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eee eed FOUN Oo tob ot tye I beeen ta bac Dee i VALOR E ACUMULACAO Eginards Pires PY re i AEN ca pd aso (Cominuagdo de Le aba) verso brasira. de Ler O Capital fi fraducdn da nova, edigto francesa de 1975 fue fee sob varios aspects de primeira de Teed Tae deme vo revi «ot tails; portato. nove em parte! mimes Patna, woetudo da colaboracso de BALIDAR Cieetatie no volume dois ch eed brasileira). Slo ines, Batetano, a rcfeabes (cor cr ertacinos) feltae 00 original nfo ale farum esta interpretagho feral da obra. de Man. titulo € uma convocaciio, uma palavra de ordem, como esclareceu ALTHUSSER em um texto mais recente. Mas os autores deste livro nio lem O Capital como economistas, 1ogi- 05 ou historiadores. Fazé-lo significaria pro- curar na obra principal de Manx uma res- posta para quesides suscitada do ambito de disciplinas cuja problematic, tal como € ha- bitualmente defini¢a, é por sua vez posta em questo por aqucla obra, se ALTHUSSER € seus companheiros tm razio no que pretendem demonstrar. Trata-se aqui de uma leitura fi losoficn: Somente uma leitura como essa pode escla recer quanto & sesposta 4 questio referente 80 lugar que O Capital ocupa na, bistéria do saber. Essa questo formula-se deste modo: Seré O Capital simples producio ideoldgiga entre outras, ma ordenagio hegeliana dat economia cléssica, a imposicio ao dominio da realidade econdmica de categorias antropolé- gicas definidas nus “Obras filoséficas da ju- ventude™ a concretizacao das aspiragées ide listas da Questdo Judia ¢ dos Manuscritos de 447 Seré O Capital simples continuscio como que culminagio da economia politica cléssica, de que Marx teria herdado tanto o abjeia como os conceitos? O Capital distin. Buir-se-4 entio da economia cléssica, no por seu abjeto, mas 86 pelo método, isto é, a dia- Vética inspirada cm Hegel? Ou entéo, muito elo contrério, constituiré O Capital uma ver- Gadeira mutagao epistemoldgica em seu obje to, em sua teoria em seu método? Represen- tard © Capital a fundacdo em ato de uma dis- ciplina nova, a fendagdo em ato de uma cién- cia, © comeca absolute da histéria de uma vigneia? E se essa ‘citncia nova é teoria da historia, aceso do pormitiré em reeiproca um conhecimento de sua prépria pré-histéria — ¢ portanto ver claro tanto na economia cléssica como nas obras filossticas da juven- tude de Marx? (Contra na 2 aba BIBLIOTECA DE CIENGIAS SOCIAIS Fundamenta's Ler API Louis Althusser Jacques Ranciére * Pierre Macharey Volume 1 Ale ay Qube” Dole &' Zahar Editores, Rio dle lamoire Tilo orginal: Live Je Capa “Tradarido da efiedo frames publieada em (975, not Frangols Maypero, de Part, Pranea, fstiie Rete Collection Mapa. Conyrioht @ 1968, Liatrie Pragole Maspero Tdos os dirivos eestevados, Proibida a reproducia (Lela 5986), Tradugio: Nathanael C, Caixcieo Capa Erica ‘We 9 Dineioe ara ZANAR EDITOR Gabea Postal 107, 20-0, Ri, que se reiervan 1 propre dealt versio, os ponupvesa squirts por Ieepresto na Desi Louis Althuwser: De Q Capivat & Filosofia de Marx Juoques Raneiére: Q Conevite de Critica e 4 Criticn da Economia Politica dos Manuscritos de 1444 a O Capital A Critica da Economia Politica as Mameseritas de 1844 LO nivel ‘da esonamia polices A elaborugdo erica : A anfibolagia € o seu fundamenio Desenvolvimento da contradicio: historia & subjelividade ou motores ¢ motivos 5. Discurso critico e dliscurso vientifico 1H. Critica ¢ Citncia em O Capital Preliminar 1. © problema do porto a questi critica 2, Bstrutuca do proceso @ a constituigae do fetichisma Profiminat nents Ay AB ie forma ecco B) A “Verdiusserlichung’” da’ retacio C} 0 destocamento sa arigem a teanvgressiie di Tele D) mundo encantata M1. Observagées 4 Guisa de Conclusilo Pierre Macherey: A Propdsito do Pracesso de Exposigilo de O Capital (0 Trabalho dos Conesito: 1. Ponte de Portida ¢ Anélise da Rigueza HH. Analise da Mereadoria ¢ Aparecienento da Contradigio 93 9 9» # as 147 14 143 153 161 167 Adverténcia 1, A presente ediedo de Ler 0 Capital difere sob virios aspectos da primeira Trata-se de uma versio revista ¢ corrigida; portanto, nova em p te: mumerosas paginas, sebretudo da colaboragdo de Balibar, sav in ditas. to, as retificacies (cortes ¢ acréscimos) que fizemas no original néo se referem d terminologia, nem ds categoriay e conceltos tuilizados, nem at suas relacdes internas: por conseguinte. ndo altera- mos a interpretagdo geral que fizemos da obra de Mars Portanto, esta nova versio de Let 9 Capital, diferente da primei- ra, aprimorada e menos carregada, reproduz ¢ representa estritantente ‘as posiedes tedricas do trabaiho original 2. Esse esclarecimento impunha-se. Com efeito, por respeito ao leitor ¢ por simples questdo de honestidade, respeitames ma integra uma terminologia e posiedes filoséficas que, no entanto, nos parece ‘agora indispensdvel retificar em dois pontos precisos ‘Nao obstante as catitelas tomadas para nos distinguirmos da ldeo- Togia “estruturalista” (dissemos muito claramente que a “ combina- ‘edo que yerificamos em Marx "nada tem a ver com uma combinats- ha’), e apesar da ocorrénela decisiva de categorias estramhas ao “es- truturalismo" (determinacdo em tlrima instdncia, dominacéo, sobre- determinagao, processo de produgdo, etc.), a terininologia que antes wilizéramos estava, sob varias aspectos, demasiado préxima da termi- nnologia “estruturalista”; isso sem diivida levou a equivocos, Com raras excegdes (alguns criticas argutos perceberam bem a diferenca). nossa Imerpretacdo de Marx fot de modo geral reconhecida e julgada como ‘estruturalista”", em homenagem & moda atual. Pensamos que a tendéncia profimda de nossas textos ndo ve liga & ideologia “‘estrururalista”, ndo obstante os equivocos de terminologia. Esperamos que 0 eltor tena em mente essa afirmacdo durante a leiti- 74, que a comprove e endosse. Por outro lado, temos agora razées de sobra para pensar gue uma ddas teses que apresentei sobre a natureza da filosofia exprime uma tendéncia "teoricisia" certa, apesar de todos as eselarectmentos feltos Mais precisamente. a definigao (dada em Pout Marx invocada no Prefécio de Ler 0 Capital) da filosafia como teoria da prética tesrica E unilateral e portanto inexata. De fato, ndo se trata de simples equivo- ‘code terminologia, mas de erro na prépria conceneio. Definir a filase fla de modo unilaieral como teoria das priticas \e6rieas (e, por conse: ‘guinte, como teoria da diferenea das prévicas) ndo passa de uma f6r- ‘mula gue %6 pode suscitar efeitos e ressondncias tedricas ¢ pollticas ou “especulativas” ow “positivistas”. As consegiténcias desse erro referente & definicao da filosafia po- dems ser reconhecidas e delimitadas em alguns pontos preelsos do pre- facio de Ler 6 Capital. Mas a ndo ser guanto @ pormenares insignifi- ‘cantes, essas consegiéncias no prejudicam a andlise que fizemos de Capital ("0 abjetivo de O Capital’’, ¢ a exposicdo de Baliar). Terenas enseja de retificar a verminologia ¢ corrigir-a definieda da filasofia numa série de estudos préximos. L. Althusser “Londres, 18 de margo de 1872 Ao cidaddo Maurice La Chatre Prezado cidadio, Concorde com sua idéia de publicar a tradugho de Das Kapital lem fasciculos, Desta forma, a obra serd mais ucessivel a classe traba- jora © para mim esse motivo sobrepuja qualquer outro, ‘Mas, além dessa vantagem, h& que considerar o reverso da mo- dalha: 9 método de andlise que utilize e que ainda nio fora aplicado ‘208 problemas econdmicos torna bastante ardua a leitura dos