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1. Introdução:
As grandes navegações marcam um período da História européia onde os horizontes se alargam
enormemente. É achado o fim do continente africano, entra-se em contato com civilizações do Oriente e do
Extremo Oriente e no século XVI, uma expedição espanhola liderada pelo português Fernão de Magalhães
comprovaria que o mundo é redondo através da viagem da circunavegação. Não se deve perder de vista, no
entanto, o sentido de toda essa expansão marítima. O objetivo central dos europeus era obter riquezas.
1. Introdução:
Em 2000 o governo brasileiro fez uma ampla programação de comemoração dos 500 anos de
descobrimento do Brasil. Colocam-se, então duas perguntas: será que o Brasil começou a ser colonizado em
1500? E será que a colonização é um motivo para se comemorar? A resposta à primeira pergunta está logo a
seguir, a resposta à segunda ficou clara no próprio calendário das comemorações, onde em cada evento havia
junto uma manifestação indígena rememorando a dor dos povos nativos trazida pela colonização portuguesa.
3. A colonização de fato:
. A motivação da colonização: A partir de 1530, a Coroa portuguesa se decide pela colonização do Brasil.
Os motivos para tal são: a presença crescente de estrangeiros na colônia; a descoberta de ouro e prata na
América espanhola; o fim do monopólio português no comércio indiano e a conseqüente crise deste comércio.
. O sistema de capitanias hereditárias: Em 1532, tomou-se a decisão de dividir a colônia em 14 capitanias
hereditárias, doadas a nobres portugueses que teriam a obrigação de povoar, proteger e desenvolver seus
territórios. A grande nobreza e a burguesia portuguesa não se interessaram pelo empreendimento, deixando-o
à pequena nobreza. O sistema de capitanias não foi um sucesso porque os colonos não eram poderosos o
suficiente para lutar contra os estrangeiros e os índios. Não tinham também um farto capital para investir na
colônia. Mesmo assim, o sistema continuou a existir até fins do século XVIII.
. O governo central: Em 1549, a Coroa portuguesa decide implantar um governo central na colônia com
medo da perda do território para os franceses e após a notícia da descoberta da mina de Potosi pelos espanhóis
em 1545, a maior mina de prata do mundo na atual Bolívia. A capitania da Bahia foi comprada pela Coroa
portuguesa e lá se estabeleceu o governo-geral, em paralelo ao poder dos donos das capitanias.
. As câmaras municipais: Outra esfera de poder na colônia que prevalece em todo o período colonial é o
das câmaras municipais, que existiam apenas nas cidades mais importantes. Seus membros, os vereadores,
eram constituídos pelos homens bons, grandes proprietários de escravos e terras. Em um momento posterior e
em cidades mais mercantis, as câmaras foram ocupadas por grandes comerciantes. Eram importantes centros
de poder e de decisão na colônia e algumas vezes se confrontavam com a Coroa.
. Os cristãos-novos: Importantes na colonização portuguesa na América foram os cristãos-novos, judeus
convertidos forçadamente ao cristianismo. Mais ainda após a instauração da Inquisição em Portugal em 1547,
quando estes passam a ser duramente perseguidos na metrópole.
. A questão indígena: Havia por volta de 3 milhões de índios na América portuguesa em 1500. Os índios
‘brasileiros’ não tinham sociedades tão complexas como astecas ou incas, mas tinham o controle de uma
agricultura itinerante, a coivara, que iria ser adotada em parte pelos portugueses. Segundo a ideologia da
colonização, a catequização dos índios era o principal motivo da colonização. Inicialmente, os portugueses
fizeram comércio com os índios, mas com as grandes plantações, começam a utilizar a mão-de-obra indígena
à força. O trabalho compulsório – obrigatório – indígena é utilizado majoritariamente em toda a colônia até
1600, na maioria das vezes, em forma de trabalho escravo. Depois disso, com a redução da população nativa,
o trabalho indígena passa a ser substituído pelo trabalho escravo africano nas regiões centrais da colonização
e o braço indígena fica restrito às regiões periféricas, onde ainda há muitos índios. A Coroa portuguesa, logo
no início da colonização, proibiu a escravidão dos índios, o que era letra morta até a época pombalina. Mesmo
assim, a escravidão dos índios sempre foi liberada em casos de guerra justa. Houve grande resistência
indígena a essas formas de trabalho compulsório, sendo emblemática a Confederação dos Cariris.
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1. Introdução:
É só a partir de 1550 que a estrutura colonial se impõe de fato na América portuguesa. Trata-se de uma
sociedade nova, diferente da européia. Uma sociedade baseada no trabalho escravo, tanto o indígena como o
africano, e com a produção eminentemente voltada para fora. Era a sociedade escravista colonial.
2. A estrutura colonial:
. A exploração da cana-de-açúcar: O objetivo da metrópole portuguesa e dos comerciantes portugueses ao
colonizar o Brasil era conseguir aqui produtos de alto valor no mercado europeu, de preferência metais, de
acordo com os princípios mercantilistas. Apesar da procura, não foi achado inicialmente nenhum metal
precioso no Brasil. Diante dessa ausência, a Coroa e os colonizadores tentaram outros produtos valorizados no
mercado europeu, o de maior sucesso certamente foi a cana-de-açúcar. O açúcar da cana tinha um grande
valor na Europa e adaptou-se bem ao clima brasileiro, em especial ao nordestino, onde passou a ser cultivado
largamente, tornando-se o litoral nordestino a região central de colonização nos séculos XVI e XVII. Outros
produtos agrícolas eram também produzidos para a exportação, como o tabaco e o anil.
. O modelo da plantagem: A plantagem – ou plantation – era a unidade produtora da cana e de outros
produtos para exportação. Eram em geral, grandes propriedades com a maior parte das terras com produção
de cana, mas havendo também outras produções dentro da fazenda voltadas para a subsistência. Prevalecia o
trabalho escravo. Havia uma casa de máquinas, o engenho, que funcionava com força animal ou hidráulica. O
dono da fazenda era o senhor de engenho.
. Exclusivo colonial e monopólios: Os senhores de engenho brasileiros vendiam sua produção para
comerciantes aqui instalados que só podiam vendê-la para Portugal, era o exclusivo comercial. Além disso, os
grandes comerciantes portugueses monopolizavam o comércio de certas cidades, baixando o preço dos
produtos coloniais por eles comprados e aumentando os produtos portugueses vendidos para a colônia.
. O tráfico de escravos: Nas áreas centrais, onde foram implantadas as estruturas coloniais, começa a
faltar braço indígena com o tempo, devido à morte em massa desses e também à fuga para o interior do
território. Diante disso, decide-se usar o braço africano escravo, que passou a ser usado em massa. Ao total,
trouxeram-se 3,6 milhões de africanos para trabalhar como escravos no Brasil e 12 milhões como um todo
para a América. Para cada um que chegava no Brasil, pode-se contar outro morto na terrível viagem. A partir
de 1600, esse tipo de mão-de-obra vai ser a mais usada na colônia. Os portugueses não capturavam os cativos
na África, mas compravam escravos de comerciantes africanos. As sociedades africanas continham escravos
antes dos europeus chegarem e com a grande demanda gerada pelo tráfico atlântico de escravos, essas
sociedades passam a multiplicar em várias vezes as capturas feitas, transformando-as em sociedades
plenamente escravistas, as vezes com 70% da população escrava e exportando escravos para todo o mundo.
