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CINCH. POLITICA F DIPEITG GONSTTUGIGNAL SEMIPRESIDENCIALISMO: andiisa esiruiural O sistema semi-presidencial é um sistema representativo de divisdo de poderes. Segundo 0 Prof. Jorge Miranda, para compreendermos este subsistema importa distinguir a visdo juridica da visao politica. Do prisma juridico, 0 sistema de govemo semipresidencialista representa apenas uma das duas manifestagdes histéricas do semipariamentarismo Ja na tipologia politica, o semipresidencialismo apresenta-se como um sistema de govemo caracterizado pela convergéncia de duas influéncias diversas: a influéncia presidencial e a influéncia parlamentar. ‘So trés os tracos essenciais da componente parlamentar: 1. © Govemo é formado de acordo com os resultados obtidos nas eleigdes partamentares; 2. a constituigéo e sobrevivéncia do Governo depende da confianga parlamentar, ws0(s!. eg 3. existe uma diarquia no Executivo. Por seu tumo, 6 possivel verificar outras trés caracteristicas fundamentais do presidencialismo 1. 0 Chefe do Estado é eleito por sufragio directo e universal; 2. 0 Governo é simultaneamente responsavel face ao Chefe do Estado e face ao Parlamento; 3. de entre os poderes do Chefe do Estado avultam: a) 0 direito de dissolugao do Parlamento; b) © direito de veto suspensivo relativamente as leis emanadas do Parlamento; v ‘ Mma & Pudud pods etna be & ‘ ® De comum a todos estes sistemas existe a consagracao de uma relativa diviséo de poderes. avil fe nc we Y. % 2 CIENCIA POLITIC B DIRETS CONSTITUGIONAL, A diferenga fundamental entre eles reside no niimero de érgéos politicos auténomos que os constituem Distinguem também o sistema semi-presidencial dos outros dois sistemas: + ainsuficiéncia das normas juridicas para o fazer perdurar, * a -sua grande dependéncia de factores politicos; * ocaracter algo fugidio que reveste, ' Descendo ao particular, podemos concluir ques” 1. © semipresidencialismo afasta-se do presidencialismo por conter um Govemo separado do Presidente e um Parlamento que o Presidente pode dissolver, aproxima-se dele por excluir a solidariedade politica entre Presidente e Pariamento; 2. diverge do parlamentarismo, por este reduzir a presidéncia a magistratura moral ou arbitral; aproxima-se deste subsistema, por implicar uma comunicagao permanente do Governo com as Camaras. GORGIUS, OG: De acordo com Jorge Novais, 0 sistema semi-presidencial pode ser de pendor presidencial, de pendor parlamentar ou com equilibrio das duas componentes, consoante se verifiquem determinados factores. Uma titima nota para dizer que apenas a experiéncia da Republica de Weimar ndo subsistiu até a actualidade ae — aS FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, CIENCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUGIONAL AFUNGAO JURISDICIONAL ~ true coeciigy de lis ‘Alfungdo junsdicional edhsiste no julgemento dos confltos de_interesses publicos e privados através de érgdos entre si independentes, colocados numa posigéo de passividade e imparcialidade Esta fungao classifica-se como dependente ou subordinada, uma vez que se acha condicionada por fungées independentes ou dominantes, caso da fungao legislativa Na definigao supracitada, cumulam-se trés elementos caracterizadores da fungao jurisdicional 1, ELEMENTOS MATERIAIS - a natureza essencialmente intelectual e juridica da actuagao dos drgdos que exercem a fungao jurisdicional;, 0 objecto dessa actuago - dirimir conflitos de interesses publicos & privados; ny ELEMENTOS FORMAIS — Passividade ( os seus érgdos nao tomam a iniciativa de julgar quaisquer conflitos, 0 que implica a necessidade de pedido de outra entidade ); Imparcialidade ( no assumindo como seu qualquer dos interesses conflituantes ); 3, ELEMENTOS ORGANICOS - independéncia de cada érgao, podendo recorrer a drgéios superiores ( hierarquia apenas ascendente ) Luu dy A funcéo jurisdicional torréspondein aétés jurisdicionais ou'sentengas latissimo sensu, que se subdividem em 1, ACTOS DE CONTEUDO NORMATIVO - declaragSes de inconstitucionalidade e ilegalidade; ‘ae : hes eu 2, ACTOS DE CONTEUDO NAO NORMATIVO ~ sentengas medio sensu (sentengas e acérdéos) e decisées interlocutérias. Os Tribunais so os érgaos de soberania por exceléncia ( artigo 205°, n°2, CRP ). Assim, o tribunal € 0 érgao de que é¢ titular um juiz ou um colégio de juizes que, a requerimento de pessoa singular ou colectiva, através de um procedimento imparcial e independente, decide, com forga obrigatoria para os interessados, os factos integradores dos respectivos direitos e obrigagdes, ou que fundamentam a acusacdo penal, aplicando-Ihes o direito pertinente. CIENCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL, Desta forma, 0 poder do juiz nao é um poder nulo ou neutro. © juiz cumpre também a funcdo de intérprete da intengao juridico-social da comunidade, de acordo com 0 artigo 202°, n° constante na CRP POS Yo.d UE Ae olaer ots bon é . Nos artigos 202° n?2; 27°, n°2; 25°, n°1; 32°, n°3, encontra-se um principio de reserva absoluta de competéncia para os tribunais. Ao abrigo do artigo 206°, as audiéncias dos tribunais revestem caracter publico, salvo quando decidido expressamente o contrario. Uma ultima nota para advertir que a fungao jurisdicional é a Unica a receber definigao expressa na Constituigdo. Trabalho elaborado por: Ana Sofia Costa — n.° 13237 Diana Perro Domingues — n.° 13652 Definigao ‘A fungdo administrativa é uma fungdo secundaria pois encontra-se subordinada as fungdes politicas e legislativas. Através dela realiza-se a prossecugio dos interesses piblicos correspondentes as necessidades colectivas prescritas pela lei, sejam esses interesses da comunidade politica como um todo ou interesses com os quais se articulem relevantes interesses sociais diferenciados. ‘Assim, vemos que a fungdo administrativa se traduz na pratica de actos juridicos e na realizagdo de operagdes de produgdo de bens ou servigos. Podemos induzir 0 conceito da fungao administrativa através do artigo 199° alineas c) e d). Vemos também que a causa dos actos da fungao administrativa é 0 interesse publico. Adopta assim uma componente autoritéria mas tendo em conta as garantias dos administrados (artigos 267° e 268°) A fungdo administrativa encontra-se cometida a érgaos interdependentes dotados de iniciativa e parcialidade na realizagfo do interesse piblico © com titulares amoviveis e responsaveis pelos seus actos. Vé-se entio que a fungdo administrativa se encontra subordinada a uma pesada estrutura organica, desdobrando-se por varios érgdos ¢ diversas entidades piblicas, formando no seu conjunto a Administragao Publica(artigo 266°). Podemos definir a fungao administrativa através de trés critérios: - Critérios materiais — Satisfagio constante e quotidiana das necessidades colectivas; prestagdo de bens e servicos. - Critérios formais - Iniciativa (indo ao encontro das necessidades); Parcialidade (na prossecugio do interesse publico), 0 que nio impede imparcialidade no tratamento dos particulares. - Critérios orgdnicos — Dependéncia funcional, com sujeigdo, no interior de cada sistema ou aparelho de érgios € servigos, a ordens e instrugdes (hierarquia descendente) ¢ a recurso hierérquico (hierarquia ascendente). Coordenagi e subordinagio, com” mais out \menos centralizagio concentragio, ou ou Sescentyalizagiio ¢ desconcentrayio, = mun Aneea’e Orgao titular da. fungao administrativa Segundo a Constituigdo da Repiblica Portuguesa, para além de outras fungdes, 0 Governo € o érgio titular da fungao administrativa (artigo 199°) prosseguindo essa fung’o através da Administragao Publica, que tal como ja foi referido é um conjunto de varios drgéos que visam 9 interesse publico, sendo © Governo 0 érgio superior (artigo 182°). Actos da fun¢do administrativa Actos de contetdo normativo - Existem dois tipos de actos de contetido normativo: os externos e os internos, Os externos sao os regulamentos (actos de gestio piblica, ou seja, de autoridade, unilaterais, genéricos e abstractos e subordinados 4 Constituigaéo, aos actos politicos e as leis). Os internos séo as instrugdes, regimentos de érgdos administrativos ¢ regulamentos internos de servigo. Actos de conteiido nfo normativo — Existem também dois tipos de actos de conteiido nao normativo: os unilaterais ¢ os bilaterais. Os unilaterais sdo actos por imposigio de autoridade salientando aqui os préprios actos administrativos (sio também actos de gestdo publica e unilaterais mas ndo sio normativos pois visam produzir efeitos para uma situagdo especifica num caso concreto. Estéo subordinados a Constituigao, aos actos politicos, as leis e devem, ainda, ser conformes aos regulamentos administrativas). Os bilaterais, ou convencionais, sdo os contratos administrativos ( igualmente actos de gestfo publica, mas bilaterais, exigindo mais de uma vontade para serem perfeitos. Estdo subordinados 4 