p: ‘eiros capitulos, e é de temer que o publico francés, impaciente por chegar as conclugdes e avido de conhecer a conexdo entre os princi- pos gorais e as questbes imediatas que o apaixonam, venha a enfas- tiar-se da obra por no a ter completa, desde logo, em suas miios. ‘Contra essa desvantagem nada posso fazer, a niio ser, todavi prevenir ¢ acautelar 0s leitores ansiosos por verdade, Nao existe frada real para a cidncid, e 36 tém probabilidade de chegar @ seus ‘mos luminosos aqueles que ndo temem enfrentar a canscira para galgé-los por veredas escarpadas, ‘Afetuosamente, Karl Marx.” Louis Althusser: De O Capital a Filosofia de Marx ‘As exposicdes aqui feitas foram pronunciadas durante um s mindtio de estudos dedicado a 0 Capital, nos primeicas meses de 1965 na Ecole Normale. Elas trazem a marca das circunstancias: ndo apenas em sua composicdo, ritmo, vezo didético ou falado de sua expressiio, mas ainda ¢ sobretudo em sua diversidade, repeticges, hesitagdes ¢ riscos de sua pesquisa. E certo que poderiamos refazé- 8 A vontade, corrigir umas e outras, reduzir a margem de suas va- riugdes, aperfeicoar a terminologia, us hipdteses ¢ conclusées, expor sua matéria na ordem sistemdtica de um Unico contexto; em suma, poderiamos tentar a composigao de uma obra acabada, Sem visar mos a estabelecer 9 que elas deveriam ser, preferimos publicé-las tais quais slo: precisamente textos inacabados, simples inicios de summa leftura, Certamente todos temos lido, todos lemos O Capital, Ha mais ‘op menos um século, podemos lé-io, todos os dias, por transparén- cia, nos dramas ¢ sontis de nossa histori, em seus debates e conti tos, nas dertotas enas vitOrias do movimento operdria, que sem di vida ¢ nossa tinica esperanga ¢ destino, Desde que “viemos ao mu 40”, no deixamos de ler O Capital nos escritos ¢ na fala daqueles 2 LER © CAPITAL que 0 leram por nds. bem ou mal, os morios € as vivos, Engels, Kautaky, Plekhanov, Lénin, Rost Luxemburg, Trotsky, Stalin, Gramsci, os dirigentés des organizacdes onerirts, seus paruidarios ail adversdeios: H8s0fes, economistas, peliicos, Temes ido frag. mentos, “Itechos”, que a conjuntura “escolheu para nds. Todos ‘16s inclusive chegamos mais ou menos a ler a Liveo Primoira, dosde 2 “mercadloria” até a. "expropriacto dos expropriadores No entanto, impde-se um dia ler, no sentido litexal, O Capital Ler 0 proprio texto, inieiramente, o8 quairo Livros, linha apés aa reer dex vezes 6s primeiros eaptulos, ou os esqueamas da repe0~ dlugto simples da reprodugiio ampliada, antes de desemboear, dos planalios aridos ¢ lisos do Segundo Livro, nas tetras prometidas dp lucto, do jure da rencla, Mais ainda: imipoe-se ler O Capltal ndo 38 fem sua iradueto para o frances (mestno que seja 4 de Roy, do Liveo Tr gus o proprio Marx no 86 revisou, mas refez), porém no original alemio, pelo menos 0s capitulos tebricos fundamentas € todas as prassagens em que aflorim os conseitoy-chave ‘Assim & que achamos convenient let O Capital, As exposiades dlocorrentes desse projeto nfo passa de protocclos pessonis varie dos dessa leitura, tendo cade una talmada a seu mado a sba propea senda obligua na imensa Mocesta do Livra, E seas apresentanos em sua forma imediats, sem nada serescentat, & pars produzit todos os Fiscos e vantagens a & pata que 0 lellor encoatte nela, slado mascente, a propria experibacia ques astro dessa primeira leitura o arraste por sua vex a uma Segunda, due 06 levers mais adinnte. 1 Eniretanio, como no existe ilure Inogemte, confessernon ‘aquilo de que nos julgamos culpad: Examos todos flosofos, Nao Iéeamos Capital como econo tmistas, histeriadores ou iterator, No questionamos O. Capival Quanto ao seu conteiddo econdmsicd ou histdireo, nem} quanto & sua Sniples "Igica" interna, Léramios O Capital Goins Hilgsolos, suse tundlo.the, pois, questko hems divers, Cantesseimas, gra irmos dire. to 29 fate: levantames a questo da relaide coney seu objeto, portare to, no meso tempo @ questo da especificidade de sen objeto © a quesldo da espeuifiidade da relaedo coin esse objeto, ino fa quer tie da naturezn do tipo ie disgursa em acho pan tetiar deste obje- to, aquestdo do discurso cientiico, E dado que cunea hi definicao a ‘nfo sere una diferenga, suscitanios a © Cpa! a questo da dite renga espedtiia, tanto do objeto como do seu discurso ~ indagando, ‘1 eada puso de nossa leitura, om que o objato de @ Capea se ditin: ue naa somente do objeto da economia ehissicd (# mesmo moder. DE +o capital A FILOSOFIA OB MARX 13 12a), mas também do objeto das “Obras da juventude!’ de Marx, em capecial o objeto dos Maruscritor de 44, e) portanio, em que o dis curso de O Capital xe distingue ato sh da discurso da econamia clés gies, mas vunbém Jo dicanso flosotien (deoliylen) do Jove Ler 0 Capieal como evonomista teria sido I¢lo propondo a questo do contesido & valar econémicos de seus esquemas ¢ anil. 63; equivalerig, pois, « comparar 0 seu discurso com umn objete jd Gefinide fora dele sem questionar sve objeto, Ler O Capital como historiador seria Ilo sugerindo w questa da celacto de suas andi. 3 histdricas com um objeto histbrice j4 definido fora dele, sem questionar esse objete. Ler O Capttal como légico seria propor a questo dos weus métados de exposigdo © demonstracto, mas em absirtto, também sem questionar 0 objeco com quese relucionam 0 métodon deste discurs. Let 0 Capita como fildsofo & precisemente questionat‘o objeto especifico do un discurso espesifico, ea relagdo expecifiea deste vis. Curso om o seu abjeto; & portanto propar A Unidad discurso-objer. 8 quesifo dos tlulos episierioldgicos, que distiague precisa de outeas formas de unidade dissurso-odjeto, Ieitura como essa pode esclarecer cuanto a resposta & 4 fente ao lugar gue O Capival ooupa a historia do saber, Essa ques to formula-se deste modo: serd © Capra! simples producilo ideold- fice entee outras, uaa ordenacto hegelian iimpasigdo 80 dolnfnio da. rea Holdgicas definidas nas “beat flogdfiess da juventude”, 2 “cancre. thao” clas aspiragdes idealistas da Questa Judia e dos Manuseri tos de 44? So18 O Capital sioaples boatinuagso e como que culmina. ho da economia politica elissieg, de que Nats (ria herdado tanto © objcto ooino os eonssitas? © Cay Vistinguli-se-a emid0 da cede from classic, hilo por seu objeto, mas 86 pelo mérdo, to, a dit leticn iaspirade cin Hegel? Ou entéo, equito pelo contedtio, con {ued O Capital ume verdadeita rautagho epistemolbpica em seu obs Jeto, em sua teorie © em seu metodo? Representart © Capial a fun. facie ¢m ato de uma discipline nova, a fundagdo em alo de ama éitneia ~ ¢ portanto um verdadetro aconiecimento, urns revo fedriea, doixands pura trds, no pré-histdtis, a economia politica do conhecimento do mundo; eatee a essincia des coisas « suit Ieitura ~ uma yee rompidos esses pactos tieitos em que os bo- uma éoca ainda frigil se protegiam com aliangas contra a precariedade da histéria ¢ 9 tremor de suas au Feciso nereiceniar que Uma vez compidos esses Lagos, passive! uma nova concepeta da lditcurte? 