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ERIC J. HOBSBAWM OS TRABALHADORES Estudos sobre a Histéria do Operariado PAZE TERRA ores altamente pagos,apesar de inseguros. Devemos, permanecendo as outras coisas iguais, esperar encontrar um alto grau de pobreza secundéria aqui As reas com um amplo diferencial entre homens ¢ mulheres, por outro lado, © aquelas com analfabetismocoerentemente baixo, deviam ser os pricipais centros da aristocracia do trabalt. ‘A anise da pobreza dos velhos confirma isto em parte, embora cla mostre centros de mineracto de earvio coerentemente em melho- res condigdes neste sentido do que os centros de ferroe ago (p.ex.,em 1894 em Glamorgan, Monmouth ¢ Carmarthen em dezoitosindicatos 446porcento oumais de todas as pessoas acimade sessentae cinco anos ram pobres em seis: Llanelly (36), Neath (37), Pontypool (38), Swansea (39) Bridgend (40), Bedwellty 42), Em Northumberland, Durham e North Riding, Middlesbrough (46) eram de longe os pioces centros de miséria dos velhos). Falando de uma maneira geral (sem contar as aldeias miserdves) os piores centros eram aqueles das cida- des porturias nfo-habilitadase ceniros semethantes — Londres, Li- verpoo!, Bristol — os centros de fer ¢ ago, € 0s pontos negros babi tuals da industria semidoméstiea em pequena escala de Midland —- Dudley, Kidderminster assemelhados ‘Aandlise doanalfabetismo eda misériados velhos, portato, aju- daadaralguma profundidade,¢ até certo ponto modificeronosso qua. dro da estatficagdo da clase trabalhadore (1954) 366 16 TENDENCIAS DO MOVIMENTO TRABALHISTA INGLES DESDE 1850 ESTE ENSAIQ ao guna histéria do movimento trabalhista, ‘mas uma tentatiya dédiscuti?em detalhe urn tanto maior do que é feito habitualmente/o funcionamento de dois conceitos-padrio que os Marxistas usamparaexplicar certas tendéncias dos movimentos traba~ Ihistas sob o capitalismo: 0 conceito de uma “aristocracia do trabalho” ‘gozando de privildgios especiais e portanto inclinada a aceitar as opi~ niges dos seus patrdes;e ada “espontaneidade” do movimento que, de ‘uma forma bastante mais primitiva, eva a resultados semelhanteS>E, provével que ambos estes fossem tirados originalmente de experincia inglesa. Certamente 0 Imperialism de Lenine, que discute 0 primeiro, ‘deve muito ao trabalho anterior dos pensadores ingleses socialistas e até liberal-radicais sobre o assunto. Ele é menos conhecido do que © seu What Is To Be Done, que contém uma discussio completa do tlti- mmo, reflete uma leitura cuidadosa c extremamente critica da grande efesa dos Webbs do movimento sindical inglés “espontineo”, que Lenine havia traduzido em seu exflio siberiano pouco antes. Certa- ‘mente a Inglaterra 6 o locus classicus para ambos no século dezenove, ‘Uma andlise tal como esta pode langar luz. sobre a forgae anatureza do “teformismo” do movimento inglés hoje. De qualquer maneira este cesbogo pode servir para estimular a discussio sobre um assunto de maneira alguma completamente explorado até agora, > 367 1 Algumas palavras sobre o cardter geral da economia inglesa e do no seu apogeu cerca de 1850-75}, falando deumamaneira geralfumnegécioem pequeniescala, altamen- tecompetitivo, de empresérios individuaiS(Mesmo a forma de organi- ‘ago de capital conjunto foi lenta em se genecalizaratéo fim do sécu- Jo). Além do mais, ele era tecnicamente um sistema conservadot. A sgrande era da revolugto técnica e organizacional inglesa na indistria estava, de uma maneira geval terminada em 1850/ Os triunfos da “of cina do mundo” foram obtidos mais aplicando o progresso técnico dos primeiros pioneiros mais genericamente, do que sendo os primeirosem aparelhos novos ¢ revoluciondrios, Até a I Guerra Mundial as novas indkistrias, baseadas nos tipos mais moderaos de mevanizacao, prod cio em massa, et., foram obscurecidas pelas velhas indistrias bisicas relativamente estéveis como a mineragdo de carvao, txteis ea fabrica- 0 de mquinas antiquadas. A fusio do aparelho do Estado com comércio capitalista,tdo caracteristica do capitalismo moderno; mal tinha comegado, A Inglaterra Médio-Victoriana era uma partidéria ain- da mais logica da “livre iniciativa” do que 0 comércio americano, por- que ela rejeitavaaté as tarifas,O fata dea sua politica de laissez-faire se apoiar em certas vantagens temporsrias no afetaasituagio,> Este era, de uma maneira geral,o estado de coisas até 1875. Dat por diante podemos distinguir trés fases principais no progresso— ou melhor, regresso — do capitalismo inglés/Da Grande Depressio de 1873-96até a Guerra Mundial, o crescimento docapitalismodemono- polio no sentido da concentragao industrial, o crescimento da moderna produgdo em massa, et, fo! anormalmente lento, comparado com a Alemanhe ¢ 0s Estados Unidos, etquanto 0 da politica imperialista,e do aparelho do Estado imperialista, foi bastante répido, O investimen- tocstrangeito e o renascimento do velho coméreia bisico de exporta fo apts a depressio obscureceu a deteriorasio fundamental da posi so internacional da Inglaterra apenas o suficiente para tomar 0 ‘comércio relutante em empreender aqueles esquemas grandes e onero- sos de reequipamento ereorganizacdo que haviam sido largamente dis- cutidos durantea depressio. (A geracio atual de pensadores comerciais esté culpandoa passada amargamente por esta omissio), Poroutro lado 368» ‘a ascensiio de concorrentes sérios no estrangeiro, ¢ de um movimento trabalhista politico em casa, obrigou a classe dominante a fazer impor- tantes mudangas administrativas e poiticas, e a romper, em certos sen tidos, decisivamente com uma politica de laissez-fai ‘A gravidade da sua crise recaiu sobre o capitalismo inglés entre duas guerras, quando a Inglaterra adquiriu rapidamente todasas carac- teristicas-padirio do imperialismo, tal como definide por Lenine: nota- damente a concentragdo da produgao até o ponto do monopélio ¢ do oligop6lio,ea “criagdo com base no ‘capital financeiro’de uma oligar- guia financeira”. (A situagto desesperada revelada pela If Guerra Mundial acelerou a fusto do Estado e dos grandes negécios. \ ( Correndo 0 risco de alguma supersimplificagzo, portanto, pode- mob dividir 0 nosso perfodo em trés fases: (1) alé 1875, pré-monopo- lista; (2) 1875-1918, transitéria— com, talvez, odivisorde éguas deci- sivo exatamente onde Lenine 0 colocou, por volta de 1900; (3) partir de 1918, completamente monopolista, Deve-se lembrar queo progres- so do monocapitalismo foi acompanhado também por mudancas importantes na estrutura industrial, notadamente a ascensio de novas indtstrias baseadas na mecanizagio e tipos modernos de organizacao fabril, bem como porum aumentono tamanhodas unidades industriais ce comerciais. desenvolvimento dg movimento trabalhista recai em grande pparte nos mesmos perfodosNossa primeira fase presenciou um movi- mento razoavelmente pequeno de sindicatos de oficio ou do tipo see- cional, sociedades de socorros miituos ¢ assemelhados, tendendo poli- ticamente a aceitar a estrutura liberal, Nossa segunda presenciow uma série de expansGes que mudaram aescala do movimento: om 1889-90, ‘em 1910-14e durante a rimeira Guerra Mundial, osprimérdios de um_ movimento politico distinto dos partidos tradicionais e que exigiam politicas incompativeis coma fase do laissez-faire capitalismo; ’bém o renascimento dos grupos revolucionatios e socialistas, ‘iltima presencion 