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1) A constituição brasileira evoluiu no tratamento da educação, passando de responsabilidade estadual para direito de todos assegurado pelo estado.
2) A constituição de 1988 estabeleceu a educação como direito de todos e dever do estado e da família, buscando equidade e qualidade nos sistemas de ensino.
3) A legislação brasileira enfrenta desafios de implementação devido a limitações orçamentárias e políticas.
Description originale:
Análise crítica da obra, por Maxwell B. Medeiros
Titre original
Gestão, Financiamento e direito à Educação. Análise da Constituição Federal e da LDB
1) A constituição brasileira evoluiu no tratamento da educação, passando de responsabilidade estadual para direito de todos assegurado pelo estado.
2) A constituição de 1988 estabeleceu a educação como direito de todos e dever do estado e da família, buscando equidade e qualidade nos sistemas de ensino.
3) A legislação brasileira enfrenta desafios de implementação devido a limitações orçamentárias e políticas.
1) A constituição brasileira evoluiu no tratamento da educação, passando de responsabilidade estadual para direito de todos assegurado pelo estado.
2) A constituição de 1988 estabeleceu a educação como direito de todos e dever do estado e da família, buscando equidade e qualidade nos sistemas de ensino.
3) A legislação brasileira enfrenta desafios de implementação devido a limitações orçamentárias e políticas.
direito Educao. Anlise da Constituio Federal e da LDB, de Romualdo Portela e Theresa Adrio(org)
A primeira constituio do brasil, ainda na poca imperial, continha
poucas indicaes acerca da educao no nosso pas. Porm, ainda nesta poca, comeou-se a dar importncia a chamada Educao Primria, que receberia uma lei que a disciplinasse e que puniria aqueles que no a cumprisse. Estabeleceu-se a educao como um direito gratuito a todo o cidado.
Esta deciso e outras subsequentes, como a lei Lencio de Carvalho,
procuravam alterar o quadro geral do imprio, no qual a populao possua elevados ndices de analfabetismo, mesmo entre aqueles que possuam renda elevada. Nesse contexto, a responsabilidade pela instruo dos cidados era a nvel estadual. Com a queda da monarquia e a instaurao do regime republicano, foi necessria a elaborao e uma nova carta magna.
Ao contrrio do que aconteceu em pases da Europa, tambm
surgidos com o fim dos regimes monrquicos, aqui no Brasil prevaleceram os preceitos individualistas do liberalismo, o que influenciou na elaborao da nova constituio, impedindo a instituio de um ensino obrigatrio no Brasil. Com a instaurao da Repblica, houve o fim das provncias e o surgimento dos estados, o qual o conjunto deles se d o nome de federao. Aos estados cabia cada um elaborar sua prpria constituio, que seria complementar a federal, e no deveria(em tese) se opor a carta magna. Porm, os estados se opuseram a determinao da responsabilidade da unio em relao a educao e tomaram para s a responsabilidade, numa clara continuao a um ato de 1834, ainda no perodo do imprio.
Esse cenrio s mudou com o fim da Repblica Velha e o surgimento
do Estado Novo, governado por Getlio Vargas. Este promoveu a elaborao de uma nova constituio, esta claramente inspirada nas cartas magnas da Espanha e da Repblica de Weimar(atual Alemanha) em relao a educao. A gratuidade foi estabelecida para a educao infantil, e pela primeira vez, por parte do estado, passou-se a dar ateno a educao da populao adulta, tendo em vistas a formao de mo de obra pronta para o trabalho e adequada para a formao de um estado que comeava a priorizar o setor industrial. Para os adultos, estabeleceu-se a criao de cursos tcnicos, para que estes sassem prontos para o mercado de trabalho.
A influncia da igreja foi afastada do estado, e nessa poca surgiu
uma base curricular comum, que seria implantada em todo territrio nacional. Esta reforma educacional foi promovida por Gustavo Capanema, que logrou em ter o apoio e a colaborao de vrios intelectuais da poca, como Vila Lobos, Ceclia Meirelles, Raquel de Queiroz, entre outros.