4, Yoltemos a Marx, para obseevar que poddemos justemente preender nele. niio somente no que ele diz, mas no que fa2, a prd- rit passagem de uma primeiea iia pnitica da leiture au ova praticg di letura € a uma teoria da historia capa de nos for ever uma nova teoria do ler Quanilo lenios Merx, estamos ao etesmo tempo diante de um Jritar que |é © em vou alta, na nossa frente. Importarnos muita me- os que Mara (enh side wm prodigioso leitor do que o fato de que le tenha sentico a necessidude de nutrir seu tonto de leituras em vox alta, ndo apenas pelo prazer das citagdes ou porescrépulo das rele. rencias (ele era quanta a isso de um rigor mantueo, ¢ seus adversiy ios devia sabé-lo 4 sta custa), n40 apenas nor esse empenko de honestisiade intelectual que fusia com que cle sempre, ¢ amplamn 1, reconhecesse 0 que devia (¢ como sabia ele a que & ura dlvida), ‘mas por diversas razdes profundamente earaizadas nas condigdes DEO CAPITAL” A FILOSOFIA DE MARX 0 twOricas do seu trabalho de descoberta, Marx Ié, pois, diante de nds, ‘em vor alta, ndo apenas nas Teorias da Mais-Valia *liveo que per. maneced, no essencial, no estado de anotacdes), mas em O Capteal ele 1é Quesnay, 18 Adam Smith, Ricardo e outros, E ox Ié de um modo due parece perfeivamente limpide: para amparar-se naguilo «jue eles disseram de exato ¢ para critiear o gue disseram de fulso. fem suma, para se stimar em relagao aos mestres reconhecidos da Economia Politica, No entanto, a leitura que Marx fuz de Smith ¢ Rivarda sé ¢ limpida para certa leitura dessa leitura: para uma leitu: ita que no interroga o que Ié, mas toma por dinbeito a vis as evid2neias da texto lida. Na reslidade, « leitura que Marx faz dle Smith-Ricardo (eu os tomarei aqui por exemplos) & considerando: ‘ode perto, bastante singular. Trata-se de uma leitura diplice, ow an. tes, de uma leitura que pde em jogo dois principios de leitura radical mente diferentes Numa primeira leirura, Marx Ié 0 discucso de seu predecessor (mith, por exemplo) através de seu proprio discurso, O resultado dessa leitura sob reticula, em que o texto de Smith € visto através do texto de Marx, projetide nele como sua medida, 6 apenas um cesu: mo, das concordingsas e das discorsiancias, 0 balango daguilo que Smith descobriu ¢ daquilo em que ele falhou, seus mérilos ¢ seus fra ‘eassos. das suas presencas ¢ de stuis ausénclas De fato, trataese de uma leiturn tedrica retrospectiva, na qual 0 que Smith no conse: ‘guiL. ver ¢ compreender aparece apenas como urna falta radical. Cer fas faltas semmetem a outras, ¢ estas dltimas a uma falta original ‘mas essa propria redugio nos mantém na verifienciio das presencas e 0 fs lias era si, essa Ieitura nfo nos daa sua ruvflo, dado que a sua verificagio as ana: a continuidadle do dis o de Marx € que mostra no disearso de Smith invisivels (para rh) Iecuinas, gob a continuidace aparente de seu discurso, Essas filles, Marx nflo raro as explica como distiagdes, no sentido proprio as ausdncias de Smith: ele ndo vi 9 que no entanto tinhy diante dos ‘olhos, nao apreendeu 0 que entretanto tinha a0 aleance da mao, "E guivocor’’ (bene), todos mais ou menos relacionados com ease “e harme eauvoco™ da confustio do capital constante com o eapit varidvel que domina com sua “inacreditivel” aberragdo toda a eco: ‘noma clissiea, Dal, toda a fragilidade no sistema dos conceitos, que fui 9 conhecimento, reduzirse a frequeza :psicoldgica do Ese sfio.as omissdes do ver que explicam os seus egufvacos, do meso modo, por una necessidade peculier, ser a acuidude do “Traduoids em aed sh ils Hirde dn Mavtenes Brine, Wad, Mate 18 LER 0 CAPITAL ‘ver! © que ha de explicar sues visdes: de toclos ox conhecimentos reconhecidos. Fsca Logica peculiar do equivaco ¢ da visilo revelanes entio 0 que ela vem a ser: logica de uma concept do conhetimento em {ue todo 0 trabalho do conhecimento-se reduc, em seu principio, to reconhecimento da simples relagdo da visa: em que toda @ natureza dle seu objeto se reduzil simples condigio do dado, © que Smith hilo viu, por uma deficiéncia do ver, Marx o vé:o que Smith nao viu era inteiramente visvel,e por see visivel 6 ue Smith nia conseguia ver, © ue Marx pOde ver, Estamos embaracados: caimos de novo no ‘speoulir do conhesimento como vido de um objeto dado, ov 4 de lm texto estabelecido, que slo sempre a propria transpes réncit ~ j& que todo 0 pecado da cepucira, como toda a virtude da Clatividéncia, pertence de pleno diteits a0 ver 2a elho do homer, Mas como sempre ve €ctatado wom o waiamenio com que tratimos ‘os aititos, eis Mars recurido a Smith, menos a miopia, es redueido a nade todo o gigantesco trabalho pelo qual Mars st g/astou da pre tens miopia de Stith redizido a una simples diferenga do er hoje quirico nem todos os gatos sdo pudos: reduizidgs a nada diss histories eo deslocamento tebrico em que Mars pena a dife rena teorica qule o sepaca para sempre de Smith, Eis-tos enfith con- vosados ao mesmo destind Ga vio ~ condehindos «alla ver ett Mare sentlo 0 que ele my | Enteetanto, existe, om Mars, una vegundls leduura, ¢ rofullnentte doersa, som parateto com essa orimeita, Esta, que s6 se sustent com a ‘dupla¢ conjunta verifieagfio das presengas e a das vistas ¢ dos equivasos, tornase culpuca cle um equivaco singu Int: ela iio v# que a existéncia combinada das visdea « dos equivocos ‘nim autor suscita um problema: o de sua conbinacto, Bla nfo en orga esse problema, precisamnte porque esse problema sd € visivel enquanto invisivel. porque exse problema dix resneito 4 coiea intel ramente diversa de objetos dados, pura os quais bastarin ter vista clara para ver; uma relacko invisivel necessiria entze 9 eampa do visivel ¢ 0 campo do invisivel, uma relapdo que define a nevessidade do campo obscura do invisivel, coma um efeite necessério da estru tura do campo visivel melhor compreender o que quero indicar com isso, provisoriamente em suspeaso essa sitbita colocacao do prolema e tamare:, para a ele yoltar, o desvio da andlise do secur dda génerg de leitura que encontramos em Marx, Darei ut $6 exem- pla; o admirivel capitulo XIX de @ Cupital, sobre o salério (t. LL ENO CAPITAL” A FILOSOFIA DE MARX. 9 pp, 206 s4,), refletido & socgpa pelas extraordindrias observacdes teoricas dé Engels no Preficio do Livro Il (L. IV, pp. 20-24). * Cito, pois, Marx, leitor dos economistas classicos edo tomaita ingenvanvente da vida coreaueira sem qualquer ‘spin ctlog usutegonta pees de tenbalbe? w soonomna pala et i cepees eon ete fag ers dclerrmude, Reconece log tratulno came para uaiquer oun mereadoria a religio da is troeur nada explice sien das oxcllecbes doverad do sete Uo scot cu whaing de crea magnitude, Umnever ceaprosere wert se ‘elliveny cesar 43 var i ve eat prvocareny, a cease amin tea o eit dy ofr os gvera, Ei seu ext99| fe aquilinio'e peo des transla bo a depended aio da ofa © lit pers eeve. pn er daetrinad some te ela lo existe, ts preset read presenta ‘Chegonc ainda no mesmo feild conbtereaie- am pfod dose as tnddioy 6 que se eauase o¢ movin fase sen preeoe ot contami le @ alenurn ne pete dow enratinen ele Sept A te riod 2 asa a Chepar 30 vals teal cebaino steavie os pte deter oe mneoe dasa caus era anpotntlitapn rents sbjto dno opouc Pele ak italy ‘oe ea que to exis ea as, 9 rable, ae es He nian ree ate cee de merci da taba & se sia presen vil 60 tranalo ¢ Pie Fr sho ie sete 49 deat rata roe 3 free dota, resukage age cbegave ‘aablge eri om ow de Peels 9 patina tal qua se apreven fade parte, pa 1 ee sliver cumple ok cern ie pregeunada 0) 4 liferngh rite 98 pros vost: iy tao hi ce # teach oss com oe alors dis ea a is phe ol aetna 4 edie Ho ies em nec so ish 39 teobule 4 souranhoy en ‘ ei (Ih, 206-208). veo ese agers (ced. eo Regina: tenn cae VU do Livro sf devilen age de gor psi de oigais om exe de 0) Cant ett, nga ali Braslelenl os besos a i eres lifecencas ternal LER 0 CAPITAL Tom ese trcho note! palo aus ele rad aan lis por Marx No ca sina “ste 0s cre fxadon no destino de ua concepedo da letra