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DEZ2002 I NBR 14919

Sistema de gestão da qualidade -


Setor farmacêutico - Requisitos
-
ABNT Associação
específicos para a aplicação da
Brasileira de NBR ISO 9001:2000 em conjunto com
Normas Tdcnicas
as boas práticas de fabricação para a
Sede:
Rio de Janeiro
indústria farmacêutica (BPF)
Av. Treze de Maio, 13.28° andar
CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680
Rio de Janeiro - RJ Origem:" Projeto 25:000.05-001 :2001
TeI.: PABX (21) 3974-2300 ABNT/CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade
Fax: (21) 2240-8249/2220-6436
Endereço eletrônico: CE-25:005.01 - Comissão de Estudo de Documentos Auxiliares
www.abnt.org.br - -
NBR 14919 Quality management systems Pharmaceutical system Specific -
requirements for the aplication of NBR ISO 9001 :2000 together with good
practices for fabrication for lhe pharmaceutical industry
Copyright @ 2002, Descriptors: Quality systems. Pharmaceutical industry
ABNT-ksociação Brasileira de Válida a partir de 30.01.2003
Normas Técnicas
P,inloo in Brazill
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados Palavras-chave: Sistema daqualidad~~-lndÚ~;ria fa~acê~ti~;T 36 páginas

Sumário
Prefácio
O Introdução
1 Objeti...::>
2 Referênc.ia normativa
3 Termos e definições
4 Sistema de gestão da qualidade
5 Responsabilidade da direção
6 Gestão de recursos
7 Realização do produto
8 Medição, análise e melhoria
ANEXOS
A Termos e definições
B Correspondência entri as NBR ISO 9001: 1994 e NBR ISO 9001 :2000 e as boas práticas de fabricação (BPF)
C Bibliografia
Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são ,;:aboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: prodll'ores, consumidores e neutros (universidades. laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS. circulam para Consulta Pública entre
os associados da ABNT e demais interessados.

Esta Norma visa compatibilizar os requisitos da NBR ISO 9001 :2000 com as boas práticas de fabricação para a indústria
farmacêutia (BPF), conforme Resolução RDC nO 134/2001 ANVISA -
Para auxiliar a interpretação pelos usuários na integração e aplicação desta Norma, os requisitos da NBR ISO 9001 :2000
encontram-se dentro de molduras, enquanto que os requisitos adicionais desta Norma particular, quando existentes, são
dados logo após às molduras, em caractéres itálicos.

Esta Norma contém o anexo A, de caráter normativo, c os anexos B e C, de caráter informativo.

----
.....-
NBR 14919:2002 ~
2 ~. . \8 ~1

o Introdução

0.1 Generalidades

Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade seja uma decisão estratégica de uma organização.
O projeto e a implementação de um sistema de gestão da qualidade de uma organização são influenciados por várias
necessidades, objetivos especificos, produtos fornecidos, os processos empregados e o tamanho e estrutura da
organização. Não é intenção desta Norma impor uniformidade na estrutura de sistemas de gestão da qualidade ou
uniformidadeda documentação.

Os requisitos do sistema de gestão da qualidade especificados nesta Norma são complementares aos requisitos para
produtos. As informações identificadas como "NOTA"se destinam a orientar o entendimento ou esclarecer o requisito
associado.
Esta Norma pode ser usada por partes internas ou externas, induindo organismos de certificação, para avaliar a
capacidade da organização de atender aos requisitos do diente, os regulamentares e da própria organização.
Os princípios de gestão da qualidade declarados nas NBR ISO 9000:2000 e NBR ISO 9004:2000 foram levados em
consideração durante o desenvolvimento desta Norma.
Esta Norma apresenta conceitos e uma metodologia que fornecem às organizações oportunidade para aumentar a
satisfação dos clientes e, ao mesmo tempo, reduzir custos. Ela também auxilia a organização na determinação de técnicas
de classificação de custo e de monitoramento da satisfação dos clientes.

A gestão da qualidade influencia o desempenho econômico de uma organização tanto a longo como a curto prazos.
COl1vém que a organização não considere esses efeitos apenas na forma de redução de custos a curto prazo. O que
aparenta ser uma melhoria a curto prazo pode ter efeitos negativos, a longo prazo, na fidelidade de clientes, reputação do
produto ou confiança do usuário.

É recomendável que os objetivos econômicos de curto e longo prazos sejam formulados e regularmente analisados
criticamente no planejamento da qualidade.

0.2 Abordagem de processo


Esta Norma promove a adoção de uma abordagem de processo para o desenvolvimento, ímplementação e malhoria da
eficácia de um sistema de gestão da qualidade para aumentar a satisfação do diente pelo atendimento aos requisitos do
cliente.

Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar e gerenciar diversas atividades interligadas.
Uma atividade que usa recursos e que é gerenciada de forma a possibilitar transformação de entradas em saídas pode ser
considerada um processo. Freqüentemente a saída de um processo é a entrada para o processo seguinte.

A aplicação de um sistema de processos em uma organização, junto com a identificação. interações desses processos e
sua gestão, pode ser considerada como "abordagem de processo".

Uma vantagem da abordagem de processo é o controle contínuo que ela permite sobre a ligação entre os processos
individuais dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e interação.

Quando usado em um sistema de gestão da qualidade, esta abordagem enfatiza a importância de

a) entendimento e atendimento dos requisitos,

b) necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado.

c) obtenção de"resultados de desempenho e eficácia de processo,

d) melhoria continua de processos baseada em medições objetivas.

O modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo mostrado na figura 1 ilustra as ligações dos
processos apresentadas nas seções 4 a 8. Esta ilustração mostra que os clientes desempenham um papel significativo na
definição dos requisitos como entradas. A monitorização da satisfação dos clientes requer a avaliação de informações
relativas à percepção pelos dientes de como a organização tem atendido aos requisitos do cliente. Este modelo mostrado
na figura 1 abrange todos os requisitos desta Norma, mas não apresenta processos em um nivel detalhado.

--
NBR 14919:2002 3

NOTA _ Adicionalmente, pode ser aplicada a metodologia conhecida


O modelo PDCA pode ser descrito resumidamente como segue:
como "Plan-Do-Check-Act" (PDCA) para todos os processos.
.
Plan (planejarj: estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo corn os requisitos do cliente e
pollücas da organização;

Do (fazer): implementar os processos;

Check (checar):monitorar e medir processos e produtos em relação às políticas, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os
resultados;

Act (agir): executar ações para promover continuamente a melharia do desempenho do processo

Melhoriacontínua do sistema

de gestão da qualidade

Responsabilidade
--------.----. CUENTES
CUENTES da direção

/) ,------
I
I
o
l
I
recursos
~de J
:'B.
rnelhoria :~
, .-
r----- :Jij
1______-

Realização Saída
do produto ~ L-J Produto

Legenda:
--+ Atividadesque agregamvalor
Ruxode infonnação

-
Figura 1 Modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processo

0.3 Relação com a NBR ISO 9004

As atuais edições das NBR ISO 9001 e NBR ISO 9004 foram desenvolvidas como um par coerente de normas de sistema
de gestão da qualidade as quais foram projetadas para se complementarem mutuamente, mas também podem ser
usadas independentemente. Embora as duas Normas tenham objetivos diferentes, elas têm estruturas similares para
auxiliar na sua aplicação como um par coerente.

A NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade que podem ser usados pelas
organizações para aplicação interna, para certificação ou para fins contratuais. Ela está focada na eficácia do sistema de
gestão da qualidade em atender aos requisitos dos clientes.

A NBR ISO 9004 fornece orientação para um sistema de gestão da qualidade com objetivos mais amplos do que a
NBR ISO 9001, especificamente no que tange à melhoria contínua do desempenho global de uma organização e sua
eficiência, assim como à sua eficácia. A NBR ISO 9004 é recomendada como uma orientação para organizações cuja
Alta Direção deseja ir além dos requisitos estabelecidos na NBR ISO 9001 buscando melhoria contínua de desempenho.
Entretanto, não tem propósitos de certificação ou finalidade contratual.

- -- - - -
4 NBR 14919:2002

.."'-

0.4 Compatibilidade com outros sistemas de gestão

.. I Esta Norma foialinhada com a NBR ISO 14001:1996 para aumentar a compatibilidadedas duas normas em beneficio da
comunidade de usuários.

Esta Norma não inclui requisitos especificos para outros sistemas de gestão, tais como aqueles especificos à gestão
ambiental, gestão de segurança e saúde ocupacional, gestão financeira ou de risco. Entretanto, esta Norma possibilita a
uma organização o alinhamento ou a integração de seu sistema de gestão da qualidade com outros requisitos de sistemas
de gestão relacionados. É possivel a uma organização adaptar seus sistemas de gestão existentes para estabelecer um
sistema de gestão da qualidade que cumpra com os requisitos desta Norma.

1 Objetivo
1.1 Generalidades

Esta Norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando uma organização

a) necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos que atendam aos requisitos do cliente
e requisitos regulamentares aplicáveis, e
b) pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação do sistema, incluindoprocessos para melhoria
continua do sistema e a garantia da conformidade com requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis
-
NOTA Nesta Norma, o termo 'produto' aplica-se apenas para produto intencional ou requerido pelo cliente.

1.1.1 Objetivo e campo de aplicação desta Norma

Esta Norma especifica, em conjunto com a NBR ISO 9001:2000, os requisitos de sistema de gestão da qualidade para
todas as atividades do setor farmacêutico.

O conteúdo desta Norma compatibiliza os requisitos das boas práticas de fabricação (BPF) para a indústria farmacêutica
com os requisitos da NBR ISO 9001:2000, disponibilizando assim um documento consistente de aplicação para o setor,
levando em consideração as características técnicas especiflCadas do produto farmacêutico, bem como suas implicações
no atendimento às regulamentações vigentes.

Esta Norma pode ser aplicada também em toda a cadeia de suprimento de produtos farmacêuticos.

1.2 Aplicação

Todos os requisitos desta Norma são genéricos e se pretende que sejam aplicáveis a todas as organizações, sem levar
em consideração o tipo, tamanho e produto fornecido.
Quando algum(ns) requisito(s) desta Norma não puder(em) ser aplicado(s), devido à natureza de uma organização e seus
produtos, isso pode ser considerado para exclusão.

Quando forem efetuadas exclusões, reivindicaçãode conformidade com esta Norma não será aceitável a não ser que as
exclusões fiquem limitadas aos requisitos contidos na seção 7 e que tais exclusões não afetem a capacidade ou
responsabilidade da organização de fornecer produtos que atendam aos requisitos dos clientes e requisitos
regulamentares aplicáveis.
2 Referência normativa

A norma relacionada a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. A edição indicada estava em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão,
recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usar a edição mais
recente da norma citada a seguir. AABNTpossui a informação das normas em vigorem um dado momento.
-
NBR ISO 9000:2000, Sistemas de gestão da qualidade Fundamentos e vocabulário.
2.1 Referência normativa

O documento regulamentar a seguir foi utilizado como referência para esta Norma.

Boas práticas de fabricação (BPF) para a indústria farmacêutica - Resolução RDC nO 134/2001 - ANVISA - Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - Ministério da Saúde.

-- --
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3 Termos e definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições da NBRISO 9000.

Os seguintes termos, usados nesta NBR ISO 9001 para descrever a cadeia de fornecimento, foram alterados para refletir
o vocabulário usado atualmente.
fornecedor--+ organização
--+ diente
O termo "organização" substitui o termo "fornecedor" usado na NBR ISO 9001:1994, e refere-se à unidade para a qual
esta Norma se aplica. Igualmente, o termo "fornecedor"agora substitui o termo "subcontratado".

Ao longo do texto desta Norma, onde aparecer o termo .produto., este também pode significar.serviço..
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições apresentados no anexo A Estas definições são
consistentes com a NBR ISO 9000:2000. Entretanto, onde houver discrepâncias nas definições para um mesmo termo,
prevalecem as definições do anexo A.

4 Sistemas de gestão da qualidade

4.1 Requisitos gerais

A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema de gestão da qualidade e melhorar
continuamente a sua eficácia de acordo com os requisitos desta Norma.
A organização deve

a) identificaros processos necessários para o sistema de gestão da qualidade e sua aplicação por toda a organização
(ver 1.2),
b) determinar a seqüência e interação desses processos,

c) determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a operação e o controle desses processos sejam
eficazes,

d) assegurar a disponibilidadede recursos e informações necessárias para apoiar a operação e o monitoramento desses
processos,
e) monitorar,medir e analisar esses processos, e
f) implementar ações necessárias para atingiros resultados planejados e a melharia continua desses processos.

Esses processos devem ser gerenciados pela organização de acordo com os requisitos desta Norma.

Quando uma organização optar por adquirir externamente algum processo que afete a conformidade do produto em
relação aos requisitos, a organização deve assegurar o controle desses processos. O controle de tais processos deve ser
identificadono sistema de gestão da qualidade.

NOTA - Convém que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade acima referenciados incluam
, processos para atividades de gestão, provisão de recursos, realização do produto e medição.

4.1.1 Elementos de boas práticas de fabricação

A descrição dos elementos de boas práticas de fabricação deve constar no manual da qualidade, bem como as interaçães
com o sistema de gestão da qualidade da organização.

