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SER TURCO É SER MUÇULMANO?

O CARÁTER ESTRANGEIRO DO CRISTIANISMO


SOB UMA PERSPECTIVA TURCA
por João Mordomo

A
Turquia, conhecida biblicamente como Ásia Menor e historicamente conhecida como Anatólia, desde os
tempos bíblicos teve um papel importante na história da civilização. Por volta de 6250 a.C., a segunda
cidade do mundo com aproximadamente cinco mil habitantes, perdendo apenas para Jericó, era Çatal
Huyuk. Foi o primeiro lugar a usar técnicas de irrigação e a domesticar animais como ovelhas e porcos. Por volta
de 5000 a.C., a vizinha cidade de Hacilar tinha ruas, casas com portas e produzia uma cerâmica famosa até
os dias de hoje. Em meados de 1900 a.C., a Anatólia tornou-se sede do império Hitita, o qual foi sucedido por
numerosos outros grandes impérios, do Frígio ao Persa e ao Grego, do Romano/Bizantino ao Otomano, que durou
até pouco menos de um século atrás. Desde 1923, a República da Turquia, uma nação formada por quase 70
milhões de pessoas, das quais 98% se dizem muçulmanas, ocupou a Anatólia, assim como a região historica-
mente conhecida como Trácia — no lado europeu do estreito de Bósforo.

“Será que o povo turco, herdeiro de uma longa


e rica história e tradição cultural, considera o
cristianismo como algo estrangeiro, ou será
que é possível abraçá-lo como sendo algo que
lhe pertence?”

O propósito deste trabalho é levantar esta questão e, o mais impor-


tante, buscar determinar e examinar qualquer possível ponte (histó-
rica e cultural) que possa unir o cristianismo aos turcos ou que possa
servir como uma ligação entre eles.

Para chegarmos a uma conclusão, precisaremos examinar a ques-


tão do caráter estrangeiro do cristianismo sob uma perspectiva turca
através de uma ótica histórica e cultural. No caso da primeira, preci-
saremos examinar a história da terra e a história dos povos da terra,
que nem sempre são as mesmas. Sendo impossível separar as con-
siderações históricas dais considerações culturais, trabalharemos
dentro de uma estrutura histórica (diacronicamente), observando e
analisando as considerações culturais (sincronicamente) e concluindo
com uma análise cultural mais completa. No entanto isso só poderá
acontecer depois que a fundação histórica seja estabelecida.
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A PALAVRA “TURCO” Antes de prosseguirmos, é importante observar que usamos a palavra “turco” no sen-
Usamos a palavra “turco” tido nacional e não étnico ou geográfico. Fazemos isto devido a três fatores:
no sentido nacional e não
étnico ou geográfico. Primeiro, com a real intenção de considerar o país como um todo — até mesmo cor-
rendo o risco de generalizá-lo exageradamente — ao invés de como apenas um grupo
étnico dentro do país. E ainda, é chamado turco qualquer um que tem cidadania na
Turquia. (Usaremos também o termo “anatoliano” para nos referirmos às pessoas da
Turquia, visto que esta denominação autóctone parece estar voltando à moda.)

Segundo, parece extremamente difícil definir o “ser turco” num sentido étnico em
uma terra que por milhares de anos foi povoada e, significativamente influenciada, por
muitas raças e religiões. Embora este conceito, de turco étnico, pareça estar profun-
damente inculcado em uma cons-ciência nacional turca, suas origens estão mais em
um folclore moderno do que em uma realidade. Isto é, numa tentativa republicana (pós
1923) que tenta ocultar a história multicultural da Turquia e fabricar uma base para
uma pátria. Afinal, foram apenas alguns milhares de turcos da Ásia Central que impu-
seram sua civilização, idioma e religião às massas da Anatólia, e mesmo na época, os
governantes otomanos turcos reconheceram e permitiram certas liberdades para os
vários grupos étnicos.

Terceiro, mesmo que usássemos a noção “Republicana” de etnicidade turca, só 2/3


dos que são nacionalmente turcos são etnicamente turcos. Há ainda muita diversidade
cultural dentro da Turquia (até mesmo entre os mais de 12 milhões de curdos que
estão longe de constituir um grupo coerente), apesar das tentativas para criar um país
que seja nacional e etnicamente turco.

AS PERSPECTIVAS As perspectivas turcas atuais sobre o cristianismo são, de fato, a culminação de milha-
TURCAS res de anos de contato, de tipo e grau variados, com o cristianismo — e, anterior-
mente, com o judaísmo. O Velho Testamento está repleto de referências a esta terra
As perspectivas e seus povos. Diz-se que a arca de Noé pousou no Monte Ararat (Gên. 8:4) na Anató-
turcas atuais sobre o lia ocidental. Numerosos descendentes de Noé, mencionados na “mesa das nações”
cristianismo, são de fato, de Gênesis 10, foram identificados (extrabiblicamente1) com a terra da Anatólia (um
a culminação de milhares exemplo, é Cue citada em 1 Reis 10:28). Abraão fez sua casa em Harã (Gên. 11:31–
de anos de contato, de 12:5) no sudeste da Anatólia. Um dos povos anatolianos mais conhecidos mencionado
tipo e grau variados, no Velho Testamento são os hititas, mencionados pelo menos 25 vezes. Talvez o hitita
com o cristianismo — e, mais famoso seja Urias, marido de Bate-Seba (2 Sam. 11:3), morto pelo Rei Davi.
anteriormente, com o Os persas e seus famosos reis Ciro, Dario, Xerxes e Artaxerxes (Esdras 4:5-7) são
judaísmo. bem conhecidos dos leitores do Velho Testamento, assim como o Império Grego, que
governou a Anatólia durante vários séculos, inclusive durante a conclusão do Velho
Testamento.

