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1. Noções Históricas.
Como resultado da intensificação da urbanização ocorrida na virada do Século XIX para o Século
XX, os meios de transporte passaram a sofrer significativas mudanças nas principais cidades brasileiras.
Para se ter uma idéia da rápida popularização do automóvel, havia, em 1912, na cidade de São
Paulo, 436 carros particulares, 414 carros de aluguel e 88 carros de carga. Em 1925, esses números cresciam
para 7396 automóveis particulares, 2.275 carros de aluguel e 2986 carros de carga. Dessa forma, cidades
foram remodeladas para recebê-los e implementou-se a industrialização regional. Além do necessário
calçamento das ruas, a presença dos automóveis modificaram as arquiteturas das casas, com os jardins
sendo reduzidos ou eliminados para cederem lugar à garagem, uma dependência indispensável.
2. Introdução.
a. Conhecimentos básicos:
Para que o futuro Sargento tenha uma sólida atuação na área de policiamento de trânsito,
necessário se faz a explanação de alguns conceitos básicos relacionados ao Direito Administrativo para que
não haja cometimento de erros quando na atuação prática, na realização de bloqueios ou na fiscalização
rotineira, durante o turno de serviço.
Por questões lógicas, o estudo de uma matéria qualquer deve iniciar pela análise dos conceitos e
definições dos termos básicos para esse estudo, de maneira a facilitar o entendimento dos temas mais
complexos. Sem dúvida, sem conhecer o significado das expressões básicas, o estudo dos temas mais
aprofundados tornar-se-ia muito mais difícil.
1) DIREITO – derivado do latim directum, do verbo dirigere (dirigir, ordenar, endireitar) o vocábulo
direito etimologicamente significa o que é reto. De forma simples e direta, pode ser entendido como o conjunto
das normas gerais e positivas que regulam a vida social. Esse é o sentido objetivo do termo, o seu significado
material.
O termo pode ser tomado ainda sob o ponto de vista do conhecimento humano. Nesse sentido, pode ser
definido como a ciência que estuda as regras obrigatórias que presidem as relações dos homens em
sociedade, encaradas não somente sob o seu ponto de vista legal, como sob o seu ponto de vista doutrinário,
abrangendo, assim, não somente o direito no seu sentido objetivo como subjetivo.
Por fim, outra acepção comum é a do direito como prerrogativa ou faculdade que se atribui a
determinada pessoa em função de uma norma jurídica. Diz-se, então, direito subjetivo.
a) RAMOS DO DIREITO – são as divisões que possui o direito, segundo critérios que identificam em
determinados setores do conhecimento jurídico certas peculiaridades que os tornam distintos dos demais.
A primeira grande divisão que se faz é entre direito público e direito privado. O primeiro, direito
público, é aquele que visa regular os interesses de ordem coletiva, vale dizer, a organização das instituições
políticas de um país, as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares, a tutela dos
direitos e garantias individuais, a repressão dos delitos etc. Nele, o interesse público predomina. Pode ser
Interno ou Externo. Este traduz-se no Direito Internacional Público. Aquele subdivide-se em Direito
Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual, Direito Judiciário e o Direito do
Trabalho.
Já o direito privado é o conjunto de regras que regulam os interesses de ordem individual. Compõem
este ramo o Direito Civil, o Direito Comercial e o Direito Internacional Privado.
Direito Internacional Público
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Público Direito Judiciário
Direito Processual
Direito Direito do Trabalho
Direito Internacional Privado
Privado
Direito Civil
Direito Comercial
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(1) DIREITO CONSTITUCIONAL – é aquele que estabelece os princípios jurídicos,
indispensáveis à organização do próprio Estado, à constituição de seu governo, dos poderes públicos, à
declaração dos direitos das pessoas e aos limites da ação do Estado.
(2) DIREITO ADMINISTRATIVO – é o complexo de normas que estabelecem os princípios e
regras necessários ao funcionamento da administração pública, não só em seu aspecto intrínseco, como
também no que diz respeito às relações entre o poder público e os administrados.
(3) DIREITO PENAL – é o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como
conseqüência, e disciplinam também as relações daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das
medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado (Damásio E. de
Jesus).
(4) DIREITO CIVIL – é o conjunto de normas que têm por finalidade regular os interesses dos
cidadãos entre si ou entre estes e as entidades coletivas (pessoas jurídicas), concernentes à sua capacidade,
ao seu estado e a seus bens.
A palavra lei, no sentido de norma jurídica, é utilizada, muitas vezes, em sentidos diferentes.
Basicamente poderemos distinguir um sentido amplo, genérico, e um sentido estrito.