NOTA - As boas práticas de fabricação podem ser consultadas na integra no documento editado pela ANVISA - Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde, intitulado "Regulamento Técnico das Boas Práticas para Fabricação de Medicamentos~
-
Resolução RDC nO134, de 13 de julho de 2001 DOU de 16 de julho de 2001.

As organizações que possuem atividades de fabricação de produtos estéreis elou biológicos devem atender aos requisitos
estabelecidos na RDC n0134 - Diretrizes suplementares, parte C, itens 17 e 18.

Deve haver procedimentos documentados e registros das ações desenvolvidas ou, quando apropriado, as conclusões, em
relação aos seguintes aspectos

a) validação;

--
6 NBR 14919:2002 ..
--,....

-.
I
b) calibrações;

c) manutenção, limpeza e desinfecção;


.:,
d) treinamento e higiene; .
e) monitoramento ambiental; -.
f) controle de pragas; ti
-.
g) reclamações;
.
h) recolhimento;
.
I) devoluções. .
4.2 Requisitos de documentação .
4.2.1 Generalidades .
A documentação do sistema de gestão da qualidade deve incluir t
a) declarações documentadas da políticada qualidade e dos objetivos da qualidade, .
b) manual da qualidade, .
c) procedimentos documentados requeridos por esta Norma, t
d) documentos necessários à organização para assegurar o planejamento, a operação e.o controle eficazes de seus
processos,
t
t
d) documentos necessários à organização para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes de seus
processos, 41
NOTA .1 - Onde o termo .procedimento documentado. aparecer nesta Norma, significa que o procedimento é estabelecido, t
documentado, implementadoe mantido.
.
NOTA2 - A abrangência da documentação do sistema de gestão da qualidade pode diferirde uma organização para outra devido:
.
a) ao tamanho da organização e ao tipo de atividades,
.
b) à complexidadedos processos e suas Interaçães, e
c) à competência do pessoal.
t
NOTA 3 - A documentação pode estar em qualquer forma ou tipo de meio de comunicação.
t
.
4.2.1.1 Documentação do sistema de gestão da qualidade
.
Todos os requisitos desta Norma devem estar referenciados
não necessariamente em procedimentos individuais.
na documentação do sistema de gestão da qualidade, mas
.
4.2.2 Manual da qualidade . .
t
A organização deve estabelecer e manter um manual da qualidade que inclua
.
a) o escopo do sistema de gestão da qualidade, incluindo, detalhes e justificativas para quaisquer exclusões (ver 1.2), t
b) os procedimentos documentados estabelecidos para o sistema de gestão da qualidade, ou referência a eles, e t
c) a descrição da interação entre os processos do sistema de gestão da qualidade.
t
4.2.3 Controle de documentos
t
.
Os documentos requeridos pelo sistema de gestão da qualidade devem ser controlados. Registros são um tipo especial de
documento e devem ser controlados de acordo com os requisitos apresentados em 4.2.4.
.
t
Um procedimento documentado deve ser estabelecido para definir os controles necessários para
.
a) aprovar documentos quanto à sua adequação, antes da sua emissão,
.
b) analisar criticamente e atualizar quando necessário, e reaprovar documentos, .
.
.
f
4
t
.
--------- - - - -
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c) assegurar que alterações e a situação da revisão atual dos documentos sejam identificadas,

d) assegurar que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam disponíveis nos locais de uso,

e) assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis,

f) assegurar que documentos de origem externa sejam identificados e que sua distribuição seja controlada, e

g) evitar o uso não intencional de documentos obsoletos, e aplicar identificação adequada nos casos em que forem
rdtidos por qualquer propósito.

4.2.3.1 Requisitos especificos

A documentação deve ser aprovada e emitida por responsável pelo sistema de gestão da qualidade.

O controle de documentos do sistema de gestão da qualidade deve incluir:

a) fórmula-mestra, especificações de produtos intermediários, acabados, a granel, de matérias-primas;

b) instruções de trabalho autorizadas quanto ao processo de embalagem e rotulagem relativas a cada produto, aos
tamanhos e tipos de embalagens;

c) fluxo de circulação dos documentos.

Qualquer alteração feita em qualquer documento, incluindo registros (ver 4.2.4), deve ser assinada e datada; a alteração
deve possibilitar a leitura da informação original.

Todos os documentos do sistema de gestão da qualidade devem ter prazos estabelecidos para revisão.

NOTA - Normalmente no setor farmacêutico e sua cadeia o responsável pelo sistema de gestão da qualidade pode ser o responsável pela
garantia da qualidade e/ou controle da ql!alidade.

4.2.4 Controle de registros

Registros devem ser estabelecidos e mantidos para prover evidências da conformidade com requisitos e da operação
eficaz do sistema de gestão da qualidade. Registros devem ser mantidos legíveis, .prontamente identificáveis e
recuperáveis. Um procedimento documentado deve ser estabelecido para definir os controles necessários para
identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte dos registros.

4.2.4.1 Registros de produção

Durante a produção as informações têm que ser registradas no momento em que cada ação é iniciada e quando concluída,
e devem ser assinadas e datadas pela pessoa responsável que executou as operações. A organização deve asseg:Jrar
que os registros de produção sejam verificados e aprovados por pessoal designado antes da liberação do produto final.
Nas fases do processo de produção identificadas como criticas deve haver dupla verificação.

Somente pessoas autorizadas devem dar entrada ou alterar os dados contidos em sistema informatizado, devendo haver
um registro de mudanças e exclusões. O acesso deve ser restrito por meio de senhas ou outros meios.

Para cada equipamento e instrumento de controle envolvido com o processo de produção, deve haver um registro diário e
este deve estar próximo ao respectivo equipamento e instrumento.

Nos registros de produção devem ser incluidas as seguintes informações:

a) identificação do produto;

b) número do lote em que está sendo produzido;

c) data e hora das principais fases de produção;

d) nome da pessoa responsável pela fase da produção;

e) iniciais do operador dos diferentes passos da produção;

f) informações sobre as matérias-primas utilizadas (número de aprovação, identificação da pesagem, quantidade e nome
do fornecedor);

g) os controles em processo;

h) quantidades do produto obtido;

ij observações sobre não-conformidades;

j) observações importantes e relevantes ao processo.

-----
8 NBR 14919:2002

"
4.2.4.2 Registros operacionais

Os materiais e os produtos, nas diferentes fases de produção, devem ter disponíveis procedimentos documentados e
registros, descrevendo os métodos e os equipamentos a serem utilizados, incluindo os ensaios realizados.

NOTA - Os registros que compõem a produção de um lote podem ser: registros de matérias-primas, registros de produção. registros de
limpeza, registros de embalagem, registros de análise e registros de produto acabado.

4.2.4.3 Retenção e alteração dos registros

Devem ser mantidos registros de desempenho da qualidade (por exemplo: cartas de controle, resultados de inspeção e
ensaios), de aprovação de matérias-primase produtos pelo seu prazo de validade,mais um ano de calendário.

Estes requisitos não substituem quaisquer requisitos governamentais ou do cliente, e todos os períodos de retenção
devem ser especificados.

5 Responsabilidade da direção

5.1 Comprometimento da direção

A Alta Direção deve fornecer evidência do seu comprometimento com o desenvolvimento e com a implementação do
sistema de gestão da qualidade e com a malhoriacontínua de sua eficácia mediante

a) a comunicação à organização da importância em atender aos requisitos dos clientes, como também aos requisitos
regulamentares e estatutários,

b) o estabelecimento da política-da qualidade,

c) a garantia de que são estabelecidos os objetivos da qualidade.

d) a condução de análises criticas pela Alta Direção. e

e) a garantia da disponibilidade de recursos.

5.2 Foco no cliente

A Alta Direção deve assegurar que os requisitos do cliente são determinados e atendidos com o propósito de aumentar a
satisfação do cliente (ver 7.2.1 e 8.2.1).

5.3 Politica da qualidade

A Alta Direção deve assegurar que a política da qualidade

a) é apropriada ao propósito da organização.

b) inclui um comprometimento com o atendimento aos requisitos e com a melhoria contínua da eficácia do sistema de
gestão da qualidade,

c) proporciona uma estrutura para estabelecimento e análise critica dos objetivos da qualidade,

d) é comunicada e entendida por toda a organização, e

e) é analisada criticamente para manutenção de sua adequação.

5.3.1 Requisitos específicos

A política da qualidade deve conter os seguintes objetivos:


--

- estimular a melhoria contínua em seus processos, produto e/ou serviço e sistema de gestão da qualidade;

- ter um sistema orientado para a saúde do trabalhador, higiene, segurança e meio ambiente;
- ser consistente com as boas práticas de fabricação e a legislação vigentes no pais.

-- ---
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5.4 Planejamento
5.4.1 Objetivos da qualidade
A Alta Direção deve assegurar que os objetivos da qualidade, incluindo aqueles necessários para atender aos requisitos
do produto [ver 7.1 a)), são estabelecidos nas funções e nos niveis pertinentes da organização. Os objetivos da qualidade
devem ser mensuráveis e coerentes com a politica da qualidade.

5.4.2 Planejamento do sistema de gestão da qualidade

A Alta Direção deve assegurar que

a) o planejamento do sistema de gestão da qualidade é realizado de forma a satisfazer aos requisitos citados em 4.1, bem
como aos objetivos da qualidade, e

b) a integridade do sistema de gestão da qualidade é mantida quando mudanças no sistema de gestão da qualidade são
planejadas e implementadas.

5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação


5.5.1 Responsabilidade e autoridade

A Alta Direção deve assegurar que as responsabilidades e autoridades são definidas e comunicadas na organização.

5.5.2Representante da direção

A Alta Direção deve indicar um membro da organização que, independente de outras responsabilidades, deve ter
responsabilidade e autoridade para

a) assegurar que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade sejam estabelecidos, implementados
e mantidos,

b) relatar à Alta Direção o desempenho do sistema de gestão da qualidade e qualquer necessidade de melhoria, e

c) assegurar a promoção da conscientização sobre os requisitos do cliente em toda a organização.

NOTA - A responsabilidade de um representante da direção pode incluir a ligação com partes externas em assuntos relativos ao sistema
de gestão da qualidadr.

5.5.3 Comunicação interna

A Alta Direção deve assegurar que são estabelecidos na organização os processos de comunicação apropriados e que
seja realizada comunicação relativa à eficácia do sistema de gestão da qualidade.

5.5.4 Requisito específico

A organização deve se responsabilizar pela qualidade do produto farmacêutico, cumprindo as exigências relativas ao
registro legal do produto, não colocando os consumidores em risco. As responsabilidades individuais devem ser
claramente compreendidas por todos os envolvidos com o sistema de gestão da qualidade. Todo o pessoal deve ter as
suas atribuições descritas, incluindo a delegação de suas atribuições, e substituto designado e qualificado. Não deve haver
falha ou sobreposição nas atribuições do pessoal no que se refere a esta Norma. As atividades voltadas para o controle da
qualidade devem ser independentes das atividades de produção. A organização deve definir de maneira clara a
responsabilidade pelo gerenciamento da validação (ver 7.3.6 e 7.5.2).

5.5.4.1 Responsabilidade legal


A organização deve manter um responsável técnico com competência conforme a exigência legal para:

a) parar a produção sempre que se fizer necessário;

b) dar esclarecimentos à sociedade de produtos sob suspeita colocados no mercado;

c) representar a organização no aspecto legal perante às entidades governamentais.

5.5.4.2 Responsabilidade da produção


A produção deve:

a) garantir que os produtos sejam manufaturados e armazenados conforme critérios previamente estabelecidos;

b) implementar e treinar pessoal envolvido nos procedimentos e instruções de trabalho;

--
10 NBR 14919:2002

c) garantir que os registros de produção sejam avaliados e aprovados por pessoal designado;

d) verifICar periodicamente a.manutenção das instalações e dos equipamentos;

e) garantir que as validações dos processos e as calibrações dos equipamentos sejam executadas e registradas;

f) garantir que seja realizado treinamento inicial e periódico de todo o pessoal envolvido na produção.

5.5.4.3 Responsabilidade do controle da qualidade

O controle da qualidade deve:

a) aprovar ou rejeitar as matérias-primas, os materiais de embalagem, os produtos intermediários, a granel e acabado,


retendo amostra suficiente para exames futuros;

b) garantir que sejam realizados todos os ensaios necessários;

c) aprovar as instruções para amostragem, as especiflC8ções, os métodos analiticos e demais procedimentos de controle
da qualidade;

d) aprovar e monitorar as análises realizadas e previstas em contrato;

e) verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos de controle;

f) assegurar a correta rotulagem dos recipientes, dos materiais e dos produtos;

g) garantir que sejam feitas as validações dos procedimentos analíticos e a calibração dos instrumentos de controle;

h) avaliar, manter e armazenar os padrões de referência das substâncias;

I) garantir que sejam realizados treinamentos iniciais e periódicos do pessoal envolvido no controle da qualidade;

j) participar da investigação de reclamações relacionadas com a qualidade do produto e do monitoramento ambiental.

