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Supt ore pe de Vida no Trauma para Médicos (eo eee NUT ies MOLL Celene CRO MLC LUL) io 10 11 12 13 Avaliagao e Atendimento Iniciais_ 1 > ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO |: AVALIACAO ETRATAMENTO INICIAIS 19 Via Aérea e Ventilagaéo 25 D> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO II: CONDUTA EM VIA AEREA EVENTILACAO 43, D> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO Ill: CRICOTIREOIDOSTOMIA 51 Choque 55 > ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO IV: AVALIAGAO E TRATAMENTO DO CHOQUE 73 D> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO ¥V: DISSECCAO VENOSA (ESTACAO OPCIONAL) 83 Trauma Toracico 85 D> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO Vi IDENTIFICACAO RADIOGRAFICA DE LESOES TORACICAS 103 )> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO VII: TRATAMENTO DE LESOES TORACICAS 107 Trauma Abdominal e Pélvico 111 >> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO VIII: LAVAGEM PERITONEAL DIAGNOSTICA 127 Trauma Craniencefalico 131 »> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO IX: AVALIACAO E TRATAMENTO DE TRAUMA DE CABECA E PESCOCO 153 Trauma Vertebromedular 157 > ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO X: IDENTIFICACAO RADIOLOGICA DE LESOES DA COLUNA VERTEBRAL 175 > _ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO XI: LESAO DE MEDULA ESPINHAL: AVALIACAO E TRATAMENTO 181 Trauma Musculo-Esquelético 187 >> ESTACAO DE TREINAMENTO PRATICO XII: AVALIACAO E TRATAMENTO DE TRAUMA MUSCULO- ESQUELETICO 205 LesGes Provocadas por Queimaduras e Frio 211 Trauma Pediatrico 225 Trauma Geriatrico 247 Trauma na Mulher 259 Transferéncia para Tratamento Definitive 269 APENDICES 277 Prevencdo do Trauma 279 Biomecdnica do Trauma 283 Escala Pediatrica de Trauma e Escala Revisada de Trauma 289 Ficha de Atendimento no Trauma 293 Imunizagéo Antitetanica 297 Trauma Ocular 299 Ambientes Hostis e de Condig6es Precarias: Atendimento de Trauma em. + Conflitos Militares, em Regides Subdesenvolvidas e em Catastrofes 305 H Conduta em Desastres e Prontidéo para Emergéncias 321 1 Cendrios de Triagem 335 am™monwD INDICE REMISSIVO 351 7S CAPITULO SUMARIO Objetivos Introdugao Praparacao Fase Préchositalar Fase Hospitalar Triagem Maltipas Viimas Via em Massa Avaliagso Primaria ‘Manuienc3a da Via Aétea com Protesio Cervical Ventilacdoe Respiracso Giroalaggo com Controle de Hemorrania Disfungaa Neurol6gica Exposigdo/Controle de Ambiente Reanimagéo Via Aerea VentlagzoRespiracaa/Oxigenacio Greulagdoe Controle de Hemorragia Medidas Auxiliares & Avaliagao Primaria e Reanimacio Monitorasao electrocardioardfica Sondeas Urindria e Gisrce (utras Monitoragdes ames de Imagem e Outre Estudos Diagnbsticos Considerar a Necessidade de Transferencia do Doente Avaliagdo Secundaria Hista xame Fisico Medidas Aunil 2s & Avaliagéo Secundaria Reavaliacao ‘Tratamento Definitivo Desastre Registros e Consideracses Legais Registros Consentimento para Tratamento Evidncia Forense Resumo Bibliografia ae Avaliacao e Pre Om kee LNS Ao completar este capitulo 0 aluno estaré apto a ide aplicar os principios de atenclimento médico de urgéncia a doentes cam traumatismos multssistéricos. Especficamente ‘o médico devera ser capaz de CRI Identificar a sequéncia correta de prioridades no ‘atendimento inicial 20 doente com traumatismos multissistémicos. Aplicar 0s principios descritos na avaliacéo priméria fe na secundaria para o atendimento inicial ao doente com traumatismos multissistemicos. ‘Aplicar as normas e técnicas na