Podemos nos perguntar se, ao longo destes milhares de anos de contato entre os
habitantes da Anatólia e o povo escolhido de Deus, não foram os anatolianos, de
alguma maneira, influenciados pelos hebreus mono-teístas e, dessa maneira, pre-
parados para receber o cristianismo quando este chegasse. Infelizmente, a resposta
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parece ser “não”. Na realidade, a influência dos reinos da Anatólia, dos quais todos
eram politeístas, parece ter surtido mais efeito em Israel do que vice-versa. Israel
cedeu a idolatria em inumeras ocasiões e, como resultado disso, perdeu seu lugar
como o povo escolhido de Deus. Assim, quando o cristianismo chegou na Anatólia —
chamada de Ásia Menor no Novo Testamento — a ideia de uma religião monoteísta
ainda era novidade.

Enquanto muitos dos lugares da Anatólia (Ásia Menor), mencionados no Velho Tes-
tamento, estão na região oriental ou centro-sul, no Novo Testamento as áreas que
Talvez, o lugar mais sobressaíram tendem a estar na Ásia Menor central e ocidental. Talvez, o lugar mais
significativo da Ásia significativo da Ásia Menor, em todo o Novo Testamento, seja a cidade de Antioquia
Menor, em todo o Novo — a atual Antakya — porque lá, os primeiros seguidores de Jesus foram chamados
Testamento, seja a cidade “cristãos” (Atos 11:26). Foi da igreja de Antioquia que Paulo e Barnabé foram enviados
de Antioquia — a atual na sua primeira viagem missionária (Atos 13:1-3) e para a qual Paulo retornou, para
Antakya — dar seu relato ao término desta (Atos 14:27), e da sua segunda viagem (Atos 18:22).
porque lá, os primeiros O cristianismo se espalhou da Antioquia para o coração da Ásia Menor, através de
seguidores de Jesus Paulo e outros. As cidades e regiões mencionadas em Atos são numerosas: Perge,
foram chamados Atália, Listra, Antioquia da Psídia, Icônio, Derbe, Trôade e Éfeso são algumas delas.
“cristãos”. E, não podemos esquecer das sete igrejas da Ásia Menor (Eféso, Esmirna, Pérgamo,
Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia), encontradas em Apocalipse 2–3, para as quais
o Apóstolo João escreveu no final do século 1 d.C. Foi na Ásia Menor que o cristia-
nismo realmente criou raízes, tanto que o apóstolo Paulo pôde dizer que “todos os que
habitavam na Ásia (Menor), tanto judeus como gregos, ouviram a palavra do Senhor”
(Atos 19:10).

O ISLAMISMO Então, isto quer dizer que o cristianismo está em casa na Turquia de hoje? Lamenta-
velmente não, pois não demorou para que o cristianismo começasse a ser suplantado
O islamismo chegou por outra religião monoteísta. O islamismo chegou à Ásia Menor em 654 d.C. Invaso-
à Ásia Menor em res árabes varreram a Anatólia e tomaram muitas cidades, quase chegando a tomar
654 d.C. Constantinopla — “capital” do cristianismo desde 330 d.C. , quando o imperador
romano Constantino a mudou para lá. Ainda que os cristãos bizantinos não tivessem
sido totalmente destruídos pelos muçulmanos árabes, que os consideravam tal como
aos judeus — “o povo do Livro” — o cristianismo bizantino foi debilitado pelas cisões
Os recéns-chegados à árabes-muçulmanas e por tumultos internos, como mudanças de governantes, motins
Anatólia tiveram pouco, e controvérsias doutrinais2. Sob tais circunstâncias, não é razoável pensar que os
ou nenhum, contato com cristãos tenham desejado ou sido capazes de influenciar os muçulmanos. Os recéns-
o cristianismo genuíno. chegados à Anatólia tiveram pouco, ou nenhum, contato com o cristianismo genuíno.

Não demoraria muito para que o cristãos, assim como os árabes muçulmanos, fossem
desalojados por um novo grupo de invasores. Das vastas expansões da Ásia Central
vieram povos nômades conhecidos como turcos. O primeiro grupo — os Selçuks —
chegou no Oriente Médio na metade do século 2 e rápidamente ganhou o controle de
grande parte da área do Califa (alto funcionário muçulmano árabe). Recém-convertidos
e entusiastas do Islã, eles rapidamente trataram de se auto-proclamar “herdeiros” das
terras conquistadas em nome de Maomé, inclusive de partes da Anatólia. Em 1071,
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no campo de Manzikert (Anatólia oriental), os Selçuks, em maior número, prontamente


derrotaram as tropas Bizantinas, e tais turcos, junto com seu Islã, continuaram a se
espalhar por toda a Anatólia. Enquanto isso, o império cristão bizantino, gradualmente
se enfraquecia. Porém, não demorou para que outros turcos chegassem e conquistas-
sem os bizantinos e Selçuks.

