Vous êtes sur la page 1sur 130

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INSTITUTO DE MATEMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA APLICADA

Análise de Erros de Métodos Discretos


para Problemas de Contorno em Malhas
Arbitrárias

por

Greice da Silva Lorenzzetti

Dissertação submetida como requisito parcial


para a obtenção do grau de
Mestre em Matemática Aplicada

Prof. Dr. Paulo Ricardo de Ávila Zingano


Orientador

Profa. Dra. Janaı́na Pires Zingano


Co-orientadora

Porto Alegre, 9 de junho de 2008.


ii

CIP - CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

Lorenzzetti, Greice da Silva

Análise de Erros de Métodos Discretos para Proble-


mas de Contorno em Malhas Arbitrárias / Greice da Silva
Lorenzzetti.—Porto Alegre: PPGMAp da UFRGS, 2008.

117 p.: il.

Dissertação (mestrado) —Universidade Federal do Rio


Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Matemática
Aplicada, Porto Alegre, 2008.
Orientador: Zingano, Paulo Ricardo de Ávila; Co-
orientadora: Zingano, Janaı́na Pires

Dissertação: Matemática Aplicada


malhas arbitrárias, análise de erros, métodos discretos
iii

Análise de Erros de Métodos Discretos


para Problemas de Contorno em Malhas
Arbitrárias
por

Greice da Silva Lorenzzetti

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em


Matemática Aplicada do Instituto de Matemática da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a
obtenção do grau de

Mestre em Matemática Aplicada


Linha de Pesquisa: Análise Numérica

Orientador: Prof. Dr. Paulo Ricardo de Ávila Zingano

Co-orientadora: Profa. Dra. Janaı́na Pires Zingano

Banca examinadora:

Prof. Dr. Álvaro Luiz de Bortoli


PPGMAp/IM/UFRGS-RS
Prof. Dr. Leonardo Prange Bonorino
PPGMAT/IM/UFRGS-RS

Prof. Dr. Oclide José Dotto


DEME/CCET/UCS-RS

Dissertação apresentada e aprovada em


9 de junho de 2008.

Profa. Dra. Maria Cristina Varriale


Coordenadora
iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que estiveram presentes comigo e fizeram parte


tão construtivamente desta etapa, acompanhando, direta ou indiretamente, todo o
processo de obtenção do grau de Mestre em Matemática Aplicada.

A Deus por ter posto em meu caminho professores maravilhosos, desde minha
infância e adolescência, com os quais despertei o gosto pela Matemática e aprendi,
principalmente, a ser persistente, dedicada e a acreditar em meus sonhos.

No Curso de Licenciatura Plena em Matemática da UCS, convivi com pro-


fessores exemplares, com os quais descobri um novo mundo. A Matemática que
naquela ocasião conheci, tornou meus dias mais coloridos e mais cheios de vida. Foi
onde deliciei-me com os diferentes sabores da Matemática e da Fı́sica. Estes profes-
sores estarão sempre guardados em meu coração por me terem propiciado momentos
inesquecı́veis, não só de aprendizados cientı́ficos, mas também de companheirismo,
incentivo e, principalmente, amizade.

Agradeço em especial aos sábios e respeitados conselhos do professor Dr. Oclide


José Dotto da UCS que, além de meu grande professor e orientador de iniciação
cientı́fica na graduação, foi, e sempre será, um grande amigo que incentivou e torceu
pelo meu desenvolvimento durante o Curso de Mestrado em Matemática Aplicada
do PPGMAp da UFRGS.

Aos excelentes professores da UFRGS que me acompanharam nesta etapa de


preenchimento de lacunas, de crescimento intelectual e, principalmente, crescimento
pessoal. Aos professores Doutores Jacques Aveline Loureiro da Silva, Leandro Farina
v

e Manuela Longoni de Castro, que sempre demonstraram-se dispostos a colaborar


em minha caminhada. Aos professores Doutores Paulo Ricardo de Ávila Zingano
e Janaı́na Pires Zingano que estiveram efetivamente presentes na realização deste
trabalho, com suas contribuições sábias e indispensáveis.

Por fim, aos pilares da minha vida, a famı́lia maravilhosa que, apesar da
distância nestes dois anos de curso, esteve constantemente presente em meus pen-
samentos e em meu coração. Tenho apenas motivos para agradecer pela forma
com que meus pais, Valdivino Pedro Lorenzzetti e Maria Leda da Silva Lorenzzetti,
cuidaram, criaram e amaram minha irmã Priscila da Silva Lorenzzetti e eu. Estes
são três exemplos de vida que sempre lutaram pelos seus sonhos, pensando na feli-
cidade de nossa famı́lia.

Deus presenteou-me com uma famı́lia linda, professores magnı́ficos e compe-


tentes, amigos e colegas com quem estudei incontáveis horas diárias e, para com-
pletar tamanha felicidade, colocou-me ao encontro do meu amor, André Augusto
Andreis, que sempre foi amoroso, compreensı́vel com meus estudos e incentivador
em minha caminhada.

Obrigada a todas estas pessoas que me acompanharam até aqui.

Obrigada de coração.
vi

Conteúdo

AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv

LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii

LISTA DE SIGLAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xii

ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xiii

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 MÉTODO MIMÉTICO DE SEGUNDA ORDEM - MIM02 . . . 6

2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de Primeira Ordem


para q(x) = 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.3 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de Primeira Ordem


para q(x) ≥ 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.4 Análise do Erro da Derivada de Segunda Ordem . . . . . . . . 32

2.5 Resultados Numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

3 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS DE SEGUNDA ORDEM


- FEM02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

3.2 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de Primeira Ordem


para q(x) = 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

3.3 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de Primeira Ordem


para q(x) ≥ 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

3.4 Análise do Erro da Derivada de Segunda Ordem . . . . . . . . 81

3.5 Resultados Numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
vii

BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
viii

Lista de Figuras

Figura 1 - Malha com os nodos xi , centro das células xi− 1 e comprimentos


2
Li− 1 e hi .
2

Figura 2a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para


o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Figura 2b - Representação gráfica dos erros de solução e derivada de primeira


ordem decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições de
contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Figura 2c - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Figura 3a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para


o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Neumann.

Figura 3b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Neumann.

Figura 4a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02


para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Robin.

Figura 4b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Robin.

Figura 5a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02


para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Neumann-Robin.

Figura 5b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Neumann-Robin.

Figura 6a - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Robin-Robin.

Figura 6b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Robin-Robin.

Figura 7 - Funções de base ϕ0 , ..., ϕi , ..., ϕN .


ix

Figura 8a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para


o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Figura 8b - Representação gráfica dos erros de solução e derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Figura 9a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para


o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Neumann.

Figura 9b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Dirichlet-Neumann.

Figura 10a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02


para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Robin.

Figura 10b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville
com condições de contorno de Dirichlet-Robin.

Figura 11a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02


para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Neumann-Robin.

Figura 11b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville
com condições de contorno de Neumann-Robin.

Figura 12a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02


para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Robin-Robin.

Figura 12b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville
com condições de contorno de Robin-Robin.

Figura 13a - Erro de solução do MIM02 para malhas uniforme e não-uniforme.

Figura 13b - Componente global do erro de solução do MIM02 para malha


não-uniforme.

Figura 14 - Erro de solução do FEM02 para malhas uniforme e não-uniforme.

Figura 15a - Erro de solução: MIM02 × FEM02.

Figura 15b - Erro de solução: MIM02 × FEM02.

Figura 16a - MIM02: Erro da derivada de 1a ordem.


x

Figura 16b - FEM02: Erro da derivada de 1a ordem.

Figura 17 - Erro da derivada de 1a ordem: MIM02 × FEM02.

Figura 18a - MIM02: Erro da derivada de 2a ordem.

Figura 18b - FEM02: Erro da derivada de 2a ordem.

Figura 19a - Erro da derivada de 2a ordem: MIM02 × FEM02.

Figura 19b - Erro da derivada de 2a ordem: MIM02 × FEM02.


xi

LISTA DE SIGLAS

CCET Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

DEME Departamento de Matemática e Estatı́stica

EDO Equação Diferencial Ordinária

FEM02 Método de Elementos Finitos de Segunda Ordem

(Finite Element Methods)

MIM02 Método Mimético de Segunda Ordem (Mimetic Methods)

PPGMAp Programa de Pós-Graduação em Matemática Aplicada

PPGMAT Programa de Pós-Graduação em Matemática

UCS Universidade de Caxias do Sul

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul


xii

RESUMO

Neste trabalho, examinamos detalhadamente um procedimento de análise, in-


troduzido em [21] e desenvolvido em [11] e [18], para a investigação dos erros em
malhas arbitrárias, decorrentes de métodos discretos (diferenças finitas e elemen-
tos finitos) de segunda ordem para problemas de Sturm-Liouville regulares, com
condições de contorno tipo Dirichlet, Neumann ou Robin (ou combinações destas).

Esta análise nos permite obter estimativas finas sobre erros de solução e deriva-
das de primeira e segunda ordens. Aplicamos o procedimento em detalhe para o
exame do método mimético discutido em [21] e do método de elementos finitos
considerado em [18] e [11] (método de Galerkin com elementos seccionalmente li-
neares). Em particular, fenômenos de supraconvergência em ambos os métodos são
observados e explicados facilmente a partir das estimativas desenvolvidas.
xiii

ABSTRACT

In the present work, we give a detailed discussion of the error analysis in-
troduced in [21], and further developed in [11] and [18], of 2nd-order discrete me-
thods (both finite-difference and finite element methods are considered here) for
one-dimensional Sturm-Liouville problems with separated boundary conditions of
Dirichlet, Neumann, or Robin type (or combinations of these).

Such an analysis yields very precise estimates for both solution and derivative
errors in the approximations. Application is given to the analysis of the mimetic
method discussed in [21], and the standard 2nd-order Galerkin method [18], [11]
with piecewise linear elements. In particular, supraconvergence effects are clearly
explained based on the estimates obtained by the theory.
1

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho, apresentamos detalhadamente um procedimento recentemente


desenvolvido em [11], [18], [21], de análise de erros para aproximações discretas do
problema de Sturm-Liouville
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (1.1)
dx dx
α0 u(a) − α1 u0 (a) = γa , (1.2)

β0 u(b) + β1 u0 (b) = γb , (1.3)

onde k(x), q(x) e f (x) são funções dadas suaves, com k(x) > 0, q(x) ≥ 0 em [a, b],
e α0 , α1 , β0 e β1 são constantes não negativas satisfazendo α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0
e α0 + β0 > 0, sendo γa e γb constantes arbitrárias. Sob tais condições, é bem sabido
que o problema acima tem uma única solução u(x), que em geral não pode ser obtida
na forma explı́cita.

Para obter os valores u(x), recorre-se tipicamente a aproximações v h obtidas


por métodos discretos como diferenças finitas ou elementos finitos, associados a ma-
lhas de pontos a = x0 < x1 < ... < xN −1 < xN = b em [a, b]. A questão fundamental
nestas aproximações é estimar corretamente o erro cometido, eh = v h − uh , onde
uh denota os valores exatos nos pontos da malha. Além disso, computada a apro-
ximação v h , pode-se obter a partir dela aproximações naturais para as derivadas de
u(x) se desejado (por exemplo, u0 (x) e u00 (x)), sendo de interesse estimar os erros
destas aproximações. A qualidade e comportamento dos inúmeros métodos discre-
tos disponı́veis pode variar grandemente, e pequenas (aparentemente) diferenças no
planejamento destes métodos pode acarretar grandes diferenças no desempenho re-
sultante.
2

De modo geral, no caso do problema (1.1), (1.2), (1.3) os métodos de elementos


finitos são referidos como aqueles produzindo os melhores resultados (comparados a
procedimentos alternativos de complexidade equivalente) [4], [19]. Ocasionalmente,
referências podem ser encontradas na literatura contestando tal afirmação [7], [8],
[14], [16], [17]. No caso dos métodos examinados no presente trabalho (MIM02 e
FEM02), pôde-se verificar a superioridade do uso de elementos finitos com relação
aos erros de solução eh , com a situação se invertendo para os erros de derivadas
(particularmente derivadas de segunda ordem) em malhas não uniformes. Esta clara
distinção torna-se possı́vel graças às estimativas obtidas para os diversos erros, sufi-
cientemente finas para descrever o comportamento dos métodos MIM02 e FEM02.

Para a análise dos erros, diversas técnicas podem ser utilizadas, com grau de
sucesso variável. Para métodos de diferenças finitas, os procedimentos tradicionais
consistem em examinar as equações discretas correspondentes,

Lh v h = f h , (1.4)

onde Lh é um operador discreto (linear) representando o problema (1.1), (1.2), (1.3)


acima, em termos do ”erro de truncamento”, dado por

L h uh = f h + τ h , (1.5)

onde uh representa a solução exata u(x) em determinados pontos da malha. Segue


então, por linearidade, que eh = v h − uh satisfaz o problema discreto

Lh eh = − τ h , (1.6)

de onde, em princı́pio, eh pode ser investigado. A equação (1.6) corresponde a um


sistema de equações algébricas lineares, com solução dada por

e h = − Gh τ h , Gh = L−1
h , (1.7)

onde Gh é o chamado operador de Green correspondente ao método discreto consi-


derado. Claramente, a investigação detalhada de Gh permite estimar eh adequada-
mente em muitos casos [15]. O exame mais simples da equação (1.7) pode ser
3

discutida do seguinte modo: introduzindo uma norma | · |h para medir eh , τ h , e


sendo k · kh a norma de operador associada, isto é,

k G kh = sup|v|h =1 | Gv |h , (1.8)

obtém-se de (1.7) que


| eh |h ≤ k Gh kh · | τ h |h , (1.9)

de modo que | τ h |h → 0 (isto é, (1.4) é consistente) ao h → 0 (isto é, ao se refinar


a malha) acarreta | eh |h → 0 (isto é, (1.4) é convergente) se k Gh kh se mantiver
limitada (isto é, (1.4) é estável ). Além disso, segue que eh tem pelo menos a ordem
de τ h . Em malhas uniformes, é comum ocorrer que eh e τ h tenham exatamente a
mesma ordem, e assim (1.9) descreve adequadamente o comportamento do erro eh .
Em malhas gerais, contudo, é comum eh ter ordem mais alta que τ h (isto é, (1.4) é
supraconvergente [12], [17], [20]), e (1.9) é pouco adequada neste caso. Mais ainda,
pode mesmo ocorrer | τ h |h 9 0 ao h → 0 e (1.4) ser convergente, a ponto de ser
competitivo com os métodos mais populares. Esta é a situação do método mimético
MIM02, cuja análise é apresentada no Capı́tulo 2.

No Capı́tulo 2, descrevemos o método mimético MIM02 para (1.1), (1.2), (1.3)


discutido em [8], [11], [18], [21] e analisamos detalhadamente suas propriedades de
convergência. Este método é dito mimético por ser escrito na forma

− D(k h · Gv h ) + q h · v h = f h , (1.10)

para projeções apropriadas k h , q h , f h de k(x), q(x), f (x) sobre a malha, e onde D


e G são operadores de diferenças satisfazendo
N
X N
X
wi (Gv)i hi = wN vN − w0 v0 − (Dw)i− 1 vi− 1 Li− 1 , (1.11)
2 2 2
i=0 i=1

para funções de malha wh = {wi , 0 ≤ i ≤ N } e v h = {vi− 1 , 0 ≤ i ≤ N + 1}


2

quaisquer, com Li− 1 = xi − xi−1 , hi = xi+ 1 − xi− 1 , a = x0 < x1 < ... < xN = b os
2 2 2
4

xi−1 +xi
pontos da malha, xi− 1 = 2
, x− 1 ≡ x0 e xN + 1 ≡ xN , imitando (e daı́ o termo
2 2 2

mimético) na forma discreta a propriedade fundamental (integração por partes)


Z b Z b
0
w(x) v (x) dx = w(b) v(b) − w(a) v(a) − w0 (x) v(x) dx, (1.12)
a a

válida para w(x), v(x) ∈ C 1 ([a, b]) quaisquer. Esta estrutura mimética é utilizada
em [8], [21] para estabelecer a convergência de MIM02 em malhas arbitrárias, sendo
mostrado que
| eh |2 = O(~), (1.13)

onde ~ é a medida de espaçamento da malha dado por


v
u N
uX
~ = t L3i− 1 , (1.14)
2
i=1

e | · |2 denota a norma euclidiana. Em [18], a análise foi modificada de modo a obter


o resultado de segunda ordem

1 00
ei− 1 = − u (xi− 1 ) L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (1.15)
2 8 2 2

com e0 = O(~2 ) e eN = O(~2 ), que corresponde ao comportamento exato


observado nos experimentos, em qualquer malha. A derivação de (1.15) é feita no
Capı́tulo 2 considerando primeiramente o caso q(x) = 0 (Seção 2.2 ), posteriormente
estendido a q(x) ≥ 0 na Seção 2.3. Antes de obter (1.15), é necessário estimar os
erros de derivada E = Gv − u0 , que satisfazem

Ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N. (1.16)

No Capı́tulo 3, o mesmo tipo de análise é desenvolvida em detalhe para o estudo


dos erros de aproximação no caso do método de Galerkin com elementos triangulares,
FEM02 [19]. Na Seção 3.1, revisamos a construção do FEM02 seguindo [19], e a
seguir iniciamos a análise de erros seguindo a mesma marcha do capı́tulo precedente,
examinando os erros eh (erro de solução) e E h (erro da derivada de primeira ordem)
inicialmente no caso mais fácil q(x) = 0 (Seção 3.2 ), e utilizando estes resultados
5

para investigar o caso q ≥ 0 (Seção 3.3 ). Na Seção 3.4, mostramos que os erros da
derivada de segunda ordem satisfazem estimativas de primeira ordem apenas (em
malhas não suaves),
µ ¶
1 ki0 00 1 000 ³ ´
Ei = ui + ui Li+ 1 − Li− 1
6 ki 3 2 2
(1.17)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) 2
+ O(~ ), 1 ≤ i ≤ N − 1,
2 2

em contraste com MIM02. Vários experimentos numéricos são apresentados na


Seção 3.5, confirmando os resultados teóricos integralmente.

Finalmente, no Capı́tulo 4, fazemos considerações finais a respeito dos dois


métodos, comparando seu desempenho a partir dos resultados teóricos e ilustrando
com experimentos numéricos.
6

2 MÉTODO MIMÉTICO DE SEGUNDA


ORDEM - MIM02

2.1 Introdução

Consideremos o problema regular de Sturm-Liouville com condições de con-


torno separáveis,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (2.1)
dx dx
α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , (2.2)

β0 u(b) + β1 k(b) u0 (b) = γb , (2.3)

com γa e γb constantes quaisquer, α0 , α1 , β0 e β1 constantes dadas satisfazendo α0 ,


α1 , β0 , β1 ≥ 0, α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0 e α0 + β0 > 0, e onde k(x), q(x) e f (x) são
funções suaves dadas, com k(x) > 0 e q(x) ≥ 0 para todo x no intervalo [a, b].

Para a discretização de (2.1), (2.2), (2.3), criemos uma malha arbitrária no


intervalo [a, b], com N + 1 pontos a = x0 < x1 < ... < xN −1 < xN = b, chamados
nodos, que dividem [a, b] em N subintervalos [xi−1 , xi ], ou células, com comprimento
Li− 1 = xi − xi−1 , cujo centro é denotado por xi− 1 , 1 ≤ i ≤ N 1 . Convenientemente,
2 2

assumamos que x− 1 ≡ 0, L− 1 ≡ 0, xN + 1 ≡ xN , LN + 1 ≡ 0, e associemos cada


2 2 2 2

comprimento local entre os centros, com hi := xi+ 1 − xi− 1 , isto é,


2 2

Li− 1 + Li+ 1
hi := 2 2
, 0 ≤ i ≤ N. (2.4)
2

Esta notação para os diversos pontos de malha e comprimentos é ilustrada na


Fig. 1.

1
Esta notação provém de [7] e [16].
7

Figura 1 - Malha com os nodos xi , centro das células xi− 1


2

e comprimentos Li− 1 e hi .
2

Finalmente, construamos o conjunto dos centros das células C = {xi− 1 : 1 ≤


2

¯ S
i ≤ N }, o conjunto estendido C = C {x0 , xN }, o conjunto dos nodos da malha
N = {xi : 0 ≤ i ≤ N }, e os espaços correspondentes das funções de malha

HC = {w : C → R}, HC¯ = {w : C¯ → R}, HN = {w : N → R}, (2.5)

e projeções PC : C 0 ([a, b]) → HC , PC¯ : C 0 ([a, b]) → HC¯, PN : C 0 ([a, b]) → HN , que
podem ser dadas por valores pontuais, médias nas células, etc. Como nossas funções
são suaves, será irrelevante se usarmos valores pontuais ou valores médios, e vamos
tomar PC (w)i− 1 = PC¯(w)i− 1 = w(xi− 1 ), 1 ≤ i ≤ N , PC¯(w)0 = w(x0 ), PC¯(w)N =
2 2 2

w(xN ), e PN (w)i = w(xi ), 0 ≤ i ≤ N , usando também wi , wi− 1 , para denotar os


2

valores pontuais w(xi ), w(xi− 1 ), e similarmente wi0 0 00


= w (xi ), wi− 00
1 = w (xi− 1 ), e
2 2 2

assim por diante, desde que w seja suficientemente suave.

Dados os pontos sobre a malha xi , xi− 1 , definamos dois operadores naturais


2

de diferenças finitas: a derivada primeira discreta D : HN → HC (“divergente


discreto”) dada por

wi − wi−1
(Dw)i− 1 = , 1 ≤ i ≤ N, (2.6)
2 Li− 1
2

aplicada a uma função nodal arbitrária w ∈ HN , e derivada segunda discreta


G : HC¯ → HN (“gradiente discreto”) dada por
zi+ 1 − zi− 1
(Gz)i = 2 2
, 0 ≤ i ≤ N, (2.7)
hi
8

agindo nas funções z ∈ HC¯. Nosso esquema de diferenças para (2.1) consiste em
encontrarmos a função de malha v h (aproximação obtida para a solução u, ou seja,
projeção uh de u sobre a malha), que satisfaz o problema discreto análogo,

−D(k · Gv h ) + q · v h = f, (2.8)

onde k = PN (k), q = PC (q) e f = PC (f ) são as projeções de k, q, f em (2.1) para os


espaços de funções discretas HN e HC , respectivamente, e · indica a multiplicação
ponto a ponto. Aqui, v0 e vN denotam os valores de v h para os nodos x0 = a e xN = b.

Usando (2.6) e (2.7) na equação (2.8), chegamos ao método numérico MIM02


(método mimético de segunda ordem),
µ ¶
ki−1 ki−1 ki ki
− v 3 + + + qi− 1 Li− 1 vi− 1 − v 1 = Li− 1 fi− 1 ,
hi−1 i− 2 hi−1 hi 2 2 2 hi i+ 2 2 2

(2.9)
onde vi− 1 , com 1 ≤ i ≤ N , são os valores de v h , e ki , qi− 1 , fi− 1 são os valores
2 2 2

pontuais ki = k(xi ), qi− 1 = q(xi− 1 ) e fi− 1 = f (xi− 1 ).