No Brasil também, o escravo africano ou afro-descendente vira uma figura freqüente na colônia, constituindo
50% da população colonial no XVIII. O tráfico de escravos gerava ainda grande riqueza para os traficantes,
tráfico esse dominado inicialmente por Portugal e, depois, por cidades coloniais como Rio e Salvador.
. O sistema de sesmarias: A princípio todas as terras portuguesas no Novo Mundo eram do Rei e com as
capitanias hereditárias, algumas terras se tornam particulares. A Coroa e os capitães – donatários das
capitanias – doavam terras a particulares por meio de sesmarias. As sesmarias eram terras compradas a um
preço relativamente baixo, onde o comprador deveria povoar e colonizar a terra. O problema é que para ser
sesmeiro, era preciso ter influência junto ao Rei ou capitão, por isso poucos tinham acesso à terra.
. A presença holandesa no comércio: Os Países Baixos tem relações comercias com Portugal desde a
Idade Média e serão importantíssimos na agromanufatura do açúcar, participando do transporte da cana para a
Europa e do refino do açúcar. Assim, Holanda e Portugal são sócios no comércio europeu do açúcar, havendo
certa desvantagem para Portugal.
. Os jesuítas: Desde o princípio da década de 1550, a ordem dos jesuítas estará presente no Brasil. Essa
ordem foi criada na Contra-Reforma exatamente para fazer a expansão da fé católica no mundo. Eles serão os
religiosos mais presentes no Brasil até a sua expulsão, em 1759. Possuem várias propriedades e utilizam
largamente o trabalho compulsório indígena, inclusive estabelecendo as missões indígenas, onde catequizam e
usam da força de trabalho dos ameríndios. Vão ser importantes também na educação na colônia, são eles que
educam os filhos de senhores de engenho, comerciantes e outras pessoas poderosas na colônia. A educação,
no período colonial, é restrita aos filhos desses grupos dominantes.
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1. Introdução:
Se a primeira metade do século XVI foi de prosperidade para Portugal, o mesmo não se pode dizer para a
primeira metade do século XVII. De 1580 a 1640, Portugal é anexado pela Espanha, o que leva à tomada do
Nordeste brasileiro pelos holandeses. Portugal consegue a sua independência da Espanha em 1640, tendo que
lidar com os holandeses. Diante disso, endurece as condições dos colonos, o que leva a uma série de revoltas.
3. As revoltas coloniais:
. A revolta de Beckman (1684): Essa foi uma revolta contra a centralização e endurecimento do
colonialismo a partir da Restauração. Reação à criação da Companhia de Comércio do Maranhão, que
detinha o monopólio do comércio na capitania. Os revoltosos propunham o fim do monopólio e atacaram a
companhia e os jesuítas, que proibiam a escravização dos índios. A revolta foi massacrada.
. O quilombo dos Palmares (1630-1694): Revolta totalmente diferente da de Beckman. Foi a mais
importante resistência escrava existente na colônia. Os escravos resistiam de várias formas, mas
principalmente com fugas e formação de quilombos – comunidades de escravos fugidos. Palmares foi o maior
quilombo existente na colônia, tamanho esse devido à desorganização das plantagens nordestinas com a
guerra contra os holandeses. Após várias expedições, o bandeirante Domingos Velho destrói o quilombo.
. A guerra dos mascates (1709-11): Esse foi um conflito local, portanto, diferente dos outros dois, foi o
conflito entre os senhores de Olinda e Recife. Os comerciantes de Recife não queriam mais se sujeitar à
Câmara de Olinda, o que leva ao conflito. Em 1709 é criada a Câmara de Recife e em 1711 as cidades são
equiparadas, ponde-se um fim ao conflito.
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1. Introdução:
No final do século XVII, seriam descobertas na colônia portuguesa as maiores reservas de ouro já
exploradas no Ocidente desde a época do Império Romano. Isso vai trazer uma grande população européia e
cativa africana ao Brasil e vai gerar também um grande dinamismo econômico na colônia. Logo, a América
portuguesa se tornará, enfim, a mais importante colônia portuguesa.
2. A economia mineradora:
. O bandeirismo: Eram quatro os fatores de interiorização da colonização portuguesa: a pecuária, a busca
por especiarias e drogas do sertão, a busca por metais e o apresamento de índios. Desses todos, o mais
importante é o último, que era a área de atuação por excelência dos bandeirantes – também chamados de
paulistas. Eles iam ao interior aprisionar índios para vendê-los como escravos para fazendeiros.
. A descoberta e a imigração: A primeira descoberta de ouro em Minas Gerais se deu em 1693 e a
exploração de fato começou em 1698. Os diamantes foram descobertos em 1728. Essas descobertas levam a
uma grande imigração para a região, em um fluxo total de 600 mil portugueses para a região durante 60 anos.
. A guerra dos emboabas (1707-9): Os paulistas descobriram as minas de ouro e foram seus primeiros
exploradores, porém logo chegaram vários portugueses que iam explorando o ouro e, principalmente, o
lucrativo abastecimento da região. Dá-se, então, uma briga entre os pioneiros bandeirantes e os emboabas – os
portugueses que chegaram depois, como eram chamados pelos paulistas. Os emboabas foram vitoriosos.
. Os caminhos: O primeiro caminho que levava à região mineira partia de São Paulo e a viagem
demorava 60 dias. Logo, foram construídos o Caminho Real e o Caminho Novo, este – de 1701 – era o mais
importante. Partia do Rio de Janeiro e a viagem demorava ‘apenas’ 12 dias.
. O abastecimento: O Rio assume, assim, uma posição privilegiada com a mineração, já que é porta de
entrada de escravos, imigrantes, artigos metropolitanos para as minas e porta de saída de ouro e diamantes.
Ainda, será a principal região abastecedora de alimentos para Minas. Abastecimento esse que foi sempre
muito problemático, já que os principais esforços dos mineradores eram pela exploração de ouro. O preço dos
alimentos e artigos básicos era altíssimo e houve sérias crises de fome. A mineração leva a um dinamismo da
economia colonial, com formação de um mercado interno, com certa especialização e integração.
. A sociedade mineira: A sociedade mineira tem certas inovações em relação à sociedade açucareira. É
mais urbanizada, tem mais artistas, literatos e cultura em geral. Há ainda uma diversidade maior na
escravidão, apesar de esta continuar predominante. Há o surgimento da figura do escravo de ganho e outras
formas de escravidão e há ainda um número maior de alforrias – liberdade do escravo dada ou comprada.
. Fiscalismo: A Coroa portuguesa cria um grande aparato burocrático para retirar o máximo de impostos
da mineração e evitar o contrabando que, com toda a fiscalização, foi grande no período. 20% de todo o ouro
extraído deveria ser doado à Coroa, é o quinto. A exploração de diamantes tinha uma forma específica a partir
de 1740. Desse período até 1771, foram explorados sob contrato régio e em seguida sob monopólio real.