cee fee cs blag dos acertoke dexaceron. A economia polities clasice ox e2neliem aie porn nto vn goes lamaatcoeu ae Parece sta aie ee Balanen dove do maoete dears arito, aS auséncias elissicas reveladas resencae Marxintas, HE ag entanto url peaiena, wna pageenteitee a aul dhima de ogo aun do on eee {Ga nteto deni wr Etta ogus a sonomiaplicroate wi nlo #6 auc ela nso xe mat o que rote to Eo sec Ret Mal, loans aut gue nde Ne lea nage Cae es aro, es pelo contritio, de que ela nido erre, © equivoco 6 endo ats propria sia. E um egutvoco que strresag unser oie re £ Entio interior ao ver; é uma forma de ver, logo, AEB Eesti terre dk ver, Wino. mime velagao ne Cheats ae , sessed pein deride et ato esa cout eae ie over nove: Em cuiras plaviah mule fatamon auc Fieasio do niower cdo eguvon, Serna wasnt certs slice ach weal upenas da wor de Va eons ona da teoria elssica com a teorin marxista tomada coma caida fs compacinon a eo ee com se mea ees 6 ver. Tratumos, pois, do nosso problema emestade nurs ave bid sun dio Fels, nem eeornoreamcne ety ‘ompreender essa identidade necessii raional do ailovver, do eo atonnaver dma ecient ne Mel di relasdo accessrie que une ov vaivel) wedlocar © probleni ¢obter« provatiicede de rexantice eet oom niste na identida. 6. Over ne ver? Leiamos dé nove com Gio o ae AC cama ey a aa pate Soi velor do trabalho", passou-se alguma coisa de Heil mith € Ricardo @ nilo leva em conta outtas Verificagdes, a DE “0 CAPITAL” A FILOSOFIA DE MARX 21 nao, E que ele tom o que chamaremos de lho espicagado pos uma singular propriedade desse resposta: ela é a resposta justa a wma (questio que apresenta esse defelto pecullar 0 ndo ver sido colocada ‘A qlucstio inicial tal qual a formulara o texto da economia clas. sica era: qual 60 valor do trabalho? Reduzida a seu conteddo estrito igorosamente defensdvel no proprio texto em que a fez a economia elissiea, « resposta se redige assim: "O valor de (..) trabadho € igual 42a valor dos nicios de swbsisidncla necessérias d manutenctio e a repra- dugéo de (,.) trabalho”. Hi dois espagos em branco, duas omissoes, ino texto da resposta, E Marx quem nos fax ver assim os espagos em branco no texto da resposta da economia classica: mas com isso ele apenas n0s faz, ver 9 que 0 proprio texto elassige diz no o dizendoe Oque nda diz ao dizer, Nilo & pois, Mar quem diz que o texto clas- fico niio diz: nido & pols, Marx quem interven para impor, de fora, fo texto eldssion, um disourse revelador do seu mutismo - 4.0 pri: prio texto elassico quem nas diz gue se cala, seu silencio so as suas proprias palavras, Pot isso, se suprimirmos as reticéncias, os espacos em branco, continuamos @ ter 9 mesmo discurso sempre, u mesma fase aparentemente “plena’s: “o valor do trabalho € igual aa valor dos metos de subsistencia necesidrins @ manutoncdo ¢ reproviucdo do Trabalie”. Mes essa frase aada guer dizer: que vem a ser manuten- ‘eho do "teabalbor"? Que vem a serrepraducio do "trabalho'"? Pode imaginar-se que bstird substituir una palevre no fim da resposta: Nirabalhador’) por trabalho’ ~ 6 a questo estard resolvida, “0 va Jor do trabatho € igual ao valor dy metas de vabsisténcla necessirios a mmanutengda e reproduodo do trabalhador’, Considerando. porem Gus o teibalnedor nao é 4 crabaltio, o verma do fim da frase esta goa em desacordo com 0 Lermo do inicio: eles nfo tém o mesmo ‘Gontaiide endo se pode escrever a equagilo, oorque niio éo trabalha- dor que a salétio compra, mas seu Meraballio”. B como situar esse ‘primeira trabalho no segundo temo: o trabalhador? 144, pois, 90 Brépno enunciado da frase, muito presisamente ao nivel do termo "Yrabalho!’, no inieia da respesia € no fim da resposta, algo que fal- ta, € esse (ulla est& rigorosamente designade pela fungaa das pro: pris termoe na frase inteata, Suprimindo as reticeneias ~ os brancos er apenas estamos reconstiiuindo uinw frase que, vomada ao pé da le ‘ey design em sil mesma esses fagaver de vazto, restaura esses pont Thados como locais de uma falta, produzida pele “pleno” do pro prio enuneiad, Essa falta localiznda, pele respasta, a4 prdpria resposta, na pro: simidade imediata da paldvra “rabullo”, nada mais € que a presen: ‘a, ne resposta, da nuséneia de gus questfio, nadia ma ta de sua quesido, Porque a quesiao colocada ny concen temente tom que foeatizar nla essa Falta, " Qual & 0 valor do trabalho?” & tra- 2 WER 0 CAPITAL se léntica a umn conceto; inatase de um frase-concsto, que se contente com enuielar 0 conosito “valor do trabulho™, uma Tease: éunclado, que nao designe nela uma faa, u menor quo ela mesma ado aja intelramente, como conceta, ume questao fella, umn eons 220 falho, a falta de um conseita, Ea nesposta que aos rexponds sobre 8 questdo, dado que a questo tem por tela espago este cons ‘eitamigsro de "rabalho” que dasgnado pela rosposta como o he ar de falta, A resposia € que ros diz qe questo é sic propria al ‘ae rite mais Se a resposta, inclusive suns falta, justa, © se sua questdo radii mals ¢ que a falta de seu conctito,& qie a resposta esponde « cutra questo, que apresenta essa particularidace de no haver sido enunelada emt pontithada em soa resposti, srecisamente nos pont Ihados de sua resposta, Bis por que Mara pode escrever: 0 residiado a que dhegava a anise era, nots, ne # de revolver 0 probleme tai qual se apresentar de tnflo, mao de Ihe moilficar come Hetarnente 08 terms Essa a razio pela qual Marx pode colocar a questo nao enuine Giada, simplesmente enunciando oconceto presente soo una forma hilorenunciada nos vaaios da resposta, presente nessa tesposea. a pont de produizit e fazer apatecer nela estes mesmos vuzios, como (Os vazios de uma presenga. Marx restabelece @ continuidide do. enunciado ao introdusir ¢ restabeleser: no enunciuds 0 eonecite ue Jorca de irabatho, prosenie nos vazins da enunciadd de tesposta da ‘cconomia politica cldesica ~ a, estabele abslevende 2 conti- twidade da respiosta, pela enuneiacaa do conesita de fotca de trata. tha, ele produz to mesme tempo a quesidd até entio ndo-formulade 4 qual responde a resposta ate ento sem questo, A respasta pasta entdo a eer “0 vulon da fara de irabutho & 4gual ao valor das metas de subsisténcta necessines & memiengta ea reprodiucto da forca de trabalho" ~ «sua quesiiie € eno fowaulaca Sob a forma seguinte: "gual é 9 valir de forca de irabalho?" A dlosia eestauiragio de sum eaunclado porcadot de va. ‘los, da formulaciio de sua questo 4 partir da fesposta, & posaivel teaser lume as razdes que explicam a cegubira de econamia classic Sobre o que ela entretante ve, mareanto do seu nao-ver anterior an feu ver. Em outros tenmos, vird a superficie que o tecanismo pelo a 79 qiue a economia clfisiea nfio VE ao velo € idgatico uo mecanismo pelo qual Mare vé 0 que 2 economia classien io ve = @ idéntico também, ern prinelpio pelo snenos, ao mecant im pelo qual estamos prestes a refletir eka opetagiio Gavin de um isto do visto, ao Jer um texto de Marx gue ¢ em si uima Jestura do texto da econdmia eléssica “0 CAPITALY A FILOSOFIA DE MARX. 2B i) Ele de fato 0 ponto'& que devemos chegar para, pertinentemen- te, descobrir a razilo desse egufwco que cecal sobre ura visdo: * im Se-se refazer totalmente 4 idbia que se faz do eonhecimento, aban- onar a mito especular da visto ¢ da leitura imediatas, ¢ conceder © conkesimento como produgdo, © que possibilit © engano da economia politica refere-se com feito A transformapda do objeto do seu equivoco, Oque a economia politica nao vé ng0 € um objeto preexistente, que