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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DE SEGURANÇA PÚBLICA


POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
DIRETORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

APOSTILA DE: POLICIAMENTO DE TRÂNSITO

CAPÍTULO I – NOÇÕES HISTÓRICAS, INTRODUÇÃO E OBJETIVOS DO CTB.


Aulas: 1ª e 2ª.

1. Noções Históricas.

a. História dos transportes.

O estudo da história dos transportes encontra sentido no exercício da reflexão a respeito da


realidade que nos cerca. Se, por um lado, necessitamos de ajuda para entender os problemas atuais dos
transportes no Brasil, por outro, o estudo do tema conduz a prática da busca pela memória social da
comunidade em que estamos inseridos. A relevância social do estudo da história dos transportes tem forte
vínculo com a sala de aula, na medida em que a locomoção está presente no cotidiano, no ato de dirigir-se a
escola, motorizado ou não, em transporte público ou particular. Da mesma forma, é explicito o tráfego
constante de mercadorias nas ruas, estradas ou nos meios de comunicação.
A mobilidade está relacionada com a história da humanidade, remontando às primeiras atividades
de caça e coleta realizadas pelos nossos ancestrais, habitantes das savanas africanas.
A agricultura não só permitiu um extraordinário crescimento da população humana, que se calcula
ter aumentado 16 vezes entre 8000 e 4000 a.C., como também tornou possível o aparecimento de aldeias
comunitárias.
Mas foi o Século XX, sobretudo, em função do desenvolvimento da ciência e da técnica, que a
humanidade se transformou tanto, em tão pouco espaço de tempo, propiciando ao homem alçar vôo ao
espaço e percorrer as mesmas distâncias das savanas africanas agora em um curto espaço de tempo, em
função do aparecimento do automóvel.

b. Transportes no Brasil no Século XX

Como resultado da intensificação da urbanização ocorrida na virada do Século XIX para o Século
XX, os meios de transporte passaram a sofrer significativas mudanças nas principais cidades brasileiras.
Para se ter uma idéia da rápida popularização do automóvel, havia, em 1912, na cidade de São
Paulo, 436 carros particulares, 414 carros de aluguel e 88 carros de carga. Em 1925, esses números cresciam
para 7396 automóveis particulares, 2.275 carros de aluguel e 2986 carros de carga. Dessa forma, cidades
foram remodeladas para recebê-los e implementou-se a industrialização regional. Além do necessário
calçamento das ruas, a presença dos automóveis modificaram as arquiteturas das casas, com os jardins
sendo reduzidos ou eliminados para cederem lugar à garagem, uma dependência indispensável.

c. A legislação viária no Brasil

Em função do diminuto número de veículos automotores existentes no início do Século passado no


Brasil, as únicas postulações existentes eram decretos regionais, ou locais. Somente após a Década de 40
que surgiu a primeira lei federal relacionada ao trânsito especificamente.
Com o incremento da industria automobilística e de transporte implementada pelo Presidente JK,
no final da década de 1950, quando, na ocasião fora criado, por decreto, o Grupo Executivo da Indústria
Automobilística (GEIA). O GEIA propôs que se incentivasse a produção de automóveis e caminhões, com
capitais privados, principalmente estrangeiros. Graças às potencialidades do mercado nacional às facilidades
oferecidas pelo Governo, grandes indústrias multinacionais – WILLYS OVERLAND, VOLKSWAGEN, FORD,
GENERAL MOTORS e mais tarde, FIAT, se instalaram no Brasil. Para se Ter um idéia, entre 1957 e 1968 a
frota de automóveis aumentou em 360% e a de ônibus e caminhões, 194% e 167%, respectivamente. No
entanto, na década de 90, começou um sensível aumento no transporte de carga.
Em função do incremento da indústria automobilística, e da demanda de um novo regramento
viário, fora promulgado e sancionado na Década de 60, especificamente em 1966, o CNT – Código Nacional
de Trânsito, Lei Federal Nº 5108 de 21 de setembro de 1966. No entanto, aquela legislação não contemplava
os municípios como Órgãos Executivos de trânsito, somente a União e os Estados, assim como o DF. Sua
regulamentação era através de Decreto Presidencial, sendo uma mera cópia da legislação, desfigurando a
finalidade do decreto regulamentador, e a tornando, de certa maneira, no nível infra-legal, inalterável.
Durante mais de 30 anos, o CNT permaneceu em vigor, até o surgimento do CTB – Código de
Trânsito Brasileiro, Lei Federal Nº 9503 de 23 de setembro de 1997, depois de 6 anos para ser finalizado, tem
como estratégia atacar os três principais fatores de risco: os carros , as vias e os motoristas. Assim, os
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veículos devem passar obrigatoriamente por vistoria e inspeção na hora do licenciamento, visando coibir a
circulação de carros em mau estado de conservação, que colocam em perigo a vida e pedestres motoristas, o
que dependerá de regulamentação e ainda não entrou em vigor, mesmo após 04 de vigência da nova
legislação.
No ano de 1966, quando o CNT entrou em vigor, a frota brasileira era de apenas 1,4 milhões de
veículos. Hoje, são cerca de 30 milhões ocupando as ruas do país. Nessas três décadas o número de vítimas
fatais subiu de 5000 para 32500 ao ano. Uma marca que coloca as nossas ruas entre as mais violentas do
mundo.
A grande diferença da nova legislação é a municipalização do trânsito, passando as prefeituras a
serem Órgãos Executivos de trânsito, e a sua normatização, através do Resoluções do Contran, e não por
Decreto, o que torna mais flexível novas alterações em função de inovações tecnológicas.
A elaboração de um novo código de trânsito, impondo maior rigidez na punição das infrações, na
formação dos condutores e no controle dos veículos, não olvida a responsabilidade dos educadores do
importante papel de preencher um enorme espaço vazio na formação de elemento humano em nosso país.
Tanto fiscalizados como fiscalizadores têm que ter a consciência que a lei existe e que há sanção para sua
inobservância, mas o mais importante é o seu livre acatamento.

2. Introdução.

a. Conhecimentos básicos:

Para que o futuro Sargento tenha uma sólida atuação na área de policiamento de trânsito,
necessário se faz a explanação de alguns conceitos básicos relacionados ao Direito Administrativo para que
não haja cometimento de erros quando na atuação prática, na realização de bloqueios ou na fiscalização
rotineira, durante o turno de serviço.

b. Conceitos e definições preliminares

Por questões lógicas, o estudo de uma matéria qualquer deve iniciar pela análise dos conceitos e
definições dos termos básicos para esse estudo, de maneira a facilitar o entendimento dos temas mais
complexos. Sem dúvida, sem conhecer o significado das expressões básicas, o estudo dos temas mais
aprofundados tornar-se-ia muito mais difícil.

1) DIREITO – derivado do latim directum, do verbo dirigere (dirigir, ordenar, endireitar) o vocábulo
direito etimologicamente significa o que é reto. De forma simples e direta, pode ser entendido como o conjunto
das normas gerais e positivas que regulam a vida social. Esse é o sentido objetivo do termo, o seu significado
material.
O termo pode ser tomado ainda sob o ponto de vista do conhecimento humano. Nesse sentido, pode ser
definido como a ciência que estuda as regras obrigatórias que presidem as relações dos homens em
sociedade, encaradas não somente sob o seu ponto de vista legal, como sob o seu ponto de vista doutrinário,
abrangendo, assim, não somente o direito no seu sentido objetivo como subjetivo.
Por fim, outra acepção comum é a do direito como prerrogativa ou faculdade que se atribui a
determinada pessoa em função de uma norma jurídica. Diz-se, então, direito subjetivo.

a) RAMOS DO DIREITO – são as divisões que possui o direito, segundo critérios que identificam em
determinados setores do conhecimento jurídico certas peculiaridades que os tornam distintos dos demais.

