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O ttulo deste texto surge como uma mera provocao, pois aqui no
compreendemos aquelas duas maneiras de abordar a Sade como um processo
dicotmico, mas pretendemos sim enxerg-las como possivelmente dialticas, e to
mesmo complementares e capazes de habitar o mesmo espao filosfico e acadmico.
Como primeiro exerccio, propomos ento a viso de um usurio do Sistema
nico de Sade brasileiro, o qual, com suas infinitas imperfeies, um direito
adquirido por todos os cidados. Imagine-se um sujeito comum que no tem acesso ao
mercado de planos de sade ou este, inclusive. O que este cidado busca quando
acometido por alguma enfermidade? A cura? Sim, a cura. E quem, tradicionalmente e
culturalmente, est autorizado a oferec-la? O mdico? Sim, o mdico. notrio que
carregamos de maneira intrnseca a noo de que o saber da medicina ocupa um lugar
de destaque, seno de soberania, entre as cincias que lidam com a Sade. Podemos
agregar o conhecimento psicanaltico, notadamente lacaniano, do Sujeito Suposto
Saber, onde o mdico, independentemente de suas habilidades ou competncias, ,
para o usurio, o detentor da vida ou da morte, da sade ou da doena. Apenas a sua
presena fsica serve para aliviar a dor psquica de quaisquer enfermidades. Ou ser
que ns vamos a um hospital nos aconselhar com a atendente, com um dos guardas,
com a enfermeira ou mesmo com um psiclogo?
Obviamente ns, como estudiosos do campo da Sade, preferimos ampliar
nossa viso e procurar uma Sade Coletiva que supere o espectro oferecido pela
Sade Pblica, porm isto realmente possvel depois do explicitado no pargrafo
anterior? Compreendemos que a utopia da Sade Coletiva nos parece muito mais
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Mestrando em Sade Pblica Escola Nacional de Sade Pblica Srgio Arouca (2017).
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