5.6 Análise crítica pela direção


5.6.1 Generalidades

A Alta Direção deve analisar criticamente o sistema de gestão da qualidade da organização. a intervalos planejados,
para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. Essa análise crítica deve incluir a avaliação de.
oportunidades para malhoria e necessidade de mudanças no sistema de gestão da qualidade, induindo a política da
qualidade e os objetivos da qualidade.

Devem ser mantidos registros das análises críticas pela Alta Direção (ver 4.2.4).

5.6.2 Entradas para a análise critica

As entradas para a análise critica pela direção devem incluir informações sobrá

a) resultados de auditorias,

b) realimentação de di ente,

c) desempenho de processo e conformidade de produto.

d) situação das ações preventivas e corretivas,

e) acompanhamento das ações oriundas de análises críticas anteriores pela direção,

f) mudanças que possam afetar o sistema de gestão da qualidade, e

g) recomendações para melhoria.


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5.6.3 Saídas da análise crítica


I
As saldas da análise critica pela direção devem incluir quaisquer decisões e ações relacionadas a

a) melhoria da eficácia do sistema de gestão da qualidade e de seus processos,

b) melhoria do produto em relação aos requisitos do cliente, e

c) necessidade de recursos.

6 Gestão de recursos

6.1 Provisão de recursos

A organização deve determinar e prover recursos necessários para

a) implementar e manter o sistema de gestão da qualidade e melhorar continuamente sua eficácia, e

b) aumentar a satisfação de clientes mediante o atendimento aos seus requisitos.

6.1.1 Outros recursos

A organização deve possuir, manter e prover os seguintes recursos:

a) um sistema de garantia da qualidade que formule e exerça suas atividades plenamente, de modo que garanta a
qualidade dos produtos fabricados;

b) fomecimento de materiais (uniformes, equipamentos, entre outros) adequados às pessoas envolvidas na produção, de
tal maneira que assegure a proteção individual, evite a contaminação do produto e proporcione higiene;

c) edificações/instalações apropriadas com as boas práticas de fabricação e controle ambiental adequado para evitar a
contaminação de produtos;

d) equipamentos localizados e instalados de modo a facilitar a sua operação, manutenção, ajuste, calibração, qualificação
e limpeza. Os equipamentos utilizados na produção não devem apresentar qualquer risco de contaminação cruzada aos
produtos;

e) infra-estrutura necessária para a obtenção da conformidade dos produtos/serviços;

f) as utilidades (água, ar comprimido, vapor e ambiente controlado). Condições especiais devem ser especificad~'s para a
produção de produtos injetáveis ou com risco à segurança;

g) local adequado para armazenamento.

6.2 Recursos humanos

6.2.1 Generalidades

O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do produto deve ser competente, com base em educação,
treinamento, habilidade e experiência apropriados.

6.2.2 Competência, conscientização e treinamento

A organização deve

a) determinar as competências necessárias para o pessoal que executa trabalhos que afetam a qualidade do produto,

b) fornecer treinamento ou tomar outras ações para satisfazer essas necessidades de competência,

c) avaliar a eficácia das ações executadas,

d) assegurar que o seu pessoal está consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de como elas
contribuem para atingir os objetivos da qualidade, e

e) manter registros apropriados de educação, treinamento, habilidade e experiência (ver 4.2.4).


12 NBR 14919:2002

6.2.2.1 Treinamento especifico

Além de dar treinamento básico sobre a. teoria e a prática das boas práticas de fabricação, pessoas recente.mente
contratadas devem receber treinamento apropriado quanto às suas atribuições. Cada área da organização deve
desenvolver um treinamento contínuo e proceder à avaliação da sua eficácia. Quando necessário, devem ser colocados à
disposição programas de treinamento aprovados, tanto pelo responsável pela produção, quanto pelo responsável pelo
controle da qualidade, e devem ser mantidos registros destes treinamentos (ver 4.2.4).

o pessoal que estiver trabalhando em áreas onde houver risco de contaminação, ou seja, áreas limpas ou áreas onde são
manipulados materiais altamente ativos, tóxicos, infecciosos ou sensibilizantes, deve passar por treinamento específico.

Visitantes e pessoas não treinadas não devem ter acesso às áreas de produção. Se necessário, os visitantes devem ser
antecipadamente informados sobre a higiene pessoal e o uso de vestimentas protetoras, e devem ser acompanhados por
pessoalautorizado.

6.3 Infra-estrutura

A organização deve determinar, prover e manter a infra-estrutura necessária para alcançar a conformidade com os
requisitos do produto. A infra-estrutura inclui, quando aplicável

a) edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas,

b) equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto programas de computador), e

c) serviços de apoio (tais como transporte e comunicação).

6.4 Ambiente de trabalho

A organização deve determinar e gerenciar as condições do ambiente de trabalho necessárias para alcançar a
conformidade com os requisitos do produto.

7 Realização do produto

7.1 Planejamento da realização do produto

A organização deve planejar e desenvolver os processos necessénos para a realização do produto. O planejamento da
realização do produto deve ser coerente com os requisitos de outros processos do sistema de gestão da qualidade
(ver 4.1).

Ao planejar a realização do produto, a organização deve determinar o seguinte, quando apropriado:

a) objetivos da qualidade e requisitos para o produto;

b) a necessidade de estabelecer processos e documentos e prover recursos específicos para o produto;

c) verificação, validação, monitoramento, inspeção e atividades de ensaio requeridos, específicos para o produto, bem
como os critérios para a aceitação do produto;

d) registros necessários para fornecer evidência de que os processos de realização e o produto resultante atendem
aos requisitos (ver 4.2.4). .

A saída deste planejamento deve ser de forma adequada ao método de operação da organização.

NOTA 1 - Um documento que especifica os processos do sistema de gestão da qualidade (incluindo os processos de realização do
produto) e os recursos a serem aplicados a um produto, empreendimento ou contrato especifico, pode ser referenciado como um
plano da qualidade.

NOTA 2 - A organização também pode aplicar os requisitos apresentados em 7.3 no desenvolvimento dos processos de realização
do produto
NBR 14919:2002 13

7.2 Processos relacionados a clientes


7.2.1 Detennlnação de requisitos relacionados ao produto

A organização deve determinar


a) os requisitos especificados pelo cliente, incluindo os requisitos para entrega e para atividades de pós-entrega,

b) os requisitos não declarados pelo cliente, mas necessários para o uso especificado ou intencional, onde conhecido,

c) requisitos estatutários e regulamentares relacionados ao produto, e


d) qualquer requisito adicional determinado pela organização.

7.2.2 Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto

A organização deve analisar criticamente os requisitos relacionados ao produto. Esta análise critica deve ser realizada
antes da organização assumir o compromisso de fornecer um produto para o cliente (por exemplo, apresentação de
propostas, aceitação de contratos ou pedidos, aceitação de alterações em contratos ou pedidos) e deve assegurar que

a) os requisitos do produto estão definidos,

b) os requisitos de contrato ou de pedido que difiram daqueles previamente manifestados estão resolvidos, e

c) a organização tem a capacidade para atender aos requisitos definidos.

Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica e das ações resultàntes dessa análise (ver 4.2.4).

Quando o cliente não fomecer uma declaração documentada dos requisitos, a organização deve confirmar os
requisitos do cliente antes da aceitação.

Quando os requisitos de produto forem alterados, a orga('lização deve assegurar que os documentos pertinentes são
complementados e que o pessoal pertinente é alertado sobre os requisitos alterados.

NOTA - Em algumas situações, como vendas pela intemet, uma análise critica formal para cada pedido é impraticável. Nesses casos,
a análise critica, pode compreender as informações pertinentes ao produto, tais como cat~l~os ou material de propaganda.

7.2.3 Comunicação com o cliente

A organização deve determinar e tomar providências eficazes para se comunicarcom os clientes em relação a
a) informaçõessobre o produto,
b) tratamento de consultas, contratos ou pedidos, incluindoemendas, e
c) realimentação do cliente, incluindosuas reclamações.
7.3 Projeto e desenvolvimento
7.3.1 Planejamento do projeto e desenvolvimento

A organização deve planejar e controlaro projeto e desenvolvimentode produto.

Durante o planejamento do projetoe desenvolvimento a organização deve determinar


a) os estágios do projeto e desenvolvimento,

b) a análise crítica, verificaçãoe validação que sejam apropriadas para cada fase do projeto e desenvolvimento,e

c) as responsabilidades e autoridades para projeto e desenvolvimento;.


A organização deve gerenciar as interfaces entre diferentes grupos envolvidos no projeto e desenvolvimento para
assegurar a comunicação eficaz e a designação clara de responsabilidades.

As saidas do planejamento devem ser atualizadas apropriadamente. na medida que o projeto e o desenvolvimento
progredirem.
7.3.1.1 Especialidades para qualificação de pessoal

A organização deve qualificar pessoal, quando apropriado, nas seguintes especialidades:

a) validações de projeto, processo e produto;

b) controle estatístico do processo.

---
14 NBR 14919:2002

7.3.1.2 Concepção de projeto

A organização deve definir requisitos a serem atendidos pelo produto elo,! ~erviçQ, incluindo:

0.0
a) requisitos de garantia da qualidade;

b) requisitos de performance oriundos do cliente ou do mercado;

c) requisitos aplicáveis ao meio ambiente interno e externo;

d) requisitos oriundos de projetos similares;

e) fluxo de pessoal e material necessário à realização do projeto;

f) tipos de materiais a serem utilizados na realização do projeto;

g) tipos de acabamento para o produto e/ou serviço resultante do projeto;

h) qualquer outro requisito que seja essencial para o projeto ou desenvolvimento.

7.3.1.3 Qualificação do projeto


As diversas fases do projeto devem ser qualificadas com base em critérios de avaliação previamente estabelecidos. As
qualificações realizadas durante o desenvolvimento de projeto devem ser documentadas.

Entre as fases a serem documentadas, devem ser incluídas, quando aplicável:

a) qualificação de instalação;

b) qualificação operaciona/;

c) qualificação de edificações;

d) qualificação de utilidades;

e) qualificação de serviços;

f) qualificação de equipamentos.

Um grupo técnico deve ser responsável pela execução das atividades de qualificação. As finalizações das fases de
qualifícação devem ser acompanhadas de um relatório aprovado formalmente pelo responsável pelo projeto.

7.3.2 Entradas de projeto e desenvolvimento

Entradas relativas a requisitos de produto devem ser determinadas e registros devem ser mantidos (ver 4.2.4). Essas
entradas devem incluir

a} requisitos de funcionamento e de desempenho.

b} requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis,

c} onde aplicável. informações originadas de projetos anteriores semelhantes, e

d} outros requisitos essenciais para projeto e desenvolvimento.

Essas entradas devem ser analisadas criticamente quanto à adequação. Requisitos devem ser completos, sem
ambigüidades e não conflitantes entre si.

7.3.3 Saídas de projeto e desenvolvimento

As saídas de projeto e desenvolvimento devem ser apresentadas de uma forma que possibilite a verificação em
relação às entradas de projeto e desenvolvimento e devem ser aprovadas antes de serem liberadas.

As saídas de projeto e desenvolvimento devem

a) atender aos requisitos de entrada para projeto e desenvolvimento,

b) fornecer informações apropriadas para aquisição, produção e para fornecimento de serviço,

c) conter ou referenciar critérios de aceitação do produto, e

d) especificar as características do produto que são essenciais para seu uso seguro e adequado.
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7.3.3.1 Aprovação da saida de projeto e desenvolvimento


Todo projeto que envolva produto, serviço, ediflCações, utilidades, equipamentos e qualquer outro item que afete, de
alguma maneira, a qualidade deve ser aprovado pelo sistema de garantia da qualidade antes da sua liberação.
7.3.4 Análise crítica de projeto e desenvolvimento

Devem ser realizadas, em fases apropriadas, análises criticas sistemáticas de projeto e desenvolvimento de acordo com
disposições planejadas (ver 7.3.1) para:

a) avaliar a capacidade dos resultados do projeto e desenvolvimento em atender aos requisitos, e

b) identificar qualquer problema e propor as ações necessárias.

Entre os participantes dessas análises críticas devem estar induidos representantes de funções envolvidas com o(s)
estágio(s) do projeto e desenvolvimento que está(ão) sendo analisado(s) criticamente. Devem ser mantidos registros
dos resultados das análises críticas e de quaisquer ações necessárias (ver 4.2.4).

7.3.4.1 Requisitos especificos

As análises criticas para projeto e/ou desenvolvimento devem incluir:

a) avaliação das diversas qualifICações realizadas durante a concepção e execução dó projeto;

b) aprovação formal dos relatórios utilizados no desenvolvimento do projeto, metodologias utilizadas para qualificar cada
etapa do projeto, os critérios de aceitação utilizados para os ensaios de aceitação e referências bibliográficas utilizadas
durante a realização do projeto.

7.3.5 Verificação de projeto e desenvolvimento

A verificação deve ser executada conforme disposições planejadas (ver 7.3.1), para assegurar que as saídas do projeto e
desenvolvimento estejam atendendo aos requisitos de entrada do projeto e desenvolvimento. Devem ser mantidos
registros dos resultados da verificação e de quaisquer ações necessárias (ver 4.2.4).