Constituigdo, aos actos politicos e as leis mas tém de se ajustar aos regulamentos administrativos. Podem ainda condicionar os actos administrativos). Trabalho realizado por: Ana Sofia Almeida Eduardo Jorge Almeida Aula pratica de ciéncia politica e direito constitucional A FUNCAO LEGISLATIVA DO ESTADO NA ACTUAL CONSTITUICAO Orgiios legislativos no actual direito Portugués: Assembleia da Republica (Arts. 161°, 164°, 165°, 166°, etc) Govemo (Art. 198°) - Assembleias Legislativas Regionais [ Arts. 227°, n® | alinea a) ac) ens 2a 4; e ainda Arts. 232° e 233°) A esses orgiios correspondem trés formas de lei ou actos legislativos, como diz o Art. 112°: - ALi, obra da Assembleia da Republica. - ODecreto- Lei, proveniente do governo. - ODecreto Legislative Regional, emanado da Assembleia de Regiao Autonoma. O primado da Assembleia da Republica | érgao legislativo por exceléncia Y reserva absoluta( Art, 164° da C.R.P.) reserva relativa( Art. 165 da C.R.P,) Competéncia legislativa do Governo - Competéncia propria Deoretos- Lei) - Competéncia relativa da Assembleia da Repiblica( 0 Governo pede a autorizagao legislativa e faz 0 Decreto- Lei - Competéncia absoluta da Assembleia da Reptiblica( o Governo apresenta uma proposta para ser debatida na Assembleia da Repiblica), Segundo 0 n° 2 do Art. 198° da C.R.P., no respeitante 4 organizagao e funcionamento do Governo, este tem a reserva absoluta para legislar sobre esta matéria, Competéncia das Assembleias Legislativas Regionais dos Agores e da Madeira Decompéem-se em trés tipos de competéncias: + + + - propria - condicionada - complementar [Art.227°, n® 1 alinea a)]{ Art.227 n°l, b) e n°s 2,3,4][ Art.165%, n° 4,9, 2),b). mn), 0), u)) competéncia legislativa concorrencial 4 pode ser exercida tanto pela Assembleia como pelo Governo ou tanto pela Assembleia ‘come pelas Assembleias Legislativas Regionais no Ambito de matérias correspondentes a0 interesse especifico regional. Leis organicas + leis de valor refor¢ado Principio da participagao dos cidadaos na feitura das leis Bibliografia:- Miranda, Jorge ~ Manual de Direito Constitucional, tomo v. = Rebelo de Sousa, Marcelo - Constituigao da Repiblica Portuguesa comentada Trabalho realizado por Nélson Azevedo 10 ~4 +2002 : OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUICAO DE 1933 Surgimento da constituigao interregno constitucional que se assistiu, entre a revolugo de 1926 e a constituigao de 1933 foi o maior que se regista em Portugal; Se numa primeira fase continuam a vigorar os principios dispostos na constitui¢ao de 1911, numa fase posterior os mais préximos do fascismo e do integralismo lusitano vo reclamar uma nova constituigao; Projecto da constituigao é feito por Salazar, coadjuvado por am pequeno grupo de pessoas e ¢ publicado em jornais e didrios; A 19 de Margo de 1932 é submetido a plebiscito nacional; Entra em vigor a 11 de Abril de 1933, DIREITOS FUNDAMENTAIS Tal qual na constituigao de 1911, também nesta se iré verificar um regime de cléusula ou seja o facto de existir uma especificagao de direitos na constituigao, nao exclui a existéncia de outros resultantes da forma de governo ou de outras leis, ainda que nao enumerados (art°8§1). A par dos direitos consagrados na constituigio existem outras leis que em nome do interesse de estado vém muitas vezes submeter as liberdades a um regime preventivo ou até mesmo a extingui-las, DIREITOS: io de 1933 consagra uma série de direitos que se destinam nao s6 aos habitantes do continente, como também aos povos coloniais, de acordo com o artigo quarto do acto colonial, sio garantidos a nacionais e estrangeiros direitos concernentes 4 liberdade, seguranca individual e propriedade. = direito 4 vida e a integridade pessoal — art® 8 alinea 1 ; ~ direito a0 bom nome e reputagdo ~art® 8, al. 2 ; ~ direito de propriedade e a sua transmissdo por vida ou por morte ~art® 8, al.15, - direito de resistir a qualquer ordem que inffinja as garantias individuais (...), art® 8 al.19. LIBERDADES - liberdade e inviolabilidade de crengas religiosas, art%8, al.3, - liberdade de expresso do pensamento sob qualquer forma — art®8, al.4, ~ liberdade de ensino - art® 8 ,al.5, ~ liberdade de escotha de profissio ou género de trabalho, indistria ou comércio (...), art’, al7, ~ liberdade de reunidio ¢ associagiio ~ art°8, al.14, GARANTIAS Garantia de privacidade ~ inviolabilidade do domicilio ¢ o sigilo da correspondéncia nos termos que a lei determinar — art°8, al.6, Garantia de liberdade e de dignidade humana ~ nao ser privado da liberdade pessoal nem preso sem culpa formada salvo os casos previstos ~ art"8, al.8, Garantia do direito a vida — no haver penas corporais perpétuas nem de morte, salvo em caso de beligersncia com pais estrangeiro e para ser aplicada em teatro da guerra, Garantia do direito & propriedade privada ~ niio haver confisco de bens, Garantia de seguranga - art°53 NOVIDADES D4 CONSTITUIGAO ~ 0 acto colonial passa a integrar a constituigéo, cia de inalienabilidade do ultramar e da sua unidade, -trago que se afigura mais original ¢ 0 corporativismo, tomado quer como forma de crpanizagie socal, quer politica (visa 2 partiejpagio das sociedades primrias no poder), 20 qual se juntam elementos do integralismo lusitano e da doutrina social da igreja (02°) Ls DIREITOS DE PARTICIPAGAO POLITICA, 2 fat) — Llceal Mercere No art°22 a constituigto parece reconhecer os parttos politicos , bem como o art'® ao se referir & liberdade de associag2o, no entanto a realidade do estado novo foi bem diferente, pois assiste-se a uma proibi¢ao ou inexisténcia legal. Reconhecia-se um tinico partido, pois que os outros apenas existiam na clandestinidade. DIREITOS SOCIAIS HA que referir 0 corporativismo num émbito social, em que: ~ a ordem econémica © social repousa na igualdade das classes ¢ em nome da qual se. profbem as greves e o lock out( art? 39), |) = fungi social da propriedade da terra e do trabalho, ~ associagdin do trabalho & empresa, - organizagies sindicais, casas do povo, casas dos pescadores, - protece&o da familia art®l1, -educagio livre e obrigatéria art®13, al.4, 42/43, - promover trabalho, salarios..., art°31 ‘compressiio ou mesmo apagamento das liberdades de expresso ( censura & imprensa), de associagdo, de reunigo, de emigragao e de muitas garantias de seguranga (a par da existéncia de uma poticia politica ). O facto de durante a constituigao de 33, nunca ter sido declarado 0 estado de sitio mostra como as garantias individuais esto & mercé do governo. -embora muitos direitos estejam teoricamente consagrados na constituigdo, na prética acabavam por nao ser respeitados pelo poder autoritirio do estado. ~ Nao reconhecimento de oposigao fora dos periodos eleitorai existéncia de uma associaeio civica qualificdvel ou no de partido tinico. ~ ambiguidade das relagdes corporativas, associagdes e corporativismo de estado, avultando em toda a estrutura do corporativismo a fragilidade ¢ a pulverizagao dos sindicatos nacionais, , em contraste com a 4 § ElaBoeade oe Afoerna Mevewt a O Sistema de governo na actual Constituigdo Portuguesa: Como é do. conhecimento geral de todos o nosso sistema de governo actual, o sistema semi-presidencial, é um.sistema que representa bem a divistio de poderes, conforme encontramos na Constituigdo da Repiiblica Portuguesa no artigo 110°. A soberania, reside no povo (art. 3°) e o seu poder politica é exercido através da participagtio no sufrdgio universal (art. 10° n.° 1). O sistema semi-presidencial-tem influéncias quer do sistema presidencial como do sistema parlamentar. Da componente parlamentar sdo-ihe caracteristicos: * A formagéo do governo de acordo com os resultados obtidos nas eleicdes parlamentares (art. 187° n.°1); ¢ A sobrevivéncia e a constituigdo do governo estdo dependentes da confianga parlamentar, porque existe a possibilidade de demissdo do governo(art. 195°); Existéncia de uma diarquia no executivo, ou seja a partilha de poderes entre o chefe de estado e 0 governo; Da componente presidencial sdo-lhe caracteristicas: « O chefe de estado é eleito por sufrdgio directo e universal(art. 121° n.