reanimacgo inicial e nna fase de cuidados definitivos do tratamento do doente com traumatismos multisistémicos. Explicar de que maneira a histéria médica do doente © 0s mecanismos de trauma contribuem para a identificacao das lesoes. Antecipar as armadithas associadas com a avaliago inicial e 0 atendimento da vitima de trauma aplicar medidas para minimizar seu impacto. Conduzir a avaliacéo inicial de um doente simulado com traumatismos multissistémicos, usando a sequéncia correta de prioridades e explicando as ‘técnicas utilizadas para o tratamento primario € para a estabilizacao. 2 capiruto1 - a Introdugéo O tratamento de um doente vitima de trauma grave requer avaliagao ripida das lesbes e instituicao de medidas te rapéuticas de suporte de vida. Visto que o tempo ¢ essencial, € desejivel uma abordagem sistematizada, que possa ser facilmente revista e aplicada, Este processo é denominado “avaliagdo inicial”e inclu Preparagio © Triagem «© Avaliagdo priméria (ABCDEs) © Reanimagio © Medidas auxiliares avaliacao priméria e & reani magao © Considerar a necessidade de transferéncia do doente ‘© Avaliagdo secundiria (da cabeca aos pés)¢ histéria ‘© Medidas auxiliares a avaliagio secundéria ‘© Reavaliacio € monitorasio continuas apés a reani- magao # Tratamento definitivo 4s avaliagdes primaria e secundiia devem ser repetidas ‘com frequéncia, no intuito de detectar qualquer deterioracao no estado do doente e de identificar as medidas terapauticas € serem adotadas tao logo se descubra a mudanga ocorrida. Esta sequéncia € apresentada neste capitulo como uma progressio linear ou longitudinal de eventos. Na pritica clinica, muitas destasatividades ocorrem em paralelo ou si- rultaneamente. A progressso longitudinal oferece ao médico oportunidade de rever mentalmente o andamento de um processo teal de reanimagao de um doente traumatizado. s principios do ATLS® orientam a avaliaga0 e a reant magzo do doente treumatizado. necessétio o julgamento adequado para determina quais os procedimentos necessérios, pois nem todos os doentes necessitam a apli- cagao de todos esses procedimentos, » Preparagao Eicomo preparar uma transferéncia suave entre o ambiente pré-hospitalar e hospitalar? A preparacio ocorre em dois cendrios clinicos diferentes Primeiro, durante a fase pré-hospitalar, todos os eventos devem ser coordenados em conjunto com os médicos do hospital que itd receber o doente, Segundo, durante a fase ‘hospitalar,devem ser feitos 0s preparativos necessirios para facilitar uma répida reanimagio do doente traumatizado, Avaliagio e Atendimento Iniciais FASE PRE-HOSPITALAR entrosamento com a equipe de atendimento pré-hospita- lar pode agilizar de maneira sigificativa 0 tratamento no local do trauma, O sistema pré-hospitaar deve ser estrut: rado de tal maneira que o hospital que venha a receber 0 doente seja notifcado antes que o docnteseja removido pela equipe de resgate da cena do acidente, Desta forma, épossivel ‘a mobilizaao da “Equipe de Trauma” de modo que todos 0s recursos huumanos e materia necessirios ao atendimentoes- tejam presentes no servigo de emergéncia a chegada do dente Na fase préhospitalar deve ser dada énfase a ‘manutengao da via aérea, ao controle da hemorragia externa edo choque, a imobilizacao do doente€ ao transporte ime~ dliato ao hospital apropriado mais proximo, preferencial mente a um centro de trauma credenciado, Todo esforgo deve ser realizado para abreviar a permanéncia no local do acidente (ver Figura 1-1), Também, deve-se dar énfase & dobtengio € documentacao de informasBes necessdrias & triagem ao chegar ao