No sentido amplo, lei significa a norma jurídica de conteúdo obrigatório. O contrato obriga; uma
convenção de condomínio obriga; normas administrativas obrigam. Mas tais normas só podem ser
consideradas lei se adotarmos o termo lei em seu sentido genérico, amplo.
No entanto, se tomarmos o vocábulo lei em seu sentido estrito ou restrito, estaremos nos referindo
tão-só às normas jurídicas emanadas de um poder competente que, como vimos é o poder legislativo. Nesse
sentido, podemos dizer que são leis em sentido estrito aquelas descritas no art. 59 da Constituição Federal,
que prevê o processo legislativo, com duas exceções que serão vistas oportunamente.
Por isso, quando se fala que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”, é à lei no sentido restrito que se está referindo. Isso significa que só aquelas normas
(Emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias (que tem
força de lei, conforme o art. 62 da CF), decretos legislativos (alguns casos, como se verá abaixo) e resoluções
legislativas (alguns casos, como se verá abaixo)) é que poderão estabelecer comportamentos a serem
adotados por todas as pessoas, indistintamente. A norma administrativa, por exemplo, não sendo lei em
sentido estrito, só obriga àqueles que estão ligados ao órgão de que emanou a norma por relação hierárquica.
Assim, uma Ordem de Serviço pode obrigar o Sd PM João a comparecer à sua Companhia para depor; mas
não poderá servir para obrigar o Sr. Severino Terra Seca, que não é policial militar, à comparecer ao quartel
para qualquer fim.
Não se deve confundir Resoluções Legislativas com Resoluções do CONTRAN. As primeiras são
atos administrativos do Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, para
disciplinar determinadas matérias, em situações expressamente determinadas pela Constituição (art. 52, inc
IV; art. 68, § 2.º, art. 155, inc. V, todos da CF). Já as Resoluções do CONTRAN são também atos
administrativos, por meio dos quais o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), que é órgão
administrativo, exerce sua competência normativa
Também não se deve confundir Decreto Legislativo, ato próprio do Congresso Nacional voltado à
veicular decisões dessa Casa Legislativa acerca de atos exclusivos seus, com o Decreto regulamentador, ao
qual se refere o art. 84, inc. IV, 2.ª parte, da CF, que, em linhas gerais, é ato do Poder Executivo (ato
administrativo, portanto), pelo qual o seu chefe (Presidente, Governador ou Prefeito) regulamenta uma lei já
existente. Nesse caso, ele terá que se ater aos limites da lei, ou seja, não poderá ser mais permissivo ou
restritivo que a lei.
Embora a sejam atos que não passam pelo processo legislativo por que passam as leis
propriamente ditas (proposta, discussão, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação), as resoluções
e decretos legislativos podem, em casos bastante particulares, assumir a feição de leis, quando então serão
havidas como tais. Exemplo clássico dessa circunstância temos nos Decretos Legislativos que, com base no
art. 49, inc. I, da CF, referendam tratados, acordos ou convenções, os quais, veremos, integram a nossa
ordem jurídica no mesmo patamar que as leis ordinárias.
Agora que já sabemos o que é lei, o que é ordem jurídica, que já sabemos distinguir entre lei em
sentido estrito e lei em sentido amplo, vamos determinar qual o significado da expressão legislação de
trânsito.
Se legislação é o conjunto de leis, a soma de regras instituídas regulamentarmente à respeito de
determinada matéria, legislação será o conjunto de normas jurídicas, regularmente instituídas, que versam
sobre o trânsito. Nesse sentido terá um significado amplo, abrangendo não só as leis em sentido estrito (leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias e, em alguns casos, Decretos
Legislativos), como aqueles atos normativos que só em face de um conceito muito largo, muito abrangente, é
que podem ser entendidos como "leis" (Decretos regulamentadores, Resoluções, Portarias, Deliberações
etc.).
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Num sentido restrito, fazem parte da legislação de trânsito, entre outras de menor importância:
1) Convenção de Trânsito Viário de Viena (CTVV), celebrada em 8 de novembro de 1969, aprovada
pelo Decreto Legislativo n.º 33/80 e promulgada pelo Decreto Federal n.º 86.714, de 10 de dezembro de 1981.
2) Regulamentação Básica Unificada de Trânsito (RBUT) entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile,
Paraguai, Peru e Uruguai, celebrada em 29 de setembro de 1992, com base em autorização legislativa
outorgada por meio do Decreto Legislativo n.º 66/81 e promulgada pelo Decreto s/n.º, de 3 de agosto de 1993.
3) Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei Federal n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997 e
alterado pala Lei Federal n.º 9.602, de 21 de janeiro de 1998.