7.3.5.1 Requisito específico

O projeto deve ser verificado, quando aplicável, de maneira prospectiva, concorrente e retrospectiva durante o seu
desenvolvimento. As verificações devem ser descritas em procedimentos documentados, contendo a metodologia a ser
empregada e os critérios de aceitação definidos com base em normas e legislações vigentes.

Os procedimentos de verificação devem ser aprovados pelo responsável do projeto antes de entrarem em uso.
Os resultados da verifICaçãodevem ser divulgados através de relatório aprovado pelo responsável do projeto.

7.3.6 Validação de projeto e desenvolvimento

A validação do projeto e desenvolvimento deve ser executada conforme disposições planejadas (ver 7.3.1), para
assegurar que o produto resultante é capaz de atender aos requisitos para aplicação especificada ou uso intencional,
onde conhecido. Onde for praticável, a validação deve ser conduída antes da entrega ou implementação do produto.
Devem ser mantidos registros dos resultados de validação e de quaisquer ações necessárias (ver 4.2.4).

7.3.6.1 Requisitos específicos de validação

Os processos envolvidos com a fabricação do produto devem ser validados para:

a) provar que o processo está fazendo aquilo que ele foi proposto em realizar, ou seja, que o processo está sob controle;

b) determinaras variáveis de processo e os limites de aceitação para estas variáveis, e para colocá-Iasapropriadamente
dentro do controle do processo.

7.3.6.2 Protocolos de validação .


Os protocolos de validação para equipamentos, sistemas e edificações devem ser divididos em pelo .menos três estágios
de qualificação:

a) qualificação de instalação;

b) qualificação operacional;

c) qualificação de performance.

As organizações devem atender aos requisitos estabelecidos na RDC nO 134 - Diretrizes suplementares parte C item 19.

-- --
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"
7.3.7 Controle de alterações de projeto e desenvolvimento

As alterações de projeto e desenvolvimento devem ser .identificadas e registros devem ser mantidos. As alterações
devem ser analisadas criticamente, verificadas e validadas, como apropriado. e aprovadas antes da sua
implementação. A análise crítica das alterações de projeto e desenvolvimento deve incluir a avaliação do efeito das
alterações em partes componentes e no produto já entregue. .

Devem ser mantidos registros dos resultados da análise critica de alterações e de quaisquer ações necessárias
(ver 4.2.4).
7.3.7.1 Requisito específico
Todas as alterações de projeto, incluindo aquelas propostas pela organização, devem ter aprovação escrita pelo
contratante, ou renúncia de tal aprovação, antes da implementação da produção. Todas as alterações do projeto devem
ser validadas conforme descrito em 7.3.6.
7.3.8 Características gerais de projeto e construção
A organização deve assegurar pelo menos as seguintes caracteristicas nos projetos novos e existentes:

a) qualquer edificação usada na produção ou armazenamento de produtos farmacêuticos deve possuir tamanho adequado.
A construção e a localização devem ser apropriadas para a manutenção, operação e facilitar as atividades de limpeza;

b) qualquer edificação deve ter espaço adequado para ordenar a colocação dos equipamentos e materiais para prevenir
erros entre os diferentes materiais e a contaminação cruzada. O fluxo de componentes, produtos em recipientes,
embalagens, rótulos, materiais em processo, produtos e pessoas através das edificaçõesdeve ser projetado para prevenir
contaminação ou erros;

c) as operações devem ser realizadas dentro de áreas especificamente definidas e de tamanho adequado. Estas áreas
devem ser separadas ou claramente definidas ou também possuir outros sistemas de controle para prevenir contaminação
ou erros durante a operação;
d) as edificações devem ser projetadas com iluminação, ventilação, sistema de filtração de ar, utilidades em geral em
conformidade com as boas práticas de fabricação e normas especificas;
e) as edificações devem ser projetadas e equipadas de forma a permitir a máxima proteção contra a entrada de insetos e
outros animais;
f) as áreas auxiliares (laboratórios, refeitórios, manutenção, entre outras) devem ser separadas das demais áreas de
produção. Os vestiários, lavatórios e os banheiros devem ser de fácil acesso e apropriados para o número de usuários,
não podendo ter comunicação com as áreas de produção e armazenamento;
g) as áreas de armaze'lamento devem ser projetadas e adaptadas de forma a assegurar condições adeq:;adas de
estocagem;
h) as áreas de pesagem devem ser projetadas com sistema de exaustão apropriado, separando a pesagem da matéria-
prima e do produto;
1) os laboratórios de controle devem ser projetados de forma a se adequarem às operações neles realizadas, de modo a
evitar a ocorrência de erros e de contaminação cruzada. O projeto do laboratório deve levar em consideração a adequação
dos materiais de construção, ventl1ação e a prevenção de fumaça;
j) os equipamentos devem ser projetados e construidos de forma adequada às operações a serem realizadas. O projeto e
a estrutura dos equipamentos devem visar a redução dos riscos de erro e permitir que os equipamentos sejam
efetivamente limpos e mantidos, para evitar a contaminação cruzada, o acúmulo de poeira e sujeiras. As partes dos
equipamentos que entram em contato com o produto não devem ser reativas, aditivas ou absorvidas de forma a afetarem a
segurança, identidade, durabilidade, qualidade e pureza do produto;
k) as substâncias requeridas para operação, como lubrificantes ou refrigerantes, não devem entrar em contato com os
componentes, produtos e materiais processados nos equipamentos. Os equipamentos utilizados na produção devem ser
projetados, dispostos e mantidos de forma a servir ao uso para os quais tenham sido designados;
I) os equipamentos devem ser apropriadamente projetados quanto ao tamanho e localização para seu uso pretendido e
para sua limpeza e manutenção.
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7.4 Aquisição

.7.4.1 Processo de aquisição

A organização deve assegurar que o produto adquirido está conforme com os requisitos especificados de aquisição. O
tipo e extensão do controle aplicado ao fornecedor e ao produto adquirido devem depender do efeito do produto
adquirido na realização subseqüente do produto ou no produto final.

A organização deve avaliar e selecionar fornecedores com base na sua capacidade em fornecer produtos de acordo
com os requisitos da organização. Critérios para seleção. avaliação e reavaliação devem ser estabelecidos. Devem
ser mantidos registros dos resultados das avaliações e de quaisquer ações necessárias, oriundas da avaliação (ver
4.2.4).
7.4.1.1 Requisito específico

Todos os materiais adquiridos pela organização e que forem diretamente utilizados no processo de fabricação devem
seguir as recomendações de boas práticas e fabricação quanto ao controle de conformidade das especificações,
condições de armazenamento, bem como procedimentos de identificação, manuseio e descarte.

7.4.1.2 Condições regulamentares


Toda aquisição de produtos, materiais e serviços utilizados na produção de produtos farmacêuticos deve satisfazer aos
requisitos regulamentares vigentes aplicáveis.

7.4.1.3 Requisitos para a qualificação de fornecedores de matérias-primas e material de embalagem

O processo de aquisição das matérias-primas e material de embalagem deve ser realizado por pessoal que detenha
competências definidas e conhecimento dos produtos e dos fornecedores.

As matérias-primas e materiais de embalagem devem ser adquiridos somente de fornecedores previamente selecionados,
avaliados, aprovados e indicados nas especificações estabelecidas pela organização.

7.4.1.4 Desempenho de fornecedores


A freqüência de avaliação em fornecedores, se aplicável, deve ser estabelecida pela organização. A organização deve
exigir dos seus fornecedores que o desempenho de entrega seja dentro do prazo acordado; e a organização deve
providenciar informações adequadas de planejamento e compromisso de aquisição, de forma a permitir que os
fornecedores atendam a esta expectativa.

7.4.1.5 Requisito específico

A organização somente deve adquirir produtos, materiais ou serviços de fornecedores aprovados conforme 7.4.1.1e
7.4.1.2.

7.4.1.6 Substâncias perigosas

A organização deve ter um procedimento documentado para assegurar o atendimento às regulamentações


governamentais com relação a cargas tóxicas e perigosas de produtos adquiridos. Informações sobre a segurança do
produto devem ser fornecidasjuntamente com ele.

7.4.1.7 Substâncias e medicamentos especiais

A organização deve ter um procedimento documentado para assegurar o atendimento às regulamentações


governamentais com relação às substâncias e medicamentos especiais, assim definidos:

- entorpecentes;
- psicotrópicos;
-anorexígenos;
- retinóicos;
- imunossupressores;
- antiretrovirais;
- anabolizantes;
- precursores de entorpecentes e psicotrópicos;

-plantas que possam originar substâncias entorpecentes e psicotrópicas.

-
NOTA O uso de contratados designados pela organização não a isenta da responsabilidade para assegurar a garantia das partes
contratadas. materiais ou serviços.
18 NBR 14919:2002

7.4.2 Informações de aquisição

As informações de aquisição devem descrever o produto a ser adquirido e incluir, onde apropriado, requisitos para

a) aprovação de produto, procedimentos, processos e equipamento,

b) qualificaçãode pessoal, e

c) sistema de gestão da qualidade.


A organização deve assegurar a adequação dos requisitos de aquisição especificados antes da sua comunicação ao
fornecedor.

7.4.3 Verificação do produto adquirido

A organização deve estabelecer e implementar inspeção ou outras atividades necessárias para assegurar que o
produto adquiridoatende aos requisitos de aquisição especificados.
Quando a organização ou seu cliente pretender executar a verificaçãonas instalações do fornecedor, a organização
deve declarar nas informações de aquisição, as providências de verificação pretendidas e o método de liberação de
produto.
7.4.3.1 Verificação pela organização do produto adquirido
Para cada entrega, os recipientes dos materiais,. matérias-primas e insumos devem ser verificados quanto à
correspondência entre o pedido, a nota. de entrega. e os rótulos dos fornecedores. A organização deve verificar a
documentação que contém dados sobre a segurança, manuseio e estocagem, quando especificado.

7.4.3.2 Reconciliação técnica e documental

A avaliação dos produtos deve incluir a revisão e análise da documentação de produção pertinente, bem como a avaliação
dos desvios dos procedimentos especificados.

A liberação dos produtos finais deve ser feita por pessoal autorizado responsável pelas atividades de controle da
qualidade.
7.4.3.3 Verificação da qualidade dos produtos recebidos
Todos os materiaisrecebidos devem ser verificados de forma que seja assegurada qLiea entrega esteja em conformidade
com o pedido e as especifICações.As embalagensdevem ser limpas e, quandoaplicável,rotuladascom a data de
validade.
Danos causados aos recipientes ou qualquer outro problema que possa afetar adversamente a qualidade de determinado
material devem ser registrados, relatados aos responsáveis pelas atividades de controle da qualidade e investigados (ver
8.3).
Somente matérias-primas liberadas pelos responsáveis pelas atividades de controle da qualidade e que estejam dentro
dos respectivos prazos de validade devem ser utilizadas.

NOTA - A Organização pode aceitar um certificado de análise emitido pelo fornecedor, desde que a sua confiabilidade seja estabelecida
através da validação periódica dos resultados apresentados e através de auditoria em suas instalações. sendo os certificados originais
para assegurar sua autenticidade.

7.5 Produção e fornecimento de serviço

7.5.1 Controle de produção e fornecimento de serviço

A organização deve planejar e realizar a produção e o fornecimento de serviço sob condições controladas. Condições
controladas devem incluir, quando aplicável

a} a disponibilidade de informações que descrevam as caracteristicas do produto,

b) a disponibilidade de instruções de trabalho, quando necessário,

c) o uso de equipamento adequado,

d) a disponibilidade e uso de dispositivos para monitoramento e medição,

e) a implementação de medição e rnonitorarnento,e


f) a irnplernentação da liberação, entrega e atividades pós-entrega.
_.
NBR 14919:2002 19

7.5.1.1 Operações de processamento de produtos


_ A organização deve atender aos seguintes requisitos:

a) os controles especificos para fabricação de produtos farmacêuticos estéreis devem estar em conformidade com os
critérios de aceitação e as normas existentes;

b) medidas devem ser tomadas para evitar e prevenir a contaminação cruzada e a efICiência de tais medidas e verificadas
periodicamente através de controle definido em procedimento documentado;

c) os desvios ocorridos devem ser analisados e aprovados por escrito por uma pessoa designada, com o envolvimento do
responsável pelo controle de qualidade;

d) as operações de produção devem seguir procedimentos documentados, em conformidade com as autorizações para
fabricação e comercialização, com o objetivo de que sejam obtidos produtos dentro dos padrões de qualidade exigida;

e) conferências quanto ao procedimento de reconciliação devem ser realizadas de forma a assegurar que não haja
discrepâncias além dos limites aceitáveis predeterminados para cada produto;

f) todas as etapas do processamento dos materiais, recipientes a granel, equipamentos e salas devem ser identificadas, de
modo que sejam conhecidos o produto ou material que está sendo processado, sua concentração, quando aplicável, e o
número do lote. Quando necessário, a identificação também deve mencionar o estágio de produção;

g) o acesso às instalações de produção deve ser restrito ao pessoal autorizado;

h) os produtos não medicinais não devem ser produzidos em áreas ou equipamentos destinados à produção de produtos
farmacêuticos;

I) quando forem utilizados materiais e produtos secos, devem ser tomadas precauções especiais no sentido de que sejam
evitadas a formação e a disseminação de poeira;

j) verificações devem ser realizadas no sentido de assegurar que as conexões entre os equipamentos utilizados para o
transporte de produtos de uma área para outra estejam conectadas de forma correta;

k) as tubulações utilizadas no transporte de água purificada e/ou para injetáveis devem ser limpas segundo os
procedimentos documentados que detalhem os limite:; de ações preventivas contra a contaminação microbiológica.
O mesmo deve ser considerado para outras utilidades a serem usadas no processo de produção de produtos
farmacêuticos;

'Q as tubulações fixas devem ser claramente identificadas, indicando o conteúdo F;a direção do fluxo;

m) os equipamentos defeituosos ou fora de uso devem ser removidos das áreas de produção e de controle, ou pelo menos
devem ser identificados como tal. " . -'

NOTA -Atenção especial deve ser dada à instalação de conexões ou adaptadores em tubulações contendo gases ou liquidos perigosos.