2 2 2 2

Matematicamente, (2.8) é nada mais que um sistema de equações lineares


algébricas, trivialmente resolvı́vel em comparação com o problema original. De
interesse fundamental aqui são os erros cometidos, eh ∈ HC¯ (”erro de solução”),
E h ∈ HN (”erro de gradiente”), e Eh ∈ HC¯ (”erro da derivada de segunda ordem”),
¡ ¢ h ³ 2 ´
definidos por eh = v h − PC¯(u), E h = Gv h − PN dudx
, E = D(Gv h
) − P d u
C¯ dx2 ,

isto é,
ei− 1 = vi− 1 − u(xi− 1 ), 0 ≤ i ≤ N + 1, (2.10)
2 2 2

vi+ 1 − vi− 1
Ei = (Gv h )i − u0 (xi ) = 2 2
− u0 (xi ), 0 ≤ i ≤ N, (2.11)
hi
9

Ei = D(Gv h )i− 1 − u00 (xi− 1 )


µ 2 1 2

1 v i+ 2 − v 1
i− 2 vi− 1 − vi− 3
= − 2 2
− u00 (xi− 1 ), 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 hi hi−1 2
2

(2.12)

Existe uma importante quantidade que está intimamente ligada aos erros de
solução, eh , e de derivada, E h , que é o chamado erro de truncamento, ou de dis-
cretização, τ (u) ∈ HC . Substituindo v h por uh em (2.8), obtemos

−D(k · Guh ) + q · uh = f + τ (u), (2.13)

onde uh = PC (u). Subtraindo (2.13) de (2.8), obtemos a seguinte expressão

−D(k · Geh ) + q · eh = − τ (u). (2.14)

Pelo esquema numérico (2.9), podemos reescrever a equação (2.13) como


µ ¶
ki−1 ki−1 ki
τ (u)i− 1 Li− 1 = − u 3 + + + qi− 1 Li− 1 ui− 1
2 2 hi−1 i− 2 hi−1 hi 2 2 2

ki
− u 1 − Li− 1 fi− 1 , (2.15)
hi i+ 2 2 2

que implica
µ ¶
Li− 1
k xi− 1 − 2 Ã !
2 2 Li− 1 + Li− 3
τ (u)i− 1 Li− 1 = − u xi− 1 − 2 2
2 2 hi−1 2 2
 µ Li− 1
¶ µ
Li− 1
¶ 
 k xi− 2 − 2 k xi− 1 +
2 2
1
2 2 ³ ´  ³ ´

+  + + q xi− 1 Li− 1  u x
hi−1 hi  2
i− 1
2 2

µ ¶
Li− 1
k xi− 1 + 2 Ã !
2 2 Li− 1 + Li+ 1 ³ ´
− u xi− 1 + 2 2
− Li− 1 f xi− 1 .
hi 2 2 2 2

(2.16)
10

Li− 1 +Li− 3 Li− 1 +Li+ 1


Lembrando que hi−1 = 2
2
2
e hi = 2
2
2
, e utilizando as seguintes
expansões de Taylor no ponto xi− 1 ,
2

à !
Li− 1 1 0 1 00 2
k xi− 1 − 2
= ki− 1 − ki− 1 Li− 1 + ki− 1 L
i− 12
+ O(L3i− 1 ), (2.17)
2 2 2 2 2 2 8 2 2

à !
Li− 1 1 0 1 00 2
k xi− 1 + 2
= ki− 1 + ki− 1 Li− 1 + ki− 1 L
i− 12
+ O(L3i− 1 ), (2.18)
2 2 2 2 2 2 8 2 2

à !
Li− 1 + Li− 3 1 00
u xi− 1 − 2 2
= ui− 1 − u0i− 1 hi−1 + u 1 h2
2 2 2 2 2 i− 2 i−1 (2.19)
1 000
− ui− 1 h3i−1 + O(L4i− 1 ) + O(L4i− 3 ),
6 2 2 2
à !
Li− 1 + Li+ 1 1 00
u xi− 1 + 2 2
= ui− 1 + u0i− 1 hi + ui− 1 h2i
2 2 2 2 2 2
(2.20)
1
+ u000 1 h
3
+ O(L4i− 1 ) + O(L4i+ 1 ),
6 i− 2 i 2 2

obtemos,
µ ¶
hi−1 + hi
τ (u)i− 1 Li− 1 = − ki− 1 u00i− 1
2 2 2 2 2
1
− K 1 u000 1 (h2 − h2i−1 )
6 i− 2 i− 2 i
1 0 00 (2.21)
− Ki− 1 u
i− 12
(Li− 1 hi − Li− 1 hi−1 )
4 2 2 2

0 0
− Ki− 1 u
i− 1
Li− 1 + qi− 1 ui− 1 Li− 1 − Li− 1 fi− 1
2 2 2 2 2 2 2 2

+ O(L3i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L3i+ 1 ).


2 2 2

Como −k(x)u00 (x) − k0 (x)u0 (x) + q(x)u(x) − f (x) = 0, temos que o erro de trunca-
mento para o método mimético é dado por
à !
hi + hi−1
τ (u)i− 1 = ki− 1 u00i− 1 1 −
2 2 2 2Li− 1
2

1 − h2i h2i−1
− Ki− 1 u000
i− 12
6 2 Li− 1 (2.22)
2
1 0
− Ki− 1 u00i− 1 (hi − hi−1 )
4 2 2

+ O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N,


2 2 2
11

desde que k ∈ C 3 ([a, b]) e u ∈ C 4 ([a, b]).

Como visto anteriormente, subtraindo (2.13) de (2.8), obtemos

−D(k · Geh ) + q · eh = − τ (u), (2.23)

onde eh é determinado por τ (u) através da equação linear Lh eh = −τ (u). Disto,


eh = −Gh τ (u), onde Gh = L−1
h é o operador de Green discreto associado a (2.8).

Tratemos agora do problema algébrico. Já vimos que o erro eh = v h − uh


satisfaz a equação algébrica Lh eh = −τ (u), onde Lh é dado por (2.14), isto é,
Lh = L−1
h Ah , com Lh = diag{L 1 , L 3 , ..., LN − 1 } e Ah = Ah (q), dada por
2 2 2

 
[q]
a1 −c1 0 · · · 0 0
 2 
 [q] 
 −c1 a3 −c2 · · · 0 0 
 
 2

 0 −c2
[q]
a5 · · · 0 0 
 
 2 
 · · · · · · 
 
Ah (q) =  , (2.24)
 · · · · · · 
 
 
 · · · · · · 
 
 
 0 0 0 · · ·
[q]
aN − 3 −cN −1 
 
 2 
[q]
0 0 0 · · · −cN −1 aN − 1
2

onde

ki
ci = , 0 ≤ i ≤ N, (2.25)
hi
[q]
ai− 1 = ci−1 + ci + qi− 1 Li− 1 , 1 ≤ i ≤ N. (2.26)
2 2 2

Em particular, eh resolve a equação Ah (q)eh = ~b(u), com ~b(u) = −Lh τ (u),


isto é,
b(u)i− 1 = − Li− 1 τ (u)i− 1 , 1 ≤ i ≤ N. (2.27)
2 2 2
12

Reduzindo Ah (q)eh = ~b(u) à forma triangular superior pela eliminação Gaus-


~
siana, obtemos Âh (q)eh = b̂(u), onde Âh (q) é a matriz triangular
 
[q]
â 1 −c1 0 · · · 0 0
 2 
 [q] 
 0 â 3 −c2 · · · 0 0 
 
 2

 0 0 â
[q]
· · · 0 0 
 5 
 2 
 · · · · · · 
 
Âh (q) =  , (2.28)
 · · · · · · 
 
 
 · · · · · · 
 
 
 0 0 0 · · · âN − 3 −cN −1 
[q]
 
 2 
[q]
0 0 0 · · · 0 âN − 1
2

com
[q] [q]
âi− 1 = θi−1 ci−1 + ci + qi− 1 Li− 1 , 1 ≤ i ≤ N, (2.29)
2 2 2

[q] [q] [q]


onde θ0 = 1 e θ1 , θ2 ,... são quantidades positivas computadas recursivamente
pela fórmula
[q]
[q]
ci−1 θi−1 + qi− 1 Li− 1
θi = [q]
2 2
, 1 ≤ i ≤ N − 1. (2.30)
ci−1 θi−1 + ci + qi− 1 Li− 1
2 2

1 1 1
Quando q(x) = 0, temos que [0] = ci
+ [0] para cada i ≥ 1, o que resulta
ci θi ci−1 θi−1
em
i−1
X Xi
1 1 1 hl
[0]
= + = , (2.31)
ci θi ci l=0
cl l=0
kl
enquanto que, para q(x) ≥ 0,

Xi
1 hl
[q]
≤ . (2.32)
ci θi l=0
k l

[q]
Os coeficientes θi são também usados para computar o vetor b̂(u) ∈ HC , dado
por
i
X [q]
θi−1 ci−1 [q]
b̂(u)i− 1 = [q]
νij b(u)j− 1 , 1 ≤ i ≤ N, (2.33)
j=1 θj−1 cj−1
2 2
13

[q]
com νii = 1 para 1 ≤ i ≤ N e
i−1
Y [q]
[q] θl−1 cl−1
νij = [q]
, 1 ≤ j ≤ i − 1, 2 ≤ i ≤ N. (2.34)
l=j θl−1 cl−1 + ql− 1 Ll− 1
2 2

Daı́ obtemos, em particular, o bem conhecido resultado que, para q(x) ≥ 0,


todos os N 2 elementos de A−1
h , e os operadores de Green Gh , são positivos. Além

disso, esse resultado permanece válido para qualquer q(x) limitada em [a, b], desde
que a malha seja suficientemente fina. Temos também o seguinte lema,
³ ´
[q]
Lema 2.1. Se b̂ = b̂ 1 , b̂ 3 , ..., b̂N − 1 ∈ HC é tal que | b̂i− 1 |≤ θi−1 ci−1 Γ para
2 2 2 ³ 2 ´
algum Γ > 0 e todo 1 ≤ i ≤ N , então a solução v = v 1 , ..., vN − 1 ∈ HC de
2 2

Âh (q)v = b̂ satisfaz a estimativa | vi− 1 |≤ Γ para todo 1 ≤ i ≤ N , desde que


2

q(x) ≥ 0 em [a, b], ou, para q(x) qualquer, que a malha seja suficientemente fina.

Demonstração. Para i = N , temos


b̂N − 1 b̂N − 1
vN − 1 = [q]
2
= [q]
2
, (2.35)
2
âN − 1 θN −1 cN −1 + cN
2

|b̂N − 1 |
tal que | vN − 1 |≤ [q]
2
≤ Γ por hipótese. Do mesmo modo,
2 θN −1 cN −1

b̂N − 3 cN −1
vN − 3 = [q]
2
+ [q]
vN − 1 , (2.36)
2
âN − 3 âN − 3 2

2 2

de maneira que
[q]
θN −2 cN −2 | b̂N − 3 | cN −1
| vN − 3 | ≤ [q] [q]
2
+ [q]
| vN − 1 |≤ Γ,
2
θN −2 cN −2 + cN −1 θN −2 cN −2 θN −2 cN −2 + cN −1 2

(2.37)
e assim sucessivamente com i = N − 2, N − 3, ..., 1.

Notemos de passagem que, quando q(x) ≥ 0, do Lemma 2.1 e de (2.31), (2.32),


(2.33) e (2.34), obtemos
| Gh v |sup (b − a)2
k Gh k∞ = supv∈HC , v6=0 ≤ (2.38)
| v |sup m0 (k)
em qualquer malha, onde m0 (k) é o valor mı́nimo m0 (k) = min{k(x) : a ≤ x ≤ b}.
14

2.2 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de


Primeira Ordem para q(x) = 0

Consideremos o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de


Dirichlet em x = a e x = b,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (2.39)
dx dx
α0 u(a) = γa , β0 u(b) = γb , (2.40)

onde γa e γb são constantes dadas, α0 > 0, β0 > 0, k(x) ∈ C 3 ([a, b]), q(x) ∈
C 2 ([a, b]), f (x) ∈ C 2 ([a, b]), k(x) > 0 em [a, b], q(x) ≥ 0 em [a, b] e u(x) ∈ C 4 ([a, b]).
Na verdade, de acordo com [21], podemos supor que
1
q(x) > − Rb , x ∈ [a, b]. (2.41)
1
(b − a) a k(t)
dt

A discretização desse problema pelo método mimético de diferenças finitas é


dada por,
µ ¶
ki−1 ki−1 ki ki
− v 3 + + vi− 1 − v 1 = Li− 1 fi− 1 , (2.42)
hi−1 i− 2 hi−1 hi 2 hi i+ 2 2 2

γa γb
v− 1 ≡ v0 = , v N + 1 ≡ vN = . (2.43)
2 α0 2 β0

Em primeiro lugar, estimemos a quantidade Geh . Como Lj− 1 (D(k ·Geh ))j− 1 =
2 2
h h
kj (Ge )j − kj−1 (Ge )j−1 , podemos escrever
N
X
h h
ki (Ge )i = kN (Ge )N − Lj− 1 (D(k · Geh ))j− 1 , (2.44)
2 2
j=i+1

para 0 ≤ i ≤ N , de onde obtemos, usando (2.14) e admitindo q(x) = 0,


N
X
h h
ki (Ge )i = kN (Ge )N − Lj− 1 τ (u)j− 1 , 0 ≤ i ≤ N, (2.45)
2 2
j=i+1

onde o erro de truncamento τ (u) é dado por (2.22), o que nos leva a
N
X
Lj− 1 τ (u)j− 1 = J1 (h) + J2 (h) + J3 (h) + O(~2 ), (2.46)
2 2
j=i+1
15

onde
N
X µ ¶
hj−1 + hj
J1 (h) = kj− 1 u00j− 1 Lj− 1 − , (2.47)
j=i+1
2 2 2 2
N
1 X ¡ 2 ¢
J2 (h) = − kj− 1 u000
j− 21 h j − h 2
j−1 , (2.48)
6 j=i+1 2

N
1 X 0
J3 (h) = − k 1 u00 1 L 1 (hj − hj−1 ) , (2.49)
4 j=i+1 j− 2 j− 2 j− 2
qP
N
com ~ sendo a medida de espaçamento de malha definida por ~ = j=1 L3j− 1 .
2

Li− 1 +Li+ 1
Agora, como hi = 2
2
2
,

1 X
N ³³ ´ ³ ´´
J1 (h) = − w 1 Lj+ 1 − Lj− 1 − Lj− 1 − Lj− 3 , (2.50)
4 j=i+1 j− 2 2 2 2 2

onde w(x) := k(x) u00 (x). Esta equação pode ser reescrita na forma

1 X ³ ³ ´ ³ ´´
N
J1 (h) = − wj Lj+ 1 − Lj− 1 − wj−1 Lj− 1 − Lj− 3
4 j=i+1 2 2 2 2

1 X ³ ´ ³ ´
N
+ wj − wj− 1 Lj+ 1 − Lj− 1 (2.51)
4 j=i+1 2 2 2

1 X ³ ´ ³ ´
N
+ wj− 1 − wj−1 Lj− 1 − Lj− 3 .
4 j=i+1 2 2 2

³ ´ Lj− 1 ³ ´
0
Observemos que wj − wj− 1 = wj− 1 2
2
+ O(L2j− 1 ), wj− 1 − wj−1 =
2 2 2 2
Lj− 1
0
wj− 1 2
2
+ O(L2j− 1 ), LN + 1 ≡ 0, L− 1 ≡ 0, xN + 1 ≡ xN = b e x− 1 ≡ x0 = a. Além
2 2 2 2 2 2
16

disso, temos séries telescópicas, o que nos leva ao seguinte resultado,


1 ³ ³ ´ ³ ´´
J1 (h) = − wN 0 − LN − 1 − wi Li+ 1 − Li− 1
4 2 2 2

1 X 0 ³ ´
N
+ wj− 1 Lj+ 1 Lj− 1 − L2j− 1
8 j=i+1 2 2 2 2

1 X 0 ³ 2 ´
N
+ wj− 1 Lj− 1 − Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 ) (2.52)
8 j=i+1 2 2 2 2

1 1 ³ ´
= wN LN − 1 + wi Li+ 1 − Li− 1
4 2 4 2 2

1 X ³ 0 ´
N
0
+ wj− 1 Lj+ 1 Lj− 1 − wj− 1 Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 ).
8 j=i+1 2 2 2 2 2 2

0 0 0 0
Como wj− 1 = wj + O(Lj− 1 ), e também w
j− 1
= wj−1 + O(Lj− 1 ), temos
2 2 2 2

1 1 ³ ´
J1 (h) = wN LN − 1 + wi Li+ 1 − Li− 1
4 2 4 2 2

1 X ³ 0 ´
N
0
+ wj Lj+ 1 Lj− 1 − wj−1 Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 )
8 j=i+1 2 2 2 2
(2.53)
1 1 ³ ´
= wN LN − 1 + wi Li+ 1 − Li− 1
4 2 4 2 2

1 0 1 0
+ wN LN + 1 LN − 1 − wi Li+ 1 Li− 1 + O(~2 ).
8 2 2 8 2 2

Como w(x) = k(x)u00 (x), e portanto w0 (x) = k(x)u000 (x) + k0 (x)u00 (x), segue
que
1 1 ³ ´
00 00
J1 (h) = kN uN LN − 1 + ki ui Li+ 1 − Li− 1
4 2 4 2 2
(2.54)
1 0 000
− (k u + ki0 u00i ) Li+ 1 Li− 1 + O(~2 ).
8 i i 2 2
17

Similarmente, considerando w̃(x) := k(x)u000 (x), w̃j− 1 = w̃j + O(Lj− 1 ) e


2 2

w̃j− 1 = w̃j−1 + O(Lj− 1 ), obtemos


2 2

N
1 X ¡ 2 ¢
J2 (h) = − kj− 1 u000
j− 1 hj − h2j−1
6 j=i+1 2 2

1 X ³ ´
N
= − w̃j− 1 h2j − w̃j− 1 h2j−1
6 j=i+1 2 2

N
1 X ¡ ¢ (2.55)
= − w̃j h2j − w̃j−1 h2j−1 + O(~2 )
6 j=i+1
1 ¡ ¢
= − w̃N h2N − w̃i h2i + O(~2 )
6
³ ´2
2
1 LN − 1 1 Li− 1 + Li+ 1
+ O(~2 ).
2 2
= − w̃N 2
+ w̃i
6 4 6 4

Logo,

1 1 ³ ´2
J2 (h) = − kN u000
N L2
1
N− 2
+ k i u 000
i L 1 + L
i− 2 1
i+ 2 + O(~2 ). (2.56)
24 24

Finalmente, para ŵ(x) = k0 (x)u00 (x), temos


N
1 X 0
J3 (h) = − k 1 u00 1 L 1 (hj − hj−1 )
4 j=i+1 j− 2 j− 2 j− 2
N
à !
1 X 0 Lj+ 1 − L
j− 3
= − k 1 u00 1 L 1 2 2
(2.57)
4 j=i+1 j− 2 j− 2 j− 2 2

1 X ³ ´
N
= − ŵj− 1 Lj+ 1 Lj− 1 − Lj− 1 Lj− 3 ŵj− 1 .
8 j=i+1 2 2 2 2 2 2

Usando expansões de Taylor para ŵ(x) temos que ŵj− 1 = ŵj + O(Lj− 1 ), ou
2 2

também, ŵj− 1 = ŵj−1 + O(Lj− 1 ), o que nos leva a


2 2

1 X ³ ´
N
J3 (h) = − ŵj Lj+ 1 Lj− 1 − ŵj−1 Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 )
8 j=i+1 2 2 2 2
(2.58)
1 ³ ´
= − ŵN LN + 1 LN − 1 − ŵi Li+ 1 Li− 1 + O(~2 ).
8 2 2 2 2
18

Lembrando que LN + 1 = 0, segue que


2

1
J3 (h) = ŵi Li+ 1 Li− 1 + O(~2 ), (2.59)
8 2 2

ou seja,
1 0 00
J3 (h) = k u L 1 L 1 + O(~2 ). (2.60)
8 i i i+ 2 i− 2

Portanto, de (2.46) e (2.54), (2.56), (2.60), obtemos


N
X 1 1
Lj− 1 τ (u)j− 1 = kN u00N LN − 1 − kN u000 2
N LN − 1
j=i+1
2 2 4 2 24 2

1 ³ ´ (2.61)
00
+ ki ui Li+ − Li− 1 1
4 2 2

1 ³ ´
+ ki u000
i L2
i− 12
+ L 2
i+ 12
− L 1
i− 2 L 1
i+ 2 + O(~2 ).
24

Computemos eN − 1 por eliminação Gaussiana em (2.14). Resolvendo Ah (0)eh =


2
[q]
−Lh τ (u) para eN − 1 , obtemos, a partir de Ah (q) com q(x) = 0, b(u)i− 1 , Âh (q), âi− 1 ,
2 2 2
[q]
b̂(u)i− 1 , νij apresentados anteriormente, que
2

N
X [0]
b̂N − 1 1 θN −1 cN −1 [0]
eN − 1 = [0]
2
= [0] [0]
νN j b(u)j− 1 , (2.62)
2
âN − 1 θN −1 cN −1 + cN j=1 θj−1 cj−1 2

[0] QN −1 [0]
θl−1 cl−1
com νN j = l=j [0] , 1 ≤ j ≤ N − 1, o que resulta em
θl−1 cl−1

[0] N
X
θN −1 cN −1 1
eN − 1 = − [0] [0]
Lj− 1 τ (u)j− 1 , (2.63)
2
cN + θN −1 cN −1 j=1 θj−1 cj−1 2 2

ki 1
Pj hl
onde ci = hi
e [0] = l=0 kl , com 0 ≤ j ≤ N . É conveniente introduzirmos Ij ,
cj θj
0 ≤ j ≤ N,
j
X hl
Ij := . (2.64)
l=0
k l
19

PN hl Rb 1
Em particular, IN = l=0 kl é dado pela aproximação trapezoidal a k(x)
dx,
Rb 1 2
tal que IN = a k(x) dx + O(~ ). Agora,

[0] 1
θN −1 cN −1 1 cN
[0]
= cN = 1 1
cN + θN −1 cN −1 1 + [0] cN
+ [0]
θN −1 cN −1 θN −1 cN −1
(2.65)
hN hN hN
kN k kN
= PN −1 = PN N hl = ,
hN
kN
+ l=0
hl
kl l=0 kl
IN

isto é,
[0]
θN −1 cN −1 hN
[0]
= . (2.66)
cN + θN −1 cN −1 kN IN

Por outro lado, da fórmula (2.22) para o erro de truncamento e q(x) = 0,


temos
N
X 1
[0]
Lj− 1 τ (u)j− 1 = Jˆ1 (h) + Jˆ2 (h) + Jˆ3 (h) + O(~2 ), (2.67)
j=1 θj−1 cj−1 2 2

onde
N
X µ ¶
hj + hj−1
Jˆ1 (h) = Ij−1 Kj− 1 u00j− 1 Lj− 1 − , (2.68)
j=1
2 2 2 2
N
ˆ 1 X ¡ 2 ¢
J2 (h) = − Ij−1 Kj− 1 u000
j− 12
hj − h2j−1 , (2.69)
6 j=1 2

N
1 X
Jˆ3 (h) = − 0
Ij−1 Kj− 1 u
00
j− 12
(hj − hj−1 ) Lj− 1 . (2.70)
4 j=1 2 2
20