. Revolta de Vila Rica (1721): Várias são as formas feitas pela Coroa para arrecadar o quinto: a capitação
e as Casas de Fundição são dois exemplos. No primeiro, havendo ou não a extração do ouro, os exploradores
de ouro tinham que entregar uma cota específica aos fiscais. No segundo, instituído em 1725, todo o ouro
deveria ser fundido nas casas de fundição, aonde se retiraria o quinto. As casas de fundição foram adotadas
devido à revolta de Vila Rica, feita pelos mineradores contra o sistema de capitação.
. A decadência da mineração e o ‘renascimento agrícola’: A produção de ouro é ascendente até 1750,
passando a ser decadente a partir de então, levando a Coroa a tomar medidas extremas para manter a alta
arrecadação. Com a decadência da mineração, a capitania de Minas se torna uma forte região agropecuária e
dá-se o que é chamado de ‘renascimento agrícola’, onde os principais produtos de exportação do Brasil
voltam a ser provindos da agricultura. Na verdade, a colônia não deixou de ser agrícola em função da
mineração. De qualquer forma, a partir de fins do século XVIII passa a ser exportada uma gama mais variada
de produtos: o anil, os produtos da pecuária, o arroz, o algodão, além do tabaco e da cana e seus derivados.
. A reformulação das fronteiras: Portugal havia ocupado a Amazônia com a exploração das drogas do
sertão e o atual Centro-Oeste brasileiro com a mineração. Em 1680, Portugal funda a colônia de Sacramento –
região do atual Uruguai – em território espanhol, região de escoamento da prata. Em 1750, Portugal e
Espanha assinam o Tratado de Madri, onde Sacramento fica com a Espanha e a Amazônia e o ‘Centro-Oeste’
com Portugal, dando as linhas aproximadas do atual território brasileiro.
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1. Introdução:
A partir de 1750, a colonização portuguesa na América entra em decadência. As arrecadações com a
mineração baixam seguidamente, levando a monarquia a adotar duríssimas medidas. Medidas que não ficam
sem repostas. Passa-se a forjar a independência em relação a Portugal.
2. A época pombalina:
. O absolutismo ilustrado: Também chamado de despotismo esclarecido, caracteriza-se por ser o
absolutismo não modificado em sua essência, mas com uma aura das idéias e ideais da Ilustração – também
chamada de Iluminismo. O absolutismo e o mercantilismo, no entanto, são fortemente reafirmados.
Prevaleceu na periferia da Europa na segunda metade do século XVIII em países como Rússia, Áustria,
Prússia, Espanha e Portugal que, com essas medidas, tentavam se aproximar das potências européias
dominantes, Inglaterra e França.
. As reformas pombalinas: No governo do rei José I (1750-1777), era preponderante no Estado português
a figura do marquês de Pombal. Esse ministro se enquadra dentro do modelo de absolutismo ilustrado. Ele fez
uma série de reformas em Portugal e na colônia, tentando tirar o atraso de Portugal na Europa. Foram
reformas claramente centralizadoras e autoritárias, que beneficiavam os grandes comerciantes portugueses.
. Derrama (1751): Com o primeiro sinal de decadência na arrecadação do quinto na região das minas,
Pombal institui a derrama. Segundo esse mecanismo, a arrecadação anual do quinto nas minas deveria ser de
100 arrobas de ouro – cada arroba equivale a algo como 15kg e 100 arrobas a mais ou menos 1,5 tonelada.
Caso não se chegasse a esse valor, o resto deveria ser cobrado de toda a população das Gerais.
. Expulsão dos jesuítas da colônia (1759): A ordem dos jesuítas foi expulsa para pôr fim à poderosa
influência e presença no contrabando por parte dessa ordem. A Coroa tomava, também, todas as terras deles.
. Companhias de Comércio: As companhias monopolistas de comércio foram recriadas. Assim, criaram-
se as Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão em 1755 e a Companhia Geral do comércio de
Pernambuco e da Paraíba. Essas companhias aumentavam bastante os lucros dos comerciantes portugueses.
. Capital no Rio de Janeiro (1763): A capital da colônia passa de Salvador para o Rio de Janeiro, já que
esta cidade era o centro que escoava a produção de Minas Gerais, além de controlar o tráfico de escravos.
. Medidas administrativas: Outras medidas foram: extinção das capitanias hereditárias, reunificação
administrativa – a colônia era então dividida administrativamente em duas – e monopólio real dos diamantes.
. O reinado de d. Maria I: No reinado da sucessora de d. José I, prevaleceu o caráter absolutista ilustrado
da política pombalina. Assim, em 1785, as manufaturas foram proibidas na colônia.
3. As conjurações coloniais:
. Caráter geral das conjurações: As conjurações de fins do século XVIII não são mais como as antigas
revoltas coloniais. Agora, contesta-se a colonização e planeja-se uma independência de Portugal.
. Conjuração mineira (1789): Os moradores da região das minas foram duramente atingidos pela derrama
e pela proibição das manufaturas. Com as manufaturas proibidas, os mineiros teriam que importar tecidos de
Portugal a um preço muito maior que o custo de produção em uma manufatura local. Parte da elite local,
baseados nos princípios da Ilustração e influenciados pela Independência dos Estados Unidos, planejam a
formação de uma república na região das minas. Não havia muita coesão de idéias, principalmente no que diz
respeito à escravidão, mas previam-se manufaturas livres, libertação dos filhos dos escravos, capital em São
João Del-Rei, Universidade em Vila Rica, perdão de dívidas, república eletiva, milícia de cidadãos,
parlamentos locais e um central. A trama foi delatada por um de seus membros que era endividado da Coroa e
todos foram desterrados, com exceção de Tiradentes, o único pobre do grupo, que foi morto.
. Conjuração carioca (1794): Trata-se na verdade de uma sociedade literária, ligada a uma loja maçônica,
que discutia a melhor forma de governo para o Brasil e uma possível independência. Não chegou a bolar
plano de independência. Também foi reprimida.
. Conjuração baiana (1798): Também chamada de conjuração dos alfaiates, foi influenciada fortemente
pela Revolução Francesa. Foi uma revolta muito mais popular do que a mineira, participaram dela soldados,
artesãos, negros forros e até escravos. Parte da elite também apoiou a revolta. Tinha princípios mais
democráticos que a mineira e previa-se inclusive o fim da escravidão. Dos 34 conjurados, alguns foram
presos, outros desterrados e três foram enforcados. Os membros da elite nada sofreram na repressão à revolta.
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1. Introdução:
A partir de 1808 não se pode mais falar que o Brasil é uma colônia. Com a chegada da família real e da
Corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro neste ano, o Centro-Sul da América portuguesa passam a cumprir
um papel de metrópole ante o resto do Império português. Pode-se dizer, então, que 1808 – quando acaba o
colonialismo – é uma ruptura maior do que 1822 – ano da independência do Brasil em relação a Portugal.
1. Introdução:
A independência brasileira foi uma revolta contra a recolonização que as Cortes portuguesas propunham
e representam uma continuidade com o período joanino. O Império brasileiro surge em crise com guerras,
revoltas, movimentos separatistas e crise econômica. A estabilidade só virá na década de 1850.