0 movimento como um todo convertido —Teorica- mente —2 necessidade de substituiro capitalismo, embora ao mesmo tempo langando rafzes firmes no solo do capitalismo de monopdlio, a ascensio de um Partido Comunista, Estes nao foram, naturalmente, ajustamentos graduaig(s tendéncia geral do movimento se fez. sentida através de uma série de curvas em ziguezague, perfodos de progresso radical sucedidos por outros de conservantismo relativo ou regressto 369 bsoluta)Assim, os perfodos de militancia no comego da década de 1850, no fim da de 1860 ¢ comego da de 70, 0 comego da de'1890, 1910-14, omeio eo fim de de 1930, ¢ 1941-5 foram seguidos por osci- lages na diregdo oposta, tais como, por exemplo,a mudanga marcada para a direita no Congreso Sindical apés a Greve Geral, eno governo trabalhista depois de 1945. W O conceito de “aristocracia do trabalho” era familiar para todos 08 estudantes do movimento trabalhista do século dezenove na Inglaterra, Mas ao analisé-1o, devemos distinguir bem nitidamente centre aera pré-imperialista e as outras (fa “idade do ouro” do capita~ lismo inglés sua parcela dos lucros comerciais dependia, para fins pré- ticos, da forga direta de negociacao (ou, o que vem a dar na mesma coisa, do valorda escasse eda capacidade de resist) dos grupos indi- vviduais de trabalhadores;e da determinagio disto, as organizagSes tra- bathistas, sindicatos, cooperativas, sociedades de socorros muitos — desempentiaramm ua parte vita.* A “aristocracia do trabalho” tendeu ser um grupo nitidamente demarcado, Entre 1850 € 1875 os salétios ‘reais subiram apenas para aquelescujarendaem dinheiro podia ser ele- ‘vada mais depressa do que os pregos. Além do mais, 660s trabalhado- res com recursos substanciais podiam — individualmenite, ou através de corpos como as cooperativas — ter acesso aos artigos de consumo de boa linha e qualidade, que estivessem aos niveis de prego da classe média, Para 0 resto, 08 trapos ¢ artigos adulterados que constituiam sin6nimos “baratos e s6rdidos”, tinham que bastar; porque os alimen- tos baratos de ultramar nfo comegaram a chegar senéio na década de 1870 e, com algamas excecdes, a producto de artigos de consumo ppara, o mercado barat de massa (roupas feitas, por exemplo) nfo “ston sgifc, como fi decerao mus vees,quesomente or apendines dae ‘sos, ouaguelesquecomandavamequeeraentiocensicerdo com "hablo" podam gor Geljembora a provallacie ds forms snviqudae, que pt indo de halide esa — pre iia demguinas wabulos de consruso — elaisem mio do movimento sinc 370 comegou até 0 periodo da Grande Depressio. Daf as vantagens dos “negociadores fortes” serem desproporcionalmente grandes. ‘Mas as condigées das negociagdes (reais ou implictes) emergi- ram quase inteiramente do regateio dos inumerdveis mercados de tra- balho, seccionaise regionais. (Nao se deve superestimar neste perfo- do, exceto para fins muito limitados, ow numa andlise muito geral, © papel do mercado de trahalha “yacional”), Em geral eles nfo foram, inicialmente, conseqiigncia de uma politica consciente. Os patrées cram hostis aos sindicatos em principio, exceto quando forgados & negociar com eles Ao foi sendo até as décadas de 1860 ¢ 1870 que descobriram que os mecanismos formais para facilitarasrelagdes tra- balhistaseram desejéveisde um pontode vistacomercial, equeanego- ciaglo de corpos de trabalhadores com corpos de patrdes recebia virios graus dereconhecimento oficial ou ndo-oficial. Este foi operio- do da legislagio sindical de 1867-75, de varios eorpos para a conci oe acordos de escala mével, da defesa dos sindicatos pelos comer- ciantes como meio para evitar perturbagdes! Mas isto foi em grande parte um reconhecimento de fatos estabelecidos, embora fosse sem "est preocapado com a prosperidade da india.) possa encontrar ms uso para uma india efiiente do que uma abandonada,e os sndicatos possam usar a sua forga par promover e gular a eorganizagocieufia diner, bem como obte as vanagens materials dea reorgenizagio”. Esse sindicalismo comercial organizado numa escala nacional, como as conferéncias Mond-Tumer de 1927-8 sugeriram, emergiu da desco- berta dos sindicatos de que a economia capitalista inglesa estava em ‘estado de crise grave, Menos ainda havia qualquer tendéncia de modi- ficar as titicas radicionais dos sindicatos. Nao foi senéo até o fim da décadade 1940 que foi possfvel para um Conselho Geral da TUC acei tar um congelamento de salérios numa ocasido de lucros fortemente ‘erescentes, a fim de garantiraestabilidade daeconomiacomo umtodo Apesar de tudo, em esséncia, aatitude seccional dos opersios do algo- io durante a Grande Depressi, que se recusaram a fazer campanha or um dia de cite horas porque isso podia prejudicar as perspectivas 372 Além do mais, até 0 ponto em que certos corpos de trabalhadores tinham afini- dades com este substrato flutuante — migrantes sazonais, como os tra- bbalhadores do gés, homens contratados casualmente, como as docas, ‘ou muitos dos niveis mais baixos das fabricas de entio — eles sofriam de incapacidades semelhantes(A forga do cartismo havia se apoiado precisamente em suacapacidade ve mobilizaressas vastas massas dos incompletamente proletarizados. Os grandes surtos politico-indus- iricis militantes de 1889. 1911 iriam fazer o mesmo, Mas todos estes tiveram sucesso porque foram além dos limites do sindicalismo estxei- to, € deram ao movimento revoluciondrio ou socialista lideranga perspectiva. Na falta dessa consciéncia politica, estas segdes da popu- Iago trabalhadora continuaram, por alguma extensio de tempo, n20- organizadas ¢ ndo-representedas. Nao se deve esquecer que, fora de alguns centros, um sistema fabril completamente desenvolvido, ou ‘qualquer unidade de produgio em grande escala, néo se desenvolveu iGo fim do sécule ‘Um reflexo semelhante do arcafsmo relativo da estrutura indus- trial inglesaéotamanhodo que podemos chamar da populagao "d6cil” Asestradasde ferro americanas, por exemple, organizaram cedo sindi- catos fores. Asestradas de ferro inglesas, contudo, providas de pessoal (fora da plataforma do maquinista e dos niveis da oficina) principal- mente do grande reservatério da mdo-de-obra barata ¢ intimideda das 3B aldeias, nfo conseguiram fazer isso sendo muito mais tarde; e quando o sindicalismo chegou, foi em grande parte sob a forma do sindicato industrial, Contudo é verdade que a lentidio das mudangas técnicas,ea protegto e imobilidade relativas de certos oficios, compensaram isto até certo ponto. Quando, por motivos histsricos, um nicleo de “nego- ciadores fortes”, dispostosalutar, jd existia, nao era to fil submergi- Jo numa inundagio de méo-de-obra barata, Assim os fiandeiros & ‘méquina do Lancashire conservaram ¢ aumentaram o controle da sua indiistri ese tomaram a espinha dorsal de toda uma série de sindicatos devarios niveis, inclusive de mulheres, naindistria algodoeira; ao pas- soque nos Estados Unidos as mudangas mais temerrias deixaram cor- pos semelhantes no nordeste encalhiados como pequenos grupos de artesios, enquanto uma inddstria de mio-de-obra barata com sindica tos fracos foi construfda em outra parte. Mesmo entre as grupos inferio- res, fatores como a solidariedade nacional dos irlandeses ajudaram a sriarorganjzayes bastante boas aque ali—entre os esivadores, por cexemplo.Beumamaneira geral, contudo, foram precisas duas geragdes de lutas