Consideremos agora w(x) := k(x)u00 (x). Assim,


N
X µ ¶
hj + hj−1
Jˆ1 (h) = Ij−1 Kj− 1 u00j− 1 Lj− 1 −
j=1
2 2 2 2

1 X
N ³³ ´ ³ ´´
= − Ij−1 wj− 1 Lj+ 1 − Lj− 1 − Lj− 1 − Lj− 3
4 j=1 2 2 2 2 2

1 X ³ ³ ´ ³ ´´
N
= − Ij wj Lj+ 1 − Lj− 1 − Ij−1 wj−1 Lj− 1 − Lj− 3
4 j=1 2 2 2 2

1 X ³ ´ ³ ´
N
+ Ij wj − Ij−1 wj− 1 Lj+ 1 − Lj− 1
4 j=1 2 2 2

1 X
N ³ ´ ³ ´
+ Ij−1 wj− 1 − wj−1 Lj− 1 − Lj− 3
4 j=1 2 2 2

1 ³ ³ ´ ³ ´´
= − IN wN LN + − LN −
1 1 − I0 w0 L − L−
1 1
4 2 2 2 2

1 X
N ³ ´
+ (Ij − Ij−1 ) wj Lj+ 1 − Lj− 1
4 j=1 2 2

1 X
N ³ ´ ³ ´
+ Ij−1 wj − wj− 1 Lj+ 1 − Lj− 1
4 j=1 2 2 2

1 X
N ³ ´ ³ ´
+ Ij−1 wj− 1 − wj−1 Lj− 1 − Lj− 3 .
4 j=1 2 2 2

(2.71)
21

hj
Como LN + 1 = 0, L− 1 = 0, Ij − Ij−1 = kj
, wj − wj− 1 = 12 wj−
0
1 Lj− 1 + O(L
2
j− 1
)
2 2 2 2 2 2
1 0
e wj− 1 − wj−1 = w L 1
2 j− 12 j− 2
+ O(L2j− 1 ), segue que
2 2

1 1
N
1 X 00 ³ ´
ˆ
J1 (h) = IN wN LN − 1 + I0 w0 L 1 + u hj Lj+ 1 − Lj− 1
4 2 4 2 4 j=1 j 2 2

1 X
N ³ ´
0
+ Ij−1 wj− 1 Lj+ 1 Lj− 1 − L2j− 1
8 j=1 2 2 2 2

³ ´
0
+ Ij−1 wj− 1 L2j− 1 − Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 )
2 2 2 2

1 X 00 ³ 2 ´
N
1 1
= IN wN LN − 1 + u000 h0 L 1 + uj Lj+ 1 − L2j− 1
4 2 4 2 8 j=1 2 2

1 X ³ ´
N
0 0
+ Ij−1 wj− 1 Lj+ 1 Lj− 1 − Ij−1 w 1 Lj− 1 Lj− 3
j− 2
+ O(~2 ),
8 j=1 2 2 2 2 2

(2.72)
³ ´ L1
h0 1
visto que I0 = k0
e hj = 2
Lj+ 1 + Lj− 1 . Como h0 = 2
2
,
2 2
0 0 0 0
Ij−1 wj− 1 = Ij w
j+ 1
− (Ij wj+ 1 − Ij−1 w
j− 1
)e
2 2 2 2
0 0 0 0 0
(Ij wj+ 1 − Ij−1 wj− 1) = (Ij − Ij−1 ) wj+ 1 + Ij−1 (wj+ 1 − w
j− 1
) = O(hj ), segue que
2 2 2 2 2

1 X ³ 00 2 ´
N
ˆ 1 1 00 2
J1 (h) = I N wN L N − 1 + u 0 L 1 + uj Lj+ 1 − u00j L2j− 1
4 2 8 2 8 j=1 2 2

(2.73)
1 X ³ ´
N
0 0
+ Ij wj+ 1 L 1
j+ 2 L 1
j− 2 − Ij−1 wj− 12
L 1
j− 2 L 3
j− 2 + O(~2 ).
8 j=1 2

Fazendo u00j = u00j−1 + O(Lj− 1 ), temos


2

1 1 1 ³ 00 2 ´
Jˆ1 (h) = IN wN LN − 1 + u000 L21 + uN LN + 1 − u000 L21
4 2 8 2 8 2 2
(2.74)
1 ³ ´
0
+ IN wN + 12
LN + 1 LN − 1 − I0 w01 L 1 L− 1 + O(~2 ).
8 2 2 2 2 2

Como LN + 1 = 0 e L− 1 = 0, obtemos
2 2

1
Jˆ1 (h) = IN wN LN − 1 + O(~2 ), (2.75)
4 2

isto é,
1
Jˆ1 (h) = IN kN u00N LN − 1 + O(~2 ). (2.76)
4 2
22

Similarmente, para w̃(x) := k(x)u000 (x), chegamos a


N
ˆ 1 X ¡ 2 ¢
J2 (h) = − Ij−1 Kj− 1 u000
j− 1 hj − h2j−1
6 j=1 2 2

(2.77)
1 X ³ ´
N
2 2
= − Ij−1 w̃j− 1 hj − Ij−1 w̃j− 1 hj−1 .
6 j=1 2 2

De maneira análoga,
³ ´
Ij−1 w̃j− 1 = Ij w̃j − Ij w̃j − Ij−1 w̃j− 1 ,
2 2
³ ´ ³ ´
Ij w̃j − Ij−1 w̃j− 1 = (Ij − Ij−1 ) w̃j + Ij−1 w̃j − w̃j− 1 ,
2 2

(Ij − Ij−1 ) = O(hj ), (2.78)


³ ´
w̃j − w̃j− 1 = O(Lj− 1 ),
2 2

w̃j− 1 = w̃j−1 + (w̃j− 1 − w̃j−1 ) = w̃j−1 + O(Lj− 1 ),


2 2 2

o que resulta em
N
ˆ 1 X ¡ ¢
J2 (h) = − Ij w̃j h2j − Ij−1 w̃j−1 h2j−1 + O(~2 )
6 j=1
(2.79)
1 ¡ ¢
= − IN w̃N h2N − I0 w̃0 h20 + O(~2 ).
6

h0
Como LN + 1 = 0 e I0 = k0
, temos
2

1 L2N − 1
ˆ
J2 (h) = − IN w̃N 2
+ O(~2 ), (2.80)
6 4
ou seja,
1
Jˆ2 (h) = − IN kN u000 2 2
N LN − 1 + O(~ ). (2.81)
24 2

Finalmente, considerando ŵ(x) := k0 (x)u00 (x) e escrevendo (hj − hj−1 ) =


³ ´
1
2
Lj+ − Lj− , obtemos
1 3
2 2

N
ˆ 1 X 0 00
J3 (h) = − Ij−1 Kj− 1 u
j− 12
Lj− 1 (hj − hj−1 )
4 j=1 2 2

(2.82)
1 X ³ ´
N
= − Ij−1 ŵj− Lj+ Lj− − Ij−1 ŵj− Lj− Lj− .
1 1 1 1 1 3
8 j=1 2 2 2 2 2 2
23

Da mesma forma que no caso anterior,


³ ´
Ij−1 ŵj− 1 = Ij ŵj − Ij ŵj − Ij−1 ŵj− 1 ,
2 2
³ ´ ³ ´
Ij ŵj − Ij−1 ŵj− 1 = (Ij − Ij−1 ) ŵj + Ij−1 ŵj − ŵj− 1 ,
2 2

(Ij − Ij−1 ) = O(hj ), (2.83)


³ ´
ŵj − ŵj− 1 = O(Lj− 1 ),
2 2

ŵj− 1 = ŵj−1 + (ŵj− 1 − ŵj−1 ) = ŵj−1 + O(Lj− 1 ),


2 2 2

o que resulta em
1 X ³ ´
N
Jˆ3 (h) = − Ij ŵj Lj+ 1 Lj− 1 − Ij−1 ŵj−1 Lj− 1 Lj− 3 + O(~2 )
8 j=1 2 2 2 2
(2.84)
1 ³ ´
= − IN ŵN LN + 1 LN − 1 − I0 ŵ0 L 1 L− 1 + O(~2 ).
8 2 2 2 2

Como L− 1 = 0 e LN + 1 = 0, segue que


2 2

Jˆ3 (h) = O(~2 ). (2.85)

Conseqüentemente, de (2.67) e (2.76), (2.81), (2.85), temos


N
X 1
[0]
Lj− 1 τ (u)j− 1 = Jˆ1 (h) + Jˆ2 (h) + Jˆ3 (h) + O(~2 )
j=1 θj−1 cj−1 2 2

1 1
= IN kN u00N LN − 1 − IN kN u000 2 2
N LN − 1 + O(~ ),
4 2 24 2

(2.86)
isto é,
N
X 1 1 1
[0]
Lj− 1 τ (u)j− 1 = IN kN u00N LN − 1 − IN kN u000 2 2
N LN − 1 + O(~ ).
j=1 θj−1 cj−1 2 2 4 2 24 2

(2.87)

Com (2.66) e (2.87), a equação (2.63) pode ser reescrita na forma


[0] N
X
θN −1 cN −1 1
eN − 1 = − [0] [0]
Lj− 1 τ (u)j− 1
2
cN + θN −1 cN −1 j=1 θj−1 cj−1 2 2

µ ¶
hN 1 00 1 000 2 2
= − IN kN uN LN − 1 − IN kN uN LN − 1 + O(~ ) ,
kN IN 4 2 24 2

(2.88)
24

isto é, µ ¶
1 00 1 000 2 2
eN − 1 = − hN u L 1 − u L 1 + O(~ ) , (2.89)
2 4 N N− 2 24 N N − 2
ou de forma equivalente,

1 00 2 1 000 3
eN − 1 = − uN LN − 1 + u L 1 + hN O(~2 ). (2.90)
2 8 2 48 N N − 2

Em particular,
eN − eN − 1 eN − 1
(Geh )N = 2
= − 2

hN hN (2.91)
1 00 1 000 2
= uN L N − 1 − u L 1 + O(~2 ),
4 2 24 N N − 2
isto é,
1 00 1 000 2
(Geh )N = uN L N − 1 − u L 1 + O(~2 ). (2.92)
4 2 24 N N − 2

Com (2.45), (2.61) e (2.92), chegamos a


N
X
h h
ki (Ge )i = kN (Ge )N − Lj− 1 τ (u)j− 1
2 2
j=i+1
1 1
= kN u00N LN − 1 − kN u000 2
N LN − 1 + O(~ )
2
4 2 24 2
£1 1
− kN u00N LN − 1 − kN u000 2
N LN − 1
4 2 24 2

1 ³ ´ (2.93)
+ ki u00i Li+ 1 − Li− 1
4 2 2

1 ³ ´ ¤
+ ki u000
i L2
i− 2 1 + L 2
1
i+ 2
− Li− 21 L 1
i+ 2 + O(~2 )
24
1 ³ ´
= − ki u00i Li+ 1 − Li− 1
4 2 2

1 ³ ´
− ki u000
i L 2
i− 2 1 + L 2
1
i+ 2
− L 1 L
i− 2 1
i+ 2 + O(~2 ),
24
ou seja,
1 00 ³ ´
(Geh )i = − ui Li+ 1 − Li− 1
4 2 2
(2.94)
1 000 ³ 2 ´
− ui Li− 1 + L2i+ 1 − Li− 1 Li+ 1 + O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N.
24 2 2 2 2
25

De (2.11), temos que


vi+ 1 − vi− 1
Ei = 2 2
− u0 (xi ) = (Gv h )i − u0 (xi )
hi (2.95)
h h h 0 h
= (G(v − u ))i + (Gu )i − u (xi ) = (Ge )i + τG (u)i ,

onde τG (u)i = (Guh )i − u0 (xi ). Por expansões de Taylor para u(x) em torno de xi ,
chegamos a
u(xi+ 1 ) − u(xi− 1 ) 1 00 ³
0
´
τG (u)i = 2
− u (xi ) =
2
u Li+ 1 − Li− 1
hi 4 i 2 2
(2.96)
1 000 ³ 2 2
´
3 3
+ u Li+ 1 + Li− 1 − Li− 1 Li+ 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 ),
24 i 2 2 2 2 2 2

onde u(x) ∈ C 4 ([a, b]).


Conseqüentemente,
Ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N. (2.97)

No caso Dirichlet, conhecemos e0 (e eN ), isto é, e0 = 0 (e eN = 0). Como


vi− 1 − vi− 3
Ei−1 = (Gv h )i−1 − u0 (xi−1 ) = 2 2
− u0i−1 , (2.98)
hi−1

vi− 1 = vi− 3 + hi−1 u0i−1 + hi−1 Ei−1


2 2
i−1
X i−1
X
= ... = v 1 + hj u0j + hj Ej
2
j=1 j=1
(2.99)
i−1
X i−1
X
= v0 + hj u0j + hj Ej ,
j=0 j=0

ou seja,
i−1
X i−1
X
vi− 1 = v0 + hj u0j + hj Ej , 1 ≤ i ≤ N + 1. (2.100)
2
j=0 j=0

Similarmente, como
vi+ 1 − vi− 1
Ei = (Gv h )i − u0 (xi ) = 2 2
− u0i , (2.101)
hi
vi− 1 = vi+ 1 − hi u0i − hi Ei , (2.102)
2 2
26

ou seja,
N
X N
X
vi− 1 = vN − hj u0j − hj Ej , 0 ≤ i ≤ N. (2.103)
2
j=i j=i

De (2.100) obtemos,
i−1
X i−1
X
vi− 1 = v0 + hj u0j + hj Ej
2
j=0 j=0
à i−1 ! i−1
(2.104)
X Li− 1 Li− 1 X
= v0 + hj u0j − 2
u0i−1 + 2
u0i−1 + hj Ej .
j=0
2 2 j=0

Os termos entre parênteses nesta última equação representam a aproximação


Rx
trapezoidal para x0i−1 u0 (x)dx, e, como já sabemos que Ej = O(~2 ), temos
µZ xi−1 ¶
1
vi− 1 = v0 + u (x) dx + O(~ ) + Li− 1 u0i−1 + O(~2 )
0 2
2
x0 2 2

£ ¤ 1
= v0 + ui−1 − u0 + O(~2 ) + Li− 1 u0i−1 + O(~2 ) (2.105)
2 2

1
= ui−1 + L 1 u0 + O(~2 ).
2 i− 2 i−1

Como ui− 1 = ui−1 + 12 Li− 1 u0i−1 + 18 L2i− 1 u00i−1 + O(L3i− 1 ), segue que
2 2 2 2

1 2
vi− 1 = ui− 1 − Li− 1 u00i−1 + O(L3i− 1 ) + O(~2 ), (2.106)
2 2 8 2 2

e portanto,
1 00
ei− 1 = − u 1 L2 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (2.107)
2 8 i− 2 i− 2
com e0 = 0 e eN = 0.

Os demais casos correspondentes às outras condições de contorno são tratados


de modo inteiramente análogo, ver [10] para uma discussão detalhada.
27

2.3 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de


Primeira Ordem para q(x) ≥ 0

Consideremos agora o problema de estimar os erros

[q] [q]
ei− 1 = vi− 1 − u[q] (xi− 1 ), 0 ≤ i ≤ N + 1, (2.108)
2 2 2

e
[q] [q]
vi+ 1 − vi− 1 du[q]
[q]
Ei = 2 2
− (xi ), 0 ≤ i ≤ N, (2.109)
hi dx
[q] [q] [q] [q] [q] [q]
onde v− 1 ≡ v0 , v 1 ,..., vN − 1 , vN + 1 ≡ vN denotam as aproximações obtidas para
2 2 2 2

os valores da solução do problema (2.1)-(2.3), representada por u[q] (x), nos pontos
xi− 1 , 0 ≤ i ≤ N + 1, para dada função q(x) ∈ C 0 ([a, b]) não negativa. O propósito
2

desta seção é demonstrar o seguinte resultado.

Teorema 2.1. Na notação acima, tem-se

[q] [0]
ei− 1 = ei− 1 + O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N + 1, (2.110)
2 2

e
[q] [0]
Ei = Ei + O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (2.111)

uniformemente em i, onde e[0] , E [0] denotam respectivamente os erros de solução e


de derivada correspondentes ao caso q(x) = 0.

Demonstração. Apresentaremos aqui a análise dos erros eh e E h , com q(x) ≥ 0,


para o caso de condições de contorno de Dirichlet em x = a e x = b. Para os demais
casos, o procedimento é análogo. Do tratamento algébrico realizado na Seção 2.1,
e[q] ∈ HC é solução para o sistema linear algébrico

Ah (q) e[q] = − Lh τ (u), (2.112)

Ah (q) = Ah (0) + Qh (q), (2.113)


28

onde Lh = diag(L 1 , ..., LN − 1 ), Qh (q) = diag(q 1 L 1 , ..., qN − 1 LN − 1 ), Ah (q) é


2 2 2 2 2 2

dada em (2.24), (2.25) e (2.26), e τ (u) ∈ HC é o erro de truncamento dado por


(2.13). Inicialmente, consideremos o caso q(x) ≥ 0. Fixando e[0] ,

Ah (0) e[0] = − Lh τ (u), (2.114)

obtemos, para a diferença e[q] − e[0] , a equação

Ah (q) (e[q] − e[0] ) = − Qh e[0] . (2.115)

Reduzindo (2.115) à forma triangular, obtemos, por (2.28), (2.29), (2.30),


(2.33) e (2.34),
Âh (q) (e[q] − e[0] ) = ζ̂, (2.116)

com ζ̂ ∈ HC , dado por


i
X [q]
θi−1 ci−1 [q] [0]
ζ̂i− 1 = − [q]
νij Lj− 1 qj− 1 ej− 1 , 1 ≤ i ≤ N. (2.117)
j=1 θj−1 cj−1
2 2 2 2

[q]
Para q(x) ≥ 0, temos (2.32), e de (2.34) segue que | νij |≤ 1 para todo i, j.
Assim,
i
X
[q] 1 [0]
| ζ̂
i− 21 | ≤ θi−1 ci−1 [q]
Lj− 1 k q ksup | ej− 1 |
j=1 θj−1 cj−1 2 2

i i
(2.118)
[q]
X hl X [0]
≤ θi−1 ci−1 k q ksup Lj− 1 | ej− 1 |, 1 ≤ i ≤ N,
l=1
kl j=1 2 2

isto é,
N
X
[q] [0]
| ζ̂i− 1 | ≤ θi−1 ci−1 IN k q ksup Lj− 1 | ej− 1 |, 1 ≤ i ≤ N, (2.119)
2 2 2
j=1

onde k q ksup = supx∈[a,b] q(x). Então, do Lema 2.1,

N
X
[q] [0] [0]
ke − e ksup ≤ IN k q ksup Lj− 1 | ej− 1 |, 1 ≤ i ≤ N, (2.120)
2 2
j=1
29

[0]
quando q(x) ≥ 0, e como ej− 1 = O(L2j− 1 ) + O(~2 ) da Seção 2.2, obtemos
2 2
[q] [0]
k e[q] − e[0] ksup = O(~2 ). Devido a ei− 1 = ei− 1 + O(k e[q] − e[0] ksup ), temos
2 2

[q] 1 00
ei− 1 = − u (xi− 1 ) L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (2.121)
2 8 2 2

1
onde o tamanho da constante no termo O(~2 ) depende dos valores de q(x), k(x), k(x)

e das derivadas k(x)l , u(x)(1+l) , com 0 ≤ l ≤ 3, em [a, b].

Estendamos (2.121) para funções q(·) satisfazendo (2.41), procedendo da seguinte


forma. Busquemos 0 < λ < 1 tal que
Z b
λ 1
q(x) ≥ − , a ≤ x ≤ b, I = ds, (2.122)
(b − a) I a k(s)
e suponhamos que a malha seja suficientemente fina, de forma que tenhamos
XN Z b
hl λ + 1 1
IN = ≤ ds. (2.123)
l=0
kl 2λ a k(s)

Como antes, o erro e[q] = v h − uh da aproximação v h dado em (2.8), com


v0 = γa e vN = γb , é determinado pela equação Ah (q)e[q] = −Lh τ (u), onde
τ (u) ∈ HC é o erro de truncamento dado por (2.13). Definindo q∗ = sup{0, q},
∗ ∗]
seja e[q ] ∈ HC definido por Ah (q∗ )e[q = −Lh τ (u), o que produz
∗ ∗ ∗
Ah (q∗ ) (e[q] − e[q ] ) = − Qh (q − q∗ ) e[q ] − Qh (q − q∗ ) (e[q] − e[q ] ), (2.124)

onde Qh (q −q∗ ) = diag{(q 1 −q ∗1 )L 1 , ..., (qN − 1 −qN



−1
)LN − 1 }. Esta equação pode
2 2 2 2 2 2
[q] [q∗ ]
ser resolvida iterativamente fazendo e −e = limp→∞ w , com wh0i = (0, ..., 0)
hpi

e wh1i , wh2i , ..., dados por


∗]
Ah (q∗ ) whpi = − Qh (q − q∗ ) e[q − Qh (q − q∗ ) whp−1i , p ≥ 1. (2.125)


Assim, Ah (q∗ ) wh1i = − Qh (q − q∗ ) e[q ] , ou Âh (q∗ )wh1i = ζ̂ h1i na forma
triangular com
i
X [q ]
θi−1 ci−1

³ ´
h1i [q∗ ] ∗ [q∗ ]
ζ̂i− 1 = − [q∗ ]
νij L j− 12 q j− 12 − qj− 1 ej− 1 , 1 ≤ i ≤ N. (2.126)
2
j=1 θj−1 cj−1 2 2
30

h1i [q∗ ] PN [q∗ ]


Como q∗ ≥ 0, obtemos | ζ̂i− 1 | ≤ θi−1 ci−1 IN k q − q∗ ksup j=1 Lj− 1 | ej− 1 |,
2 2 2

isto é,

XN
h1i [q∗ ] λ + 1 1 [q∗ ]
| ζ̂i− 1 |= θi−1 ci−1 Lj− 1 | ej− 1 |, 1 ≤ i ≤ N, (2.127)
2 2 b − a j=1 2 2

usando (2.122) e (2.123). De forma semelhante, obtemos, para quaisquer p ≥ 1 e


1 ≤ i ≤ N,
µ ¶p XN
hpi hp−1i [q∗ ] λ + 1 1 [q∗ ]
| ζ̂i− 1 − ζ̂i− 1 |≤ θi−1 ci−1 Lj− 1 | ej− 1 |, (2.128)
2 2 2 b − a j=1 2 2

¡ λ + 1 ¢p 1
PN [q∗ ]
que produz, pelo Lema 2.1, k whpi −whp−1i ksup ≤ 2 b−a j=1 Lj− 1 | ej− 1 |
2 2

para todo p ≥ 1. Portanto,



X XN
[q] q∗ hpi hp−1i 1 + λ 1 [q∗ ]
ke − e ksup ≤ kw − w ksup ≤ Lj− 1 | ej− 1 |
p=1
1 − λ b − a j=1 2 2

(2.129)
[q∗ ] ∗
e então, como | ej− 1 | = O(L2j− 1 ) + O(~2 ) de (2.121), temos que k e[q] − e[q ] ksup =
2 2

O(~2 ). Isto resulta em

[q] [q∗ ] ∗
ei− 1 = ei− 1 + O(k e[q] − eq ksup )
2 2
(2.130)
1
= − u00 (xi− 1 ) L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N.
8 2 2