ela poderia ter vis to e nie viu~ mas um objeto que ela mesma produz em sua oper de conhevimento € que nao Ihe preexistia: precisamente es Produgéo mesma, idéntica 2 esse objeto. O gue a economia politien nda vé @ 0 que ela faa: sua produgiio de uma resposta nova sern quesi2o, ¢ do mesmo tempo a producto de uma questo nova laten- te, traricla ho vaio dessa tespasia nova, Por melo dos termos lacn- nares de sua nova resposia, « economia politica produsiy uma nova quesiza, mas ‘a sua revelia”, Hla modi) ‘mos do problema” inicial; elu produaiu desse modo um novy proble- ‘ma mad Kern 0 saber. Em vez de 0 saber, ela permanece convenci de que continua no terreno do antigo problema, ao paso que, “a sua revelia”, ela mudou de rerrene, ivoco"" de rre desse mal-ententido entre o que ela produz ¢ o que ela ve. de- re deste “allipeoquél’, queem cutros lugares Marx design come im jowgo de palaveas” (Warispiel) necessariamente inpenetravel a queti © profere, Pot ue a economia politica sert necesstsiamente cepa 20 ue pradus emo seu tabullo de produce? Porque ela mance os olhos nova expos faiuign questo; porque ela peeve inane alin “porigontel (0) Capital, Il 210) onde 0 avo problema nto ea visivel (iid), As meldfores €om as quais Mark petsa esse "alipro teyreno ¢ manga do hosieante coreela. Suse urna opsetva tay capa ule no fa exeaper 4 redugae pico batea do equiv lise, mas que se impde agora evidenciar, Essa estrutura diz respeito muito precisamente & posicae respectiva no real das duas partes constiuutives do real: « parte inewsencial ¢ 2 parte exsencial. A parte ineasencial ocupa toda 0 extenior do objeto, a sua superficie visivel or outro lado, a parte essencial ocupa a parte inverior do, objeto eal, © seu niiclea smishel, A relagfio do visivel com o invisivel pais, identica 4 relugto do exterior com o interior, « relagito da gan- a com 0 ndcloo, Se a enséncia ndo &imediatamente risivel € que esta enoertada, no sentido estrito, isto, inteiramente recoberta ¢ env! ‘vida pela ganga do inessencial. Bis todo o veetigio du operagio do Ponhedi ments ~ mas zealizada tia posicllo respectiva do inessencial ¢ do exsencial no proprio objeto real; ea justamente por esse nu, por essa ganga ce impurera, do inessén- cial que nos furta a esséneii, © que a abstragie pce de fado, por suas tdenizas de separacho e desoxidacio, para nos dar a presenca real da esséncla pura ¢ nua, da qual o conbecimento ndo é mais que a sim- ples visio Consideremos tigora essa esirutung do conheeimente empirista pum reeuo critica, Podemos caracteriad-In como uma concengio ue pens como ume parie real do ohjeto real acanhecer, 0 proprio conhesimento desse objeto real, Esse parte, por mais que se diga ser ‘or, gculta, ¢ pottanto invisivel & primeira vista, nao. husive nessus propricdades, estabelecida como uma paste real comm a parte ndo-essenciel. O que figura o eanhecimemo, ito & essa operagtio muito particular que se exerce a propesito do. objeto real a conhever¢ gue nada €, que, muito pelo contcario, acrescenta eo ob- jate teal dxiniente wna hava exisid ent & existéncin de neu conhecimento (por exemplo. no.miniie 0 dissursa conceptual ver balou escrito queenuncic ese conhecimento na fonene de una men sagen, © que, poi figura eave conhgcimento, cus se exerce enetan- te de fora go objeto « sendo 0 fato de wen sujeito ative). est posit \eixo insert na estrumura do objeto rea, soba fovea da erenga en Ue o inessensial Ca essen, ente a supeifior e o fund, entre a ex terior 619 interior! O coahecimento jd es, pois, realmente presente rng objeto real que ele deve Gonheser, sob 2 forma da csposiedlo res pectiva de suas duas partes reais! O conhecimente ali estén integra Fealmenite presente: n8o apenas sen objeto, que é esse parte real chim reacla osséncia, mas tame sua eporagio, que ¢a disinela, ¢ a po siclo respectiva exisiente realmente entre’ as dias partes do abyete real, urna des quis (a inessencial) & a parts exterior que encesta 6 envahve e 2 outta (a esténsa ou parle iatenar). Nao estow inventuedo nem fngindo, Miguldugzl elaarow ema exit ncira ‘Sodas ane, que vepousa no na prose d fort essen & parr da a do suarmore, mas na deste co sesor9 ie, ta peer envoy. ater i tale, fore extra Ura praties de pad atsin ca aaa a ave ‘5 cellar craptinta da exrrayen DE" CAPITAL" A PILOSOFIA DE MARX 9 Esse investimento do conhecimento, concebido como uma parte teal do cbjeto real. a estranur real do objeto rea, ets que constitu 4 problemdtica expectfiea da concepedo empirsia do canhecimente Basta muntédi sob seu eoneeito, pare dela extreir importantes son. elusOes, que ullspaisam naturalmnente 0 que essa concepato di dado que recebemos dela a consi do que sa fez no nege-¥o. No posta tritar aqui da minima dessas conelusoes. ficels de elaborar, fobretudo ne que tange a esteutura do viaivel e co invisivel, cujo Dressentimento de importaneia reeonhecemos aqui, Gestaria apenas de observar de pastogem que as eatcgorias do empirisme estho no ‘ernie de propiemnatien da Tlotofia lassie; que o reconhecimento dessa problemitica, sob suas préprias yariantas, inclusive sah suas ‘arsantes surdis esoas denepagdes, pode dar umn principio essencal 40 projelo deurta historia da flosota, para esse-perlogo, para a ela botugao do seu conceltey que esta problematian, con/enue pelo se culo XVII de Locke & Condillac, esta profunéamente presente, or Daravdonal que isso posta parecer, aa flosofia hegeliana: € que Marx, por fotivos que analisamos, reve de servir-se dela para pensar 4 falta de um conesto do qual, no entanto, ele havia produsido os éfeiios, pera formular a qusstdo (auente), isto &, esse conceito, 20 ual, contuido, dene resposta om sues aniline de O Coprrel: gue essa prablemdtica sobreviven ao aso pelo qual Mark a tance, des {orceu ¢ transformoy de fave, a0 mesa tempo que recarrendo doe Seis termes (aparéneia eesstncha, exterior intedior,estéricin hrerna das coisas, cnovimento aparante e movimente real, et.) que tbs 4 Encontremion em ach em mites paseagens de Engels 6 de LOnin Sue tinham motivo de secvirse dele neh betalhas ideoldaiuas, em ur, sob 0 ataqus brutal do adversirio.e no "eecrena” exsolhide por tle, @ preciso aeorter ao mals urgente, ¢ eomecar por devolver no soepe sua arbprian armas sebs propeion golpes, ist Gy seus arg Tents seus conceitos ideolégicn. Gorter epanas de insstir au em dois ponton precisos: o ge de palainas que fundaments essa concent b que st rere 30 Cone eile de real Podemos em promeito lugar ceracteriatn de fato ata ‘mpiriste do eonhecimento por um Jaga de palavas wore ° Acabeos de ver que todo ¢ eonkesmiente, bem coro © fe objeto proprio (a essdneia dosobjeto real, que a distingSo-entre 0 Dbjeto tea, sobre-o qual recal sua operagtio econtiecmento, essa operagio de conhesimento,dlistineio que ¢ 9 fagar mesmo da opera Galo do conheelmento ~ acabames de ver que 9 abyeta como a oneta- ‘io do conhecimanto om sun diatingda com o objeto real do qual ela Se prande nreduri 9 canhecimenta, sto de plena direito anresentie Gos 6 peasados como pertencendo & esiratura teal do objeto real Pari A coneepedo empitista do conhecimenta, @ todo do conhecic 40 LER O eA AL. tiento é entdo investide no, real, ¢© conheclmento aparece sempre apenas como uma relapia, interior a neu objete real, ene pariet real ie cistinta desse objeto real Se convedermos claxamente essa ate ‘rutura fundamental, ea pode nos cervie de chave em numerosas elt cunstancias. em particular para apreciar os tinulos te6ricos das for ‘mas modernas