Na constituio de 1937, houve uma alterao, a qual dizia que a
educao integral dever da famlia, colocando o papel do estado a um nvel secundrio. Isso causou uma permanncia das estruturas sociais, pois aqueles que tinham condies financeiras poderiam usufruir dos estabelecimentos de ensino pblicos ou particulares, enquanto a classe mais pobre migraria para os cursos tcnicos, j que no havia qualquer apoio para a permanncia dos filhos destes na escola. Por um lado manteve o apoio da elite econmica, e do outro dos trabalhadores, ao fornecer instruo profissional. Na prtica, este tipo de ao feria o conceito de estado liberal, pois negava a igualdade de tratamento e de oportunidade aos cidados, alm da possibilidade de mobilidade social.
Esse conceito de que a educao deveria ser dever da famlia durou
at o fim dos anos 60, j no regime militar. Na mudana constitucional, pela primeira vez, o estado assume-se como responsvel por assegurar o direito de todos terem educao, alm de ampliar este direito a todos. A famlia e a sociedade participariam em regime de colaborao.
Com a constituio de 1988, tambm chamada de constituio cidad
pela participao em sua elaborao por setores da sociedade civil, define pelo artigo 205 que, a educao um direito de todos, dever do estado e da famlia. Por esta definio, o estado mantm-se como agente garantidor do ensino e a famlia aparece em segundo plano como apoiadora. Tem-se o objetivo de preparar a pessoa para o exerccio da cidadania, para poder viver em harmonia com seus semelhantes, e ao mesmo tempo que este cidado esteja preparado para ingressar no mercado de trabalho.
Paralelamente, o artigo 227 coloca uma srie de direitos para a
criana, o adolescente e ao jovem, de modo que sejam primeiramente assegurados pela famlia, em seguida pela sociedade e por fim, o estado. Na prtica, a garantia da dignidade das crianas e jovens continuam sendo de responsabilidade da famlia, sendo esta membro da sociedade, e o estado aparece no final como ltima esfera garantidora de direitos, sem se sentir obrigado a tutel-los. Esses artigos da constituio serviram de base para o posterior surgimento do Estatuto da Criana e do Adolescente. Na parte da educao, a educao formal foi transformada em direito de homens e mulheres, mediante um processo poltico que se d dentro do espao educacional que a escola. Abrangendo a Educao infantil, e os ensinos Fundamentais e Mdio, na faxia etria de 0 a 17 anos. O curioso que as chamadas Educao Superior e Profissional no esto englobadas nesta definio. Alm disto, a constituio de 1988 ao incluir o termo Sistemas de Ensino procurou promover uma pluralidade de modalidades de ensino em nosso pas, no qual a responsabilidade est dividida entre a Unio, os estados, os municpios e o distrito federal, no qual esses entes trabalharo em regime de colaborao afim de garantir a equidade de oportunidades e o estabelecimento de um padro mnimo de qualidade. A unio ficando responsvel pelo ensino superior, Os estados e o Distrito federal ficaro responsveis pelo ensino mdio(na prtica, em alguns casos, os estados tambm fornecem suporte ao ensino fundamental), e os municpios ficaro responsveis pela educao fundamental(na prtica tambm so responsveis pela educao infantil, mas sem contrapartida oramentria pelo estado e pela unio).
Um fato curioso que apesar disso, a Constituio de 88 no
estabelece um sistema nacional de educao. O que ser feito posteriormente com a elaborao da Lei de Diretrizes e Bases, a LDB. O sistema de financiamento, antes da aprovao da Pec 55, o financiamento da educao viria, definido em lei, de porcentagem dos impostos recolhidos pela Unio, Estados, Distrito federal, e municpios, os quais estariam obrigados a investir um percentual mnimo no setor educacional pblico. Com a Pec 55, essa regra revogada, e depender do oramento anterior acrescido da inflao. O fundeb surgiu como um fundo de financiamento da educao, de modo a direcionar os recursos para o setor educacional pblico. Porm, este fundo excluiu a modalidade do EJA(Educao de Jovens e Adultos).
Na teoria, a lei procura acabar com o analfabetismo e estabelecer
uma educao de boa qualidade, proporcionando aos estudantes qualificaes que os permitam ingressarem no mercado de trabalho e conviverem na sociedade. Na prtica, apesar da legislao, o estado procura negar o cumprimento destes e de outros direitos, seja por conta de motivos oramentrios ou polticos. A obrigatoriedade do ensino exclui o ensino superior, que uma modalidade de ensino mais cara e restritiva. Outra consequncia, por conta do limite de idade para a obrigatoriedade da matrcula obrigatria, e da precariedade da permanncia dos alunos no ensino pblico, a migrao dos estudantes que atingem a maioridade para os chamados supletivos.
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