Continuemos estimando E [q] , Ge[q] , e agora que (2.130) foi obtido, procedamos
como na Seção 2.2. A partir de (2.44), temos, para 0 ≤ i ≤ N ,
N
X N
X
[q]
ki (Ge[q] )i = kN (Ge[q] )N − Lj− 1 qj− 1 ej− 1 − Lj− 1 τ (u)j− 1 , (2.131)
2 2 2 2 2
j=i+1 j=i+1

onde a primeira soma tem tamanho O(~2 ), por (2.130), e a última já foi computada
[q]
em (2.61). Quanto a kN (Ge[q] )N , procedemos como antes, computando eN − 1 com
2

terceira ordem de precisão usando os métodos utilizados no tratamento algébrico


apresentado na Seção 2.1. De (2.112) e (2.113), temos Ah (0)e[q] = b(u)−Qh (q)e[q] ,
onde b(u) = −Lh τ (u). Após a eliminação, isso torna-se Âh (0)e[q] = b̂(u) − ζ̂, com
31

ζ̂ = (ζ̂ 1 , ..., ζ̂N − 1 ) ∈ HC dado por


2 2

i
X [0]
θi−1 ci−1 [q]
ζ̂i− 1 = − [0]
Lj− 1 qj− 1 ej− 1 , 1 ≤ i ≤ N, (2.132)
j=1 θj−1 cj−1
2 2 2 2

[0]
conforme (2.28), (2.29), (2.30), (2.33) e (2.34). Como, | ζ̂i− 1 | ≤ θi−1 ci−1 IN k q ksup
2
Pi [q]
j=1 Lj− 1 | ej− 1 | por (2.31) e (2.64) para j = N , de (2.28) e (2.66), obtemos
2 2

[0] N
X
θN −1 cN −1 [q]
| (Âh (0)−1 ζ̂)N − 1 | ≤ [0]
IN k q ksup Lj− 1 | ej− 1 |
2
cN + θN −1 cN −1 j=1
2 2

N
(2.133)
hN X [q]
= k q ksup Lj− 1 | ej− 1 | .
kN j=1
2 2

[q] [0]
Para e[0] = Ah (0)−1 b(u) = Âh (0)−1 b̂(u), temos eN − 1 = eN − 1 −(Âh (0)−1 ζ̂)N − 1 ,
2 2 2

de maneira que, por (2.63), (2.89), (2.130), (2.133),


µ ¶
[q] 1 00 1 000 2 2
eN − 1 = hN − uN LN − 1 + u L 1 + O(~ ) , (2.134)
2 4 2 24 N N − 2

dando
1 00 1 000 2
(Ge[q] )N = uN LN − 1 − uN LN − 1 + O(~2 ). (2.135)
4 2 24 2

Conseqüentemente, de (2.61), (2.130), (2.131), (2.135), obtemos

1 00 ³ ´
(Ge[q] )i = − ui Li+ 1 − Li− 1
4 2 2

1 000 ³ 2 ´
− ui Li− 1 − Li− 1 Li+ 1 + L2i+ 1 + O(~2 ) (2.136)
24 2 2 2 2

para todo 0 ≤ i ≤ N tal que E [q] = Ge[q] + τG (u) = O(~2 ), como afirmado.
32

2.4 Análise do Erro da Derivada de Segunda Ordem

Analisemos inicialmente D(E)i− 1 , com 1 ≤ i ≤ N . Sabemos que o erro da


2

derivada de primeira ordem é dado por

E = Geh + τG (u). (2.137)

Multiplicando (2.137) por k, obtemos

k · E = k · Geh + k · τG (u), (2.138)

que, por sua vez, implica

D(k · E) = D(k · Geh ) + D(k · τG (u)). (2.139)

Pela equação (2.14), como −D(k · Geh ) + q · eh = −τ (u), segue que

D(k · E)i− 1 = qi− 1 · ei− 1 + τ (u)i− 1 + D(k · τG (u))i− 1 , 1 ≤ i ≤ N. (2.140)


2 2 2 2 2

Além disso,

wi zi − wi−1 zi−1 wi − wi−1 zi − zi−1


D(w · z)i− 1 = = zi + wi−1 , (2.141)
2 Li− 1 Li− 1 Li− 1
2 2 2

isto é,
D(w · z)i− 1 = (Dw)i− 1 zi + wi−1 (Dz)i− 1 , (2.142)
2 2 2

o que implica
D(k · E)i− 1 = ki · (DE)i− 1 + Ei−1 · D(k)i− 1 , (2.143)
2 2 2

onde
ki − ki−1 0 2
D(k)i− 1 = = ki− 1 + O(L
i− 12
), (2.144)
2 Li− 1 2
2

3
visto que k(x) ∈ C ([a, b]).

Similarmente, de (2.142), chegamos a

D(k · τG (u))i− 1 = ki−1 · D(τG (u))i− 1 + (Dk)i− 1 · τG (u)i . (2.145)


2 2 2
33

Substituindo (2.143) e (2.145) em (2.140), obtemos

ki · (DE)i− 1 = − Ei−1 · (Dk)i− 1 + qi− 1 ei− 1 + τ (u)i− 1


2 2 2 2 2
(2.146)
+ (Dk)i− 1 τG (u)i + ki−1 D(τG (u))i− 1 ,
2 2

onde

Ei−1 = O(~2 ), (2.147)

(Dk)i− 1 = O(1), (2.148)


2

qi− 1 = O(1), (2.149)


2

ei− 1 = O(L2i− 1 ) + O(~2 ), (2.150)


2 2
µ ¶
00 hi + hi−1
τ (u)i−1/2 = ki−1/2 ui−1/2 1 −
2Li−1/2
1 h2i − h2i−1 1 0
− Ki−1/2 u000i−1/2 − Ki−1/2 u00i−1/2 (hi − hi−1 ) (2.151)
6 Li−1/2 4
+ O(L2i−3/2 ) + O(L2i−1/2 ) + O(L2i+1/2 ),
e,
0 2
D(k)i− 1 = ki− 1 + O(L
i− 1
). (2.152)
2 2 2

Fazendo
1
u0 (xi ) = u0 (xi− 1 + L 1)
2 2 i− 2 (2.153)
1 00 1
= u0i− 1 + ui− 1 Li− 1 + u000 1 L
2
1 + O(L
3
i− 12
),
2 2 2 2 8 i− 2 i− 2
segue que,
u(xi− 1 + hi ) − u(xi− 1 )
τG (u)i = (Guh )i − u0 (xi ) = 2 2
− u0 (xi )
hi
µ ¶
1 00 1 000 (2.154)
= ui− 1 + ui− 1 hi + ui− 1 hi + O(hi ) − u0i
0 2 3
2 2 2 6 2

1 00 ³ ´ 1 1 000
= ui− 1 Li+ 1 − Li− 1 + u000 i−
2
1 hi − u 1 L2 1 + O(h3i ),
4 2 2 2 6 2 8 i− 2 i− 2
ou seja,
1 00 ³ ´
τG (u)i = ui− 1 Li+ 1 − Li− 1 + O(h2i ). (2.155)
4 2 2 2

Além disso,
1
D(τG (u))i− 1 = (τG (u)i − τG (u)i−1 ) , (2.156)
2 Li− 1
2
34

onde
u(xi− 1 + hi ) − u(xi− 1 )
τG (u)i = 2 2
− u0 (xi )
hi (2.157)
1 1
= u0i− 1 + u00i− 1 hi + u000 h2 + O(h3i ) − u0i ,
i− 12 i
2 2 2 6
e
u(xi− 1 ) − u(xi− 1 − hi−1 )
τG (u)i−1 = 2 2
− u0 (xi−1 )
hi−1
u(xi− 1 ) − (ui− 1 − hi−1 u0i− 1 + 12 h2i−1 u00i− 1 − 1
6
h3i−1 u000
i− 1
+ O(h4i−1 ))
2 2
= 2 2 2

hi−1
− u0 (xi−1 )
1 00 1
= u0i− 1 − ui− 1 hi−1 + u000 h2 + O(h3i−1 ) − u0i−1 .
i− 12 i−1
2 2 2 6
(2.158)

Dessa forma,
hi + hi−1 1 ¡ 2 ¢
τG (u)i − τG (u)i−1 = u00i− 1 + u000
i− 1 hi − h2i−1
2 2 6 2
(2.159)
¡ 0 ¢
− ui − u0i−1 + O(h3i ) + O(h3i−1 ).

¡ ¢
Como u0i − u0i−1 = u00i− 1 Li− 1 + O(L3i− 1 ), segue que
2 2 2

1 hi + hi−1 1 000 h2i − h2i−1


(τG (u)i − τG (u)i−1 ) = u00i− 1 + ui− 1
Li− 1 2 2 Li− 1 6 2 Li− 1
2 2 2

− u00i− 1 + O(L2i− 1 ) (2.160)


2 2

Li− 3 Li+ 1
+ O(L2i− 3 ) 2
+ O(L2i+ 1 ) 2
.
2 L i− 12 2 Li− 1
2

Portanto,
à !
hi + hi−1 1 h2i − h2i−1
D(τG (u))i− 1 = u00i− 1 − 1 + u000 1
2 2 2 Li− 1 6 i− 2 Li− 1
2 2
(2.161)
Li− 3 Li+ 1
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i− 3 ) 2
+ O(L2i+ 1 ) 2
.
2 2 Li− 1 2 Li− 1
2 2
35

Usando as equações (2.151) e (2.161) em (2.146), obtemos


1 0 ³ ´
2 2 00
ki · (DE)i− 1 = O(~ ) + O(Li− 1 ) + ki− 1 ui− 1 Li+ 1 − Li− 1
2 2 4 2 2 2 2

+ τ (u)i− 1 + ki−1 · D(τG (u))i− 1


2 2

1 0 ³ ´
= O(~2 ) + O(L2i− 1 ) + ki− 1 u
00
1
i− 2
L 1 − L
i+ 2 1
i− 2
· µ2 4 2

hi + hi−1
+ ki−1/2 u00i−1/2 1 −
2Li−1/2
1 h2i − h2i−1 1 0
− Ki−1/2 u000i−1/2 − Ki−1/2 u00i−1/2 (hi − hi−1 )
6 Li−1/2 4
¸
2 2 2
+ O(Li−3/2 ) + O(Li−1/2 ) + O(Li+1/2 )
à !
hi + h i−1 1 h2i − h2i−1
+ ki−1 u00i− 1 − 1 + ki−1 u000 i− 12
2 2 Li− 1 6 Li− 1
2 2

Li− 3 Li+ 1
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i− 3 ) 2
+ O(L2i+ 1 ) 2
2 2 Li− 1 2 Li− 1
à 2
! 2

hi + hi−1
= (ki− 1 − ki−1 ) u00i− 1 1−
2 2 2 Li− 1
2

1 ³ ´ h2i − h2i−1
− ki− 1 − ki−1 u000 i− 21
6 2 Li− 1
à 2
!
1 0 00
Li+ 1 Li− 3
+ ki− 1 ui− 1 2
− Li− 1 + 2
+ O(~2 ) + O(L2i− 1 )
4 2 2 2 2 2 2

à ! à !
Li− 3 Li+ 1
+ 1 + 2
O(L2i− 3 ) + 1 + 2
O(L2i+ 1 ).
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

(2.162)

Como (ki− 1 − ki−1 ) = 21 ki−


0
1 Li− 1 + O(L
2
i− 1
), temos
2 2 2 2

à !
1 0 Li+ 1 Li− 3
ki · (DE)i− 1 = k 1 u00 1 2 Li− 1 − (hi + hi−1 ) + 2
− Li− 1 + 2
2 4 i− 2 i− 2 2 2 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i− 3 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2

Li− 3 Li+ 1
+ 2
O(L2i− 3 ) 2
O(L2i+ 1 ),
L i− 12 2 Li− 12 2

(2.163)
36

isto é,

ki · (DE)i− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li− 3 Li+ 1 (2.164)


+ 2
O(L2i− 3 ) + 2
O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Portanto,

D(E)i− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li− 3 Li+ 1 (2.165)


+ 2
O(L2i− 3 ) + 2
O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Analisemos agora o erro da derivada de segunda ordem, denotado por Ei− 1 .


2
h h h
Lembrando que e = v − u , segue que

Ei− 1 := D(Gv h )i− 1 − u00 (xi− 1 )


2 2 2
(2.166)
h
= D(Ge )i− 1 + D(Gu )i− 1 − u00i− 1 , h
1 ≤ i ≤ N.
2 2 2

Multiplicando a equação anterior por ki−1 , e usando o fato de que


D(k ·Geh )i− 1 = ki−1 ·D(Geh )i− 1 + (Geh )i ·D(k)i− 1 , e −D(k ·Geh )+q ·eh = −τ (u),
2 2 2

chegamos a
³ ´
h h
ki−1 · Ei− 1 = ki−1 · D(Ge )i− 1 + ki−1 · D(Gu )i− 1 − u00i− 1
2 2 2 2
³ ´
h h h
= D(k · Ge ) i− 12 − D(k) i− 12 · (Ge )i + ki−1 · D(Gu ) i− 12 − u00i− 1
2

= qi− 1 · ei− 1 + τ (u)i− 1 − D(k)i− 1 · (Geh )i


2
³ 2 2
´ 2

h 00
+ ki−1 · D(Gu )i− 1 − ui− 1 ,
2 2

(2.167)
isto é,

ki−1 · Ei− 1 = qi− 1 · ei− 1 + τ (u)i− 1 − D(k)i− 1 · (Geh )i


2 2
³ 2 2
´ 2
(2.168)
h 00
+ ki−1 · D(Gu )i− 1 − ui− 1 , 1 ≤ i ≤ N,
2 2

onde

qi− 1 = O(1), (2.169)


2

ei− 1 = O(L2i− 1 ) + O(~2 ), (2.170)


2 2
37

µ ¶
hi + hi−1 1 h2i − h2i−1
τ (u)i−1/2 = ki−1/2 u00i−1/2 1 − 000
− Ki−1/2 ui−1/2
2Li−1/2 6 Li−1/2
1 0
− Ki−1/2 u00i−1/2 (hi − hi−1 ) + O(L2i−3/2 ) + O(L2i−1/2 ) + O(L2i+1/2 ),
4
(2.171)
e
0 2
D(k)i− 1 = ki− 1 + O(L
i− 1
). (2.172)
2 2 2

Fazendo

ui+ 1 = u(xi− 1 + hi )
2 2

1 00 1 (2.173)
= ui− 1 + u0i− 1 hi + ui− 1 h2i + u000 1 h
3
+ O(h4i ),
2 2 2 2 6 i− 2 i

ui− 3 = u(xi− 1 − hi−1 )


2 2

1 1 (2.174)
= ui− 1 − u0i− 1 hi−1 + u00i− 1 h2i−1 − u000
i−
3 4
1 hi−1 + O(hi−1 ),
2 2 2 2 6 2

e usando o fato de que


µ ¶
h 1 ui+ 1 − ui− 1 ui− 1 − ui− 3
D(Gu )i− 1 = 2 2
− 2 2
, (2.175)
2 Li− 1 hi hi−1
2

chegamos a
à !
hi+1 + hi 1 h2i − h2i−1
D(Guh )i− 1 − u00i− 1 = u00i− 1 − 1 + u000 1
2 2 2 2 Li− 1 6 i− 2 Li− 1
2 2 (2.176)
1 1
+ O(h3i ) + O(h3i−1 ), 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 Li− 1
2 2

Além disso, da equação (2.94), temos que


1 00 ³ ´
(Geh )i = − ui Li+ 1 − Li− 1
4 2 2

1 000 ³ 2 ´
− ui Li− 1 + L2i+ 1 − Li− 1 Li+ 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N.
24 2 2 2 2

(2.177)
38

Dessa forma, (2.168) pode ser reescrita como


à !
hi + hi−1
ki−1 · Ei− 1 = O(L2i− 1 ) + O(~2 ) + ki− 1 u00i− 1 1 −
2 2 2 2 2 Li− 1
2

1 h2i
1 0 − h2i−1
− k 1 u000 1 k 1 u00 1 (hi − hi−1 ) + O(L2i− 3 )

6 i− 2 i− 2 4 i− 2 i− 2
Li− 1 2
2
1 0 ³ ´
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + ki− 00
1 ui Li+ 1 − Li− 1
2 2 4 2 2 2

1 0 ³ ´
+ ki− 1 u000
i L2i− 1 + L2i+ 1 − Li− 1 Li+ 1
24 2 2 2 2 2

+ O(~2 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 )


à 2
!2
hi−1 + hi 1 h2i − h2i−1
+ ki−1 u00i− 1 − 1 + ki−1 u000
i− 12
2 2 Li− 1 6 Li− 1
2 2

1 1
+ O(h3i ) + O(h3i−1 ).
Li− 1 Li− 1
2 2

(2.178)

Como u00i = u00i− 1 + O(Li− 1 ),


2 2
à !
hi + hi−1
ki−1 · Ei− 1 = (ki− 1 − ki−1 ) u00i− 1 1 −
2 2 2 2 Li− 1
2

1 − h2i h2i−1
− (ki− 1 − ki−1 ) u000
i− 21
6 2 Li− 1
2
1 0 ³ ´
(2.179)
+ ki− 1 u00i− 1 Li+ 1 − Li− 1 − hi + hi−1
4 2 2 2 2

+ O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 )


2 2 2

Li+ 1 Li− 3
+ O(~2 ) + 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ).
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Escrevendo (ki− 1 − ki−1 ) = 21 ki−


0
1 Li− 1 + O(L
2
i− 1
), chegamos a
2 2 2 2

1 0 ³ ´
ki−1 · Ei− 1 = k 1 u00 1 2 Li− 1 − hi−1 − hi + Li+ 1 − Li− 1 − hi + hi−1
2 4 i− 2 i− 2 2 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(L2i− 3 ) + O(~2 )


2 2 2

Li+ 1 Li− 3
+ 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ),
L i− 12 2 L i− 12 2

(2.180)
39

isto é,

ki−1 · Ei− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li+ 1 Li− 3 (2.181)


+ 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ) 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Dessa forma obtemos,

Ei− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li+ 1 Li− 3 (2.182)


+ 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ) 1 ≤ i ≤ N,
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

onde

Ei− 1 = D(Gv h )i− 1 − u00 (xi− 1 )


2
µ 2 1 2
¶ (2.183)
1 vi+ − vi− 1 vi− 1 − vi− 3
= 2 2
− 2 2
− u00i− 1
Li− 1 hi hi−1 2
2

é o erro da derivada de segunda ordem.


40

2.5 Resultados Numéricos

Neste capı́tulo vimos que, utilizando a discretização pelo método mimético


de segunda ordem para o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno
separáveis,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (2.184)
dx dx
α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , (2.185)

β0 u(b) + β1 k(b) u0 (b) = γb , (2.186)

onde γa e γb são constantes quaisquer, α0 , α1 , β0 e β1 são constantes dadas satis-


fazendo α0 , α1 , β0 , β1 ≥ 0, α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0 e α0 + β0 > 0, e onde k(x),
q(x) e f (x) são funções suaves dadas, com k(x) > 0 e q(x) ≥ 0 para todo x no
intervalo [a, b], chegamos aos seguintes resultados para os erros de solução, derivada
de primeira ordem e derivada de segunda ordem, respectivamente,

e0 = O(~2 ), eN = O(~2 ), (2.187)


1 00
ei− 1 = − ui− 1 L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (2.188)
2 8 2 2

Ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (2.189)

Ei− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li+ 1 Li− 3 (2.190)


+ 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ) 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Assim, as aproximações v(xi− 1 ) para os valores de solução u(xi− 1 ) são afe-


2 2
1
tadas por erros locais eloc
i− 21
= − 8
u00i− 1 L2i− 1 , determinados pelos comprimentos
2 2
glob
locais Li− 1 , sobrepostos nos erros ei− 1 = ei− 1 − eloc
i− 1
= O(~2 ), que estão
2 2 2 2

globalmente relacionados com a distribuição dos pontos da malha. Nos pontos a e


b, os erros de solução são globalmente comportados. O erro da derivada de primeira
ordem também possui um comportamento global, diferente do erro de segunda or-
dem, que além de um termo global, possui termos que dependem dos comprimentos
41

Li+ 1 Li− 3
locais Li− 3 , Li− 1 e Li+ 1 , assim como das razões 2
Li− 1
e 2
Li− 1
.
2 2 2
2 2

Vejamos alguns exemplos que ilustram estes resultados, utilizando malhas não-
uniformes2 .

Exemplo 2.1. Caso Dirichlet-Dirichlet

Nas figuras (2a), (2b), (2c) e (2d ) apresentamos os erros de solução e de


derivada de primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (2.184),
(2.185), (2.186), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 1, β1 = 0, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −5x2
e u(x) = 1 + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H
células têm espaçamento 0.5 , 0.5 , ..., 20.5 , H, H, 20.5 , ..., 0.5 , 0.5 ,
( N2 ) ( N2 −1) ( N2 −1) ( N2 )
1
onde H = N
e N é o número de células. Para os gráficos da coluna à esquerda,
N = 100, enquanto que nos gráficos da coluna à direita, N = 155. Para a malha de
100 células, os nodos são dados por




 0 se i = 0,


xi = xi−1 + 1
se 1 ≤ i ≤ 50, (2.191)

 100(51−i)0.5



xi−1 + 1
100(i−50)0.5
se 51 ≤ i ≤ 100.

Nesta malha, ~2 = 2.8099e − 004. Para a malha de 155 células, os nodos são
dados por 



0 se i = 0,


xi = xi−1 + 1
se 1 ≤ i ≤ 78, (2.192)

 155(79−i)0.5



xi−1 + 1
155(i−78)0.5
se 79 ≤ i ≤ 155.