para enfraquecer decisivamente a docilidade tradicional de srande parte de mao-de-obra barata inglesa‘> 1 O terceiro fator e mais importante em limitar o tamanho da aris- tocracia do trabalho era acrenga, que dominava as politicas de contra tagto de muitos patrdes, de que os trabalhadores podiam ser divididos cem dois grupos: 0s “artesdos”, que possu‘am habilidades ou qualifica- es especiais, ea massa da"*mdo-de-obracomom”, que podia ser con- tratada, despedida, ou trocada a vontade, sem fazer qualquer diferenga aprecidvel na eficiéncia; da qual havia normalmente uma superoferta dlispontvel aa maioria dos lugares, exceto talvez no pr6prio épice de tum surto econdmico cFético ou sazonal. Apenas certos tipos de traba- Ihadores estavam em posigo de tornar ou manter o seu trabalho bas- {ante escasso, ou bastante valioso, para concluir um bom acordo. Mas as condigdes relativamente favoréveis que eles conseguiam eram, em grande parte, conseguidas realmente a custa dos seus colegas menos favorecidos;néo simplesmente& custa doresto domundoque ocomés- cio inglés dominava, Nao precisamos acentuar a prevaléncia dessas, 314 ; ar reliquias do comego do capitalism tais como os sistemas de subcon- tratagdo, e assemelhados, que transformavam muitos trabalhadores ‘abilitados ou de supervisto em verdadeiros co-patrBes dos seus cole- £288 menos favorecidos, porque os sindicatos — como 0 dos Maqui- nistas — muitas veres lutaram contra estes, ou no fizeram nenkum cesforgo para perpetud-los. {Mais importante ¢ 0 fato de que aescassez os trabalhadores rlativamente prOsperos era fungao do excesso rela- tivo no resto do mercado de trabalho. Toda a questo do sindicato de oficio cléssico consistia em mantero oficio, ¢ aentrada para 0 offcio, resirita — muito ao contrério dos argumentos atuariais para excluir ‘aqueles trabalhadores menos saudéveis ou qualificados que simples- mente esvaziariam os fundos do sindicato enfraquecendo a forga de negociagao de outras maneiras. Dai o sincicalismo universal estava fora de discussto embora muitos sindicatos 0 favorecessem honesta- ‘mente, exceto quando ele parecia ameagar o monopélio seccional de cemprego deles> Apesar de tude sindicalismo, feeconl ere tipo nfo era sem valor mais amplo. Afinal de contas Gie tinha dias faces}y€eeIotasse contra 0 resto da classe trabalhadora por sua posigdo especial, lutava também contra o chefe (até 0 reconhecimento, de qualquer maneira), pelo direito a uma parcela dos seus lueros — uma parcela pequena © estivel. No curso desta luta ele estabeleceu nao simplesmente uma série de mecanismos ¢ instituigdes que se tornaram propriedade comum do movimento — Conselhos de Oficios, o Congresso dos Sindicatos, a maneira eficiente de acministrar os negécios do sindica- to,aestratégia eas téticas das campanhasa curto prazo—mastodoum sistema de ética da militincia O aristocrata do trabalho podia usar ‘uma cartolae pensar em assuntos comerciais exatamente como 0 sew palro, mas quando os piquetes estavam na rvacontrao chefe,elesabia 6 que fazer. Além do mais, ele desenvolveu, numa base estreita, uma solidariedadee consciéncia de classe, uma crengade que desde quem homem trabalhava por salério seus interesses eram determinados exclusivamente por esse fato: uma conviegfo que se tomnou uma parte = Umuencego important srr algunas frase abl nf winds age dose de ince de aro, qu os snd oer por muito tempo edramete pe ‘conserva, estes 8060s membres estar rnpaenteexporatdo ao mio seus pre isos. 315 See a rae eee rier al er ree omer valiosa da tradigdo trabalhista ingle O secretétio do sindicato dos fiandeiros ou dos sopradores de vide podia se tormargerente da fbi- a ou empressrio; mgs enquantofosse ura homem do sindicato, com- portava-se como tal Ea existéncia de um forte aloo de sindicalismo «em muitasindistria basicas (porque os sindicatos de oficios eram, sagas nossa estratura industrial, muito mais bem-sucedios do que csamericanos) tornou muitomais cil expandir os objetivos do movi- mento mais trd67 wv © advento do imperialismo mudou este estado de coisas. Se ‘vamos falar de uma “aristocracia do trabalho” de tendéncias reformis- tas neste perfodo, estaremos descrevendo alguma coisa muito mais _cfemplexa do qu a péspera“lase dos artestos” da dada de 1860 Go havia massas de trabalhadores ingleses que, para fins préticos, no haviam se beneticiado do capitalismo inglés. Quanto mais avan- sgamos naera imperialista, maisdiflcil se tornapr-se odedo sobre gru- pos de trabalhadores que nao tiraram, de uma maneira ou de outra, alguma vantagem da posiyao da Inglaterra; que nao foram capares de viver bem melhor do que o teriam feito num pals cuja burguesia pos- sufsse menos reivindicagdes acumuladas sobre os lucros ¢ dividendos no estrangeiro, ow forga para impor as condigdes co coméreio com as reas atrasadas. Ou, que no hé nenhuma correlagdo simples entre 0 padrio de vida ea moderacao politica, sobreos trabalhadores aos quais ilo se podia fazer sentir que os seus interesses dependiam da continus- eo do imperialismo. E realmente verdade que os “beneficios” do imperialism, c suas promessas, eram distribufdas desigualmente centre os varios tebalhadores em qualquer momento dado; quealguns dos mecanismos para distribur-los nao entraram em funcionamento ccornpleto até os anos interguerras. H igualmente verdade que a crise crescente da economia inglesa complicou 0 padrdo. Mas, no todo, a ‘mudanca permanece. > fadécada de 1880, enti, procuramos 0 ‘proletariado burgués” do qual Marx falou, quase inteiramente entre 2 camada dos “artesiios” favorecidos. No periodo imperialista os encontramos nao s6 ld, € nos _grupos totalmente novos de trabalhadores privilegiados, mas—e isto 376 € igualmente significative — nos corpos importantes dos até entio nijo-privilegiados e mal pagos,enoque podemos chamar de movimen- to trabalhista profissional dos politicos, funcionétios dos sindicatos € outros especialmente susceptiveis& persuastio capitalista.” Por paradoxal que parega, os menos “confiveis" destes eram alguns dos velhos aristocratas do nosso primeiro periodo, porque a nova era minou a posigiio deles de privilégios especiais, E bastante provaivel que, relativamente falando, a posigo do artesfo habilitado inglés nunca foi mais alta do que na década de 1860, nemo seu padriio de vida e acesso &instrugo, cultura e viagens (pelos padrbes contem- porineos) tdo satisfatério, nem a distfincia entre ele e 0s pequenos fabricantes locais que o empregavam tio estreita, nem entre ele © a massa de “mio-de-obra” tio larga.*€Mas a primeira se alargou, & medida que a produgo se concentrou e o dono-administrador dew lugar & corporagao de capital conjunto, e & medida que todo um con- junto de novas téenicas administrativas e graus burocréticos se intro- Seria interessante esbocar 0 crescimento destas redes de “‘interesses adquiridos na estabilidade”, por exemplo em reas como a Gales do Sul e Londres, nas quais 0 Par- tido Trabalhista teve o controle do patrocinio municipal por um longo periodo. Podem-se multiplicar esses exemplos. ™ Compare ojugnmento de Schulze-Gueversliz.o cameo do séevlo de gas "Oprole- mado devenpregoinpamente un pecblema de Londres da comadapoerin infin. 