4) Já num sentido amplo, devem ser acrescidos à relação acima:
a) As Resoluções, Portarias, Deliberações, Decisões e outros atos administrativo-normativos do
CONTRAN e do DENATRAN; e,
b) As Deliberações, Portarias e Decisões do CETRAN e do CONTRANDIFE.
c) As Portarias e demais atos administrativos com conteúdo normativo dos demais órgãos do
Sistema Nacional de Trânsito.
Cumpre destacar mais uma vez que somente a lei, no exato sentido do termo, ou seja, no seu
sentido estrito, é que pode estabelecer direito novo, vale dizer, inovar a ordem jurídica, criar obrigações novas.
f. Direito Administrativo
g. Direito Penal:
É ramo do direito público, pois regula relações do indivíduo com a sociedade. Abrange o estudo do
crime, da pena e do delinqüente. Suas relações com a legislação de trânsito são evidentes, haja vista a
existência de crimes que, dada a sua natureza, são denominados “crimes de trânsito”. Esses crimes serão
vistos em momento oportuno.
3. Objetivos do CTB.
Como veremos a seguir, ao analisarmos o Capítulo primeiro do CTB, perceberemos que o Objetivo
do CTB, até mesmo em função da discussão para a aprovação do projeto, ao longo desses últimos 10 anos, é
sem dúvida nenhuma:
Tal preceito, embora óbvio, decorre do princípio da legalidade, onde prevê a CF/88:
"Art 5º. .....
.....
II. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei. "
Outro aspecto importante é a especificidade da lei, que inegavelmente é aplicável, por ser
específica, mesmo que haja outra que trate de assunto correlato. Portanto, em matéria de crime, por exemplo,
não se aplica o Código Penal, ou a Lei de Contravenções Penais, desde que preenchidos os requisitos da
caracterização do crime de trânsito.
Logo, infrações administrativas em outras vias, que não a terrestre, aplicar-se-á outra legislação, e
não a de trânsito em vias terrestres.
Por exemplo, a falta de brevê para pilotar aeronaves, ou a falta de Arraes para embarcações, são
infrações administrativas previstas no Código aeronáutico ou da Marinha.
Continua o Artigo em seus parágrafos:
• Vias;
• Veículos, e
• Usuários.
Em suma, tudo está diretamente relacionado com as pessoas, físicas ou jurídicas, uma vez que,
em última análise é o homem o responsável pela circulação de riquezas em uma Nação. A questão dos
animais, traz à baila a responsabilidade civil, administrativa e penal de seus proprietários, perante a lei viária.
Usuários, portanto, são as pessoas, os proprietários dos animais e os condutores dos veículos em
movimento, parado ou estacionado. Aqui convém ressaltar que o CTB, considera operação de carga e
descarga, agora como estacionamento conforme prevê o parágrafo único do Art 47:
Logo, a excusa do motorista, que a pretexto de justificar a infração de estacionamento, por estar
parado, defronte de uma placa R-6a – estacionamento proibido, (mas parada permitida) – por se encontrar no
interior da boleia de um caminhão, por exemplo, alegando que não está estacionado e sim parado, mas onde
seus ajudantes efetuam operação de carga ou descarga, não mais procede.
O CTB estabelece no parágrafo acima que trânsito é um direito, conferindo a todos os cidadãos
um direito subjetivo oriundo de uma fonte formal. Nota-se a circunstância deste direito – em condições
seguras – e é responsabilidade de todos os órgãos do sistema para que este direito seja efetivamente
garantido. Mais a frente analisaremos quem são e quais as competências dos integrantes do SNT.
No casos de danos causados, nos termos do parágrafo acima, basta que se verifique os
pressupostos da RCO:
• Ação ou omissão. No caso, dos órgãos ou entidades do SNT;
• Culpa ou dolo do agente. Por se tratar de RCO, não há a necessidade de se
provar a culpa do ou dos integrantes do SNT;
• Relação de causalidade. Entre o dano sofrido e a causa motivadora. Ex.:
Buraco na via, falha no projeto viário, defeito de sinalização, falta de policiamento
especializado de trânsito, demora na deliberação de um recurso de multa, ...
• Dano experimentado pela vítima. Necessidade de um registro policial,
orçamentos ( no mínimo três), Nota Fiscal de eventual concerto, outros documentos
comprobatórios ( diárias hospita-lares, atestado de óbito....
O CTB, trouxe uma definição jurídica do que são vias terrestres. É certo que, de fato, em não se
tratando de outro tipo, como marítima, fluvial, lacustre, ferroviária ou aérea, qualquer outra é relativa a terra;
entretanto, um caminho ou uma passagem só será considerada via terrestre, dentro das circunstâncias
elementares previstas pela legislação.