do empirismo que se nos apeesentamn sob of ttulos inoventes de tna teoria das modelos, * que espera ter mostrado set fundamentalmente estranha 2 Mara! Mais distante de nés, porem muito perto de Mart, em Feueebach, © aa Marx das “abras'do oot te (Teses sobre Feuerbach © A ldeologia Alem), ela pode servit-nos ara compreendes esse perpétuo jogo de polavras sabre a “real” ¢ 0 “conereto” que € 4 raiz de uma seqdéncia interminavel de eaulvocos evjas concegdibncias retardadas softemos haje."” Nio tomacci, em ‘Davee stems para Fito de aie Salo saul da eatin dos tous Gonsomente come eotogt dy tonhecraen,w pate sefei, SOD eae apt, set gu for © fra de enberacdo ce sus ornas (pelos neopostinii eonteapnrdeec), ee coat fa eer uma metaortote ea consent emmpnate do contacimenta, Mat tem por ‘sho en tld eoartea en sue gordenagte eo oe sentide sa eniproga a se fori novela", precismen 0 seigo que vartesponde efeuvaciont Wo enpreso {erica doe" nodelos comme se pode ver win muta eiteustrelas na pric tecnica dh plucFcielo noe pai soso 0. stab oo to tees do ommposigh dor esoaates dad Goh 9 th ett fie @ erin de ‘madelo no cese#apropringo ele, ae0/n4teora do vouecsmeato, ras he aplcegta rue, ate na odes da denica de pehiaacho de gertos na et furcto de oeok les, ta band serio ang, 4bee bane de catoe conhndteeates Creasidon pal ‘leu de automa pollen. non enpreoko ltr. que ado eve lneanenteu to peressie que mers na précis tusoma poltea economies tits éoietelvomo iuolagia do sorsestnnte adguoe de canihal ants 9 nen ‘nent teniva aoe ¢eivatertcum model seed se eonbesten, code a8 ‘Sbartacios eecessles A sue apodtun, 1s eres geist Cio eae Funston da Prodi de Polite repens wn grande parte nt fungis ieslipia do cone ale etieao de Neonesei aa fo for acu gue Polat prosaniow o avert ca "Pskolegs cotewa” fee que dk Se etha ea amas agua obra Toda a vet a etre anergy. ste Inge aeu emgeegaettes, sem pose naagortra tleingeatehasinenta, 340 46 guste au “abstruse” dos cenositon, Poin eres ph em Peer, que te ‘ou deseperediteont Iberiae da Mdeolona avorunca @ "Zoneret ite & @ con ‘S00 iden de coafusto do corner ea er eideslagen ne podeerieestere ‘eg rte da Edalogin. Engonteamos mene egulvase, «+ meen Jona Ge pale “ete tou lndipretey do Math us ve Fete 84 “ODtat Ue juve Inv ‘odo 0 butnanina “ea, © hureanismo "eoesreo", 2 Aumeni * peicvo" {oreo o fadameata tabi d seu peasamnenta Eterduce que sie tn descoles Xedat ts expronibie do prtprio Mars, qu, nna obras do sorte Pave sbre Feuer fick Mey lend) fai do covetesy ote, de “horny conerste’, Tey ‘Mat ix “obras co corte? ainda esto ds oltas com eaulisee 40 Lens nepal Gus ‘ati ainde prete ao aniverso deconseline que ela ejet, sen tes ponte far ea fer ede oe eonestos fovos« posltivonguesaa iene cone. Pour Bara, pp DE "0 CAPITAL” A FILOSOFIA DE MARX. a tretanto, esse via eritica prodi nte fecunda: deixarei a esse jogo de palavray as suas conseqiiéneius e sua refutagtio & vigildneia gente de nossa época Atenaa.me ao Jago de palavras em si Ease jogo de palaveas joga com uma diiferenga que ele mats: a0 mesma tempo lhe subtrai 0 cadaver. Yelamos ligeiramente que nome traz a vitiraa dease crime autil, Quando o empirismo designa 1a esséncia 0 objeto do combecimento, vonfessa algo ce importante, que nega no mesmo instante: eonfessa que o objeto do conhecimer: no 6 idéntico ao objeto real, dado que o declara apenas parte do bjeto real. Mas nega © que confessa, provisamente ao reducir essa renga entre dois abjelos — o objeto da conhesimento e 0 objeto ~ tama simples distingko de parses de um 36 objeto: ¢ objeto reall, Nu ndlice conletsada, hd dois objetos distinios: o objeto real fora do sujeito, independentemente do processo do eo- 0" (Mara) ¢ 0 objeto do conhecimento (esséncia do objeto, sal) que ¢ inteiramente distinte do objeto real, Na andlise negada, ‘ado hd mais que wn 4 abjero: 0 objeto real, Donde nos élicito com luir: 0 verdadeiro jogo de palavras nos enganou sobre o seu lugar, sobre o seu supotte (Zrdger), sobre ¢ palavre que é sua sede equive. ‘© verdadleiea jogo de palavras néio se refere A palayra real, que & sua mAseara, mas & palavra objeio, Nau & o assassinato da palay heal «ue pe diseute, mas ¢ da palavea objeza: & 0 canceito de objeto, cola diferenca se imap0e produit, para desembaracé-la da vnida do impostura da palaira objeto. uM que nox foi aberto, diria eu m2 80, entramios no caminh quose A cossa eavelin, porque na verdade ako meditamos nele, por ois Mesofos na hisibria: Spinora ¢ Marx. Spinoza, contra © que om tazfio devemos chamar de empirismo dogmatico latente do ideaitsmd earteslano, entrecunte os udverti de que 0 vbjero do co: ‘nhocimento, ou essénela, ere em rt absolutamente distinto e diferen- te do objeto real, porque, pata empregur soe exp Slebre, nde fe deve confundir o# dois objetar: a fdvla do cireulo, que € 0 objeto do conhesimento, com a eirculo, que € 9 objeto real. Marx. no capl- tule Ll da Inerodiuedo de 37, rotomou essa distingdo com toda w for~ ga posstvel ll Mars rejeite a confusdo hegeliana da identificagto do objeto taal com 6 objeto de conkecitnenta, do processo real eam o proceso de conhecimento, "Hegel cau na tlhsdo de conceber @ real (das Rea. Te} como o resultado de peasamento, abracando-te nele mesmo. apro- fundanco-se em si mesmo, ¢ pando-ve em movimento por si mesmo, ao ‘paso que o método que permite elerar-se do abstrata aa concreto nada 42 LER © CAPITAL rai gue modo (ie Art) no quel opensamento ve apronria do com (rota e.a rendu (teproieren) sok a ermal ur concrete esp ial (ig Konksin' (Conruin Ebina Sole. C5 extoalemao Dietz. Zi Kriih.9. 257), Essa confusio, « qa H {el ou a ora te ee aoc da holy as plo pio € to-somente ima variante’ ds confosio. que caracteiza 4 problemie do erpirsme, Contra eas confusto, Marx defende & Uist entte © pera ren! (o eoncetenea, a totaldae teal que “subsite emt suaindenendnia no exerioe da cae (Nol ates€ depois” da preduglo dosti contcimart (p 160) wabjea doco nhecinento produto co pensamento que 0 pra es) mesmo die-de-petsametio {Gedantemoraftar, isto &. como. objeto owansenr, absolitumenteditnto do objeto-rel, do eonerto fea, da totaidade-eal, ojo conereta-ce-pensirtento 4 tollidade, lem mostra’ que eta dstineao diz reslio nla apenas a essed Gos bbjaton mes temmbans seis propos prowess ke produ ‘Ko mast ce o princes te radu ds ceterminalo Objet eth de cea ttalade cencotereal (por exemple ibe poyde iG tl i hese reat ordem de sucesso dos momentos di penese Niro 0 procens de produato de objeto onhecineato te pu sa etersenee endo ama oa or inocu o mesa gar due clans oven da yee tise real as Tugare tetany ivereoe que lhe se ate tices por sia Fungaa ne proceso de raga de sbjeto co cons Ficptsios senor um moment a ts exes tere, ‘Quara Mare fon di gue prosesea de produgda to conbesh ment, porto di seu objeto, distinta do ores teal de gue @ eo nhesimeato cuer precsamente se apropri no meio da cones {o- genre neramente n0 contestmento, 14 Pensamente - ele nfo cai por um segundo num idealisme da eons. tiencia, do espirita ou do pensamento, porque de que Marx trata no caso ndo ¢ 4 fuculdade de urn su cen dental ov de uma consciencia absoluta, gue o mundo rea! enfrenta- ria como madéria; esse pensamento também nity 6a fuculdade de um Sujeito psicolégico, embora os individuos sejam os agentes dele. Esse penisamiento & 9 sistema historicamente constiquide de um apa retha de nersamento, fundado ¢ articulado na realidade natural e40- cial, € determinado pelo sistema das condligBes reais que