Cristãos eram minorias No início do século 14, quando a segunda leva de turcos — os turcos otomanos
que não podiam (seguidores de Osman) — chegou para preencher o vazio do poder na Anatólia, eles
influenciar o império ainda não haviam se convertido ao Islã. Entretanto, parece que foram mais rápida-
espiritualmente, mente e profundamente influenciados pelo Islã do que pelo cristianismo, pois poucas
principalmente depois da décadas depois o Islã tornousse a religião do império.3 Nos 600 anos que se seguiram,
queda de Constantinopla o Islã foi, de fato, a religião do império otomano — ainda que indivíduos e povos de
(que se tornou Istambul) outras religiões fossem tolerados. Cristãos eram minorias que não podiam influenciar
em 1453. o império espiritualmente, principalmente depois da queda de Constantinopla (que se
tornou Istambul) em 1453.

No fim do século 19 e início do século 20, o Império Otomano estava sofrendo o mesmo
destino que a maioria dos grandes impérios anteriores. Forças externas corroíam as
margens do reino, enquanto problemas internos causavam a decadência de dentro
para fora.4 A instituição da primeira constituição em 1876, tentativas de modernização
com estradas asfaltadas, um novo sistema de estrada de ferro, linhas de telégrafo e
um sistema postal melhorado, marcaram os esforços, no século 19, para reformar o
império doente. O “homem doente da Europa” (assim chamado pelo Czar Nicolau I
da Rússia, em 1833) estava vulnerável devido a sua gigantesca dívida externa, movi-
mentos nacionalistas por todo o império e guerras nos Balcãs e com a Grécia. Porém,
“sua pior fraqueza se originou da dominação da economia por estrangeiros e minorias
não-muçulmanas, e o controle exagerado da burocracia civil e do corpo do exército
oficial por um velho e excêntrico sultão.”5

JOVENS TURCOS Em julho de 1908, um grupo de oficiais menores, chamados de Jovens Turcos, se amo-
tinou dando inicio a uma revolução que “alterou completamente a história moderna
da Turquia.”6 A situação internacional do império se deteriorou gravemente depois de
1908, com a Áustria-Hungria anexando alguns territórios balcânicos, a Itália ocupando
outros, o exército grego levando ainda mais territórios, e diversos grupos nacionalistas
se revoltando ao redor do império. Por volta do início de 1913, tudo o que restava do
Império Otomano na Europa eram quatro cidades sitiadas. Os Jovens Turcos toma-
ram o controle total do império e começaram uma série de reformas que incluíam a
SHARIA redução do alcance da lei islâmica da sharia, melhorando a condição das mulheres
e implementando uma forte política econômica nacionalista (turca). No entanto, ainda
estavam debilitados com a enorme dívida externa otomana e, para piorar, lutaram ao
lado dos perdedores na Primeira Guerra Mundial.

Enquanto os vencedores da guerra faziam planos para dividir a Anatólia entre


si, o movimento nacionalista turco estava sem uma liderança forte. Esse vazio
foi preenchido por Mustafa Kemal Pasha, que mais tarde seria conhecido como
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Enquanto os vencedores Ataturk — “o pai dos turcos”. Kemal possuía extraordinárias habilidades militares,
da guerra faziam planos políticas e diplomáticas e liderou o movimento nacionalista turco em uma guerra
para dividir a Anatólia de independência para formar a nova República da Turquia – ainda que contra
entre si, o movimento todas as probabilidades. No dia 29 de outubro de 1923, nascia a nova República.
nacionalista turco estava “Sob a liderança de Mustafa Kemal Pasha, os turcos ganharam soberania turca
sem uma liderança forte. em território turco.”7

DG

Necessitamos fazer uma pausa no meio desta extensa avaliação histórica dos povos e
terras da Anatólia e revisitar nossa questão, o caráter estrangeiro do cristianismo sob
uma perspectiva turca. Já percebemos que os cristãos bizantinos não foram grande
influência sobre a maioria dos turcos muçulmanos. É importante notar que, enquanto
as minorias cristãs puderam coexistir com seus governantes muçulmanos durante
os séculos otomanos, e até exercer alguma influência econômica, estiveram voltados
para dentro de si mesmos no tangente a assuntos religiosos. Estavam mais preocupa-
dos em manter sua fé entre si, do que correr os riscos envolvidos em propagá-la entre
os turcos otomanos. Os turcos haviam se acostumado à presença das minorias cristãs,
Realmente, o cristianismo mas não tinham nenhum interesse particular em entender sua religião, desde que esta
era estrangeiro para a não se tornasse uma ameaça à fé islâmica dominante. Realmente, o cristianismo era
perspectiva turca. estrangeiro para a perspectiva turca.

A INFLUÊNCIA DE Podemos nos perguntar sobre a influência de outros grupos cristãos nos povos da
OUTROS GRUPOS Anatólia. E quanto a Igreja ocidental, por exemplo? Apesar do crescimento da Igreja
CRISTÃOS ocidental (católica e protestante) em outras partes do mundo durante os últimos 2000
anos, podemos entender sua falta de influência entre os turcos e anatolianos ao men-
Cruzadas cionarmos uma palavra: Cruzadas. Ainda que não seja a intenção deste trabalho discutir
as Cruzadas, precisamos deixar isto claro: os turcos muçulmanos eram considerados
inimigos de Deus pelos cristãos europeus ocidentais. Tendo devastado a Terra Santa
e conquistado o berço do cristianismo oriental, eles eram considerados o epítome do
Reformistas mal. Até mesmo os Reformistas, em geral, não os viam com bons olhos. “Os turcos”,
declarou Martinho Lutero, “são o povo da ira de Deus.”8 Parece que o cristianismo iria
permanecer estrangeiro aos turcos.