°1); * O governo é simultaneamente responsdvel face ao chefe de estado e ao parlamento(art.190°); « O chefe de estado tem o poder de dissolugdé do parlamento(art.133° al. g); O chefe de estado possui também o direito de veto suspensivo relativamente ds leis emanadas do parlamento(art. 136°). Tendo este. sistema a .caracteristica comum de, ambos os sistemas de que provém, de assentar numa relativa divisdo de poderes. As competéncias do'chefe de estado est&o patentes nos artigos 134° e diantes. As competéncias do governo constam nos artigos 197° e seguintes. A grande diferenca entre o semi-presidencialismo e o presidencialismo é que no primeiro existe um governo separado do presidente e este tem o poder de dissolver o parlamento, a maior semelhanga é que néo existe solidariedade politica entre o presidente e 0 parlamento. Quanto 4 maior diferenca entre o semi-presidencialismo eo porlamentarismo € 0 facto de este reduzir a presidéncia a um cargo meramente honorifico. Trabalho realizado por. Ana Rita Rodrigues N213134 Neca Ceci cede, 803,202 0 Presidencialisme: analise estrutural 1 - Sistemas de Goveruo: sd sistemas de relacionamento dos orgaos de funga0 politica. Permitem caracterizat @ forma concreta que assume a organizagio de poder politico de certo Estado. ‘Definem-se a partir de um determinado enquadramento de orgios ¢ estes vaio depender das normas institucionais. No plano juridico-constitucional, quando se pensa em sistemas de governo tem- ‘se em mente trés grandes principies juridicos: * 0 da separagao de poderes; + oda dependéncia, independéncia on interdependéncia dos orsiios, + arespoassibilidade politica (que cada érgiio tem perante os outros); A partic destes trés principios, a grande divisio é 2 que se da entre sistemas de governo com concentragiio de poderes € sistemas de gaverno com descentralizagio de poderes. ‘Quanto aos sistemas de governo com descentralizagao de poderes, temos quatro tipos: sistema parlamentar, presidencial, directorial ¢ semi-presidencial. 2- Evelugze Histérica: © Presidencialismo surgiu com a constituigo dos EUA. E o resultado da adaptagio do sistema britiinico do sécuio XVII com o Republicano, Para la da influéncia dos doutrinarios, alguns factores histéricos explicam bem 2 ‘sua instauragiio: a experiéncia cotonial; a tendéncia natural para conceber o Presidente a imagem do Rei de Inglaterra {século XVI) e a vontade dos pais da constitui¢o de evitarem tanto 0 despotisma de um sé bomem como os vicios de Assembicias soberanas. Em dois séculos de historia, este sistema revelou-se adequade as uecessidades ¢ ‘aos problemas das pessoas. Por certo, aumentaram os poderes do Presidente mas, também, os do Cangresso nouiros sentidos ¢, desde 1951, o Presidente no pode ser elcito pelo terceira mandate consecutive. 3 - Caracteristicas Essenciais a) O chefe de Estado é eleito por sufrigio universal, assutmindo uma pasiglo de prevaléncia no equilibrio dos orgaos de soberania;, b) © chefe de Estado pode formar o seu Governo, nao respondendo nem este nem aquele peranie o Parlamento. A separaco organica entre © chamado Executive (chefe de Estado ¢ Governo} ¢ 0 Parlamento ¢ muito rigorosa; ©) Nao existe dualidade orginica no executive; 4) O chefe de Estado dispie de direito de veto suspensivo em relagio as leis do Parlamento, isto é, pode sujeitar a nova apreciacae do Parlamento, ©} Inexisténcia de Direito Presidencial de dissoluciio do Parlamento, No emtender de Maurice Duverger, a separagio de competéncias entre chef de Estado € Parlamento é tio rigida que o sistema de governo presidencialista, deve ser qualificado de sistema de governo de separagao de poderes. Esta separagao de poderes. existia neste sistema, ma medida em que se verifico os requisitos necessities de “independéncia orginica” e de “especializagio funcional”. © sistema presidencialista estabelece diversos mecanismos de limitagao ‘eciproca entre oreios de soberania: ~ © Parlamento pode condicionar a acco de executive , votando 0 Orgamento ov mesmo destituindo das suas fungdes 0 chefe de Estado e altos funcionarios, pela pritica de crimes graves contra o Estado. - Por seu tumno, o chefe de Estado, além de direito de veto suspensivo, pode exercer iniciativa legislative. Este sistema de fieios ¢ contrapesos, atenua a rigidez da independéncia entre orwios de soberania ¢ a crescente interdependéncia organica, (0, o chefe de Estado, seria © Gnico elemento do Executive a dispor de competéncia politica ¢ legislativa. - No mediato, os membros do governo exerceriam alguma competéncia de natureza politica ¢ legislativa. © prof. Jorge Miranda, faz ainda a distingao entre Presidenciatisme perfeito e impecteit ‘No I°, @ nico érg80 constitucional do poder executive é o Presidente, apenas coadjuvado por certos colaboradores: ji no 2° , a Constituigo prevé 2 existéncia de “Ministros com poderes prépries, ainda que totalmente dependentes do Presidente. 4-Funcionamento do sistema de governe Presidencial: + Organizacdo politica: = poder legislative; - poder executive; = poder judicial: Bibliografi Enciclopédia Polis, ~ Jorge Miranda, Manual de Dio Constitucional, tomo I, 6* edic20, 1997, - Jorge Miranda, Ciéncia Politica. Formas de Govemo, Lisboa, 1996, - Marcelo Rebelo de Sousa, Dio Constitucional 1 introdugao & Teoria da Constituigae, Braga, 1979. Discentes: - Eliana Machado Ione Freitas Raleon / fpocrasco AULA DE CIENCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL © ESTADO MODERNO- (CARACTERISTICAS PROPRIAS): ~ SER UM “ESTADO NACIONAL”, NO QUAL O ESTADO TENDE A CORRESPONDER A UMA NAGAO OU COMUNIDADEHISTORICA DE CULTURA; A RELIGIAO, A RAGA OU A VIZINHANGA DEIXAM ASSIM DE SER O FACTOR DE UNiAO POLITICA PARA PASSAR A SER UMA AFINIDADE DE INDOLE NOVA - A “SECULARIZACAO OU LAICIDADE”: PORQUE - DEVIDO A INI \CLA DO CRISTLANISMOE CONTRARIAMENTE DO QUE SUCEDE COM 0 ESTADO ISLAMICO - 0 TEMPORALE © ESPIRITUAt ASSUMEM-SE COMO ESFERAS DIFERNTESE A COMUNIDADE JA NAO TEM POR BASEN A RELIGIAO, © PODER POLITICO NAO PROSSEGUE FINS RELIGIOSOSE OS SACERDOTES DEIXAM DE SER AGENTES DO SEU EXERCICIO. - A” SOBERNIA”: OU PODER SUPREMO E APARENTEMENTE ILIMITADO, DOTANDO O ESTADO NAO SO DE CAPACIDADE PARA ULTRAPASSAR AS RESISTENCIAS INTERNAS A SUA ACGAO COMO PARA AFIRMAR A SUA INDEPENDENCIA EM RELAGAO AOS OUTROS ESTADOS. ~ Yq lddee OQ ESTADO MODERNO VAI SURGIR COM A CRISE DO SISTEMA POLITICO MEDIEVAL A APRTIR DOS SECULOS XIII- XIV, TENDO POR BASE O CONCEITO DE SOBERANIATEORIZADO POR BODIN. O PROCESSO DE CRIACAO DO ESTADO MODERNO VAI IMPLICAR: - A CENTRALIZAGAO DO PODER, OU SEIA , “A REINTEGRAGAO DAS FACULDADES JURISDICIONAIS DISPERSAS PELOS SENHORES FEUDAIS E A EXTINCAO DAS IMUNIDADES E DOS PRIVILEGIOS ATRIBUIDOS A ESTRATOS SOCIAIS OU A COMUNIDADES LOCAIS. Coucuttage « €e = A EMANCIPACAO POLITICA EM RELAGAO AO PAPA E AO IMPERADOR . = A JMEDIATIVIDADE OU LIGACAO DIRECTA ENTRE 0 ESTADO E O INDIVIDUO, AO CONTRARIODO. QUR SE PASSAVA NP SISTEMA FEUDAL. DAQUI EM DIANTE TANTO 0 NOBRE COMO © PLEBEUSAO IGUALMENTESUJEITOS AO SEU PODER. - UM PODER CONCENTRADO NO REI E CENTRALIZADO, EM RESULTADO DO QUAL A ADMINISTRACAO FEUDAL{ENTREGUE A TITULARES POR DIREITO PROPRIO), VAI SENDO. SUBSTITUIDA PROGRESSTV AMENTE POR UMA ADMINISTRAGAO BUROCRATICA EM SENTIDO MODERNO. & Moa ics O ESTADO ESTAMENTAL TEM NA SUA BASE A IDEIA DE DUALIDADE POLITICA, REI- ESTAMENTOS, SUCEDENDO AO DUALISMO, REI- REINO MEDIEVAL. O REIE AS ORDENS OU ESTAMENTOS CRIAM A COMUNIDADE POLITICA. O REI TEM NAO SO A LEGITIMIDADE COMO A EFECTIVIDADE DO PODER CENTRAL; MAS TEM DE CONTAR COM OS ESTAMENTOS, CORPOS ORGANIZADOS OU ORDENS VINDOS DA IDADE MEDIA. la & o (bay crcaibes) 4.0 ESTADO ABSOLUTO DEVE SER ENTENDIDO COMO AQUELE EM QUE SE OPERA A MAXIMA CONCENTRAGAO DE PODER NO REI E EM QUE:1°-A VONTADE DO REI E LBL; 2°-AS REGRAS JURY meas DEFINIDORAS DO PODER SAO EXIGUAS, VAGAS, PARCELARES E OUASW TOBKs NAO REBUMIDAS A” ESCRITO. NESTA FASE , PROCEDE-SE AO DESDOBRAMENTO DO ESTADO , EM ESTADO PROPRIAMNETE DITO, DOTADO DE SOBERANIA, E EM FISCO, ENTIDADE DE DIREITO PRIVADO F SEM SOBERANIA. APENAS 0 FISCO ENTRA EM RELAGOES JURIDICASCOM OS SEUS PARTICULARES. or dent & | QESTADO DE POLICIA E AQUELE EM QUE SE. CONCEBE 0 ESTADO COMO UMA ASSOCIAGAO PARA A CONSECUCAO DO INTERESSE PUBLICO E DEVENDO 0 PRINCIPE , SEU ORGAO OU SEU PRIMEIRO FUNCIONARIO, TER PLENA LIBERDADENOS MEIOS PARA O ALCANCAR. @ ESTADO CONSTITUCIONAL, REPRESENTATIVO OU DE DIREITO-SEGUNDO 0 PROF. JORGE MIRANDASERA? - CONSTITUCIONAL, QUANDO FOR ASSENTE NUMA CONSTITUIGAO REGULADORA TANTO DE TODA A SUA ORGANIZACAO COMO DA RELACGAQ COM OS CIDADAOS E TENDENTE A LIMITAGAQ, DO PODER. ~ DE GOVERNO REPRESENTA TIVO, QUANDO NA FORMA DE GOVERNO SE OPERA UMA DISSOCIACAO ENTRE A TITULARIDADE E 0 EXERCICIO DO PODER- AQUELA RADICADA NO POVO, NA NACAQOU NA COLECTIVIDADE, E ESTE CONFERIDO A GOVERNANTES ELEITOS OU CONSIDERADOS REPRESNETATIVOS DA COLECTIVIDADE. + DE DIREITO, QUANDO PARA A GARANTIA DOS DIREITOS DOS CIDADAOS, SE ESTABELECE JURIDICAMENTE A DIViSAO DO poueRe O RESPEITO PELA LEGALIDADE. ht poduee Fonte: “MANUAL DE DIREITO CONSTITUCIONAL” tomo I do prof. Jorge Miranda Formas de Estados Compostos (continuagao) III- Confederagéo de Estados ‘Uma Confederagdo corresponde a uma unido entre Estados soberanos, sem a constituigéo de um novo Estado soberano, como ocorre na Federagio. Os Estados Confederados mantém 0 seu poder soberano e a sua personalidade juridica internacional, previstos no tratado constitutivo, base deste tipo de Estado composto. Hi, no entanto, autores que consideram os Estados Confederados como semi-soberanos. A ideia de integragdo politica, ou ofederalismo, vai levar & criagdo do Consellio de Europa, em 1954, e da tentativa frustada da