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A_AGRICULTURA NO CRESCIMENTO ECONOMICO. REGIONAL* Douglass C. North Apesar da existéncia de uns poucos dissidentes, parece que a maioria dos economistas concorda»quewaragricultura»contribuimpouco. Pala—mOncrescimentomecondmico. Esse argumento se desenvolveu em duas_correntes; asprimeira: identifica o crescimento econdmico com uma revolucdo industrial e argumenta que uma “‘arrancada” para a jindustrializagdo “pode deixar de ocorrer principalmente porque a Vantagem comparativa da exploracdo da terra agricola e de outros recursos naturais retarda o inicio de um vantajoso crescimento industri- al auto-reforcado”.! Esse argumento ee no ponto de vista classico dos_rendimentos decrescentes da agricultura, na maior produtividade da indastria e Cedar a transferéncia de recur- sos para as atividades secundédrias, quando se obtém rendimentos de- crescentes,” * Traduzido por Maria do Carmo Salazar Martins e revisado por Jacques Schwartzman de NORTH, Douglass C. Agriculture in regional economic growth. Journal of Farm Economics, 41(5) 943-51, dez. 1959, com permissso do autor e de American Journal of Agricultural Economics. 1. ROSTOW, W.W. The take-off into self-sustained economic growth, The Economic Journal, 66:28, Mar. 1956. 2. A teoria da seqiiéncia de estdgios do crescimento regional aceita implicitamen- ECONOMIA REGIONAL 333 TENDSO ST AVA an s O segundorargumento é bastante diferente e, com efeito, se ba- seia em diferentes fundamentos tedricos.® Foi mais convincentemente defendidg pelo professor Theodore Schultz, com as seguintes hipo- ‘tese: O desenvolvimento econdmico ocorre em uma matriz de localizagao_especifica; podem existir uma ou mais matrizes em uma economia particular. Isso significa que o processo_de crescimento / ‘econdmico nao ocorre do mesmo modo, na mesma época, ou com} a mesma intensidade, em lugares diferentes. (2) Essas matrizes loca- cionais sap] prepekaresys: do eomaposcse uibaio insta: CO os. centros em que ocorre o desenvolvimento econdmico ndo se situam i geralmente em 4reas rurais ou agricolas, embora algumas éreas agricolas estejam mais bem situadas que outras em relagio a tais contros@)) A organizagao econdmica existente opera melhor dentro ou perto do cen- tro de uma determinada matriz de desenvolvimento econémico ou também, naquelas partes agricolas favoravelmente situadas em relagdo a tal centro; e opera menos satisfatoriamente naquelas partes da agri- iM oti cultura agi esto situadas na periferia de tal matriz’*. -Ovquenessa | | pm ate 2) a iene neniine a ‘hipoiese propde, masrealidadepé=quewa=mola=mestra=do“crescimento ee. varidvelvdependente.no-processo-global=de-desenvolvimento-urbano— sdndusteiak Ambas as hip6' tém aspectos atraentes e, na Unies, hé abundante evidéncia para certos exemplos que thes déo peso.° Con- tudo, isso nao é suficiente para permitir generalizagées , seja como interpretagSo histérica, seja como guia para formulac&o de politicas sobre problemas econdmicos atuais. No presente artigo, antassinges ) 9 (SC ee amanecneeann al a 60 Le O argumento pode ser defendido, 2 grosso modo, da seguinte te esse argumento. Veja-se: HOOVER, E.M. & FISHER, J. Research in regional economic growth. In: Problems in the study of economic growth. New York. National Bureau of Economic Research, 1949. | 4. SCHULTZ, Theodore. The economic organization of agriculture. New York, McGraw-Hill, 1953, p. 147. 5. Veja-se em Rostow, op. cit., evidéncias que Ihe so favordveis. Em relacao a0s Estados Unidos, veja-se minha nota critica; “a note on Professor Rostow “Take-off’ into self-sustained economic growth”. The Manchester School, Jan. 1958, Em relagdo a tese de Schultz, veje-se: TANG, Anthony. Economic development in the Southern Piedmont, 1860- 1950, Chapel-Hill, University of North Carolina Press, 1958. maneira: 1) A especializacéo e a divisio do trabalho constituem os fa- tores mais importantes da expansdo inicial das regioes. 