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A importância da criança expressar o que aprendeu por meio das artes cênicas e plásticas.
Márcia Barbutti Barreto
INTRODUÇÃO
Diga-me e me esquecerei.
Mostre-me e me lembrarei.
Envolva-me e entenderei.
Antigo provérbio chinês
Quando pensamos em ensinar algo a alguém, muitas vezes vem à nossa mente um professor que
sabe o conteúdo e o passará para o aluno que nada sabe. Porém, nossa meta não é “encher a cabeça
do aprendiz” mas, ajudá-lo a aplicar o que aprendeu no seu cotidiano. Segundo Marlene LeFever, “a
arte dramática – representações, interpretações, simulações, mímicas – contêm tremendo potencial
para ajudar os professores a atingirem essa meta”1.
Além da arte cênica temos também a arte plástica como uma experiência enriquecedora na qual a
criança explora seus sentidos e expressa seus sentimentos, sua concepção de mundo, interagindo
mais com o conteúdo apresentado de forma lúdica e prazerosa.
I. DRAMATIZAÇÃO
Através da dramatização, a criança tem a oportunidade de vivenciar o conteúdo que está sendo
transmitido, bem como fixa-lo de forma atraente e participativa. Além disso, desenvolve a
sensibilidade, a autoestima, a expressão corporal, a fluência verbal e as atividades em grupo, além
de ser uma atividade prazerosa para o professor e alunos.
Antes de propor uma atividade teatral em sala de aula é necessário que o professor promova
alguns exercícios para sensibilização e integração do grupo. Um bom início é a prática do
alongamento, que pode ser associada à narração de uma pequena história.
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Marlene D. LEFEVER. Métodos criativos de ensino. CPAD. p.115
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Sugestões de exercícios que serão adaptados de acordo com a faixa etária:
a) Apresentação:
Em círculo, jogar uma bola ao colega e apresentar-se a todos dizendo o nome e algo a mais.
Exemplo: o que gosta, ou o que não gosta. O aluno que recebe a bola repete o exercício até
que todos tenham participado.
b) Sensibilização:
o Caminhar pela sala ao som da batida de um tambor ou palmas, variando o ritmo (lento,
médio e rápido) e a intensidade (forte e fraco). Quando a batida ou palmas param, todos
param.
o As crianças também poderão caminhar pela sala imaginando diferentes tipos de solo
(quente, escorregadio, cheios de obstáculos, alagado...).
o Realizar expressões corporais tais como: esticar, contrair, ocupar o maior espaço, ocupar
o menor espaço, relaxar, agitar, ficar sonolento, endurecer, amolecer, ...
o Promover seleção de emoções (tristeza, alegria, raiva, medo, surpresa...) para que os
alunos imitem e/ou identifiquem.
Ficar em dupla – um de frente para o outro. O dirigente fala um sentimento e a dupla se
espelha. Um tenta melhorar vendo o outro.
o Brincadeira “Cidade” – Estamos chegando na terra dos bebês, dos macacos, dos malucos
As crianças estão em pé e se movimentando, quando o dirigente dá o comando, todos
fazem a mímica.
OBS: terminar com atividade mais lenta.
c) Mímica:
o Fazer gestos como carregar objetos imaginários, percebendo o peso e o tamanho ao
serem carregados. É interessante quando os colegas interagem ajudando a “carregar”.
o Fazer um jogo no qual os colegas de classe devem adivinhar a ação (nadar, varrer,
correr... e também imitar animais).
o Interpretar o nascimento de uma sementinha a partir de um texto produzido pelo
professor.
o Mímicas: um cabo de guerra, de andar mas as pernas estão colando no chão, de jogar
bola imaginando o tipo e tamanho dela. Cada participante imagina um tipo de bola e
joga-a para um colega que pega e tem a opção de jogar a mesma bola ou “pegar” outra.
d) Imaginação:
Iniciar uma frase e depois os alunos continuarão a história imaginária. Exemplo: Estava
passeando em um lindo bosque quando eu vi... Esta é uma atividade para pequenos grupos
de alunos.
OBS: usar com grupo pequeno e que já conhece bem, pois caso contrário, a história pode tomar
rumos inesperados.
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e) Percepção:
Olhar com atenção a roupa de um colega e minutos depois, fechar os olhos e dizer como
ele(a) está vestido. Como variação, colocar objetos sobre a mesa e depois, virar-se e nomea-
los.
DICAS:
• Utilizar, sempre que possível, espaços diferentes da sala de aula, como pátio, quadra ou outro
ambiente da igreja.
• Montar um baú ou “guarda-roupa” com túnicas, faixas, arcos, coroas, outros acessórios e
fantasias (flor, sol, estrela, animais...). Solicite ajuda dos alunos e seus familiares.
• Ter acessórios para cenários: jarros com flores, bonecas, toalhas coloridas, pedaços coloridos de
TNT, materiais de sucata (tubos de papelão coloridos, tiras de papel crepom...).
• Ter um aparelho de som com CDs de músicas relaxantes e agitadas, se possível com efeitos
sonoros (veja o teclado da sua igreja!).
• Providenciar bandinha de sucata (chocalhos, tambores, ...).