criagéo da Comunidade Europeia de Defesa, uma vee. que se registou uma resisténcia das soberanias nacionais a um sistema politico comum. A fase seguinte corresponde a de integracio europeia econdmica ¢ também de uma. posterior integragdo politica, levando a formagio da CECA- Comunidade Europeia do Carvao e do Ago, CEE- Comunidade Econdmica Europeia- e EURATOMO- Comunidade Europeia de Energia Atémica, que posteriormente se fundiram na CE- Comunidade Europeia. O Parlamento Europeu, constituido por representantes dos Estados-membros, eleitos por sufrigio, assume uma forte relevancia, no seio das srgdos comunitérios. Nota-se um grande desenvolvimento a nével econdmico ndo sucedendo 0 mesmo no dominio politico devido a choques resultantes do alargamento da Comunidade e da concepgdo Gaullista da “Europa das Patrias”. € undnime a designagéo de supranacionalismo a este caso de integragao. Porém, so muitas as tecrias relativas e este tipo integragdo europeu, surgindo quem defenda 0 _federatismo e quem o considere como uma organizacdo internacional. Surge, agora, uma divida referente a uma possivel natureza confederativa destas realidades europeias Ambas possuem uma personalidade intemacional, surgem através de um tratado, comportam o direito de secessdo(direito de separegio da unidade) e um sistema de deliberagdo maioritério, com excepedo da exigéncia da unanimidade para matérias mais importantes. Borém realidades como a CE, com competéncia para aplicarem as suas decisées nos Estados membros, distinguem-se da Confederacao pelo facto dos seus Orgdos néo serem compostos por titulares representantes dos Estados integrados, nem or estes serem designados. Bibhografia Jorge Miranda, Manual de Direito Constitucional, Tomo II, Coimbra Editora Marcelo Rebelo de Sousa, Direito Constitucional I, Livraria Cruz ‘Frabalio realizado por: Cléudia Sousa Inés Gregorio ‘Turma A, Subturma 3 A natureza juridica da Unido Europeia- premissas tebricas 14* Aula, 5/02/02 @ A divisao fundamental das formas de Estado dé-se entre Estado simples ou unitario e Estado composto ou complexo, com base em diversos ou complementares critérios de disting&o, nomeadamente: - unidade ou pluralidade de poderes politicos ou de autoridades de governo; = unidade ou pluralidade de ordenamentos juridicos originarios ou de Constituigdes, = unidade ou pluralidade dos sistemas de fungdes e “érgios do Estado; - unidade ou pluralidade de centros de decisto politica. 0 Estado unitério tanto pode ser Estado unitario centralizado como Estado unitario descentralizado ou regional; 0 Estado composto manifesta-se historicamente sob duas formas: a federagio ¢ a unio real; ( Quer na federagdo como na unido real regista-se uma associagao ou unidio de Estados dando origem a um novo Estado que os vai englobar ou integrar ) +0 Estado federal ( ou Federagao ) esteia-se numa estrutura de sobreposigao a qual recobre os poderes politicos locais ( Estados federados ) e se exprime em dualismo de Constituigdes (a federal e a dos Estados federados ) ¢ de direito ordinario ( sendo cada cidadao destinatério de actos provenientes de dois aparelho s de érgios legislativos, administrativos e jurisdicionais ). Desenvolve-se, em segundo lugar, 2 partir de uma estrutura de participaedo em que o poder politico central surge como resultante dos poderes politicos locais, independentemente do modo histérico de formagao: dai a terminologia classica alema de Estado de Estados Das duas caracteristicas expostes procedem os seguintes principios: a) dualidade de soberanias de Direito Internacional, b) participagdo dos Estados federados na formago e na modificagdo da Constituigao federal; c) intervengdo institucionalizada dos Estados federados na formago da vontade politica e legislativa do Estado federal, através de orgios federais, d) igualdade juridica dos Estados federados, e) especialidade das atribuigdes federais. Tendo em conta as caracteristicas apontadas podem distinguir-se Estados federais perfeitos ¢ Estados federais imperfeitos, consoante apresentem todas ou apenas algumas dessas caracteristicas. * Pluralidade de ordens juridicas- supremacia da Constituicao federal: - Os principios basicos do regime ( tal como constam da Constituigdo federal ) impoem- se s Constituigdes dos Estados federados; As Constituigdes dos Estados federados nao podem contraria a Constituigdo federal sob pena de inconstitucionalidade; ~ So os drgios federais que decidem conflitos de competéncia; - © Estado federal pode adoptar medidas coercitivas para impor o seu Direito aos érgios dos Estados federados, ~ A comunicagio ¢ a unidade inter-sistematica dos ordenamentos estaduais assentam no Direito federal. + A Unio Real surge quando dois ou mais Estados, sem perderem a sua autonomia, adoptam uma Constituigo comum, e colocam em comum drgios dos Estados que a constituem, de tal modo que passa a haver, ao lado dos érglas particulares de cada Estado, um ou mais érgios comuns ( pelo menos, o chefe do Estado é comum . Exemplos: a Inglaterra ¢ a Escécia, a partir do séc, XVIII; a Austria e a Hungria, de 1867 a 1918; a Suécia e a Noruega, de 1819 a 1905; (Unio Real vs. Unidio pessoal ) TERT OPTI Op OPSTATTAUOD _-optepaqto5) sopeapay Sopeng sop sogSimaisu0] 54 ap epi aprpauosiod@ appt coorpyng 2 pod 0 spi ops apt speppayéuno esp -sopesaped sopeisa 2p ou onsumucpig opt ‘opoyan un ap aiueymssy« ‘8 sowapuodsoiso9 sogStmaNsuOT op omKINN —« oper 819 ‘¢ HOBO war ns © wu outsaqos pod nos ‘o wopsod opu sopas9pajuo3) sopuisy 60 -soudoud SoH + ab ope Sop so48so sue spopmng -fopnisy sop sog839 Sop Somuisp SoyBig ap o¥seuD + onyod varannsa 2 n vp opso.8atussep op ‘opspundss ‘bles no ‘opsseoes ap ona 0 pxiodwor opsouapafuo ¥ EN no syop WEN ‘spe ap sou wou8oruy oun sy09y S9QH4/) ‘orsodwo9 opeisy ‘souaz9 ‘ood ‘soporsg stop 4082p wapod o1 no Disp vjau souapa SY EN soon apes, <= sossoduio sopsysg ap 5 2381S ‘opus ono um 9p ogt95 ‘eo 50 onb opaysg axon ‘a8 8 ‘soumiogossopeieg anus omtun + | win apopSaus c= sopeisg ap opSeossy —« ou wn op opts <= Sopeng ap opteROHSY 6 opsisodwnog opse.9pefiog eae owiun epsoiapag -oyburedusoy- SD incite Constitucional -— ¢ Teoria da Constituigao A. Constitucionalismo Global ¢ Constituctonalismo Nacional 1 = Os puntos de partida do constitucionalismo global gicamente correcto tragar 05 pontos de partida da compreensiolexplicasio do “mundo” su entéo os pontos de partida. Em primei lugas, a democracia € 0 emocracia devem considerar-se como tpicos dotados de centra- interna ¢ internacional. No plano interno, a democracia € © menos mau” ¢ no plano ext m caminbo pa lade p facia promove a pav. prerado no apenas no sentido de «quer formas de colonialismo, mas também no sentido de que a leg avtoridade ¢ da soberania politica pode ¢ deve encontrar suportes s polkicos a outros niveis ~ supranacionais e subnacionais ~ difere ional” © “realistic” Estado-Nagio. A globalizagdo das comunicagies e infor nnagdes€ a “expansio mundial” de unidades organizativas internacionais (organi ragbes no governamentais), privadas ou piblicas (inas no estatais), deslocam 0 tornando as fronceiras cada vez mais estado” surgiam s podem ed snciais e ambien vem ser os da construcao de “Estados de direito democréticos, ”, no plac interno, ¢ Estados abertos e internacionalmente 1 plano externa. Por i io do “desarmamen erescentes a organizagdo internacional, sobtetudo na sua forma de associagio geral entre as Nagdes — Nages Unidas. Estes parimettos te6ricas influenciam hoje claramente as imbri , um lado, a Uniso Eutopeia é uma organtizapdo supranacional fundada em tratados internacionais sem constitwio propria. Neste ponto, a Unido Europeia nao éum ° Che, po ikimo, D, Guns, “Braucht Bop eine Vets Novembro, 1995; Taswor C. Haszter, Consitational Problems ofthe Exropean Unian, 1999. Vejum-e os Facos srgumentas do TJC. sabres "Cats connescional europa” em F. LUCAS PES, ig a Dirto Contnconal Euape, pp. AG 4 Sobre 3 "Tungio conticicional dos Tetsdos eft, de novo, LUCAS PIR, Jedagio, prsse7ex I soberano. Por outro lado, os érgéos da spew vinculativo para os estados-membros. Aquisa Uniio Europeia dispde de "poderes soberanos” tendencialmente reservados 20 estado € individualizados nas respectivas constituigées. Além disso, os éxgios ‘executivos da Comunidade derivam a sua legitimacio dos governos dos estados -membros. Consequentemente, nao sio érgios de um “Estado eurapeu” que tenha sido ctiado por acto de vontade livre dos “cidados europeus unidos” Neste ponto vem entroncar a conhecida critica do défice democrético europeu. As objecsées consticucionalistas também nao fogem as criticas do reducionismo explicativo, Em ptimeito lugar, no esté demonstrado que 0 fenétipo organizativo e fundador de ume nova comunidads, situada algures ence ‘eonfedetagio de estados” (Staatenverénnd) ¢ uma “associagio de estados™ (Staatenverband) renha de seguir os esquemas do constitucionalisino