Neste caso, ~2 = 1.4022e − 004, ou seja, aproximadamente a metade do valor


de ~2 para a malha anterior. Observemos que o termo global do erro de solução e o
2
Simulações realizadas com o software MATLAB R2007a, versão 7.4.0287, em um processador
Intel Celeron M 350, 1.3 Ghz e 256 Mb de memória RAM.
42

erro da derivada de primeira ordem caem pela metade quando ~2 também tem seu
valor reduzido pela metade.

x 10
−3 Quadrado do comprimento das células x 10
−3 Quadrado do comprimento das células
1.6 1.6
L² L²
1.4 hslash² 1.4 hslash²

1.2 1.2

1 1


0.8 0.8

0.6 0.6

0.4 0.4

0.2 0.2

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Solução computada x Solução exata Solução computada x Solução exata


2 2
computada computada
1.95 exata 1.95 exata
1.9 1.9

1.85 1.85

1.8 1.8
u, v

u, v

1.75 1.75

1.7 1.7

1.65 1.65

1.6 1.6

1.55 1.55

1.5 1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4
Erro de solução: soma das componentes global e local x 10
−4 Erro de solução: soma das componentes global e local

2 2
e

1 1

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 2a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.
43

x 10
−4 Erro de solução: componentes local e global x 10
−4 Erro de solução: componentes local e global
4 4
termo local termo local
termo global termo global
3 3
Componentes do erro de solução

Componentes do erro de solução


2 2

1 1

0 0

−1 −1

−2 −2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−6 Erro de solução: componente global em detalhe x 10
−6 Erro de solução: componente global em detalhe
3 3
Componente global do erro de solução

Componente global do erro de solução


2 2

1 1

0 0

−1 −1

−2 −2

−3 −3

−4 −4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da derivada de 1ª ordem x 10
−4 Erro da derivada de 1ª ordem
3.5 3.5

3 3

2.5 2.5

2 2

1.5 1.5
E1

E1

1 1

0.5 0.5

0 0

−0.5 −0.5

−1 −1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 2b - Representação gráfica dos erros de solução e derivada de primeira


ordem decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Dirichlet.
44

x 10
−5 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe x 10
−5 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe
0 0

−0.2 −0.2

−0.4 −0.4

−0.6 −0.6

−0.8 −0.8
E1

E1
−1 −1

−1.2 −1.2

−1.4 −1.4

−1.6 −1.6

−1.8 −1.8
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem
3.5 3.5

3 3

2.5 2.5

2 2

1.5 1.5
E2

E2

1 1

0.5 0.5

0 0

−0.5 −0.5

−1 −1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−5 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe x 10
−5 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe
6 6

5 5

4 4

3 3
E2

E2

2 2

1 1

0 0

−1 −1

−2 −2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 2c - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Para a malha de 100 células, o algoritmo mim02 dd.m foi executado em 0.006063
segundos, enquanto que para a malha de 155 células, levou 0.006095 segundos.
45

Exemplo 2.2. Caso Dirichlet-Neumann

Nas figuras (3a) e (3b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (2.184), (2.185),
(2.186), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 0, β1 = 1, k(x) = 2 + sin(x), q(x) = −exp(x)
e u(x) = x + sin(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H
células têm espaçamento 0.9 , 0.9 , ..., 20.9 , H, H, 20.9 , ..., 0.9 , 0.9 ,
( N2 ) ( N2 −1) ( N2 −1) ( N2 )
1
onde H = N
e N é o número de células. Neste exemplo tomamos N = 100 e os
nodos são dados por




0 se i = 0,


xi = xi−1 + 1
se 1 ≤ i ≤ 50, (2.193)

 100(51−i)0.9



xi−1 + 1
100(i−50)0.9
se 51 ≤ i ≤ 100.

Nesta malha, ~2 = 0.0021.


46

x 10
−3 Quadrado do comprimento das células Solução computada x Solução exata
9 2
L² computada
8 hslash² 1.8
exata
1.6
7
1.4
6
1.2
5

u, v

1
4
0.8
3
0.6
2
0.4

1 0.2

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−3 Erro de solução: soma das componentes global e local x 10
−3 Erro de solução: componentes local e global
2.5 2.5

2
2
Componentes do erro de solução
termo local
termo global
1.5
1.5

1
1
e

0.5

0.5
0

0
−0.5

−0.5 −1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro de solução: componente global em detalhe
0
Componente global do erro de solução

−0.5

−1

−1.5

−2

−2.5

−3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 3a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Neumann.
47

x 10
−3 Erro da derivada de 1ª ordem x 10
−5 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe
2.5 2

0
2

−2
1.5

−4
E1

E1
1
−6

0.5
−8

0
−10

−0.5 −12
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−3 Erro da derivada de 2ª ordem x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe
2.5 3.5

3
2

2.5
1.5
E2

E2

1
1.5

0.5
1

0 0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 3b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Neumann.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo mim02 dr.m foi executado em 0.006327
segundos.
48

Exemplo 2.3. Caso Dirichlet-Robin

Nas figuras (4a) e (4b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (2.184), (2.185),
(2.186), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 3+cos(x), q(x) = −x2 e u(x) =
1 + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas células têm
H H H H H H
espaçamento 0.5 ,
0.5 , ..., H, H,..., 0.5 , 0.5 , 0.5 , 0.5 ,...,
( N4 )
( N4 −1) ( N4 −1) ( N4 ) ( N4 ) ( N4 −1)
H, H,..., N H 0.5 , NH 0.5 , onde H = N1 e N é o número de células. Aqui N = 100
( 4 −1) (4)
e os nodos são dados por




 0 se i = 0,





 xi−1 + 100(26−i) 1
se 1 ≤ i ≤ 25,

 0.5

xi = xi−1 + 1
se 26 ≤ i ≤ 50, (2.194)

 100(i−25)0.5



 1

 xi−1 + 100(76−i) 0.5 se 51 ≤ i ≤ 75,




xi−1 + 1
se 76 ≤ i ≤ 100.
100(i−75)0.5

Nesta malha, ~2 = 2.1482e − 004.


49

x 10
−3 Quadrado do comprimento das células Solução computada x Solução exata
1 2.2
L² computada
0.9 hslash² exata
2.1
0.8

0.7 2

0.6
1.9

u, v

0.5
1.8
0.4

0.3 1.7

0.2
1.6
0.1

0 1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro de solução: soma das componentes global e local x 10
−4 Erro de solução: componentes local e global
2.5

2
termo local
Componentes do erro de solução
termo global
1.5

2
1

0.5
e

0
1

−0.5

−1

0 −1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−5 Erro de solução: componente global em detalhe
1.2
Componente global do erro de solução

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 4a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Robin.
50

x 10
−4 Erro da derivada de 1ª ordem x 10
−6 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe
3 10

2.5 8

2 6

1.5 4
E1

E1
1 2

0.5 0

0 −2

−0.5 −4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem x 10
−5 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe
3 0

2.5
−0.5

−1
1.5
E2

E2

1
−1.5

0.5

−2
0

−0.5 −2.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 4b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Dirichlet-Robin.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo mim02 dr.m foi executado em 0.006302
segundos.
51

Exemplo 2.4. Caso Neumann-Robin

Nas figuras (5a) e (5b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (2.184), (2.185),
(2.186), com α0 = 0, α1 = 1, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −5x2 e
u(x) = 3x + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H 1
células têm espaçamento 2
, 2, 2H, 2
, 2, 2H, ..., 2
, 2, 2H, onde H = N
e N é
o número de células. A malha utilizada aqui é de 100 células e os nodos são dados
por 



0 se i = 0,


xi = xi−1 + 2H se i = 3j, com 1 ≤ j ≤ 33, (2.195)





xi−1 + H
2
caso contrário, com 1 ≤ i ≤ 100,
1
onde H = 100
. Nesta malha, ~2 = 2.7650e − 004.
52

x 10
−4 Quadrado do comprimento das células Solução computada x Solução exata
4.5 4
L² computada
4 hslash² exata
3.5

3.5
3
3

2.5 2.5

u, v

2 2

1.5
1.5
1

1
0.5

0 0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro de solução: soma das componentes global e local x 10
−4 Erro de solução: componentes local e global
3 3

2.5 2.5 termo local

Componentes do erro de solução


termo global
2
2

1.5
1.5
1
e

1
0.5

0.5
0

0 −0.5

−0.5 −1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−5 Erro de solução: componente global em detalhe
−0.5
Componente global do erro de solução

−1

−1.5

−2

−2.5

−3

−3.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 5a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do MIM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Neumann-Robin.
53

x 10
−4 Erro da derivada de 1ª ordem x 10
−6 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe
3 20

2.5
15

10
1.5
E1

E1
1
5

0.5

0
0

−0.5 −5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem x 10
−5 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe
3 12

10
2.5
8
2
6
1.5
4
E2
E2

1 2

0
0.5
−2
0
−4
−0.5
−6

−1 −8
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 5b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Neumann-Robin.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo mim02 rr.m foi executado em 0.006855
segundos.
54

Exemplo 2.5. Caso Robin-Robin

Nas figuras (6a) e (6b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (2.184), (2.185),
(2.186), com α0 = 1, α1 = 1, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −x3 e u(x) =
x + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas células têm
espaçamento H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 ,
1
H 2 , H 2 , H 2 , ..., H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , onde H = N
e N é o
número de células. A malha utilizada aqui é de 500 células e os nodos são dados por


 0 se i = 0,






H se i = 1,
xi = (2.196)



 xi−1 + H se i = 10j, com 1 ≤ j ≤ 50,




x 2
i−1 + H caso contrário, com 2 ≤ i < 500,

1
onde H = 500
. Nesta malha, ~2 = 3.0418e − 004.
55

x 10
−4 Quadrado do comprimento das células Solução computada x Solução exata
3.5 1.6
L² computada
hslash² exata
3 1.5

2.5 1.4

2 1.3

u, v

1.5 1.2

1 1.1

0.5 1

0 0.9
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro de solução: soma das componentes global e local x 10
−4 Erro de solução: componentes local e global
3.5 3.5

3 3

Componentes do erro de solução


termo local
2.5 2.5 termo global

2 2

1.5 1.5
e

1 1

0.5 0.5

0 0

−0.5 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−5 Erro de solução: componente global em detalhe
−0.4

−0.6
Componente global do erro de solução

−0.8

−1

−1.2

−1.4

−1.6

−1.8

−2

−2.2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 6a - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira e


segunda ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Robin-Robin.
56

x 10
−4 Erro da derivada de 1ª ordem x 10
−5 Erro da derivada de 1ª ordem em detalhe
3.5 1

3
0.5

2.5

0
2
E1

E1
1.5 −0.5

1
−1

0.5

−1.5
0

−0.5 −2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da derivada de 2ª ordem x 10
−5 Erro da derivada de 2ª ordem em detalhe
3.5 8

3
6

2.5

4
2
E2

E2

1.5 2

1
0

0.5

−2
0

−0.5 −4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 6b - Representação gráfica dos erros de derivada de primeira e segunda


ordens decorrentes do MIM02 para o problema de Sturm-Liouville com condições
de contorno de Robin-Robin.

Para esta malha de 500 células, o algoritmo mim02 rr.m foi executado em 0.008050
segundos.
57

3 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS DE


SEGUNDA ORDEM - FEM02

3.1 Introdução

Consideremos o problema regular de Sturm-Liouville com condições de con-


torno separáveis,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (3.1)
dx dx
α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , (3.2)

β0 u(b) + β1 k(b) u0 (b) = γb , (3.3)

com γa e γb constantes quaisquer, α0 , α1 , β0 e β1 constantes dadas satisfazendo α0 ,


α1 , β0 , β1 ≥ 0, α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0 e α0 + β0 > 0, e onde k(x), q(x) e f (x) são
funções suaves dadas, com k(x) > 0 e q(x) ≥ 0 para todo x no intervalo [a, b].

Sejam ϕi , com 0 ≤ i ≤ N , funções seccionalmente lineares definidas por




 x − xi−1
se xi−1 ≤ x ≤ xi ,

 Li− 1

 2

ϕi (x) := xi+1 − x se xi < x ≤ xi+1 , (3.4)



 Li+ 1

 2

0 caso contrário,

tais que
N
X
v(x) := vj ϕj (x) (3.5)
j=0

é uma aproximação para u(x) pelo método de elementos finitos, vj = v(xj ) e ϕi (a) =
ϕi (b) = 0, exceto para ϕ0 e ϕN , valores que não serão usados para a resolução do
sistema.
58

Figura 7 - Funções de base ϕ0 , ..., ϕi , ..., ϕN .

Multiplicando a EDO (3.1) por ϕi , 1 ≤ i ≤ N − 1, integrando por partes o


resultado em [a, b] e utilizando o fato de que ϕi (a) = 0 e ϕi (b) = 0, obtemos
Z b Z b Z b
0 0
k(x) u (x) ϕi (x) dx + q(x) u(x) ϕi (x) dx = f (x) ϕi (x) dx. (3.6)
a a a

Substituindo u(x) pela aproximação v(x), temos que

N
X Z b N
X Z b
vj k(x) ϕ0j (x) ϕ0i (x) dx + vj q(x) ϕj (x) ϕi (x) dx
j=0 a j=0 a
Z b
= f (x) ϕi (x) dx, 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.7)
a

Pela definição (3.4), temos


N
X Z b Z xi
vj k(x) ϕ0j (x) ϕ0i (x) dx = vi−1 k(x) ϕ0i−1 (x) ϕ0i (x) dx
j=0 a xi−1
Z xi+1
+ vi k(x) ϕ0i (x) ϕ0i (x) dx (3.8)
xi−1
Z xi+1
+ vi+1 k(x) ϕ0i+1 (x) ϕ0i (x) dx,
xi
59

que pode ser reescrita como,


N Z Ã Z !
X b
1 1 xi
vj k(x) ϕ0j (x) ϕ0i (x) dx = − k(x) dx vi−1
j=0 a Li− 1 Li− 1 xi−1
2 2
à Z xi !
1 1
+ k(x) dx vi
Li− 1 Li− 1 xi−1
2
à 2
Z xi+1 ! (3.9)
1 1
+ k(x) dx vi
Li+ 1 Li+ 1 xi
2 2
à Z xi+1 !
1 1
− k(x) dx vi+1 ,
Li+ 1 Li+ 1 xi
2 2

ou seja,
N Z Ã ! Ã !
X b
vi − vi−1 vi+1 − vi
vj k(x) ϕ0j (x) ϕ0i (x) dx = k̄i− 1 − k̄i+ 1 ,
j=0 a
2 Li− 1 2 Li+ 1
2 2

(3.10)
onde Z xi
1
k̄i− 1 := k(x) dx, 1 ≤ i ≤ N. (3.11)
2 Li− 1 xi−1
2

Também temos,
N
X Z b Z xi
vj q(x) ϕj (x) ϕi (x) dx = vi−1 q(x) ϕi−1 (x) ϕi (x) dx
j=0 a xi−1
Z xi+1
+ vi q(x) ϕi (x) ϕi (x) dx (3.12)
xi−1
Z xi+1
+ vi+1 q(x) ϕi+1 (x) ϕi (x) dx,
xi
60

que pode ser reescrita como,


N Z Z Ã ! Ã !
X b xi
xi − x x − xi−1
vj q(x) ϕj (x) ϕi (x) dx = vi−1 q(x) dx
j=0 a xi−1 Li− 1 Li− 1
2 2

Z xi à !2
x − xi−1
+ vi q(x) dx
xi−1 Li− 1
2
Z xi+1 Ã !2
xi+1 − x
+ vi q(x) dx
xi Li+ 1
2
Z xi+1 Ã ! Ã !
xi+1 − x x − xi
+ vi+1 q(x) dx
xi Li+ 1 Li+ 1
2 2

(3.13)

ou seja,
N
X Z b
vj q(x) ϕj (x) ϕi (x) dx = hi (q ∗ v)i , (3.14)
j=0 a

onde
Z xi à ! à !
1 xi − x x − xi−1
(q ∗ v)i := vi−1 q(x) dx
hi xi−1 Li− 1 Li− 1
2 2
Z xi à !2
1 x − xi−1
+ vi q(x) dx
hi xi−1 Li− 1
2
Z xi+1 Ã !2
1 xi+1 − x
+ vi q(x) dx
hi xi Li+ 1
2
Z xi+1 Ã ! Ã !
1 xi+1 − x x − xi
+ vi+1 q(x) dx, 1 ≤ i ≤ N − 1.
hi xi Li+ 1 Li+ 1
2 2

(3.15)

Além disso,
Z Z Ã ! Z Ã !
b xi xi+1
x − xi−1 xi+1 − x
f (x) ϕi (x) dx = f (x) dx + f (x) dx,
a xi−1 Li− 1 xi Li+ 1
2 2
(3.16)
ou seja, Z b
f (x) ϕi (x) dx = hi f¯i , (3.17)
a
61

onde
Z xi Z xi+1
1 x − xi−1 1 xi+1 − x
f¯i := f (x) dx + f (x) dx, 0 ≤ i ≤ N.
hi xi−1 Li− 1 hi xi Li+ 1
2 2
(3.18)

Assim, com as equações (3.10), (3.14) e (3.17) reescrevemos (3.7) obtendo,


portanto, o método de elementos finitos de segunda ordem (FEM02) dado por
à !
1 vi+1 − vi vi − vi−1
− k̄i+ 1 − k̄i− 1 + (q ∗ v)i = f¯i , 1 ≤ i ≤ N − 1,
hi 2 Li+ 1 2 Li− 1
2 2

(3.19)
onde k̄i− 1 , (q ∗ v)i e f¯i são dados, respectivamente por (3.11), (3.15) e (3.18).
2

O método também pode ser escrito como

− D(k̄ · Gv)i + (q ∗ v)i = f¯i , (3.20)

onde
vi − vi−1
(Gv)i− 1 := , 1 ≤ i ≤ N, (3.21)
2 Li− 1
2

wi+ 1 − wi− 1
(Dw)i := 2 2
, 0 ≤ i ≤ N, (3.22)
hi
wN + 1 ≡ wN , w− 1 ≡ w0 , e k̄, (q ∗ v) e f¯ são dadas respectivamente por (3.11),
2 2

(3.15) e (3.18).

A condição de contorno (3.2), α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , com α1 > 0, se


fosse aproximada por

α0 v(a) − α1 k(a) v0 (a) = γa , (3.23)

isto é,
v1 − v0
α0 v0 − α1 k0 = γa , (3.24)
L1
2

produziria um método de primeira ordem apenas, aumentando significativamente os


erros de aproximação. Por esta razão, no método de elementos finitos, (3.2) não é
62

discretizada desta forma. Para discretizar a condição de contorno (3.2) com α1 > 0,
multipliquemos a EDO (3.1) por ϕ0 (x) e integremos no intervalo [a, b],
Z b µ ¶ Z b Z b
d du
− k(x) ϕ0 (x) dx + q(x) u(x) ϕ0 (x) dx = f (x) ϕ0 (x) dx.
a dx dx a a
(3.25)

Pela definição (3.4), segue que


Z x1 Z x1
0 0
k(a) u (a) + k(x) u (x) ϕ00 (x) dx + q(x) u(x) ϕ0 (x) dx
x0 x0
Z x1
= f (x) ϕ0 (x) dx, (3.26)
x0

e por (3.2),
Z x1 Z x1
α0 γa 0
u(a) − + k(x) u (x) ϕ00 (x) dx + q(x) u(x) ϕ0 (x) dx
α1 α1 x0 x0
Z x1
= f (x) ϕ0 (x) dx. (3.27)
x0

Substituindo u(x) por v(x) dada em (3.5), obtemos portanto a discretização


Z x1
α0
v0 + k(x)[v0 ϕ00 (x) + v1 ϕ01 (x)] ϕ00 (x) dx
α1 x0
Z x1 Z x1
γa
+ q(x) [v0 ϕ0 (x) + v1 ϕ1 (x)] ϕ0 (x) dx = + f (x) ϕ0 (x) dx.
x0 α1 x0

(3.28)

Analogamente, a condição de contorno (3.3), β0 u(b) + β1 u0 (b) = γb , no


caso de se ter β1 > 0, não deve ser discretizada como

β0 v(b) + β1 k(b) v0 (b) = γb , (3.29)

isto é,
vN − vN −1
β0 vN + β1 kN = γb , (3.30)
LN − 1
2

pois, novamente, tornaria o método de primeira ordem apenas. Para discretizar a


condição de contorno (3.3) com β1 > 0, multipliquemos a EDO (3.1) por ϕN (x) e
63

integremos no intervalo [a, b],


Z b µ ¶ Z b Z b
d du
− k(x) ϕN (x) dx + q(x) u(x) ϕN (x) dx = f (x) ϕN (x) dx.
a dx dx a a
(3.31)

Pela definição (3.4), segue que


Z xN Z xN
0 0
− k(b) u (b) + k(x) u (x) ϕ0N (x) dx + q(x) u(x) ϕN (x) dx
xN −1 xN −1
Z xN
= f (x) ϕN (x) dx, (3.32)
xN −1

e por (3.3),
Z xN Z xN
β0 γb 0
u(b) − + k(x) u (x) ϕ0N (x) dx + q(x) u(x) ϕN (x) dx
β1 β1 xN −1 xN −1
Z xN
= f (x) ϕN (x) dx. (3.33)
xN −1

Substituindo u(x) por v(x) dada em (3.5), obtemos portanto a discretização


Z xN
β0
vN + k(x) [vN −1 ϕ0N −1 (x) + vN ϕ0N (x)] ϕ0N (x) dx
β1 xN −1
Z xN Z xN
γb
+ q(x) [vN −1 ϕN −1 (x) + vN ϕN (x)] ϕN (x) dx = + f (x) ϕN (x) dx.
xN −1 β1 xN −1

(3.34)

Vamos agora encontrar o erro de truncamento para o método FEM02, lem-


brando que k(x) ∈ C 3 ([a, b]), q(x) ∈ C 2 ([a, b]), f (x) ∈ C 2 ([a, b]), e conseqüente-
mente, u(x) ∈ C 4 ([a, b]). O erro de truncamento é dado por

− D(k̄ · Gu)i + (q ∗ u)i = f¯i + τ (u)i , 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.35)

ou seja,
à !
1 ui+1 − ui ui − ui−1
− k̄i+ 1 − k̄i− 1 + (q ∗ u)i
hi 2 Li+ 1 2 Li− 1
2 2

= f¯i + τ (u)i , 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.36)


64

Utilizando expansões de Taylor para k(x),

1 00
k(x) = ki + ki0 (x − xi ) + k (x − xi )2 + O((x − xi )3 ), (3.37)
2 i

obtemos,
Z xi
1
k̄i− 1 = k(x) dx
2 Li− 1 xi−1
2 (3.38)
1 1
= ki − ki0 Li− 1 + ki00 L2i− 1 + O(L3i− 1 ),
2 2 6 2 2

e
Z xi+1
1
k̄i+ 1 = k(x) dx
2 Li+ 1 xi
2 (3.39)
1 1
= ki + ki0 Li+ 1 + ki00 L2i+ 1 + O(L3i+ 1 ).
2 2 6 2 2

Além disso, utilizando expansões de Taylor para a função u(x), obtemos que

ui+1 = u(xi + Li+ 1 )


2

1 00 2 1 (3.40)
= ui + u0i Li+ 1 + ui Li+ 1 + u000 L3 1 + O(L4i+ 1 ),
2 2 2 6 i i+ 2 2

ui−1 = u(xi − Li− 1 )


2

1 00 2 1 (3.41)
= ui − u0i Li− 1 + ui Li− 1 − u000 L3 1 + O(L4i− 1 ),
2 2 2 6 i i− 2 2

e para as funções q(x) e f (x),

q(x) = qi + qi0 (x − xi ) + O((x − xi )2 ), (3.42)

e
f (x) = fi + fi0 (x − xi ) + O((x − xi )2 ). (3.43)
65

Por (3.42),
Z Z Ã ! Ã !
xi xi
xi − x x − xi−1
q(x) ϕi−1 (x) ϕi (x) dx = q(x) dx
xi−1 xi−1 Li− 1 Li− 1
2 2
Z xi à ! à !
xi − x x − xi−1
= qi dx
xi−1 Li− 1 Li− 1
2
Z xi à !2 à !
x i − x x − x i−1
+ qi0 (x − xi ) dx
xi−1 Li− 1 Li− 1
2 2

+ O(L3i− 1 ).
2

(3.44)

Utilizando integração por partes,


Z b µ ¶ µ ¶ Z b µ ¶0
b − x x − a 1 (x − a)2
= 2 (b − x) dx
a L L L a 2
Z b
1 (3.45)
= (x − a)2 dx
2 L2 a
1 L3 L
= 2
= ,
2L 3 6
onde L = b − a.

Da mesma forma,
Z b Z b µ ¶0
1 2 1 (x − b)3
− 2 (x − b) (x − a) dx = − 2 (x − a) dx
L a L a 3
Z b
1 (3.46)
= (x − b)3 dx
3 L2 a
1 4 L2
= (− L ) = − ,
12 L2 12
para L = b − a.

