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FRAGOSO, Suely . Representações espaciais em novos mídias.

In: Dinora Fraga da


Silva; Suely Fragoso. (Org.). Comunicação na Cibercultura. São Leopoldo: Editora
Unisinos, 2001, v. 1, p. 105-115.

Representações Espaciais em Novos Mídias

Profª Drª Suely Fragoso∗

Processos midiáticos são fenômenos socioculturais e, como tal, são construídos


a partir de conjuntos de crenças paradigmáticos e representativos de sociedades e
culturas. Se em primeira instância os mídias reforçam a construção da realidade a
partir da qual se originam, tanto a enunciação dos conteúdos quanto as práticas de
significação adotadas garantem a dupla mão do movimento da ideologia para os
mídias. Assim, ideologias configuram os mídias, que por sua vez reforçam ou
modificam ideologias, a partir das quais reformulam-se processos e produtos
midiáticos. Diante desse fato, e considerando a simultaneidade - causal ou não - entre
a emergência dos chamados 'novos' mídias e o anúncio de formas complexas de
entendimento e relacionamento com o mundo dito 'real' no final do século XX,
deveria ser possível localizar reflexos desse modelo cognitivo tanto nos conteúdos
enunciados quanto nas estratégias de significação praticadas pelos mídias digitais.
Trabalhos anteriores propuseram importantes paralelismos entre os modos de
representação do espaço e as formulações socioculturais vigentes em diferentes
períodos da história da humanidade. Num texto hoje referencial para os interessados
no assunto, Die Perspective als symboliche Form (1927), E. Panofsky discute as
diferenças entre a concepção e a representação do espaço dos períodos clássico e
moderno. Para Panofsky, prefigurou-se no período helenístico-romano um sistema de
representação espacial que correspondia a uma noção clássica do espaço, cuja
estrutura emergiria das relações entre os corpos físicos. Concebido como uma
entidade descontínua entre os objetos, um "lugar de conflito entre os corpos e o vazio"
(Campos, 1990, p. 43), na Antiguidade Clássica o espaço seria percebido “não como
algo capaz de envolver e dissolver a oposição entre corpos e não-corpos, mas somente
como o que resta, por assim dizer, entre os corpos” (Panofsky, 1997, p. 41). À
concepção moderna de espaço infinito, homogêneo e cuja existência é anterior à dos
elementos que o habitam corresponderia, para Panofsky, a visão uniforme,
globalizante e simultânea do espaço que as representações em perspectiva central

*∗Doutora em Comunicação pela University of Leeds, Inglaterra, e professora dos Cursos de Graduação
e Pós-Graduação em Comunicação da UNISINOS, RS.

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FRAGOSO, Suely . Representações espaciais em novos mídias. In: Dinora Fraga da
Silva; Suely Fragoso. (Org.). Comunicação na Cibercultura. São Leopoldo: Editora
Unisinos, 2001, v. 1, p. 105-115.

corporificam. A essas duas concepções de espaço Panofsky denomina


respectivamente 'espaço agregado' (Agregateraum) e 'espaço sistematizado'
(Systemraum)1.
A demonstração matemática da perspectiva central por F. Brunelleschi por volta
de 1430 e sua sistematização por L. B. Alberti alguns anos depois (Della Pittura,
1435) conferiram àquele código uma credibilidade sem precedentes. A generalizada
atribuição de fidedignidade às representações em perspectiva deriva, em grande parte,
da suposta correspondência entre os pontos dos objetos representados e sua
formulação perspectivada. Esta correspondência é indicada, no texto de Alberti, pela
pressuposta afinidade entre a representação em perspectiva central e o processo de
visão, sobretudo pela analogia entre o encontro das paralelas no ponto de fuga das
representações perspectivadas e a convergência dos 'raios visuais' no olho observador:

... começando pela opinião dos filósofos, os quais afirmam


que as superfícies são medidas por alguns raios, uma espécie de
agentes da visão, por isso mesmo chamados visuais, que levam ao
sentido as formas das coisas vistas. E nós imaginamos estes raios
como se fossem fios extremamente tênues, ligados por uma cabeça
de maneira muito estreita como se fosse um feixe dentro do olho,
que é a sede do sentido da vista. E daí, como tronco de todos os
raios, aquele feixe espalha vergônteas diretíssimas e tenuíssimas até
a superfície que lhe fica em frente (Alberti, 1989, p. 75).