2) A produgdo nda_f induzem_essa_especializagdo e 3) O engajamento na economia internacional em expansio (ou na nacional, no caso de algumas regides dos Estados Unidos) nos iiltimos dois séculos tem sido o caminho, através do qual varias regides e nacdes ‘tém_alcancado_o desenvolvimento econdmico. Naturalmente, este é © argumento classico de Adam Smith, recentemente reformulado de forma sucinta no titulo de um artigo de George Stigler, “The Di- vision of Labor is Limited by the Extent of the Market’. Embora nao discorde de Schultz quanto ao fato de que bens manufaturados (e principalmente os fabricados, ao contrario dos simplesmente pro- cessados) conheceram a mais répida expansdo da demanda na recente historia econdmica dos U.S.A., em contraste com a inelasticidade-renda da demanda para bens agricolas, a crescente demanda de bens agrfcolas no século XIX e as perspectivas para muitos produtos primérios na agricultura mundial no presente século, torna atipico o caso dos Esta- dos Unidos (e algumas outras nagGes industriais) nos anos recentes. formeceusomimpulsominicialparawamexpansdomgerah Uma vez que jé discutimos o papel do setor exportador na promocao do crescimento ecomdmico regional num artigo publicado no Journal of Political Economy, é desnecessaria, aqui, uma discussdo exaustiva.'® Entretanto, meu argumento original estava incompleto. A ex- pansfo de um setor de exportacdo é uma condicHo necessdria, mas ndo (suficiente, para o crescimento regional. Gostaria de aproveitar a presen- te oportunidade para aperfeicoar o argumento, antes de me voltar para a refutacdo especifica das duas hipOteses acima assinaladas. 6. Journal of Political Economy. 59:185-93, June, 1951. 7. YOUNGSON, A. J. The possibilities of economic progress. Cambridge, The University Press, 1959. p. 191-230. 8. Voja-se uma descri¢do breve em meu artigo: LOCATION theory and regional economic growth. Journal of Political Economy, 63, June, 1955. 9. MEIER, G.M. Economic development and the transfer mechanism. Canadian Journal of Economics and Political Science, 19, Feb. 1953, 10. Além do artigo original, “Location Theory and Regional Economic Growth”, op. cit., vejase a discussio com Charles Tiebout na mesma rovista, 64(2):160-9, Apr. 1955. ECONOMIA REGIONAL 335 & O primeiro passo para a anlise do seers econdmico regio- nal consiste de uma exploracdo dos Geter do setor exportador da_regido. Entretanto, é necessério um outro com qual seja o exame da disposig0 da renda recebida de fora da regido. Certamente, um dos yeproblemas que mais causam perplexidade para o estudo do crescimento ““econdmico tem sido o progresso diferencial entre regides diferentes, que resulta de um incremento da renda proveniente do setor exportador. a rea permanece presa'a um Unico produto basico de.expor- tagdo, enquanto. outra:diversifica sua produgao.¢ se torna uma-regido industrializadasssurbbanizada?. As regides que permanecem ligadas a um Unico produto de exportagdo nao alcangam, quase inevitavelmente, uma expansdo sustentada. Ndo apenas ocorreraé um amortecimento da taxa de crescimento do setor, o que acarretaré efeitos adversos para a regido, como também o proprio fato de que ela continue presa a uma dinica in- .dustria de exportacao significaré que a especializacdo e a diversificago jae trabalho sao limitadas fora dessa inddstria. Historicamente, isso sig ecido fora da econ: de recursos naturais da regidio (a um dado nivel de tecnologia)(b) no ¢a- rater da industria de exportacSo, ne mudangas tecnolégicas e nos custos da transferéncias. E interessante examinar cada um desses fatores separadamente. gem comparativa de um bem sobre qualquer outro, entdo a conseqlén- cia imediata seré uma concentracdo dos recursos na produgdo desse bem. Se por outro lado, a regido tem amplas possibilidades de produ- go, de tal forma que a taxa de retorno sobre a produgao de varios bens e servicos ndo seja