fazemn dele, seme élicsto arrisoat esta frmula, um modo de produede determina. a de conhecimentos. Como tal, € constituldo por uma esirutura DE‘O CAPITAL" A FILOSOFIA DE MARK a que combina (Verbindung) 0 tips de objeto (matéria-prima) sobre 9 gual ele trabalha, os melar de produedo tebricos de que dispde (ceo- Fla, método e técnica, experimental ou qualqucr outra), ¢ as relagtes histérisas (a6 mesmo tempo tebrieas, ideoldgicas e socials) nas quais tle produz. Esse sistema determinado das condigdes da pratica tedri- cae que atribui a este ou aquele sujeito (Individuo) pensante o sex Tugar ¢ @ sua Tunglio na producto dos conhecimentos. Esse sistema de produgto tebrico, sistema material tanto quanto “espiricual”, suja pratica s¢ funda 2 se articula nas préticas ezondmicas, poltii ideoldgicus existentes, que lhe fomecem direte ou indiretamente Gusencial de sua “matéria-prima”” ~ possai uma realidade objetiva determinada. E essa reulidade determinada quo define os papsis e fungaes do "'pensamenta” dos individuos singulares, que so podem ‘pensar’ 08 “problemas” jd apneventados ou em eondigbes de ser apresentados; que, pais, pée eri fumcionamenta a sua “Forga de pen Sdmente”, assimn como a estrutura de um modo de produgie ceong: iva poe em funcionarmento a forga de trabalho dos produtores imeditos, mas no seu modo proprio. Longe, pols, de ser uma essén~ it contraponta ao mundd material (Faculdade de um sujeito trans. Gendental “pura”, on de uma Meonscidncia absoluta”, isto ¢, este isto produz como sito paca nele ie reconhecer & se fvsentar), @ pensamento” uen sistema real proprio. assentado & ‘ado no raundo real de uma socicdads histérica dada, que * relngdes determinadas com a natureza, im aistema espectii~ ‘co, definiga pelas condigdes de sua exisiéncia ¢ de sua pritica, isto & Hol ursa estrutura propria, uen tipo de. “combinachio® (Verbindung) Geterminada. existente entre sua marédia-peima propel (objew ga Dratica teGea), seus mneios de produgtio proprios ¢ suas rel: ‘com as damais estruturas da sociedada, Se auisermos consicerar gue ceyemos assim definir o “pends. mente’, este tera muito geral da que Mara se serve na pasiagem analisamos, ¢ perfeliamente licito dizer que a produsso do co. ihgeimaent9, que ¢o peculiar da pritica teérica. constitul Um proces St passa infelramente no pensanwenty, do masmo mode que nhudalts muiandis, que & processo da produlcao eco: emi se piss inteiramente nt economia, muito embora ele impli: it prvuisamente nas doterminagdes eepecificas de sa estcutira, aes necssssrias com a naxureza, ¢ as demals excrucures (jurid Goxpoliliva ¢ ideolégica) que constituem, tomadas ern conjunso, a 68 irutura global de unre formacio social pertencente a um modo de produgio determinado, & perleitamente legitimo (richtig) dizer en- io, como 0 faz Marx, que "a toralidede.conereta como toralidade- despensamento, como concrero-de-pensarnento é em realidede (in der Tat) um produto do pensar e de conceber fein Produkt des Denkens, 4 LER © CAPITAL de Begreifens)” (168); per‘eitamentelegtimo representar-sea prat- a testica, isto 6, © trabalho do pensamenta sobre « matéria-prima {objeto sobre o gual ele traballa), como um “trahalho de tranifon- ‘macdo (Verarbeintune) da intviodo (Anskauting) ¢ da representa (Vorstellung) em conceitas fin Begette)” fp. 165) Noutra obra tented mostrar que exsa marériaprina sobre a gual trabalha ¢ mode de pradugio do conhecimento, isto € ave Mure designa como Ansehawing € Voriteliung, (a materia da inti Glo # da representagio), devia assumis formas auito diferentes, undo o grau de desenvolvimento do conte: mento em sua histone hi grande distAneia, por exempio, entre a matési-prima com a gual ‘Arisidteles trabalha e a matériesprime oom que trabalhiam: Gallen, Newton ou Einstein ~ mas que formalmente essa matéria-prina fas inarte das condicdes da produgiia de todo conhecimenta. Tensei mos- trae tambérn que, s¢ & slaro para lodos que essa macétlaeorient $6 toons cada vea mais reguintata, 3 megida gue progtide um rama do conhesimente, sea matéria-pritna de uma ciéneia desenvalvida n term a ver evidentemente com a pura” satuiglo sensivel ou sips “representago", por outco lac, por mats (ue se recne ne pasado dean ram do sonh nuunen esteremes dante de una ine: 40 seastrel, ou represeatacdo “pures”, mas de ume matéria-pe Sempre somplexa, de uma eateutura de *intuiglo” ou de Nrepre- Sentagao" que combina, numa Verhindune peciiae, ao mesma tet 1 “elementos! senstvess, tecnicos e ideolSgigoss que, porsantcy jie mais o ebnhecimento se tea, eorno o quereria deessperadaaente o eiipirso, dante de usm abjewo pure cue fose enitio idenaica 40 ob jeto real da gual 6 conhecimento visu justaments produsin., 6&0 inheciments, Trabaltando sobre seu “objeio”, 0 Sombecimenta nia 6 faz entio com 0 objeto real, has com sua propria matéria-prima, {que consti, no sentido rigoraso da terimo, o seu "ebjera de co mhecimeniol due 6, desde as Forres eoais radimentares do conheck mento, distinto do objeto real ~ dado que essa materia.prima est sempre, no sentido esrivo que Ihe ii Marxera O Catal, materi prima. isto & materia ji elaborade, ji transtormada, precisamente pele imposigho da estiutura complena (sensive-\Genied-iealOxiei) {que 4 eonsit coma objeto do connecimenio, mesine 0 mass Falh ~ Gomo objeto gue ele val stansformer,cujas formas ee vai modifican, ante © sea processo de slesenvolviriente, prira pradueit conheck imetios Iocessantemente rransformaday, eaus que nao deixar jamais de rectir sobre 0 seu objeto no aontida de objeto de cenkecimento Pour Mors wp. 1984195. DE*O CAMTAL® A FILOSOFIA DE MARX 12, ri) arriscado, por ora, it mais ulém. SO 0 coneeito formal das condigdes da produgiio da prditica tedrica ado nos pode dar os con- cellos especificas que permitam constituir uma histéria da pritica cdriea, rem, com mais forte razo, a historia dos diferentes ramos da pratica teorica (matemitica, fisiea, quimiea, biologia, historia « outras “eignsias humans"), Para ie além do-siraples conceito formal da evtrutura da prdtica teérica, isto & da producdo dos conhecimen- tos, devemos elaborare concetro de histéria do conhesimento, ¢ ela- borer of eonceltos dos diferentes medos de producdo tearica (em primcitd plano os canceitos do modo de produgo tedrico da ideo: Login, ¢ 6a ei8acia), assim como os conceitos proprios dos diferentes vamos da produckd iedriea, © de suas celagbes (as diferentes 08 tipos especificos de sua dependincia, independléncia e arti Glo), Esse Lrabalh de elaboragilo teorica pressupde uma investiga Go de grande fOlega, que doverd ampurar-se em trabalhos valiosos jt eustentes nos dominios elassicas da historia das ciéncias © da risiemologia ~ portant, uma investiguello que se uproprie de toda inatérlaenitimaa dos *Yatos" ja eoletads e a coletar, bem como dos: primeiros resultados teoricos adguiridos nesses dominios, No entan. td. s8 a aeumiulacdo dassee “fates”, desses dados “empiticos", que, sive algummts exceedes muigo notdvels, ° nos so em geral oferesi- dos apenas so forma de simples sealencias ou erénicas. isto & nat forma de uma goncepy@o ideoidgica da historia, quando ndo no a prior’ de wna filogafia ds histGria ~ esse acmulo por si s niio pode bastar pura constituir uma histbra do conheeimento, da gual € pre- ciso em primaire lugar elahorar @ conceito, pelo menos sob forma provisoria, qari poder empreendé-la, Se, no curso das exposigdes ern eka aos goncelige com os quais Mark pepsi if eandiedes gerass da produedo econdmical, © a0s