Gregos Podemos ainda perguntar sobre a influência de outros grupos cristãos, como os gre-
Armênios gos no oeste e os armênios no leste — povos notáveis e frequentemente formidáveis.
Porém, “seu passado histórico e recente os desqualifica até mesmo para querer apre-
sentar o cristianismo aos turcos dos quais […] a conquista lhes fez herdeiros, pelo
menos geograficamente, de dois dos mais poderosos e culturalmente influentes reinos
em toda a história humana. Não só os gregos, que já foram os governantes de Bizâncio,
mas outros cristãos europeus orientais tiveram grande dificuldade em entender esta
verdade. Muitos deles ainda consideram Constantinopla, que os turcos rebatizaram de
Istambul, sob lamentável, mas talvez reversível, ocupação por povos hostis.”9
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MASSACRES A história mais recente, terrivelmente gravada na consciência coletiva dos gregos e
E MIGRAÇÕES armênios, é a da guerra, da morte e do visível genocídio. No caso dos armênios, o
FORÇADAS fim da Primeira Guerra Mundial e da Guerra da Independência pôs fim a um século
de conflitos, mas não antes da perda de centenas de milhares de vidas muçulma-
nas e armênias. Massacres e migrações forçadas eram comuns. “Aproximadamente
600 mil (40%) dos armênios da Anatólia foram mortos durante a Primeira Guerra
Mundial e a Guerra da Independência. No leste, a proporção de muçulmanos e
armênios mortos não foi muito diferente. Resultado igualmente horrível de uma geral
desumanidade.”10

No oeste, com os gregos, foi igualmente horrendo. Em 1919, os vencedores da Pri-


meira Guerra Mundial haviam permitido que forças gregas desembarcassem em Izmir
para reforçar o recente armistício. As tropas gregas, contudo, aproveitaram a oportu-
nidade para iniciar uma invasão no oeste da Anatólia. Só em setembro de 1922, os
turcos finalmente derrotaram os gregos no oeste da Anatólia, com a perda de centenas
de milhares de vidas turcas e outras centenas de milhares de vidas greco-anatolianas
(em batalha ou como refugiados). Da população anatoliana grega, 25% foi sacrifi-
cada. E em meio a toda a animosidade entre muçulmanos turcos e cristãos gregos
e armênios, perdida estava também a causa do cristianismo, pois este permaneceu
estrangeiro sob a perspectiva turca.

A REFORMA DE ATATURK “No total, quase três milhões de turcos e outros muçulmanos da Anatólia morreram
nas Guerras Balcânicas, na Primeira Guerra Mundial e na Guerra da Independência.”11
Entretanto, foi dessas ruínas que Ataturk ergueu a nova república. Nos 15 anos que
se seguiram à independência, antes de sua morte em 1938, ele conduziu a nova
nação em uma série de reformas radicais que, de acordo com Douglas Howard, teve
duas fases significativas.12 A primeira, em 1920, foi a da secularização. Ataturk e seus
seguidores acreditavam que se a Turquia quisesse se tornar um país civilizado, teria
que seguir o exemplo de progresso humano dado pela Europa. Entre 1925 e 1928,
Ataturk e seus aliados (conhecidos como Kemalistas) ordenaram uma série de medidas
para secularizar a vida pública turca. Tais medidas incluíam atacar e abolir importantes
símbolos do Islã politizado, como o imposto religioso, fraternidades religiosas (como
as dervishes), o véu (que foi banido de certos usos públicos, mas não do privado).
Incluíam também a importante mudança do calendário islâmico, baseado na funda-
ção da comunidade muçulmana, para o calendário gregoriano ocidental, baseado na
encarnação de Jesus Cristo.

Talvez a mudança mais Talvez a mudança mais radical de todas tenha sido o abandono da escrita árabe pela
radical de todas tenha romana. Somente com tal mudança a Turquia começaria a se identificar com a Europa
sido abandonar a escrita Ocidental, considerada a maior civilização da época, e renunciaria seu passado islâ-
árabe pela romana. mico e otomano, visto que a nova geração seria incapaz de ler os maiores documentos
literários do Islã ou os produzidos pelo Império Otomano.

NOVO CÓDIGO CIVIL Houveram outras mudanças importantes. Em 1926, foi adotado um novo código
civil que revogou a Lei Santa Islâmica (sharia) e implementou um novo código penal
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baseado no sistema italiano e um novo código comercial baseado no sistema ale-


mão. Um dos efeitos destas mudanças foi a condição legal das mulheres, ampla-
mente melhorada.

UM ESTADO SECULAR O dia 5 de abril de 1928 representou o pico do processo de secularização, quando o
(ESTADO LAICO) parlamento apagou da Constituição a frase “que a religião do estado turco seja o Islã.”
Com a revisão da Constituição, em 1937, a Turquia foi, explicitamente, declarada um
estado secular (estado laico).

