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Aluno de doutorado em Ciências - CENA/USP, Piracicaba, SP. Bolsista da CAPES
2
Mestre em Zootecnia - FCAV-UNESP/Botucatu, SP.
INTRODUÇÃO
Mistura Múltipla
A mistura múltipla, também chamado de sal proteinado, é uma associação
de uréia, minerais, fontes de proteína verdadeira, energia e sal comum.
Feita de forma balanceada, a mistura múltipla é indicada para
suplementar bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos nas épocas de seca e das
águas, em substituição ao sal mineral.
Usando uma mistura múltipla balanceada, o criador poderá conseguir
ganhos na seca ou evitar perdas de peso, dependendo, principalmente, da
disponibilidade de forragem da propriedade. É recomendado ao produtor vedar
uma área de pastagem do meio para o final d período das chuvas, a fim de se
utilizar esse alimento no período das secas. Já nas águas, as misturas podem
agregar ganhos de peso aos animais na ordem de 100 a 200
gramas/animal/dia.
Portanto, quando se utiliza mistura múltipla, que é de fácil aplicação no
campo e com custos relativamente baixos, o produtor consegue antecipar a
Pinedo, L.A. e Santos, T.A.B. Formas de utilização do nitrogênio não protéico na
alimentação de ruminantes. PUBVET, V.2, N.18, Mai1, 2008.
Cana-de-açúcar + Uréia
A cana-de-açúcar possui um enorme potencial para uso na forma de
forragem, em razão de algumas vantagens como: pode ser cultivada em todo
território brasileiro; apresenta cultura perene e de fácil implantação,
requerendo poucos tratos culturais; produz elevados rendimentos de forragem
(mais de 120 t/ha) em uma única colheita e exatamente no período de baixa
disponibilidade de pasto; dispensa qualquer processo de conservação; possui
elevado conteúdo de sacarose no colmo, mantendo um bom valor nutritivo por
um período de tempo suficiente para ser colhida de acordo com a necessidade
durante a estação seca; e é bem consumida pelo gado.
A cana-de-açúcar integral é uma forragem rica em energia (alto teor de
açúcar), tendo como limitações os baixos teores de proteína (2 a 3% de PB na
base MS) e de minerais.
Pinedo, L.A. e Santos, T.A.B. Formas de utilização do nitrogênio não protéico na
alimentação de ruminantes. PUBVET, V.2, N.18, Mai1, 2008.
2) Colheita da cana-de-açúcar
A colheita da cana pode ser efetuada a cada dois dias, utilizando toda
aplanta (caule e folhas) para alimentação de ruminantes. A picagem da cana é
feita no momento de fornecer aos animais, de modo a evitar fermentações
indesejáveis, que irá reduzir o consumo.
Algumas sugestões:
As recomendações gerais para a utilização de uréia com bagaço de cana e
capim picado são as mesmas descritas anteriormente para cana-de-açúcar,
com exceção da quantidade de uréia, que são menores.
Silagem + Uréia
A uréia também pode ser usada no momento de ensilagem (ensilagem é o
processo de fazer silagem) ou misturada à silagem no momento de ser
Pinedo, L.A. e Santos, T.A.B. Formas de utilização do nitrogênio não protéico na
alimentação de ruminantes. PUBVET, V.2, N.18, Mai1, 2008.
Algumas sugestões:
- Os cochos para fornecimento aos animais de silagem + uréia devem ser
cobertos e possuírem furos para saída de água em caso de chuvas com vento;
- O sistema de silagem + uréia necessita de período de adaptação e, caso
deixe de fornecer aos animais essa mistura por dois ou mais dias, é necessário
se que repita o esquema de adaptação.
Quando a uréia é adicionada a silagem (30% de matéria seca), grande
quantidade da uréia será hidrolisada a amônia durante a fermentação,
observando aumentos nos teores de amônia da silagem. Esta hidrólise permite
o aparecimento de um agente tamponante durante a fermentação e as
silagens com uréia contém níveis mais altos de ácidos orgânicos. Owens et al.
(1988) citado por López (1984) verificaram além de um aumento de proteína
solúvel nas silagens tratadas, um aumento de proteína insolúvel, talvez devido
a um efeito protetor sobre a proteína ou porque a uréia promove um aumento
de síntese de proteína bacteriana. Desta forma, ocorre um aumento do tempo
de fermentação devido à ação tamponante da amônia, havendo uma
preferência da amônia por muitas bactérias como fonte de nitrogênio e um
aumento de energia em virtude da maior produção de ácidos graxos voláteis.
Melaço + Uréia
Uma alternativa para aproveitar volumosos grosseiros é o uso da
tecnologia de melaço + uréia. A mistura melaço + uréia pode ser fornecida à
Pinedo, L.A. e Santos, T.A.B. Formas de utilização do nitrogênio não protéico na
alimentação de ruminantes. PUBVET, V.2, N.18, Mai1, 2008.
Concentrado + Uréia
A uréia pode contribuir para a redução do custo de uma ração, quando
essa é misturada na fazenda com orientação técnica. A uréia pode substituir
parte da proteína da ração quando associada a uma fonte energética. A
quantidade de uréia em concentrado não deve ultrapassar 2% e deve ser
misturada uniformemente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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alimentação de ruminantes. PUBVET, V.2, N.18, Mai1, 2008.
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