Assim, (3.44) torna-se,


Z xi
1 1 0 2
q(x) ϕi−1 (x) ϕi (x) dx = qi Li− 1 − qi Li− 1 + O(L3i− 1 ). (3.47)
xi−1 6 2 12 2 2
66

Agora,
Z xi Z xi
(x − xi−1 )2
q(x) ϕi (x) ϕi (x) dx = q(x) dx
xi−1 xi−1 L2i− 1
2
Z xi
(x − xi−1 )2
= qi dx
xi−1 L2i− 1
2
Z xi
(x − xi−1 )2
+ qi0 (x − xi ) dx + O(L3i− 1 ).
xi−1 L2i− 1 2
2

(3.48)

Observando que Z b
(x − a)2 L
2
dx = , (3.49)
a L 3
e que Z µ ¶2
b
x − a L2
(x − b) = − , (3.50)
a L 12
segue que
Z xi
1 1 0 2
q(x) ϕi (x) ϕi (x) dx = qi Li− 1 − q L 1 + O(L3i− 1 ). (3.51)
xi−1 3 2 12 i i− 2 2

Temos também que


Z xi+1 Z xi+1
(x − xi+1 )2
q(x) ϕi (x) ϕi (x) dx = q(x) dx
xi xi L2i+ 1
2
Z xi+1
(x − xi+1 )2
= qi dx
xi L2i+ 1
2 (3.52)
Z xi+1 2
(x − xi+1 )
+ qi0 (x − xi ) dx
xi L2i+ 1
2

+ O(L3i+ 1 ).
2

Usando as observações (3.46) e (3.49) temos,


Z xi+1
1 1 0 2
q(x) ϕi (x) ϕi (x) dx = qi Li+ 1 + qi Li+ 1 + O(L3i+ 1 ). (3.53)
xi 3 2 12 2 2
67

Por fim,
Z Z Ã ! Ã !
xi+1 xi+1
x − xi xi+1 − x
q(x) ϕi+1 (x) ϕi (x) dx = q(x) dx
xi xi Li+ 1 Li+ 1
Z xi+1 Ã !2
à 2
!
x − xi xi+1 − x
= qi dx
xi Li+ 1 Li+ 1
2
Z xi+1 Ã !2 Ã !
x − x i x i+1 − x
+ qi0 (x − xi ) dx
xi Li+ 1 Li+ 1
2 2

+ O(L3i+ 1 ).
2

(3.54)

Pelas observações (3.45) e (3.50) chegamos a


Z xi+1
1 1 0 2
q(x) ϕi+1 (x) ϕi (x) dx = qi Li+ 1 + qi Li+ 1 + O(L3i+ 1 ). (3.55)
xi 6 2 12 2 2

Usando as equações (3.47), (3.51), (3.53) e (3.55) em (3.15), obtemos


Z xi Z xi+1
hi (q ∗ v)i = vi−1 q(x) ϕi−1 (x) ϕi (x) dx + vi q(x) ϕ2i (x) dx
x xi−1
Z xi−1
i+1
+ vi+1 q(x) ϕi+1 (x) ϕi (x) dx
xi
· ¸
1 1 0 2 3
= vi−1 qi Li− 1 − q L 1 + O(Li− 1 ) (3.56)
6 2 12 i i− 2 2
·
1 1 0 2
+ vi qi (Li− 1 + Li+ 1 ) + q (L 1 − L2i− 1 ) + O(L3i− 1 )
3 2 2 12 i i+ 2 2 2
¸ · ¸
1 1 0 2
+ O(L3i+ 1 ) + vi+1 qi Li+ 1 + qi Li+ 1 + O(L3i+ 1 ) .
2 6 2 12 2 2

Dessa forma,
· ¸
1 1 0 2 3
hi (q ∗ u)i = u(xi − Li− 1 ) qi Li− 1 − q L 1 + O(Li− 1 )
2 6 2 12 i i− 2 2
·
1 1
+ u(xi ) qi Li− 1 + qi Li+ 1
3 2 3 2
¸ (3.57)
1 0 2 2 3 3
+ q (L 1 − Li− 1 ) + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 )
12 i i+ 2 2 2 2
· ¸
1 1 0 2 3
+ u(xi + Li+ 1 ) qi Li+ 1 + q L 1 + O(Li+ 1 ) .
2 6 2 12 i i+ 2 2
68

Por (3.40) e (3.41) temos,


·
1 1 0 2 1 1
hi (q ∗ u)i = ui qi Li− 1 − qi Li− 1 + qi Li− 1 + qi Li+ 1
6 2 12 2 3 2 3 2
¸
1 0 2 1 0 2 1 1 0 2
+ qi Li+ 1 − qi Li− 1 + qi Li+ 1 + q L 1
12 2 12 2 6 2 12 i i+ 2
· ¸
1 1 (3.58)
+ ui − qi Li− 1 + qi Li+ 1 + O(L3i− 1 ) + O(L3i+ 1 )
0 2 2
6 2 6 2 2 2

Li− 1 + Li+ 1 1 ³ ´
= ui q i 2 2
+ ui qi0 L2i+ 1 − L2i− 1
2 6 2 2

1 0 ³ ´
+ ui qi L2i+ 1 − L2i− 1 + O(L3i− 1 ) + O(L3i+ 1 ).
6 2 2 2 2

Assim,
1 ³ ´
(q ∗ u)i = qi ui + (qi u0i + qi0 ui ) Li+ 1 − Li− 1
3 2 2
(3.59)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ).
2 2

Por fim, de (3.43) temos,


Z b Z xi Z xi+1
x − xi−1 xi+1 − x
f (x) ϕi (x) dx = f (x) dx + f (x) dx
a xi−1 Li− 1 x i
Li+ 1
Z xi 2
Z xi 2

x − xi−1 0 x − xi−1
= fi dx + fi (x − xi ) dx
xi−1 Li− 1 xi−1 Li− 1
Z xi+1
2 2

3 xi+1 − x
+ O(Li− 1 ) + fi dx
2
xi Li+ 1
Z xi+1 2

x i+1 − x
+ fi0 (x − xi ) dx + O(L3i+ 1 ),
xi L i+ 1 2
2

(3.60)

com O(L3i− 1 ) e O(L3i+ 1 ) dependendo de f 00 (x) em [xi−1 , xi+1 ]. Observando que


2 2
Z b
x − a L
dx = , (3.61)
a L 2
Z b
x − a L2
(x − b) dx = − , (3.62)
a L 6
Z b
b − x L
dx = , (3.63)
a L 2
e Z b
b − x L2
(x − a) dx = , (3.64)
a L 6
69

segue que,
Z b Li− 1 + Li+ 1 1 0 ³ 2 ´
f (x) ϕi (x) dx = fi 2 2
+ fi Li+ 1 − L2i− 1
a 2 6 2 2

+ O(L3i− 1 ) + O(L3i+ 1 ). (3.65)


2 2

Lembrando da relação (3.17) para f¯, chegamos a


Z xi+1
¯ 1
fi = f (x) ϕi (x) dx
hi xi−1
(3.66)
1 0 ³ ´
= fi + fi Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ).
3 2 2 2 2

Utilizando as equações (3.38), (3.39), (3.40), (3.41), (3.59) e (3.66) em (3.36),


à !
1 ui+1 − ui ui − ui−1
− k̄i+ 1 − k̄i− 1 + (q ∗ u)i
hi 2 Li+ 1 2 Li− 1
2 2

= f¯i + τ (u)i , 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.67)

obtemos,
·µ ¶
1 1 0 1 00 2 3
τ (u)i = − ki + ki Li+ 1 + ki Li+ 1 + O(Li+ 1 )
hi 2 2 6 2 2
µ ¶
1 1
u0i + u00i Li+ 1 + u000 L2 1 + O(L3i+ 1 )
2 2 6 i i+ 2 2
µ ¶
1 0 1 00 2 3
− ki − ki Li− 1 + ki Li− 1 + O(Li− 1 )
2 2 6 2 2
µ ¶¸
1 1
u0i − u00i Li− 1 + u000 L2 1 + O(L3i− 1 )
2 2 6 i i− 2 2
· ³ ´ ¸
1 0 0 2 2
+ qi ui + (qi ui + qi ui ) Li+ 1 − Li− 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 )
3 2 2 2 2
· ³ ´ ¸
1
− fi + fi0 Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) .
3 2 2 2 2

(3.68)
70

Assim,
·
1 Li+ 1 + Li− 1 Li+ 1 + Li− 1
τ (u)i = − ki u00i 2 2
+ ki0 u0i 2 2

hi 2 2
1 ³ ´ 1 0 00 ³ 2 ´
+ ki u000
i L 2
1 − L 2
1 + k u L 1 − L 2
1
6 i+ 2 i− 2
4 i i i+ 2 i− 2
¸
1 00 0 ³ ´
2 2 3 3
+ k u Li+ 1 − Li− 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 )
6 i i 2 2 2 2
· ³ ´ ¸
1 0 0 2 2
+ qi ui + (qi ui + qi ui ) Li+ 1 − Li− 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 )
3 2 2 2 2
· ³ ´ ¸
1
− fi + fi0 Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 )
3 2 2 2 2

· ¸
= − ki u00i − ki0 u0i
+ q i ui − f i

1 ³ ´ · ¸
000 0 00 00 0 0 0 0
+ Li+ 1 − Li− 1 − ki ui − 2 ki ui − ki ui + qi ui + qi ui − fi
3 2 2

1 ³ ´
+ ki0 u00i Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ).
6 2 2 2 2

(3.69)

Por (3.1) temos que −ki u00i − ki0 u0i + qi ui − fi = 0 e (−ki u00i − ki0 u0i + qi ui − fi )0 = 0
e, portanto,
1 0 00 ³ ´
τ (u)i = ki ui Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ). (3.70)
6 2 2 2 2

Além disso, o erro da solução eh para FEM02 é dado por

ei = vi − ui , 0 ≤ i ≤ N, (3.71)

e o erro da derivada E h por

Ei− 1 = (Gv)i− 1 − u0 (xi− 1 )


2 2 2

= (G(v − u))i− 1 + (Gu)i− 1 − u0 (xi− 1 ) (3.72)


2 2 2

= (Geh )i− 1 + (Gu)i− 1 − u0 (xi− 1 ), 1 ≤ i ≤ N,


2 2 2

onde
vi − vi−1
(Gv)i− 1 = , 1 ≤ i ≤ N. (3.73)
2 Li− 1
2
71

Assim,
E h = Geh + τG (u), (3.74)

onde
ui − ui−1
τG (u)i− 1 := − u0 (xi− 1 ), 1 ≤ i ≤ N. (3.75)
2 Li− 1 2
2

Por expansão de Taylor temos,

1 000
τG (u)i− 1 = u 1 L2 1 + O(L3i− 1 ), 1 ≤ i ≤ N. (3.76)
2 24 i− 2 i− 2 2

Finalmente,
N
X −1 ³ ´
k̄i− 1 (Geh )i− 1 = k̄N − 1 (Geh )N − 1 − k̄j+ 1 (Geh )j+ 1 − k̄j− 1 (Geh )j− 1
2 2 2 2 2 2 2 2
j=i

h
N
X −1
k̄j+ 1 (Geh )j+ 1 − k̄j− 1 (Geh )j− 1
= k̄N − 1 (Ge )N − 1 − hj 2 2 2 2
,
2 2
j=i
hj

(3.77)

isto é,
N
X −1
k̄i− 1 (Geh )i− 1 = k̄N − 1 (Geh )N − 1 − hj D(k̄ · Geh )j , 1 ≤ i ≤ N. (3.78)
2 2 2 2
j=i
72

3.2 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de


Primeira Ordem para q(x) = 0

Consideremos o problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de


Dirichlet em x = a e x = b,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (3.79)
dx dx
α0 u(a) = γa , β0 u(b) = γb . (3.80)

onde γa e γb são constantes dadas, α0 > 0, β0 > 0, k(x) ∈ C 3 ([a, b]), q(x) ∈
C 2 ([a, b]), f (x) ∈ C 2 ([a, b]), k(x) > 0 em [a, b], q(x) ≥ 0 em [a, b] e u(x) ∈ C 4 ([a, b]).
Da seção (3.1), sabemos que o problema discreto correspondente é dado por
à !
1 vi+1 − vi vi − vi−1
− k̄i+ 1 − k̄i− 1 + (q ∗ v)i = f¯i , 1 ≤ i ≤ N − 1,
hi 2 Li+ 1 2 Li− 1
2 2

(3.81)
γa γb
v0 = , vN = , (3.82)
α0 β0

onde,
Z xi
1
k̄i− 1 = k(x) dx, 1 ≤ i ≤ N, (3.83)
2 Li− 1 xi−1
Z x2i+1
1
f¯i = f (x) ϕi (x) dx, 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.84)
hi xi−1

e
· Z xi Z xi+1
1
(q ∗ v)i = vi−1 q(x) ϕi−1 (x) ϕi (x) dx + vi q(x) ϕi (x)2 dx
hi xi−1 xi−1
Z xi+1 ¸
+ vi+1 q(x) ϕi+1 (x) ϕi (x) dx , 1 ≤ i ≤ N − 1.
xi

(3.85)
73

Notemos que e0 = v0 − u0 = 0 e eN = vN − uN = 0. Poderı́amos escrever as


equações (3.84) e (3.85) para i = 0 e i = N na forma
Z x1
¯ 1
f0 = f (x) ϕ0 (x) dx, (3.86)
h0 x0
Z xN
¯ 1
fN = f (x) ϕN (x) dx, (3.87)
hN xN −1

· Z x1 Z x1 ¸
1 2
(q ∗ v)0 = v0 q(x) ϕ0 (x) dx + v1 q(x) ϕ1 (x) ϕ0 (x) dx , (3.88)
h0 x0 x0
· Z xN Z xN ¸
1 2
(q ∗ v)N = vN −1 q(x) ϕN −1 (x) ϕN (x) dx + vN q(x) ϕN (x) dx ,
hN xN −1 xN −1

(3.89)

mas estes valores não serão utilizados no caso do problema de Sturm-Liouville com
condições de Dirichlet.

O FEM02 dado em (3.81) - (3.85) pode ser escrito como

− D(k̄ · Gv h ) + (q ∗ v h ) = f, (3.90)

onde
zi+ 1 − zi− 1
(Dz)i := 2 2
, 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.91)
hi
e
wi − wi−1
(Gw)i− 1 := , 1 ≤ i ≤ N. (3.92)
2 Li− 1
2

Consideremos agora o caso q(x) = 0. Subtraindo −D(k̄ · Guh ) + (q ∗ uh ) =


f + τ (u) da equação (3.90), chegamos a

− D(k̄ · Geh ) + (q ∗ eh ) = − τ (u). (3.93)

Utilizando q(x) = 0 em (3.93), e levando o resultado na equação (3.78) obte-


mos,
N
X −1
h h
k̄ i− 12 (Ge ) i− 12 = k̄ N − 12 (Ge ) N − 12 − hj τ (u)j , 1 ≤ i ≤ N. (3.94)
j=i
74

Usando a equação (3.70) para o erro de truncamento, o fato de que hj =


Lj+ 1 +Lj− 1
2
2
2
e definindo w(x) := k0 (x)u00 (x), temos que
N
X −1
1 X
N −1 ³ ´
hj τ (u)j = wj Lj+ 1 − Lj− 1 + O(~2 )
2 2

j=i
12 j=i 2 2

1 X ³ ´
N −1
= wj+ 1 L2j+ 1 − wj− 1 L2j− 1
12 j=i 2 2 2 2

N −1 N −1
1 X 2 1 X
− (wj+ 1 − wj ) Lj+ 1 − (wj − wj− 1 ) L2j− 1 + O(~2 ).
12 j=i 2 2 12 j=i 2 2

(3.95)

Como (wj+ 1 − wj ) = O(Lj+ 1 ) e (wj − wj− 1 ) = O(Lj− 1 ),


2 2 2 2

1 ³ ´
N
X −1
hj τ (u)j = wN − 1 LN − 1 − wi− 1 Li− 1 + O(~2 ),
2 2
(3.96)
j=i
12 2 2 2 2

isto é,
N
X −1
1 0 1 0
hj τ (u)j = kN − 1 u00N − 1 L2N − 1 − ki− 1 u00i− 1 L2i− 1 + O(~2 )
j=i
12 2 2 2 12 2 2 2

1 ≤ i ≤ N − 1. (3.97)

[0]
eN −eN −1 e
Para computar (Geh )N − 1 = LN − 1
= − LN −11 , precisamos computar eN −1 :
2 N− 2
2

    
[0] [0] [0]
a1 −c̄ 3 0 · · · 0 0 0 e1 b(u)1
 2    
 [0]  [0]   [0] 
 −c̄ 3 a2 −c̄ 5 · · · 0 0 0  e2   b(u)2 
 2 2    
 [0]  [0]   [0] 
 0 −c̄ 5 a3 · · · 0 0 0  e3   b(u)3 
 2    
 · · · · · · ·  ·   · 
    
    
 · · · · · · ·  · = · ,
    
    
 · · · · · · ·  ·   · 
    
 [0]  [0]   [0] 
 0 0 0 · · · aN −3 −c̄N − 5 0  eN −3   b(u)N −3 
 2    
 [0]  [0]   [0] 
 0 0 0 · · · −c̄N − 5 aN −2 −c̄N − 3  eN −2   b(u)N −2 
 2 2 
[0] [0] [0]
0 0 0 · · · 0 −c̄N − 3 aN −1 eN −1 b(u)N −1
2
(3.98)
75

onde
k̄i− 1
c̄i− 1 = 2
, 1 ≤ i ≤ N, (3.99)
2 Li− 1
2

[0]
ai = c̄i− 1 + c̄i+ 1 , 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.100)
2 2

b(u)i = − hi τ (u)i , 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.101)

Reduzindo à forma triangular superior pela eliminação Gaussiana, obtemos,


    
[0] [0] [0]
â1 −c̄ 3 0 · · · 0 0 0 e1 b̂(u)1
 2    
 [0]   [0]   [0] 
 0 â2 −c̄ 5 · · · 0 0 0   e2   b̂(u)2 
 2    
 [0]   [0]   [0] 
 0 0 â3 · · · 0 0 0   e3   b̂(u)3 
    
    
 · · · · · · ·  ·   · 
    
    
 · · · · · · ·  ·  =  · ,
    
    
 · · · · · · ·  ·   · 
    
 [0]   [0]   [0] 
 0 0 0 · · · âN −3 −c̄N − 5 0   e   b̂(u)N −3 
 2   N −3   
 [0]   [0]   [0] 
 0 0 0 · · · 0 âN −2 −c̄N − 3   eN −2   b̂(u)N −2 
 2    
[0] [0] [0]
0 0 0 · · · 0 0 âN −1 eN −1 b̂(u)N −1
(3.102)
onde
[0] [0]
âj = c̄j+ 1 + θj c̄j− 1 , 1 ≤ j ≤ N − 1, (3.103)
2 2
j [0]
[0]
X c̄j− 1 θj
b̂(u)j = 2
[0]
b(u)l , 1 ≤ j ≤ N − 1, (3.104)
l=1 c̄l− 1 θl
2

[0] [0] [0]


com θ1 , θ2 ,..., θN −1 dados por
[0]
θ1 = 1, (3.105)
[0]
[0]
c̄j− 3 θj−1
θj = 2
[0]
, 2 ≤ j ≤ N. (3.106)
c̄j− 1 + c̄j− 3 θj−1
2 2

De (3.105) e (3.106) temos,


j
1 X Ll− 1
[0]
= 2
. (3.107)
c̄j− 1 θj l=1
k̄l− 1
2 2
76

Definindo
j
X Ll− 1
I¯j := 2
, (3.108)
l=1
k̄l− 1
2

temos,
j [0] j
X c̄j− 1 θj X
I¯l hl τ (u)l .
[0] [0]
b̂(u)j = − 2
[0]
hl τ (u)l = − c̄j− 1 θj (3.109)
l=1 c̄l− 1 θl 2
l=1
2

Em particular,
[0] [0] N −1
b̂(u)N −1 c̄N − 3 θN −1 X
I¯j hj τ (u)j .
[0]
eN −1 = [0]
= − 2
[0]
(3.110)
âN −1 c̄N − 1 + c̄N − 3 θN −1 j=1
2 2

Agora,
[0]
c̄N − 3 θN −1 1 1 1
2
[0]
= c̄N − 1 = 1 1
c̄N − 1 + c̄N − 3 θN −1 1 + 2 c̄N − 1 c̄N − 1
+ [0]
2 2 [0] 2 c̄N − 3 θN −1
c̄N − 3 θN −1 2 2
2

LN − 1 1 LN − 1 1
= 2
LN − 1 PN −1 Lj− 1
= 2
PN Lj− 1
,
k̄N − 1 2
+ 2 k̄N − 1 2
2 j=1 2 j=1 k̄ 1
k̄N − 1 k̄j− 1 j−
2 2 2

(3.111)

isto é,
[0]
c̄N − 3 θN −1 LN − 1
2
= 2
. (3.112)
c̄N − 1 + c̄N − 3 θN −1
[0] k̄ 1 I¯N
N− 2
2 2

Além disso, pela equação (3.70) para o erro de truncamento, pelo fato de que
hj = 12 (Lj+ 1 + Lj− 1 ) e definindo w(x) := k0 (x)u00 (x), temos que
2 2

N
X −1 N −1
1 X ¯ ³ ´
¯
Ij hj τ (u)j = Ij wj L2j+ 1 − L2j− 1 + O(~2 )
j=1
12 j=1 2 2

1 X ³¯ ´
N −1
= Ij+1 wj+ 1 L2j+ 1 − I¯j wj− 1 L2j− 1
12 j=1 2 2 2 2

N −1
(3.113)
1 X ¯
− (Ij+1 wj+ 1 − I¯j wj ) L2j+ 1
12 j=1 2 2

N −1
1 X ¯
− Ij (wj − wj− 1 ) L2j− 1 + O(~2 ).
12 j=1 2 2
77

Como (I¯j+1 wj+ 1 − I¯j wj ) = (I¯j+1 − I¯j )wj+ 1 + I¯j (wj+ 1 − wj ), (I¯j+1 − I¯j ) =
2 2 2
Lj+ 1
2
k̄j+ 1
= O(Lj+ 1 ) e (wj+ 1 − wj ) = O(Lj+ 1 ), segue que
2 2 2
2

1 ³¯ ´
N
X −1
I¯j hj τ (u)j = IN wN − 1 L2N − 1 − I¯1 w 1 L21 + O(~2 ). (3.114)
j=1
12 2 2 2 2

Como I¯1 w 1 L21 = O(L31 ) = O(~2 ), temos


2 2 2

N
X −1
1 ¯ 0
I¯j hj τ (u)j = IN kN − 1 u00N − 1 L2N − 1 + O(~2 ). (3.115)
j=1
12 2 2 2

Usando as equações (3.112) e (3.115) em (3.110), chegamos a


[0] N −1
c̄N − 3 θN −1 X
I¯j hj τ (u)j
[0]
eN −1 = − 2
[0]
c̄N − 1 + c̄N − 3 θN −1 j=1
2 2
µ ¶
LN − 1 1 ¯ 0 00 2 2
= − 2
IN kN − 1 uN − 1 LN − 1 + O(~ ) (3.116)
k̄N − 1 I¯N 12 2 2 2
2
à 0 00 !
1 kN − 12 uN − 12 2
= − LN − 1 LN − 1 + O(~2 ) .
2 12 k̄N − 1 2
2