A primeira grande divisão que se faz é entre direito público e direito privado. O primeiro, direito
público, é aquele que visa regular os interesses de ordem coletiva, vale dizer, a organização das instituições
políticas de um país, as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares, a tutela dos
direitos e garantias individuais, a repressão dos delitos etc. Nele, o interesse público predomina. Pode ser
Interno ou Externo. Este traduz-se no Direito Internacional Público. Aquele subdivide-se em Direito
Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual, Direito Judiciário e o Direito do
Trabalho.
Já o direito privado é o conjunto de regras que regulam os interesses de ordem individual. Compõem
este ramo o Direito Civil, o Direito Comercial e o Direito Internacional Privado.
Direito Internacional Público
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Público Direito Judiciário
Direito Processual
Direito Direito do Trabalho
Direito Internacional Privado
Privado
Direito Civil
Direito Comercial
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(1) DIREITO CONSTITUCIONAL – é aquele que estabelece os princípios jurídicos,
indispensáveis à organização do próprio Estado, à constituição de seu governo, dos poderes públicos, à
declaração dos direitos das pessoas e aos limites da ação do Estado.
(2) DIREITO ADMINISTRATIVO – é o complexo de normas que estabelecem os princípios e
regras necessários ao funcionamento da administração pública, não só em seu aspecto intrínseco, como
também no que diz respeito às relações entre o poder público e os administrados.
(3) DIREITO PENAL – é o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como
conseqüência, e disciplinam também as relações daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das
medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado (Damásio E. de
Jesus).
(4) DIREITO CIVIL – é o conjunto de normas que têm por finalidade regular os interesses dos
cidadãos entre si ou entre estes e as entidades coletivas (pessoas jurídicas), concernentes à sua capacidade,
ao seu estado e a seus bens.

c. Lei em sentido amplo e em sentido restrito

A palavra lei, no sentido de norma jurídica, é utilizada, muitas vezes, em sentidos diferentes.
Basicamente poderemos distinguir um sentido amplo, genérico, e um sentido estrito.
No sentido amplo, lei significa a norma jurídica de conteúdo obrigatório. O contrato obriga; uma
convenção de condomínio obriga; normas administrativas obrigam. Mas tais normas só podem ser
consideradas lei se adotarmos o termo lei em seu sentido genérico, amplo.
No entanto, se tomarmos o vocábulo lei em seu sentido estrito ou restrito, estaremos nos referindo
tão-só às normas jurídicas emanadas de um poder competente que, como vimos é o poder legislativo. Nesse
sentido, podemos dizer que são leis em sentido estrito aquelas descritas no art. 59 da Constituição Federal,
que prevê o processo legislativo, com duas exceções que serão vistas oportunamente.
Por isso, quando se fala que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”, é à lei no sentido restrito que se está referindo. Isso significa que só aquelas normas
(Emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias (que tem
força de lei, conforme o art. 62 da CF), decretos legislativos (alguns casos, como se verá abaixo) e resoluções
legislativas (alguns casos, como se verá abaixo)) é que poderão estabelecer comportamentos a serem
adotados por todas as pessoas, indistintamente. A norma administrativa, por exemplo, não sendo lei em
sentido estrito, só obriga àqueles que estão ligados ao órgão de que emanou a norma por relação hierárquica.
Assim, uma Ordem de Serviço pode obrigar o Sd PM João a comparecer à sua Companhia para depor; mas
não poderá servir para obrigar o Sr. Severino Terra Seca, que não é policial militar, à comparecer ao quartel
para qualquer fim.
Não se deve confundir Resoluções Legislativas com Resoluções do CONTRAN. As primeiras são
atos administrativos do Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, para
disciplinar determinadas matérias, em situações expressamente determinadas pela Constituição (art. 52, inc
IV; art. 68, § 2.º, art. 155, inc. V, todos da CF). Já as Resoluções do CONTRAN são também atos
administrativos, por meio dos quais o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), que é órgão
administrativo, exerce sua competência normativa
Também não se deve confundir Decreto Legislativo, ato próprio do Congresso Nacional voltado à
veicular decisões dessa Casa Legislativa acerca de atos exclusivos seus, com o Decreto regulamentador, ao
qual se refere o art. 84, inc. IV, 2.ª parte, da CF, que, em linhas gerais, é ato do Poder Executivo (ato
administrativo, portanto), pelo qual o seu chefe (Presidente, Governador ou Prefeito) regulamenta uma lei já
existente. Nesse caso, ele terá que se ater aos limites da lei, ou seja, não poderá ser mais permissivo ou
restritivo que a lei.
Embora a sejam atos que não passam pelo processo legislativo por que passam as leis
propriamente ditas (proposta, discussão, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação), as resoluções
e decretos legislativos podem, em casos bastante particulares, assumir a feição de leis, quando então serão
havidas como tais. Exemplo clássico dessa circunstância temos nos Decretos Legislativos que, com base no
art. 49, inc. I, da CF, referendam tratados, acordos ou convenções, os quais, veremos, integram a nossa
ordem jurídica no mesmo patamar que as leis ordinárias.

d. Legislação de trânsito – conteúdo

Agora que já sabemos o que é lei, o que é ordem jurídica, que já sabemos distinguir entre lei em
sentido estrito e lei em sentido amplo, vamos determinar qual o significado da expressão legislação de
trânsito.
Se legislação é o conjunto de leis, a soma de regras instituídas regulamentarmente à respeito de
determinada matéria, legislação será o conjunto de normas jurídicas, regularmente instituídas, que versam
sobre o trânsito. Nesse sentido terá um significado amplo, abrangendo não só as leis em sentido estrito (leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias e, em alguns casos, Decretos
Legislativos), como aqueles atos normativos que só em face de um conceito muito largo, muito abrangente, é
que podem ser entendidos como "leis" (Decretos regulamentadores, Resoluções, Portarias, Deliberações
etc.).
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Num sentido restrito, fazem parte da legislação de trânsito, entre outras de menor importância:
1) Convenção de Trânsito Viário de Viena (CTVV), celebrada em 8 de novembro de 1969, aprovada
pelo Decreto Legislativo n.º 33/80 e promulgada pelo Decreto Federal n.º 86.714, de 10 de dezembro de 1981.
2) Regulamentação Básica Unificada de Trânsito (RBUT) entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile,
Paraguai, Peru e Uruguai, celebrada em 29 de setembro de 1992, com base em autorização legislativa
outorgada por meio do Decreto Legislativo n.º 66/81 e promulgada pelo Decreto s/n.º, de 3 de agosto de 1993.
3) Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei Federal n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997 e
alterado pala Lei Federal n.º 9.602, de 21 de janeiro de 1998.
4) Já num sentido amplo, devem ser acrescidos à relação acima:
a) As Resoluções, Portarias, Deliberações, Decisões e outros atos administrativo-normativos do
CONTRAN e do DENATRAN; e,
b) As Deliberações, Portarias e Decisões do CETRAN e do CONTRANDIFE.
c) As Portarias e demais atos administrativos com conteúdo normativo dos demais órgãos do
Sistema Nacional de Trânsito.
Cumpre destacar mais uma vez que somente a lei, no exato sentido do termo, ou seja, no seu
sentido estrito, é que pode estabelecer direito novo, vale dizer, inovar a ordem jurídica, criar obrigações novas.

f. Direito Administrativo

1) Princípios que regem a Administração:


a) Legalidade – o administrador está, em toda a sus atividade funcional, sujeito aos mandamentos
da lei; a eficácia da atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei; enquanto ao particular é
dado fazer tudo o que a lei não proíbe, o administrador só pode fazer aquilo que a lei autoriza.
b) Moralidade – não se caracteriza só pela distinção entre o bem e o mal (moralidade comum), mas
também pelo conjunto de regras gerais de administração voltadas para o bem-comum.
c) Finalidade – o ato administrativo só deve ser praticado para o seu fim legal, que é o interesse
público. Caso contrário, haverá o que se chama desvio de finalidade.
d) Publicidade – não é elemento formativo do ato; é condição de eficácia e moralidade. É a
divulgação oficial dos atos para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Há que ser feita por
órgão oficial.
e) Impessoalidade (CF, art. 37) – relaciona-se ao princípio da finalidade; o ato administrativo, regra
geral, não visa a determinada pessoa, mas antes e sobretudo, a atender à lei e ao interesse público.
Alguns outros autores citam os princípios da continuidade (a atividade administrativa há de ser
ininterrupta), da autotutela (obrigação de ‘policiar’ os atos que pratica, da supremacia do interesse público, da
igualdade (todos são iguais perante a Administração) e da razoabilidade (citado pela Carta Paulista - o ato
administrativo deve ser tal que não contraste com o senso comum).