TEATRALIZANDO
A Parábola da Grande Festa – Lucas 14.15-24
*Perdidos e Achados – ComArte
Phyllis Reily e Déa Kerr Affini
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II. ARTES PLÁSTICAS
Na maioria das nossas igrejas as crianças têm um momento, após a lição, para a confecção dos
chamados “trabalhos manuais”. Geralmente são desenhos que representam parte da história bíblica,
os quais as crianças deverão colorir e/ou fazer colagens. O objetivo maior é a fixação do conteúdo
estudado. Contudo, as crianças devem ter outras atividades que vão além da apresentação da cena
bíblica ou similares. Devemos proporcionar experiências que estimulem a criatividade, a
sensibilização e a expressão de suas descobertas. Nesse momento também temos a oportunidade de
observar as diferentes habilidades dos alunos.
1. Desenhos
É uma excelente ferramenta para a expressão artística da criança. Muitas vezes deixamos o
desenho livre de lado porque queremos uma cópia da realidade, mas não é assim para a criança. O
desenho para ela é um registro da sua compreensão da realidade e do que julga ser digno de
interesse.
É importante respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente,
sem intervenções diretas, explorando diversos materiais.
Sugestões:
Sugestões
a) Desenho livre
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b) Desenho com interferência:
Cole na folha um pequeno desenho, parte dele ou mesmo um
pedaço de papel com forma definida (quadrado, circulo, estrela) ou
abstrata. A criança poderá completar a o desenho ou criar uma
cena a partir da interferência.
2. Pinturas
Quando pensamos em pintura lembramos da tinta, por isso temos que ter em mente o bom uso
das cores. As cores primárias são as cores que não se formam pela mistura de outras cores, a saber:
azul, amarelo e vermelho.
A partir delas temos cores secundárias que são resultantes das misturas das cores secundárias.
Exemplos:
Azul + Amarelo = Verde
Azul + Vermelho = Roxo
Vermelho + Amarelo = Laranja
Em seguida temos as cores terciárias, que são as cores resultantes da mistura:
Primárias + secundárias. Exemplos:
Amarelo + Laranja = Amarelo alaranjado
Amarelo + Verde = Amarelo esverdeado
Sugestões
a) Tinta guache:
Com pincel, com pedacinhos de esponja, com peneira, com cotonetes, com sopros utilizando
o canudo.
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b) Anilina:
Passar sobre a folha após desenhar com giz de cera colorido ou
branco. Para passá-la no papel você pode utilizar algodão ou pincel.
3. Recorte e colagem
“O recorte e a colagem desenvolvem a coordenação visual e motora. Movimento da mão, tato e
noções de tamanho, forma e superfície. Para as crianças menores os papéis devem ser picados com
as mãos usando a cola com os dedos... Pode-se utilizar não somente papéis, mas sementes, tampas,
macarrão, serragem, cascas, retalhes, etc. que podem ficar à disposição das crianças em uma caixa,
junto a tesouras (sem ponta), pincéis, colas e palitos” 2.
Sugestões
a) Com barbantes coloridos:
A criança faz o desenho e cola sobre o contorno. Os barbantes
podem ser coloridos antes ou a criança pode usar a guache sobre ele.
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Artes Plásticas na Educação Infantil . Margarida M. T. CERQUEIRA e Maria O. CORTES. CPT. p. 149
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e) Descolorir o recorte com bombriu:
A criança maior recortar uma figura simples ou mesmo um contorno de uma revista,
preferencialmente com cores vivas. Em seguida, colocará a figura recortada sobre o papel,
segurará com uma de suas mãozinhas e passará um pedaço de bombriu várias vezes do
centro para fora.
4. Modelagem
Quando as crianças modelam sua sensibilização tátil é explorada, bem
como o fortalecimento de sua musculatura, além de ser uma atividade bem
relaxante. Pode-se modelar: massa caseira, massa comercial, argila, papiê-
machiê. Lembre-se que a criança está em desenvolvimento, logo sua
modelagem passará por várias fases, como no desenho.
Receitas
Básica
2 xícaras de farinha de trigo
½ xícara de sal
15 gotas de anilina
2 colheres de óleo de cozinha
Água até dar ponto
É necessário guardar em geladeira dentro de um plástico ou recipiente fechado.
Durável
1 xícara de farinha de trigo
½ xícara de sal
1 colher de sopa de óleo
1 xícara de água
Corante líquido
2 colheres de chá de cremor de tártato (lojas de material para fazer doces e sorvetes)
Coloque a cor desejada na água e misture todos os ingredientes sobre fogo brando, até que a
massa se torna uma bola grudada na colher. Despeje sobre a mesa e amasse até ficar homogênea
e lisa. Você pode guardar em pote ou saco plástico por tempo indeterminado.
O cremor de tártato é o ingrediente secreto que mantém a massinha por muito tempo
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Sugestões
b) Mini esculturas.
Excelente para diferentes cenas bíblicas e para acessórios.
Exemplo: o vaso do exército de Gideão
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7. Artes e Teatro
Confecção de máscaras, capas, cetros, coroas e demais acessórios, bem como palco para
fantoches de vara que os alunos manusearão.
III. CONCLUSÃO
A forma de contar, revisar e fixar a lição bíblica terá grande impacto à medida que as crianças se
envolverem nesse processo expressando suas emoções, seus sentimentos, suas dúvidas,
questionamentos e habilidades. Esse processo exige do professor tempo de preparo e adequação do
material didático (revista da EBD) e, sem dúvida, valerá a pena.
Deus nos abençoe.
mbarbutti@uol.com.br
Bibliografia
Artes plásticas na Educação Infantil – Centro de Produções Técnicas, Viçosa, MG
Métodos Criativos de Ensino, Marlene D. LeFever. CPAD
Revista do Professor. Porto Alegre, RS – abr./jun. 2007
Teatro na Educação Infantil – Centro de Produções Técnicas, Viçosa, MG