Finalmente,
à à 0 00 !!
h 1 1 kN − 12 uN − 12 2 2
(Ge )N − 1 = − − LN − 1 LN − 1 + O(~ ) , (3.117)
2 LN − 1 2 12 k̄N − 1 2
2 2

isto é,
1 0
k̄N − 1 · (Geh )N − 1 = kN − 1 u00N − 1 L2N − 1 + O(~2 ). (3.118)
2 2 12 2 2 2

Levando (3.97) e (3.118) na equação (3.94), obtemos


N
X −1
[0] [0]
k̄ i− 12 · (Ge ) i− 12 = k̄ N − 12 · (Ge ) N − 12 − hj τ (u)j
j=i
µ ¶
1 0 00 2 2
= k 1 u 1 L 1 + O(~ )
12 N − 2 N − 2 N − 2
µ ¶
1 0 00 2 1 0 00 2 2
− k 1 u 1 L 1 − k 1 u 1 L 1 + O(~ ) ,
12 N − 2 N − 2 N − 2 12 i− 2 i− 2 i− 2
(3.119)
78

ou seja,
1 0
k̄i− 1 · (Ge[0] )i− 1 = k 1 u00 1 L2 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N. (3.120)
2 2 12 i− 2 i− 2 i− 2

Determinemos agora o erro da derivada de primeira ordem. Das equações


(3.76) e (3.120), segue que
[0]
k̄i− 1 · Ei− 1 = k̄i− 1 · (Geh )i− 1 + k̄i− 1 · τG (u)i− 1
2 2 2 2 2 2

1 0 1
= ki− 1 u00i− 1 L2i− 1 + O(~2 ) + k̄ 1 u000 1 L2 1 + O(L2i− 1 ),
12 2 2 2 24 i− 2 i− 2 i− 2 2

(3.121)

isto é,
0 00
[0] 1 ki− 12 ui− 12 2 1 000
Ei− 1 = Li− 1 + ui− 1 L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (3.122)
2 12 k̄i− 1 2 24 2 2
2

onde Z xi
1
k̄ i− 12 = k(x) dx = ki− 1 + O(L2i− 1 ), (3.123)
Li− 1 xi−1
2 2
2

ou, equivalentemente,
à 0 !
1 ki− 1 u00i− 1 1
[0]
Ei− 1 = 2 2
+ u000 1 L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N. (3.124)
2 12 ki− 1 2 i− 2 2
2

Com esse resultado, estimemos o erro de solução e[0] . Como


vi − vi−1
Ei− 1 = − u0 (xi− 1 ), (3.125)
2 Li− 1 2
2

segue que,

vi = vi−1 + u0i− 1 Li− 1 + Ei− 1 Li− 1


2 2 2
³ 2 ´ ³ ´
0 0
= vi−2 + ui− 3 Li− 3 + ui− 1 Li− 1 + Ei− 3 Li− 3 + Ei− 1 Li− 1
2 2 2 2 2 2 2 2

i
X i
X
= ... = v1 + u0j− 1 Lj− 1 + Ej− 1 Lj− 1 (3.126)
2 2 2 2
j=2 j=2
i
X i
X
= v0 + u0j− 1 Lj− 1 + Ej− 1 Lj− 1 .
2 2 2 2
j=1 j=1
79

Pi R xi
Como j=1 u0j− 1 Lj− 1 é uma aproximação pelo ponto médio de x0
u0 (x) dx,
2 2

cujo erro é O(~2 ), e como Ej− 1 = O(L2j− 1 ) + O(~2 ), obtemos


2 2

i
X i
X
vi = v0 + u0j− 1 Lj− 1 + Ej− 1 Lj− 1
2 2 2 2
j=1 j=1
µZ xi ¶
(3.127)
= v0 + u (x) dx + O(~ ) + O(~2 )
0 2
x0

= v0 − u0 + ui + O(~2 ),

isto é,
ei = e0 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N. (3.128)

Como e0 = 0, temos que o erro de solução para q(x) = 0 é,

ei = O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.129)

Notemos que, para este caso, e0 = 0, eN = 0, e1 = O(L31 ) e eN −1 = O(L3N − 1 ).


2 2

Os demais casos correspondentes às outras condições de contorno são tratados


de modo inteiramente análogo, ver [10] para uma discussão detalhada.
80

3.3 Análise dos Erros de Solução e de Derivada de


Primeira Ordem para q(x) ≥ 0

Os resultados aqui são inteiramente análogos aos da Seção 2.3 referente ao


método mimético. Sendo u[q] (x) a solução do problema (3.1)-(3.3) para dada função
q(x) ∈ C 0 ([a, b]) não negativa e denotando por v [q] a aproximação de elementos
finitos correspondente, dada por (3.5), (3.19), (3.28) e (3.34), definimos os erros de
solução
[q] [q]
ei = vi − u[q] (xi ), 0 ≤ i ≤ N, (3.130)

e de derivada
[q] [q]
[q] vi − vi−1 du[q]
Ei− 1 = − (xi− 1 ), 1 ≤ i ≤ N, (3.131)
2 Li− 1 dx 2
2

obtendo-se o seguinte resultado cuja prova é análoga à prova do Teorema 2.1.

Teorema 3.1. Na notação acima, tem-se

[q] [0]
ei = ei + O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (3.132)

e
[q] [0]
Ei− 1 = Ei− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (3.133)
2 2

uniformemente em i, onde e[0] , E [0] denotam respectivamente os erros de solução e


de derivada correspondentes ao caso q(x) = 0.
81

3.4 Análise do Erro da Derivada de Segunda Ordem

Analisemos em primeior lugar D(E)i , com 1 ≤ i ≤ N − 1. Sabemos que o erro


da derivada de primeira ordem é dado por

Ei− 1 = (Ge)i− 1 + τG (u)i− 1 , (3.134)


2 2 2

onde

τG (u)i− 1 = (Gu)i− 1 − u0i− 1


2 2 2
ui − ui−1
= − u0i− 1 (3.135)
Li− 1 2
2
1 000
= u 1 L2 1 + O(L3i− 1 ).
24 i− 2 i− 2 2

Multiplicando (3.134) por k̄i− 1 , obtemos


2

k̄i− 1 Ei− 1 = k̄i− 1 (Ge)i− 1 + k̄i− 1 τG (u)i− 1 , (3.136)


2 2 2 2 2 2

e isto implica
D(k̄ · E)i = D(k̄ · Ge)i + D(k̄ · τG (u))i . (3.137)

Esta última implicação é válida, pois subtraindo (3.136) da equação k̄i+ 1 Ei+ 1 =
2 2

k̄i+ 1 (Ge)i+ 1 + k̄i+ 1 τG (u)i+ 1 , chegamos a


2 2 2 2

k̄i+ 1 Ei+ 1 − k̄i− 1 Ei− 1 k̄i+ 1 (Ge)i+ 1 − k̄i− 1 (Ge)i− 1


2 2 2 2
= 2 2 2 2

hi hi
k̄i+ 1 τG (u)i+ 1 − k̄i− 1 τG (u)i− 1
+ 2 2 2 2
, (3.138)
hi
82

que é o mesmo que (3.137). Agora,

k̄i+ 1 τG (u)i+ 1 − k̄i− 1 τG (u)i− 1


D(k̄ · τG (u))i = 2 2 2 2

hi
k̄i+ 1 − k̄i− 1 τG (u)i+ 1 − τG (u)i− 1
= 2 2
τG (u)i+ 1 + k̄i− 1 2 2

hi 2 2 hi
= D(k̄)i · τG (u)i+ 1 + k̄i− 1 · D(τG (u))i
´ µ1 ¶
2 2
³
0 000 2 3
= ki + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 ) u 1 L 1 + O(Li+ 1 )
2 2 24 i+ 2 i+ 2 2
µ ¶
1
+ ki − ki0 Li− 1 + O(L2i− 1 )
2 2 2
µ ³ ´ ¶
1 000 2 2
u Li+ 1 − Li− 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 ) ,
12 i 2 2 2 2

(3.139)

visto que

k̄i+ 1 − k̄i− 1
D(k̄)i = 2 2

hi
à Z Z !
xi+1 xi
1 1 1
= k(x) dx − k(x) dx
hi Li+ 1 xi Li− 1 xi−1
2 2
µ· ¸ · ¸¶
1 1 0 2 1 0 2
= ki + ki Li+ 1 + O(Li+ 1 ) − ki − ki Li− 1 + O(Li− 1 )
hi 2 2 2 2 2 2

= ki0 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 ),


2 2

(3.140)

Z xi
1 1 0
k̄i− 1 = k(x) dx = ki − k L 1 + O(L2i− 1 ), (3.141)
2 Li− 1 xi−1 2 i i− 2 2
2
Z xi+1
1 1 0
k̄i+ 1 = k(x) dx = ki + k L 1 + O(L2i+ 1 ), (3.142)
2 Li+ 1 xi 2 i i+ 2 2
2
83

e
1 ³ ´
D(τG (u))i = τG (u)i+ − τG (u)i−
1 1
hi 2 2
·µ ¶ µ ¶¸
1 1 000 2 3 1 000 2 3
= u 1 L 1 + O(Li+ 1 ) − u 1 L 1 + O(Li− 1 )
hi 24 i+ 2 i+ 2 2 24 i− 2 i− 2 2

2 2
1 000 Li+ 12 − Li− 12
= ui + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 )
24 hi 2 2

1 000 ³ ´
= u Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N − 1.
12 i 2 2 2 2

(3.143)

Lembremos que −D(k̄ · Ge) + q ∗ e = −τ (u), ou seja, D(k̄ · Ge) = q ∗ e + τ (u),


1 0 00
onde q ∗ e = O(~2 ), uma vez que ei = O(~2 ), e τ (u)i = k u (Li+ 1
6 i i
− Li− 1 ) +
2 2

O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ), com 1 ≤ i ≤ N − 1. Dessa forma,


2 2

1 0 00 ³ ´
D(k̄ · Ge)i = k u Li+ 1 − Li− 1
6 i i 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.144)


2 2

1 ³ ´
D(k̄ · τG (u))i = ki u000
i L 1 − L
i+ 2 1
i− 2
12
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.145)
2 2

Portanto,

D(k̄ · E)i = D(k̄ · Ge)i + D(k̄ · τG (u))i


µ ¶ ³ ´
1 0 00 1 000
= ki ui + ki ui Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ),
6 2 2 2 2 2

(3.146)

ou seja,
µ ¶ ³ ´
1 1
D(k̄ · E)i = ki0 u00i + ki u000
i Li+ 1 − Li− 1
6 2 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.147)


2 2
84

Como D(k̄ · E)i = D(k̄)i Ei+ 1 + k̄i− 1 (DE)i , com D(k̄)i = O(1) e Ei+ 1 =
2 2 2

O(L2i+ 1 ) 2
+ O(~ ), obtemos
2
µ ¶ ³ ´
1 0 00 1 000
k̄i− 1 (DE)i = k i ui + k i ui Li+ 1 − Li− 1
2 6 2 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1, (3.148)


2 2

e como k̄i− 1 = ki − 12 ki0 Li− 1 + O(L2i− 1 ), segue que


2 2 2
µ ¶ ³ ´
1 ki0 00 1
(DE)i = ui + u000 Li+ 1 − Li− 1
6 ki 2 i 2 2
(3.149)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1.
2 2

µ k0 ¶
1
i− 2
1 1
(Comparemos com o resultado Ei− 1 = 12 ki− 1
u00i− 1 + 2
u000
i− 12
L2i− 1 +
2 2 2
2
O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N ).

Notemos também que D(k̄ · Ge)i = D(k̄)i (Ge)i+ 1 + k̄i− 1 D(Ge)i , com D(k̄ ·
2 2
1 0 00
Ge)i = k u (Li+ 1
6 i i
− Li− 1 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~ ), D(k̄)i 2
= O(1),
2 2 2 2

(Ge)i+ 1 = O(L2i+ 1 ) + O(~2 ) e k̄i− 1 = ki + O(Li− 1 ), e portanto,


2 2 2 2

1 ki0 00 ³ ´
D(Ge)i = ui Li+ 1 − Li− 1
6 ki 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.150)


2 2

Alternativamente, (3.150) pode ser mostrada da seguinte forma,

Ei− 1 = (Ge)i− 1 + τG (u)i− 1 ⇒


2 2 2

(DE)i = D(Ge)i + D(τG (u))i ⇒ (3.151)

D(Ge)i = (DE)i − D(τG (u))i , 1 ≤ i ≤ N − 1.

Por (3.143) e (3.149), chegamos à (3.150), ou seja,


1 ki0 00 ³ ´
D(Ge)i = ui Li+ 1 − Li− 1
6 ki 2 2

+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1. (3.152)


2 2
85

Façamos agora a análise do erro da derivada de segunda ordem, Ei = D(Gv)i −


u00i . Para 1 ≤ i ≤ N − 1 temos,
à !
1 vi+1 − vi vi − vi−1
Ei = − − u00i
hi Li+ 1 Li− 1
2 2

1 ³ ´
= (Gv)i+ 1 − (Gv)i− 1 − u00i
hi 2 2
(3.153)
= D(Gv)i − u00i

= D(G(v − u) + Gu)i − u00i

= D(Ge)i + D(Gu)i − u00i ,

onde, por expansão de Taylor,


·µ ¶
00 1 0 1 00 1 000 2 3
D(Gu)i − ui = ui + ui Li+ 1 + ui Li+ 1 + O(Li+ 1 )
hi 2 2 6 2 2
µ ¶¸
1 1
− u0i − u00i Li− 1 + u000 L2 1 + O(L3i− 1 ) − u00i
2 2 6 i i− 2 2

1 000 ³ ´
= ui Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ), 1 ≤ i ≤ N − 1.
3 2 2 2 2

(3.154)

Utilizando (3.152) e (3.154), chegamos a

Ei = D(Ge)i + D(Gu)i − u00i


· ¸
1 ki0 00 ³ ´
2 2 2
= u Li+ 1 − Li− 1 + O(Li− 1 ) + O(Li+ 1 ) + O(~ ) (3.155)
6 ki i 2 2 2 2
· ³ ´ ¸
1 000
+ ui Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) ,
3 2 2 2 2

isto é,
µ ¶ ³ ´
1 ki0 00 1
Ei = ui + u000 Li+ 1 − Li− 1
6 ki 3 i 2 2
(3.156)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) 2
+ O(~ ), 1 ≤ i ≤ N − 1.
2 2
86

3.5 Resultados Numéricos

Neste capı́tulo vimos que, utilizando a discretização pelo método de elementos


finitos de segunda ordem para o problema de Sturm-Liouville com condições de
contorno separáveis,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (3.157)
dx dx
α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , (3.158)

β0 u(b) + β1 k(b) u0 (b) = γb , (3.159)

onde α0 , α1 , β0 , β1 , γa e γb são constantes dadas satisfazendo α0 , α1 , β0 , β1 ≥ 0,


α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0 e α0 + β0 > 0, e onde k(x), q(x) e f (x) são funções
suaves dadas, com k(x) > 0 e q(x) ≥ 0 para todo x no intervalo [a, b], chegamos aos
seguintes resultados para os erros de solução, derivada de primeira ordem e derivada
de segunda ordem, respectivamente,

ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (3.160)
à 0 !
1 ki− 12 00 1 000
Ei− 1 = u 1 + ui− 1 L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (3.161)
2 12 ki− 1 i− 2 2 2 2
2
µ ¶
1 ki0 00 1 000 ³ ´
Ei = ui + ui Li+ 1 − Li− 1
6 ki 3 2 2
(3.162)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N − 1.
2 2

Assim, as aproximações v(xi ) para os valores de solução u(xi ) são afetadas por
erros globalmente relacionados com a distribuição dos pontos da malha. O erro da
derivada de primeira ordem possui um termo local, determinado pelos comprimentos
locais Li− 1 , e um termo global. O erro da derivada de segunda ordem possui ter-
2

mos que dependem dos comprimentos locais Li− 1 e Li+ 1 , além de um termo global.
2 2

Observemos que em malhas gerais o erro passa a ser de primeira ordem.


87

Vejamos alguns exemplos que ilustram estes resultados, utilizando malhas não-
uniformes.

Exemplo 3.1. Caso Dirichlet-Dirichlet

Nas figuras (8a) e (8b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (3.157), (3.158),
(3.159), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 1, β1 = 0, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −5x2 e
u(x) = 1 + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H
células têm espaçamento 0.5 , 0.5 , ..., 20.5 , H, H, 20.5 , ..., 0.5 , 0.5 ,
( N2 ) ( N2 −1) ( N2 −1) ( N2 )
1
onde H = N
e N é o número de células. Para uma malha de 100 células, os nodos
são dados por 



0 se i = 0,


xi = xi−1 + 1
se 1 ≤ i ≤ 50, (3.163)

 100(51−i)0.5



xi−1 + 1
100(i−50)0.5
se 51 ≤ i ≤ 100.

Nesta malha, ~2 = 2.8099e − 004.

x 10
−3 Quadrado do comprimento das células x 10
−4 Erro de Solução
1.6 3

1.4 hslash²
2.5

1.2
2

1
1.5

0.8
e

1
0.6

0.5
0.4

0.2 0

0 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 8a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.
88

x 10
−6 Erro de Solução em detalhe x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem
3 3

2
2.5
1

0 2

−1
1.5

E1
−2
e

1
−3

−4 0.5

−5
0
−6

−7 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componentes local e global x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componente global em detalhe
−4 −5

3 2.6

Componente global do erro da derivada de 1ª ordem


Componentes do erro da derivada de 1ª ordem

2.5
termo local 2.4
termo global
2.2
2

2
1.5
1.8
1
1.6
0.5
1.4

0
1.2

−0.5 1

−1 0.8
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da Derivada de 2ª ordem
6

2
E2

−2

−4

−6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 8b - Representação gráfica dos erros de solução e derivada de primeira e


segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Dirichlet-Dirichlet.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo f em02 dd.m foi executado em 1.266681
segundos.
89

Exemplo 3.2. Caso Dirichlet-Neumann

Nas figuras (9a) e (9b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (3.157), (3.158),
(3.159), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 0, β1 = 1, k(x) = 2 + sin(x), q(x) = −exp(x)
e u(x) = x + sin(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H
células têm espaçamento 0.9 , 0.9 , ..., 20.9 , H, H, 20.9 , ..., 0.9 , 0.9 ,
( N2 ) ( N2 −1) ( N2 −1) ( N2 )
1
onde H = N
e N é o número de células. Para este exemplo usamos N = 100, e os
nodos são dados por




0 se i = 0,


xi = xi−1 + 1
se 1 ≤ i ≤ 50, (3.164)

 100(51−i)0.9



xi−1 + 1
100(i−50)0.9
se 51 ≤ i ≤ 100.

Nesta malha, ~2 = 0.0021.

x 10
−3 Quadrado do comprimemto das células x 10
−3 Erro de Solução
9 2.5

8 hslash²
2
7

6 1.5

5

1
e

3 0.5

2
0
1

0 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 9a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Neumann.
90

x 10
−4 Erro de Solução em detalhe x 10
−3 Erro da Derivada de 1ª ordem
0 2.5

−0.1
2
−0.2

−0.3 1.5

−0.4
1

E1
−0.5
e

0.5
−0.6

−0.7 0

−0.8
−0.5
−0.9

−1 −1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componentes local e global


−3 −4
x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componente global em detalhe
2.5 0

Componente global do erro da derivada de 1ª ordem


Componentes do erro da derivada de 1ª ordem

−0.2
2
termo local
termo global −0.4
1.5

−0.6
1
−0.8

0.5
−1

0
−1.2

−0.5 −1.4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Erro da Derivada de 2ª ordem


0.015

0.01

0.005
E2

−0.005

−0.01

−0.015
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 9b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira e


segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Dirichlet-Neumann.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo f em02 dr.m foi executado em 1.280455
segundos.
91

Exemplo 3.3. Caso Dirichlet-Robin

Nas figuras (10a) e (10b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (3.157), (3.158),
(3.159), com α0 = 1, α1 = 0, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 3+cos(x), q(x) = −x2 e u(x) =
1 + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas células têm
H H H H H H
espaçamento 0.5 ,
0.5 , ..., H, H,..., 0.5 , 0.5 , 0.5 , 0.5 ,...,
( N4 −1)( N4 ) ( N4 −1) ( N4 ) ( N4 ) ( N4 −1)
H, H,..., N H 0.5 , NH 0.5 , onde H = N1 e N é o número de células. Aqui N = 100
( 4 −1) (4)
e os nodos são dados por




 0 se i = 0,





 xi−1 + 100(26−i) 1
se 1 ≤ i ≤ 25,

 0.5

xi = xi−1 + 1
se 26 ≤ i ≤ 50, (3.165)

 100(i−25)0.5



 1

 xi−1 + 100(76−i) 0.5 se 51 ≤ i ≤ 75,




xi−1 + 1
se 76 ≤ i ≤ 100.
100(i−75)0.5

Nesta malha, ~2 = 2.1482e − 004.

x 10
−3 Quadrado do comprimemto das células x 10
−4 Erro de Solução
1 3

0.9 hslash²
2.5
0.8

0.7 2

0.6
1.5

0.5
e

1
0.4

0.3 0.5

0.2
0
0.1

0 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 10a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Dirichlet-Robin.
92

x 10
−7 Erro de Solução em detalhe x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem
8 3

7
2.5
6

5 2

4
1.5

E1
3
e

1
2

1 0.5

0
0
−1

−2 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem: componentes local e global −7
x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componente global em detalhe
3 −2

Componente global do erro da derivada de 1ª ordem


Componentes do erro da derivada de 1ª ordem

termo local
termo global
2.5
−4

2
−6

1.5
−8
1

−10
0.5

−12
0

−0.5 −14
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−3 Erro da Derivada de 2ª ordem
2.5

1.5

0.5
E2

−0.5

−1

−1.5

−2

−2.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 10b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Dirichlet-Robin.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo f em02 dr.m foi executado em 1.107904
segundos.
93

Exemplo 3.4. Caso Neumann-Robin

Nas figuras (11a) e (11b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (3.157), (3.158),
(3.159), com α0 = 0, α1 = 1, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −5x2 e
u(x) = 3x + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas
H H H H H H 1
células têm espaçamento 2
, 2, 2H, 2
, 2, 2H, ..., 2
, 2, 2H, onde H = N
e N é
o número de células. A malha utilizada aqui é de 100 células e os nodos são dados
por 



0 se i = 0,


xi = xi−1 + 2 h se i = 3j, com 1 ≤ j ≤ 33, (3.166)





xi−1 + h
2
caso contrário, com 1 ≤ i ≤ 100,
1
onde h = 100
. Nesta malha, ~2 = 2.7650e − 004.

x 10
−4 Quadrado do comprimemto das células x 10
−4 Erro de Solução
4.5

4 hslash²

3.5

3 2

2.5

1.5 1

0.5

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 11a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Neumann-Robin.
94

x 10
−5 Erro de Solução em detalhe x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem
4.4 3

4.2
2.5

4
2
3.8

3.6 1.5

E1
e

3.4 1

3.2
0.5
3

0
2.8

2.6 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componentes local e global


−4 −5
x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componente global em detalhe
3 0

Componente global do erro da derivada de 1ª ordem


Componentes do erro da derivada de 1ª ordem

2.5 termo local −0.2


termo global

2 −0.4

1.5 −0.6

1 −0.8

0.5 −1

0 −1.2

−0.5 −1.4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−3 Erro da Derivada de 2ª ordem
3

1
E2

−1

−2

−3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 11b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Neumann-Robin.