Logo, se um adolescente estiver dirigindo um veículo, no interior de uma fazenda particular, não
haverá o cometimento de infração, uma vez que as vias internas dessa propriedade particular não é
considerada via terrestre. Nem, tão pouco haverá crime de trânsito caso uma lesão for provocada pelo
adolescente, entretanto, a lei penal genérica será o instrumento legal a ser empregado, se for um penalmente
imputável ou o ECA, no caso em questão.
Ao analisarmos o parágrafo único, deparamos com uma novidade: as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas.
Antes, porém, veremos o caso das praias abertas à circulação.
O que o legislador se refere, no caso das praias, são aquelas que têm acesso para automóveis.
Nota-se, que os municípios litorâneos, têm a obrigação de regulamentar tais acessos. A falta de
regulamentação do poder municipal não afasta a caracterização jurídica da respectiva praia como via
terrestre. Já aquela praia deserta, entretanto. que impossível é o acesso físico de veículos, não pode ser
considera como via terrestre, mesmo que, por hipótese, um helicóptero ou uma embarcação,
esporadicamente, conduza um veículo automotor sobre seu leito. Neste caso raciocínio análogo deva ser
empregado como no exemplo acima citado, no caso das vias de uma fazenda particular.
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A falta de regulamentação por parte do Balneário, afasta as infrações de competência do
município, como transitar em local e horário não permitido, mas não as do Estado, como transitar sem estar
devidamente habilitado ou por falta de licenciamento. Pode haver eventuais ocorrências de eventuais crimes
de trânsito, nestas situações, logo o Código será aplicado uma vez que a lei especial derroga a lei geral, e por
se tratar de um crime previsto agora nesta legislação específica, há a caracterização do delito em questão.
Interessante a jurisprudência do TACrimSP:
Caberá ainda, responsabilidade civil, dentro da ação competente, pelos motivos já expostos, assim
como a Administrativa, conforme infrações próprias cometidas conforme o Capítulo XV do CTB.
3) Dispõe o Art 3º
"As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como
aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às
pessoas nele expressamente mencionadas
É uma premissa legal, de abrangência do CTB a todo e qualquer veículo que esteja em circulação
nas vias terrestres de nosso país. Tantos aos condutores quanto aos proprietários é aplicável as disposições
do CTB, não importando se o veículo é nacional ou estrangeiro, definitivamente ou de passagem pelo território
nacional, neste último caso se aplica o parágrafo único do artigo 119, onde veículos licenciados no exterior só
poderão deixar o Brasil após a quitação de débitos de multa por infração de trânsito e o ressarcimento de
danos que tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitando o princípio da reciprocidade.
4) Dispõe o Art 4º
A lei traz as definições legais de todos os termos utilizados no diploma. O método utilizado pelo
legislador "engessa" a interpretação do operador do Direito. Há algumas definições técnicas que não podem
ser confundidas, são aquelas relacionadas às ciências exatas, como PBT, Lotação, Tara etc; mas outras
como o que é Autoridade de trânsito, deveria ficar a cargo da doutrina. No entanto, "Dura lex sed lex", A lei é
dura, mas é a lei. "
O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) nada mais é que o conjunto de órgãos aos quais o Código
de Trânsito Brasileiro acometeu funções relacionadas à administração do trânsito, engenharia, fiscalização e
policiamento.
Nos termos do Código, segundo o art. 7.º, "O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício
das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos,
formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário,
policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades".
Embora os órgãos integrantes do sistema mantenham alto grau de independência, na medida em
que continuam ligados à administração da esfera de governo do qual fazem parte (União, Estados e
Municípios), a idéia de estruturá-los todos num sistema decorre da necessidade de promover, entre eles, o
mínimo de integração e uniformidade no que toca ao desenvolvimento das tarefas que lhe são deferidas.
Basicamente, o SNT possui uma primeira grande divisão, entre órgãos normativos e consultivos,
de um lado (CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito, CETRAN – Conselhos Estaduais de Trânsito e
CONTRANDIFE – Conselho de Trânsito do Distrito Federal) e, de outro, órgãos e entidades executivos
(DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito e órgãos e entidades rodoviários e executivos de trânsito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios); ao lado deles, situam-se os órgãos policiais
(Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal) e as JARI – Juntas
Administrativas de Recursos de Infrações.
Em linhas gerais, o SNT poderia ser resumido no seguinte quadro sinótico:
O Ministério da Justiça foi designado, através do Decreto n.º 2.327/97, a integrar o Sistema
Nacional de Trânsito na condição de Coordenador Máximo. Além disso, foi designado, pelo Decreto
2.351/97, órgão máximo executivo de trânsito, função que exerce por intermédio do DENATRAN
(Departamento Nacional de Trânsito), que, aliás, pertence àquele Ministério.