Uma vez que os mesmos princípios embasam a perspectiva central e o


funcionamento da camera obscura, a pressuposta fidedignidade da representação
perspectivada foi incorporada às diversas tecnologias de reprodução de imagens
baseadas no uso de câmeras, principalmente a fotografia, o cinema e a televisão.
Automatizando o processo produtivo, as técnicas de fixação fotoquímica e de
produção eletrônica de imagens parecem eliminar a intervenção autoral do sujeito
enunciador 'por trás da câmera'. Em função disso, a objetividade da correspondência
ponto-a-ponto entre os existentes do mundo dito 'real' e sua representação
perspectivada é postulada ainda mais intensamente para as imagens tecnicamente

1 Referências a concepções afinadas com os conceitos de ‘espaço agregado’ e ‘espaço sistematizado’


serão realizadas, no presente texto, utilizando também denominações mais freqüentemente adotadas
por outros autores, principalmente 'espaço relacional’ ou ‘relativo' e 'espaço não-relacional’ ou
‘absoluto', respectivamente.

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geradas. Por exemplo para C. S. Peirce,

[a]s fotografias, especialmente as fotografias instantâneas, são


muito instrutivas porque nós sabemos que elas são, de certo modo,
exatamente como os objetos que representam. Mas essa semelhança
é devida ao fato de que as fotografias foram produzidas sob
circunstâncias que fisicamente as forçaram a corresponder ponto a
ponto à natureza (Peirce, 1939, par. 281, p. 159).

A partir da enumeração de inconsistências entre a representação em perspectiva


central e a percepção cotidiana do espaço, Panofsky desafia o estatuto de perfeita
fidedignidade da perspectiva central. Entre outros fatores, Panofsky destaca por
exemplo que as representações perspectivadas assumem um ponto de vista único e
fixo, enquanto a visão humana se baseia em dois olhos em movimento constante e que
"a construção perspectivada ignora a circunstância crucial de que a imagem na retina .
. . não é uma projeção em superfície plana, mas em superfície côncava" (Panofsky,
1997, p. 31). Diante das arbitrariedades da representação em perspectiva, Panofsky
desafia a propriedade daquele código para a representação plana da experiência
espacial tridimensional e propõe que a preponderância da perspectiva central deve ser
atribuída à sua maior afinidade com os pressupostos sócio-culturais da modernidade
ocidental quando comparada a outras técnicas conhecidas de representação do espaço.
Exemplos dessas outras possibilidades seriam as formas de representação
bidimensional do espaço consideradas adequadas e suficientes durante a Idade Média
ou pelas artes orientais, como é o caso das projeções inversas, angulares e
axonométricas, caracterizadas respectivamente pela redução do tamanho dos objetos
que ocupam o primeiro plano, pela existência de múltiplos pontos de fuga e pela
ausência de ponto de fuga (Machado, 1984, p. 66).

'novos mídias'

Apesar de a enunciação de imagens representando espaços digitalmente gerados


não depender de tecnologias derivadas da camera obscura, também as representações
de ambientes virtuais tendem a ser formuladas conforme o código da perspectiva