Será que no meio de toda esta reforma radical — não somente histórica, mas cultu-
ral — o cristianismo poderia de algum modo penetrar na Turquia e se tornar menos
estrangeiro, a ponto de ser adotado por turcos? Esta pergunta será examinada deta-
lhadamente após resumirmos a segunda fase da reforma de Ataturk.

Durante a década de 30, Ataturk e seu Partido Republicano Popular deram numero-
sos passos para criar uma cultura e uma identidade nacional. Lealdade não era tão
importante quanto coesão, tanto de um para com o outro como para com a terra.
Para proporcionar aos turcos um sentido de coesão, Ataturk fundou a Sociedade de
Pesquisa de História Turca através da qual dispôs seu programa político para a nova
sociedade. Ele teorizava que a Anatólia havia sido uma terra turca desde a antiguidade;
que os sumérios e hititas eram, na verdade, povos turcos que haviam migrado da
Ásia Central, trazendo as características seminais da civilização ocidental. Ele também
encorajou uma nova teoria linguística que afirmava que o turco havia sido a primeira
língua humana da qual todas as outras derivaram. Ainda que tais teorias tenham sido
logo desbancadas, elas causaram impacto nas gerações de turcos.

Outra questão importante Outra questão importante na criação de uma identidade nacional foi a retirada de qual-
na criação de uma quer elemento árabe ou persa do vocabulário e estrutura gramatical do idioma turco.
identidade nacional foi Além disso, foram proibidas publicações em idiomas diferentes do turco — os vários
a retirada de qualquer dialetos de turco deveriam ser englobados em um idioma nacional.
elemento árabe ou persa
do vocabulário e estrutura A exigência de que todos os cidadãos adotassem e registrassem sobrenomes foi outra
gramatical do idioma mudança significativa. Até os anos 30, os turcos seguiam a prática muçulmana tradi-
turco. cional de dar um único nome no nascimento. Conquanto isto tivesse muitas vantagens
administrativas, a contribuição fundamental para uma identidade nacional foi o fato
de que os novos sobrenomes só poderiam ser de origem turca, e não árabe ou persa.
Desta maneira, o estado reforçou uma identidade nacional e étnica às pessoas que se
contrapunham a uma identidade religiosa.

Apesar das aparências, a motivação subjacente por trás destas reformas não parece
Apesar de todos os ter muito a ver com xenofobia, e pode ser bem expressada na frase “Feliz é aquele
esforços, a Turquia que se chama turco!”, de um discurso de Ataturk feito em 1927. Ataturk parece ter
pode ser descrita como genuinamente desejado forjar uma república secular onde todo cidadão seria feliz,
heterogênea e cheia de e particularmente por ser turco. Porém, é discutível se ele conseguiu seu intento. A
contrastes e contradições. sociedade homogênea, com a qual sonhou Ataturk, continua difícil de vislumbrar. Os
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turcos de hoje, mais do que nunca, estão em busca de descobrir ou forjar sua identi-
dade como nação e como indivíduos. Apesar de todos os esforços, a Turquia pode ser
descrita como heterogênea e cheia de contrastes e contradições. Em muitos aspectos
não é secular, nem é uma verdadeira república, e nem todos são felizes.

KEMALISMO Desde a morte de Ataturk, o Kemalismo começou, em muitos casos, a ser sinônimo de
uma devoção quase irracional para com os seus princípios e ideais. Um culto pessoal
se desenvolveu ao redor de Ataturk e do Kemalismo e poderia ser interpretado como
um tipo de religião estatal. O próprio Ataturk parece ter contribuído para esta adulação
através de seu próprio auto-engrandecimento, e agora na sua república “secular”, ele
é uma divindade virtual. Em seu livro Crescente e estrela: Turquia entre dois mundos,
Stephen Kinzer escreve sobre a fé de Ataturk, conhecida como Kemalismo:

Possui suas igrejas, dúzias de casas ou salas ao redor do país onde o Grande
Homem dormiu, falou ou comeu; sua escritura sagrada, muitos livros de adora-
ção, poemas e filmes sobre o homem; seus ícones, incontáveis retratos, bustos,
placas e estátuas que são encontrados até mesmo nos cantos mais remotos do
país; e seu clero, a elite militar e política, fiel além da medida e incansavelmente
à espreita de apóstatas. Também tem seu centro santo, seu Vaticano, sua Meca.
Em uma ladeira perto do centro de Ankara, imponente e lúgubre atrás de uma
parede de proibitivas colunas quadrangulares, está um misto de mausoléu,
museu e catedral em cujo solo está enterrado o corpo de Ataturk.13

Ataturk tornou-se tão divinizado que um jovem disse a Kinzer: “Neste país é permitido
Os turcos têm uma falar mal de Deus, mas não é permitido falar mal de Ataturk.”14 É verdade que os
enorme dívida de gratidão turcos têm uma enorme dívida de gratidão para com Ataturk, pois sem sua visão e
para com Ataturk, habilidades, não existiria a Turquia de hoje. “Para a Turquia, Ataturk foi equivalente aos
pois sem sua visão e Fundadores Pioneiros, George Washington e Henry Ford em um único homem.”15 No
habilidades, não existiria entanto, se você estivesse “em frente a um lanche de 70 anos de idade (três grãos de
a Turquia de hoje. bico à mostra em um museu na Turquia) meticulosamente preservado porque Ataturk
quase o comeu, você não conseguiria evitar de sentir que a reverência da Turquia
para com seu fundador é um tanto míope em perspectiva.”16 Esta falta de perspectiva
permite ao estado secular, desposar ironicamente, embora não intencionalmente, uma
religião estatal.