2. O encaminhamento da ruptura:
. A tentativa recolonizadora: As Cortes foram convocadas tendo uma parcela de representantes
brasileiros. No entanto, o projeto da maioria portuguesa era que o Brasil voltasse a ser colônia. Esse é o
principal motivo da independência. Os fazendeiros, comerciantes brasileiros e os ingleses não desejavam isto.
. Portugueses, brasileiros e exaltados: Logo, se formaram três ‘partidos’ no Brasil. Os portugueses,
totalmente a favor da recolonização; os brasileiros, a princípio contra a ruptura, defendiam uma monarquia
dual, depois seriam a favor da independência; e os exaltados ou liberais radicais, a favor da emancipação e da
criação de uma monarquia constitucional ou república mais democrática do que o projeto dos brasileiros.
. A independência forjada: D. João VI é obrigado pelas Cortes a voltar a Lisboa em 1821. Antes disso,
pega todos os metais depositados no Banco do Brasil e deixa no Rio seu filho d. Pedro, que deveria ser o
governador-geral do Brasil e em caso de independência, deveria ser o líder dela, evitando-se radicalismos.
Assim, diante da rigidez das Cortes, d. Pedro lidera junto aos brasileiros e exaltados a emancipação em 1822.
3. O primeiro reinado:
. Guerra de independência: Logo, estouram na Bahia e no Pará focos de resistência de tropas portuguesas.
D. Pedro reprime essas resistências com o auxílio de mercenários estrangeiros.
. A Constituição da mandioca: A Constituinte brasileira foi convocada em 1822 antes mesmo da
independência. O voto era censitário baseado no preço da mandioca, daí o nome da Constituição. Esta nunca
chegou a ficar pronta. Em 1823 foi apresentado um anteprojeto dela, tratava-se de uma constituição de
monarquia constitucional e parlamentarista, o que foi rejeitado pelo Imperador Pedro que fechou a
Assembléia em 1823, desejando uma constituição que lhe desse mais poderes.
. A Constituição outorgada (1824): D. Pedro se alia aos portugueses e outorga uma constituição. Esta era
muito similar ao projeto apresentado, porém tinha uma novidade. Além dos três poderes do Estado, havia um
quarto poder, o moderador, que prevaleceria sobre os outros. Este poder era o poder do Imperador, que ainda
nomearia os membros do Supremo Tribunal, seria o chefe do Executivo e nomearia presidentes de província.
A Constituição deveria ainda ser referendada nas câmaras municipais ao longo do Brasil.
. Padroado: Segundo a Constituição, a religião oficial do país é a católica, os padres eram funcionários
públicos pagos pelo Estado e o Rei mediava relações do clero nacional com o Vaticano. Era o padroado.
. A repressão: Explodiram revoltas contra a nova constituição. D. Pedro fez uma forte repressão contra
estes – constituídos principalmente por exaltados –, fechando jornais, prendendo e exilando ativistas.
. A Confederação do Equador (1824): Uma certa continuação da Revolução Pernambucana de 1817, foi
um movimento separatista no Nordeste que obteve êxito provisório. Inicia-se em Recife, onde a Câmara
rejeitou a Constituição de 1824. Declara-se uma confederação unindo Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará. Com contração de empréstimos estrangeiros, d. Pedro suprime a revolta, matando seus líderes.
. O reconhecimento da independência: Mesmo com a declaração de independência, as potências
européias – inclusive a Inglaterra – não haviam aceitado a mesma, visto que Portugal não tinha aceitado a
emancipação. Os EUA são o primeiro país a reconhecer a independência brasileira, em 1824. Após longas
negociações, Portugal aceita a independência em 1825 – e, em seguida, toda a Europa –, mas com uma série
de cláusulas. O Brasil pagaria uma dívida portuguesa de 2 milhões de libras para a Inglaterra; as taxas de
importação continuariam compulsoriamente em 15%; e o Brasil não anexaria Angola, como pretendido.
. A guerra da Cisplatina (1825-8): Foi a guerra de independência do Uruguai com o Brasil. Eles tinham o
apoio da Argentina e da Inglaterra e o Brasil, com crises econômicas e revoltas regionais, perde a guerra.
. A queda de d. Pedro I (1831): Com crises nas exportações, fraca arrecadação do Estado, dívidas,
revoltas e guerras, o primeiro reinado foi um período de grande crise para o país. Como o autoritarismo de d.
Pedro, com o fracasso de seu governo e o crescimento das oposições, o imperador é obrigado a abdicar do
trono em 1831. Ele abdica para assumir o trono português e deixa no Brasil seu filho Pedro de apenas 5 anos.
A Assembléia assume o poder no que seria o período mais turbulento da história imperial, a Regência.
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1. Introdução:
Em toda a América Latina, os recém-fundados Estados independentes se encontravam em enormes crises
políticas e econômicas e em guerras civis. O Brasil não foi exceção, sem fundamentos econômicos sólidos e
sem uma organização política estável, encarou uma série de revoltas separatistas na década de 1830.
2. A política na Regência:
. Grupos políticos: Como Pedro II era ainda menor, os parlamentares decidem por uma Regência trina,
que durará até 1834. Há no momento três ‘partidos’: restauradores, a favor da volta de Pedro I; moderados, a
favor do federalismo e do fim do Senado vitalício; exaltados, que defendiam, além das reformas dos
moderados, reformas democratizantes. Os ânimos políticos se acirram, inclusive com confrontos nas ruas.
. Guarda nacional (1831): É criada pela Regência uma guarda constituída pelos cidadãos – só quem tinha
liberdade e renda alta – para evitar distúrbios. Vai ser um importante mecanismo de centralização do poder.
. Avanço liberal (1831-7): Moderados e exaltados se aliam e dão o tom do Avanço liberal. O principal
legado deles foi o Ato Adicional de 1834, apesar de este ter sido feito em aliança com os restauradores.
. O ato adicional (1834): Esse ato transformava a Regência trina em una, mas mais do que isso,
transformava os conselhos de província – meros órgãos consultivos – em Assembléias provinciais, que tinham
uma boa autonomia e amplos poderes. O senado permaneceu vitalício, uma concessão aos restauradores.
. Regresso conservador: O Ato Adicional deu margem para que estourassem uma série de rebeliões no
período, o que faz com que parte dos moderados se alie aos restauradores contra o Ato Adicional, formando
o grupo dos regressistas. Os restauradores não exigiam mais a volta de d. Pedro I, visto que este havia
morrido. Um regressista é eleito em 1837 dando início ao Regresso conservador, onde é desfeito o Ato
Adicional e inicia-se uma ampla repressão às revoltas regenciais.
3. As rebeliões regenciais:
. Caráter geral das revoltas: Tratam-se de grandes rebeliões contra a centralização e o absolutismo, contra
a carestia, muitas vezes anti-lusitanas, a favor das liberdades individuais e com a questão social presente.
. A primeira leva das rebeliões: Antes do Ato Adicional, houve algumas rebeliões pelo país, nenhuma de
grande vulto como as da segunda leva, especificadas a seguir.
. Cabanagem (1833-6): A maior de todas as rebeliões regenciais, ocorrida no Pará e estendida ao
Amazonas. A revolta se inicia com a rejeição de um presidente de província indicado. Os cabanos – membros
da classe popular na província, moradores de cabanas – tomam o poder da província. Como não tinham um
programa claro de poder, entram em conflito interno. Uma tropa é enviada do Rio e os cabanos fogem para o
interior, voltando depois a Belém e proclamando província desligada do Império. Um forte exército é
mandado à região e finda a revolta com 30 mil mortos.
