Resistência aos herbicidas é a capacidade herdada por algumas plantas daninhas de
sobreviver à aplicação herbicida, para a qual a população era suscetível. No Brasil já foi constatada a presença de espécies resistentes há mais 10 anos, sendo que atualmente existe uma área estimada de 2 milhões de hectares infestadas com ervas resistentes aos herbicidas. No Brasil, o prejuízo causado pelas ervas resistentes é estimado em 80 milhões de dólares anualmente. O desenvolvimento de resistência em plantas daninhas é um processo evolucionário que ocorre em resposta às aplicações repetidas de herbicidas que apresenta o mesmo funcionamento nas plantas. O Departamento de Plantas de Lavoura (DPL) está fazendo um estudo detalhado de várias espécies resistentes, incluindo: leiteira (Euphorbia heterophylla L.); picão-preto (Bidens pilosa L.); capim pé-de-galinha (Eleusine indica L. Gaertn.); entre outras. Neste estudo, está sendo analisada a distribuição geográfica e realizada a caracterização genética de biótipos resistentes aos herbicidas. Amostras de sementes coletadas em plantas resistentes estão sendo recebidas pelo Prof. Ribas Vidal do DPL. Os interessados devem contatar o Prof.Vidal para esclarecimentos dos detalhes técnicos para coleta das amostras e para receber o questionário que deve ser enviado com cada amostra. O estabelecimento de uma população resistente ocorre em duas etapas. Na primeira etapa, há seleção do indivíduo resistente na comunidade pelo uso do herbicida de forma continuada. Na segunda etapa, há reprodução e dispersão dos descendentes resistentes. Utilize nosso programa gratuíto para prever a probabilidade de ter pelo menos uma erva resistente em sua lavoura. (Clique aqui para download do programa). Atualmente, a pesquisa tem sugerido que o manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) pode ajudar a previnir e a contralar as plantas resistentes. O MIPD consiste no uso de métodos que evitem a disseminação destas plantas (uso de sementes limpas, limpeza de máquinas e equipamentos); métodos culturais (rotação de culturas, semeadura na época recomendada, densidade de plantas adequada); evitar o uso repetido de herbicidas com mesmo mecanismo de ação e empregar misturas de herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Quando possível, associar o uso de herbicidas com o uso de cultivadores. Recomenda-se que sejam feitas vistorias constantes nas lavouras para detectar mudanças do tipo de infestação presente e que sejam seguidas as instruções constantes no rótulo dos produtos, especialmente aquelas sobre dose e épocas de aplicação recomendadas e espécies de plantas daninhas controladas.