hospital, (Por ex. hora do trauma, eventos relacionados ao trauma e histéria do doente). Os mecanismos da lesio podem sugerir a intensidade das Jesoes, assim como alertar para a ovorréncia de traumas es Pecificos, para 0s quais 0 doente deve ser avaliado. © Comité de Suporte de Vida Pré-Hospitalarem Trauma da Associagio Nacional de Técnicos de Fmergéncias Médi- «as, em cooperagio com 0 Comité de Trauma do Colégio Americano de Cirurgioes, desenvolveu um curso com for- mato semelhante ao curso ATLS que focaliza os aspectos do atendimento pré-hospitalar do doente traumatizado. FASE HOSPITALAR © planejamento antecipado a chegada do doente traumatizado ¢ essencial. Em condisdes ideais, uma érea secs wale ig goo seem 7 Marte de umm ocupants de mesmo + Hrte (parcial ou compicta) do veteuio PREPARACAO 25 aint 40 ou = 20 @ 20 em menor det ane de Scace) Una inetituten® que oterceer o raethor nivel Shatomicas da tease. BeesScidades acina do coraveto edo jocine. + Fravurapelviea = Toray nacido (retalho costal evel) 1 Fraturad de erdnio expostas WN aSilkos: = ¢ m (20 10) ‘Sinparsimonto. (anon = $m Gorey + Bauve de telometria do veicute 2 GAERSSSE 2 Sn ot) ow Sensisientancum tran do ao * ingrusao. ~ 30 em (12 pal), no Lado Go 7 SGktahels, etropetads, ou com WEipantes “sem Cid pod) smauniquer —_smpacto (32 Kinin [20mphD) Soka (ao mph ‘Conuttioracoes do Satema Taapriads mats proktmo, que dependendo do {Quango em buvida, Levar para um Centro, Touma) Figura 1-1 Esquema de Decisdo de Triagem no Local do Trauma. GCS = Escore de Coma de Glasgow; PA ressdo arterial; FR = frequéncia respiratoria. 3 4 capiruo1 « de reanimacao esté dispontvel para receber os doentes ‘raumatizacos, Equipamentos apropriados para a abor- dagem de via aérea (Iaringosc6pios, tubos, ete.) devem estar organizados, testados ¢ colocados de forma a estarem imediatzmente disponiveis. Solugées de ctistaldides aquecidas devem estar prontamente disponiveis para serem infandidas quando o doente chege. Também devem estar disponiveis equipamentos adequados de monitoracdo. Devem cxistir normas para a convocagao de mais médicos quando necessario. £ im. prescindivel que existam rotinas que assegurem uma resposta répida do pessoal de laborat6rio e de radiologia Em condigdes ideais, devem ser estabelecidos e estar em vigor acordos de transferéncia com um centro de trauma credenciado. # Ver Comité de Trauma do Colégio Ame- ricano de Cirurgides (ACS COT), Resources for Opti- mal Care of the Injured Patient, 2006. A revisio peti6dica da assisténcia prestada através de um processo de melhoria de qualidade € um componente essencial do programa de trauma do hospital. Toxlo o pessoal que esté em contato com o doente deve «star protegido contra doencas transmissiveis, Entre estas ddoengas, as mais signficativass40 as hepaites ea sindrome da imunodleficiencia adquirida (SIDA). © CDC (Centers for Disease Control and Prevention) e outras agéncias de sauide recomendam fortemente o uso de precaugbes padrao (indscara, protecao dos olhos, avental imper- ‘evel, perneiras,luvas) quando em contato com fluidos ‘organicos. 