O Ministro da Justiça é também membro e Presidente do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN).
Embora não seja citado na rol de órgãos integrantes do SNT, trazido pelo art. 7.º do CTB, o
Departamento Nacional de Trânsito integra o sistema por força do Decreto-lei n.º 237 e Decreto n.º 2.351, de
17 de outubro de 1997. Esse último diploma legal, aliás, estabeleceu, em seu art. 7.º, que o DENATRAN é o
órgão executivo de trânsito da União. Dessa forma, as competências do DENATRAN são aquelas
estabelecidas no art. 19 do CTB.
Basicamente, o DENATRAN atua na alta administração do Sistema Nacional de Trânsito, e suas
funções concentram-se em atividades que servem de base para o trabalho do CONTRAN, na medida em que
este é um órgão formado por Ministros e, como tal, necessita de apoio técnico para o bom andamento de suas
missões. Entre as várias atribuições a seu cargo, pode-se destacar algumas mais importantes:
Expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, o Certificado
de Registro de Veículo e o de Licenciamento Anual, tudo por intermédio dos órgãos executivos de
trânsito dos Estados e do DF, mediante delegação (art. 19, inc. VII).
Organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação - RENACH
(art. 19, inc. IX).
Organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM
(art. 19, inc. X).
Elaborar proposta de alteração dos dispositivos e equipamentos obrigatórios,
submetendo-os ao CONTRAN (art. 19, inc. XVIII).
Estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-los, com proposta
de solução, ao Ministério da Justiça (art. 19, inc. XXVIII).
Prestar suporte técnico, administrativo e financeiro ao CONTRAN (art. 19, inc.
XXIX).
Nos termos do art. 16 do CTB, junto a cada órgão ou entidade executivo de trânsito deve existir
uma JARI, cuja função precípua é julgar os recursos interpostos pelos infratores.
O CTB não especificou qual deveria ser a denominação desses órgãos, apenas estabeleceu que,
no Sistema Nacional de Trânsito há a previsão da existência de órgãos executivos de trânsito Estaduais. Os
Estados têm entregue aos Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRANs), já existentes à época do Código
Nacional de Trânsito (CNT), as atribuições previstas para os órgãos Estaduais no art. 22.
Trata-se de órgão de grande importância, na medida em que é o único que possui competência
para a aplicação de todas as penalidades previstas no art. 256 do CTB. São funções a cargo desses órgãos:
Realizar o processo de formação de condutores e expedir a Permissão para Dirigir e a Carteira
Nacional de habilitação, tudo por delegação do DENATRAN, como já anotado no item 3) (art. 22, inc. II).
Realizar o registro, emplacamento e licenciamento de veículos, expedindo o Certificado de
Registro e de Licenciamento Anual, também por delegação do DENATRAN (art. 22, inc. III).
Executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis pelas
infrações previstas no CTB, exceto as de circulação, parada, estacionamento, peso, dimensões e lotação, que
são de competência do órgão Municipal (art. 22, inc. V).
Aplicar as penalidades por infrações de sua competência (art. 22, inc. VI).
Em São Paulo, apresenta-se fragmentado em Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANs),
órgãos que exercem, no território de um ou mais Municípios, parcela das atribuições dos DETRANs, como
licenciar veículos, expedir CNHs, sempre por delegação. Assim, ao diversamente do que pensam muitos, as
CIRETRANs são órgãos estaduais e não municipais.
4) Jari.
Suas funções já foram comentadas no item 6). Funcionam junto ao órgão executivo de trânsito do
Estado, com a atribuição de julgar os recursos contra as penalidades por ele impostas.
Os Municípios não possuem órgãos normativos e consultivos. Isso não significa que o órgão
executivo de trânsito do Município não possa editar normas na área de trânsito. Ele poderá, sim, no entanto
suas normas só terão aplicabilidade interna, no que diz respeito à organização e execução de suas funções.
Não se deve confundir competência para editar normas de trânsito, que têm cunho administrativo, com a
competência para legislar em matéria de trânsito, ou seja, editar leis, que é da União (art. 22, inc. XI, da CF).
Embora esteja prevista a sua existência, não há notícia da criação de órgão executivo rodoviário em
qualquer Município, ao menos de nosso Estado.
Quando existentes, se é que o serão, terão as mesmas atribuições dos órgão executivos rodoviários
da União, dos Estados e do DF, de acordo com o art. 21, logicamente exercidas nas estradas e rodovias
Municipais.