2) Poderes da Administração – na verdade, a administração, para a execução de seus deveres,


dispões de um poder, que é uno. Não é adequada a expressão “poderes da administração”, pois dá a
entender que existem vários poderes, quando na verdade existe apenas um poder que se manifesta sob
diversas formas, cada uma delas peculiar em relação às demais. São essas formas diferentes de
manifestação do poder da administração que recebem impropriamente a denominação de “poderes da
administração”.
a) Poder vinculado – é o conferido pela lei para a prática de determinados atos, fixando a lei os
elementos e requisitos necessários à sua formalização (forma, o conteúdo, o objeto e o âmbito do poder
administrativo).
b) Poder Discricionário – é o que permite a prática de atos administrativos com liberdade de escolha
de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. Há de se ater, entretanto, à competência, a forma e à
finalidade, requisitos de qualquer ato. Cabe aqui trazer a lição de Hely Lopes Meirelles: “Diferenciam-se essas
duas modalidades de punição administrativa – externa e interna – porque a externa é dirigida aos
administrados e, por isso mesmo, é vinculada em todos os seus termos à forma legal que a estabelecer.”
c) Poder Hierárquico – é o que permite ao Executivo distribuir e escalonar as funções de seus
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a subordinação entre os servidores.
d) Poder Disciplinar – é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e
demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Não se confunde com o poder
de aplicar sanções aos administrados, decorrência do poder de polícia; não se aplica o princípio da legalidade
quanto à definição específica da pena (posição mitigada).
e) Poder Regulamentar – é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (presidente da
República, Governadores e Prefeitos) de expedir normas de caráter administrativo visando explicitar a lei para
a sua correta aplicação ou, em casos especialíssimos, prover as omissões do legislativo que estiverem na
alçada do executivo (decreto autônomo).
f) Poder de Polícia – é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado (vide art. 78 do CTN).
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(1) Razão: interesse social;
(2) Fundamento: supremacia do interesse público sobre o individual;
(3) Objeto (conteúdo): bem, direito ou atividade individual;
(4) Finalidade: a proteção ao interesse público;
(5) Atributos:
(a) Discricionariedade: traduz-se na possibilidade de praticar o ato administrativo conforme um
dos comportamentos que a lei prescreve. A hipótese legal incumbe-se de indicar quando é possível essa
atuação por meio das expressões: será facultado, poderá o Poder Público etc. Fora disso o ato será
vinculado.
(b)Auto-executoriedade – possibilidade de a Administração decidir e executar seus atos
diretamente, sem intervenção do Judiciário. Não confundir com punição sumária e sem defesa. A aplicação de
sanção sumária e sem defesa prévia (mas sempre com defesa, mesmo que posterior) só é possível em casos
previstos em lei ou quando indispensável para salvaguardar o interesse público.
(c) Coercibilidade – o ato é obrigatório ao seu destinatário, admitindo-se até o emprego de
força pela Administração para garantir sua execução.
g) Ato Administrativo: toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Helly Lopes Meirelles).
(1) Requisitos do ato administrativo:
(a) Competência: é a atribuição, concedida pela lei, para a execução do ato. Só pode ser
delegada se assim a lei permitir.
(b) Finalidade: é o objetivo de interesse público a atingir. Todo ato – vinculado ou discricionário
– tem como elemento essencial a finalidade pública.
(c) Forma: todo ato administrativo é, em princípio, formal, ou seja, deve atender a regras que
condicionam sua validade à obediência ao modo como deve ser exteriorizado. Ato sem forma é inexistente;
sem observar a forma correta, é nulo.
(d)Motivo: é a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato
administrativo. Não se confunde com móvel, que explicita a intenção do agente.
(e) Objeto (ou conteúdo): são as situações de fato ou de direito que se operam em função do
ato administrativo; são os seus efeitos imediatos.
(2) Atributos do ato administrativo:
(a) Presunção de legitimidade – todo e qualquer ato é tido como verdadeiro e conforme o
Direito. Decorre do princípio da legalidade e trata-se de presunção juris tantum (admite prova em contrário).
(b)Imperatividade – o ato possui coercibilidade para o seu cumprimento ou execução; são de
observância obrigatória, independente de concordância.
(c) Auto-executoriedade – qualidade que permite à Administração executar o ato, direta e
imediatamente, independentemente de autorização prévia do judiciário.

g. Direito Penal:

É ramo do direito público, pois regula relações do indivíduo com a sociedade. Abrange o estudo do
crime, da pena e do delinqüente. Suas relações com a legislação de trânsito são evidentes, haja vista a
existência de crimes que, dada a sua natureza, são denominados “crimes de trânsito”. Esses crimes serão
vistos em momento oportuno.

3. Objetivos do CTB.

Como veremos a seguir, ao analisarmos o Capítulo primeiro do CTB, perceberemos que o Objetivo
do CTB, até mesmo em função da discussão para a aprovação do projeto, ao longo desses últimos 10 anos, é
sem dúvida nenhuma:

• A preservação da vida, em especial a humana.


O novo Código traz como filosofia a responsabilidade de todos na questão do trânsito, dos
usuários, dos munícipes, dos proprietários de lotes lindeiros, do Governo, dos proprietários e condutores de
veículos, dos segmentos da sociedade responsável pela educação, enfim, na atualidade, todos detém
responsabilidades nesta matéria, direta ou indiretamente.

Dentro deste aspecto estudaremos agora, o Capítulo I do CTB:

a. Capítulo I do CTB – Disposições preliminares.


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1) Dispõe o Art 1º:

"Art 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território


nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. "

Tal preceito, embora óbvio, decorre do princípio da legalidade, onde prevê a CF/88:
"Art 5º. .....
.....
II. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei. "

Outro aspecto importante é a especificidade da lei, que inegavelmente é aplicável, por ser
específica, mesmo que haja outra que trate de assunto correlato. Portanto, em matéria de crime, por exemplo,
não se aplica o Código Penal, ou a Lei de Contravenções Penais, desde que preenchidos os requisitos da
caracterização do crime de trânsito.
Logo, infrações administrativas em outras vias, que não a terrestre, aplicar-se-á outra legislação, e
não a de trânsito em vias terrestres.
Por exemplo, a falta de brevê para pilotar aeronaves, ou a falta de Arraes para embarcações, são
infrações administrativas previstas no Código aeronáutico ou da Marinha.
Continua o Artigo em seus parágrafos:

"§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e


animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. "

O parágrafo acima contempla os fatores relacionados ao trânsito:

• Vias;
• Veículos, e
• Usuários.

Em suma, tudo está diretamente relacionado com as pessoas, físicas ou jurídicas, uma vez que,
em última análise é o homem o responsável pela circulação de riquezas em uma Nação. A questão dos
animais, traz à baila a responsabilidade civil, administrativa e penal de seus proprietários, perante a lei viária.
Usuários, portanto, são as pessoas, os proprietários dos animais e os condutores dos veículos em
movimento, parado ou estacionado. Aqui convém ressaltar que o CTB, considera operação de carga e
descarga, agora como estacionamento conforme prevê o parágrafo único do Art 47:

"Art 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá


restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de
passageiros, desde que não interrompa ou pertube o fluxo de veículos ou a
locomoção de pedestres.
Parágrafo único. A operação de carga e descarga será regulamentada pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada
estacionamento.

Logo, a excusa do motorista, que a pretexto de justificar a infração de estacionamento, por estar
parado, defronte de uma placa R-6a – estacionamento proibido, (mas parada permitida) – por se encontrar no
interior da boleia de um caminhão, por exemplo, alegando que não está estacionado e sim parado, mas onde
seus ajudantes efetuam operação de carga ou descarga, não mais procede.

"§2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos


órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes
cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas
destinadas a assegurar esse direito. "

O CTB estabelece no parágrafo acima que trânsito é um direito, conferindo a todos os cidadãos
um direito subjetivo oriundo de uma fonte formal. Nota-se a circunstância deste direito – em condições
seguras – e é responsabilidade de todos os órgãos do sistema para que este direito seja efetivamente
garantido. Mais a frente analisaremos quem são e quais as competências dos integrantes do SNT.

"§3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito


respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por
danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na
execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o
exercício do direito do trânsito seguro."
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A Administração Pública, detém a responsabilidade - pela obrigação legal de garantir a todos os
usuários, o direito de trânsito seguro – respondendo por sua conduta, comissiva ou omissivamente, pelos
danos causados àqueles que se utilizam da via nos termos do §1º deste Artigo. Observa-se que o CTB, traz a
palavra objetivamente, atribuindo aos órgãos ou entidades do CTB, a responsabilidade objetiva. Como nos
ensina Carlos Roberto Gonçalves:

"Responsabilidade objetiva é aquela que não exige prova da culpa do


agente. Ou porque ela é presumida por lei, ou porque não é necessária. "

No casos de danos causados, nos termos do parágrafo acima, basta que se verifique os
pressupostos da RCO:
• Ação ou omissão. No caso, dos órgãos ou entidades do SNT;
• Culpa ou dolo do agente. Por se tratar de RCO, não há a necessidade de se
provar a culpa do ou dos integrantes do SNT;
• Relação de causalidade. Entre o dano sofrido e a causa motivadora. Ex.:
Buraco na via, falha no projeto viário, defeito de sinalização, falta de policiamento
especializado de trânsito, demora na deliberação de um recurso de multa, ...
• Dano experimentado pela vítima. Necessidade de um registro policial,
orçamentos ( no mínimo três), Nota Fiscal de eventual concerto, outros documentos
comprobatórios ( diárias hospita-lares, atestado de óbito....