Para esta malha de 100 células, o algoritmo f em02 rr.m foi executado em 1.271416
segundos.
95

Exemplo 3.5. Caso Robin-Robin

Nas figuras (12a) e (12b) apresentamos os erros de solução e de derivada de


primeira e segunda ordens para o problema de Sturm-Liouville (3.157), (3.158),
(3.159), com α0 = 1, α1 = 1, β0 = 1, β1 = 1, k(x) = 1 + x2 , q(x) = −x3 e u(x) =
x + cos(x) no intervalo [0, 1]. Utilizamos uma malha não-uniforme, cujas células têm
espaçamento H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 ,
1
H 2 , H 2 , H 2 , ..., H, H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , H 2 , onde H = N
e N é o
número de células. A malha utilizada aqui é de 500 células e os nodos são dados por


 0 se i = 0,






h se i = 1,
xi = (3.167)



 xi−1 + h se i = 10j, com 1 ≤ j ≤ 50,




x 2
i−1 + h caso contrário, com 2 ≤ i < 500,

1
onde h = 500
. Nesta malha, ~2 = 3.0418e − 004.

x 10
−4 Quadrado do comprimemto das células x 10
−4 Erro de Solução
3.5 3.5

hslash² 3
3

2.5
2.5

2
2

1.5
e

1.5
1

1
0.5

0.5 0

0 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

Figura 12a - Representação gráfica do erro de solução decorrente do FEM02 para o


problema de Sturm-Liouville com condições de contorno de Robin-Robin.
96

x 10
−6 Erro de Solução em detalhe x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem
4 3.5

2 3

2.5
0

2
−2

E1
1.5
e

−4
1

−6
0.5

−8 0

−10 −0.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−4 Erro da Derivada de 1ª ordem: componentes local e global x 10 Erro da Derivada de 1ª ordem: componente global em detalhe
−6

3.5 4.5

Componente global do erro da derivada de 1ª ordem


Componentes do erro da derivada de 1ª ordem

3
termo local 4
2.5 termo global

2
3.5

1.5

3
1

0.5
2.5
0

−0.5 2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x x

x 10
−3 Erro da Derivada de 2ª ordem
4

1
E2

−1

−2

−3

−4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 12b - Representação gráfica dos erros de solução e de derivada de primeira


e segunda ordens decorrentes do FEM02 para o problema de Sturm-Liouville com
condições de contorno de Robin-Robin.

Para esta malha de 500 células, o algoritmo f em02 rr.m foi executado em 5.866246
segundos.
97

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do texto, consideramos o problema regular de Sturm-Liouville com


condições de contorno separáveis,
µ ¶
d du
− k(x) + q(x) u(x) = f (x), a < x < b, (4.1)
dx dx
α0 u(a) − α1 k(a) u0 (a) = γa , (4.2)

β0 u(b) + β1 k(b) u0 (b) = γb , (4.3)

com α0 , α1 , β0 , β1 , γa e γb constantes dadas satisfazendo α0 , α1 , β0 , β1 ≥ 0,


α0 + α1 > 0, β0 + β1 > 0 e α0 + β0 > 0, e onde k(x), q(x) e f (x) são funções
suaves dadas, com k(x) > 0 e q(x) ≥ 0 para todo x no intervalo [a, b]. Utilizando o
divergente discreto (derivada primeira discreta)
wi − wi−1
(Dw)i− 1 := , 1 ≤ i ≤ N, (4.4)
2 Li− 1
2

e o gradiente discreto (derivada segunda discreta),


zi+ 1 − zi− 1
(Gz)i := 2 2
, 0 ≤ i ≤ N, (4.5)
hi
chegamos ao método mimético de segunda ordem (MIM02),
µ ¶
ki−1 ki−1 ki ki
− vi− 3 + + + qi− 1 Li− 1 vi− 1 − v 1 = Li− 1 fi− 1 , (4.6)
hi−1 2 hi−1 hi 2 2 2 hi i+ 2 2 2

cujo erro de truncamento é dado por


µ ¶
00 hi + hi−1
τ (u)i−1/2 = ki−1/2 ui−1/2 1 −
2Li−1/2
1 000 hi − h2i−1
2
− Ki−1/2 ui−1/2
6 Li−1/2 (4.7)
1 0
− Ki−1/2 u00i−1/2 (hi − hi−1 )
4
+ O(L2i−3/2 ) + O(L2i−1/2 ) + O(L2i+1/2 ), 1 ≤ i ≤ N,

desde que k ∈ C 3 ([a, b]) e u ∈ C 4 ([a, b]).


98

Para este método encontramos que os erros de solução, de derivada de primeira


ordem e de derivada de segunda ordem são dados, respectivamente, por

e0 = O(~2 ), eN = O(~2 ), (4.8)


1 00
ei− 1 = − u 1 L2 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (4.9)
2 8 i− 2 i− 2
Ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (4.10)

Ei− 1 = O(L2i− 3 ) + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~2 )


2 2 2 2

Li+ 1 Li− 3 (4.11)


+ 2
O(L2i+ 1 ) + 2
O(L2i− 3 ) 1 ≤ i ≤ N.
Li− 1 2 Li− 1 2
2 2

Por outro lado, para o método de elementos finitos de segunda ordem (FEM02),
à !
1 vi+1 − vi vi − vi−1
− k̄i+ 1 − k̄i− 1 + (q ∗ v)i = f¯i , 1 ≤ i ≤ N − 1,
hi 2 Li+ 1 2 Li− 1
2 2
(4.12)
tem-se que seu erro de truncamento é dado por

1 0 00 ³ ´
τ (u)i = ki ui Li+ 1 − Li− 1 + O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ). (4.13)
6 2 2 2 2

Para este método, os erros de solução, de derivada de primeira ordem e de


derivada de segunda ordem são dados, respectivamente, por

ei = O(~2 ), 0 ≤ i ≤ N, (4.14)
à 0 !
1 k 1
i− 2 1
Ei− 1 = u00i− 1 + u000
i− 1 L2i− 1 + O(~2 ), 1 ≤ i ≤ N, (4.15)
2 12 ki− 1 2 2 2 2
2

µ ¶ ³ ´
1 ki0 00 1
Ei = ui + u000 Li+ 1 − Li− 1
6 ki 3 i 2 2
(4.16)
+ O(L2i− 1 ) + O(L2i+ 1 ) + O(~ ), 2
1 ≤ i ≤ N − 1.
2 2

Em ambos os casos, os termos O(~2 ) tem tamanho limitado por C~2 para
alguma constante positiva C que é dependente da solução u(x), mas é independente
99

de i ou da malha particular considerada, e onde ~ é o parâmetro de espaçamento da


malha dado por v
u N
uX
~ = t L3i− 1 . (4.17)
2
j=1

Nas figuras 13a e 13b usamos k(x) = 1 + x2 , q(x) = −5x2 e u(x) = 1 + cos(x)
no intervalo [a, b], α0 = 1, α1 = 0, β0 = 1 e β1 = 0. No primeiro gráfico utilizamos
uma malha uniforme onde, para N = 100, ~2 = e − 004, para N = 200, ~2 =
2.5e − 005, para N = 400, ~2 = 6.25e − 006 e para N = 800, ~2 = 1.5625e − 006. No
segundo gráfico utilizamos uma malha não-uniforme, cujas células têm espaçamento
H H H H H H 1
0.5 , 0.5 , ..., 20.5 , H, H, 20.5 , ..., 0.5 , 0.5 , onde H = N e N é o
( N2 ) ( N2 −1) ( N2 −1) ( N2 )
número de células. Para N = 100, ~2 = 2.8099e − 004, para N = 241, ~2 =
7.0124e−005, para N = 600, ~2 = 1.7044e−005 e para N = 1490, ~2 = 4.2284e−006.
O número de células foi escolhido de forma que o ~2 de um certo número de células
fosse 4 vezes maior que o ~2 de outro determinado número de células, podendo
observar assim os resultados das equações (4.8) e (4.9). Tanto em malhas uniformes,
quanto em malhas não-uniformes o erro de solução é da ordem de ~2 nos extremos,
e depende do espaçamento Li− 1 nos nodos internos.
2
100

−5 MIM02: Erro de Solução (malha uniforme)


x 10
1.4

1.2 N = 100

0.8
e

0.6

0.4
N = 200

0.2
N = 400
N = 800
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−4 MIM02: Erro de Solução (malha não−uniforme)


x 10
1.8
N = 100
1.6

1.4

1.2

1
e

0.8
N = 241
0.6

0.4
N = 600
0.2
N = 1490
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 13a - Erro de solução do MIM02 para malhas uniforme e não-uniforme.


101

−6
x 10 MIM02: Componente global do erro de solução (malha não−uniforme)
3

N = 100
2
Componente global do erro de solução

1 N = 241
N = 600
0
N = 1490

−1

−2

−3

−4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 13b - Componente global do erro de solução do MIM02 para malha


não-uniforme.

As mesmas funções e as mesmas malhas foram utilizadas na construção dos


gráficos da Fig. 14, onde podemos analisar o resultado (4.14). Verificamos que
tanto em malhas uniformes, quanto em malhas não-uniformes, o erro de solução é
exatamente da ordem de ~2 .
102

−7 FEM02: Erro de Solução (malha uniforme)


x 10
4

N = 100
3

N = 200
1
e

N = 400
0
N = 800

−1

−2

−3
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−6 FEM02: Erro de Solução (malha não−uniforme)


x 10
3

N = 1490
0

N = 600
−1

−2
e

N = 241

−3

−4

−5 N = 100

−6

−7
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 14 - Erro de solução do FEM02 para malhas uniforme e não-uniforme.


103

Nas figuras (15a) e (15b) observamos que as aproximações obtidas pelo FEM02
são melhores que as obtidas pelo MIM02 em malhas uniformes ou não-uniformes.
Observemos que os erros de solução do MIM02 foram divididos por 10 para poderem
aparecer integralmente na figura.

−7
x 10 Erros de solução para FEM02, MIM02 (malha uniforme, N=100)
14
FEM02
12 MIM02/10

10

6
e

−2

−4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 15a - Erro de solução: MIM02 × FEM02.


104

−5
x 10 Erro de solução para FEM02, MIM02 (malha não−uniforme, N=100)
2
FEM02
MIM02/10
1.5

0.5
e

−0.5

−1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−7
x 10 Erro de solução para FEM02, MIM02 (malha não−uniforme, N=1000)
16
FEM02
14 MIM02/10

12

10

6
e

−2

−4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 15b - Erro de solução: MIM02 × FEM02.


105

Vemos claramente nos gráficos das figuras (16a) e (16b) os resultados das equações
(4.10) e (4.15), ou seja, no MIM02 o erro da solução é exatamente da ordem de ~2 ,
enquanto que no FEM02 este erro possui uma parcela que depende do espaçamento
Li− 1 .
2

−6 MIM02: Erro da derivada de 1ª ordem (malha uniforme)


x 10
0
N = 800
N = 400
−1
N = 200

−2
N = 100
−3

−4
E1

−5

−6

−7

−8

−9
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−5 MIM02: Erro da derivada de 1ª ordem (malha não−uniforme)


x 10
0
N = 1490
N = 600

N = 241

−0.5
E1

N = 100

−1

−1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 16a - MIM02: Erro da derivada de 1a ordem.


106

−6 FEM02: Erro da derivada de 1ª ordem (malha uniforme)


x 10
6

4
E1

N = 100
1
N = 200
N = 400
N = 800
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−5
x 10 FEM02: Erro da derivada de 1ª ordem (malha não−uniforme)
3

0 N = 1490

N = 600
E1

−1

N = 241
−2

−3

−4 N = 100

−5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 16b - FEM02: Erro da derivada de 1a ordem.


107

Neste caso, o MIM02 comporta-se melhor que o FEM02 em malhas não-


uniformes, conforme podemos observar na Fig. 17.

−6
x 10 Erro da derivada de 1ª ordem: FEM02, MIM02 (malha uniforme)
6
FEM02 (N=100)
4 MIM02 (N=100)

0
E1

−2

−4

−6

−8

−10
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−5
x 10 Erro da derivada de 1ª ordem: FEM02, MIM02 (malha não−uniforme)
3

0
E1

−1

−2

−3

−4 FEM02 (N=100)
MIM02 (N=100)
−5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 17 - Erro da derivada de 1a ordem: MIM02 × FEM02.


108

As equações (4.11) e (4.16) são ilustradas nas figuras (18a) e (18b). Para o
MIM02, em malhas uniformes, o erro da derivada de segunda ordem depende apenas
Li+ 1
dos espaçamentos Li− 3 , Li− 1 e Li+ 1 . Para malhas não-uniformes, as razões 2
Li− 1
e
2 2 2
2
Li− 3
2
Li− 1
também influenciam este erro. Já para o FEM02, em malhas uniformes este
2
erro depende apenas dos termos Li− 1 e Li+ 1 , conforme terceiro gráfico da Fig. 40.
2 2

Para malhas não-uniformes existe a dependência da diferença Li+ 1 − Li− 1 , e o erro


2 2

passa a ser de primeira ordem.


109

−5 MIM02: Erro da derivada de 2ª ordem (malha uniforme)


x 10
3

2.5
N = 100

1.5

1
E2

N = 200
0.5
N = 400
0
N = 800

−0.5

−1

−1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−5 MIM02: Erro da derivada de 2ª ordem (malha não−uniforme)


x 10
6

N = 100
3
E2

N = 241
1
N = 600
0
N = 1490

−1

−2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 18a - MIM02: Erro da derivada de 2a ordem.


110

−5 FEM02: Erro da derivada de 2ª ordem (malha uniforme)


x 10
2

1.5

N = 100

1
E2

0.5 N = 200

N = 400
0
N = 800

−0.5

−1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−4
x 10 FEM02: Erro da derivada de 2ª ordem (malha não−uniforme)
6

N = 100

4
N = 241

2 N = 600
N = 1490
E2

−2

−4

−6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 18b - FEM02: Erro da derivada de 2a ordem.


111

No erro da derivada de segunda ordem, o MIM02 comporta-se melhor que o FEM02


em malhas não-uniformes, como podemos observas nas figuras (19a) e (19b).

−5 Erro da derivada de 2ª ordem: FEM02, MIM02 (malha uniforme)


x 10
3
FEM02 (N=100)
2.5 MIM02 (N=100)

1.5

1
E2

0.5

−0.5

−1

−1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

−4 Erro da derivada de 2ª ordem: FEM02, MIM02 (malha não−uniforme)


x 10
6
FEM02 (N=100)
MIM02 (N=100)
4

2
E2

−2

−4

−6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 19a - Erro da derivada de 2a ordem: MIM02 × FEM02.


112

−5 Erro da derivada de 2ª ordem: FEM02, MIM02 (malha não−uniforme)


x 10
1.5
FEM02/10 (N=1000)
MIM02 (N=1000)
1

0.5
E2

−0.5

−1

−1.5
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x

Figura 19b - Erro da derivada de 2a ordem: MIM02 × FEM02.

Como proposto inicialmente, apresentamos um procedimento de análise sim-


ples para a investigação dos erros de aproximação em malhas arbitrárias decorrentes
de métodos de diferenças finitas, e elementos finitos, utilizados na discretização de
problemas de Sturm-Liouville unidimensionais. O interesse fundamenal em expor
este tipo de procedimento foi a análise deficiente existente de métodos de análise
clássicos, como por exemplo, princı́pios de máximo, teoria de M-matrizes, Perron-
Fröbenius, estimativas sobre autovalores e operadores de Green discretos, que pode
ser verificada em [5], [8], [15] e [16].

Quando trabalhamos com operadores de Green discretos, observamos que,


garantindo consistência do método (ou seja, o erro de truncamento converge para
zero ao se refinar a malha) e garantindo também estabilidade (isto é, para uma
certa norma de operador, o operador de Green discreto é limitado, para qualquer
113

malha), chegamos na convergência do método, ou seja, o erro de solução vai a zero,


ao refinarmos a malha. Além disso, para um esquema estável, se o erro de trunca-
mento tem ordem p, então as estimativas obtidas para o erro de solução também
tem ordem p, isto é, o erro de solução possui, no mı́nimo, a ordem do erro de trunca-
mento. Neste resultado residem ao mesmo tempo o poder e deficiência das técnicas
clássicas de análise. Em vários casos, especialmente quando usamos malhas uni-
formes ou suaves, o erro de solução tem a mesma ordem do erro de truncamento e a
análise clássica fornece um procedimento simples capaz de identificar corretamente
o comportamento do erro de solução. Em outros casos, porém, particularmente
quando malhas não-suaves são empregadas, temos eh com ordem superior a τ h ,
fenômeno referido na literatura como supraconvergência 1 . Mais ainda, problemas
de contorno são diferentes de problemas evolutivos em que, para os primeiros, con-
sistência não é condição necessária para convergência, ou sequer para estabilidade.
Por exemplo, os métodos de operadores de suporte (ou miméticos) desenvolvidos
por pesquisadores no LANL (Los Alamos National Laboratory, em Los Alamos,
USA) são notoriamente inconsistentes, mesmo em malhas uniformes, e ainda assim
convergem, mostrando excelente desempenho em problemas pouco regulares, isto é,
coeficientes ou malhas de baixa regularidade, de tipo elı́ptico ou parabólico [7], [8].
Alternativas encontradas na literatura para análise mais fina de convergência nestes
casos examinam em maior detalhe o operador de Green [15], estimando cuidadosa-
mente seus elementos e derivadas discretas. Este é um procedimento laborioso que
facilmente se torna inviável, particularmente em esquemas com mais de uma ordem
de supraconvergência, como por exemplo para métodos miméticos em malhas pouco
regulares, onde pode ocorrer τ h → ∞ ao h → 0.

1
Na literatura de elementos finitos, usamos o termo superconvergência para denotar a ocorrência
de erros de ordem superior em determinados nodos ou regiões da malha, em comparação com os
demais pontos [20].
114

Na análise que apresentamos, com esforço relativamente pequeno foi possı́vel


descrever muito detalhadamente o comportamento dos erros de solução e de primeira
e segunda derivadas para esquemas diversos em malhas arbitrárias. Como vimos, es-
tas técnicas dependem de se conseguir estimar suficientemente bem o erro E h , o que
requer menos conhecimento sobre o operador Gh , se comparado com os métodos
clássicos referidos acima para a análise de eh . A extensão destas técnicas para
problemas multidimensionais, caso se mostre possı́vel, representaria um dos mais
importantes avanços na análise numérica de problemas de contorno.

Como os erros eh , E h e Eh são obtidos pontualmente em suficiente detalhe,


podemos utilizar estes procedimentos para examinar efeitos de supraconvergência de
métodos discretos em malhas não-suaves. Mais ainda, estas técnicas podem ser uti-
lizadas para explorar efeitos de supraconvergência em métodos de ordem superior,
em muitos casos observados apenas experimentalmente na literatura [17] (malhas
não-uniformes).

Além dos problemas considerados acima, é útil observarmos que as técnicas de


análise desenvolvidas no contexto de problemas de contorno em malhas arbitrárias
podem ser modificadas para examinar erros em procedimentos numéricos similares
como por exemplo métodos de ordem superior [17], métodos de diferenciação com-
pacta ou aproximação por splines em malhas gerais, que é um problema de interesse
visto que as estimativas conhecidas presentemente tendem a superestimar a magni-
tude dos erros em tais malhas.
115

Bibliografia

[1] BURKILL, J. C.. The Theory of Ordinary Differential Equations. 2.ed.,


Oliver and Boyd, London, 1962.

[2] CODDINGTON, Earl A.; LEVINSON, Norman. Theory of Ordinary Diffe-


rential Equations. New York: McGraw-Hill, 1955.

[3] FORSYTHE, George E.; WASOW, Wolfgang R.. Finite-Difference Me-


thods for Partial Differential Equations. New York: John Wiley, 1960.

[4] HACKBUSCH, W.. Elliptic Differential Equations: theory and numerical


treatment. Springer, Berlin, 1987.

[5] HEINRICH, B.. Finite difference methods on irregular networks.


Birkhäuser, Berlin, 1987.

[6] HIRSCH, Morris W.; SMALE, Stephen. Differential Equations; Dynamical


Systems and Linear Algebra. New York: Academic Press, 1974.

[7] HYMAN, J. M.; SHASHKOV, M.; STEINBERG, S. L.. The numerical


solution of diffusion problems in strongly heterogeneous non-isotropic ma-
terials. Journal of Computational Physics, 132 (1997), p. 130-148.

[8] HYMAN, J. M.; STEINBERG, S. L.. The convergence of mimetic dis-


cretizations for rough grids. Comput. Math. Appl., 47 (2004), p. 1565-1610.

[9] KELLER, Herbert B.. Numerical Methods for Two-Point Boundary-Value


Problems. Waltham: Blaisdell Publishing Company, 1968.

[10] LORENZZETTI, Greice da Silva. Análise Detalhada de Erros de


Métodos Discretos para Problemas de Contorno em Malhas Ar-
bitrárias. PPGMAp/UFRGS, Porto Alegre, 2008. Disponı́vel em:
<http://citeseerx.ist.psu.edu>.
116

[11] LORENZZETTI, Greice da Silva; ZINGANO, Janaı́na Pires; ZINGANO,


Paulo Ricardo de Ávila. Error analysis on general grids for finite dif-
ference discretizations of Sturm-Liouville problems. To appear, TEMA -
Tendências em Matemática Aplicada e Computacional, Seleta do XXX
CNMAC, v. 8, 2008.

[12] MANTEUFELL, T. A.; WHITE, A. B. Jr.. The numerical solution


of second-order boundary value problems on nonuniform meshes. Math.
Comp., 47 (1986), p. 511-535.

[13] ROBERTS, Sanford M.; SHIPMAN, Jerome S.. Two-Point Boundary


Value Problems: Shooting Methods. Modern Analytic and Computational
Methods in Science and Mathematics, number 31. New York: American
Elsevier Publishing Company, 1972.

[14] ROBIDOUX, N.. Numerical solution of the steady diffusion equation with
discontinuous coefficients. Ph.D. thesis, University of New Mexico, Albu-
querque, NM, 2001.

[15] SAMARSKII, A. A.. The Theory of Difference Schemes. Marcel Dekker,


New York, 2001.

[16] SHASHKOV, M.. Conservative finite-difference methods on general grids.


CRC Press, Boca Raton, 1996.

[17] STEINBERG, S. L.. Applications of high-order discretizations to bondary-


value problems. Comput. Meth. Appl. Math., 4 (2004), p. 228-261.

[18] STEINBERG, S. L.; ZINGANO, J. P.; ZINGANO, P. R.. Error analysis


of discrete methods on general grids. Submitted (SIAM J. Numer. Anal.).

[19] STRANG, Gilbert. An analysis of the finite element method. Englewood


Cliffs: Prentice-Hall, 1973.
117

[20] SWARTZ, B.; KREISS, H. O.; MANTEUFELL, T. A.; WENDROFF,


B.; WHITE, A. B. Jr.. Supraconvergent schemes on irregular grids. Math.
Comp., 47 (1986), p. 537-554.

[21] ZINGANO, Janaı́na Pires. Convergence of mimetic methods for Sturm-


Liouville problems on general grids. 2003. 133 f. Thesis (PhD Mathematics)
- University of New Mexico, Albuquerque, NM, 2003.

Vous aimerez peut-être aussi