Suas funções já foram comentadas no item 6). Funcionam junto ao órgão executivo de trânsito do
Município, com a atribuição de julgar os recursos contra as penalidades por ele impostas.
2. Sinalização
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O conhecimento prático da sinalização, sua importância para que acidentes sejam evitados é
de fundamental para o futuro sargento. Independentemente de ser as infrações relacionadas com a
sinalização de competência do município, nas áreas urbanas, tem o Graduado a responsabilidade de se
interar com os demais segmentos da sociedade para a solução, ou encaminhamentos dos problemas
relacionados com a segurança pública.
Preve o CTB em seu capítulo VII:
" Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via,
sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, destinada
a condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância
compatível com a segurança do trânsito, conforme normas e
especificações do CONTRAN.
II - horizontais;
IV - luminosos;
V - sonoros;
Medidas administrativas.
• A retenção do veículo;
• A remoção do veículo;
• Recolhimento do CLA;
• Recolhimento do CRV;
• Recolhimento da CNH;
• Recolhimento da PPD;
• Transbordo do excesso de carga;
• A realização de teste de dosagem de alcoolemia, perícia de substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica
• Recolhimento de animais soltos
a. Retenção
A retenção está prevista no art. 270 do CTB e é aplicada, regra geral, para casos em que a
infração relaciona-se a uma irregularidade qualquer encontrada no veículo, de maneira a permitir, quando
possível, que tal irregularidade seja sanada e, assim, que o veículo seja liberado o mais rápido possível, ainda
no local da infração, apenas com a adoção de medidas relativas à lavratura do auto de infração, nos termos
do § 1.º do citado artigo.
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Quando, porém, a irregularidade não puder ser sanada no local, ainda assim o veículo poderá
(leia-se, deverá) ser liberado no local, a um condutor habilitado (que, obviamente, poderá ser aquele mesmo
que o conduzia quando do cometimento da infração), procedendo-se, neste caso, além da lavratura do auto
de infração, ao recolhimento do CLA (Certificado de Licenciamento Anual), mediante CRR (Certificado de
Recolhimento e Remoção, antigo CR),tudo de acordo com os §§ 2.º e 3.º.
Atente-se para o fato que essa medida não se confunde com a penalidade de remoção, sendo
incorreto realizar remoção de veículo ao depósito, como intuito de aplicação de penalidade de apreensão do
veículo, em situações nas quais só esteja prevista a possibilidade de aplicação da medida administrativa de
retenção.
O único caso em que essa medida “transforma-se”, por assim dizer, em penalidade de apreensão,
foi previsto no § 4.º do art. 270,vale dizer, quando não comparecer ao local condutor habilitado para a retirada
do veículo. Por se tratar de medida que importa em restrição de direitos, é incabível aplicar-se a esse
dispositivo uma interpretação elástica, seja por analogia ou mesmo por extensão, de maneira a estendê-la a
outras situações, mesmo quando isso se mostre lógico e adequado. Não se deve esquecer que o
administrador, em todos os seus atos, submete-se a um princípio inafastável, que é o princípio da legalidade.
Infelizmente, essa circunstância conduz a dificuldades intransponíveis, como no caso em que se
constate o não portar CLA, caso em que, de acordo como art. 232, haveria de se aplicar a medida
administrativa de retenção; pense-se, porém, no caso de não ser possível providenciar-se o saneamento da
irregularidade, ou seja, a apresentação do CLA. De acordo com o art. 270, o veículo deverá ser retirado por
um condutor habilitado, recolhendo-se o CLA. Ora, como fazê-lo, se a medida está sendo adotada exatamente
porque falta o CLA? Nesse caso o condutor acabará sendo liberado sem que se recolha o CLA, pois qualquer
outra medida, em especial a remoção do veículo ao depósito fixado pela Autoridade para apreensão, violaria o
princípio da legalidade.
b. remoção do veículo
A remoção do veículo é medida disciplinada no art. 271 do CTB e pode ocorrer como medida
administrativa isolada, geralmente associada às infrações de estacionamento e ou parada, ou como medida
administrativa adotada como verdadeira medida preparatória e assecuratória da penalidade de apreensão do
veículo, a ser aplicada pela autoridade de trânsito. Em ambos os casos, o veículo deverá ser encaminhado a
um depósito previamente fixado pela Autoridade de Trânsito, de lá só podendo sair depois de quitados os
débitos relativos à multas (somente as já líquidas e certas, excluindo-se as pendentes de recurso, diga-se de
passagem), taxas e despesas com remoção e estada, conforme preceitua o p. único do citado dispositivo, a
despeito de haver posições, na doutrina, condenando a exigência do pagamento de multas.
