquele que dé protecao. Cultuamo-vos e ao Criador, Crescereis sempre da terra, Eslais de pe e sempre vivereis. (Dahan Esta aresposta) E wa dide 7 E mia ni cta E wa dide maa ni ya, E maa ni eta wa dide maa ni E_wa dide_e_méa ni ye. Vos estais de pa, Vos sempre crescereis da terra, Estais de pé, semore estareis vivo, Brotareis e crescereis da terra, Estais de pé e vivercis A\v6s cultuaremos, criatura que sempre brotareis da terra. Estais conosco, servimos-vos exatamente e bem Até morrer, cultuando a criatura que sempre crescera da terra. Estais de pé e sempre vivereis. (Acantiga¢repetid sé metade. pate iral canto est retro da respostn) np ORIN_EGUNGUN 33. - Omo 4 selé da wa, Bi igha ti irawd d@ supa. Omo 4 selé dé wa. Hee, selé dé. Bi igba ti irawo sen selé dé osipa Omo 4 selé dé. O filho tomara conta da casa em nossa auséncia, Como a estrela toma conta do céu na auséncia da lua. Ofilho tomara conta da casa durante a nossa auséncia. Proteja a nossa casa Como a estrela protege 0 cfu na auséncia da lua. O flho tomara conta da casa durante a nossa auséncia. 34 Baba imale_mo 1é 0, Babs Imale, Ogberi to oun fe seré_awo Baba Imale mo 1é 0. Baba imalé mo lé 0, Baba Imale Ogberi to oun fé seré awo Baba imale mo Ie 0. O Pai dos espiritos da terra é bravo. O Pai dos espiritos da terra bravo ‘Com o nao iniciado que quer descobrir o segredo. O Pai dos espiritos da terra é bravo, 0 Pai dos espiritos da terra é bravo Com 0 n&o iniciado que quer descobrir o segredo. 35 Se igi bile le rio Se igi Ogberi ki r'agan wére 0, Se igi bale 1é ri 0. Estdo vendo a arvore sob a terra, com a terra sobre toda ela? ‘A vore sob a terra 0 nao iniciado néo vé faclimente Assim como ele no vé facilmente Ag 6 n! Estdo vendo a arvore sob a terra? (Agan um tipo deEgingin) 80 36- 0 iki bale ile yo, olka ba le. © iki ba le ile yo, oika ba le. Balé w gun ni s’ord ‘ho ikd ba lé ile y6, Ika ba 12 ar nto. O.corpo com a terra, a terra esta completa, com 0 corpo na terra, corpo com a terra, a terra esta completa, com o corpo na terra, Com a terra feliz, Eégun recebe culto tradicional na seputtura. Com o corpo na terra, a tera esta completa, com o corpo na terra. 37- Oki, okt 6 Io dé son, Yi gon yii gon si jold. Omorto foi embora e partiu-se (desmanchou-se) Ao ficar rijo e goza das honras e respeitos dos ancestrais. ELOMIRON ORIN EGUNGUN (outras cantigas de Egungin) Ika k6 ki Awa awo kikon 6 Io. Babaloorisa hi bi yii bé le © kikon 6 Pojele. ‘A Morte, somente um cumprimento nosso ao segredo, NBO € pesaroso, Ele brotara da terra, O Pail de orixa {mae de orixé) morreu e nasceu aqui na terra, ‘nO é pesaroso, ele (ela) brotaré da terra. (Porgue éna morte que nsecomos no outro mando) Adésdu 6 addsiiu 4 nlo omo Toko. 1, 6 adéstu 4 nlo. ‘Aquele que levou Osiu, aquele que levou Os tu estaindo embora, 6 um fiho que esté sendo pantado. : Aquele que levou Os iu, aquele que levou Os iu iré embora, B fibd ent ma to, Iki ba 1é ba 1 yli gh’era. E fibd cr Le méa lo, iki ba le a fori bale 6 ‘Senhor, cubra-nos 0 carrego esta saindo, 0 corpo na terra esta terra recebe o carrego. ‘Senhor, cubra-nos o carrego esta saindo, o corpo na terra, abaixernos nossas cabegas (em sinal de respeito). 