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Este documento analisa o poema "O amor, quando se revela" de Fernando Pessoa. O poema explora a incapacidade do poeta em expressar seu amor, já que ele "sabe bem olhar p'ra ela, / Mas não lhe sabe falar". O documento argumenta que o poema não é sobre amor em si, mas sim sobre a dificuldade do poeta em se conectar com os outros e perder seu egocentrismo. A estrutura do poema consiste em 3 quadras e uma oitava, onde o sujeito poético expressa dramaticamente sua
Este documento analisa o poema "O amor, quando se revela" de Fernando Pessoa. O poema explora a incapacidade do poeta em expressar seu amor, já que ele "sabe bem olhar p'ra ela, / Mas não lhe sabe falar". O documento argumenta que o poema não é sobre amor em si, mas sim sobre a dificuldade do poeta em se conectar com os outros e perder seu egocentrismo. A estrutura do poema consiste em 3 quadras e uma oitava, onde o sujeito poético expressa dramaticamente sua
Este documento analisa o poema "O amor, quando se revela" de Fernando Pessoa. O poema explora a incapacidade do poeta em expressar seu amor, já que ele "sabe bem olhar p'ra ela, / Mas não lhe sabe falar". O documento argumenta que o poema não é sobre amor em si, mas sim sobre a dificuldade do poeta em se conectar com os outros e perder seu egocentrismo. A estrutura do poema consiste em 3 quadras e uma oitava, onde o sujeito poético expressa dramaticamente sua
Sendo o poema em questo um poema que toca o tema do amor, no se pode certamente considerar como um poema de amor.Isto porque, como hbito em Pessoa, muitas das vezes os temas mais simples so processados, refinados, intelectualizados, de maneira a que a mais simples exposio de ideias nunca apenas uma exposio de sentimentos. Isto nota-se ainda mais quando so poemas ortnimos, escritos em nome de Fernando Pessoa ele prprio, porque sem artifcios ou mscaras transparece frgil e sem cor o sentimento de estar perdido no mundo, de fragilidade, de incapacidade e tristeza - marcas indelveis do carcter do poeta e que encontravam na sua poesia o escape natural. A anlise do poema clarifica o que dissemos anteriormente. "O amor, quando se revela, / No se sabe revelar. / Sabe bem olhar p'ra ela, / Mas no lhe sabe falar." Vejamos como curiosa a maneira como Pessoa olha para o amor. Em vez de elogiar o amor, Pessoa fica perturbado pela maneira como o amor se revela em si mesmo. a incapacidade de sentir, ou de pelo menos de transmitir, de comunicar o sentimento, que
o verdadeiro tema deste poema, e no o amor, o sentimento. No
sabemos at que ponto a a interpretao de Pessoa pode ser uma interpretao Universal do amor. Pensamos que no , que uma interpretao to ntima que muito nos diz da maneira como o poeta sentia as coisas e nada mais do que isso. Por isso mesmo quando ele diz "Fala: parece que mente / Cala: parece esquecer" Pessoa fala do seu ponto de vista particular. ele que parece no ser sincero quando tenta ser sincero - a sua dor interna que impede a sua sinceridade, a sua ligao sincera a um outro ser humano. Pessoa disse que o amor a altura em que nos confrontamos com a existncia real dos outros - e esta uma frase determinante para entendermos este poema. Uma frase dramtica, mas determinante. a presena sufocante do outro que impede o poeta de falar o que sente. Por isso ele nos diz que "quem sente muito, cala; / Quem quer dizer quanto sente / Fica sem alma nem fala, / Fica s, inteiramente!". O seu desejo maior seria que o seu amor ouvisse este poema mas sem o ouvir, que adivinhasse no seu olhar o sentimento, sem que houvesse necessidade de falar. H aqui tambm um pouco de medo de que o ideal decaia quando se torna real, mas essencialmente o medo de ser humano, o medo medo de ligao com o outro, a perda de controlo do "eu" em favor do "outro". Se de alguma coisa este poema fala, no ento de amor, mas antes do que o amor pede, em termos de sacrifcios para o "eu". O amor pede o mximo sacrifcio, que a perda da individualidade mxima, a perda do egocentrismo, do culto da personalidade prpria: a perda do controlo sobre a realidade, em favor do caos alheio. - O poema tem a seguinte estrutura: 3 quadras e uma oitava, sendo que a diviso lgica do mesmo, quanto a mim ser a seguinte: as duas primeiras quadras introduzem o tema do poema, que de certo modo a incapacidade de amar a oitava desenvolve o tema, de modo dramtico, sendo que o sujeito potico desenrola para si mesmo o drama que decorre dentro de si - o amor por ela - e a maneira como esse drama o perturba. Ele sente intensamente a dor que no conseguir falar desse amor a ela, no conseguir revelar o amor publicamente. a quadra final serve de concluso. Uma concluso indefinida, porque o sujeito potico deseja que o seu amor o oua sem que ele tenha de falar, mas mesmo assim uma concluso.