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central (ainda que numa versão adaptada2). Não por coincidência, a localização do
ponto de vista para enunciação é referida, no jargão da computação gráfica, como
'posicionamento da câmera virtual'.
A instituição da 'câmera virtual' colabora com a tentativa de apropriação, por
parte dos mídias digitais, do 'realismo' comumente atribuído às imagens construídas
conforme o código da perspectiva central. Essa tendência ao 'realismo', que
caracteriza a maior parte da pesquisa e desenvolvimento em computação gráfica,
conduz inicialmente à conclusão de que as representações espaciais nos 'novos' mídias
seguem padrão bastante similar às práticas dos mídias analógicos e da pintura de
motivação figurativa tradicional. De fato, uma vez que os algoritmos de visualização
de imagens geradas numericamente adotam estratégias de organização do espaço
digital baseadas nos pressupostos da perspectiva central e da camera obscura, de fato
o que se vê enunciado nas telas dos computadores é o espaço infinito, homogêneo e
anterior às coisas que o povoam que Panofsky denominou 'sistematizado'. Assim, a
enunciação das imagens digitalmente geradas parece indicar que a modelagem
computadorizada se limita a reproduzir e reforçar o conceito de espaço predominante
no mundo ocidental desde a Renascença.
A enunciação do espaço virtual na tela do computador é, no entanto, apenas o
aspecto mais aparente do processo de representação do espaço pelos mídias digitais. A
novidade fundamental da computação gráfica reside justamente na instituição de um
nível de representação anterior e independente do momento de enunciação, ou seja, a
representação digital antecede a produção da imagem a ser observada na tela. Para o
sistema digital, a imagem perspectivada de um cubo, uma série de trios ordenados que
indicam as posições relativas dos vértices de um cubo, determinadas seqüências de
zeros e uns e quaisquer outras formas de representação que se resolva adotar podem
corresponder a uma mesma configuração.
Os mais variados aplicativos de modelagem e linguagens de programação

2 A 'pirâmide visual' pressuposta na perspectiva central é teoricamente infinita, o que inviabiliza a


conversão das coordenadas dos diferentes elementos que compõem e ocupam um ambiente virtual.
Esse problema é contornado pela computação gráfica através da definição da chamada 'caixa de
visibilidade padrão' (standard viewbox), que restringe os processamentos de visualização a uma seção
finita da 'pirâmide visual'. (Fragoso, 1992, p. 18)

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partem de uma estruturação em eixos cartesianos que define um espaço infinito,


constante e homogêneo cuja existência é anterior à dos objetos que o povoam, o que
confirma a hipótese de que a computação gráfica trabalha essencialmente sobre o
conceito de 'espaço sistematizado'. Por outro lado, durante o processo de modelagem
digital este espaço determinado pelos eixos cartesianos acaba perdendo importância
diante da especificação dos objetos que o povoam e das relações que esses objetos
estabelecem uns com os outros. Conseqüentemente, o espaço digitalmente concebido
acaba assumindo cada vez mais o perfil de um 'espaço agregado'. Para L. Manovich,

...embora normalmente enunciados em perspectiva linear, os


mundos virtuais gerados por computador são realmente coleções de
objetos independentes, sem relação uns com os outros. Diante disto,
a argumentação segundo a qual a computação gráfica tridimensional
nos remete de volta ao perspectivalismo renascentista e portanto, do
ponto de vista do abstracionismo do século XX, deveria ser
considerada uma regressão, se revela infundada. Se aplicarmos o
paradigma evolucionário de Panofsky à história do espaço virtual
computadorizado, este não atingiu ainda a Renascença. Está ainda
no nível da Grécia Antiga, que não podia conceber o espaço como
uma totalidade (Manovich, 1996, s.p.).

A atribuição de um caráter retrógrado à computação gráfica por Manovich


depende de um juízo de valor altamente questionável em relação às visões relacional e
não-relacional do espaço, ou seja, depende de que se considere que a concepção
absoluta do espaço corresponde melhor à realidade objetiva que a de ‘espaço
agregado’. Inclusive para Panofsky, de fato, a proposição de que o desenvolvimento
da representação em perspectiva central não representou o auge de uma caminhada
em direção à perfeita forma de representação do espaço em superfícies bidimensionais
não parece implicar o questionamento da evolução qualitativa do próprio conceito de
espaço desde a Antiguidade Clássica até o Renascimento. Ao apresentar os conceitos
de 'espaço agregado' do período clássico e 'espaço sistematizado' da experiência
moderna, Panofsky deixa indicado o caráter de pré-formulação, de simplificação
primitiva, do primeiro em relação ao segundo.
Para discutir a atribuição de um caráter retrógrado à computação gráfica nos
termos propostos por Manovich, altamente dependentes da pertinência do juízo de