muito menor que a do bem inicialmente exportado, entio com o crescimento da regido e concomitante mudanga nas pro- porcées fatoriais, a produgdo de outros bens e servicos provavelmente se tornard um processo simples. cimento regional sdo mais complicadas, uma vez que se constituem de varios aspectos. Varias conseqiiéncias decorrem da natureza tecnolégica da funcado de produgao. Seo produto de exportacdo for um bem da la- voura do tipo “extensivo’’, que é relativamente intensivo de trabalho e que goza de rendimentos crescentes de escala significativos, ent&o, 0 de- senvolvimento apresentara um(contraste marcante) @\com_o de outra re: ido, na qual o produto de exportacao pode ser produzido mais eficien- temente em fazendas familiares, as quais requerem quantidades absolu- tendéncia de se i da_renda_extremamente desiqual, com o grosso da populacdo dedicando a maior parte de sua ) renda & alimentacao e a necessidades simples (muitas das quais podem ser atendidas pela propria unidade famil tas_de_trabalho_telativamente menores.'! No primeira caso haveria “| liar). No outro lado extremo da escala de renda, os proprietarios das Tavouras de tipo extensivo se inclinariam a despender a maior parte de sua renda com bens de consu- mo de luxo, que seriam importados. Empresuimo, existiria poucoiencora- _Jamenio=paraatividades-.econémicas=do=tipo™doméstice. Com uma distribui¢do de renda mais equitativa, existe demanda para uma grande variedade de bens e servigos, parte dos quais seria produzida interna- mente, induzindo assim uma diversificagao dos investimentos. Haveria uma tendéncia ao desenvolvimento de centros comerciais para o forne- cimento da grande variedade de tais bens e servicos,m cot Icom a econ 0 “‘extensivo”, que simplesmente desenvolveria(poucad dreas urbanas dedicadas 4 expo i0 dos produtos basicos da regido e 2 distribuigdo das importaco Uma conseqiiéncia natural dos padrées divergentes descritos no paragrara) anterior seria a atitude em relacSo ao investimento na educa- co.!? Na sociedade gerada pela lavoura do tipo ‘“extensivo”, com sua distribuic#o de renda myito desigual, o proprietario de terras seria ex- tremamente relutante e dicar as receitas fiscais a investimentos em educacéio ou pesquisa que nao as diretamente relacionadas com o pro- duto basico da regiéo. Conseqiientemente 0 conhecimento e as quali cagdes nao especificamente vinculados ao produto de exportacio seréo bastante escassos. Em cor ntraste) a regidovcomumardistribuicdode tends maistequitativa, seria bem ‘consciente de que vale a pena melhorar’sua posicao comparativa através da educacdo e da pesquisa e, conseqliénte- mente, estaria mais disposta a orientar os gastos pUblicos nessa direcdo. O resultadosseria:uma:melhorasrelativanarsuasposi¢do:comparativacem varios:tiposide.atividade econdmicare;consegiientemente;-a-ampliacao da base:econdmicaresultanter Igualmente importante é o investimento induzido pelo bem_ou servico exportado. Se o produto é tal que exige investimento substanci- al em transporte, armazéns, instalacdes portudrias e outros tipos de in- vestimento social basico, criam-se, em conseqiiéncia, as economias ex- ternas que facilitam_o desel Mais ain- 11, Esso argumento foi explorado detalhadamente por: BALDWIN, R.E. Patterns of development in newly settled regions. The Manchester School of Economic and Social Studies, 24(2):161-79, May, 1956. 