0 ACS COT considera que estas medidas slo as precaugoes minimas de protecao a todos os profissionais de satide. Nos USA estas medidas sao também uma fexigéncia da Occupational Safety and Health Administra~ tion (OSHA). * Triagem Atriagem envolvea clasificago dos doente deacordo com ‘tipo de tratamento necessirio eo recursos dsponiveis,O tratamento presad deve ser baseado nas prioridades ABC (Wia adr eprotecdo da coluna cervical, Respirasio, Circu- asia, gems abatzala da hemorrasia) como descrito poste riormente neste capitulo "A triagem também se aplica & classficaggo dos doentes no local ¢ a escolha do hospital para o qual 0 doente deverd ser transportado, £ de responsabilidade do pessoal pré-hospitalar e de seu diretor médico asse- gurar que 0 doente seja transportado para o hospital aptopriado, Por exemplo, é inadequado que 0 pessoal préospitilar’ transporte um doente’ gravemente traumatizado para um hospital nao especializado no tratamento do trauia quando um centra de trauma cst disponivel noutro hospital (ver Figura 1-1). Escala pré- hospitalares de trauma sto steis na identificacao dos doentes portadores de lesdes graves ¢ que devem ser transportados a centros de trauma 4H Ver Apéndice I Cenatios de Triagem e Apéndice C: Escala Peiatrica de ‘Trauma e Escala Revisada de Trauma, Ayaliago ¢ Atendimento Iniciais Habitualmente existem dois tipos de situagdes de ‘riagem: mnltiplas vitimas e vitimas em massa. MULTIPLAS ViTIMAS: Em incidentes com miltiplas itimas, o nimero de doentes a gravidade das lesdes nao excedem a capacidade de atendimento do hospital, Nesta situaga0, os doentes com risco de vida iminente ¢ os doentes com trauumatismos mul- tissistémicos serao atendiclos primeiro. O uso de protocolos de atencimento pré-hospitalare de orientagio médica a dis ‘éncia podem facilitar e melhorar o tratamento iniciado no local do trauma. £ essencial a revisao multidisciplinar pe- rlédica do atendimento prestado através de atividades de controle de qualidade. VITIMAS EM MASSA. Em eventos com vitimas em massa, 0 miimero de docntes € a gravidade das lesoes excedem a capacidade de atendimento da insttuigio e da equipe. Nesta situacao, os doentes com maiores possiblidades de sobrevida, cj atendimenta im pilica em menor gasto de tempo, de equipamentos, de re- cursos ede pessoa, serao atendidos primeito Bhriacio Primi Qual a maneira rapida e simples de avaliar um doente em 10 segundos? (Os doentes sao avaliados eas prioridades de tratamento sd «stabelecidas de acordo com suas lesoes, seus sinais viteis € mecanismo da lesio. Nos doentes com lesoes graves, deve ser estabelecida uma sequencia légica de tratamento de acordo com as prioridades e baseada na avaliagao geral do doente. As fungdes vitais do doente devem ser avaliadasré- pida e eficientemente. O tratamento do doente deve con- sistir de uma avaliacdo primaria répida, reanimayao das fungbes vitais, uma avaliagdo. secundéria_ mais. por- menorizada e, fnalmente, do inicio do tratamento defini- tivo, Este processo constitui o ABCDE dos cuidados do doentetraumatizado edentifica as condigoes que implicam em risco de vida através da seguinte sequéncia: A. Via aérea com protecao da coltna cervical B Ventilagdo e respiragao C Girculagso com controle da hemorragia D_Disfunsao neurologic, estado neurol6gico E_ Exposicao/controle do ambiente: despir completa mente o doente, mas prevenindo a hipotermia Durante a avaliagao primatia, as condigoes que impli- cam em isco de vida devem ser identificadas e seu trata mento deve er instituido simultaneamente, Neste capitulo, 05 procedimentos de avaliacioe tratamento sio priorizados ‘como etapas sequenciais em ordem de importincia, O ob- jetivo desta apresentacao sequencial étorn-las mais expl citas. Na pritica, contudo, estas etapas frequentemente so realizadas simultaneamente. ‘As prioridades de atendimento de um doente pediatrico sio as mesmas do adulio. Embora a quantidade de sangut, de liquidos e de medicamentos, © tamanho da crianga, o grau ea rapidez de perda de calor eo mecanismo do teauma possam diferi, a avaliagao eas prioridades assis- tenciais si0 as mesmas. 