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valor em relação às duas visões de espaço discutida, torna-se imprescindível realizar


uma breve digressão pelo campo da filosofia.
Tanto a visão do espaço como um absoluto e infinito receptáculo de coisas
('espaço sistematizado') quanto como o resultado de uma relação entre existentes
('espaço agregado') foram questionadas por I. Kant em sua defesa do caráter
apriorístico do espaço3. Embora a crença na existência do espaço enquanto entidade
real e objetiva esteja profundamente arraigada na maior parte das pessoas, para uma
determinada corrente filosófica "[i]sto se deve ao fato de a sensibilidade humana dar
origem a imagens tão 'reais' . . . que nos dão a ilusão de uma percepção imediata das
coisas e do espaço como uma qualidade de sua materialidade" (Pino, p. 51). Segundo
Kant, "o espaço não representa qualquer propriedade das coisas em si; . . . e nada mais
é do que a forma de todas as aparências dos sentidos externos" (Kant, Crítica da
Razão Pura, apud Gutierre, p. 33).
Estando correta a proposição Kantiana segundo a qual o espaço seria inerente
apenas à constituição subjetiva da nossa mente, à parte da qual não tem qualquer
existência própria, seria improcedente atribuir melhor ou pior adequação a uma ou
outra forma de representação em função de sua correspondência à realidade 'objetiva'
do espaço. Qualificar a representação digital do espaço realizada pela modelagem
tridimensional computadorizada como uma regressão em relação às conquistas de
verossimilhança realizadas na Renascença, como o faz Manovich, talvez seja fechar
os olhos para a potencial riqueza da convergência, a partir dos novos mídia, de visões
de espaço até então mutuamente excludentes.

ciberespaço

Enquanto o processo de modelagem digital implica construir um 'espaço


relativo', definido a partir dos elementos que o ocupam, no 'espaço absoluto'

3 Kant disputa estas visões do espaço conforme defendidas por G. Leibniz (espaço relativo, ou seja, um
sistema de relações entre coisas reais) e Newton (espaço como receptáculo ilimitado e absoluto), em
paralelo com suas discussões sobre o caráter apriorístico do tempo, em várias de suas obras. Uma vez
que o presente texto não tem a especulação filosófica sobre o estatuto do espaço como seu ponto
central, considerou-se suficiente restringir a discussão às colocações de um comentador das
proposições Kantianas sobre o espaço, conforme se pode verificar nas referências bibliográficas.

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implicado pelos eixos cartesianos, a partir dos quais opera a grande maioria dos
aplicativos e algoritmos, uma convergência ainda mais intricada acontece na
instituição do chamado 'ciberespaço'. Também o ciberespaço é simultaneamente
espaço sistematizado e agregado. Trata-se de um 'espaço agregado' na medida em que
é constituído a partir das relações dos elementos – virtuais - que o compõem. A
constante mobilidade e mutação dos elementos constituintes, os quais continuamente
'entram' e 'saem' do ciberespaço, permite identificar uma instância, no entanto, em que
o ciberespaço é concebido como uma 'não-entidade' ilimitada. Neste sentido, trata-se
de um 'espaço absoluto'.
É preciso lembrar ainda que os elementos do ciberespaço possuem as mais
diversas características e dimensionalidades. Tomemos como exemplo uma única
'página'4 simples da World Wide Web, composta por uma pequena quantidade de texto
e uma 'janela' na qual se vislumbra um ambiente tridimensional construído em VRML5
A visualização perspectivada da região tridimensional da página remete
imediatamente à formulação de base Albertiana segundo a qual o quadro deveria
funcionar como uma janela a partir da qual se visualiza uma paisagem. Mas a
metáfora da página não poderia ser substituída pela de uma parede grafitada com uma
janela, pois o usuário, apesar de estar 'do lado de cá da parede', pode interagir e
modificar a paisagem ‘lá fora’. A complexidade da concepção de espaço que embasa
a construção de uma tal representação, e a naturalidade com a qual a compreendemos,
se tornam ainda mais surpreendentes quando reconhecemos essa 'página' como apenas
um entre os muitos elementos a partir dos quais emerge o ciberespaço. No
ciberespaço, como o conhecemos através da World Wide Web, 'páginas' como a
anteriormente descrita se entrecruzam dinamicamente com elementos concebidos das
mais diversas maneiras. O ciberespaço emerge, justamente, dos vínculos entre
'páginas' compostas unicamente por texto sobre fundo monocromático e outras com
imagens bidimensionais estáticas, que por sua vez se relacionam a representações
visuais dotadas de temporalidade (a partir da inclusão de animações ou seqüências