379 (Oqueé ainda mais importanteS6E ndo_privilegiados pela primet- avez se toraram capazes de usar os métodos de negociagao do movi- ‘mento trabalhista em larga escala. A escala da negociagao coletiva aumentou; ela eve lugar mais e mais numa teia de insituigdes publ ‘cas ou semiptblicas; ela foi apoiada pela pressio de um movimento trabalhista independente e ameagador, Para o sindicato de oficio este- belecido (digamos dos Fabricantes de Caldeiras ou TipégrafosVisto ouco significava; porque eles jf eram reconhecidos, ea sua forca de negociagio era de qualquer maneira formidvel. Para os até enti fra- os e nao-privilegiados, ela treuxe uma mudanga profunda e, como veremos, tentagdes importantes, E verdade que a crise da economia inglesa neutralizou estas ton- éncias. Possivelmente, se o pais tivesse enfrentado mia crise catas- twéfica cujos efeitos sobre o padriode todos os trabalhadorestivesse se tornado palpével, isso as teria suplantado completamente, Mas os lucros acumulados do monopélio mundial e do império, @ posigao estratégica do capitalismo inglés, protegeram tanto os trabalhadores como os patrécs coatra um impacto darealidade cruel demais, até uma casio em que 0 movimento trabalhista de “livre inciativa” da déca- da tle 1870 tivesse tido tempo de se alargar no poderoso movimento Fabiano-reformista do nosso século. Assim, 0 movimento para a «Sarda entre os velhos aristocratas do trabalho foi mais lento e mais parcial do que se podia ter esperado, embora fosse inconfundivel nos sindicatos de oficio cldssicos tais como os Maguinistas Unidos; embo- a0 Secretério Geral dos Febricantes de Caldeiras hoje possa ser ouvi- do dizendo coisas que fariam o seu predecessor da década de 1880 se torcer na sepultura, ¢ 0s venerdveis Fundidores de Ferro, que remon- tama 1809, sio hoje um sindicato de esquerda de niveis semi-habilita- dos relativamente mal pagos, Mas se eles mudaram, ainda mais sur- Preendentemente, outros também, notadamente os dois grandes Sindicatos Gerais de Transportes e Trabalhadores Municipais, que hoje constituem um quarto do némero total de membros do sindicato. © ancestral dos Trabalhadores Municipais, 0 Sindicato dos Trab Thadores de Gés de Will Thome, comegou & vida no ano do levante, 1889, como a coisa mais perto de urn corpo ho" xoncebfvel uma forga na sua diretoria; seu marido redigia suas TEgras € objetivos; Virtualmente todos os seus Ifderes nacionais ¢ distritais eram social. 380 democratas Marxistas, Podemos acrescentar que ele foi facilmente © ‘mais bem-sucedido dos sindicatos gerais fundados em 1889). Contu- do dentro de vinte anos ele havia mudado consideravelmente para a dlireta; e as grandes figuras da sua segunda e terceira geragBes — 0 Reto e Honrado LR. Clynes, Lorde Dukeston, Sir Tom Williamson — «esto mais ou menos tio longe & direita do Partido Trabalhista quanto possivel, A hist6ria do Sindicato dos Estivadores, outro filho de 1889, ¢ ancestral dos Trabalhadores em Transportes de hoje, ¢ligeiramente mais complexa. Eleentrou om colapso bastante sério entre 1892¢ 1910, eteve que ser reanimado por outro acesso de expansfo agressiva, que deu & sua lideranga rebelde criginal um segunl perfodo de proeminéneia;além do mais, certs segdes que o constitufam, tis como os homens do Oni- ‘bus, enfrentaram problemas que os empurraram, também, para aesquer- da, Contudo, se acompanharmos a carrera do maior dos lideres da sua segunda geragio, o St. Emest Bevin, das suas origens socia-democrat cas Marxistas em Bristol, aravés do seu perfodo de ativa agitagdo sindi- calista industrial, até 0 sucesso, uma carreira tio afastada da do chefe radical do maior sindicato do pafs,e entrando finalmente no Gabinete como Secretétio do Exterior, a tendéncia geralé suficientemente Obvia, Os dois grandes sindicatos dos proscritos de 1889 se tornaram os dois pilares principais do conservantisnio do movimento inglés.* v CO que tora estas mudangas tio complexas é anotével combina 40 de conrentes polticas que fluem tanto para a direita como para a esquerda; ¢ intensificagio local do refosmismo num cenério geval de radicalizagdo7por exemplo. Vimos quemtade do ure do monopS- lio mundial inglés, a classe dominante havia comprado a estabilidade social, ¢0 que ela considerava como producdo eficiente, a um prego *OSindicno de TabaladoresGennse de Transportes mudoo pare aesquerdasovames- ‘egagessucesio um ag inesperada ap ovo de F. Cousins que deviaasae scene nein dato ese clemento dzesqueriaeepesentya, "Polos padres madera de admistrago darshosde-oraelaeraroserament ine Siete. Ve, Cap 17. 381 grotescamente barato, como Joseph Chamberlain foi o primeircalem- brar aos seus colegas". Teoricamente o caso parao reformismo delibe- ado, ov uma “economia” consciente “de altos iste ‘comomeiode obter ambos sob as condiges da nova era, foi fortes ¢ numerosos gru- pos de intelectuais, desde Toynbee e Alfred Marshall até Sidney e Beatrice Webb, forcarain-na, O mesmo fizeram alguns patrOes, por irénico que parega muitas vezes homens cujasligagSes com as colé- nias eraga especialmente intimas, como as firmas de cacau, chocolate sabig. Na pratica, contudo, os capitalistas estavam conscientes de uma ameaga crescente,¢ raramente inclinados a fazerem concessées, ‘exeeto sob coagio. O imperialismo inglés, afinal de contas, desde 0 ‘comeco, registrou um passo paratrés,do monopéliomundial potencial para 0 verdadeiro monopélio de um quarto do mundo; embora em nndimeros absolutos o ditimo possa ser maior do que o primero. Mas precisamente na o¢asiéio em que 0s horizontes ilimitados estavam se ccontraindo para eles, os comerciantes ingleses pareceram ser solicita- dos através de concessGes diretas, através de taxagio ou de outra for- ‘ma, a pagar mais dos seus Iucros do que antes a mais trabalhadores. (Nioestou discutindo aqui se, de fato,estavam; mas era isso que pare- cia para o comerciante individual.) Certamente eles foram solicitados a abandonaro direito de “fazeremo que quisessem com o que lhes per- tencig ao que estavam acostumados > Ls concess6es foram portanto extorquidas pela forga; eseguidas de coitra-ataques cada vez mais desesperados, que forcaram até a mnilo-de-obra moderada para a esquerda. A decisio dos sindicatos de formarem vm Partido Trabalhista (1898-1906) em conseqiiéneia do ataque ao seu status legal 60 exemplo mais bem conhecide® Na verda- de, tanto oreformismo como oataque podem servistos em ago simul- taneamente. Assim ap6s a Greve Geral de 1926 os donos do carvéo e as segies mais estipidas do Partido Conservador reagiram da maneira tradicional peloesmagamento do sindicatoe a legislagao ponitiva anti- sindical. Enquanto isso outro grupo de patrdes, chefiado por Sir Alfred Mond do truste quimico, enfrentou a ameaga da maneia exatamente coposta, convidando a lideranca do Congresso Sindical para as notérias conferéncias sobre a paz ea racionalizagao industrial que, sob onome de conferéneias Mond-Turer, se tornaram tum ponto de referéncia na histétia da colaboragao de classes. Bamesma forma, ambasastendén- cias coexistiram no movimento trabalhista. Assim 0 perfodo geral da 382 2 Grande Depressao (especialmente de 1880 até meio dadécada de 90) ppresenciou tanto umaradicalizagio do movimento (0 renascimento do. % socialismo, aorganizago de sindicatos novos e militants) como uma intensiieagto do embourgeoisement* os velhosindeaos, csp :mérdios notamos acima- Z._Ohistoriador olhando para ts sobre todo o periodo fic portan- to impressionado tanto pelos retrocessos macigos