Dispõe o §5º, uma vez que o 4º fora vetado:

"§5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional


de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída
a preservação da saúde e do meio-ambiente. "

Definitivamente a Lei atribui aos integrantes do SNT a incumbência de desempenharem e


desenvolverem medidas práticas para a defesa da vida. Caso os objetivos previstos neste Artigo não esteja
sendo alcançado é sinal que novas políticas, com a integração das diversas esferas governamentais,
relacionadas com esta área, devam ser implementadas.

2) Dispõe o Art 2º:

"Art 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os


logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias que
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias
especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias
terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas"

O CTB, trouxe uma definição jurídica do que são vias terrestres. É certo que, de fato, em não se
tratando de outro tipo, como marítima, fluvial, lacustre, ferroviária ou aérea, qualquer outra é relativa a terra;
entretanto, um caminho ou uma passagem só será considerada via terrestre, dentro das circunstâncias
elementares previstas pela legislação.
Logo, se um adolescente estiver dirigindo um veículo, no interior de uma fazenda particular, não
haverá o cometimento de infração, uma vez que as vias internas dessa propriedade particular não é
considerada via terrestre. Nem, tão pouco haverá crime de trânsito caso uma lesão for provocada pelo
adolescente, entretanto, a lei penal genérica será o instrumento legal a ser empregado, se for um penalmente
imputável ou o ECA, no caso em questão.
Ao analisarmos o parágrafo único, deparamos com uma novidade: as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas.
Antes, porém, veremos o caso das praias abertas à circulação.

a) Praias abertas à circulação:

O que o legislador se refere, no caso das praias, são aquelas que têm acesso para automóveis.
Nota-se, que os municípios litorâneos, têm a obrigação de regulamentar tais acessos. A falta de
regulamentação do poder municipal não afasta a caracterização jurídica da respectiva praia como via
terrestre. Já aquela praia deserta, entretanto. que impossível é o acesso físico de veículos, não pode ser
considera como via terrestre, mesmo que, por hipótese, um helicóptero ou uma embarcação,
esporadicamente, conduza um veículo automotor sobre seu leito. Neste caso raciocínio análogo deva ser
empregado como no exemplo acima citado, no caso das vias de uma fazenda particular.
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A falta de regulamentação por parte do Balneário, afasta as infrações de competência do
município, como transitar em local e horário não permitido, mas não as do Estado, como transitar sem estar
devidamente habilitado ou por falta de licenciamento. Pode haver eventuais ocorrências de eventuais crimes
de trânsito, nestas situações, logo o Código será aplicado uma vez que a lei especial derroga a lei geral, e por
se tratar de um crime previsto agora nesta legislação específica, há a caracterização do delito em questão.
Interessante a jurisprudência do TACrimSP:

"Age com culpa o agente que, ao dirigir de forma imprudente e negligente,


atropela e mata criança que se encontrava na areia da praia, vez que cabe
ao motorista que por esse local trafega, Ter a inafastável obrigação de
manter velocidade reduzida e atenção redobrada, já que freqüente e
esperada a presença de pessoas na praia. "

Caberá ainda, responsabilidade civil, dentro da ação competente, pelos motivos já expostos, assim
como a Administrativa, conforme infrações próprias cometidas conforme o Capítulo XV do CTB.

b) Vias internas pertencentes ao condomínios constituídos por unidades autônomas:

Aqui necessário se faz aludir, de maneira superficial, a cerca do condomínio:


Define-se condomínio como: Segundo Caio M.S. Pereira Ter-se-á condomínio " quando a mesma
coisa pertencente a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual
direito, idealmente, sobre o todo e cada uma das partes".
O presente instituto está previsto no CC, em seus Art 623 e ss.
Portanto, em rápidas palavras condomínio vem a ser a compropriedade.
No dizer Washington de Barros Monteiro, "condomínio não é outra coisa senão o concurso de
vários direitos iguais de propriedade sobre a totalidade da coisa. "
Agora o condomínio que se refere a lei é aquele constituído por unidades autônomas, portanto o
regulado pela lei nº4591/64, que dispõe sobre os condomínios e as incorporações imobiliárias. São os
edifícios de andares ou apartamentos, e mais hodiernamente, os condomínios de extensão.
Exemplos são os de Alphaville, Tamboré, Terras de São José, em Itú, Nova Arujá, Nova Caieiras,
dentre tantos outros espalhados pelo Brasil. As vias desses condomínios – de igual forma, as vias internas de
condomínios constituídos por várias torres de apartamentos – são consideradas vias terrestres, mesmo sendo
uma propriedade particular, portanto, há abrangência do CTB. Nota-se que o policiamento no interior desses
condomínios deverá ser motivado, (solicitação, ocorrências etc.), uma vez que, pelo critério da conveniência e
oportunidade, outros locais carentes de segurança pública deverão ser priorizados. O emplacamento, "in tese"
correrá por conta do condomínio.

3) Dispõe o Art 3º

"As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo, bem como
aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às
pessoas nele expressamente mencionadas

É uma premissa legal, de abrangência do CTB a todo e qualquer veículo que esteja em circulação
nas vias terrestres de nosso país. Tantos aos condutores quanto aos proprietários é aplicável as disposições
do CTB, não importando se o veículo é nacional ou estrangeiro, definitivamente ou de passagem pelo território
nacional, neste último caso se aplica o parágrafo único do artigo 119, onde veículos licenciados no exterior só
poderão deixar o Brasil após a quitação de débitos de multa por infração de trânsito e o ressarcimento de
danos que tiverem causado a bens do patrimônio público, respeitando o princípio da reciprocidade.

4) Dispõe o Art 4º

"Os conceitos e difinições estabelecidos para os efeitos deste Código são


os constantes do Anexo I. "

A lei traz as definições legais de todos os termos utilizados no diploma. O método utilizado pelo
legislador "engessa" a interpretação do operador do Direito. Há algumas definições técnicas que não podem
ser confundidas, são aquelas relacionadas às ciências exatas, como PBT, Lotação, Tara etc; mas outras
como o que é Autoridade de trânsito, deveria ficar a cargo da doutrina. No entanto, "Dura lex sed lex", A lei é
dura, mas é a lei. "

CAPÍTULO II – HIERARQUIA DE NORMAS E SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO.


Aulas: 3ª e 4ª.

1. A ordem jurídica. hierarquia das normas e esferas de competência.


9
É costume utilizarmos a expressão ordem jurídica em direito. Mas o que ela significa? Ordem
jurídica significa o conjunto de normas jurídicas, escritas ou não, em vigor em dado território, em determinado
momento. Costuma-se dizer também que essas normas em conjunto constituem um sistema, em função de
existirem de forma harmônica.
Essa harmonia, em parte, decorre do fato de haver hierarquia entre determinados tipos de normas,
isto é, há normas que estão num patamar superior, cuja força se sobrepões às demais, de forma que estas lhe
devem obediência.
No entanto, há muita confusão quando se fala em hierarquia das normas. É errado o
entendimento, hoje já ultrapassado, de que as normas federais são superiores às estaduais e ambas
superiores às municipais. Isso porque a nossa constituição, ao disciplinar as competências das três esferas de
governo (União, Estados-membros e Distrito Federal e Municípios), estabeleceu para cada um competências
próprias, de forma que quando a união disciplina determinada matéria, e o faz por lei federal, essa lei não se
sobreporá à estadual ou à municipal porque é superior a elas, mas sim porque é a única que provém da
esfera de governo competente para tratar daquele assunto.
Assim, o Código de Trânsito Brasileiro se sobrepõe a qualquer norma estadual ou municipal não
porque é lei federal e por isso seria hierarquicamente superior, mas porque é a expressão da vontade da
esfera de governo que tem competência para regular a matéria, no caso, a União (ver Art. 22, inc. XI, da CF).
A única norma que pode ser tida como superior às demais é a Constituição Federal, que ocupa o
topo da Ordem Jurídica de nosso país. Conseqüência disso, todas as demais leis devem obediência à
Constituição.
De outro lado, as normas infra legais, vale dizer, os atos administrativos de natureza normativa,
encontram-se em patamar inferior ao das leis e, via de conseqüência, ao da Constituição, pois, como já
firmado acima, os atos administrativos não podem contrariar a lei.