. Farroupilha (1835-45): Também chamada de Guerra dos Farrapos, foi a mais eficiente revolta regencial,
tendo em vista seus objetivos. Ao contrário das outras, foi completamente elitista, feita por proprietários
estancieiros e charqueadores do Rio Grande do Sul. Estes reclamavam das nomeações ao presidente da
província, da alta taxa de importação do sal, da baixa taxa de importação do charque e das altas taxas
cobradas nas passagens. A Assembléia provincial destitui o presidente do Rio Grande, empossando Bento
Gonçalves e declarando a república Piratini em 1836. Gonçalves é preso, mas a revolta continua. Em 1839,
eles tomam Santa Catarina e declaram-na república independente Juliana. Caxias suprime a revolta em 1845,
fazendo ampla anistia e concessões aos revoltosos, como a nomeação dos farroupilhas ao Exército.
. Levante Malê (1835): Uma revolta plenamente diferente das outras, foi uma revolta escrava. Escravos
de origem muçulmana forjam um plano de tomar Salvador, como forros denunciam a revolta, ela é dominada
em apenas três horas, mas a revolta coloca a população livre da cidade em permanente medo.
. Sabinada (1837-8): A única rebelião urbana, junto com a Malê. Levante da classe média liberal de
Salvador contra o governo central. Estes tomam o poder provincial e declararam a independência da Bahia. A
elite da cidade foge da cidade e organiza a reação. Com o apoio do Rio de Janeiro, retomam a cidade.
. Balaiada (1838-41): Inicia-se com um conflito entre liberais – chamados bem-te-vis na província – e
conservadores – chamados cabanos – na província do Maranhão, embora a revolta tenha se espalhado para o
Piauí. Os balaios – membros da classe popular do interior da província – iniciam uma revolta apoiada pelos
liberais maranhenses. Caxias é nomeado presidente da província e suprime a revolta dos balaios.
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1. Introdução:
No final do período imperial, surge um pacto político que vai dar origem à base política do segundo
Império. É a união entre os antigos restauradores e alguns moderadores. Grande parte deles é constituída de
fazendeiros de café ou está ligada a estes. São as exportações de café e a força política dos cafeicultores que
vai estabilizar econômica e politicamente o Império.
2. A consolidação imperial:
. A Maioridade: Os moderados – agora chamados de liberais – viram-se alijados do poder com o
Regresso conservador. Eles tramam, então, um golpe para empossar d. Pedro II mesmo este tendo apenas 15
anos. Eles dão o golpe, conseguindo que todo o primeiro ministério do Segundo Reinado seja constituído por
liberais e o país volta a ter imperador, voltando também a ter poder moderador.
. Os partidos políticos do Império: Os dois grupos políticos do final da Regência se organizam em
partidos de fato. O partido liberal, mais favorável às autonomias regionais e as liberdades e o partido
conservador, mais centralizador, sendo mais ligado ao Imperador ao longo do Segundo Reinado e mais
poderoso. Os dois partidos, no entanto, estão assentados essencialmente em grupos sociais similares, ambos
são constituídos em sua maioria por proprietários de escravos e de terras. Ambos os partidos são contra o fim
da escravidão e contra reformas realmente democratizantes.
. A dinâmica política imperial: Em 1840, logo após o golpe da maioridade e devido ao acirramento das
brigas políticas, ocorrem eleições extremamente violentas e fraudulentas, as eleições do cacete. No entanto,
corrupção e violência serão marcas da política em todas as eleições do Segundo Reinado. Liberais e
conservadores iriam se alternar nos ministérios ao longo do Segundo Reinado.
. O grupo de sustentação do Império, os saquaremas: O partido conservador, ao longo de todo o Império,
é mais poderoso do que o partido liberal. Dentro do grupo do partido conservador, há um grupo proeminente
que, na verdade, dá o tom da política imperial. São os saquaremas, os conservadores do estado do Rio de
Janeiro, ligados à cafeicultura escravista.
. Por trás da estabilidade, o café: Mais importante do que as disputas políticas, para se entender a
estabilização política do Império, é preciso entender o que acontece na economia. Desde 1830, o café é o
principal produto da pauto de exportações do Brasil, superando o açúcar. E a partir de 1840 e 1850, as
exportações aumentarão vertiginosamente, possibilitando ampla arrecadação e amplos superávits na balança
comercial. A produção de café se concentrava no Sudeste, mais especificadamente no Vale do Paraíba
fluminense – esse o mais importante neste momento –, paulista e mineiro. A produção era feita em grandes
fazendas usando basicamente mão-de-obra escrava.
. Tarifas Alves Branco (1844): Neste ano, o Estado imperial modificou as tarifas de importação de
produtos estrangeiros com o objetivo de aumentar a arrecadação do Império – já que naquela época, a
principal fonte de arrecadação era a alfândega. As tarifas que eram de 15% passariam para 30% para produtos
sem similares nacionais e 60% para os com similares nacionais, os tecidos, no entanto, pagavam apenas 20%
de entrada. Além do aumento na arrecadação, a medida era uma reação à constante ameaça inglesa ao tráfico
de escravos feito para o Brasil e também pretendia defender a indústria nacional. De fato, as tarifas ajudaram
no surgimento de uma certa indústria nacional. Outras medidas imperiais, como a isenção na importação de
máquinas e o crédito para a indústria ajudaram as fábricas nascentes. Isso tudo não durou muito, em 1860
houve a reversão das tarifas, o que levou à quebradeira de diversas empresas industriais.
1. Introdução:
Em 1850, a Praieira havia sido controlada, as exportações de café batiam recorde, a indústria surgia e a
arrecadação aumentava crescentemente. Porém, neste mesmo ano abolia-se finalmente o tráfico de escravos.
Era a semente da ruína do Império, já que a base de sustentação deste eram os proprietários escravistas.
1. Introdução:
Existem vários pequenos fatores que explicam a queda do Império, porém há um fator fundamental: o
fim da escravidão em 1888. O Brasil foi o último país do mundo a acabar com esta e continuar havendo
escravidão no país seria insustentável. Com o fim desta, cai o grupo de apoio do Império, os proprietários.
1. Introdução:
Não houve nada de revolucionário na proclamação da República, nem se avançou democraticamente com
o advento deste regime. Isso fica claro no sufrágio que, segundo novos critérios, fazia com que a República
tivesse menos eleitores do que na época imperial.
3. O impulso à industrialização:
. A industrialização: Desde a década de 1880, inicia-se no país – especialmente nas cidades do Rio e São
Paulo – um processo sólido de industrialização, em função da gradual adoção do trabalho livre e da
importação de imigrantes. Essas indústrias receberão capital acumulado no comércio e com a cafeicultura e
elas se restringem aos bens de consumo não-duráveis: tecidos, bebidas, alimentos etc. Não há ainda indústrias
de bens de consumo duráveis e indústrias de bens de capital relevantes. A produção industrial do Distrito
Federal é mais importante do que a de São Paulo inicialmente, isso vai se inverter em 1920, quando a
indústria paulista supera a carioca.