dualist. Como se viu, distinguia-se entre w © um poder “normal const Hoje sugere-se a ideia cle constituigao no sentido de “acquis” evolu cindrio (N. Luhmann). Nada impede que surja uma “constinvigéo evolucionista” materialmente integradora assente em exguemas retirados dos eratados da Comunidade Europeia e de outros esquemas a criar (“parlamento europea com verdadeitos poderes, “governo europeu, segunda camara de palses © repises, ibunais com competéncias alargadas) ¢ baseada em principios juridicos fundamentais, standards, costumes, decisbes jurisdicionais, constitutivos de um verdadeito js Commune Europeu ¢ de uma auténtica cultura juridica ‘europeia®, A “tese constitucionalista” peca ainda pela sua limirada compreensio las categorias politico-con: duzido a0 “povo do estado” deliberadamente “homogeneizado” ¢ “substan: tivado". A “homogencidade do povo do estado” como base de legitimagao de um estado democritico seive de pretexto para, na auséncia de um “povo europeu” smas caracteristicas, se concluie pela impossibilidade ce6rica e pritica ‘Uma democracia pode construir-se com base estado, no é um estado Comunidade criam direito icionais. Uma dessas 6 0 conceito de povo tecon- de ums “democracia europei Inural de cidadios. Como acentua um conhecido emporancidade’, as comunidades de emigracio numa comunidade multi ‘maitre-penseur” da nossa ¢: 1 Vide, F LUCAS Pmt, Frade, pp. 90 © Vide a sugetes de Gant, Breach Erop cine Vefnung ct > Assen, PETER HARERLE, “Goneinenrpitiches Vefoonngrece, i EUGRZ, 18 (V9. xproduside agora em Einopitiches Recokulur, FrankfurdM, 1997, pp. 33 ¢s Che Jorcen Hasenns, Di Enbexcn de Ander, FaskfuM, 1997, p 190. Vien bm, F Lucas Ps, fniadiqd. pp G4 es 68 ex JOHN WEILER, Dies Eoope ned 3 Consiaion, Rl ‘on Demos, Telos and the German Mastic Deis spor Late Reve, 1995. a2 3 pp SIR como os Estados Unidos e o Canad, geradoras de uma ancocompreensio multi cultural da "governagao", estio mais proximas do "povo europeu” do que a cate. foriashistéricas do “povo do estado” ou de “povos assimilados” pelo zador". A outta categoria & de poder constituinte ctiador de uma cons (onstitucionalismo dualista, heteroconstituigio). A ideia de auto-organizagio {euto-constiuigie) pode ter aqui aplicagéo no sentido, pelo menos, de auropro, 0 de um sistema materal-constitucional europeu. Falta, porém, 0 suporte de imagio do esquema normativo deste sistema, pois, até ao presente momento, io se pode conferir ao Parlamento Europeu o suprimento do défice da cadeig de legitimagio democtitica “ne ok 2. Reducionismo explicativo A visto “curopetsta" pode centrar-se nesta linha argumentativa ‘citeradamente desenvolvida pelo Tiibunal de Justiga das Comunidades (T|CE), aso pertence a uma norma nacional interna decidic acerca da forge e valor icos de ums regra comunieétia supranacional. Esta retirao seu valor ~» wlor 4 norma consnitaria ~ do proprio sistema jucidico coraunitatio. Precisamnenra Por ‘sso, toma-se insustentével o recurso is notmas da constituisao de cade estado-membro para “legitimat” ¢ “fundae” a hierarquia das normas comunich, fas Esta forma de raciocfnio articula-se ainda com outro “modus” argumenta, Comunidades: 0 ordenamento comunitério Pressupde funcionalmente a ideia de aplicagéo preferente das normas comunt. as Sob Pena de nao exist ditto comunitisio (xigéncia exsencal) ata-se, a nosso ver, de argumentes redutores ¢ tautoldgicos: auenameno comunio Espen porque desesorcie a ae one at order comunitéis (2) 0 ordenamento comunitiio aranea dele pedprio ts sua consttuisdo®) a forga das suas normas. A “posigéo constitucenaltny” assim, invocar dois argumentos: (1) néo existe uma base corstitucional {mum Para se afitmar a "verdade” de um supranacionalimo normative da Unio; (2) a preferéncia de aplicasao ou até a invocada primacia normative da ditcito comunitétio dé como demonsttado a quem tem a compecéncia da competéncia iquilo que preciso demonstrar: 2 ChB mata Conny, "Saba Ca te 988 9.50 «ce Wp et Faudamentor, 1998, p. 291. " 3. Reducionismo tedrico Isto implica a andlise do qui existe na Comunidade Europtia qualquer poder para legitimar a sua como ordem juridica ¢ part alterar ou alargar o seu Ambito de competénc E nisto que consiste a que a “comunidade juridica dos povos dos estados integrados na Unio Europ io possa dispor quer da estatalidade quer da ordem consttucional dos estados- -membros?, Se €admissivel um diveito consti umamos reducionismo tedrico. Nao a favor de uma const lado, o uum estado cons deixar de observar os padrdes bésicos do estado consti , garantia de direitos, , passou a incorporat campeténcias normativas euro- Embora a Comunidade nao disponha da competéncia das competén tla possui, por forsa dos actos convencionais ¢ do acto glabal de supranscia: nalidade, do poder normative de icos dotados de eficicia imediata ¢ vinculatividade igual ¢ u bros da Comunidade. Ke 20 diteito dos estados- o apenas os estados mis também os cidadios europe supranacionais (“supranacionalismo decis constitucional comunicétio da integragio supranacional sem deixar de observar cia dos membros, da ‘dos membros europe' sribuigio expecfica de competéncias (e nfo de uma téncias dos estados para a “Uni incorporados em diveitos fndamentais comuns aos estados membros, 0 principio a subsidiariedade ¢ 0 principio da coeséo social. Refevéncias bibliogrficas tos ‘ier, Coco! ~"Soberania Constituconal e Integracin Europea’, n Fa 111998, pp. 508 es G les y Derecho incipio vas Coins, 695 STO DE QUADRCS, apér0 Ttado de Unio Enspie, Combes, 1995, MARIA LU[SA DUARTE Profestorn da Faculdade de Dircito ade de Lisboa DIREITO DA UNIAO EUROPEIA E DAS COMUNIDADES EUROPEIAS VoL. 1 Tomo 1 InsTiTUIGGES B ORGAos PROCEDIMENTOS DE DECISAO ot bone st Capito + de acelerar a passagem ropeia que, simbo- jcamente, fazemos coincidir com a entrada em vigor do Tratado de } tricht (I de Novembro de 1993) C. A etapa da idade futura: a Unido Europeia (1993 0.62. Os acontecimentos politicos de 1989-1990 ¢ a perspectiva de uma a soviética estiveram na base ‘ado eixo Paris-Bona do tempo do Presidente Frangois Mitterrand e do Chanceler Helmut Koh!) ticulada com a estratégia voluntarista de Jacques Delors & frente “acelerador uma espécie de tracomu- 0.63. A perspectiva de criago de uma verdadeira unio europeia tornara- -se, desde a Ci te ido pelos Estados-membros que esteve na origem de varios projectos elaborados com vista A sua coneretizagao. O Conselho Europeu de Estugarda chegou a uma “Declaragdo Solene sobre a Uniao firmou 0 compromisso de democratizar e com o fito de estabelecer as bases de n acordo sob a forma de iwropeia” (Junho de 1983) que rofundar 0 acervo comunitéirio Unido Europeia®, 0.64. Nos anos que se seguiram, e especialmente depois da entrada em vigor do AUE, a convergéncia econémica passou a constituir uma prioridade da agenda politica europeia, como pressuposto da unio politica. O espirito da © Schuman ainda inspirava os rumos da integragao europeia, mesmo quando a invocaedo do paradigma federal pareceria excluir pragmatismo do velho método funcionalista. 0.68. O Plano Delors, apresentado ao Conselho Europeu de Madrid (Junho de 1989), preconizava a realizagao da unidio monetéria (fixagao definitive dda paridade entre as moedas; convertibilidade obrigat6ria e irtevogavel; 3, texlo da Declaragio de Es TIZZANO, ¢ outi0s, Cig... itp. 189. Bol. CE n* 6/83, e excertas in Antonio Em Dezembro de 1989, 0 Conselho Europeu de Estrasburgo decidiu pel convocagao formal de uma Conferéncia Intergovernamental (CIG) sobre a Unido Econémica e Monetéria (UEM) 0.66. No outro prato da balanga, estavam as magnas questdes politicas: reforma institucional, definigao do principio da subsidiariedade, dotar as Comunidades Europeias de capacidade de actuagao nas relagGes interna- cionais, a protecgao dos direitos fundamentais, 0 estatuto de cidadania europeia. A par da CIG sobre a UEM, foi decidida em Junho de 1990, no 0.67. © resultado dos trabalhos desenvolvidos no se (minou na aprovagao de um projecto de tratado de reviso pelos mais altos representantes dos Estados-membros reunidos no Conselho Europeu de Maastricht (9/10 de Dezembro de 1991). O texto aprovado, fruto de dificeis, negociagdes e de solugdes de compromisso obtidas in extremis nas tradi- cionais maratonas da es do Conselho Europeu, passou depois pelo crivo da comissio de redaceao e s6 ficaria pronto pa de 7 de Fevereiro de 1992 Prevista para 1 de Janeiro de 1993, a entrada em vigor do chamado Tratado da Unido Europeia, ou Tratado de Maastricht, seria retardada para 1 de Novembro de 1993. As causas deste atraso prendem-se, como ja acontecera com o AUE, com a necessidade de, em varios Estados-membros. cumprir exigéncias constitucionais de consulta referendaria (Dinamarca,! Inlanda e Franga) ou proceder mesmo a revises da Constituigdo (Franca, Sspanha, RLF, Alemanha e Portugal)", 310 primeiro referendo dinamarqués (2 de Junho de 1992) foi destavordve! 