2. Sistema Nacional de Trânsito.

O Sistema Nacional de Trânsito (SNT) nada mais é que o conjunto de órgãos aos quais o Código
de Trânsito Brasileiro acometeu funções relacionadas à administração do trânsito, engenharia, fiscalização e
policiamento.
Nos termos do Código, segundo o art. 7.º, "O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício
das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos,
formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário,
policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades".
Embora os órgãos integrantes do sistema mantenham alto grau de independência, na medida em
que continuam ligados à administração da esfera de governo do qual fazem parte (União, Estados e
Municípios), a idéia de estruturá-los todos num sistema decorre da necessidade de promover, entre eles, o
mínimo de integração e uniformidade no que toca ao desenvolvimento das tarefas que lhe são deferidas.
Basicamente, o SNT possui uma primeira grande divisão, entre órgãos normativos e consultivos,
de um lado (CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito, CETRAN – Conselhos Estaduais de Trânsito e
CONTRANDIFE – Conselho de Trânsito do Distrito Federal) e, de outro, órgãos e entidades executivos
(DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito e órgãos e entidades rodoviários e executivos de trânsito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios); ao lado deles, situam-se os órgãos policiais
(Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal) e as JARI – Juntas
Administrativas de Recursos de Infrações.
Em linhas gerais, o SNT poderia ser resumido no seguinte quadro sinótico:

ESPÉCIE NÍVEL ÓRGÃO


Federal CONTRAN
Normativo e Consultivo Estadual CETRAN e CONTRADIFE (DF)
Municipal Não há
União MJ e DENATRAN
Estado DETRAN
Executivo de Trânsito A ser definido pelos municípios – Em SP,
Município DSV (Departamento de Operações do
Sistema Viário)
União DNER
Executivo Rodoviário Estado DER
Município A ser definido pelos municípios.

a. Òrgãos da administração federal


10
1) Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça foi designado, através do Decreto n.º 2.327/97, a integrar o Sistema
Nacional de Trânsito na condição de Coordenador Máximo. Além disso, foi designado, pelo Decreto
2.351/97, órgão máximo executivo de trânsito, função que exerce por intermédio do DENATRAN
(Departamento Nacional de Trânsito), que, aliás, pertence àquele Ministério.
O Ministro da Justiça é também membro e Presidente do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN).

2) Conselho nacional de trânsito (contran)

O CONTRAN é o coordenador do Sistema Nacional e órgão máximo normativo e consultivo.


Está vinculado ao Ministério da Justiça e é integrado pelos titulares dos Ministérios da Justiça, dos
Transportes, da Ciência e Tecnologia, do Exército, da Educação e do Desporto, do Meio-Ambiente e da
Amazônia e da Saúde (Decreto 2.327/97 e Lei 9.602/98). A presidência cabe ao Ministro da Justiça.
Suas funções básicas estão descritas no art. 12 do CTB, mas vários outros artigos do Código
fazem menção a atribuições suas, como o art. 64, 65, 74, 104, 105 e muitos outros. As suas funções
precípuas são a promoção da integração entre os demais órgãos do sistema Nacional de Trânsito, zelando
pela uniformidade de procedimentos, bem como o estabelecimento de normas regulamentares em relação às
matérias referidas no CTB (função de regulamentar o Código) (art. 12, inc. I e II).

3) Órgão executivo de trânsito da união (departamento nacional de trânsito)

Embora não seja citado na rol de órgãos integrantes do SNT, trazido pelo art. 7.º do CTB, o
Departamento Nacional de Trânsito integra o sistema por força do Decreto-lei n.º 237 e Decreto n.º 2.351, de
17 de outubro de 1997. Esse último diploma legal, aliás, estabeleceu, em seu art. 7.º, que o DENATRAN é o
órgão executivo de trânsito da União. Dessa forma, as competências do DENATRAN são aquelas
estabelecidas no art. 19 do CTB.
Basicamente, o DENATRAN atua na alta administração do Sistema Nacional de Trânsito, e suas
funções concentram-se em atividades que servem de base para o trabalho do CONTRAN, na medida em que
este é um órgão formado por Ministros e, como tal, necessita de apoio técnico para o bom andamento de suas
missões. Entre as várias atribuições a seu cargo, pode-se destacar algumas mais importantes:
 Expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, o Certificado
de Registro de Veículo e o de Licenciamento Anual, tudo por intermédio dos órgãos executivos de
trânsito dos Estados e do DF, mediante delegação (art. 19, inc. VII).
 Organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação - RENACH
(art. 19, inc. IX).
 Organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM
(art. 19, inc. X).
 Elaborar proposta de alteração dos dispositivos e equipamentos obrigatórios,
submetendo-os ao CONTRAN (art. 19, inc. XVIII).
 Estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-los, com proposta
de solução, ao Ministério da Justiça (art. 19, inc. XXVIII).
 Prestar suporte técnico, administrativo e financeiro ao CONTRAN (art. 19, inc.
XXIX).

4) Órgão executivo rodoviário da união

O órgão executivo rodoviário da União é o DNER (Departamento Nacional de Estradas de


Rodagem), criado em 1945 e confirmado na condição de órgão rodoviário pela Resolução do CONTRAN n.º
83/98.
Suas funções, como de resto as de todos os demais órgãos executivos rodoviários, estão previstas
no art.21 do CTB. Em relação a essas funções, cumpre destacar o seguinte: enquanto para a fiscalização das
infrações de trânsito nas vias urbanas o legislador estabeleceu divisão de competências entre os órgãos dos
Estados e dos Municípios, as quais serão detalhadas mais à frente, no que se refere à fiscalização das
infrações nas vias rurais (rodovias e estradas, vide Anexo I), não houve qualquer restrição, ou seja, os órgãos
executivos rodoviários, sejam eles da União, dos Estados e DF e dos Municípios, podem atuar na fiscalização
e autuação de qualquer infração, seja ela qual for (art. 21, inc. VI).
No entanto, no que se refere a aplicação de penalidades, os órgãos rodoviários só têm
competência para aplicar a advertência por escrito e a multa (art. 21, inc. VI). Ficam de fora de sua
competência, portanto, outras penalidades, como a apreensão do veículo, a suspensão do direito de dirigir, a
cassação da Carteira Nacional de Habilitação e outras tantas, previstas no art. 256 do CTB.
11
5) Departamento de Polícia Rodoviária Federal

A Polícia Rodoviária Federal, órgão pertencente ao Ministério da Justiça (assim como o


CONTRAN e o DENATRAN), tem suas funções especificadas no art. 20 do CTB.
Basicamente, compete-lhe realizar o patrulhamento ostensivo no âmbito das rodovias e estradas
federais. Fala-se em patrulhamento e não em policiamento, porque aquele foi o termo empregado pelo
legislador constituinte quando da definição das competências dessa Corporação na Constituição Federal,
mais precisamente no art. 144, § 2.º.
O CTB foi extremamente generoso com a polícia Rodoviária Federal, outorgando-lhe
competências importantes, entre as quais:
 Aplicar e arrecadar multas por infrações de trânsito, bem como as medidas administrativas
decorrentes (art. 20, inc. III).
 Efetuar levantamento dos locais de acidente de trânsito, atribuição que poderá implicar
confronto com a Polícia Civil e o Instituto de Criminalística, órgãos aos quais cabe essa tarefa (art.
20, inc. IV).
 Promover a interdição de construções e instalações não autorizadas (art. 20, inc. VI).
Perceba-se que, a exemplo do que já foi dito em relação ao órgão rodoviário da União, a Polícia
Rodoviária Federal não tem competência para aplicar penalidade de apreensão do veículo.

6) Junta Administrativa de Recursos de Infrações (jari)

Nos termos do art. 16 do CTB, junto a cada órgão ou entidade executivo de trânsito deve existir
uma JARI, cuja função precípua é julgar os recursos interpostos pelos infratores.

Órgãos da Administração dos Estados e do DF.

1) Conselho Estadual de Trânsito (cetran) e Conselho de Trânsito do Distrito Federal


(contrandife).

O Conselho Estadual de Trânsito é, nos Estados, um órgão de funções análogas ao CONTRAN,


ou seja, é também um órgão normativo e consultivo, com a diferença que suas normas atuam dentre de
determinados limites, que são os seus territórios.
Suas funções primordiais são a elaboração de normas no âmbito de suas respectivas
competências, a resposta a consultas relativas à aplicação da legislação de trânsito e o julgamento de
recursos em segunda instância (julgamento de recursos contra as decisões das JARIs) (art. 14, incs. II, III e
V).