4 Os problemas especificos do doente pedistrico traumatizado sio abordados no Capitulo 10: Trauma Pedistrico. As prioridades na assistencia & mulher grivida sio semelhantes Squelas adotadas para a doente ngo gravida, éembora as peculiaridades anatomicasefisioligicasinerentes Aa gravidez possam modifcara resposta ao trauma, O pronto reconhecimento do estado gravidico, seja pela palpacto ab dominal, scja por testes de laborat6rio (gonadotrofina corignica humana, ou hCG) e a avaliacao precoce do feto, io medidas importantes paraa sobrevivéncia tanto da mae como do feto. ## Problemas espectficos da doente grévida sfo abordados no Capitulo 12: Trauma na Mulher. ‘Trauma € uma causa comum de morte no idoso, Com 0 aumento da idade as doengascareiovasculares¢o cancer Su petam a importincia do trauma como a principal causa de ‘morte. Guriosamente,o risco de morte para qualquer tipo de ‘trauma que resulte em escores de gravidade baixos ou mode- rados na escala conhecida como “Injury Severity Score” (ISS) maior pare o homem idoso do que para a mulher idosa A reanimacao de doentes idosos exige culdados especizis. © processo de envelhecimento reduz a reserva fisiol6gica [Doengas cénicas cardiacas, respiratrias e metabélicas podem comprometer a capacidade de resposta do doente idoso a0 ‘trauma, ao contrério do que acorre em doentesjovens quesd0 capazes de compensar a agressto fisioldgica imposta pelo trauma. Doengas associadas,tais como diabetes, insuficiéncia AVALIACAO PRIMARIA. 5 cardiaca congestiva, doenca coronariana, doenca restrtiva e obstrutiva pulmonar, coagulopatia, doenca hepatica edoenca vascular periféricaalém de serem mais comuns no idoso pre- judicam a evolugao apés 0 trauma, uso cronico de medica- ‘mentos pode alterar a resposta fisioldgica ao trauma, A existéncia de uma “janea terapeutica”esteita nesta populagdo de doentesfrequentementeacarretadistorgdesmna reanimagao {anto no sentido de excesso quanto de insuficéncia. Por isso, a monitoraeao invasiva precoce constit-se numa iniciativa valiosa em seu tratamento. A despeto destesfatos, a maioria dos docnies idosos se recupera eretorna a seu nivel usual de atividade independente, desde que atendidas adequadamente, ‘Uma reanimacio pronta e agressivae a identificagao precoce de doencas clinica pré-existentese do uso de medicamentos costumam aumentar a sobrevivéncia neste grupo de doentes 1 Ver Capitulo 11; Trauma Geriatrico, MANUTENCAO DA VIA AEREA COM PROTECAO. DA COLUNA CERVICAL Durante a avaliagao inicial do doente traumatizado, a via aérca deve ser avalinda em primeiro lugar para assegurar a sua permeabilidade. Esta rapida avaliagdo para identificar Sinais de obstructo da via aérea deve incluir 0 diagnéstico quanto a presenca de corpos estranhos e fraturas faciais, mandibulares ou traqueo-laringeas, que podem resultar em obstrucao da via aérea. Todas as manobras para estabelecer a permeabilidade da via area devem ser feitas com protegio di coluna cervical. Como medida inicial para permeabilizar avia aérea érecomendada a manobra de elevagao do mento (chin lift”) ou de tragao da mandibula “avy thrust” Seo doente consegue comunicar-se verbalmente,é poucn pprovivel quea obstrucio da via aérea represente um riscoime~ iato; no entanto, € prudente que a permeabilidade da via aérea sea avaliada a curtosintervalos ce tempo. Cabe enfati= zar que os doentes com trauma craniencefilico grave e re baixamento do nivel de consciéncia ou portadores de um escorena Escala de Coma de Glasgow (GCS) igual ou inferior a8 habitualmenteexigem o estabelecimento de uma via area definitiva. 