7.5.1.2 Requisitos específicos para a área de produção


As áreas de produção devem assegurar que:

a) produtos farmacêuticos à base de material altamente sensibilizante e/ou alergênico sejam manipulados em instalações
exclusivas e separadas dos demais produtos farmacêuticos, tais como: penicilinas e derivados, preparados biológicos com
microorganismos vivos, substâncias citotóxicas ou altamente ativas;

b) pesticidas e/ou herbicidas sejam fabricados em instalações distintas daquelas utilizadas para produção farmacêutica;

c) as instalações estejam dispostas de forma a permitirem que a produção seja feita em áreas contíguas em ordem lógica,
correspondente à seqüência das operações e aos niveis exigidos de limpeza;

d) a adequação do espaço de trabalho e de armazenamento considerado adequado permita o posicionamento lógico e


ordenado dos equipamentos e dos materiais, de forma que o risco de omissão de adição ou aplicação errônea de
quaisquer etapas de fabricação e controle seja minimizado. A contaminação cruzada entre produtos deve ser prevenida e
evitada;

e) paredes, piso e teto de áreas onde matérias-primas, produtos intermediários ou a granel estejam expostos sejam lisos e
livres de rachaduras e juntas abertas. Também não devem acumular ou soltar partículas;

f) os ralos sejam de tamanho adequado e equipado com sifão para evitar refluxos. Canais de drenagem abertos devem ser
evitados, porém, se forem indispensáveis, devem ser rasos para facilitar a limpeza e desinfecção;

g) as áreas de produção sejam efetivamente ventiladas, com unidades de controle de ar com o grau de filtração de ar
apropriado aos produtos manipulados, às operações realizadas e ao ambiente externo. Essas áreas devem ser
monitoradas continuamente, a fim de assegurar o cumprimento de suas especificações do projeto;

h) as áreas de produção sejam iluminadas de acordo com as necessidades do processo e do produto.


20 NBR 14919:2002

7.5.1.3 Operações de embalagem


As áreas de operação de embalagem devem assegurar...{;/ue:

a) produtos diferentes não sejam embalados perto uns dos outros, a menos que haja separação física ou sejam aplícados
métodos de vígilâncíaeletrôníca;

b) a liberação da linha de embalagem seja feita mediante uma inspeção apropriada e registrada para veriflC8r todos os
controles necessários (ver 4.2.4);

c) todos os produtos e materiais de embalagem a serem utilizadossejam conferidos quanto à quantidade, identidade e
conformidade com as instruções de embalagem, imediatamente antes de serem entregues para processamento;

d) o nome e o número de lote do produto em processo sejam indicados em cada estágio ou línha de embalagem;

e) através de procedimentos documentados não ocorram misturas ou erros de rotulagem;

f) o co"eto desempenho das operações de ímpressão, feitas separadamente ou no deco"er do processo de embalagem,
seja verificado e registrado. As impressões manuais devem ser reconferidas em intervalos regulares;

g) a verifICaçãodos leitores eletrônicos seja realizada sempre que a conferência de todos os rótulos dentro da linha de
embalagem for feita por meio automático eletrônico;

h) o controleem processo de produto durante a embalagem incluapelo menos a verifICaçãodos seguíntes itens: aspecto
geral das embalagens, se as embalagens estão completas,se estão' sendo utilizados os produtos e os materiais de
embalagem co"etos, se as impressões realizadas estão co"etas e o funcionamento correto dos monitores de línha;

Q qualquer discrepância sígnificativa ou não usual observada durante a reconciliação do montante de produto a granel, nos
rótulos de embalagem impressos e no número de unidade produzida, seja ínvestígada e satisfatoriamente contabílizada
antes de a produção ser liberada;

j) todo o material de embalagem, marcado com c6dígos de lotes que não for utílizado, seja destruído e regístrado após
cada operação. Os materiais ímpressos devolvidos ao estoque devem terprocedimentos documentados.

7.5.1.4 Processo de prevenção de contaminação cruzada

A contaminação cruzada deve ser evitada através de técnicas apropriadas ou medidas organizacionais, tais como:

a) produção em áreas segregadas ou em campanhas, acompanhadas de processos de limpeza adequados;

b) utilização de antecâmaras de ar, diferença de pressão e exaustão de ar;

c) utilização de roupas protetoras nas áreas onde estejam sendo processados produtos que apresentam risco especial de
contôminação;

d) procedimentos documentados de limpeza e descontaminação com eficácia comprovada;

e) adoção de um sistema de produção fechado;

f) utilização de rótulos, indicando o estado de limpeza nos equipamentos;

g) procedimentos documentados para a prevenção da contaminação cruzada;

h) monitoramento microbiológico periódico nas áreas de produção onde estiverem sendo processados produtos
suscetíveis.

7.5.1.5 Regulamentações governamentais de segurança e meio ambiente

A organização deve ter disponível um processo para garantir o atendimento às regulamentações governamentais de
segurança e meio ambiente, incluindo aquelas relativas a manuseio, reciclagem, eliminação ou disposição de materiais
perígosos. Registros que atestem a conformidade com as regulamentações devem ser controlados (ver 4.2.4).

7.5.1.6 Alterações de processo

A organização deve ter procedimentos "documentados e manter registros das alterações de processo (ver 7.5.1).
As alterações de processo devem ser validadas (ver 7.5.2). Estas alterações devem ser aprovadas pelo sistema de gestão
da qualidade em conjunto com a produção.

O registro geral do produto, quando aplicável, deve ser alterado de acordo com a legislação vigente.
NBR 14919:2002 21

7.5.1.7 Condições específicas de entrega

A organização deve assegurar que:

a) o faturamento de um lote de produto só seja autorizado pela garantia da qualidade após sua liberação pelos laboratórios
de controle e a reconciliação técnica e documental;

b) a qualidade do produto não seja alterada durante o transporte;

c) as empresas distribuidoras tenham instrução adequada das necessidades de armazenamento de seus produtos;

d) sejam mantidos cadastro e listagem por número de lote, de quantos e quais lotes foram vendidos, para quais empresas,
hospitais e demais clientes;

e) produtos cujo prazo de validade esteja próximo de se expirar não seja faturado e posto à venda. A organização deve
definir o prazo de validade minimo possivel de faturamento do produto.

7.5.2 Validação dos processos de produção e fornecimento de serviço

A organização deve validar quaisquer processos de produção e fornecimento de serviço onde a salda resultante não
possa ser verificada por monitoramento ou medição subseqüente. Isso indui quaisquer processos onde as deficiências s6
ficarem aparentes depois que o produto esteja em uso ou o serviço tenha sido entregue.

A validação deve demonstrar a capacidade desses processos de alcançar os resultados planejados.

A organização deve tomar as providências necessárias para esses processos, induindo, quando aplicável

a) critérios definidos para análise critica e aprovação dos processos,

b) aprovação de equipamento e qualificação de pessoal,

c) uso de métodos e procedimentos especificas,

d) requisitos para registros (ver 4.2.4), e

e) r~validação.

7.5.2.1 Requisito específico

Deve sei mantido relatório com o resumo dos resultados obtidos e das conclusões do processo de validação.
Os processos e procedimentos devem ser estabelecidos de acordo com os resultados de estudo de validação, e devem
sofrer revalidações periódicas, para que seja assegurado que eles permaneçam capazes de atingir os resultados
planejados. Atenção especial deve ser dada à validação dos processos, dos ensaios de controle e dos procedimentos de
limpeza.

7.5.3 Identificação e rastreabilidade

Quando apropriado, a organização deve identificar o produto por meios adequados ao longo da realização do produto.
A organização deve identificar a situação do produto no que se refere aos requisitos de monitoramento e de medição.
Quando a rastreabilidade é um requisito, a organização deve controlar e registrar a identificação única do produto
(ver 4.2.4).

NOTA - Em alguns setores de atividade, gestão de configuração é um meio pelo qual a identificação e rastreabilidade são mantidas.

7.5.3.1 Requisitos específicos

O sistema de numeração de lotes deve:

a) ser descrito em procedimento documentado;

b) garantir que haja uma relação entre as fases de processamento e respectiva fase de embalagem;

c) assegurar que sejam utilizados os mesmos números de lotes durante todas as fases de produção, o que também se
aplicaao reprocesso, e que seja acrescido um digito identificador;

d) atribuir imediatamente um número de lote, incluindo a data em que o referido número tiver sido atribuido, a identificação
do produto e o tamanho do lote.

--
-- ___ hh ... ...h ___

22 NBR 14919:2002

7.5.3.2 Identificação e rastreabilidade do processo

A organização deve reter de forma acessível e compreensível o registro relativo à fabricação e à distribuição de cada lote,
que possibilite o histórico completo de determinado lote a ser rastreado. Esta documentação deve ser composta de no
mínimo:

a) relatório de fabricação contendo etapas detalhadas de fabricação, equipamentos utilizados, rendimento teórico e
variações permitidas, métodos de controle em processo com instruções de amostragem e limites de aceitação;

b) relatório de embalagem contendo descrição dos recipientes para o acondicionamento, métodos de controle em processo
com instruções de amostragem e limites de aceitação, um exemplar de material codifICado assinado e datado por pessoal
designado para este fim;

c) laudo analítico contendo especificações do produto e critérios de aceitação.

Amostras sufICientes de matérias-primas e produtos devem ser retiradas, para que possam ser feitos exames futuros, se
necessário. As amostras recolhidas devem ser mantidas em suas embalagens finais, a menos que elas sejam
suficientemente grandes.

Os registros relativos à fabricação e à distribuição e também às amostras de produtos devem ficar retidos por pelo menos
cinco anos a contar da data de fabricação, considerando as determinações da regulamentação local.

7.5.3.3 RequIsitos específicos

Quando solicitado pelo cliente, a inspeção/verifICação, ou ensaio adicional, do pelo cliente deve ter a sua situação
identiflC8dae registrada (ver 4.2.4).

O produto em todas as suas fases deve ser identifICado quanto à sua situação de inspeção e ensaio como produto em
quarentena, aprovado e/ou reprovado:

7.5.4 Propriedade do cliente

A organização deve ter cuidado com a propriedade do diente enquanto estiver sob o controle da organização ou sendo
usada por ela. A organização deve identificar, verificar, proteger e salvaguardar a propriedade de cliente fornecida para
uso ou incorporação no produto. Se qualquer propriedade de cliente for perdida, danificada ou considerada inadequada
para uso, isso deve ser informado ao cliente e devem ser mantidos registros (ver 4.2.4).

NOTA - Propriedade do cliente pode incluir propriedade intelectual.

7.5.4.1 Contrato de fabricação e análise

Para que possa haver a fabricação ou análise de um produto, a organização responsável pela fabricação do produto e o
cliente devem:

a) firmar contrato de fabricação ou análise definido, acordado e controlado, de modo a evitar equivocos que possam
resultar em produto ou análise de qualidade insatisfatória;

b) estabelecer claramente as atribuições de cada parte, através de um documento escrito;

c) estabelecer a responsabilidade do representante técnico ou pessoa por ele autorizada quanto à liberação de cada lote
de produto para a venda e à emissão de certifICado de análise;

d) assegurar que todas as adequações técnicas para a fabricação, embalagem e análise do produto estejam de acordo
com o seu registro no Ministério da Saúde;

e) assegurar que o contrato englobe todas as fases de beneficiamento e análise às quais o produto venha sofrer, incluindo
todos os detalhes técnicos que se façam necessários;

f) assegurar que o contrato permita que o cliente faça auditorias das instalações, do processo e da documentação de
controle gerado pela organização;

g) assegurar que, em caso de contratação de análise, a aprovação para liberação do produto para a venda seja dada pelo
representante técnico ou pessoal por ele designado;

h) assegurar que os aspectos técnicos do contrato sejam redigidos por pessoas qualificadas, com conhecimento em
tecnologia farmacêutica, análise e boas práticas de fabricação;

i) assegurar que o contrato descreva claramente as partes responsáveis pela aquisição, pelo ensaio e pela liberação dos
insumos, bem como pela produção e pela realização dos controles da qualidade, incluindo os controles em processo,
assim como a parte responsável pela amostragem e pela análise. Em casos de contrato de análise, o contrato deve
estabelecer qual das partes fará a amostragem nas instalações da organização;

j) assegurar que os registros analíticos de fabricação, de distribuição e as amostras de referência sejam mantidos pela
organização ou colocados à disposição para o cliente contratante;
NBR 14919:2002 23

k) assegurar que todos os registros relevantes para a avaliação da qualidade de determinado produto, em caso de
reclamação ou suspeita de desvios da qualidade, estejam acessiveis e definidos nos procedimentos relativos aos
desvios/recolhimentos previstos pelo cliente;

Q assegurar que o contrato descreva os procedimentos ou os mencione, incluindo o fluxo de informações, a serem
obedecidos para o manuseio dos insumos, dos produtos intermediários e dos produtos acabados que forem rejeitados,
assim como o tratamento dado ao material impresso e processado descartado durante o processo e às sobras de materiais
impressos ou coletados para análise.