Órgão executivo rodoviário.

O órgão executivo rodoviário no Estado de São Paulo é o Departamento de Estradas de Rodagem


(DER), criado à mesma época do DNER.
Possui funções idênticas às do órgão executivo rodoviário da União (DNER), previstas no art. 21
as quais exerce no âmbito das rodovias estaduais.

2) Órgão executivo de trânsito dos estados e do DF.

O CTB não especificou qual deveria ser a denominação desses órgãos, apenas estabeleceu que,
no Sistema Nacional de Trânsito há a previsão da existência de órgãos executivos de trânsito Estaduais. Os
Estados têm entregue aos Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRANs), já existentes à época do Código
Nacional de Trânsito (CNT), as atribuições previstas para os órgãos Estaduais no art. 22.
Trata-se de órgão de grande importância, na medida em que é o único que possui competência
para a aplicação de todas as penalidades previstas no art. 256 do CTB. São funções a cargo desses órgãos:
 Realizar o processo de formação de condutores e expedir a Permissão para Dirigir e a Carteira
Nacional de habilitação, tudo por delegação do DENATRAN, como já anotado no item 3) (art. 22, inc. II).
 Realizar o registro, emplacamento e licenciamento de veículos, expedindo o Certificado de
Registro e de Licenciamento Anual, também por delegação do DENATRAN (art. 22, inc. III).
 Executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis pelas
infrações previstas no CTB, exceto as de circulação, parada, estacionamento, peso, dimensões e lotação, que
são de competência do órgão Municipal (art. 22, inc. V).
 Aplicar as penalidades por infrações de sua competência (art. 22, inc. VI).
Em São Paulo, apresenta-se fragmentado em Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANs),
órgãos que exercem, no território de um ou mais Municípios, parcela das atribuições dos DETRANs, como
licenciar veículos, expedir CNHs, sempre por delegação. Assim, ao diversamente do que pensam muitos, as
CIRETRANs são órgãos estaduais e não municipais.

3) Polícia Militar dos Estados e do DF.


12
As missões das Polícias Militares estavam previstas no art. 23 do CTB. O verbo no tempo
passado faz sentido, na medida em que dos sete incisos, seis foram vetados, restando apenas o inciso III, que
estabelece ser competência das Polícias Militares a execução da fiscalização de trânsito, "quando e conforme
convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou executivos rodoviários,
concomitantemente com os demais agentes credenciados". A redação do citado dispositivo deu a entender,
de início, que as Polícias Militares só poderiam agir na fiscalização se fossem conveniadas.
No entanto, hoje prevalece, ao menos no âmbito da Corporação, o entendimento formulado pelo
ilustre jurista, Dr. Diógenes Gasparini, segundo o que a Polícia Militar persiste com a competência para o
exercício da fiscalização de trânsito, na medida em que a fiscalização é parcela inerente à atividade de
policiamento ostensivo de trânsito, a qual as PM exercem em decorrência de mandamento constitucional (art.
144, § 5,º, da CF), complementado pelas normas infra constitucionais complementares (Decreto-lei 667/69 e
seu regulamento, Decreto 88.777/83 (R-200)).

4) Jari.

Suas funções já foram comentadas no item 6). Funcionam junto ao órgão executivo de trânsito do
Estado, com a atribuição de julgar os recursos contra as penalidades por ele impostas.

c. Órgãos da administração municipal

Os Municípios não possuem órgãos normativos e consultivos. Isso não significa que o órgão
executivo de trânsito do Município não possa editar normas na área de trânsito. Ele poderá, sim, no entanto
suas normas só terão aplicabilidade interna, no que diz respeito à organização e execução de suas funções.
Não se deve confundir competência para editar normas de trânsito, que têm cunho administrativo, com a
competência para legislar em matéria de trânsito, ou seja, editar leis, que é da União (art. 22, inc. XI, da CF).

1) Órgão executivo rodoviário do município

Embora esteja prevista a sua existência, não há notícia da criação de órgão executivo rodoviário em
qualquer Município, ao menos de nosso Estado.
Quando existentes, se é que o serão, terão as mesmas atribuições dos órgão executivos rodoviários
da União, dos Estados e do DF, de acordo com o art. 21, logicamente exercidas nas estradas e rodovias
Municipais.

2) Órgão executivo de trânsito do município

Suas funções estão previstas no art. 24, entre as quais destacam-se:


 A Regulamentação e operação do trânsito (art. 24, inc. II).
 A sinalização (art. 24, inc. III).
 exercício da fiscalização de trânsito sobre as infrações de circulação, parada, estacionamento,
peso, dimensões e lotação, bem como a autuação delas e a imposição das medidas
administrativas decorrentes (art. 24, incs. VI e VIII).
 A aplicação das penalidades de advertência por escrito e multa. Perceba-se que, a exemplo do
que anotou-se em relação aos órgãos rodoviários, a competência dos órgãos executivos de
trânsito do Municípios no que se refere à aplicação de penalidades é restrita, atendo-se à
advertência por escrito e à multa, ficando fora de suas atribuições, entre outras, a apreensão do
veículo, a suspensão do direito de dirigir etc. (art. 24, inc. VII).
 A implantação de estacionamento rotativo pago (vulgo "zona azul") (art. 24, inc. X).
 Planejar e implantar medidas para a redução da circulação de veículos e reorientação do
tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes (art. 24. inc. XVI).
 Registrar e licenciar ciclomotores, veículos de propulsão humana e de tração animal (art. 24,
inc. XVII).

3) Juntas administrativas de recursos de infrações (jaris)

Suas funções já foram comentadas no item 6). Funcionam junto ao órgão executivo de trânsito do
Município, com a atribuição de julgar os recursos contra as penalidades por ele impostas.

CAPÍTULO III – REGRAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E SINALIZAÇÃO.


Aulas: 5ª e 6ª.

1. Regras gerais de circulação e conduta.


13
Para a necessidade de aquisição de conhecimentos específico para o presente curso de
formação, nos limitaremos a comentar, por não se tratar de um curso de especialização – o que obviamente,
nos seria reservada uma quantidade de aulas muito maior – os Artigos relacionados ao Capítulo III do CTB,
que são os Art 26 ao 29 em seu inciso VII.

"Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:


I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o
trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos
a propriedades públicas ou privadas;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando,
depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela
criando qualquer outro obstáculo.
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o
condutor deverá verificar a existência e as boas condições de
funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-
se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as
exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da
pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do
local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se
aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele
que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de
circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao
deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não
houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à
ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos
imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem,
respeitadas as demais normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de
polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias,
além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação,
estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e
devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme
sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes
disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a
proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre
a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e
parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no
passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado
pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha
intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de
serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar
com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança,
obedecidas as demais normas deste Código. "

2. Sinalização
14
O conhecimento prático da sinalização, sua importância para que acidentes sejam evitados é
de fundamental para o futuro sargento. Independentemente de ser as infrações relacionadas com a
sinalização de competência do município, nas áreas urbanas, tem o Graduado a responsabilidade de se
interar com os demais segmentos da sociedade para a solução, ou encaminhamentos dos problemas
relacionados com a segurança pública.
Preve o CTB em seu capítulo VII:

" Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via,
sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, destinada
a condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância
compatível com a segurança do trânsito, conforme normas e
especificações do CONTRAN.

§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por


período prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste
Código.
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes,
publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão,
interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do
trânsito.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos
suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições,
legendas e símbolos que não se relacionem com a mensagem da
sinalização.
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos
ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via.
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que
prejudique a visibilidade da sinalização viária e a segurança do trânsito,
com ônus para quem o tenha colocado.
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser sinalizados
com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas,
estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entradas e
saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada pelo
CONTRAN.
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
I - verticais;

II - horizontais;

III - dispositivos de sinalização auxiliar;

IV - luminosos;

V - sonoros;

VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.


Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua
construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de
manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e
horizontalmente, de forma a garantir as condições adequadas de
segurança na circulação.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser
afixada sinalização específica e adequada.
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e
outros sinais;

II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;

III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.


15
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por
inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é
responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua
falta, insuficiência ou incorreta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à
interpretação, colocação e uso da sinalização. "

CAPÍTULO IV – MEDIDAS ADMINISTRATIVAS E PENALIDADES.


Aulas: 7ª e 8ª.