da colaborago das classes como pelos seus grandes progress0s. O desemprego da Depressi da década de 1880 fez mais para abalar a crenga dos sindi- calistas ingleses na iniciativa privada libertada do que o reconheci- mento oficial da aristocracia dos offcios para reforgé-ia.O coatra-ata- que desesperado dos paurdes contra o sindicalismo radical de 1889 ¢ depois destruiu realmente grande parte dele; mas seu resultado princi- pal a longo peazo foi empurrar até 0s velhos sindicatos conservadores para uma simbiose com os socialists — para um Partido Trabalhist independente potencialmentedistnto do Liberalisio da classe médi 0 partido foi durante anos pouco mais do que um fraco grupo de pres- sii sobre o flanco dos Liberais;¢facilmente apaziguaco. Mes enquan- 10 05 Ifderes tabalhistas parlamentares eram domados (poucos deles jamais foram realmente selvagens), 0 fracasso do imperialismo ‘Bdwardiano de manter as condigtes da classe trabalhadora precipita ram outro irrompimento de inquictagao trubalhista, dirigido pelos sin- dlcalistas das fileicas e sindicalistas industria. AT Guerra Mundial {ez ainda mais par alicnar os trabalhadores de uma erenga no sistema capitalista, rompeu a lealdade do Partido Trabalhista aos Liberais, a ‘qu: meles substitucam dentro de poucos anos; ¢ até comprometerara op rtido teoricamente com um programa socialista, Realmente(de 1921 até 1934 os patrdes contra-atacaram com muito efeito. Em 1934 0 sinicatos dficilmente tinkam mais membros do que em 1913, 0 Partido Trabalhistaestavareduzido aum resto de 50 tantos membros 4o Parlamento,¢ por forga da miséria humana sem paralelo o custo inesperadamente alto dos servigos sociais, notadamente 0 auxfiio- desemprego, havia sido restaurado numa base “etuarialmente lida”. “Tampouco os Iideres moderados do movimento resistiram fortemente, estando eles proprios ansiosos para recuarem da posigao radical inc6- 383 See ee an ean pam ae eee ‘moda para a qual a inquietagdo de 1911-26 os havia forgadédse nio, como Macdonald, Snowden, Jf. Thomas e outros, de se bandearem inteiramente para os proletériog. Apesar disso principal resultado das décadas interguerras duramenté enfrentadas foi de alienar um néicleo s6lido de millGes de cidadaos permanentemente (6 seguro dizer) de qualquer partido que no prometesse o socialismo. A avalanche de 1945 foi a resposta. Isto nao significa que a lideranga reformista do ‘movimento trabalhista tenha se tornado absolutamente menos ligada a0 status quo; se hé alguma diferenga o caso foi o oposto. B posit ‘mente tao féciljustificar uma politica moderada nas frases socialistas como nas liberais ou conservadoras; as primeiras podem ser até mi eficientes. Mas se aconsciéncia socialisia daclasse rabalhadora ingle- sa € mais potencial do que real; se realmente ela é a todo momento transformada no seu oposto no contexto de um movimento reformista © instituigdes imperialistas, devemos apesar de tudo estar errados em subestimar 0 processo amargo da educacio politica que a ensinou a rejeitar totalmente o capitalismo, embora possa nao saber completa- mente o que significa tal rejeigao.-> vi Contudo o que surpreende o observador é mais a sobrevivéncia doqueoenfraquecimento do reformismo inglés; mais ofracassodewm partido comunista ou da esquerda semimarxista de avangar decisive mente, do que a mudanga do espitito politico do movimento como um todo. (Costumava-se alegar que esa forga era devida aos beneffclos da exploracdo imperial e durariam portanto apenas enquanto os trabalha- dores ingleses ainda estivessem protegidos por ela contra todos os rigores da suaposicdo. Este argumento, emboraobviamente supersim- plificado em todas as oeasi6es, ainda nao perdeu inteiramente a sua forga, porque acoisa mais surpreendente quanto a Inglaterra p6s-1945 6. lentidao extraordindria com que ‘odas as segdes da politica ingles seajustaram ao declinioe& queda do império britfnico, Dificilmente se porte afirmar que o processo comecou seriamente até 0 meio da déca- dade 1950.e mesmo no comego da década de 1960.0 seu progressoera muito modesto. E discutivel, ¢ na verdade provavel, que uma exposi- 384 «do genuina da Inglaterra as realidades econdmicas ¢ politicas do pperiodo pés-imperial deve produzir profundas mudangas nas politicas inglesas doméstica e externa, Na verdade, um dos argumentos menos anunciados dos campedes do Mercado Commu Europeu foi que a cexposigdo as economias curopéias destruiria aforgado imenso interes se adguirido no conservantismo econdmico e técnico tanto entre os comreiantes como os sindicatos, levando §falénciaos maisineficien{ 2) tes dos primeiros e destruindo os segundos. O argumento de que reformismo inglés em sua forme atual depence de uma certa protec ‘contra as realidades econdmicas nfo depende da presungdo de que @ ‘explorago imperial continue como antes®, Ela pode ser teformulada] para depender de uma ou mais de quatro presunyies, A primeira destas é a vantagem imensa e crescente que fodas as economiasadiantadas ifm sobre todas as atrasadas ou fracamente desen- ‘elvis Asogunda afta de depresses coondmica sé, ito€.de 2A esemprego em massa, desde 1941, A terceira é 2 forca anormal do # movimento trabathista na Inglaterra. A quarta é a sobrevivéncia da cexploragiio econdmica imperilista antiquada ou remodelada, que ndo é inteiramente desprezivel. Contudo, nao éde maneiraalgumacerto que o ajustamento A oposigao econdmica inglesa real no mundo transformaria © movimento trabalhista inglés de reformista em revolucionétio, pelo ‘menos porque ha claramente fatores importantes desfavoriveis a qual- quer tentativa dréstica de resolver as dificuldades econdmicas a custa dos trabalhadores, notadamente a competigdo politica entre os stores capitalistae socialista do mundo”. Portanio é bobagem prever tal trans- ‘ormagdo, embora no seja mais bobagem doque alegar que o trabalhis- ‘mo ocidental entrou numa era de contentamento econdmico permanen te, Bara os fins deste ensaio a profecia ndo é de qualquer maneira necesséria. Estamos aqui preocupados maiscom omecanismo peloqual ‘uma lideranga cada vez mais reformista tem sido mantidi © problema de um mecanismo desses surge porgie é evidente pela lua persistente entre a esquerda c adieita dentro do movimiento trabalhista, que 0 reformismo no sentido normalmente dado aele pela lideranga trabalhista esta longe de um dominio incontestado. Nos movimentos trabalhistastais como aqueles dos EUA nfo existe abso- lutamente nenhuma ala esquerda ¢ 0 socialismo néo desempenha nenhuma parte importante, Nos partidos social-demoeriticos que dominam varios patses da Europa, tais como a Alemanha Ocidental, a 385 Austria ea Franga, os desatios sérios as politicas da direita de suas lide- ‘ou nio existem, ou vém de fora do partido, p.ex., dos comunis- ia Inglaterra eles sdo persistentemente fortes. Além do mais, de tempos em tempos a forca deles esté cvidentemente aumentando, comono periodo de 1957 a 1962, ue presenciou o fim do longo domi niodaTUC por um blocoautomatico dedireita, ea derrotaconseqtien- te da lideranga do Partido Trabalhista em combate aberte! (L2%4 quatro motivos para esta forga da esquerda, O piifmeiro é que a aspiragao no sentido de uma sociedade nova e néo simplesmente melhorada esté profundamente arraigada nos movimentos trabalhistas ceuropeus, e provavelmente em todos os movimentos