Considerando que o intuito da medida, no caso de ter sido ela aplicada isoladamente, é apenas o
de promover a eliminação de uma interferência à livre circulação de veículos, se o condutor chega a tempo e
se propõe a retirá-lo incontinente, deve-se adotar esse procedimento em detrimento do guinchamento,
havendo até mesmo decisões judiciais considerando que o contrário, vale dizer, a insistência em guinchá-lo
mesmo quando possível ainda a remoção pelo condutor, constitui medida abusiva (v. HC 63.065 – TJSP).
c. recolhimento do cla
Previsto no art. 274, o recolhimento do CLA é medida que, no mais das vezes, associa-se, na
condição de ato preparatório, à penalidade de apreensão do veículo, ou como medida complementar à
retenção do veículo (vide item 1.1.1 acima).
Nos dois casos o CLA recolhido (e não apreendido, ressalte-se), deverá ser encaminhado à
Divisão de Fiscalização do DETRAN, para as demais providências legais.
Essa medida foi imaginada pelo legislador como ato preparatório e assecuratório da aplicação da
penalidade de suspensão do direito de dirigir, estando a essa associada na quase totalidade dos casos em
que sua aplicação é prevista.
No entanto, em função inicialmente da Deliberação n.º 4/98, do CETRAN, depois substituída pela
de n.º 199/00, tal medida encontra-se com sua aplicação suspensa, uma vez que a sua aplicação imediata,
pelo Policial Militar, no momento mesmo em que detecta o cometimento da infração, traria como
conseqüência a impossibilidade de que o condutor possa exercer o direito de dirigir um veículo, qualquer que
seja. Esse efeito é em tudo idêntico ao da penalidade de suspensão do direito de dirigir, cuja aplicação, nos
termos do art. 265, dependem de que se possibilite, ao infrator, o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Ora, diante disso não seria, de fato, lógico aplicar o recolhimento da CNH ou da PPD sem possibilitar ao
infrator o exercício dos direitos à ampla defesa e ao contraditório.
As únicas exceções dão-se no caso de suspeita de autenticidade do documento que, aliás, por
envolver a prática, in tese, de um delito, exigirá o registro dos fatos no DP, ocasião em que, geralmente,
procede-se à apreensão por ato do Delegado, com base no art. 6.º do CPP, e também no caso de exame
médico vencido há mais de trinta dias, pois, nesse caso, o direito de dirigir pereceu juntamente com o termo
final do exame médico, não havendo, assim, qualquer direito que possa ser objeto de restrição via
recolhimento da CNH ou PPD.
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e. recolhimento do cr
Prevista no art. 273, essa medida é de difícil aplicação, antes de mais nada porque o CR não é
documento de porte obrigatório. Ainda que seja portado inadvertidamente pelo proprietário ou condutor, o
recolhimento quase nunca se dará, uma vez que o primeiro caso (suspeita quanto à autenticidade) enseja
medidas de registro de polícia judiciária, ocasião em que a lógica indica a realização de apreensão do CR pelo
Delegado, para a realização do exame documentoscópico; por outro lado, nos demais casos, tratam-se de
infrações de difícil constatação pelo PM (arts. 233 cc 273, II; 240; e, 243).
Trata-se de medida disciplinada noa art. 275, cuja aplicabilidade fica restrita aos acasos dos inc. V
e X do art. 231 do CTB, vale dizer, aos casos de transporte de carga com peso excessivo e excedendo a
capacidade máxima de tração.
Antes de tratar dessa medida administrativa de maneira específica, é oportuno comentar alguns
aspectos que permeiam a questão de sua aplicação.
De uma maneira geral, qualquer infração de trânsito, para ser objeto de autuação e posterior
adoção de penalidades, precisa ser comprovada. Nos termos do art. 280, § 2.º, essa comprovação poderá
dar-se “por declaração da Autoridade de Trânsito ou de seus agentes, por aparelho eletrônico ou por
equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
previamente regulamentado pelo CONTRAN”. Saber qual método poderá ser empregado para cada caso
dependerá da análise da existência de norma específica pelo CONTRAN: se, para aquele determinado caso
que se analisa existir uma norma do COTRAN (resolução) estabelecendo um modo especial de constatação
da prática da infração, então somente esse modo especial poderá ser utilizado, em detrimento, até mesmo, da
declaração da Autoridade ou de seus agentes; se, por outro lado, nada existir em relação a formas específicas
de constatação da infração, estar-se-á diante de uma situação na qual a mera declaração do agente de
fiscalização já é suficiente para a comprovação da prática da infração.