O Código de Trânsito Brasileiro prevê, como conseqüência da prática de infrações de trânsito, a


aplicação de penalidades e medidas administrativas, segundo dispõe o caput do art. 161. Nesse sentido, por
serem decorrência de uma infração, tanto umas quanto outras eqüivaleriam, assumindo, em razão da
natureza retro referida, a feição de sanção, em maior ou menor grau. Apesar dessa aparente igualdade,
penalidades e medidas administrativas apresentam duas características que as distinguem de maneira
sensível.
Em primeiro lugar, diferenciam-se em relação à quem tem competência para aplicá-las: as
penalidades, via de regra, só são aplicadas pelas Autoridades de Trânsito, ou seja, pelos “dirigentes máximos
do órgão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressamente
credenciada” (Anexo I ao CTB); a exceção é encontrada no art. 20, inc. III, do CTB, que estabelece a
possibilidade de aplicação de multa pela Polícia Rodoviária Federal, que não é órgão ou entidade executivo
de trânsito (pelo menos não nos termos empregados pelo legislador quando do uso dessa expressão) e, por
isso, não possui em seus quadros quem detenha o título de Autoridade de Trânsito.
A segunda diferença diz respeito à natureza e à finalidade de umas e de outras. Nas penalidades
sobressai a natureza eminentemente punitiva, sendo sua finalidade precípua a imposição de um ônus
qualquer à pessoa do infrator, visando a desencorajar não só o infrator, como outros condutores, a reincidir na
conduta que a gerou. Já as medidas administrativas caracterizam-se por possuírem natureza acessória em
relação à penalidade, no sentido de que a maior parte delas constitui verdadeiro ato preparatório para a futura
aplicação de uma penalidade (o recolhimento da CNH prepara a suspensão do direito de dirigir, a remoção do
veículo ao depósito prepara a apreensão etc.). Ademais, têm por principal finalidade a eliminação de um
entrave à livre circulação de veículos e pedestres ou à segurança viária, como se vê, facilmente, em relação à
remoção de um veículo que esteja estacionado em local proibido, ao transbordo de excesso de carga etc.
Por fim, cabe apenas destacar a infelicidade do legislador em adotar a expressão medidas
administrativas, na medida em que as penalidades também são, num sentido amplo, medidas administrativas,
vale dizer, atos administrativos, fator que pode vir a criar confusões ou equívocos, como o de afirmar que as
penalidades são atos de outra natureza que não a administrativa.
Iniciaremos o estudo pelas Medidas Administrativas, invertendo a ordem prevista no CTB, não só
por uma questão lógica, pois, como se viu acima, muitas medidas administrativas são atos preparatórios de
penalidades, como também em função de que as Policial Militar, Agente da Autoridade de Trânsito, só é dado
aplicar medidas administrativas, sendo-lhe vedado aplicar penalidades.

Medidas administrativas.

De acordo com o art. 269 do CTB são medidas administrativas:

• A retenção do veículo;
• A remoção do veículo;
• Recolhimento do CLA;
• Recolhimento do CRV;
• Recolhimento da CNH;
• Recolhimento da PPD;
• Transbordo do excesso de carga;
• A realização de teste de dosagem de alcoolemia, perícia de substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica
• Recolhimento de animais soltos

a. Retenção

A retenção está prevista no art. 270 do CTB e é aplicada, regra geral, para casos em que a
infração relaciona-se a uma irregularidade qualquer encontrada no veículo, de maneira a permitir, quando
possível, que tal irregularidade seja sanada e, assim, que o veículo seja liberado o mais rápido possível, ainda
no local da infração, apenas com a adoção de medidas relativas à lavratura do auto de infração, nos termos
do § 1.º do citado artigo.
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Quando, porém, a irregularidade não puder ser sanada no local, ainda assim o veículo poderá
(leia-se, deverá) ser liberado no local, a um condutor habilitado (que, obviamente, poderá ser aquele mesmo
que o conduzia quando do cometimento da infração), procedendo-se, neste caso, além da lavratura do auto
de infração, ao recolhimento do CLA (Certificado de Licenciamento Anual), mediante CRR (Certificado de
Recolhimento e Remoção, antigo CR),tudo de acordo com os §§ 2.º e 3.º.
Atente-se para o fato que essa medida não se confunde com a penalidade de remoção, sendo
incorreto realizar remoção de veículo ao depósito, como intuito de aplicação de penalidade de apreensão do
veículo, em situações nas quais só esteja prevista a possibilidade de aplicação da medida administrativa de
retenção.
O único caso em que essa medida “transforma-se”, por assim dizer, em penalidade de apreensão,
foi previsto no § 4.º do art. 270,vale dizer, quando não comparecer ao local condutor habilitado para a retirada
do veículo. Por se tratar de medida que importa em restrição de direitos, é incabível aplicar-se a esse
dispositivo uma interpretação elástica, seja por analogia ou mesmo por extensão, de maneira a estendê-la a
outras situações, mesmo quando isso se mostre lógico e adequado. Não se deve esquecer que o
administrador, em todos os seus atos, submete-se a um princípio inafastável, que é o princípio da legalidade.
Infelizmente, essa circunstância conduz a dificuldades intransponíveis, como no caso em que se
constate o não portar CLA, caso em que, de acordo como art. 232, haveria de se aplicar a medida
administrativa de retenção; pense-se, porém, no caso de não ser possível providenciar-se o saneamento da
irregularidade, ou seja, a apresentação do CLA. De acordo com o art. 270, o veículo deverá ser retirado por
um condutor habilitado, recolhendo-se o CLA. Ora, como fazê-lo, se a medida está sendo adotada exatamente
porque falta o CLA? Nesse caso o condutor acabará sendo liberado sem que se recolha o CLA, pois qualquer
outra medida, em especial a remoção do veículo ao depósito fixado pela Autoridade para apreensão, violaria o
princípio da legalidade.

b. remoção do veículo

A remoção do veículo é medida disciplinada no art. 271 do CTB e pode ocorrer como medida
administrativa isolada, geralmente associada às infrações de estacionamento e ou parada, ou como medida
administrativa adotada como verdadeira medida preparatória e assecuratória da penalidade de apreensão do
veículo, a ser aplicada pela autoridade de trânsito. Em ambos os casos, o veículo deverá ser encaminhado a
um depósito previamente fixado pela Autoridade de Trânsito, de lá só podendo sair depois de quitados os
débitos relativos à multas (somente as já líquidas e certas, excluindo-se as pendentes de recurso, diga-se de
passagem), taxas e despesas com remoção e estada, conforme preceitua o p. único do citado dispositivo, a
despeito de haver posições, na doutrina, condenando a exigência do pagamento de multas.
Considerando que o intuito da medida, no caso de ter sido ela aplicada isoladamente, é apenas o
de promover a eliminação de uma interferência à livre circulação de veículos, se o condutor chega a tempo e
se propõe a retirá-lo incontinente, deve-se adotar esse procedimento em detrimento do guinchamento,
havendo até mesmo decisões judiciais considerando que o contrário, vale dizer, a insistência em guinchá-lo
mesmo quando possível ainda a remoção pelo condutor, constitui medida abusiva (v. HC 63.065 – TJSP).

c. recolhimento do cla

Previsto no art. 274, o recolhimento do CLA é medida que, no mais das vezes, associa-se, na
condição de ato preparatório, à penalidade de apreensão do veículo, ou como medida complementar à
retenção do veículo (vide item 1.1.1 acima).
Nos dois casos o CLA recolhido (e não apreendido, ressalte-se), deverá ser encaminhado à
Divisão de Fiscalização do DETRAN, para as demais providências legais.

d. recolhimento da cnh ou da ppd

Essa medida foi imaginada pelo legislador como ato preparatório e assecuratório da aplicação da
penalidade de suspensão do direito de dirigir, estando a essa associada na quase totalidade dos casos em
que sua aplicação é prevista.
No entanto, em função inicialmente da Deliberação n.º 4/98, do CETRAN, depois substituída pela
de n.º 199/00, tal medida encontra-se com sua aplicação suspensa, uma vez que a sua aplicação imediata,
pelo Policial Militar, no momento mesmo em que detecta o cometimento da infração, traria como
conseqüência a impossibilidade de que o condutor possa exercer o direito de dirigir um veículo, qualquer que
seja. Esse efeito é em tudo idêntico ao da penalidade de suspensão do direito de dirigir, cuja aplicação, nos
termos do art. 265, dependem de que se possibilite, ao infrator, o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Ora, diante disso não seria, de fato, lógico aplicar o recolhimento da CNH ou da PPD sem possibilitar ao
infrator o exercício dos direitos à ampla defesa e ao contraditório.
As únicas exceções dão-se no caso de suspeita de autenticidade do documento que, aliás, por
envolver a prática, in tese, de um delito, exigirá o registro dos fatos no DP, ocasião em que, geralmente,
procede-se à apreensão por ato do Delegado, com base no art. 6.º do CPP, e também no caso de exame
médico vencido há mais de trinta dias, pois, nesse caso, o direito de dirigir pereceu juntamente com o termo
final do exame médico, não havendo, assim, qualquer direito que possa ser objeto de restrição via
recolhimento da CNH ou PPD.
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e. recolhimento do cr