trabalhistas exoo- 10 08 muito anormais, Isto nao significa que ele seja muito eficiente na pritica, O segundo esté no sentido macigo de solidariedade e unidade y\pesar dos desvios ocasionais para a politica alternativa, em grandé parte sob pressio internacional — como em 1928-35 ¢ ap6s 1948 — a politica de empurrar trabalhismo para a cesquerda em vez de criar um partido alternativo de massa permaneceu ‘anormal para os comunistas ingleses. A exclusividade doutrinéria pro- _gressiva do Partido Trabalhista, e sua tendéncia de proibir de fazerem Parte dele ou dea ele se associarem uma gama crescente de opinides ¢ organizagées, tornou naturalmente o objetivo original da filiago ‘comynista formal a0"Trabalhismo bastante acedémica ‘© quarto motivo ¢ que a esquerda na Inglaterra (como em certo sentido na Austria), sempre teve tima fungio real embora nio-revolu- ciondria dentro do movimento, ou seja, ade tornar 0 reformismno efeti- ‘vamente reformista. Ela sempre atuou como o banco de oérebros do ‘movimento, especialmente do lado industrial. Virtualmente todas as 386 sugest6es para amodemizacio da estraturae politica do sindicato sem- pre vieram de qualquer que fosse a esquerda contemporanea — os Marxistas até a década de 1880, os Marxistas-sindicalistas nade 1910, 6s comunistas nas de 1930 ¢ 1940. Os militantes ¢ os lideres das filei- ras, 0010S lideres dos sindicatos novos e ni lecidos ou velhos € ameagados, tenderamn a gravitar para a esquerda-Se cla ni existisse, 0 movimento teria gue inventé-la, porque como vimoxCo If der sindical combativo conservador ou moderado do tipo de John L, Lewis ow James Hoffa, nos EUA,em sido na verdade uma ave muito rara na Tena resumo, a edquerda foi e 6 parte maciga ¢ integral do movimento trabalhista que permaneceu em esséncia unido, eleitoral- mente ¢ em suas atividades sindiegjs) De que tamanho, continua uma questio de discusstio, mas mesmo a cerragio da publicidade favordvel que cerca todo lider de direita— p. ex. 0 falecido Hugh Gaitskell — ‘nunca conseguiu obscurecer a falta relativa de apelo eleitoraldeles, ¢ a ;poptlaridade muito maior da esquerd entre 0s milifantes do partido,* ‘Apesar de tudo, qualquer que fosse sua forga-esquerda da clas- se trabalhadora tem sido normalmente muito mais ineficaz do que a direita, exceto em momentos ocasionais de extrema tensio social (Quase sempre ela tem sido fraca demais para fazer mais do que modifi- car uma politica controlada pela direta. Sua forga tem sido suficiente pparaconseg.uir a posigio mais coaveniente daqual lideraro PartidoTra- balhistaligeiramente para a esquerda do centro, Masa sua politica tem sido quase invariavelmente na melhor hipétese wm tanto para a direita do centro, ¢ na pior (como em 1923-4, 1929-31 e na década de 1950) ‘muito para direita dele. Mesmo em 1945-500 govero trabalhista s6 cera“ de esquerda pelos padres liberais endo pelos socalistas, umes mo por aqueles de um radicalismo populistatais como do segundo governo de F.D, Roosevelt. £ esta inferioridade quase permanente da esquerda em relago 8 direita (e dentro da esquerda, dos revolucioné- rios em relago a0s nfo-revolucionérios) que tem que ser explicada, * Afaitade divisioeleora nomovlmestotmbalisacondeno os parioscvlsdoPar~ ti Tabb, fala de vst dente do movment iacial favrecea-s. Asin o Partido "Tekan Independent desaprece alguns aos aps Se desigar do Pato Tabata em 10952, epnesrds nese aureross MPs, porque subse sincera esprezivel, OPaidoCormt- ist, gue munca cone ou conten nam trad dino, pennanecea pouco afte por seas raasios ellos, dovido ua fog oe index. 387 a a a ae vu serena opts vine bi ‘as maisbem conhecida sob a forma da dstingdo de Lenincentrea“cons- cincia sindiallimitada” queos movimentos desenvolvemnespontanea- mente ea “conscigncia socilista” que eles plo desenvolvem, se tora relevante. O argumento de Lenine € duplo"Por um lado a experiéneia espontinea dos trabaltadoresélimitada aos problemas da sua lta eco- nGmica, isto 6, as relagbes entre patdes c trabalhadores, Mas um sent domais amplo dos bjetivos, estratégias etitics socialistas a longo pra- zo nio deve decorrer desta experiéncia, mas somente da “esfera das relagiies entre sodas vérias classes ecamadas,oestadoco govero”,* ‘oqueestéalém daperspectiva“espontinea” do proletariado, pelomends inicialmente, Por outro, na falta dessa perspectiva, os movimentos espontineos tim probabilidade deseremlevados nadiregio desteirada ‘deologiaburguesa. Os detahes da andlse de Lenine esto aberos 2 indagagio, mas a importincia da sua dstingdo ¢ fundamental ara o nosso fim talvez seja itil elabori-la e refrased-la/h expe- ia “espoutinea” da classe trabalhadora a leva adesenvolver duas coisas: por um lado um conjunto de reivindicagées imediatas(p. ex. salrios mais altos) ¢ de insttuigbes, modos ce comportamento ete, destinados a obté-as; por outro — mas de uma forma muito mais vaga ‘endo invariavelmente — um descontentamento geral como sistema cexistente, uma aspiraglo geral apés uma mais satisfatGria, e um perfil, eral (cooperativo contra competitivo, socialista contra individualista) > Exceto nas raras ocasiGes de crise revolucionéria, um grau mais alto de. consciéncia politica, um esforgo especial, é necesssrio para impedir 0 movimento de ser levado para um simples reformismo; 2 menos que algum fato Sbvio como pura fome ou desemprego em massa mantenha, ‘estado de espitito revoluciondrio dos tabalhadores. ‘Um movimento socialista consciente, enotadamente um pastido ‘comunista, fornecem esse fator especial. Seumaclasse trabalhadora se ligaa um movimento desses ne fase decisiva do seu desenvolvimento ‘quando cla estabelece tais ligagdes,terd alguma garantia interna con- ‘rao impulso para o reformismo, porque a consciéncia c a unidade da classe (Solidariedade, lealdade) sto duas ligdes mais elementares da experineia proletéria esponténea, Mas se, como no caso inglés, ela se liga um movimento formado em grande parte no molde pré- Marxista, info era. A lealdade e ainérciateorica que elaretira da sua experiacia espontinea manteré suas ligagBes tradicionais,e—a menos que ocor- ram catfstrofes bastante extraordindrias, mesmo entéo de maneira alguma ligeira ou rapicamente— ela permaneceri com elagj Enquan- too Trabalhismo for 0 “nosso” movimento, as divergéncfas locais ¢ seccionais com este ou aquele aspecto da sua politica ecomportamen- tonto afetario a lealdade basica.