ISLÃ Há outra ironia religiosa no estado secular da Turquia, e isso envolve o Islã. Apesar
da Turquia ser oficialmente secular, 98% dos turcos são muçulmanos e há uma
convicção popular de que “ser turco é ser muçulmano”. Justin McCarthy afirma isto
quando escreve que “os turcos foram inclusivos desde tempos remotos; para se
A identidade nacional tornar turco bastava apenas o desejar e, tornar-se muçulmano.”17 O fato de alguns
turca, apesar da sua dos verdadeiros turcos históricos da Ásia Central não terem sido muçulmanos não
dimensão secular, importa, e nem que na Turquia de hoje existam também cristãos, judeus e ateus. A
parece inexoravelmente identidade nacional turca, apesar da sua dimensão secular, parece inexoravelmente
entrelaçada com o Islã. entrelaçada com o Islã.
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ALEVIS Para complicar as coisas, há muitas variações do Islã dentro da Turquia. A maioria
dos turcos muçulmanos parece ser nominal e/ou ter uma boa dose do folclore do
Islã misturado em suas rotinas diárias, mas entre 15% e 25% deles podem estar
os Alevis, um grupo muçulmano heterodoxo que parece ter poucas doutrinas de
unificação e aos quais o governo não reconhece oficialmente. Outros 20% dos
turcos muçulmanos parecem ter, pelo menos algumas, inclinações fundamenta-
listas. Em uma pesquisa recente feita por uma respeitada instituição turca, 21%
PARTIDO DO dos pesquisados foram a favor de um estado islâmico. Nas eleições de 1995, o
BEM-ESTAR ISLÂMICO Partido do Bem-Estar Islâmico obteve a maioria do voto popular, 21,4%.18 Alguns
militantes deixaram as suas intenções muito claras. Assim que se tornou Primeiro
Ministro, Necmettin Erbakan fez amigáveis visitas ao Irã e à Líbia. Em 1995, o
prefeito de Istambul e membro do Partido do Bem-Estar, Recep Tayyip Erdogan,
declarou que “Não se pode ser secular e muçulmano ao mesmo tempo. Os 1,5
bilhões de muçulmanos do mundo estão esperando que o povo turco se levante.
Vamos nos levantar. Com a permissão de Alá, a rebelião começará.”19 Este tipo
de discurso traz grande preocupação para a maioria dos turcos. Izzetin Dogan,
um líder da comunidade Alevi, expressa esta preocupação quando declara que
“O Partido do Bem-Estar diz que se chegarmos ao poder, traremos igualdade,
o mundo e tudo o que vocês precisarem. Mas o povo turco não está inclinado a
perguntar o que está por trás de tudo isto.”20

DESAFIO PARA O A combinação de valores seculares, a “fé” dos Kemalistas e o Islã em suas várias
CRISTIANISMO formas criam um triunvirato desafiador para o cristianismo. Se este, algum dia, dei-
xar de ser considerado estrangeiro para os turcos, será importante identificar qual
sistema de valores verdadeiramente governa o coração do povo, e buscar introduzir
o cristianismo como uma opção mais favorável.

Outro desafio significante para a aceitação do cristianismo na Turquia — e um


desafio para a própria Turquia — tem a ver com o status do país como uma repú-
blica constitucional. Se a meta é ser uma nação democrática, com todas as res-
ponsabilidades e privilégios que isto acarreta, então a Turquia ainda tem um longo
caminho pela frente. Ahmet Hakan Coskun, diretor de uma estação de TV de notí-
cias, reconhece o problema quando declara que “a Turquia está numa encruzilhada.
Ou seguirá por este caminho despótico ou eles ouvirão a voz do povo. Não há um
terceiro caminho.”21 O “eles” em questão refere-se aos Kemalistas, mais especifica-
mente, o exército que ao longo de quase 80 anos de história da Turquia encarregou-
se de manter o equilíbrio entre as várias forças em ação na Turquia. “A interven-
ção militar na política civil aumenta e diminui na Turquia,” escreve Stephen Kinzer.
“Não quer mandar por mandar, mas acredita estar lá para preencher um vazio que,
porventura, tenha sido deixado por líderes civis.”22 Sempre que um governo se
desvia dos princípios mantidos (aparentemente) pela maioria dos turcos, o exército
entra em cena como força disciplinadora, às vezes na forma de um golpe súbito,
como em 1960, 1971 e 1980; e às vezes mais silenciosamente, nos bastidores,
como no caso do primeiro-ministro muçulmano fundamentalista Erbakan em 1996,
a quem expulsaram do poder em um ano. Infelizmente, este episódio, pode ter
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Os islamistas estão se convencido o exército de que os turcos ainda não estão prontos para a democracia.
esforçando por uma Contudo, esta questão não vai esvanecer, apesar da democracia parlamentar da
democracia maior Turquia estar anos luz à frente dos vizinhos Síria e Iraque — com uma imprensa
porque são eles os que razoavelmente livre e um judiciário independente — ainda há importantes passos
sentem a mão pesada a serem dados, principalmente, na área de direitos humanos — a questão dos
do exército sempre que curdos em particular — na qual muitos dos abusos são perpetrados pelo exército.
suas atividades religiosas Por um lado, os turcos mais ocidentalizados estão se esforçando por uma maior
ou políticas ficam muito democracia para que a Turquia se torne membro da União Européia. Por outro lado,
escancaradas, radicais ou islamistas estão se esforçando por uma maior democracia, porque são eles os que
populistas, e esperam que sentem a mão pesada do exército sempre que suas atividades religiosas ou políticas
a liberdade que vem com ficam muito escancaradas, radicais ou populistas, e esperam que a liberdade que
uma maior democracia vem com uma maior democracia lhes dará mais condições de buscar suas próprias
lhes dará mais condições reivindicações. Os cristãos evangélicos, por estranho que pareça, concordariam com
de buscar suas próprias os islamistas neste caso, porque sabem o que significa ser injustamente reprimidos
reivindicações. (por islamitas e, ocasionalmente, pelo exército).