. O encilhamento: O ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca era rui Barbosa, um importante
intelectual liberal. Ele adota uma política emissionista para desenvolver a industrialização no país e aumentar
a arrecadação do Estado, o encilhamento. Há, de fato, um impulso à indústria no período, mas também uma
grande especulação.
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1. Introdução:
Após a saída dos militares do poder e a chegada dos civis em 1894, há a vitória do grupo liberal e
federalista dos cafeicultores, o projeto destes é imposto como um todo. Uma república baseada nos poderes
locais e regionais, com pouquíssima cidadania e com um liberalismo excludente e autoritário, que perdura até
1930 com poucas modificações em seus elementos essenciais.
1. Introdução:
Toda a imposição dessa república oligárquica excludente e esse cerceamento da cidadania não iriam ficar
sem reposta das classes populares. Várias são as revoltas contra a nova ordem antes da década de 1920 e
muitas mais depois disso – que veremos na aula seguinte. Algumas de enorme tamanho, como o Contestado.
2. Revoltas rurais:
. Canudos (1893-97): Assim como o Contestado, essa é uma revolta rural, contra a oligarquia e com
características messiânicas, com uma religiosidade acentuada.
. Canudos, local livre do mandonismo: Desde 1870, o beato Antônio Conselheiro percorria o sertão
nordestino com seus fiéis construindo instituições como igrejas, escolas e orfanatos. Ele e seus fiéis se
instalam em Canudos, sertão baiano, formando uma vila com autonomia das oligarquias e produção própria.
. O cerne da questão: Muitos camponeses e empregados de fazendeiros vão para o arraial de Canudos e lá
são recebidos. Isso fere o interesse dos fazendeiros da região, que começam a se ver sem braços em suas
fazendas. Tantas pessoas para lá foram que a cidade chegou a ter quase 30 mil habitantes. A Igreja Católica
passa a condenar Conselheiro e os fazendeiros pedem a intervenção militar no local.
. A repressão: São mandadas quatro expedições para o local e a população do arraial resiste. Faz-se uma
propaganda de que se tratava de uma resistência monarquista, o que não era verdade. A quarta expedição com
8 mil homens do exército massacra o arraial em 1897.
. Guerra do Contestado (1912-6): Trata-se da maior revolta do período, ocorre na divisa entre Paraná e
Santa Catarina, em uma região contestada pelos dois estados. Assim como Canudos, é uma revolta contra o
mandonismo local e messiânica, sendo a comunidade do grupo profundamente religiosa.
. A comunidade: Os monges João Maria e depois José Maria lideram um grupo de pessoas desalojadas
pela construção de uma ferrovia, eles são expulsos de todos os lugares que vão. Eles se instalam em um local,
fundando lá uma cidade santa, onde fazem sua produção e também saques nas regiões vizinhas. A
comunidade sofre sucessivas incursões até ser massacrada em 1916.
. Cangaço ou banditismo social (1870-1940): É característico do Nordeste e constituído por pessoas que
saqueavam para poder viver. Seu expoente maior foi Lampião, que atuou na região de 1920 a 1938.
4. Revoltas urbanas:
. Revolta da Vacina (1904), as epidemias no Rio de Janeiro: Durante toda a segunda metade do século
XIX, a cidade do Rio de Janeiro foi lugar de várias epidemias terríveis de varíola, febre amarela, peste
bubônica e cólera. Milhares de pessoas morriam e não se conseguia erradicar essas doenças.
. As reformas Pereira Passos: Rodrigues Alves (1902-6) foi eleito com o projeto de melhorar o porto e
sanear a cidade do Rio de Janeiro. Ele indica como interventor da cidade – prefeito não eleito – Pereira Passos
e Oswaldo Cruz para resolver o problema da saúde. A principal reforma é a construção de um novo e
moderno porto na cidade. Porém a reforma inclui construção de amplas avenidas, desmontes de morros e caça
aos cortiços. As pessoas que viviam nos lugares onde passavam as avenidas projetadas seriam deslocadas à
força. Na parte da saúde, houve a caça aos ratos e decidiu-se pela vacinação obrigatória contra a varíola.
. A revolta: A campanha da vacinação obrigatória não teve um esclarecimento prévio da população e esta
duvidava da real capacidade da vacina. A população, com o acúmulo da decisão de expulsão de seus lares e
obrigação da vacina, revolta-se. Criou-se uma liga contra a vacinação obrigatória, inclusive com a presença de
políticos. A insurreição contou com revolta militar, barricadas nas ruas, depredação de bondes, de lojas e
órgãos públicos. Houve grande repressão, mas a obrigatoriedade da vacina deixou de existir.
. Revolta da Chibata (1910), as condições dos marinheiros: Os homens da marinha eram muitas vezes
recrutados à força dentre os ‘vagabundos’. A posição deles dentro do corpo militar da marinha era similar a de
escravos, inclusive com castigos físicos, em especial, as chibatadas.
. A revolta: Os marinheiros de quatro navios se revoltam, matam seus superiores e fazem duas exigências
apenas: o fim dos castigos físicos e a melhoria da alimentação. Sob a liderança de João Cândido, ameaçam
bombardear a cidade.
. Conclusão do movimento: O governo aceita as exigências e ‘concede’ anistia aos revoltosos. Terminada
a rebelião, todos os revoltosos são presos ao contrário da garantia dada. Muitos deles morrem nas prisões.
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1. Introdução:
Apesar de importantes e grandiosas, as rebeliões vistas anteriormente não tinham objetivo nem projeto
para superar aquela República corrupta e elitista. Já nos anos 20, de todos os lados vêm críticas e projetos
alternativos à República liberal. Esses movimentos vão desembocar na Revolução de 1930.
2. Sintomas da crise:
. As novas valorizações: Houve mais dois períodos de valorização do café, de 1917 a 1920 e de 1921 a
1930. A produção de café só aumentava e não havia margem no mercado internacional para absorver toda
esta produção. A valorização inclui uma política emissionista e desvalorização cambial, o que acarreta uma
carestia. Ou melhor, toda a população pagava pela valorização, o que foi motivo de indignação e revoltas.
. O tenentismo: Este movimento é constituído pela classe média e por militares indignados com as
estruturas políticas da República Velha. Trata-se de um movimento elitista, autoritário, nacionalista e
centralista. Vai ter grande adesão nas oligarquias dissidentes.
. O governo Artur Bernardes (1922-6): O PRP e o PRM arranjam a eleição do mineiro Artur Bernardes
para presidente em 1922 e do paulista Washington Luís em 1926. As oligarquias gaúcha, baiana,
pernambucana e fluminense se revoltam contra o arranjo e tentam impedir a posse de Bernardes. Esse assume
e declara estado de sítio. Dá-se uma série de revoltas tenentistas como a dos 18 do Forte e a Coluna Prestes.
. A Coluna Prestes (1925-6): Duas revoltas tenentistas se formam em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Os dois grupos se juntam e fazem a Coluna Prestes, sob liderança do militar Luís Carlos Prestes. Essa coluna
percorreu o interior do país lutando contra os exércitos legalistas, obtendo seguidas vitórias. Desfez-se depois.