7.5.4.2 Responsabilidade do cliente

O cliente é responsável pela avaliação da competência da organização responsável pela fabricação do produto para
desempenhar o serviço ou ensaios requeridos. O cliente deve garantir, por contrato, que as boas práticas de fabricação e
laboratoriais sejam seguidas.

O cliente deve fornecer para a organização responsável pela fabricação do produto todas as informações necessárias para
que:

a) ela realize as operações contratadas de acordo com o registro do produto e a autorização de funcionamento;

b) sejam atendidas quaisquer exigências legais.

O cliente deve informar à organização responsável pela fabricação do produto os serviços ou ensaios que podem pôr em
risco suas instalações, seus equipamentos, seu pessoal, demais materiais ou outros produtos.

O cliente deve assegurar que todos os produtos processados e materiais entregues pela organização cumpram com suas
especificações, e/ou que o produto tenha sido liberado pelo responsável técnico da organização.

7.5.4.3 Responsabilidade da organização responsável pela fabricação do produto


A organização deve possuir instalações, equipamentos, conhecimento adequado" além de experiência e pessoal
competente para desempenhar satisfatoriamente o serviço solicitado pelo cliente. A contrataçãode fabricação somente
pode ser efetuada quando a organização possuir autorização de funcionamento condizente com a operação a ser
desenvolvida.

A organização não pode subcontratar os serviços a ela confiados, previstos no contrato, sem que o cliente aprove a sub-
contratação. Os contratos firmados entre a organização e os fomecedores devem prever as mesmas cláusulas de direitos
e deveres do contrato firmado entre o cliente e a organização.

A organização (leve abster-se de qualquer atividade que possa afetar adversamente a qualidade do pro':Juto fabricado e/ou
analisado para o cliente.

7.5.5 Preservação do produto

A organização deve preservar a conformidade do produto durante processo interno e entrega no destino pretendido.
Esta preservação deve induir identificação, manuseio, embalagem, armazenamento e proteção. A preservação
também deve ser aplicada às partes constituintes de um produto.

7.5.5.1 Requisitos específicos


As áreas de pesagem podem estar localizadastanto no almoxarifado,quantojunto à área de produção.

A pesagem de matérias-primas e o cálculo de rendimento através de métodos de pesagem devem ser realizados em áreas
separadas, projetadas para este fim, com sistema de ar-condicionadoespecifico, com exaustão localizada, que evite a
dispersão de pós. O sistema de ar deve ser qualificado (ver 7.5.2).

7.5.5.2 Condições para manuseio de matérias-primas


A organização deve assegurar que:

a) as matérias-primas sejam manuseadas por pessoas designadas, de acordo com procedimentos que garantam sua
corretapesagem e/ou medida em recipientes próprios, limpos e corretamente identificados;

b) cada material dispensado, assim como seus respectivos volumes ou massas, sejam conferidos e esta conferência
registrada;

c) os materiais fracionados para cada lote sejam mantidos juntos e visivelmente identificados como tal.

7.5.5.3 Condições para manuseio de materiais de embalagem


A organização deve assegurar que:

a) os rótulos cortados e demais impressos descartados sejam guardados e transportados em recipientes fechados
separados, de modo a evitar mistura;

b) os materiais impressos ou de embalagem obsoletos sejam destruidos e, como tal, registrados.


24 NBR 14919:2002

7.5.5.4 Condições de manuseio para produtos Intermediários, a granel e acabados

Os produtos intermediários e os produtos a granel assim adquiridos devem ser manuseadQs no recebimento como se
fossem matérias-primas.
7.5.5.5 Requisitos especificos de armazenamento
A organizaçãodeve assegurar que:
a) as instalações elétricas, iluminação, temperatura, umidade e ventilação sejam apropriadas, de modo a não afetarem
adversamente os produtos em todas as etapas de armazenamento;

b) quando houver necessidade de armazenamento de ferramentas e de peças na área de produção, estas sejam mantidas
em salas ou armáriosreservados para este fim;

c) a validade e a estabilidade de matérias-primas e/ou produtos sejam respeitadas e avaliadas em intervalos adequados;

d) as áreas de armazenamento sejam limpas, secas e mantidas dentro de limites de temperatura compatíveis com o
estudo de estabilidade dos produtos estocados;

e) quando houver a exigência de condições especiais de armazenamento, estas sejam providenciadas, veriflC8dase
monitoradas;

f) todos os materiais e produtos sejam armazenados sob condições apropriadas estabelecidas pelo fabricante e de forma
ordenada para que possa ser feita a separação dos lotes e a rotação do estoque, obedecendo à seguinte regra: usar
primeiramente o material que vencer primeiro;

g) os materiais impressos sejam estocados em condições seguras, para evitar o acesso de pessoas não autorizadas;

h) uma área separada seja destinada à coleta de amostras de matérias-primas. Se a amostragem for feita na área de
armazenamento, ela deve ser conduzida de forma a evitar a ocorrência de contaminação microbiológica e/ou cruzada;

I) estoques dos produtos ou materiais devolvidos, reprovados ou recolhidos sejam segregados durante o armazenamento
(ver 8.3);

j) materiais altamente ativos, perigosos, narcóticos, substâncias controladas ou que apresentem risco de incêndio ou
explosão sejam estocados em áreas seguras e protegidas.
7.5.5.6 Localização do produto
A organização deve estabelecer procedimento documentado para a localização dos proautos em todas as etapas do
processo de fabricação.
7.5.5.7 Estudos de estabilidade

Estudos de estabilidade de produtos acabados devem ser realizados e, quando aplicável, de produtos intermediários e
matérias-primas.

7.6 Controle de dispositivos de medição e monitoramento


, A organização deve determinar as medições e monitoramentos a serem realizados e os dispositivos de medição e
monitoramento necessários para evidenciar a conformidade do produto com os requisitos determinados (ver 7.2.1).
A organização deve estabelecer processos para assegurar que medição e monitoramento podem ser realizados e são
executados de uma maneira coerente com os requisitos de medição e monitoramento.
Quando for necessário assegurar resultados válidos, o dispositivo de medição deve ser
a) calibrado ou verificado a intervalos especificados ou antes do uso, contra padrões de medição rastreáveis a padrões de
medição internacionais ou nacionais; quando esse padrão não existir, a base usada para calibração ou verificação deve
ser registrada,
b) ajustado ou reajustado, quando necessário,
c) identificado para possibilitar que a situação da calibração sej;:ldeterminada,
d) protegido contra ajustes que possam invalidar o resultado da medição. e
e) protegido de dano e deterioração durante o manuseio, manutenção e armazenamento.
Adicionalmente, a organização deve avaliar e registra'r a validade dos resultados de medições anteriores quando
constatar que o dispositivo não está conforme com os requisitos. A organização deve tomar ação apropriada no
dispositivo e em qualquer produto afetado. Registros dos resultados de calibração e verificação devem ser mantidos (ver
4.2.4).
Quando usado na medição e monitoramento de requisitos especificados, deve ser confirmada a capacidade do software
de computador para satisfazer a aplicação pretendida. Isso deve ser feito antes do uso inicial e reconfirmado se
necessário.

NOTA- Ver NBR ISO 10012-1 e NBR ISO 10012-2 para orientação.

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NBR 14919:2002 25

8 Medição, análise e melhoria


8.1 Generalidades

A organização deve planejar e implementar os processos necessários de monitoramento, medição, análise e melhoria
para

a) demonstrar a conformidade do produto,

b) assegurar a conformidade do sistema de gestão da qualidade, e

c) melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade.

Isso deve incluir a determinação dos métodos aplicáveis, incluindo técnicas estatisticas, e a extensão de seu uso.

8.2 Medição e monitoramento

8.2.1 Satisfação dos clientes

Como uma das medições do desempenho do sistema de gestão da qualidade, a organização deve monitorar
informações relativas à percepção de cliente sobre se a organização atendeu aos requisitos do cliente. Os métodos
para obtenção e uso dessas informações devem ser determinados.

8.2.2 Auditoria interna

A organização deve executar auditorias internas a intervalos planejados para determinar se o sistema de gestão da
qualidade

a) está conforme com as disposições planejadas (ver 7.1), com os requisitos desta Norma e com os requisitos do
sistema de gestão da qualidade estabelecidos pela organização, e

b) está mantido e implementado eficazmente.

Um programa de auditoria deve ser planejado, levando em consideração a situação e a importância dos processos e
áreas a serem auditadas, bem como os resultados de auditorias anteriores. Os critérios da auditoria, escope,
freqüência e métodos devem ser definidos. A seleção dos auditores e a execução das auditorias devem assegumr
objetividade e imparcialidade do processo de auditoria. Os auditores não devem auditar o seu próprio trabalho.

As responsabilidades e os requisitos para planejamento e para execução de auditorias e para relatar os resultados e
manutenção dos registros (ver 4.2.4) devem ser definidos em um procedimento documentado.

O responsável pela área a ser auditada deve assegurar que as ações sejam executadas, sem demora indevida, para
eliminar não-conformidades detectadas e suas causas. As atividades de acompanhamento devem incluir a verificação
das ações executadas e o relato dos resultados de verificação (ver 8.5.2).

NOTA- Ver NBR ISO 10011-1, NBR ISO 10011-2 e NBR ISO 10011-3 para orientação.

8.2.3 Medição e monitoramento de processos

A organização deve aplicar métodos adequados para monitoramento e, quando aplicável, para medição dos processos
do sistema de gestão da qualidade. Esses métodos devem demonstrar a capacidade dos processos em alcançar os
resultados planejados. Quando os resultados planejados não são alcançados, devem ser efetuadas as correções e
executadas as ações corretivas, como apropriado, para assegurar a conformidade do produto.

8.2.4 Medição e monitoramento de produto

A organização deve medir e monitorar as caracteristicas do produto para verificar se os requisitos do produto têm sido
atendidos. Isso deve ser realizado em estágios apropriados do processo de realização do produto de acordo com as
providências planejadas (ver 7.1).

A evidência de conformidade com os critérios de aceitação deve ser mantida. Os registros devem indicar a(s)
pessoa(s) autorizada(s) a liberar o produto (ver 4.2.4).

A liberação do produto e a entrega do serviço não devem prosseguir até que todas as providências planejadas (ver 7.1)
tenham sido satisfatoriamente concluídas. a menos que aprovado de outra maneira por uma autoridade pertinente e,
quando aplicável, pelo cliente.
26 NBR 14919:2002

8.2.4.1 Controle da qualidade

As atividades de controle da qualidade devem ser aplicadas para todas as decisões concernentes à qualidade do produto
e devem ser independentes das atividades de produção. Os detentores de registros e autorização de funcionamento
devem realizar as atividades de controle da qualidade na organização.

A organização deve assegurar as seguintes atividades de controle da qualidade:

a) avaliar, manter e armazenar os padrões de referência das substâncias;

b) assegurar co"eta rotulagem dos recipientes dos materiais e dos produtos;

c) garantir a estabilidade dos principios ativos e garantir que os produtos sejam monitorados;

d) participar das reclamações relacionadas à qualidade do produto;

e) participar do monitoramento ambiental;

f) avaliar a qualidade e a estabilidade dos produtos farmacêuticos acabados;

g) avaliar a qualidade das matérias-primas e dos produtos intermediários;

h) fIXar as datas de vencimento e as especificações quanto ao prazo de validade, tendo como base os ensaios de
estabilidade relativos às condições de armazenamento:

Q determinar a estabilidade antes da comercialização e após quaisquer mudanças significativas nos processos,
equipamentos e materiais de embalagens.

O pessoal envolvido com as atividades de controle da qualidade deve ter acesso às áreas de produção para amostragem e
investigação quando necessário.

As metodologias dos testes de controle e ensaios devem ser validadas

8.2.4.2 Condições específicas da área de controle da qualidade

A Área de controle da qualidade deve assegurar que:

a) os laboratórios de controle da qualidade sejam separados das áreas de produção. As áreas onde forem empregados
métodos de ensaios microbiológicos, biológicos ou radioisótopos devem ser separadas umas das outras;

b) os laboratórios de controle sejam projetados de forma a se adequarem às operações neles realizadas e evitar a
contaminação cruzada. Os laboratórios devem ter espaço adequado e suficiente para armazenamento de amostras, de
padrões de referência e de registros;

c) os instrumentos e os equipamentos de laboratório de controle sejam adequados aos procedimentos e ensaios adota dos;

d) os equipamentos de lavagem e limpeza sejam escolhidos de forma que não constituam fonte de contamioação;

e) os equipamentos sejam protegidos de interferências elétricas, vibração, excesso de umidade e outros fatores externos.