* * Ascondiges para us mdse de adden foram ‘avis dessa mangas exejarreisades —nomalmonte de oss democrat nist, de bea para socialist, mas ocasionlmente (cone a Alesha Ocienl) de com ‘sta praa deta Podes sige esumidamente ts: ura vis organizaonal eum nova epito ot gerao nfo lta pels lendades do veo movimento, « ‘ealmeweespasculaosebicago do velko movimento, om ua combina de oda 389 (A espontancidade” permite as fileiras serem levadas passiva- ‘mente para. direita (ou manterem a lealdade a uma esquerda tradicio- nal}; mas ela impele os quadros do movimento no sentido da modera- 0. O punhado de regras empiricas simples baseadas na consciéncia € solidariedade de classe, pelas quais a base determina sua conduta politica, nfo oferecem muita orientago num nivel mais alto. Enquian- 10.0 movimento estiver fora da lei, perseguidoe nio-reconhecido, nd ‘Na Inglaterra, onde a classe trabalhadora tem sido por quase um. século por demais forte para ser desejada longe pelas classes dominan- tes, seu movimento tem sido emaranhado na teia da conciliagao e da colaboragao mais profundamente,¢ por muito mais tempo, do que em qualquer outta parte. Em muitos pafses da Europa, adecisdo de tolerar © movimento trabalhista e de funcionar com ele em vez de contra ele fj tomada nto antes do fim do século dezenove., Na Franga ela ocor- reu na década de 1880, ap6s'o fim da histeria p6s-Comuna, na Ale- manha ap6s Bismaryk, com a aboligio das leis anti-socialistas, na Itélia ap6s 0 fracasso da repressio Crispi (Na Inglaterra, contudo, tan- toaaccitagao oficial do sindicalismo comoadamassadoeleitorado(e, neste-caso, predominantemente proletiria) ocorreu no meio da década e 1860, Recente trabalho hist6rico langou muita luz sobre a busca de alma cntre as classes dominantes que precedeu as decisdes deliberadas de fazer isso™. A partir desse momento nenhuma tentativa sistemtica de suprimiro movimento trabahista foi feita na Inglaterra, exceto por segdes particulares do comércio, nunca inteiramente apoiadas mesmo pelos mais conservadores dos governos. Pelo contrério, a postura fun- ‘damental do govemno e cada vez mais das indstrias importantes tem sido mais a do domador de ledes do que a do cagador de caga graiday 390 0s periodos mais militantes de seducdo trabalhista ou esmagamentor ‘rabalhista —notadamente no fim da década de 1890 foram aqueles, ‘nos quais a politica trabalhista escapou do controle dos governos para, cair Sob o controle de visio muito mais curta dos cons6rcios privados. de capitalistas e advogados ultraconservadores.* O sonivo de um pats livre de sindicatos ¢ de Partido Trabalhista (quanto mais dos socialis- tas) ainda adoga as conversas da hora de almogo desses homens de negécios que no tém nenhuma experiéncia da vida industrial —cor- retores de valores, banqueiros e seus assemelhiados — ou do pequeno comerciante indefeso, ¢ encontra um eco nos discursos dos politicos ‘mais estipidos e nas publicagbes dos senhores-da-imprensa mais feu- daigAtas mesmo entre 1921 e 1983, quando a “ute até sobrar um” obieve o controle temporariamente etentou forgaro trebalhismoacair de joclhos, eles eram, como vimas, sempre mantidos em algumaespé- cie de xeque pels ala dominante e moderada do Partido Conservador assistida tacitamente pelos Liberais. Nos momentos de medo e histeria ainda podem ser feitastentativas de ataque ao Trabalhismo ao longo de, toda a linha; mas os governantes de ui pafs do qual 90 por cento dos cidadios vivem de salérios e dois tergos dos quais sto trabalhadores ‘manuais, t8m sido por demais espertos para entregar-se a cles, mesmo na década de 1930, quando o fascismo europen fez.a derrota do traba~ 1hismpo parecer tentadorae possivel”) i, numa situagdo dessas, dois fatores que impelemo movimen- to trabalhista para a direita. Por um lado, os simples detalhes técnicos da atividade sindical reconhecida numa economia capitalista moderna envolve os Iideres, acima do nivel de loja ou oficina, numa rede de ati- vidades conjuntas com patides ¢ 0 estado, da mesma forma que a sim- ples existéncia de um partido da classe trabalhadora que € um governo cemgotencial ou sécionas coalizses do governo nos sistemas parlamen- tares?Este € um problema para os partidos comunistas bem como para os social-democréticos, como na Franca durante « Frente Popular e nos Pere ps gc atinesyron hon xtgs Seen ‘que sua “rade” como conta igus dos pares da décad de 1890 —pursoaal ver Sues Labour History (Londres 1960) de. Saville em A Biggs I. Savile — fi gue ‘im ofensiva desinada os sindeatos novoxe races oa detennados sina, Sven o9ea- se— porurna sre de decises legs — ura que amengara edo sm movimente taba, Incesve as segoes mais madera, 391 moderagao trabalhistae enfraquecer osrevolucionérios 4s comunistas até agora tem sido em grande parte dispensados desteS, porque 0 gover- noe os negécios os tém considerado coletivamente como irreconcilis- veis, mas nfo é de maneira alguma impossfvel (especialmente desde cerca de 1960) que as mesmas téticas sejam aplicadas a cles do governo e (normalmente grandes) negécios mins areforgara vat Devemos considerar este processo dos pontos de vista um tanto diferentes dos patrdes, do governo (isto 6, os grupos dominantes ado- tando um ponto de vista politico nacional em contraposigto um indi- ‘vidual ox seccional) trabalhista “ouco precisa ser dito sobre os patrdes,jé queaatitude deles per- mangceadeumarelutdncia fundamental absolutaemaceitaraexistén- cia de um movimento trabalhista, exceto como um mal menor. Isto se reflete no tratamento geral da imprensa de virtualmente qualquer greve ou exigéncia sindical,¢ um folclore fortemente sobrevivente na classe média sobre os males da “ditadura sindical> Mesmo hoje 0 tra- balhador que se recusa a entrar para um sindicato tende a ser conside- rado como uma figura her6ica, o administrador da loja como um tira- no, mitigado apenas por ama educagao inadequada que os diretores de cinema fingem achar cOmica, 0 sindicato como uma subespécie do totalitaismo, A “administragio” — especialmente das firmas grandes c:inteligentes—aceitaram hémuito tempo osindicalismo, tanto nacio- nal como localmente, mas com relativamente poucas excegSes, os patrdes ndo tomaram a iniciativa de domar 0 movimento trabalhista. Coniudo, na politica, os partidos ndo-trabalhistas ¢ 0s governos 18m, de 1867 em diante, tomado deliberadamente tai iniciativayl O Partido Liberal tentou estabelecer-se como partido “do povo” (0 que inclufa os trabalhadores), e bem podia tertido sucesso wo fazer isso, se no fosse a relutancia dos politicos mais velhos como Gladstone e de certos grupos de homens de negécios do partido em pagar 0 prego necessério em “interferéncia do governo”” O patrocinio deliberado de candidatos trabalhadores, a promogio de ministros da classe trabalha- dora (1906), as primeiras concessies de honras reais — tal como par- 392 ok ticipagio no Cogselho Privado —a trabalhadores (1914) pertencem a cestaera liberal: Uma caracteristica especial do capitalismo inglés favoreceu a albsoFgio das organizagées trabalhistas n0 aparelho do governo, o que também comegou antes de 1914: a falta de uma burocracia profissio- nal de uma administrago social. Tanto ele como os primeiros sistemas estatais rudimentares de administragio trabalhista e seguridade social tiveram que ser improvisados quase simultaneamente. No coatexto de ‘uma politica de conciliagdo parecia tio natural admitir os sindicaistas no funcionalismo piblico — na década de 1890 muitos deles jé esta- ‘vam esperando tais postos apés se aposentarem” — como usar seus ‘sezvigos estatisticoA Lei do Seguro Nacional de 1912 incluin até os, sindicatos como parte da administragio do seguro-satide como “socie- dades aprovadas”, proporcionando assim Aqueles sem muita forga de negociago um motivo s6lido para manter os seus membros enquanto a0 mesmo tempo desencorajava a militancia excessiva, Depois disso. foi apenas um passo para as técnicas modemas de emaranhar 0 traba- Ihismo numa rede de corpos consultivos e deliberativos, que foram desenvolvidos particularmente no curso das duas Guerras Mundiais, ¢ {6m sido da maior importincia desde 1945". Os sindicatos sao hoje, intermedirios vitais entre 0 estado 0s trabalhadores, ‘A.ascensto do Partido Trabalhista ap6s 1918 apresentou 0 pro- bblemaespecial de um posstvel governo Trabalhista. Dadaamoderagzo dos ideres do partido, nunca houve nenhuma divida éria quantoasua solugao. Desde 1923 era claro que uma coalizlo dos Liberais ¢ Traba- Ihistas, mesmo sob um primeiro ministro Trabalhista, era nao s6 tole~ vel como realmente desejavel como um meio de desviar a “irespon- sabjlidade.”"