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i. ; = ) SEXO ODIREITO DO HOMEM A DUAS MULHERES ‘Titulo original DAS POLYCAME GESCHLECHT* + Das Recht des Mennes auf ewe Frauen ‘Totes os direitos reservados sah a Tegislapio em visor © Bether Vilar, Muniqne, 1974 Capa de Elloncra Attonso Produsio ¢ diagramagio de Jaime Bernardes ‘Todos os direitos do lingua portugues: adquisidos para o Brasil por Editorial Nordiea Ltda. ‘Ay, Copseabana, 1072 8/400 20000 Rio de Janeiro RJ Me. Nordica, Rio Fone, 255.9778 Inapresso no Brasit Este & wm livro sobre 0 amor. Sobre aquilo que ola 6, 0 que poderia vir a ser e 0 que a8 mulheres dele fizeram. Ev. INDICE 4, Haverd dues espécies de cmor entre um honem @ ume mulher? / 7 © Mverdadeizo” amor } 8 Objeto do protegio © parceiro sexual / 9 ‘Que’ é um objeto de protecio? / 11 ‘Amor a0 préximo / 13 Quo 6 um parceiro sexual? J 15 “Amor do eonvenigncia J 18 ‘Todos os instintos sto manipuldvels / 19 2. Amore pedor ) 28 Que 6 poder? 0s pals nf tm autoridade ‘A fraqueza do amante © sero mais fraco é 0 mais forte Sindrome paterna Como s0 origina a sindrome patorna? ee Causas da_poligama moseulina ‘Poligamia. simultanen Polizamia sucessiva Poligamia simbilioa Somente ox homens sio puritanos Se O amor entre o homem ea mulher & mondgarao, ciumento ¢ fil / 87 © alicoreos teériegs do amor / 88 © que & 0 amor / 02 Como 0 amor / 94 Pode 9 amor durar? / 96 5. Pai piblicos — jithes pibticns / 107 Jomalistas como pais publicos / 108 Pais publicos involuntarios / 111 Pais publicos voluntérios / 113 Pals pablies por incapacidads / 118 Filhos pabliess / 121 6 O-homem como vitime de eux poligamie / 129 © poligamo sempre trai aoments os homens / 130 As mulheres querem amor ao préximo / 182 Havera duas especies de amor entre o homem ¢ a mulher? © “VERDADEIRO” AMOR Imagine-se um “script” contendo as seguintes conas: SOL, MAR, PRAIA RESERTA, UM HOMEM E UMA MULHER o Homem: Querida, voce est4 to quieta, Que 6 que yoo’ tem? a Mulher: Nada. 9 Homem: Diz. logo. 4 Muler: Nzo sei como te fazer compreender. 0 Homem: Me fazer compreender 0 qué? (Pausa) a Mulher: Queria te deixar. 0 Homem: Tens outro? a Mulher: Sim. © Homem: Estas corta de que o amss? a Mulher: Sim. 0 Homem: Mais do que a mim? a Mulher: Nao posso mas viver sem ele. 0 Homem: (abracando-a) Maravilhoso. a Mulher: Como? © Homem: Fu disse “maravithoso” — fica com ele. a Mulher: Tu te alegras? 0 Homem: Porque nfo haveria de alegrarme? a Mulher: Entio, nfio mo amas mais? 0 Homem: Pelo contrério. a Mulher; ‘Tu me amas? ‘0 Homem: Bu te amo e quero que sejas feliz. Espera- ‘yas outra coisa? Neste ponto, 0 produtor, que esti lendo o roteiro,, pega 0 telefone e menda chamar o autor. Pergunta se enlougueceu: havia encomendado expressamente uma cena de amor, mas que isto jamais seria wna cena de amor. Em uma “verdadeira” cena de amor, 0 homem teria que quebrar a cabeca da mulher, ou, pelo menos, faver de conta. Depois teria que jogarse dentro do carro, arrancar com os pneus rangendo © dar uma surra no rival. Se 0 produtor se doixasso lovar a matores discus- s6es, 0 resultado seria possivelmente a descoberta de cols diferentes tipos de amor entre 0 homem e a mu- ther: de perdao e de vinganga, de dédiva e de posse, de rentincia € de afirmagio ... Confere? Hé entre 0 homem e a mulher duas di ferenies formas de amor, opostas em sua esséncia? Ou serd “falsa” uma delas, enquanto somente a outra re- presenta 0 “verdadeiro” amor? Como ¢ possivel que ainda existam tantos desen- tendimentos a respeito do um fonémeno