Os membros da coluna defendiam o voto secreto, o fim das fraudes eleitorais, o castigo para os corruptos e a
liberdade para os presos políticos de 1922, dentre eles membros da revolta dos 18 do forte.
. A semana de arte moderna: Tido como um grande marco na história da arte no país, aconteceu em São
Paulo e trouxe as novas tendências modernistas da arte. Rompia-se com o simbolismo e o parnasianismo e
havia grande influência das novas tendências da arte internacional. Parte desses artistas é engajada e critica a
República em suas estruturas políticas. Outra parte não mistura arte com política e defende a arte pela arte.
1. Introdução:
Essa revolução marca o fim da República Velha e suas podres estruturas políticas. Trata-se de um dos
maiores marcos na história brasileira dentro do século XX. Caem as antigas oligarquias e agora o Estado será
incentivador da industrialização, que se diversificará.
1. Introdução:
O mundo passa por grandes transformações após o fim da Primeira Guerra Mundial e mais fortemente
ainda depois da crise de 29. O mundo do entre-guerras é descrente no liberalismo e altamente radicalizado,
polarizado entre os fascismos e o movimento comunista internacional. O Brasil não ficará fora dessa
radicalização, surgem dois grandes movimentos nacionais, a AIB de direita e a ANL de esquerda.
1. Introdução:
Em 1937, o país entra na pior ditadura já vivida até então. Opositores do regime e líderes de
trabalhadores são presos e torturados. A imprensa será censurada e os direitos básicos violados. Há forte
influência do fascismo nas práticas políticas do Estado Novo. Forja-se um novo modelo de política, o
populismo, que dará o tom da política brasileira até 1964.
1. Introdução:
A República que vai de 1945 a 1964 é uma continuação de certas práticas políticas e da lógica do Estado
Novo (1937-45). O que prevalece nos dois períodos é o populismo. Este é um fenômeno latino-americano de
meados do século XX. Nele, há a manipulação da massa trabalhadora por líderes políticos, mas ao mesmo
tempo, há o reconhecimento da cidadania desses trabalhadores, havendo concessões aos mesmos.
2. A queda de Getúlio:
. Os ares da redemocratização: Em 1943, com a derrota alemã em Stalingrado, a invasão do Sul da Itália
pelas tropas aliadas, e a vitória sobre os japoneses em Midway, fica clara que a vitória aliada na Segunda
Guerra seria apenas questão de tempo. Os líderes aliados passam a ter reuniões periódicas para decidir pelo
futuro da Europa e do mundo. A vitória sobre o nazismo e o fascismo representava a vitória da democracia
sobre ditaduras ultra-autoritárias. Há um vento de democratização no mundo. Com as tropas brasileiras
lutando ao lado das forças democráticas contra o fascismo, inicia-se uma pressão pela democracia no Brasil.
. A pressão interna pela democracia: Nesse mesmo ano de 1943 surge uma oposição a Vargas que exige a
democracia. Este a promete para o fim da guerra. Acabando a guerra em 1945, há grandes agitações nas
cidades pela democratização do país. Vargas dá a anistia aos presos políticos.
. Os novos partidos: Nesse contexto, ressurgem os partidos no país. Do próprio aparato do Estado Novo,
surgem o PSD – Partido Social Democrático – e o PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. O primeiro era
composto por grandes proprietários e era ligado a Getúlio, foi o partido mais forte durante a nova democracia.
O PTB também vem do aparato governamental, é constituído por sindicalistas e simpatizantes da causa
trabalhista. A UDN – União Democrática Nacional – é um partido elitista assim como o PSD e é forte, porém
é duramente anti-getulista. Da UDN depois surgirá o PSB – Partido Socialista Brasileiro. Ainda, o PCB é
legalizado.
. O queremismo: Um grupo de trabalhistas cria o movimento Queremos Vargas ou queremismo,
defendendo a continuidade de Vargas no poder. O PCB apóia o movimento, inclusive o seu líder recém-
liberto pela lei de anistia, Luís Carlos Prestes. Isso se deve a uma orientação do Komintern de se apoiar
frentes nacionais anti-imperialistas e anti-fascistas.
. A queda de Getúlio Vargas: Vargas é derrubado em outubro de 1945 e o poder vai provisoriamente para
o poder Judiciário. Este convoca a nova Assembléia Constituinte e novas eleições. O ex-ministro do Estado
Novo, o general Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente pela chapa PSD-PTB.
3. O governo Dutra:
. A nova Constituição: A Constituição de 1946 diminui novamente o poder do Executivo, onde os
ministros devem prestar contas ao Legislativo e permitindo ainda o mecanismo das Comissões Parlamentares
de Inquérito – as CPIs. A carta mantém a legislação trabalhista do período varguista.
. O alinhamento na Guerra Fria: Por decisão do presidente, o país se alinha ao bloco dos Estados Unidos
nesse período. O país faz um tratado de assistência mútua e acordos militares com os EUA. Seguindo a lógica
do alinhamento, o Brasil cortou relações diplomáticas com a União Soviética e levou o PCB à ilegalidade em
1947.
. A abertura econômica: Dutra recebeu uma economia bem organizada, saneada e com ampla
possibilidade de crescimento. Vargas havia criado um modelo de desenvolvimento baseado no capital estatal
e no capital privado nacional, com uma participação menor do capital internacional. Seguindo a lógica do
alinhamento, ele abre a economia para as multinacionais, enfraquecendo o empresariado nacional. Mesmo
assim, o crescimento econômico no período foi altíssimo.
. O salário-mínimo: Apesar de todo o crescimento econômico e desenvolvimento em geral, Dutra congela
o valor do salário-mínimo em sua gestão, fazendo esse salário se desvalorizar. Este surgiu um 1940 e
equivaleria a R$828,00 – este e todos os outros valores são equivalentes ao Real de 2004. O salário-mínimo
retoma o seu valor no período entre 1952 e 1964, chegando ao ápice de R$1.036,00 em 1957. Após o golpe de
1964, o salário-mínimo seria novamente congelado por 8 anos, chegando ao final da ditadura com um valor
próximo ao atual.
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1. Introdução:
Vargas voltaria ao poder eleito pelo voto popular em 1951, ficando até 1954. Ele retoma uma política de
desenvolvimento autônomo nacionalista com amplas concessões às classes populares. Acaba gerando uma
forte oposição ao seu projeto, dentro e fora do país. O desfecho dessa história é bem conhecido.
1. Introdução:
O governo Juscelino Kubitschek representa uma forte ruptura com o nacionalismo do segundo governo
Vargas. JK abriria a economia para as multinacionais, que estavam em época de grande expansão pelo
mundo. Essas transnacionais se consolidariam na economia nacional, tornando a economia brasileira
seriamente dependente a partir de então. São estas mesmas multinacionais que irão exigir o golpe em 1964.
1. Introdução:
O populismo era um sistema político que combinava concessões aos trabalhadores urbanos e
manipulação política dos mesmos. Quando os trabalhadores começaram a fazer uma série de exigências que
afetariam os interesses das classes dominantes, o sistema foi abandonado. O período do governo Jango é de
forte radicalização do populismo e dos ganhos populares, o que foi interrompido pelas classes dominantes.