Em meio a tudo isto, o cristianismo não é relevante, continuando estrangeiro sob uma
perspectiva turca. Contudo, só uma cosmovisão e um sistema de valores como o que
o cristianismo tem, permitirão a um país como a Turquia acabar com os abusos aos
direitos humanos e experimentar uma democracia em que a verdadeira liberdade pode
ser sentida por todos.

Se a Turquia não é secular no sentido que Ataturk preconizou, e nem uma república,
também não é, em muitos casos, feliz. Como se os problemas citados anteriormente
não fossem suficientes, há outras razões para muitos turcos serem infelizes, a come-
çar por razões econômicas. “Em 1950, a renda média do turco era absurdamente
mais alta que a do seu equivalente na Espanha ou em Portugal”, relata The Econo-
mist. “Desde então, a Espanha e Portugal vêm apagando muitas das marcas do seu
passado autoritário e estadista. Hoje em dia, a renda média do português, espanhol
ou do grego é de três a cinco vezes maior que a do turco.”23 Exacerbando as dificul-
A Turquia está em meio dades econômicas, há o fato de que a Turquia está em meio a uma enorme mudança
a uma enorme mudança demográfica, devido ao alto crescimento da população (2% anualmente) e a migração
demográfica, devido rural. Até os anos 50, 80% da população da Turquia morava em aldeias. Por volta da
ao alto crescimento da década de 70 esse número tinha caído para 67%. Em meados de 1980, tinha caído
população. para aproximadamente 54% e por volta de 1995, menos de 35% dos turcos moravam
em aldeias. Esta urbanização rápida, causada em parte pela mecanização agrícola,
criou numerosas favelas nas principais cidades da Turquia. Desde a crise econômica
de 2001, um milhão de turcos devem ter perdido o emprego, e a inflação anual chega
a aproximadamente 65%. O suicídio, a violência doméstica, a prostituição e os peque-
nos furtos estão crescendo.

TERREMOTO Convém mencionar que outra fonte de infelicidade para muitos turcos foi o terremoto
DE 1999 trágico de agosto de 1999 que teve repercussões políticas, sociais e culturais tão
grandes que alguns intelectuais turcos sugerem que, no futuro, os historiadores, ao
escrever a história da República Turca, a dividirão em período pré e pós-terremoto.
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Ainda que tenha sido um desastre natural, grande parte das mortes e das destrui-
ções foram devido a construções defeituosas e à lenta e incompetente reação do
governo. Deve ter soado como uma piada cruel quando, após o terremoto, os turcos
descobriram que o fundo de auxílio do governo para terremotos continha a quantia
equivalente a U$4.45.