8.2.4.3 Controle de reagentes e meios de cultura

A organização deve assegurar que:

a) todos os reagentes e meios de cultura sejam registrados ao serem recebidos ou preparados;

b) os reagentes feitos em laboratório sejam preparados de acordo com procedimentos descritos e apropriadamente
rotulados. Os rótulos devem conter a concentração, o fator de padronização, o prazo de validade, as condições de
armazenagem e a assinatura do responsável pela preparação;

c) os controles positivos e negativos sejam feitos, para que seja verificada a adequação do meio de cultura. O tamanho do
inóculo utilizado nos controles positivos deve ser apropriado à sensibilidade exigida.

8.2.4.4 Amostragem

A organização deve estabelecer procedimentos documentados e representatividade das amostras dos lotes de materiais
de onde tenham sido colhidas.
NBR 14919:2002 27

A amostragem deve ser conduzida de forma a evitar a oco"ência de contaminação cruzada ou outros efeitos sobre a
qualidade. Materiais potencialmente perigosos devem ter precauções especiais durante as atividades de amostragem.

Os equipamentos usados na amostragem devem ser limpos e, se aplicável, esterilizados e guardados separadamente dos
demais equipamentos laboratoriais.

Os recipientes para amostragem devem ser co"etamente identifICados.Devem ser utilizadosprocedimentos apropriados
que garantam a identificação do conteúdo de cada recipiente de matéria-prima.Os recipientes a granel dos quais tenham
sido retiradas amostras devem ser identifICados.

As amostras de cada lote do produto final devem ser mantidas por no mínimo um ano após a data de vencimento da
validade do produto. As matérias-primas,com exceção de solventes, gases e água, devem ser retidas pelo periodo mínimo
de dois anos, se assim permitirem as respectivas estabilidades. As amostras de materiais e produtos retidos devem ter
tamanho sufICiente,de modo a possibilitar que sejam realizadas pelo menos duas reanálises completas.

8.2.4.5 Critérios da qualidade para o recebimento do produto


O sistema de gestão da qualidade da organização deve adotar um ou mais dos seguintes métodos:

a) recebimento de dados estatísticos;

b) inspeção ou ensaios no recebimento (por e;;;;""'plo, amostragem baseada no desempenho do fornecedor);

c) avaliações ou auditorias de segunda ou terceira parte nas instalações dos fornecedores;

d) avaliação de matérias-primas por empresas ou laboratórios de ensaio credenciados;

e) certificados ou atestados de conformidade emitidos por fornecedores devem acompanhar cada recebimento e incluir os
resultados de ensaios, podendo ser utilizados em combinação com um ou mais métodos.

8.2.4.6 Requisitos específicos

Os produtos acabados devem conter princípios ativos que atendam à composição quantitativa e qualitativa do registro do
produto e devem apresentar a pureza exigida e estar adequadamente embalados e co"etamente rotulados.

Quando aplicável, os produtos reprovados devem ser reprocessados e atender a todas as especificações e critérios da
qualidade antes de serem aceitos e libGrados. Os lotes reprocessados não devem ser misturados com lotes normais de
produção.

8.3 Controle de produto não-conforme

A organização deve assegurar que produtos que não estejam conformes com os requisitos do produto sejam identificados
e controlados para evitar seu uso ou entrega não intencional. Os controles e as responsabilidades e autoridades
relacionadas para lidar com produtos não-conformes devem ser definidos em um procedimento documentado.

A organização deve tratar os produtos não-conformes por uma ou mais das seguintes formas:

a) execução de ações para eliminar a não-conformidade detectada;

b) autorização do seu uso, liberação ou aceitação sob concessão por uma autoridade pertinente e, onde aplicável, pelo
cliente;

c) execução de ação para impedir o seu uso pretendido ou aplicação originais.

Devem ser mantidos registros sobre a natureza das não-conformidades e quaisquer ações subqüentes executadas,
induindo concessões obtidas (ver 4.2.4).

Quando o produto não-conforme for corrigido, esse deve ser reverificado para demonstrar a conformidade com os
requisitos.

Quando a não-conformidade do produto for detectada após a entrega ou inicio de seu uso, a organização deve tomar as
ações apropriadas em relação aos efeitos, ou potenciais efeitos, da não-conformidade.

- --- -
28 NBR 14919:2002

"
8.3.1 Desvios da qualidade no processo

Quaisquer desvios da qualidade dos materiais, do produto, serviço ou processo devem ser registrados e investigados.

8.3.1.1 Critérios para retrabalho de produtos

o retrabalho de produto em processo e produtos acabados deve ser realizado em caráter excepcional, de acordo com
procedimentos documentados, e os seus registros devem ser mantidos (ver 4.2.4).

A decisão do retrabalho da totalidade ou parte do lote deve ser feita avaliando os riscos envolvidos, considerando os
prazos de validade. Todo o produto retrabalhado deve atender às especificações, para ser liberado.

Todo lote retrabalhado deve receber uma nova codificação que identifique a operação realizada e deve ser retirada
amostra para retenção do produto.

Quando o retrabalho envolver o princípio ativo do produto, este deve ter a sua estabilidade avaliada antes da liberação.

8.3.2 Reclamação eIou devolução do mercado

A responsabilidade pela análise crítica e a autoridade para a disposição de produto reclamado e/ou devolvido, em qualquer
circunstância, é do farmacêutico responsável e do representante da garantia da qualidade.

o produto sob reclamação e devolução deve ter sua documentação analisada criticamente de acordo com procedimentos
documentados,' abrangendo outros lotes do mesmo produto e outros produtos.

Todas as ações decorrentes de reclamação e/ou devolução do mercado devem ser registradas (ver 4.2.4).

8.3.3 Recolhi~ento de produto


A organização deve estabelecer e manter procedimentos documentados para a retirada imediata e efetiva de produtos do
mercado que apresentem ou estejam sob suspeita de desvio da qualidade.

A análise crítica sobre o recolhímento de um produto e a coordenação dos recolhimentos deve ser feita pelo farmacêutico
responsável e pelo representante da garantia da qualidade.

As autoridades competentes devem ser informadas sobre qualquer recolhimento de produto ou produto sob suspeita de
desvios da qualidade.

A comunicação do recolhimento deve ser feita para as seguintes partes envolvidas:

a) autoridades sanitárias do país onde houver comercialização;

b) distribuidores;

c) farmácias e drogarias;

d) classe médica;

e) hospitais e clínicas;

f) veículos de comunicação (mídia), quando aplicável.

Uma pessoa deve ser designada pelo responsável técnico para a execução e coordenação dos recolhimentos e ações
posteriores.

A efetividade das atividades relativas ao recolhimento de produto deve ser avaliada periodicamente.

Os registros sobre a distribuição do produto devem conter informações suficientes para que o produto em questão seja
efetivamente retirado do mercado e para que as ações de recolhimento sejam imediatamente iniciadas.

Todos os recolhimentos de produto devem ser registrados para fins de ação corretiva (ver 8.5.2). Os produtos recolhidos
devem ser processados conforme estabelecido em 8.3.

Um relatório final deve ser emitido, incluindo a reconciliação entre as quantidades expedidas e as quantidades recolhidas.
NBR 14919:2002 29

8.4 Análise de dados

A organização deve determinar, coletar e analisar dados apropriados para demonstrar a adequação e eficácia do sistema
de gestão da qualidade e para avaliar onde melhorias continuas da eficácia do sistema de gestão da qualidade podem ser
realizadas. Isso deve incluir dados gerados como resultado do monitoramento e das medições e de outras fontes
pertinentes.

A análise de dados deve fornecer infonnações relativas a

a) satisfação de clientes (ver 8.2.1),

b) confonnidade com os requisitos do produto (ver 7.2.1),

c) caracteristicas e tendências dos processos e produtos, incluindo oportunidades para ações preventivas, e

d) fornecedores.

8.5 Melhorias

8.5.1 Melhoria contínua

A organização deve continuamente melhorar a eficácia do sistema de gestão da qualidade por meio do uso da politica da
qualidade, objetivos da qualidade, resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e preventivas e análise
critica pela direção.

8.5.2 Ação corretiva

A organização deve executar ações corretivas para eliminar as causas de não-confonnidades de fonna a evitar sua
repetição. As ações corretivas devem ser apropriadas aos efeitos das não-confonnidades encontradas.

Um procedimento documentado deve ser estabelecido para definir os requisitos para

a) análise critica de não-confonnidades (incluindo reclamações de clientes),

b) detenninação das causas de não-confonnidades,

c) avaliação da necessidade de ações para assegurar que aquelas não-confonnidades não ocorrerão novamente,

d) detenninação e implementação de ações necessárias,

e) registro dos resultados de ações executadas (ver 4.2.4), e

f) análise critica de ações corretivas executadas.

8.5.2.1 Requisito específico

Após qualquer reclamação, devolução ou recolhimento do produto do mercado, as causas devem ser analisadas
criticamente e implementadas as ações corretivas para a sua eliminação, bem como devem ser tomadas das ações
preventivas necessárias para evitar a ocorrência de novos problemas.

8.5.3 Ação preventiva

A organização deve definir ações para eliminar as causas de não-confonnidades potenciais de fonna a evitar sua
ocorrência. As ações preventivas devem ser apropriadas aos efeitos dos problemas potenciais.
Um procedimento documentado deve ser estabelecido para definir os requisitos para
a) definição de não-confonnidades potenciais e de suas causas,
b) avaliação da necessidade de ações para evitar a ocorrência de não-confonnidades,
c) definição e implementação de ações necessárias,
d) registros de resultados de ações executadas (ver 4.2.4), e
f) análise critica de ações preventivas executadas.
30 NBR 14919:2002

8.5.3.1Implementação das ações co"etivas e preventivas


As ações corretivas e preventivas devem ser implementadas através dos seguintes procedimentos
/
documentados:

a) controle de alteração (ver 7.5.1.6);

b) retrabalho de produtos (ver 8.3.1.1);

c) controle de projeto (ver 7.3);

d) estudos de estabilidade do produto (ver 7.5.5.7).

IANEXO A

--
NBR 14919:2002 31

Anexo A (normativo)
Termos e ~eflnições

A.1 Aj uste

Operação destinada a fazer com que um instrumento de medida tenha desempenho compativel com seu uso, utilizando-se
como referência um padrão de trabalho (padrão de controle)

A.2 Área limpa

Área com controle ambiental definido em termos de contaminação por partículas e contaminação microbiana. A área é
projetada, construida e utilizada de forma a reduzir a introdução, a geração e a retenção de contaminantes em seu interior.

A.3 Antecâmara

Espaço fechado com duas ou mais portas, interposto entre duas ou mais áreas de classes de limpeza distintas, com o
objetivo de controlar o fluxo de ar entre elas, quando precisarem ser adestradas. A antecâmara é projetada de forma a ser
utilizada por pessoas ou materiais.

A.4 Amostra de referência

Amostra de matérias-primas e de produto terminado, conservados pelo fabricante no mínimo até 12 meses após a data de
vencimento do produto terminado, devidamente identificada. A quantidade de amostras deve ter pelo menos o dobro das
unidades requeridas para efetuar todas as análises previstas em compêndios oficiais.

A.5 Amostra representativa

Quantidade de amostra estatisticamente calculada, representativa do universo amostrado.

A.6 CaJibração .

Conjunto de operações que estabelecem, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um
instrumento de medida, sistema, ou valores apresentados por um material de medida, comparados àqueles obtidos com
um padrão de referência correspondente.

A.7 Certificado de registro do produto

Documento legal emitido pela autoridade sanitária competente, no qual consta a formulação qualitativa e quantitativa do
produto, incluindo detalhes sobre embalagem, rotulagem e prazo de validade.

A.S Concentração

Quantidade de substância(s) ativa(s) ou inativas em determinada unidade de massa ou volume do produto.

A.9 Contaminação cruzada

Contaminação de determinada matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ou produto terminado com outra
matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ou produtos terminados durante o processo de produção.

A.10 Componente

Qualquer substância ou material a ser utilizado na fabricação de um produto farmacêutico.

A.11 Desvio de qualidade

Afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um produto ou processo.

A.12 Embalagem

Todas as .:>perações, incluindo o envase e a rotulagem, pelas quais o produto a granel deve passar, a fim de tornar-se
produto terminado. Normalmente, o envase estéril não é considerado parte do processo de embalagem, embora o produto
a granel esteja contido no envase primário.
32 NBR 14919:2002

A.13 Especificação

Parâmetros ou limites documentados a que devem atender os produtos ou materiais utilizados ou obtidos durante o
processo de fabricação.

A.14 Fabricação

Todas as operações que induem a aquisição de materiais, produção, controle da qualidade, liberação, estocagem,
expedição de produtos acabados e os controle relacionados. .
A.15 Fórmula-mestralfórmula-padrão

_ Documento ou grupo de documentos que especificam as matérias-primas e os materiais de embalagem com as suas
quantidades, juntamente com a descrição dos procedimentos e precauções necessárias para a produção de determinada
quantidade de produto terminado. Além disso, fornece instruções sobre o processamento, indusive sobre os controles em
processo.