No caso da infração descrita no art. 165, vulgarmente chamada de embriaguez ao volante, mas
cuja denominação correta é direção sob efeito do álcool ou substância de efeitos análogos, o CONTRAN
estabeleceu, por meio da Resolução do CONTRAN n.º 81/98, métodos específicos de detecção da infração,
até porque o legislador, ao dispor que a infração só ocorreria quando o condutor tivesse, em seu organismo,
uma quantidade de álcool superior a 6 (seis) decigramas (dg) por litro de sangue, acabou por determinar a
necessidade de processos muito precisos de medição, afastando a possibilidade de verificação por meio de
simples observação do agente.
Um desses processos é o chamado teste em aparelho de ar alveolar (bafômetro), que vem a ser a
medida administrativa de cuja análise cuidamos no momento. O equipamento em uso no CPTran é o
Intoxylizer 400, devidamente homologado pelo CONTRAN e que apresenta os resultados em gramas de
álcool por litro de sangue. Portanto, cuidado! Existirá a infração quando, utilizando esse equipamento, ele
apresentar, em seu display, um valor superior a 0,60, pois 6 dg = 0,6 g.
Há um outro aspecto para o qual se deve chamar a atenção. Embora haja quem entenda ser
possível obrigar o infrator a submeter-se ao teste do bafômetro, pois nesse sentido é o teor do art. 277 do
CTB, o fato é que vem prevalecendo, na doutrina, o entendimento segundo o qual o estabelecimento dessa
obrigação viola o princípio, constitucionalmente protegido, previsto na alínea g), do n.º 2., do art. 8.º, do Pacto
de São José da Costa Rica, de que ninguém poderá ser obrigado a produzir prova contra sí mesmo. Mesmo
entendendo que esse princípio tem conduzido a situações que convencionamos chamar de hipocrisia legal,
tem-se seguido esse pensamento durante as ações de fiscalização de veículos e condutores, não obrigando
ninguém a submeter-se ao bafômetro.
2. Penalidades.
Veja-se que, pelas razões acima enunciadas, a advertência que, aliás, só existe na forma escrita,
é penalidade e, como tal, só poderá ser aplicada pela Autoridade de Trânsito, sendo inconsistente, do ponto
de vista legal, o argumento do PM de que não autuou este ou aquele veículo porque preferiu advertir o
condutor. Embora seja procedimento que tenha na pessoa do eminente Des. Geraldo de Faria Lemos Pinheiro
um seu defensor, não há previsão legal, donde decorre que o PM não poderá deixar de autuar sob pretexto de
que advertiu o condutor.
b. multa
É pena pecuniária que se impõe ao condutor ou ao proprietário, de acordo com as regras do art.
257 do CTB, de maneira que o PM não multa ninguém, e sim autua alguém. Seus valores são fixados em
correspondência à gravidade da infração, segundo as regras estabelecidas no art. 258 (gravíssima = 180
UFIRs, Grave = 120 UFIRs, Média = 80 UFIRs e Leve = 50 UFIRs) sendo certo que, em alguns casos, esses
valores podem ser multiplicados por três ou por cinco (vg. Arts. 165, 193, 218, inc. I, “b)” etc.).
c. apreensão do veículo
A seguir as normas do CTB, bem como da Resolução do CONTRAN n.º 53/98, que dispõe sobre
os critérios apara aplicação dessa penalidade, a apreensão de um veículo deveria dar-se por prazo certo,
fixado pela Autoridade de Trânsito no ato de imposição da penalidade, de acordo com os limites do art. 3.º
dessa resolução.
No entanto, na prática, isso não vem ocorrendo, de maneira que o órgão executivo de trânsito do
Estado, que é quem tem a competência para a aplicação dessa penalidade, pode ser acusado de abuso.
Nesse passo, há que se cuidar para que uma autoridade Policial Militar não venha a ser também envolvida
nessa questão, pois muitas “apreensões” dão-se nos pátios das Cias, sem observância das formalidades
legais.
Os limites para aplicação dessa penalidade, bem como seu processo, estão previstos na
Resolução do CONTRAN n.º 54/98.
Surpreender alguém que esteja conduzindo veículo enquanto em vigor essa penalidade implica
cometimento da infração do art. 162, inc. II, do CTB e crime do art. 307 do CTB (Obs.: para parte da doutrina,
só haveria o crime quando a suspensão tivesse sido determinada pela Autoridade Judicial, com base no art.
292 do CTB) podendo haver concurso com o art. 309 do ctb, caso haja perigo de dano.
Consiste na perda do direito de dirigir, por um prazo de dois anos, após os quais o infrator poderá
requerer sua reabilitação, nos termos do art. 263.
Suas regras estão no art. 268 do CTB e na Resolução do CONTRAN n.º 58/98.