1 Tratado, seguido de um segundo referendo (18 de Maio de 1993) que ‘por parte da Dinamarca, acabatia por v ficagio 56 Capi 0 Preliminar 0.68. 0 Tratado de Maastricht foi, ¢ ainda €, a mais importante alargada reforma dos Tratados fundacionais, Com efeito, e mesmo com as revisdes posteriores acordadas em Amesterdio ¢ em Nice, o primeiro Tratado da Unido Europeia conserva a sua natureza de matriz jurfdica da dualidade Unigo Europeia / Comunidades Europeias, bem como dos principios funda- mentais de delimitagio de competéncias ¢ de funcionamento das estruturss de decisio comum. 0.69. 0 conhecimento aprofundado do contetido ¢ do verdadeiro significado do Tratado de Maastricht no processo de construgia europeia vird & medida que formos avancando no estudo dos érgios, dos procedimentos de decisao, do Ambito de competéncias comunitérias e dos atributos préprios do ordenamento juridico da Unido e das Comunidades Europeias. Em todo 0 caso, importa, como apontamento indispensdvel neste excurso hist6rico, salientar as alteragdes mais substanciais 1) desde logo, e em primeiro lugar, a criagio da uniao europeia e a consagragio oficial do nome Unido Europeia; com significado politico, a mais conhecida das trés Comunidades, a CEE passou a Comunidade Europeia, liberta assim, 20 menos no plano nominal ¢ simbélico, da amarra econémica; 2) a previsio, a par do método de integragdo comunitaria, de politicas de cooperagao intergovernamental nos dominios da Politica Externa e de Seguranga Comum (PESC) e Justiga © Assuntos Internos GAD; 3) referéncia expressa ao objectivo de protecgdo dos Direitos Funda- mentais; 4) reconhecimento de um estatuto de cidadania da Unido; 5) afirmagao de princfpios fundamentais de delimitagao de compe- téncias entre as Comunidades Europeias e os Estados-membros (competéncia de atribuigdo; subsidiariedade e proporcionalidade); Estudos em Meméria do Professor Doutor Jodo de Castro 95, p. 667 e segs.; Idem, A Teoria dos Poderes Implicitos ¢ a re a Unido Europeia e os Estados-membros, Lisboa, Lex, 1997, p. 384 e segs 3 Para além das disposigSes inst vas da Unido Europe © Tratado modificou 160 dos 248 artigos do Tra jo de Roma 6) 0 objectivo relative & realizagiio da UEM € acompanhado da previsio de um processo em trés fases que deveria conduzir, em data poste- rior a de Janeiro de 1999, & instituigdo da moeda tini 7) em matéria institucional, o Parlamento Europeu alcangou um reforgo muito significativo dos seus poderes, conseguindo, pela primeira vez, participar no processo comunitésio de decisio em pé de igualdade com 0 Conselho (processo de co-decisioy, no que se refere & UEM, foram institufdos 6rgiios de competéncia especifica ¢ de natureza decis6ria — 0 Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) ¢ 0 Banco Central Europeu (BCE), na terceira fase da UEM; 8) aceitacdo, em derrogacao dos princfpios da igualdade e do adquirido comunitério, de eldusulas de “opting-ou!” que garantiram ao Reino Unido o direito de nao ficar vinculado pelo Acordo Social e também a0 Reino Unido e & Dinamarca 0 direito de, se € enquanto quisessem, nao aderir 8 moeda tnica™ 0.70, Em 2 de Maio de 1992, na cidade do Porto, consuma-se um projecto de associagao entre as Comunidades Europeias e a EFTA e do qual nasce 0 Espaco Econdmico Europeu. Com a adesio &s Comunidades Europeias, em 1995, da Austria, Suécia e Finlandia, 0 Avordo BEE ficou limitado, em termos de aplicagao extra-comunitéria, a Noruega, Listenstaine e Islandia, 4jé que a Suica se recusou a ratificar 0 Tratado do Porto. Pese embora esta retraccdo da componente extra-comunitéria do EEE, permanece 0 interesse tedrico ligado & coabitagdo de dois estédios distintos de integragio econémica e, por outro lado, a formula poderé atrair a adesfio de outros Estados europeus que nao queiram, ou que nao cumpram, os critérios ‘econémicos exigidos de adesio as Comunidades Europeias®*. 86 para referic a uropeia, Coimbra, 1994; Pauio de Pitta e CUNHA, ¢ outros, A Unido |, 1996; Fernando Loureiro BASTOS, A Unido Europei objectivose est ‘ional do Tratado da Unido Europeia, Lisboa, Lex, 1997, Ana Maria Guerra MARTINS, © Tratado da Unio Europeia. Contributo para a sua compreensao, Lisboa, Lex, 1993; Fausto de QUADROS, e ottto, Unido Europeia, in DIAP, 1995, vol. VI, p. 543 € segs 55 Assim, Manuel Lopes PORTO, Teoria da Integrasao e Poli lrias, ed Coimbra, Almedina, 2001, p. 211 0.71. 0 artigo N, n° 2, do Tratado de Maastricht previu para 1996 a abertura de uma nova conferéncia intergovernamental destinada a “analisar, de acordo com os objectivos enunciados nos artigos A e B das disposigses comuns, as disposi¢des do presente Tratado (...)”. Era 0 reconhecimento de ue seria necessério ir mais longe no processo iniciado de realizagao de uma ‘unido cada vez mais estreita entre os povos da Europa” (v. artigo A) Em concreto, a revisio de 1996 deveria permitir a “comunitarizagaio” das ‘matérias de cooperagiio intergovernamental, o alargamento do procedimento de co-decisao, a extensiio das competéncias da Unido, o reconhecimento de um prinefpio de hierarquia das normas € actos comunitérios e, atendendo & perspectiva de novas adesies, a adaptacao da estrututa orginico-deciséria da Unio Europeia e das Comunidades Europeias. A cliusula de “rendez-vous” foi respeitada ¢ em 26 de Margo de 1996, nna cidade italiana de Turim, a C1G iniciow os trabalhos de preparago de um novo tratado*, O que trouxe de novo este segundo Tratado da Uniao Europeia, assinado em Amesterdao na data de 2 de Outubro de 1997? 0.72. A revisio de Amesterdao ficou aquém dos objectivos enunciados pela cldusula de “rendez-vous” do tratado anterior, aquém das finalidades expostas pelo funcionamento da Unitio Europeia, aquém das exigéncias de adaptagao institucional pressupostas pelo alargamento da Unido Europeia. *©A CIG 1996 foi preparada por um grupo de reflexio, criado 12 sequéncia do Consel Europe de Corfu de 2425 de Junho de 19%, neo de salen dk saree ae iertges consierdes, nto apenae neces, mas tambemn wifes on fog as Consens poste ene o Estados meno, Pesto ple epecetane raptor ees Westendorp, este Grapo de Relea convacom um epesenante dents Penee we erepresetanes da Comisia edo Paramento open Petal ft epeenae ro he sor André Gogaves Fete. © Rea do Grp concn far ela tee doy: sresetado em Brielesem 5 de Novenbo de 199 Divide tae 0 Reiriocomega por agar un esolgi pra Europa theoreti ee i etectnd, define un eed erin (r, Da. SN 52095 (Reis DOr abit tanbénpla DE: 1996p 14 Salve esis oc porgsa a spite ds pots principals da sgeta da \ Mists dos Negéclos Estangets, Portugal ca Confers Inenoresonouul pag @ revs do Tad do Uni Europea Lisbon Marg de 1996 Anda sobre as perspectvas de revisto di CIG 199, ene nos Manel Lopes PORTO (og). A rete do Tata Ho Unido Ewopes, Coiba Alan 9b; eas Pho ECUNHA rg). En oo dered do tad da Undo Europe Combe ineine, resultado final foi uma reforma “minimalista” que remeteu para momento ulterior a revisdo necessdria. Com um significado que nao € despiciendo, o aspecto mais vistvel da revisio de Amesterdao foi a deciso de renumerar todos os artigos do Tratado da Comunidade Europeia, em virtude da eliminagao das disposigdes caducas e da simplificagdo do modo de ideatificagiio dos artigos desdo- brados através do recurso a letras (ex: 130°-Y), ¢ de passar a recorrer também 2 numeragao para os artigos do Tratado da Unido Europeia, antes identificados por letras (ex: artigo N). 0.73. No que respeita as alteragdes sobre 0 fundo, o Tratado de Amesterdia aprovou modificagdes sobre as seguintes éreas: 1) Politica Externa e de Seguranca Comum (PESC) ~ reforga do carécter operacional e da visibilidade externa da Uniao Europeia, através da criagio do Alto Representante da PESC, na figura do Sectetério Geral do Conselho, ¢ da previsio da capacidade opera- cional a disponibilizar pela Unido da Europa Ocidental (UEO) 2) Unido Europeia e cidadania — de acorda com 0 objectivo de aproxi mar a Unido do cidadao, regista-se no Tratado da Comunidade Europeia um novo titulo sobre o Emprego (i); a integragao do Acordo Social de Maastricht no texto do proprio Tratado (ii); aprofunda- mento de politicas comunitérias relacionadas com a coesio econémica e social e com o objectivo de “desenvolvimento equili- brado e sustentdvel” (v. artigo 2°,UE) ~ v.g. artigo 299°, n° 2, CE sobre as regides ultraperiféricas, e artigo 16°.CE sobre os servigos de interesse econémico geral (iii); o direito de acesso dos cidadaos aos documentos do Conselho, do Parlamento Evropeu ¢ da Comissio (iv); extensdo do prinefpio da proibigdo de discriminagao em fungaa de factores como a raga, religido, deficiéncia, idade ou orientacia sexual - v. artigo 13°.CE -(v). 