que quase todo homem adulto jé experimentou, pelo menos uma vez, que virias geracbes de psicanalistas j4 pesquisaram a fundo e que tem sido 0 tema preferldo de escritores, compositores ¢ artistas? Que € 0 amor? ORJETO DE PROT BCAO BE PARCEIRO SEXUAL Querendo falar de amor, ¢ preciso comecar bem do princfpio: 0 fato de vivermos e encontrarmos vide a0 nosso redor, deriva de determinados prineipios. Isto 6, se aqui ou em alguma outra estrela encontrarmos algo com vida, poderemos entdo supor que este algo est4 submetido a leis que, em tltima anélise produ- gem vida a partir da matéria morta. Caso contrétio, a nada encontrariamos. Entendendo por vide o prinef: pio goral da MUTACAO — que Darwin chama de VARIAGAO e SELECAO — teremos que incluir a morte © a destruicao, sendo o material para mutagdes seria rapidamente desgasiado. ‘Todo ser teria entéo que preencher pelo menos trés “prinofpios fundamentais de vida": 1 proservar sua propria vida (auto-conservagao) 2 transmitir a vida antes da morte, para a autc- -conservacdo da vida (reprodugio) 3 conservar a vida daqueles a quem transmitiu ‘a sua, enquanto nfo tiverem condigdes de fa. zB (protecao A cria). ‘Também 0 ser humano esta suelto aos principios ‘da AUTO-CONSERVAGAO, REPRODUGAO ¢ PROTE- GAO A CRIA. Caso contrério, no teria condigées de sobrevivéncia. Q INSTINTO DE CONSERVAGAO € de certo modo ANTISOCIAL, pois 0 cuidado € dispensado exclusiva: mente & propria pessoa. A REPRODUCAO e PROTE- ‘GAO A CRIA, pelo contrario, sio mecanismos SOCIAIS, Para realizar a REPRODUGAO — que €, evidentemen- te, por falta de atrativos préprios, adogada pelo INS- TINTO SEXUAL — nao podemos agir sozinhos. Tam- ‘bém 0 INSTINTO DE PROTEQAO A CRIA é dirigido a outros, Os OUTROS, que necessitamos para a satisfacio de nossos InstIntos sociais, so, dependendo dos instin- tos sociais que nos ajudam a satisfazer, PARCEIROS SEXUAIS ou OBJETOS DE PROTECAO. Ser fcil reconhecer nestes dois impulsos 0 fun- damento bioldgico do AMOR, pois sua materializagio amais intensiva e duradoura — a atragio por um par- ceiro sexual ou pelos préprios filhos — 6 amor. Quem 10 tem um amante, é feliz, Tantas vezes quantas for possi- vel, satisfaré por meio dele sus sede de sexo e Ihe dir que 0 ama, Se a relacio chegar ao fim, ele ou ela dira que tem “mal de amor”. Esta situacio perdurard até que seja encontrado o substitutivo, isto é, “um novo amor”, Quem possui um objeto de protegio, protege.o. Para tanto, arrisea a propria vida, desojathe sempre ‘© bem e reitere-Ihe seu amor, Se o perder, sera infeliz. E dir que perdeu o que mais amave neste mundo. Wo importa de quem falamos, OBJETO DE PRO- ‘TECAO ou PARCEIRO SEXUAL, a expresstio usada é sempre a mesma: amor. O objeto designado ¢, todavia, fundamentalmente diverso em sua esséncia. Para que ‘se deseje proteger 0 objeto de protegio, torna-se neces- sdrio que este preencha determinadas condigées pré vias que nfo sojam compativeis com as que Sio esta Delecidas para um parceiro sexual, © vice-versa, O que quer dizer que as qualidades do outro parceiro deter. iminam a espécle de necessidade bioldgica que com cle desojamos satisfazer. Doterminam, em titima anélise, a espécie de amor que viermos a oferecerIhe. Quais sao estas qualidades? QUE & UM OBIETO DE PROTEGAO? Para atrair 0 instinto de protecio, ¢ necessirid pre- encher trés requlsitos basicos: ser fisiea ¢ espiritual mente inferior ao protector 0, a0 mesmo tempo, seme- Jhante a ele. N4o ha necossidade de provar expressa- mente que as duas primeiras qualidades sao