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DECISÃO ADMINISTRATIVA N° 003/07 - CorCME.

ASSUNTO: ANULAÇÃO DE PROCESO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.


INTERESSADO: CB PM RG 2.2227 GERALDO MARTINS DE ALMEIDA, do RPMON.
Referência: PADS de Portaria n° 027/2006 - RPMON, de 24 de outubro de 2006.
O CB PM RG 2.2227 GERALDO MARTINS DE ALMEIDA, do RPMON, foi acusado, através do Processo
Administrativo Disciplinar, instaurado pela Portaria n° 027/06-RPMON, que teve como encarregado o 1° TEN QOPM
26305 JANDIR RIBEIRO LEÃO, de ter agredido fisicamente o Sr Pedro Espírito Santo Souza.
O referido Processo foi Homologado pelo Cmt do RPMON e remetida a 1ª via para este Órgão de Correição
para as providências legais.
DAS IRREGULARIDADES
Ao compulsarmos os autos do PADS n° 027/06-RPMON foram verificados vícios insanáveis, quais sejam:
1. A Portaria de instauração do Processo não delimitou a conduta do acusado no tempo e no espaço,
impedindo uma defesa segura e efetiva por parte do administrado, falha esta mantida na peça acusatória;
É o Relatório. Passo a Decidir.
DO FUNDAMENTO JURIDICO
Para o perfeito entendimento da decisão a ser tomada por esse Órgão Correicional e imbuído da acepção
do Princípio da Finalidade Pública como norteadora das atividades estatais, passamos a fazer algumas
considerações:
A portaria de instauração do Processo Administrativo Disciplinar é peça essencial para a descrição da
conduta, em tese, considerada irregular e doravante alvo de apuração administrativa e acurada. Tal ato da
autoridade administrativa deve, obrigatoriamente, conter os dados essenciais como a descrição e qualificação dos
fatos, pois a delimitação do thema probandun constitui um dos mais expressivos corolários da garantia constitucional
do Devido Processo Legal, sem o qual o universo do raio apuratório se distende, para o encarregado, de forma
arbitrária e em verdadeiro afronte ao direito de Ampla Defesa.
Essa exigência processualística de fixar com certa exatidão o comportamento irregular atribuído ao policial
militar define o objeto do processo, impingindo o Encarregado a proceder apenas diligências apuratórias que orbitem
o mesmo.
A portaria de PADS referida não traz elementos imprescindíveis para a caracterização e delimitação da
conduta ilícita, em tese, irrogada ao acusado, visto não estabelecer os ditames temporal e espacial. Erro formal
sanável por ocasião do libelo acusatório, uma vez que os documentos anexos à inicial continham as informações
necessárias, entretanto, falha foi reprisada pelo Encarregado do Processo.
Como ensina José Armando da Costa, "nos casos de nulidade presumida, ainda que não haja, de fato,
prejuízo para a Administração ou para o imputado, deverá o processo disciplinar ser invalidado" .
Desta feita, é fato que o Processo Administrativo levado a cabo através da Portaria n° 027/06-RPMON,
encontrava-se viciado ab initio, uma vez que se desenvolveu de maneira dissociada dos preceitos constantes na
Carta Constitucional de 1988.
OUTRAS IRREGULARIDADES
O lapso temporal entre a publicação da portaria (03NOV06) e o termo de abertura (10NOV06), sendo que
conforme a previsão do art.109, do CEDPM, o prazo para conclusão do Processo se inicia a contar da data de
publicação da portaria de instauração;
A inobservância ao novo modelo de citação, sendo que esta deve indicar o inteiro teor do ato administrativo
de instauração, ou seja, a portaria; constituindo-se na peça acusatória do Processo (art. 102, § 1°, I, do CEDPM);
Em seu termo de qualificação e interrogatório, o acusado foi submetido ao compromisso legal de dizer a
verdade (previsto no art. 342, do CPB), caracterizando-se numa grave desatenção do encarregado, vez que prestam
o compromisso apenas testemunhas, peritos, contadores, tradutores e intérpretes, conforme o próprio referido
dispositivo penal, sendo que o compromisso imposto ao acusado é grave afronta à garantia processual do direito ao
silêncio e da não auto-incriminação, previstos no art. 186 e §único, do CPP, recepcionados pelo texto constitucional
de 1988, no inciso LV, do art. 5°.
Ainda na qualificação e interrogatório, o encarregado não deu ciência ao acusado do prazo para
apresentação da Defesa Prévia, em dissonância ao previsto no art. 103, do CEDPM;
Houve falta de certificação quando da impossibilidade de cumprimento de diligências, falha verificada
quando do não comparecimento do ofendido para a prestação de seu termo de declaração;
Não houve diligência no sentido de inquirir testemunhas que corroborassem com a tese de defesa do
acusado, a exemplo de sua esposa e/ou vizinhos;
A conduta ora imputada ao acusado foi a de ter agredido fisicamente uma pessoa que, segundo os
documentos anexos a portaria de instauração, fora submetida a exame pericial de corpo de delito para lesões
corporais, no entanto, o referido laudo não foi juntado pelo encarregado nos autos;
O acusado afirmou possuir e portar arma de fogo por ocasião dos fatos, sendo que o encarregado não
diligenciou no sentido de juntar o competente registro de arma de fogo, uma vez que a arma representa a
materialidade do possível delito ora imputado ao defendente.

DA DECISÃO
Baseado na motivação acima exposta, DECIDO:
1- ANULAR o Processo Administrativo Disciplinar instaurado pela Portaria n° 027/06-RPMON, de 24 de
outubro de 2006, por ter sido produzido sem a observância aos preceitos legais esculpidos na Carta Magna
Brasileira;
2- Instaurar novo Processo Administrativo Disciplinar para apurar o cometimento ou não de transgressão da
disciplina policial militar atribuída ao CB PM RG 2.2227 GERALDO MARTINS DE ALMEIDA, do RPMON, nos termos
do que consta no BOPM n° 516/06 - Corregedoria Geral da PMPA, designando o 1° TEN QOPM 26305 JANDIR
RIBEIRO LEÃO, como presidente dos trabalhos atinentes ao referido processo. Providencie a CorCME;
3 - Publicar a presente Decisão Administrativa em Boletim Geral. Providencie a AJG;
4- Tome ciência o CB PM RG 2.2227 GERALDO MARTINS DE ALMEIDA, do RPMON e seu Comandante.
Providencie o Cmt do RPMON.
REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.
LUIZ DÁRIO DA SILVA TEIXEIRA – CEL QOPMR G 9017
CORREGEDOR GERAL DA PMPA

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