3) Liberdade, seguranga e justiga ~ © Titulo TV da Parte TIT do Tratado CE (artigos 61° e segs.) institui mecanismos de decisao comunitéria sobre matérias que eram de coopetacao intergovernamental (vistos. asilos, imigragdo e outras politicas relativas a livre pessoas); a realizagio plena da livre circulagao de pessoas no contexto de um espago europeu de liberdade, seguranga € justiga |? avangou com a incorporagao no ‘Tratado do acervo dos acordos intergovernamentais do sistema Schengen. 4) Direitos Fundamentais — instiwuicao de um procedimente de «uteta politica que, no casa de se verificar uma violagdo grave e persistente dos prinefpios da liberdade, da democracia e dos Direitos Funda- mentais, pode conduzir & aplicagdo de sangGes ao Estado-membro fractor, incluindo, se necessario, a suspensio do direite de vote no Conselho. 5) Cooperagao reforgada e flexibitidade ~ reconhecimento de uma forma diferenciada de integtagao, hé muito teorizada pela dout ¢ preconizada por alguns Estados-membros, que fundamenta a opeao de um grupo de E 1 modelo mais intensivo ou aceterado de realizagio dos objectivos io e das Comunidades Europeias (com excepgao da PESC)"” 0.74. O Tratado de Amesterdao nao levantou a onda de interesse e de polémica que acompanhou, do principio ao fim, o processo de ratificagio do primeiro Tratado da Unido Europeia. Do ponto de vista polftico, este segundo Tratado limitou-se a aprofundar pressupostos de uma funciona- mento mais eficaz da Unido Europeia. Por resolver ficaram os aspectos mais controvertidos da reforma institucional exigida pelo ptocesso de alarga- mento (designados na giria comunitdria por “leftovers” ou “resto: Amesterdio). Do ponto de vista jurfdico, o Tratado de Amesterdio alargou 0 Smbito jionadas com a livre circulagao de pessoas. Foi este efeito de limitago que determinou, a titulo de condigio prévia de ratificagao, a Sobre o significado & 06 ©. AGUIRRE (dir.), El Tratado de Amster 1998, 2 vols.; Marianne DONY (dir.), L" vem patticular, Marcelino ‘arias, Madrid, McGraw ie el le Monde apres ns 5-6, p. 555 e segs.; Fran Europeia, Lisboa, Principia, 1998; © 0 novo passo da Uniao (INA), 1998, n° 21, p. Se sees. revisio constitucional em Franga®®, na Irlanda ¢ na Austria, bern como o recurso ao referendo na Dinamarca ¢ na Irlanda”. 0.75. Decorrido pouco mais de um més sobre a entrada em vigor do Tratado (1 de Maio de 1999), jé 0 Conselho Europeu de Coldnia se afadigava a anunciar uma outra revise, com inicio marcado para © primeiro semestre: de 2000, 0.76. Para além da reforma institucional, a perspectiva do alargamevto da Unido Europeia trouxe para o primeiro plano da discussie o problema cru cial do financiamento, ho de 1997, a Comissdo apresentou um estudo ~ intitulado ‘Agenda 2000 ~ Por uma unido mais forte e mais alargada — que wagava os grandes desafios ligados ao desenvolvimento da Unido Europeia e das suas politicas no século XXI. No que em particular se referia ao quadro financeiro, a Comissao pos em pritica um programa de acgdo constituido por propostas nos dominios da agricultura, fundos estruturais, fundo de coesao, instrumentos de pré-adesio e as perspectivas financeiras para o perfodo de 2000-2006. % Tomada necessdria depois da Decisio doy Consetho Const Em de 31 de Dezembro de 1997 rio as “condigdes essenciais de exercic ‘omtieatsire de fa Décision du Cons RMCUE, 1998, n° 415, p. 73 segs. Em Portugal, a Assembleia da Repiblica props a realizagdo de um referendo sobre a restio: “Concorda com a continuagto da part sal na construga Unido Europeia no quadro do Tratado de Amesterdao. de 1998 [Acérda0 n° 531/93, 1. 3660(2)], 0 Tribunal Constitu e da falta de objectividade na sua formulagio © referendéra, A propésito do Acsrdao 1? 531/98 do Tribunal Con vol. XIl, Tomo 2, p. 59 ¢ segs Sobre o processo de ralificaso em Portugal do Tratado de Amesterdio ~ aprovado pelt Resolugio n° 7/99 da Assembleia da Repiblica de 6 de Janeiro, seguida do Decreto de ratificagdo do Presidente da Repiiblica n? 65/99, de 19 de Fevereiro ~, v. Assembleia da Repibica, Comissio de Assuntos Europeus, Amesterdd, Um nove Tratedo para a Earopa. Lisboa, 1999. 4 ¥, Comissto Europeia ~ Agenda 2000, COM (97) 2000 final, Luxemburgo, 2 vos. Sobre este programa esratégico, v. Manuel Lopes PORTO, Portugal ea Agenda 2000, Ed. Globo, 1998 No Consetho Europeu de Berlim, em Margo de 1999, a Agenda 2000 mereceria um acordo global, depois de viva discussio entre os Estados- -membros sobre os respectivos niveis de contribuigéo Iiquida ou negativa para 0 orgamento comunitario, 0.77. O caminho das transformagées estruturais da Unido Europeia na sua vertente econdmica ficou ainda assinalado pelo marco fundamental que foi 0 estabelecimento da moeda tinica ~ EURO ~ em 1 de Janeiro de 1999. Com base no cumprimento dos critérios de convergéncia nominal, identificados pelo Tratado de Maastricht, foi aprovado pelo Conselho, reunido a nivel dos Chefes de Estado ou de Governo, em 2 de Maio de 1998, © elenco dos Estados-membros “fundadores” do euro: Alemanha, Austria, Bélgica, Finlandia, Franga, Holanda, Irlanda, Luxemburgo e Portugal. A Grécia aderiu ao euro em I de Janeiro de 2001. Por vontade propria, 0 Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia mantém-se apartados do espago euro! 0.78. No primeiro semestre de 2000, durante a presidéncia portuguesa, uma nova CIG retomou as questdes fundamentais de adaptagao dos Tratados deixadas em aberto pelo Tratado de Amesterdao. Entre 14 de Fevereito e 11 de Dezembro de 2000, « CIG preparou um projecto de tratado que veio a ser aprovado, na sua verso proviséria, pelos mais altos representantes dos Estados-membros em Nice, por altura do Conselho Europeu. A versio definitiva foi assinada, também na cidade de Nice, em 26 de Fevereiro de 2001, pelos Ministros dos Negécios Estrangeiros dos Quinze Estados- -membros {As notas e af moedas de euro sero introduzidas ent | de Janeica | de Julho de 2002, substituindo gradualmente as moedas nacionais, que deixardo de circular por completo no dia Ide Julho de 2002. Sobre o euro, v., entre nés, A. L. Sousa FRANCO, O euro na lei: legislagdto cominisdvia e rnacional, Lisboa, Rei dos Livros, 1999; Manuel Lopes PORTO, Teorie da Integragéo € itdrias, 3° ed., Coimbra, Almedina, 2001, p. 423. segs.; AA.VV., Aspectos ‘da Universidade de Lisboa, 1999; Carlos B. LOBO, e outeo, EURO: aspectos legais € estBes prdticas fur jos Livtos, 1997, Sobre os a sistema monetirio europea, v. Paulo de Pitta © CUNHA, “Relagées Internacionais ~ 11, Uma perspectiva dos anos 70 ¢ 80", in RFDUL, 1999, n’s Le 2, p. 618 e segs. to da Unido buropera € aas ‘Sem contar com possfveis dificuldades no proceso de ratificagao pelos Estados-membros, 0 Tratado de Nice nao devera entrar em vigor antes de 2003. Em todo o caso, a Unio Europeia, em conformidade com as con- clustes dos Conselhos Europeus de Helsinquia ¢ de Nice, estaré em condigées de acolher, a partir do fim de 2002, os Estados candidatos que satisfacam as condigées de adesio. 0.79. No quadro de uma apresentag4o muito sumria do contesido de revistio do Tratado de Nice, podemos inventariar as seguintes principais modi- ficagdes*?: 1. Estrutura institucional + Parlamento Evropeu—na perspectiva de uma Unio com 27 membros, ‘© miimero maximo de deputados europeus foi fixado em 732; reforgo dos poderes desta instituigdo mercé da extensio do ambito da co- -decisio e do reconhecimento de poderes efectivos de iniciativa no processo de controlo da legalidade dos actos comunitirios pelo Tri- bbunal de Justiga. + Comissdo — limitagao do mimero de membros; a partir de 2005, cada Estado-membro s6 tem direito a propor um comissério, indepen- dentemente da sua dimensao; quando 2 Unido Buropeia atingir 27 membros, 0 niimero de comissérios passaré a ser inferior ao ndmero de Estados, escolhidos na base de um principio de rotagio paritéria; 4 Referéncias mais desenvolvides is alteragbes aprovades pelo Tratado de Nice poderdo ser encontradas nas Novas de revisao integradas nos Capitulos 1 I. 49 As alteragdes aprovadas sobre a dist composigio da Comissio © a nova ponderagio de votos no seio do Conselho foram determinadas pata uma Unio de [5 Estados-membros. Dado que ainda sio desconhecidas as datas ea ordem de adesfo, o Tratado remeteu para 0 Protocolo relative ao Alargamento 8 definigio dos principios e métodos de evolugSo do sistema institucional & medida que a Unis acolher novos Estados-membros. CO estatuto institucional dos foturos membros serd fixado nos respectivos tratados de adestio (vg, 0 mimero de votos que Ihes seréatribufdo no Conselho). Por seu turno, as alterages previstas para a composigio da Comissto e a ponderagio de votes no Conselho 56 serio aplicdveis a partir de 2005, e a nova composigio do Parlamento Europeu a partir das eleigdes europeias de 2004, Por consequéncia, para os Estados que adiram antes destas datas, serso estabelecidas regras ttansildrias sobre a sua participagao nas instiuigbes comunitérias, observandy a igualdade de tratamento com os actuais Estados-membros de dimensie ‘comparivel. 