81 Bibliografia Consultada ABRAHAM, R. C. “Dictionary of Modem Yoruba’ Hodder and Stoughton Lid - London - 1962 AWOLALU, F. Omo sade “The Yoruba Beliefs and Sacrificial Rites’ Longman House - 1979 BASCOM, W. R. “The Sociological Role of The Yoruba Group’ - 1944 ABIMBOLA, Wande “An Exposition of Ifa Literary Corpus" Oxford University Press Ibadan - Nigéria - 1976 DREWAL, Margaret Thompson “Yoruba Ritual « Performes, Play, Agency" Indiana University Press - 1902 SANTOS, Juana Elbein dos “Os Nag6 e a Morte" - Editora Vozes - 1977 VOGEL, Amo - MELLO, Marco A. Silva - BARROS, José Flavio Pessoa “A Galina D’Angola" - Pallas - 1993 SILVA, Omato josé da “Ervas e Raizes Africanas’ - Pallas - 1993, BARROS, José Flavio Pessoa “O Segredo das Folhas” Pallas - 1993 ZIEGLER, Jean “Os Vivos @ a Morte” Zahar Editores - 1977 SALAMI, Sikir - King “C&nticos dos Orixas na Africa” Editora Oduduwa - 1991 82 Filmografia FIGHERA, Romano - IDE, Akira "Nuova Guinea, |sola Dei Cannibal” Dia Internacional and General Work Film Produtore Associato Dig CARVALHO, Grabiel de Souza ‘Alabé Runto Géi "AXEXE" a 3 INDICE Contetido Agradecimentos Preambulo Capitulo 1 Mitos sobre Sango Odsaala ea ligagio com a criagio da vida ea morte ‘Yemo nja e sua ligacdo com Ikit Nand e sua ligagao com Iki Oyé e sua ligacdo com Ikit Obaldwaiyé e sua ligagio com Iki Capitulo Maneira de encarar a morte Costumes fainebres do povos da floresta da Nova Zelindia Costumes fiinebres dos Indianos Capitulo TH - Rituais de passagem Yoruba O nascimento 0 Orako Afés6 non - Onoivado Parte da lenda da criacdo, segundo a visaio Yoriba A visio do Yoruba tradi nal a cerca da morte Capitulo 1V ‘Tratamento do Corpo Procedimentos apés o falecimento O sepultamento 33 u-m-Iv Capitulo V Uma Ienda de Egangan A Interrelagio dos Ara -0 run ¢ os Ara - Ayé Ajeié Capitulo VI Os procedimentos no Asesé ‘Tratamento dos Igbé Ebori no tks Relagao de Ervas Saudagao ao Ori lton de Orie 0s seus devotos Capitulo VIL - itén Ori A historia de Ori - O Deus individual ltan Ori - Tradugao Capitulo VIL - ikaé jaade A saida do corpo Capitulo IX Procedimentos imediatos apés 2 morte (Despachos) Os procedimentos na Nacdes Angola, Jeje e Kétu - Instruments musicais Capitulo X Aso Of6 - Aroupa do luto Procedimentos rotineiros no Asésé Sango, o Or guardiao no Asésé 84 2 13 14 15, 16 16/17 18 19 2 26 31 36 38 38 38 85 Inicio dos rituais littrgicos < 39 Invocagio de Baba Eégun 40 Jogo para orientar o carrego de Egingin 4 Capitulo XI Siré do iltimo dia 43 Ritual para acordar os atabaques 8 Destino dos Igbé 43 Datas de reveréneia ¢ louvacao do Asésé 44 Pensamento Yoribé a cerca da morte 44 O conceito de alma 44 O Ancestral, a definicio familiar e o papel do Ancestral na familia 45 Ancestrais cultuados, reencarnados e materializados 46 Culto a Egdngén no Brasil 46 © Relacionamento entre os vivos e os Ancestrais 47 Gbaddra Kégun 49 Saudagio a Babé Oliik6 tan 50 Saudagao a Baba Légun 52 Gbaddra ti Egingin 53 Complementagao do Asésé 54 A retirada do Os itu e do aspecto da individu idade 54 Os imolé louvados no A esé 54 Oferenda para Es i no padé 54 Orin Esa - Padé de Es i, saudando os iranm ole, Araalé awo, iyami Agba e aos Egingan Agba 54.65 Orin Egingin 66280 Bibliografia 81/82 indice 83/85

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