Prevista no art. 273, essa medida é de difícil aplicação, antes de mais nada porque o CR não é
documento de porte obrigatório. Ainda que seja portado inadvertidamente pelo proprietário ou condutor, o
recolhimento quase nunca se dará, uma vez que o primeiro caso (suspeita quanto à autenticidade) enseja
medidas de registro de polícia judiciária, ocasião em que a lógica indica a realização de apreensão do CR pelo
Delegado, para a realização do exame documentoscópico; por outro lado, nos demais casos, tratam-se de
infrações de difícil constatação pelo PM (arts. 233 cc 273, II; 240; e, 243).

f. transbordo do excesso de carga

Trata-se de medida disciplinada noa art. 275, cuja aplicabilidade fica restrita aos acasos dos inc. V
e X do art. 231 do CTB, vale dizer, aos casos de transporte de carga com peso excessivo e excedendo a
capacidade máxima de tração.

g. realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente

Antes de tratar dessa medida administrativa de maneira específica, é oportuno comentar alguns
aspectos que permeiam a questão de sua aplicação.
De uma maneira geral, qualquer infração de trânsito, para ser objeto de autuação e posterior
adoção de penalidades, precisa ser comprovada. Nos termos do art. 280, § 2.º, essa comprovação poderá
dar-se “por declaração da Autoridade de Trânsito ou de seus agentes, por aparelho eletrônico ou por
equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
previamente regulamentado pelo CONTRAN”. Saber qual método poderá ser empregado para cada caso
dependerá da análise da existência de norma específica pelo CONTRAN: se, para aquele determinado caso
que se analisa existir uma norma do COTRAN (resolução) estabelecendo um modo especial de constatação
da prática da infração, então somente esse modo especial poderá ser utilizado, em detrimento, até mesmo, da
declaração da Autoridade ou de seus agentes; se, por outro lado, nada existir em relação a formas específicas
de constatação da infração, estar-se-á diante de uma situação na qual a mera declaração do agente de
fiscalização já é suficiente para a comprovação da prática da infração.
No caso da infração descrita no art. 165, vulgarmente chamada de embriaguez ao volante, mas
cuja denominação correta é direção sob efeito do álcool ou substância de efeitos análogos, o CONTRAN
estabeleceu, por meio da Resolução do CONTRAN n.º 81/98, métodos específicos de detecção da infração,
até porque o legislador, ao dispor que a infração só ocorreria quando o condutor tivesse, em seu organismo,
uma quantidade de álcool superior a 6 (seis) decigramas (dg) por litro de sangue, acabou por determinar a
necessidade de processos muito precisos de medição, afastando a possibilidade de verificação por meio de
simples observação do agente.
Um desses processos é o chamado teste em aparelho de ar alveolar (bafômetro), que vem a ser a
medida administrativa de cuja análise cuidamos no momento. O equipamento em uso no CPTran é o
Intoxylizer 400, devidamente homologado pelo CONTRAN e que apresenta os resultados em gramas de
álcool por litro de sangue. Portanto, cuidado! Existirá a infração quando, utilizando esse equipamento, ele
apresentar, em seu display, um valor superior a 0,60, pois 6 dg = 0,6 g.
Há um outro aspecto para o qual se deve chamar a atenção. Embora haja quem entenda ser
possível obrigar o infrator a submeter-se ao teste do bafômetro, pois nesse sentido é o teor do art. 277 do
CTB, o fato é que vem prevalecendo, na doutrina, o entendimento segundo o qual o estabelecimento dessa
obrigação viola o princípio, constitucionalmente protegido, previsto na alínea g), do n.º 2., do art. 8.º, do Pacto
de São José da Costa Rica, de que ninguém poderá ser obrigado a produzir prova contra sí mesmo. Mesmo
entendendo que esse princípio tem conduzido a situações que convencionamos chamar de hipocrisia legal,
tem-se seguido esse pensamento durante as ações de fiscalização de veículos e condutores, não obrigando
ninguém a submeter-se ao bafômetro.

h. realização de exames de aptidão física, mental etc.

Trata-se de medida administrativa praticada exclusivamente pela Autoridade de Trânsito dos


órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados (DETRANS), diretamente ou por meio de suas
CIRETRANs (quando existirem), de maneira que não é necessário qualquer comentário sobre como se
processam, ao menos neste trabalho, dada a sua proposta.

2. Penalidades.

De acordo com o art. 256 do CTB são penalidades de trânsito:


• Advertência por escrito;
• Multa;
• Apreensão do veículo;
• Suspensão do direito de dirigir;
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• Cassação da CNH;
• Cassação da PPD; e,
• Freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
Uma vez que, como já se definiu no início deste capítulo, as penalidades são aplicadas, regra geral,
pela Autoridade de Trânsito, os comentários, neste trabalho, em relação a elas, serão extremamente
resumidos, cuidando apenas de alguns aspectos que podem repercutir na ação do PM.

a. advertência por escrito

Veja-se que, pelas razões acima enunciadas, a advertência que, aliás, só existe na forma escrita,
é penalidade e, como tal, só poderá ser aplicada pela Autoridade de Trânsito, sendo inconsistente, do ponto
de vista legal, o argumento do PM de que não autuou este ou aquele veículo porque preferiu advertir o
condutor. Embora seja procedimento que tenha na pessoa do eminente Des. Geraldo de Faria Lemos Pinheiro
um seu defensor, não há previsão legal, donde decorre que o PM não poderá deixar de autuar sob pretexto de
que advertiu o condutor.

b. multa

É pena pecuniária que se impõe ao condutor ou ao proprietário, de acordo com as regras do art.
257 do CTB, de maneira que o PM não multa ninguém, e sim autua alguém. Seus valores são fixados em
correspondência à gravidade da infração, segundo as regras estabelecidas no art. 258 (gravíssima = 180
UFIRs, Grave = 120 UFIRs, Média = 80 UFIRs e Leve = 50 UFIRs) sendo certo que, em alguns casos, esses
valores podem ser multiplicados por três ou por cinco (vg. Arts. 165, 193, 218, inc. I, “b)” etc.).

c. apreensão do veículo

A seguir as normas do CTB, bem como da Resolução do CONTRAN n.º 53/98, que dispõe sobre
os critérios apara aplicação dessa penalidade, a apreensão de um veículo deveria dar-se por prazo certo,
fixado pela Autoridade de Trânsito no ato de imposição da penalidade, de acordo com os limites do art. 3.º
dessa resolução.
No entanto, na prática, isso não vem ocorrendo, de maneira que o órgão executivo de trânsito do
Estado, que é quem tem a competência para a aplicação dessa penalidade, pode ser acusado de abuso.
Nesse passo, há que se cuidar para que uma autoridade Policial Militar não venha a ser também envolvida
nessa questão, pois muitas “apreensões” dão-se nos pátios das Cias, sem observância das formalidades
legais.

d. suspensão do direito de dirigir

Os limites para aplicação dessa penalidade, bem como seu processo, estão previstos na
Resolução do CONTRAN n.º 54/98.
Surpreender alguém que esteja conduzindo veículo enquanto em vigor essa penalidade implica
cometimento da infração do art. 162, inc. II, do CTB e crime do art. 307 do CTB (Obs.: para parte da doutrina,
só haveria o crime quando a suspensão tivesse sido determinada pela Autoridade Judicial, com base no art.
292 do CTB) podendo haver concurso com o art. 309 do ctb, caso haja perigo de dano.

e. cassação da cnh ou da ppd

Consiste na perda do direito de dirigir, por um prazo de dois anos, após os quais o infrator poderá
requerer sua reabilitação, nos termos do art. 263.

f. freqüência obrigatória em curso de reciclagem

Suas regras estão no art. 268 do CTB e na Resolução do CONTRAN n.º 58/98.

CAPÍTULO V – HABILITAÇÃO E INFRAÇÕES DE TRÂNSITO.


Aulas: 9ª, 10ª, 11ª e 12ª.

CAPÍTULO VI – DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIOS E PROCEDIMENTOS EM


BLOQUEIOS.
Aulas: 13ª.
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3º Sgt PM SILLOS
Prontidão Amarela
PB Vila Mariana – SP.

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