A.16 Lote

Quantidade definida de matéria-prima, material de embalagem ou produto terminado fabricado em um único processo ou
série de processos, cuja caracteristica essencial é a homogeneidade e qualidade dentro dos limites especificados. Na
fabricação contínua, o lote corresponde a uma fração definida da produção.

A.17 Matéria-prima

Qualquer substância ativa ou inativa, com especificação definida, utilizada na produção de medicamentos.

A.18 Material de embalagem

Qualquer material empregado no processo de embalagem de determinado produto farmacêutico.

A.19 Medicamento

Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico.

A.20 Número do lote

Combinação definida de números eIou letras que identificam um determinado lote.

A.21 Ordem de produção

Documento de referência para a produção de um lote de medicamento, que contemple as informações da fórmula-
mestra/fórmula-padrão.

A.22 Pessoa autorizada

Profissional habilitado na área de medicamentos, designado pela empresa, responsável pela liberação dos lotes de
produtos acabados para sua distribuição e venda.

A.23 Prazo de validade

Data limite para a utilização de um produto com garantia das especificações estabelecidas, com base na sua estabilidade.

A.24 Procedimento operacional padrão (POP)

Procedimentos escritos e autorizados que dão instruções detalhadas para a realização de operações especificas na
prod,uçãode produto farmacêutico e outras atividades de natureza geral.

A.25 Produção

Todas as operações envolvidas no preparo de determinado produto farmacêutico, desde o recebimento dos materiais,
passando pelo processamento e embalagem.

A.26 Produto a granel

Qualquer produto que tenha completado todas as etapas de produção, sem incluir o processo de embalagem. Os injetáveis
na sua embalagem primária são considerados produtos a granel.

--
NBR 14919:2002 33

A.27 Produto devolvido


i
Produto terminado comercializado e expedido, devolvido ao fabricante.

A.28 Produto intermediário

Produto parcialmente processado, que deve sofrer subseqüentes etapas de produção.

A.29 Produto terminado

Produto que tenha passado por todas as etapas de fabricação.

A.30Qualificação

Operações documentadas de acordo com um plano de ensaios predeterminados com critérios de aceitação definidos,
garantindo que componentes, equipamentos e instalações estejam adequados ao uso pretendido.

A.31 Quarentena

Retenção temporária de matéria-prima, material de embalagem, produtos intermediários, a granel ou acabados, enquanto
aguardam decisão de liberação, rejeição ou reprocessamento.

A.32 Reanálise

Análise realizada em matéria-prima, previamente analisada e aprovada, para confirmar suas especificações dentro do seu
prazo de validade.

A.33 Reconciliação

Procedimento que tem como objetivo comparar nas diferentes etapas de produção de um lote de um produto as
quantidades reais de produção com a quantidade teórica programada.

A.34 Registro do lote

Conjunto de documentos relacionados à fabricação de um determinado lote de produto terminado. Tais documentos
descrevem os procedimentos de produção e registram todas as operações relacionadas à qualidade do lote.

A.35 Retrabalho

A manipulação de todo ou de parte de um lote produzido com desvio de qualidade, a partir de uma etapa definida de
produção por uma ou mais operações adicionais, para que sua qualidade possa ser aceita.

A.36 Substância ativa

Qualquer substância que apresente atividade farmacológica ou outro efeito direto no diagnóstico de cura, alívio, tratamento
ou prevenção de doenças, ou afete qualquer função do organismo humano.

A.37 Validação

Ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, operação ou sistema
realmente conduz aos resultados esperados.

A.38 Validação concorrente ou simultânea

Ato documentado realizado durante a produção rotineira.

A.39 Validação prospectiva

Ato documentado, baseado na execução de um plano de ensaios, que ateste que um novo sistema, processo,
equipamento ou instrumento, ainda não operacionalizado, satisfaz as especificações funcionais e expectativas de
desempenho.

A.40 Validação retrospectiva

Ato documentado, baseado na revisão e análise de registros históricos, atestando que um sistema, processo, equipamento
ou instrumento, já em uso, satisfaz as especificações funcionais e expectativas de desempenho.

IANEXO B
34 NBR 14919:2002
,"

Anexo B (informativo)
Correspondência entre as normas NBR ISO 9001:1994 e NBR ISO 9001:2000 e as boas práticas de fabricação (BPF)
NBR ISO 9001:1994 NBR ISO 9001:2000 Diretrizes das BPF

4.1 Responsabilidade da 5.1+5.3+5.4.1+5.5.1+ 1.2, 1.3, 2.1, 3.2, 6.2, 6.9, 10.1, 10.2, 10.3, 10.5, 10.6,
administração 10.7,10.8,10.9,10.10,10.21,10.23,11.5,11.11,17.16
5.5.2+5.6.1+6.1+6.2.1+8.5.1
-
4.2 Sistema da qualidade 4.1+4.2.1+4.2.2+5.4.2+7.1 2.1, 14.22, 14.23

4.3 Análise críticade 5.2+7.2.1+7.2.2+7.2:3 -


contrato

4.4 Controlede projeto 7.2.1+7.3.1+7.3.2+7.3.3+7.3.4+7. 1.1,1.2,5.1,5.2,5.3,5.4,11.1,11.2,11.3,11.4,11.5,


3.5+7.3.6+7.3.7 11.6, 11.7, 11.8,-t1:9, 11.10, 11.19,11.20,11.24, 11.25,
11.26,11.27,11.28,11.29,12.1,12.2,12.3,12.4,12.5,
12.8,12.9,12.10,12.11,16,17.16,17.17,17.18,17.19,
17.20,17.21,17.22,17.23,17.24,17.25,17.26,17.28,
17.29, H.30,
- 17.31, 17.32, 17.33
4.5 Controlede 4.2.3 14.1, 14.2r14.3, 14.4, 14.5, 14.6, 14.7, 14.8, 14.9
documentos e de dados
.
4.6 Aquisição 7.4.1+7.4.2+7.4.3 13.4,13.5,13.6,13.8,13.16,14.1,14.2,14.3,14.4,14.5,
14.6, 14.7, 14.8, 14.9, 16.11

4.7 Controle de produto 7.5.4 8.1,<8.2,8.3,8.4,8.5,8.6,8.7,8.8,3.9,8.10,8.11,8.12,


fornecido pelo di ente 8.13,8.14,8.15,8.16

4.8 Identificação e 7.5.3 2. f, 14.3


rastreabilidade de
produto

4.9 Controle de processo 6.3+6.4+7.5.1+7.5.2 2.1,.1 5.2,5.3,5.4,10.15,10.16,10.19,10.20,10.21,


10.22, 10.23, 10.25, 14.22, 14.23, 14.25, 14.41, 14.49,
15.2,15.3,15.4,15.5,15.6,15.7,15.8,15.9,15.10,
15.11,15.12,15.13,15.14,15.15,15.16,15.17,15.18,
15.19,15.20,15.21,15.22,15.23,15.24,15.25,15.26,
15.27,15.28, 15}29, 15.30, 15.31, 15.32, 15.33, 15.34,
16.12,16.13,16.14,17.1,17.2,17.3,17.4,17.5,17.5.1,
17.5.2,17.5.3,17.6,17.7,17.8,17.9,17.10,17.11,17.12,
17.13,17.14,17.15,17.34,17.35,17.36,17.37,17.38,
17.39,17.40,17.41,17.42,17.43,17.44,17.45,17.46,
17.47,17.48,17.49,17.50,17.51,17.52,17.53,17.54,
17.55,17.56,17.57,17.58,17.59,17.60,17.61,17.62,
17.63, 17.64, 17.65, 17.66, 17.67, 17.68, 17.69, 17.70,
17.71, 17.72, 17.73, 17.74, 17.75, 17.76, 17.77, 17.78,
17.79,17.80,17.81,17.82,17.83,17.84,17.85,17.86,
17.87, 17.88, 17.89, 17.90

4.10 Inspeções e ensaios 7.1 +7.4.3+7.5.3+8.1 +8.2.4 3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 11.29, 11.30, 11.31 11.32, 12,8, 13.7,
13.8,13.9,13.11,13.12,13.4,13.28,13.31,13.32,13.33,
13.34,13.35,13.36,13.37,14.12,14.13,14.14,14.15,
14.16,14.17,14.18,14.19,14.20,14.21,14.36,15.4,
16.2,16.3,16.4,16.5,16.6,16.7,16.11,16.16,16.17,
16.18,17.87,17.88

4.11 Controle de 7.6 16.6


equipamentos de
inspeção, medição e
ensaios

4.12 Situação de 7.5.3 13.1,13.2


inspeção e ensaios

4.13 Controle de produto 8.3 6.1,6.2,6.3,6.4,6.5,6.6,6.7,6.8,6.9,7.1,7.2,7.3,7.4.


não-conforme 7.5,7.6,7.7,7.8,13.25,13.26,16.14
NBR 14919:2002 35

Anexo B (conclusão) A
..
\..
NBR ISO 9001:1994 NBR ISO 9001 :2000 Diretrizes das BPF

4.14 Ação corretiva e 8.5.2+8.5.3 6.9


ação preventiva

4.15 Manuseio, 7.5.1+7.5.5 7.8,10.5,11.11,11.12,11.13,11.14,11.15,11.16,1'i.17,


armazenamento, 11.18,11.19,11.22,11.23,13.3,13.10,13.17,13.21,
embalagem, preservação 13.25, 16.17, 16.18, 16.19, 16.20
e entrega

4.16 Controle de 4.2.4 10.23,14.10,14.11,14.29,14.30,14.31,14.32,14.33,


registros da qualidade 14.34, 14.35, 14.36, 14.37, 14.38, 14.39, 14.40, 14.41,
14.42, 14.43, 14.44, 14.45, 14.46, 14.47, 14.48, 14.49,
15.2,15.3,15.16

4.17 Auditorias internas 8.2.2+8.2.3 9.1,9.2,9.3,9.4,9.5,9.6,9.7


da qualidade

4.18 Treinamento 6.2.2 10.4,10.11,10.12,10.13,10.14,10.15,10.17

4.19 Serviços associados 7.5.1 7.1,7.2,7.3,7.5,7.6,7.7,7.8

4.20 Técnicas 8.1 +8.2.3+8.2.4+8.4 14.17


estatísticas

IBIBUOGRAFIA

- -----
.
36

r~
NBR 14919:2002
-
JI
.. [1] NBR ISO 9000:2000, Sistemas de gestão da qualidade
Anexo C (informativo)
Bibliografia

- Fundamentos e vocabulário

[2] NBR ISO 9000-3:1993, Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade - Parte3: Diretrizes para aplicação da
NBR ISO 9001 ao desenvolvimento, fornecimento e manutenção de software

[3] NBR ISO 9004:2000, Sistemas de gestão da qualidade - Diretrizes para malhorias de desempenho

[4] NBR ISO 10005:1997, Gestão da qualidade - Diretrizes para planos da qualidade

[5] ISO 10006:2000, Gestão da qualidade - Diretrizes para qualidade n~ gerenciamento de projetos

[6] NBR ISO 10007:1996, Gestão da qualidade;- Diretrizes para a gestão de confi~uração

[7] NBR ISO 19011 :2002, Diretrizes para auditorias de sistemas de gestão da qualidade elou ambiental

[8] NBR ISO 10012-1:1993, Requisitos de garantia da qualidade para equipamento de medição - Parte 1: Sistema de
comprovação metrológica para equipamento de medição

[9] NBR ISO 10012";2:1999,Garantia da qualidade para equipamento de medição - Parte 2: Diretrizes para controle de
processos de medição

[10] NBR ISO 10013:1995, Diretrizes para o desenvolvimento de manuais da qualidade

[11] ABNT ISOITR 10014:2000, Diretrizes para gestão de awectos ecânomicos da qualidade

[12] NBR ISO 10015:2001, Gestão da qualidade - Diretrizes para treinamento

[13] ABNT ISOITR 10017:2000, Guias de técnicas-estatísticas p'ara NBR ISO 9001: 1994

[14] ABNT ISO 14001:2000, Sistemas de gestão ambiental- Especificação e diretrizes para uso

[15] IEC 60300-1 :2), Dependability manõgement - Part 1: Dependability programme management.

[16] Pri:1cípios da gestão da qualidade e diretrizes sobre sua aplicaçã02)

[17] ISO 9000 + ISO 14000 News (uma publicação binwstfal que fornece uma ampla cobertura dos desenvolvimentos
internacionais relacionados às nor.nas de gestádl.'da ISO, incluindO''CIsnotíCias de Sl'=,g ímplementações por diversas
organizações do mundo)3)

[18] Referência de websites: http://www.abntcb25.com.br

-http://www.iso.ch

http://www:bsLorQ.ukliso-tc176-sc2

[19] Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico das Boas P.ráticas para a Fabricação de
Medicamentos. Brasília,2001 (Resolução RDC nO134).

1) A ser publicada (Revisão da NBR ISO 9000-4:1993).

2) Disponível no ABNTlCB-25.

3) Disponível na Secretaria Central da ISO.

---

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