12, Estou agradecido ao Professor Schultz por ter, na iltima primavera, a0 longo de uma série de estimulantes debates, chamado minha aten¢éo para esse problema, ECONOMIA REGIONAL 337 da,/Se a industria de exportagao induz o crescimento de indistrias subsi- diarias, se/a tecnologia, os custos de transporte e a dotagao de recursos naturais permitem que elas sejam produzidas internamente ao invés de serem importadas, entdo isto induziré um desenvolvimento ainda maior. Tanto no caso do investimento em inddstrias subsidiarias, a conseqiién- cia serd a promo¢So da urbanizagdo, a crescente especializacéio e o de- senvolvimento de outras atividades locais relacionadas a crescente de- manda local de bens e servigas de consumosNo outro extremovsté a in: distria de exportagdo, que requer somente o desenvolvimento imediato de uns poucos centros para a coleta e exportagdo dos bens e acarreta o desenvolvimento de uma pequena industria subsidiaria ou, quando mi to, promove o desenvolvimento de tais indistrias subsidiarias e facilida- des de mercado, mas elas sdo de natureza tal que geralmente seus produ- tos podem ser mais eficientemente importados, do que produzidos in- corps ji fi Mudaneas na tecnologia e nos transportes podem alterar comple- {tamente a pee o comparativa da regiao, seja de maneira favoravel, ‘ou desfavoravel.'* A mudanca tecnoldgica pode aumentar a taxa de re- torno potencial da produgao de outros bens e servigos e conduzir a ex- ploragSo de novos recursos e a transferéncia de fatores para outras ati dades, abandonando a velha industria de exportacdio. O desenvolvimen- to inicial das facilidades de transporte destinadas a implementacao da industria de exportacdo tende a reforcar a dependancia em relacdo a ela € a inibir, de varias maneiras, as atividades econdmicas mais diversifica- das. O desenvolvimento Prematuro do transporte conduz, comumente fem condigdes competitivas), a uma rapida queda nas tarifas de trans- po e, consequer ientemente, aumenta a vantagem comparative do produ- ‘to de exportacgo,!> Mais ainda, com regiées de colonizacdo recente, 0 transporte é comumente feito num Gnico sentido. O transporte mariti mo de produtos volumosos para fora da regio nao tem uma contrapar- Ja para dentro da regido, e os navios tém que retornar com- ente vazios ou com lastro. Em conseqiiéncia, os fretes de 2 retorno so muito baixos e Fé e reforcam a posigdo competitiva das i importacdes er sem solace: ons-bens-produzidos intetrarnente: Como resultado, uma boa parte da industria local, que vinha sendo protegida pelos altos custos de transporte ou que poderia se desenvolver se a situacao fosse mantida, 13, Entretanto, o desenvolvimento de inddstrias subsididrias depende, pelo menos em parte, do primeiro ponto discutido acima, a dotacao natural da regido. 14. Uma discuss mais detalhada desse ponto é feita no meu artigo “Location Theory and Regional Economic Growth”, op. cit., p. 254-6, 15. Para uma discussio desse ponto, veja-se: NORTH, Douglass. Ocean freight rates and economic development, 1750- 1913. The Journal of Economic History. Dec. 1958. tem que enfrentar uma efetiva competico das importagdes.!° Emure= esumo; a utilizacdo dada a renda recebida da indiistria de exportagao tem. um papel decisivo no crescimento da regiao. Relacionada a esse argu- mento estatanpropensdordaregigo"pare'importar. Armedidarquewrenda invés'decausar-umefeito:multiplicador-acelerador regional,” estaré:in= poucos beneficios gerados pelo'aumento darenda do:setor exportador. Vamos ilustrar, brevemente, o argumento das paginas precedentes contrastando a estrutura econédmica do’ Sul e do Oeste dos Estados Unidos nos anos anteriores 8 Guerra Civil.** Ambas as regides experimentaram um comércio exportador prds- pero, Nos anos situados entre o fim da segunda guerra com a Inglaterra e a Guerra Civil. © comércio do algodao do Sul foi responsavel por mais da metade.do total das exportagdes americanas durante o perfodo, sen- do 0 arroz, 0 agiicar e © fumo exportagdes subsididrias. O valor das ex- portagdes de algoddo aumentou de US$17,5 milhdes em 1815 para US$191,8 milhdes em 1860. O Oeste experimentou, um ativo comércio de trigo, milho e outros géneros (toucinho, gordura de porco, farinha e whisky), primeiramente com 0 Sul e depois, de modo crescente, a partir da metade da década de 1840, com o Nordeste e a Europa. Entretanto, neste ponto findam as semelhangas. Assinalemos os(gontrastes: 1

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