1. Introdução:
Acima de tudo, o golpe de 1o de abril de 1964 foi um golpe de classe. Golpe feito pelo grande
empresariado nacional e estrangeiro e com o apoio da classe média contra as classes populares. Isso ficaria
nítido com as primeiras medidas do governo. O país inteiro entraria em um período de trevas e terror.
1. Introdução:
A grande peculiaridade da ditadura brasileira, que foi uma das várias existentes na América Latina no
período, foi que tentou manter uma falsa impressão de normalidade democrática no país. Assim, o Legislativo
se manteve aberto, assim como o Judiciário e as eleições continuaram a existir, a não ser para presidente e
depois para governador e prefeito das capitais.
1. Introdução:
O modelo econômico imposto na ditadura é o modelo implantado pelo governo JK, mas levado ao
extremo. A setorização da economia é reafirmada. Para impor esse modelo, que era maléfico para os
trabalhadores, usa-se de grande autoritarismo. Mazelas criadas nesse período são vividas até hoje.
1. Introdução:
Diante da falência do modelo econômico da ditadura, o regime perde a sua sustentação, já que o
‘milagre’ tinha dado grande popularidade ao regime. As pressões internas e externas aumentam e fazem os
ditadores cederem e iniciaram a abertura.
1. Introdução:
O Brasil viveu em sua história três longos períodos democráticos. A Primeira República, de 1894 a 1930,
era fortemente restrita, com poucos cidadãos aptos a votar e altamente corrupta e fisiológica. A segunda
República, 1945 a 1964, era bem mais democrática, mas os sindicatos eram atrelados ao governo e os
analfabetos eram proibidos de votar. A terceira República, de 1985 até hoje, apesar de vários problemas que
há nela, é a mais democrática de todas, com sufrágio universal, sindicatos livres e constituição social-
democrata.
2. Os novos partidos:
. A liberdade para abertura de novos partidos: No final de 1979, o Congresso extingue a ARENA e o
MDB, abrindo caminho para a criação dos novos partidos. Segundo a legislação, todos os partidos deveriam
ter um P de partido antes do nome. Isso foi feito para extinguir o termo ARENA, nada popular.
. O PMDB: O MDB, partido de oposição à ditadura, vira PMDB prevalecendo como um dos partidos
mais fortes do país. Apesar de ter uma constituição elitista, na década de 80 assume posições social-
democratas. No final da década de 80, desiludido com o governo Sarney, sairia do seio do PMDB o PSDB,
que nasce de centro-esquerda e vai rumando para a direita, principalmente quando chega ao poder em 1995.
. O PDS, o PPB e o PFL: A ARENA se transforma depois em PDS. Depois, o PDS se transformaria em
PPB, tendo hoje o nome de PP. Em função das eleições indiretas para presidente em 85, surge uma
dissidência dentro deste partido que dá origem ao PFL. Todos esses partidos são de constituição elitista e com
idéias francamente de direita, tendo práticas corruptas recorrentes, fisiológicas e nepotistas.
. O PDT e o PTB: Brizola volta do exílio e com outros trabalhistas históricos do PTB de Vargas e Jango
tenta refundar o partido. No entanto, Ivete Vargas consegue a sigla na Justiça, fundando um partido de direita
vinculado ao PDS. Brizola fundaria, então, o PDT, partido trabalhista e de esquerda.
. O PT: O PT, que nasce também em 1980, surge diferente dos outros partidos, por não se vincular a nada
da política anterior. Formado por sindicalistas, ex-presos políticos e intelectuais socialistas de esquerda, é bem
vinculado a movimentos sociais como o MST, a CUT e a parcela de esquerda da Igreja católica.
. PCs: Os partidos comunistas, que se dividiram em vários na década de 60, foram proibidos neste
momento de voltar à legalidade, sendo legalizados só no final da década de 80.
1. Introdução:
A década de 80 teve amplos avanços democráticos na política e na sociedade, ao mesmo tempo que a
economia praticamente estagnou, tendo apenas um ano de crescimento nada sólido, o ano do Plano Cruzado.
Em verdade, a economia não cresce de forma sustentada há 25 anos gerando miséria, violência e desemprego.
1. Introdução:
A eleição para o primeiro presidente civil após quase 30 anos sem eleições presidenciais não teve um
resultado feliz. Diante de uma eleição estranha, onde os mais tradicionais políticos não foram ao segundo
turno, vence Fernando Collor. Seu curto governo se caracterizaria pela corrupção, pelo entreguismo
econômico e pelo confisco das poupanças.
3. O governo de Collor:
. Confisco das poupanças: No Plano Collor, o presidente confiscaria as contas correntes e cadernetas de
poupança de todos os cidadãos, como afirmara na campanha que Lula faria. O plano, além de deixar milhões
de pessoas sem dinheiro, não conteve a inflação ou a dívida. O Plano Collor II também não logrou sucesso.
. Reforma do Estado: Collor propõe uma reforma do Estado, trata-se de um plano neoliberal, onde foram
extintos órgãos da Era Vargas, como o IAA, o IBC, além da Siderbrás e a Portobrás. Ele vendeu propriedades
da União, demitiu funcionários públicos – os marajás, como dizia na campanha –, reduziu drasticamente
tarifas aduaneiras e deu início a um programa de privatização das empresas estatais. O corte de gastos foi
tanto, que o IBGE que fazia censos decenais desde 1940 foi por ele impedido de fazer em 1990, só o fazendo
em 1991.
. Efeitos da reforma do Estado: A reforma do Estado prenunciava o que seria, depois, o triunfo do
neoliberalismo na política de Estado. A abertura das tarifas alfandegárias levou a uma quebradeira de
indústrias nacionais, gerando desemprego e depressão econômica. A produção industrial do país decresceu
26% em um ano. Com tudo isso, a inflação não diminuiu sustentavelmente.
. Escândalos de corrupção: Logo, apareceria outra face terrível do governo Collor, um amplo esquema de
corrupção que desviava dinheiro público para contas pessoais do presidente. Ao total, foram repassados pela
obscura figura de PC Farias, 10 milhões de dólares para as contas de Collor.
. Os caras pintadas: Diante dos escândalos revelados pelas CPIs e pelo próprio irmão de Collor, a
população – em sua maioria, estudantes – vai às ruas pedir o impedimento – ou impeachment – do presidente.
. A queda: Diante de todas pressões dentro e fora do meio político, a situação de Collor se tornará
insustentável. Uma tropa de choque constituída de Roberto Jefferson e Jorge Bornhausen faz a defesa do
presidente até os seus últimos momentos. No entanto, o Congresso vota pelo impedimento e no último
momento, Collor renuncia, não deixando de perder os direitos políticos por oito anos.
. Mercosul: É criado em 1991 o Mercado comum do Sul, acordo comercial para redução mútua das taxas
aduaneiras de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Depois, entrariam como sócios Chile e Bolívia, e em
2005, a Venezuela.
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1. Introdução:
A chegada de Fernando Henrique Cardoso o poder, assim como a continuidade de suas políticas na
economia por Lula, marca o triunfo do neoliberalismo no Brasil. Trata-se de uma visão que econômica que
projeta um Estado necessário. O neoliberalismo é fruto de um contexto histórico específico, com o fim da
social-democracia, do socialismo real e ascensão dos EUA como única hiperpotência mundial.