imprescin- divels: seria absurdo tentar proteger alguém que fosse possuidor de forca igual ou superior, tanto fisica como egpiritual. dijerenca entre geracdes 6 0 melhor pres- suposto para a necesséria distfineia entre as forcas Sf tt sicas e espirituais. Por este motivo, 0 mecanismo fun- ciona com # maxima auséncia de atritos entre pais © filhos. F fficil provar a nevessidade da semelhanca. O amor pelo objeto de protecdo basela-se no motivo mais simples e efica que se pode imaginar, 0 da identifi ‘cago: “Precis reconhecormo no meu protegido, deve parecer-se 0 mais possfvel comigo”. Se cada um qui sesse proteger a cada um, apenas por reconhecé-lo co- mo mals fraco, poderla acontecer que muitos, os p:é- prics companheiros, para citar um exomplo, viessem ‘a cor projudieados e outros, mais favorecidios. O “egois. mo de grupo” 6 de certa maneira 0 mais simples, efe- tivo e “justo” de todos os mecanismos socials: cada um cuida em primeizo lugar de si e dos seus — somen- te assim os animais conseguiram sobreviver, sem lois soeiais especiais ¢ sem ideologias. # precisamente entre os animais que se pode ob- servar com clareza que 0 impulso de protecio € diri- gido ao ser semelhante: a fémea enjeita impledosamen- te a cria que nfo se parece com cla. A semelhenca nic precisa estar necessariamente na aparéneia, poder até — sob 0 nosso ponto de vista humano — estar em algo ‘to sem importaneia como o cheiro do animal. Pode ser parcial, deve ser parcial, mas onde ela € valida, decide sobre a vida ou a morte. Qualquer erianea scbe que o passarinho eafdo do ninho nfo deve ser ali recolocado com as mAos nuas, ‘pois 0 cheiro estranho farla com que a mie 0 jogasse novamente para fora, Para que uma fémea venba a adotar uma cria guaxa, devo-so procurar enganar a mie adotiva com titieas que a levem a descobrir no filhote alguma semelhanea. Somente entao ela estart disposta a cristo como seu. 2 ‘Também o homem trata da descendéngia pelo prin- cipio da semelhanca, A mie € quem se identifica mais fucilmente com o recémnascido: cla sentiu sua pre- songa durante Jongos meses, ele sain de dentro dela, ele 6 ela, O pai fica limitado apenas ao raciocinio: inieialmente ele encara o fllho de maneira bastante indiferente. Embora Ihe garantem que 0 filho 6 “igual- zinho ao pai”, ele custa a roconhecélo. Somente mais tarde vem a aooitar a semelhanea e comega a amélo. ‘Esta disposigiio para a identificacdo imediata, que 0 hhomem nfo consegue, da mulher a fama de ser mais altruista do que o pal, Como a mulher no hesita em reconhecer no filho 0 seu objeto de protecio, € por isto Jevada a transformar seu impulso de protegio a ‘cria diretamente om acéio, 0 amor materno costuma sor tido por um sentimento mais forte do que o amor paterno. Na verdade, trate-se apenas de uma protela- ‘Ho no aparecimento de dois sentimentos de igual in- tensidade, cuja origem ¢ exclusivamente biolégica. Ficou suficientemente provado, nao 26 pola troca dos pepéis dos pais em algumas culturas primitivas, como também por experiéneias sociolégicas moder- nas, que os pais podem amar seus filhos tanto quanto as mies e que o instinto masculino de protegdo & cria nada fica a dever 20 insiinto feminino. AMOR AO PR6XIMO © homem n&o 6 somente um animal, nfo segue unicamente seus impulsos, tal como um animal: conse- gue reconhecé-los, conscientizdlos ¢ distanciarse deles, podendo modificdlos ou generalizé-los. Também pede, por exemplo, ampliar 0 principio da semelhanga e Te- 13

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