0 achado de respostas motoras descoordenadas sugere fortementea necesidade de uma via aéreadefiitiva. O ‘tratamento da via aérea na crianga exige o conhecimento das pecularidades anatomicas da laringe da crianga, tanto n0 que dizrespeito a posigio quanto ao tamano eimplica no uso de cequipamento especial. g# Ver Capitulo 10: Trauma Peditrico, Durante avaliag40 ea manipulasio da via aérea grande ccuidado deve sertomado para evitar a movimentagao exces- siva da coluna cervical. cabesa e 0 pescogo do doente nao ddevem ser hiperextendidos, hiperfletidos ou rodados com 0 intuito de estabelecer ou manter uma via aérea permeivel. ‘Com base na historia do trauma, deve-se suspeitar da perda deestabilidade da coluna cervical. Um exame neurolégico iso- lado nao exclu uma lesio de coluna cervical A protesi0 da medula do doente deve ser feita e mantida com uso de dis- positives apropriados de imobilizac4o, Caso se faca necessiria a retitada temporaria do dispositivo de imabilizacao cervical, tum dos membros da equipe ce trauma deve encarregar-se de imobilizar manualmente a cabeca € 0 pescogo, mantendo-os alinhados (Figura 1-2). 6 capiTULO1 + ae! = i Ml Figura 1-2 Se 0s dispositivos de imobilizacao tiverem que ser removidos temporariamente, um dos membros da equipe de trauma deve estabi- lizar manualmente a cabeca e pescoco do doente utilizando técnicas de imobilizacao em linha. (0s dispositivos de imobilizasao usados para proteger a rmedula devem ser mantidos até que seja excluida uma lesio de coluna cervical. A protecao da coluna cervical e da ‘medula constitul o cerne desta etapa do tratamento. Uma vez que tenha sido encaminhado o tratamento dos proble- ‘mas que cologuem o doente em risco de vida imediato ou potencial, podem ser realizadas radiografias da coluna cer- ‘vical para confirmar ou excluir lesdes de coluna. Considere a existéncia de uma lesdo de coluna cervical em todo doente com traumatismos multissistemicos, especialmente nos doentes que apresentem nivel de consciéncia alterado ou traumatismo fechado acima da clavicula. g* Ver Capitulo 7: ‘Trauma Vertcbromedular. Todo esfarga deve ser feito para identificar sem demora ‘© comprometimento da via aérea e para assegurar uma via aérea definitiva. E importante também a identificagao da possibilidade de comprometimento progressivo da per- meabilidade da via aérea, A reavaliacao frequente & essen: ial para identficar e tratar os doentes que perdem a ‘capacidade de manter a via aérea permeavel. VENTILACAO E RESPIRACAO ‘A pecmeabilidade da via aérea, por si s6, nao significa ven- tilagio adequada, Uma troca adequada de gases & nnecessiria para que seja possivel a oxigenagio € a elimi nagao de dixido de earbono num grau maximo. Uma boa ventilagzo exige um funcionamento adequado dos pul- ‘es, da parcde tordcica e do diafragma. Cada compo: nents deve ser avaliado e examinado rapidamente. © térax do doente deve estar exposto para avaliar ade 4quadamente a excursdo da parede torécica, A ausculta deve ser realizada para seconfirmar ofluxo de at nos pulmoes. A ingpesao visual e a palpacao poderio detectar lesbes da parede do trax capazes de comprometer a ventilagao. A Avaliacao e Atendimento Iniciais a ‘@ Mesmo nas maos do médico mais prudente e aten- cioso, existem circunstancias_nas_quais a manutencao da permeabllidade da via aérea pode revestirse de dificuldades excepcionais ou, mesmo, ser impossivel. Por exemplo, com frequéncia n3o podem ser previstas falhas no equipamento como. @ queima da lampada do laringosc6pio, ou a rup- tura