4 A utilização da nomenclatura 'página' da World Wide Web é reconhecidamente problemática pois


implica uma bidimensionalidade que não faz jus às possibilidades daquilo que denomina.
5 VRML, ou Virtual Reality Modelling Language, é uma linguagem de programação especialmente
desenvolvida para incorporação de modelos digitais tridimensionais à World Wide Web.

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digitalizadas de vídeo), que se vinculam a representações em perspectiva central da


transposição para três dimensões de figuras geométricas com quatro dimensões
espaciais (por exemplo hipercubos), e assim por diante. A complexidade deste espaço
essencialmente multidimensional aponta para um nível de abstração até recentemente
entendido como exclusivamente matemático.
O ciberespaço desafia a categorização dicotômica das visões agregada e
sistematizada do espaço. É constituído - mas também habitado - por elementos
dimensionalmente diversos, que estabelecem uns com os outros relações
essencialmente dinâmicas e mutáveis e que tendem a surgir e desaparecer com a
mesma agilidade com que sofrem alterações as mais diversas. O fato de que
conseguimos 'navegar' nessa entidade essencialmente complexa com crescente
desenvoltura, ou pelo menos com níveis decrescentes de ansiedade, talvez esteja
realmente indicando a emergência de um novo modelo cognitivo, incorporado e
retratado nas representações espaciais nos 'novos' mídias. É possível que nossa
familiaridade com o ciberespaço indique e favoreça formas multidimensionais de
percepção e pensamento afinadas com as noções de complexidade anunciadas
contemporaneamente ao advento dos chamados ‘novos mídias’.
Referências Bibliográficas
Alberti, L. B., Da Pintura. Tradução brasileira de A. S. Mendonça. Campinas: Unicamp, 1989.

Campos, J. L., Do Simbólico ao Virtual: a representação do espaço em Panofsky e Francastel. São


Paulo: Perspectiva, 1990.

Fragoso, S. D., O Imaginário Digital: considerações sobre as premissas básicas da modelagem digital
computadorizada. Dissertação apresentada para a obtenção do título de Mestre em
Comunicação e Semiótica junto à PUC/SP, 1992, inédita, 78 pp.

Gutierre, J. H. B., "Notas Introdutórias à discussão do conceito kantiano de espaço", in A. Miguel e E.


Zamboni (orgs.), Representações do Espaço: multidisciplinaridade na educação. Campinas:
Autores Associados, 1996, pp. 31-50.

Machado, A., A Ilusão Especular. São Paulo, Brasiliense, 1994.

Manovich, L. "The Aesthetics of Virtual Worlds", segunda parte da mensagem enviada à Nettime:
moderated mailing list for net criticism, collaborative text filtering and cultural politics of the
nets em 11 de Fevereiro de 1996. Disponível on-line em
http://www.nettime.org/nettime.w3archive/199602/msg00000.html [outubro de 1999].

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Panofsky, E., Perspective as Symbolic Form. Tradução para o inglês de C. S. Wood. New York: Zone
Books, 1997.

Peirce, C. S., Collected Papers of Charles Sanders Peirce, Volume 2, "Elements of Logic". Edição
organizada por C. Hartshorne e P. Weiss. Cambridge: Harvard University Press, 1931.

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