6 i ___Capttato Pi alteragdo do procedimest poderes do Presidente. Tribunal de Justica e Tribunal de Primeiva Instancia composigao igualitiria entre os Estado nal de Justiga de uma “secgao especial gamento da compet de nomeagio dos comissarios ¢ reforgo dos garantias de nembros; criagdo no Tribu- formada por I] jutzes; alar- cia do Tribunal de Primeira Inst i 1m pata o Conjunto dos Tecursos ¢ acgées directos; eriagdo de “secgdes jurisdicionais” encar- regadas de apreciar em primeira instancia certas categorias de acgoes sobre matérias especificas (v. g. no dominio da propriedade intelectual ou dos litigios entre a Comunidade e os seus agentes e funci ros}, 2. O processo de decisito + Extensdo dos procedimentos por maioria qualificada — no’ Unido Europeia ¢ no Tratado da Comunidade Europeia, 27 disposiges foram alteradas no sentido de substituir, total ow parcialmente, a exigéncia da unanimidade pela da maioria qualificada, + Extensio do dmbito do procedimento de co-deciséo & maior parte das matérias que passaram a ser votadas por maioria qualificada Cooperagdes reforcadas ~ reformulagao completa das disposigdes aplicdveis &s cooperagées reforcadas no sentido de alargar o seu Ambito e de facilitar o estabelecimento de cada, ado da ‘a cooperagao refor- 3. Qutras alierasses Direitos Fundamentais ~ adaptagao da cldvsula sancionator 7° do Tratado da Unitio Europeia em fungao da experién: com 0 caso da Austria, Seguranca e Defesa ~ previséo adequados ao desenvolvimento militares da Uniao Europeia, Cooperagao judicidria em matéria penal ~ cringo do EUROJUST, lade composta por magistrados dos Estados-membros que tera por missio contribuir para uma coordenagio eficaz das autoridades nacionais responsaiveis pelos procedimentos eriminais do artigo € procedimentos ¢ de mecanismos las capacidades operacion: criado por decisdo do Consetho, em aplicagao das Conclusdes do Conselho Europeu de Lisboa + Consequéncias financeiras do termo de ia do Tratado CECA, em 23 de Julho de 2002 — um protocolo anexo define as c transferéncia dos fundos da CECA para a Comunidade Europei 0.80. A CIG 2000 adoptou uma declaragdo relativa ao futuro da Unido Europeia, pela qual exorta os Estados-membros, concretamente as Presi- déncias sueca ¢ belga, em cooperagao com a Comissio com a patticipagiio jento Europeu, a fomentar um amplo debate logo a Prevé-se ainda que no Consetho Europeu de Bruxelas / Laeken, em De- ‘bro de 2001, possa aprovar uma dectatagao conducente a umn processo de revisao sobre as seguintes quatro quest6es: 1) estabelecimento e controle de uma delimitagao mais precisa das competéncias entre a Unido Europeia € 05 Estados-membros, que reflicta o principio da subsidiariedade; 2) e tuto da Carta de Direitos Fundamentais da Unido Europeia; 3) simplificagic dos Tratados, de modo a torné-los mais claros e acessiveis, sem alterar 0 sev significado; 4) papel dos parlamentos nacionais na arquitectura europeia. Ainda de acordo com esta declaragao, uma nova Conferéncia Intergover- namental sera convocada para 2004. Com quatro revisdes dos Tratados institutivos aprovadas em pouco mais de dez anos, a Unido Europeia prepara-se pata funcionar até 2004 em ambiente, de PREC (processo de revisdo em curso!). Cumpre perguntar se esta determinagao reformadora dos Tratados, especialmente depois da revisio de Amesterdao, nao constituiré uma resposta — inadequada, sublinhe-se — ao torpor politico em que cait 0 projecto europeu? 0.81. Neste contexto de reforma contfnua dos Tratados institutivos, a Unido Europeia ¢ cada vez mais uma entidade, mutante e mutavel, que se projecta 20 ‘3es, cujo verdadeiro alcance permanece em aberto. Dividido entre a corrente federalista, que advoga a criagio da federacao, © a corrente unionista, que continua a acreditar nas potencialidades do método funcionalista ¢ no modelo jurfdico- institucional de feigo original que teveste a actual Unido, o processo de construgao europeia (sobre)vive, o upe eios juridicos de acgao consentidos pelos Estados- membros, Um exemplo que ilustra esta espécie de esquizofrenia que atingiu os artifices do projecto europeu € 0 relativo & Carta de Direitos Fundamentais da Unio Europeia. 0.82. O Conselho Europeu de Colénia (3-4 de Junho de 1999) conferiu mandato a um grupo de trabalho, que se auto-intitulou de Convengao, pata redigir um projecto de carta de Direitos Fundamentais. Depois de gerar elevadas expectativas, considerada por alguns como o primeiro capitulo da futura constitui¢ao da Unido, a Carta nfo logrou sequer 0 reconhecimento da sua forga juridica, No Conselho Europeu de Nice, a Carta foi solenemente proclamada pelos Presidentes do Conselho, do Parlamento Europeu e da Comissio, mas 0 texte nao foi incorporado no Tratade e a questio contro- vertida do respectivo valor juridico foi remetida para o debate sobre o futuro da Unio Europeia. Resulta, assim, que a Carta dos Direitos Fundamentais da Unido Europeia ficou reduzida a uma mera declaragio de direitos. Por outro lado, € no que tange o seu conteiido, esta declaragdo evidencia direitos que jé beneficiavam de tutela comunitatia e acrescenta outros que nao relevam ainda do Ambito potencial de aplicagdo do Direito da Unido Europeia. Esta incerteza quanto A forma e quanto ao contetido € bem a expressio do grau de indefinigao e mesmo de uma certa incongruéncia que caracteriza 0 estidio actual de evolugao da unizo politica. 0.83. No passado, 0 processo de construgdo europeia ultrapassou os obs- {Gculos mais dificeis pela via da representagao de objectivos dinamizadores que, constituindo verdadeios desafios, deveriam conduzi, se concretizados, a uma nova fase da integragao. No actual estadio de evolugao da Unidio Europeia, com 0 dealbar do século XI, o maior desafio que os actuais Estados-membros se propoem vencer € 0 do alargamento. A questo que urge colocar é a seguinte: poder uma Unido Europeia de 15 Estados manter a sua identidade jurfdico-ins- titucional no quadro alargado de, presumivelmente, 27 Estados"? As | Su os segues os Estados candidates &adesio:Polnia, Repub | Esti Lito, Letina, Bulgia,Roménia, slow eveatuatnente a Turgua, Soto icto do macalargamneto,v. Mara Pduatda AZEVEDO, alargamento da Unido Professor Chea, Hungria, , Eslovénia, Chipre, Malta e, ma estratégia para @ consequéncias do avatar que se aproxima nao podem ser antecipadas e avaliadas com rigor, para além das adaptagdes institucionais aprovadas com © Tratado de Nice. Para uns, o alargamento exigira (ransformagGes mais profundas e acabaré por reclamar a criagéo de uma verdadeira federagio"? . Para outros, o alargamento constituiré, pelo contrério, um factor de diluigio do nivel de integracao alcangado, que acentuard as diferencas e identidades proprias dos Estados-membros. Seja como for, mesmo sem entrar na andlise das razdes que-assistem a uns € a outros, parece-nos razodvel assumir gue o alargamento em curso transporta consigo um imperativo de mudanga ¢ de refundagao do desfgnio europev. 0.84, NOTAS COMPLEMENTARES L. Adesdo de Portugal as Comunidades Europeias ~ 0 pedido portugues de adesio, apresentado em 28 de Margo de 1977, deve ser visto na perspectiva de uma longa e gradual aproximacao de Portugal 4s Comunidades Euro- peias que s6 poderia, contudo, culminar na adesao depois da instauracao do regime democrético (v. Jo20 Mota de CAMPOS, A Ordem Consti- ucional Portuguesa e o Direito Comunitdrio, vol. 1, 1* Parte, Braga, Ed. Pax, 1980, p. 25 © segs.). ‘Com fundamento em parecer favoravel da Comissio de 29 de Maio de 1978, 0 Conselho exprimiu na sua reuniao de 5 de Junho de 1978 uma posigio favordvel & adesto de Portugal. Seguiram-se, entdo, sete longos anos de arduas negociagées entre as autoridades portuguesas ¢ a Comissio, dificultadas, por um lado, pela turbuléncia da vida politica portuguesa e, por outro, por um certo receio que tomou os Estados-membros quanto as consequéncias futuras do alargamento & Europa do Sul. Sob o impulso de uma declaragdo politica do Parlamento Europeu,|as negociagdes foram ‘conclufdas ¢ os tratados de adesio de Portugal e de Espanha solenemente Neste sentido deve ser interpretado © discurso do Ministro dos Negécios Estrangeiros alemao, Joschka Fischer, proferido em Berlim, na Universidade de Humboldt, na data de 12 de Maio de 2000, sobre o tema Da Confederasdo 2 Federagdo ~ pensamentos sobre a nalidade da integracéo curopeia. Sautado como um rasgo de clarividencia politica sobre ‘0 fuluro da Unido, fica, contudo, a divida sobre se este discurse px6-Cederalista no ter teumprida também o propésito de, em perfodo de negociagdo de reformnas institucionsis, reduzit as expectativas dos pequenos € médios Estados, predispondo-os a aceitar solugdes cde composigzo de intetesses mais favordveis aos grandes Estados, mas que serdo, ainda 1 nesta fase, preferiveis a unt modelo de Federasio.

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