do balao do tubo endotraqueal que, 30 ser posicionado com dificuldade, é rasgado acidental- ‘mente nos dentes do doente durante a intubacao. ‘¢ Uma armadilha tragica resulta da Impossibilidade de intubagao de doente que recebeu drogas pa- ralisantes ou de doente cuja via aérea nao pode ser alcancada cirurgicamente de forma rapida em virtude de obesidade. © A intubacao endotraqueal de um doente com fratura_laringea nao identificada ou com ‘ransecgao incompleta da via aérea superior pode precipitar a oclusao total ou a transeccao completa da via aérea, Tals fatos podem ocorrer na auséncia de achados clinicos que sugiram problemas poten- ais da via aerea ou quando a urgéncia do quadro ‘exige medidas imediatas para garantir a via aérea ou a ventilacao. Estas armadilhas nao podem ser sempre evitadas, mas elas devem ser previstas para que possam ser ‘tomadias medidas capazes de minimizar seu impacto. percussio do tdrax no ambiente muidoso da dea de reani- magio pode ser de dificil execugao ou pode levara resulta- dos ndo confiveis, Asles6es que podem prejudicar deimediato a ventilacao 480 0 pneumot6rax hipertensivo, o t6rax instivel (retalho costal movel) com contusio pulmonar, 0 hemot6rax macigo €o pneumotdrax aberto. Tas lesies devem ser identificedas 1a avaliago primara, O hemotdrax ou 0 pneumotorax sim- ples as atures de cosclas eas contus6espulmonares podem Comprometer a ventlagio, mas em grau menor e sio habi- talmenteidentifcados na avaiag3o secundaria A diferenciagao entre problemas ventilatérios © obstrucao da via aérea pode ser dificil ‘© O doente pode apresentar-se profundamente dis- pnéico e taquipnéico, dando impressdo que seu problema mais importante decorra de uma via ‘area inadequada. Nessas circunstancias, quando © problema ventilatério & devido a um pneu- ‘motérax simples ou hipertensivo, a intubacao ea ventilacao vigorosa com pressao positiva podem levar ao agravamento das condicdes do doente, © No doente inconsciente, quando se torna necessério proceder a intubacéo e ventilacso, estes procedimentos podem revelar ou agravar um pheumotorax Portanto 0 torax do doente deve ser Feavaliado periodicamente, A radiografia de torax deve ser realizada tao logo seja possivel, depois da intubagao e do inicio da ventilacao. CIRCULACAO COM CONTROLE DA HEMORRAGIA (sfatores circulatorio a consierarinclvem o volume san- MMAAMLMAEITCTSSS guineo, débito cardiaco hemorragia Volume Sanguineo e Débito Cardiaco ‘A hemorragia éa principal causa de mortes pés-traumaticas evitiveis. A hipotensao em doentes traumatizados deve ser considerada como hipovolémica até prova em contrétio, Por- tanto, éessencial a avaliagao rapida e precisa do estado he- rmodinamico do doente traumatizado. Os elementos clinicos que oferecem informages importantes dentro de poucos se- ‘gundos sio o nivel de consciéncia, a cor da pele eo pulso. Nivel de consciéncia Quando o volume sanguineo esti diminuido, a perfusto cerebral pode estar criticamente preju- dicada, resultando em alteracio do nivel de consciéncia. Con- tudo, um doente consciente também pode ter perdido uma (quantidade significativa de sangue. CordaPele A corda pele pode serimportantena avaliagao de um doente traumatizado hipovolémico. Um doente traumatizado com pele de coloragio résea, especialmente na face e nas extremidades, raramente esta critcamente hipo- volémico. Ao contrério, a coloragéo acinzentada da face e pele esbranquigada das extremidades sao sinais evidentes de hipovolemia, Pulso Um pulso central de fécil acesso (femoral ow

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