| feito desta politica de conciliagao e reconhecimento sobre 0 militant trabalhista“esponténeo” é complexo.Nasua formamaissim- ples, a couraga de ignordncia ¢ alheamento da tentagdo pode se desca- mar, deixando-o como presa cil da hospitalidade, da falsa camarada- gom, ou mesmo da simples cortesia dos poderosos. Num nivel ligeiramente menos elementar, o ex-mnlitante pode identificar 0 reco- ‘nhecimento do seu partido ou sindicato, ¢ 0 seu prdprio sucesso pes- soal, como sucesso do movimento, Que um homem como cle possater progredido tanto 6 ndo simplesmente, pode ele reflett, um reflexo da, forga do movimento, como demonstra realmente suas realizagbes. 393 EE aT een en nie nT NER re Mais objetivamente, adescoberta de queapoliticae anegociago mais, altas so bastante mais complicadas do que um simples agitador, pro- pagandista e organizador possa ter suspeitado, pode perturbé-lo. Se rebelde, o militante “esponténeo” pode reagir a esta descoberta com uma cobertura de hostilidade ao parlamento, & politica, e a todas as, utrasinstituigdes que poem em perigoa pureza do movimento, e uma ccorrente dessa hostilidade muitas vezes corre através das primeiras fases da histéria quando esta absorgo do trabalhismo na vida oficial temugar; p, ex.,na Inglaterra de 1911 até 1926 Mas inevitavelmente, mesmo o mais revoluciondrio deve travar ‘os combates para a melhoria e a reforma segundo a natureza do terre xno, que €aquela do célculo “realista” numaeconomiacapitalistae mum estado capitalista. Isso quer dizer que eles devem transigit, fazer alia- dos, ¢ agit em geral como reformistas. Se ele quer ser eficiente numa ‘economia capitalista estavel, mesmo o lider do sindicato comunista deve fazer isto, quaisquer que sejam suas reservas ¢ célculos particu- lares>Yma municipalidade comunista num estado ndo-comunista deve se comporiar na maior parte do tempo de maneira muito parecida ‘com qualquer outra municipalidade esquerdista. Fassim apenas natu- ral que para muitos militantes trabalhistas “espontineos” aalternativa para a militincia descuidada € para fins prdticos um reformismo eti- ciente dentro de um ambiente capitalista que é considerado como Per- manente de facto, ou que & considerado, na melhor hipétese, como sujeito apenas a mudangas graduais eintermitentes, Oapelo de tal empirismo € talvez mais bem ilustrado pela carrei- +a do falecido Ernest Bevin, o mais influente Iider sindical do perfodo 68-1918, e talvez com Arthur Homer dos mineiros, o mais capaz (embora provavelmente inferior em inteligéncia a Horner ecertamente inferioremaltruismo). Bevin, como vimos,comegou como umhomem da extrema esquerda — ele preferin deliberadamente os Social Demo- cratas 20 PTI como sendo mais tevolucionério —e no pode ser consi- derado como moderado porinclinagdo ou tradigdo natural, Apesar dis so, narealidade, sua carreira €de modera¢do politica crescente, Poderia parecer claro —embora sua biografia lance apenas luz indireta sobre a questo” — que o fator mais importante em sua evolugao foi a desco- berta de que o capitalism ndo estava se decompondo, acentuado como este estava pela derrota da Greve Geral e uma visita as indvstrias entio ‘muito florescentes dos EUA. Nao hé nenhuma evidéncia de que Bevin 394, teria abandonado suas convicg6es socialistasimediatamente, ou abso- Jntamente. No comeco da década de trinta ele ainda estava preparado para cooperar intimamente com G.D. H. Cole ¢ outros esquerdista, € ‘N€ 1936 ele declarou sua crengano socialismo numa forma que a dire ta Trabalhista da década de 1950 teria considerado como extremista ‘Contudo, na verdade, o negécio do sindicalismo tinha que continua, © sob as condigGes vigentes apds a Greve Geral, isso significava, achava ele, aumentar a colaboragéo com o Estado e « administragio. A Kégica desta posigio levou-0 ao Ministéio do Exterior em 1945, Acarreirade Bevin, conrudogifustra também outro fator do mor ‘mento tralhista inglés que tomou o abandono da “espontaneidade”” ainda mais dificil: o seu antintelectulismo mercado sa caracteristi- a, muitas vezes encontrada nos movimentostraalhistas esponténeos, 6 em certo sentido um fadice da forga da consciéncia de classe deles, sendoa participagiio da classe definida como “trabalhando com as pré- priss mas”, Em outro sentido, ela um indice das suas limitagde5. Na ‘medida em que os intelectuais socialites tragam para dentro do mo) ‘mento, como Lenine sugeriu, apenas esse alargamento das perspectivas politicas que corrige a sua “espontaneidadea desconfianga de todos Erintclecanis penetne a esr do movimenp Neurimente ea 4esconfianga é algumas vezes justificada. O grosso dos intelectuais ‘Trabalhistas ingleses (e para ser justo com Bevin, ele tambémngo con- fava neles)laram migrantes relativamente tardios do iberalismo,cujo efeit liquido sobre o Trabelhismo era certamente 0 de nio empurré-lo em diregio & esquerda, Tampouco 0 “ouvridrisme” espontaneo dos movimentgs proletsrios est inevitavelmente ligado a uma ideologia reformist Franga (onde o Paido Comunisa mostra sins dso) ele esté historicamente ligado a uma espécie de Jacobinismo Robes- pierrsta, nos paises hispéinicos muitas vezes com tradigbes anarquistas de-acio direta. Contudo( na Inglaterra as tradigGes de antiintelectualis- ‘mo da classe trabalhadora sto em grande parte reformistas,e aexclusi- vidade de classe se perpetua.e, na verdade, as cent i Pararesumir(As rafzes do reformismo inglés estio sem dividana hiist6ria de um século de supremacia econdmica mundial e na eriagio 395 Sats dde uma aristocracia do trabalho, ov ainda mais gencricamente, de toda uma classe trabalhadora que tirava vantagens disso, Inversamente, a ‘manutengio da crenga de que o capitalismo inglés 6 um negécio em funcionamento, ¢ nao sujeito a0 colapso imediato, é uma condigao necesséria (mas provavelmente nifo-suficiente) para asua sobreviven- cia. Um segundo motivo, e nao desprezivel para a sua manutengio, pertence & superestrutura da historia. E que o movimento trabalhista inglés foi formado.e moldado na ocasiio em que atradigao dominante era.a de um redicalismo-liberal reformador, cuje marca ele ainda traz, Contudo, oterceiro motivoc talvez.o mais importante paraasua sobre- vivncia é mais geral do que espectfico, E que, em condigbes de capi- talismo estvel ou florescente, ede reconhecimento oficial dos movi- rmentos trabalhistas, uma politica reformista é “natural” porque é a politica Sbvia e prética,e uma politica revolucionsriacorespondente- ‘mente dificil. Portanto ainclinagdo espontinea da paisagem politicae social tenderé para fazer 0s movimentos trabalhistas se moverem fur- {ivamente em ditegdo ao reformismo,a menos que eles resistam aisso; ‘e mesmo — muitas vezes — quando eles resistem.\ Istonio significa que os movimentos trabalhisias nessas circuns- tancias (que sdio comuns a todos ow A maioria dos pafses niio-socielis- tasdesenvolvidos hoje) devemse toma reformisis? Falores hist rica tais comoimpregnagao de um movimento er Tagiarevolu-

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