RESPOSTA CRISTÃ O cristianismo pode ainda ser estrangeiro sob uma perspectiva turca, mas em seguida
ao terremoto, e em meio a outros sinais de infelicidade, os cristãos responderam.
O cristianismo pode ainda Pela primeira vez, de uma maneira tangível, o cristianismo vem fazendo incursões
ser estrangeiro sob uma no coração da Turquia. São pequenas mas, com certeza, são incursões. Como resul-
perspectiva turca, mas tado, o cristianismo está começando a se livrar do estigma de “estrangeiro”. Para
em seguida ao terremoto, tanto, os obreiros cristãos na Turquia precisam entender a história e a cultura turcas,
e em meio a outros perceber que não podem achar que estão trabalhando entre muçulmanos na defi-
sinais de infelicidade, os nição tradicional, e aprender a discernir os graus em que cada turco é influenciado
cristãos responderam. pelas poderosas forças da Turquia: o Islã (nominal, místico, fundamentalista, Alevi),
o secularismo e o nacionalismo dos Kemalistas. Só então podemos esperar um dia
ouvir um grande número de turcos dizendo: “Ser o turco é ser cristão.” „
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REFERÊNCIAS 1. Veja, por exemplo, Everett C. Blake e Anna G. Edmonds, Biblical Sites in Turkey
(Istanbul: Sekizinci Basım, 1997), 9-28.
2. Veja, para melhor compreensão, Kenneth Scott Latourette, A History of Christianity, Vol. 1
(Peabody, MA: Prince Press, 1999), 286-316.
3. Enquanto a maioria dos turcos têm sido, historicamente,muçulmanos, esta não é toda a história.
Originalmente eles eram politeístas xamanistas. Algumas tribos (como alguns dos Uigures
na China) adotaram o budismo, enquanto outros se tornaram zoroastrianos, nestorianos ou
maniqueístas. Alguns (como o Khazar e turcos Karaim) adotaram o judaísmo. Os Gagauz da
Polônia e da Moldávia adotaram o cristianismo.
4. Para um conhecimento mais profundo sobre o colapso do Império Otomano, veja Justin
McCarthy, The Ottoman Peoples and the End of Empire (London: Arnold Publishers, 2001).
McCarthy argumenta que o colapso se deveu mais à “ambições imperiais de potências
estrangeiras e a maré irresistível do nacionalismo” do que a problemas internos.
5. Douglas A. Howard, The History of Turkey (Westport, CT: Greenwood Press, 2001), 72.
6. Howard, 73.
7. Howard, 90.
8. Stephen Kinzer, Crescent and Star: Turkey Between Two World (New York: Farrar, Straus and
Giroux, 2001), 4.
9. Kinzer, 4.
10. Justin McCarthy, The Ottoman Peoples and the End of Empire (London: Arnold Publishers, 2001),
145.
11. McCarthy, 146.
12. Howard, 96-107.
13. Kinzer, 35-36.
14. Kinzer, 36.
15. “Ataturk’s Long Shadow”, Economist.com, 8 June 2000,
www.economist.com/surveys/PrinterFriendly.cfm?Story_ID=315512, p 1.
16. “Ataturk’s Long Shadow”, Economist.com, 8 June 2000,
www.economist.com/surveys/PrinterFriendly.cfm?Story_ID=315512, p 1.
17. McCarthy, 212.
18. “Fundamental Separation”, Economist.com, 8 June 2000,
www.economist.com/Surveys/PrinterFriendly.cfm?Story_ID=315567, p 1.
19. “Recep Tayyip Ergodan”, Economist.com, 20 September 2001,
www.economist.com/PrinterFriendly.cfm?Story_ID=788318, p 2.
20. Adam LeBor, A Heart Turned East: Among the Muslims of Europe and America (New York: Thomas
Dunne Books, 1998) 217.
21. LeBor, 217.
22. Kinzer, 166.
23. “Ataturk’s Long Shadow”, Economist.com, 8 June 2000,
www.economist.com/surveys/PrinterFriendly.cfm?Story_ID=315512, p 2.
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BIBLIOGRAFIA Bayraktaroglu, Arın. Culture Shock!: Turkey. Portland, OR: Graphic Arts Center Publishing Co., 1996.

Blake, Everett C. and Anna G. Edmonds. Biblical Sites in Turkey. Istanbul: Sekizinci Basım, 1997.

Blincoe, Robert. Ethnic Realities and the Church: Lessons from Kurdistan. Pasadena,
CA: Presbyterian Center for Mission Studies, 1998.

Gulick, John. The Middle East: An Anthropological Perspective. Lanham,


MD: University Press of America, 1983.

Howard, Douglas A. The History of Turkey. Westport, CT: Greenwood Press, 2001.

Kinross, Lord John Patrick. The Ottoman Centuries. New York: Morrow Quill Paperbacks, 1977.

Kinzer, Stephen. Crescent and Star: Turkey Between Two Worlds. New York: Farrar,
Straus and Giroux, 2001.

Latourette, Kenneth Scott. A History of Christianity, Vol. 1. Peabody, MA: Prince Press, 1999.

LeBor, Adam. A Heart Turned East: Among the Muslims of Europe and America.
New York: Thomas Dunne Books, 1998.

McCarthy, Justin. The Ottoman Peoples and the End of Empire. London: Arnold Publishers, 2001.

Shindeldecker, John. Turkish Alevis Today. Istanbul: Sahkulu Sultan Küllıyesı Vafki, 1998.

JOÃO MORDOMO atua há quase 20 anos como missionário transcultural, tendo morado na Bélgica, no Brasil, e nos Estados
Unidos, e ministrado nas áreas de evangelismo, missões e liderança em quase 40 países. É co-fundador da CCI-Brasil (que tem foco
especial no mundo muçulmano), onde ele atua como Presidente Executivo, e co-fundador de uma consultoria de empresas de “missão
empresarial”. Serve também como professor de missiologia em várias faculdades teológicas, e auxilia no grupo de trabalho “Business
as Mission” (“missão empresarial”) do Movimento Lausanne. Serviu como pastor de igreja local durante sete anos e atualmente está
pastoreando uma igreja em Curitiba que ele ajudou plantar. Formado em sociologia, com mestrado em teologia aplicada, está doutorando
em missiologia. É casado com Sophia, e pai de um casal de filhos.

A CCI-BRASIL é uma agência interdenominacional de missões transculturais que faz parte do movimento global “Crossover”, cuja
paixão é glorificar a Deus (propósito), facilitando e acelerando movimentos de plantação de igrejas (missão) entre os povos menos-
alcançados do mundo (visão) através de uma aplicação culturalmente apropriada do ciclo de multiplicação de ministérios ensinado nas
Escrituras (estratégia).

Se você ou sua igreja ou grupo gostaria de se envolver em missões entre povos não-alcançados
ou se a CCI-Brasil puder lhes servir de alguma forma, entre em contato conosco: info@ccibrasil.org.br.

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