Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Epistemologia e Inovação Educacional

Reflexão

Contributo das Tecnologias de Informação e Comunicação

(TIC) para a aprendizagem no Jardim de Infância

Prof. António Pereira Andrade Pissarra

Aluna: Sandra Isabel Guilherme Mendes da Costa

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º CEB

Ano lectivo 2009/10

 As Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC são uma realidade do
presente e cada vez mais do futuro.

A sua introdução no processo de ensino e aprendizagem é uma ferramenta muito

útil na educação e formação da criança.

O potencial das tecnologias, quer pela natureza dos programas utilizados, quer
pelas possibilidades de acesso à informação e comunicação disponíveis através da
Internet, torna difícil ignorar o seu contributo no enriquecimento dos contextos de
aprendizagem.

A integração e utilização das TIC no contexto do ensino pré-escolar, têm

demonstrado, pelos estudos disponíveis, que contribui de forma efectiva para a
promoção da qualidade educativa.

As TIC permitem responder à grande curiosidade das crianças, possibilitando

que na sala de actividades os conhecimentos sejam integrados no trabalho desenvolvido
permitindo uma melhor compreensão do mundo, para a educação multicultural,
desenvolvem atitudes e comportamentos.

Há no entanto factores a considerar para uma efectiva integração das TIC. A

utilização de programas que trabalham as competências específicas não basta, é
importante que as crianças as usem para desenvolver a sua aprendizagem de forma
global e funcionalmente significativa, integrada no conjunto de outras actividades.

A sua utilização deve contribuir para uma construção activa de conhecimentos,

não dando lugar a simples acumulação de saberes mas a uma transformação constante
dos esquemas de conhecimento que integram as novas experiências e continuamente os
reconstroem; deve propiciar uma “aprendizagem significativa” (Jonassen et al., 2003),
que estabeleça relação entre as novas experiências e os conhecimentos prévios das
crianças, valorizando aprendizagens práticas; deve também considerar a importância
dos contextos sociais, já que a aprendizagem não decorre de forma isolada, nem
compartimentada, sendo um processo eminentemente social (Coll, 1992; Crook, 1998a,
1998b).

A utilização da tecnologia na idade pré-escolar contribui para desenvolver a

linguagem e as competências verbais das crianças, pois as crianças ao utilizarem jogos e
programas de computador levam-nas a produzir um discurso mais complexo e fluente,
estimula a sua comunicação verbal e a colaboração entre crianças. As novas tecnologias
ajudam a desenvolver a sua aprendizagem na área da leitura e da escrita de uma forma
global e funcionalmente significativa para a integrar no conjunto de outras actividades
(ex. escrever no computador historias criadas em grupo, consultar livro em bibliotecas
digitais, fazer desenhos no computador para ilustrar historias inventadas ou lidas, e levar
as crianças a comentar e dialogar entre elas sobre o que se fez).

As TIC estimulam a aquisição de alguns conceitos matemáticos e permitem

abordar e trabalhar a matemática: tais como reconhecimentos de formas, contagem,
classificação, pensamento geométrico, espacial, desenvolvem noções espaciais de
simetria, padrões, tratamento e organização de dados, relações numéricas.

Para que a sua integração seja eficaz no sistema educativo, além de uma adequada
formação de professores, terá de haver uma transformação da atitude dos professores.
Estes devem reconhecer que são os facilitadores da aprendizagem, utilizando uma
pedagogia activa centrada no aluno e tem um papel decisivo na construção do cidadão
crítico e activo.

Em síntese é necessário um esforço concertado de todos os que, de um modo ou

de outro, têm responsabilidades na construção da escola, desde os decisores políticos,
aos professores, às instituições que formam os professores, aos pais e à comunidade
educativa em geral.

Importa aproveitar os avanços tecnológicos que têm alterado o mundo de forma

tão profunda, os como agentes de mudança para a construção de uma escola capaz de
enfrentar os novos desafios.