con cxilos Kontos quills 0 pensimento marxiste deve pensar sua teoria da Alvear, nao foi unieamente pare bem penetrar a teoria marxista a regio ccondmica do mode de produgiio eapitalsta, mas para a tlutecer em toda a medic do possivel’ coneeitos fundamentais (0 coacelto de pradugiia, de esirurura de um mode de produgio, o von: ceito de hristdnia), cuja elaboragio formal & também indispensave) pata a teorit marista da producdo do conheeimento, ¢ para a sun Desde jd, podemos come que enveredam estas reflexd ‘ar a entrever a idéia do camintio em € pela qual eatearfo, Esse caminho: pte Baeselarg, Cava, Carga e Fowcal 46 LER © CAPITA leva-ntos # uma revalugfio ne concepede tradicional da histéria das iénclas, que estA, ainda hoje, profundamente impreganada da ideo Togia da’ Filosofie Hurninista isto &, de um racionalism teleclégico, € pols, ideulista, Cornegamos a suspeitas, ¢ mestno a poder demons: ‘rar com base em gerso niimero de exomplos jd estudacios, que a his- ‘orig da razllo neva € uma histOria linear de desenvolvimenta conti ‘Aug, nem, em sua continuidade, « hisiéria da manifestucko ou da to- mada de consciéneia progressiva de una Razio. cotalmente presente no germe de suas origens e que sua hist6rin apenas reyele e e&u aber to, Sabemos que este ipa ce histdria e de racionalidade mio passam do efeite da iluso retrospestiva de um resultado historigo dado, que fesereve stit historia no “future anterior”, que pensa, pais, sue ari em como previsto do seu fim, racionalidade da Filosofia lumi nista, a qae Hegel deu @ forma sistemitica do desenvolvimento do conceita, no passa de uma concenczo iceologien tania da razto como de'sua bistdria. A histdrin reel do desenvolvimento do conke- imento nas aparece hoje submetida a less completamente diferentes dessa esperanga teleclagica do triunia religioso da razilo. Comeca mos a conceber essa historia como assnalada por descontinuidades raiciis (por exemplo, quando uma eidncia novi se destacu sobre o funda alas formagies idealog F remal profundos, cue, se respeitam 2 continuidade da existence day re: ides do conhecimenta (e ginda nem sempre é caso), inauguram em sua rupiura o reino de uma lozica agva, que, plus desenvoivimento, literalmente o sew lugar Com isi nos € imposta a obriguedo de reouncias 4 toda gia da rarid, © de caneeber « celugho histGnea de um te (corm as suits eonddiedes como uma relagio deoredugio, ¢ nib de press, portanto 0 que poderiamos chamar de a necessidade de sua ‘contingencta, termo que destou do sisterna das Categorias eldssicas, & ‘crige w substiraigdo delas, Pasa penotear osi« neesssidads, doverno peneimar a légict muito particular & muito partdoxal que culmina esse produgo, ste &, logiea Was eondigdes da produgio dos vo- inhecimentos, saja que eles pertengan & historia ie ura dds ramos Go onbeciment ainda ideoldgicd, seja gue pertengam a uin camo do Gonheeimento gue procura constituir-te como cigacia, oly que ja es. teja estubelecido como eignela. Nessa orden, aguardam-nos muitas surpreses, como aquelas que Nox cuusaraza oF trubalhos de G. Canghilhen sobre a histona da produgio de conceita de reflexd, nascido, nfio como nos levam a crer todas us aparoncias (de fato a concepeiio ideolagica daminante), de uma filosoria mecanicista, mas DESO CAPITAL? A FILOSOFIA DE MARX 47 inteitamente de uma filosofia vitalista; coma as que devemos a Faneanlt ao estudar o transformar-se desconceriante dessa (0) glo cultural complesa que redne em torno de umn term sobredter- minado -"loucura” ~ nos séeulos XVIT@ XVIII, um semendinero de pralicus ¢ideologias médicas, juridicas, religiosss, morats ¢ politicus uma combinagdo, cujus disposigdes ine Fungo da mudanga de lugar mars geral dus esteuturas cas. da épos ‘has ¢ sentido variam em ld papel desses termos, no contents ondmicas, politicas, juridicas ¢ ideol a ‘como @ que devemos também'a Foucault, #0 dee moastiar que conjunto de condighes aparentemente heleragéneas canspiron de file, 20 eso de um laboriasa “trabalho positive”. para a preducde disso que nos parece a propria evidencia; a obser do doente pela “olhar” da medicina slinica. Nao € ai€ a disting’o teoricamente essencial e pruticamente de- visive entre @ eigneia ¢ « ideolagia, que niio tem de que se precaver thas tentagdes dogmatisias ou cientificistas que a ameacam direta mente ~ «ido que deveros aprender, nease trabalho de investigagdo tle coneeptuslizacdio, 2 nfl farer dessa distingia um emprego que restauce a ideclogia da Filosofia Huminista ~ mas, pelo contedsio & Inatar a idgologia, que constity: por exempla a pré-histdria dle uma ncia, como Uma histori real, possuidora de leis préprias, e como. 8 préshistdnia rea) euja econfronto eal eom outmas praticas técnica. utras aqqisiches ideoldgicas ou cientineas, pode produair, numa eonjuntura tagriea specifica, o udvento de uma eigncia ndo como seu fim, mas sua surpres eumentaria dle muito a nossa tarefi 0 ser~ mas par iss0 abzigndos a propor o problema das condigdes da "rup tua epistemoldgica’” que inaugura tode ciéncia, isto 6 para empre- inologi 1.0 problema das condigées da descoberta asemas abrigdos a peopdela equ: tambérn 2 pr Poderia nos embaracar que, a0 ensejo do estudo problema, [ssemos oonvidados a pensar de modo inteiramen- te novo a relactio da cignela com a ideolowia Ge que ela nasce, © que continua de certo mado & aeompanhi-la surcamente em sua histo ria que esse pesquisa nos pusesse diante dessa verifleagto de que coda vineia 46 pode sar pensecla como ‘tciénea da ideologia’, "em “elacho vor a ideologia de que ehi sti; mas i860 se na G, Cangulten, PUR, 1985, 7M Rauceul, Huon de ta Folie @ Mage cesague Pon, 196 * Michel Foucault, Natsance deta cinique Pion. 964 B. Mockery, “Alpranos sel roptara™ Nvunlls Cg 9) 4 Jermain le caer eres ea VU or AVE dees sh 1065; pp 196: 48 LER © CAPITAL, advertidas d2 naturera do objeto do conhecimento, que s6 pade cexistir ng forma da ideologia quando se constitul « ciéneia que vai producir seu conhecimenta, no modo especitice que o define. Todos feiges exemplos, na medida em que nos dio wma primeira idéia da hava coneapgiio da histéria do conhecimento que devemos produ. ix, dio-nos também a medida do trabalho de investigagio historica ¢ de elaboragio tedrica que nos eguarda 1 Passo 2.uma segunda observacko decis'va de Mure. O texto da Iniroducdo de $7, que distingue rigorosamente o objeto real do obje: todo conhecimento, distingie também seus processos eo que € (un. amcial, pe em evidéncia uma diferenga de orden na genese des: dois processas. Para falar outra linguagem. que ocorre constan- rite em Q Capital, Marx deslara gue « ordem que rege as c gorias pentadas no processo do conhecimenta, nao coincide e: forsiem que repe as caleyorias reais no processo da genese histaric real, tsa disting’a toca de perto, evidentemente, uma das questde iis debatides de 0 Caprral a quesido de saber se hit identidade en tre a onder dita "/6gica’' (ow otdem de declucio”” das categorias em O Capital ex ordem “histdrica” real. Os intérprcies, ea muioria, nie chegem a "suit" verdadeicamente desta questo, dado que ndio con cordam em entahelecé-ia em seus termos adequactos, isto é no cam po da problemeiica sxigida por esse quastio, Digamos a mesma coi 2 sob aiitra forma, que nos & ove feenliae: O Cptial ngs dd um sem: nimeed de resposeay sobee st identidade ©) n ndo-identidude ds ‘orden "isgien” cen a arden “historicn”. ‘Tratiese de respestas sem ‘questo exp alidade elas 89s propdem a questa suit questio, ato & obrigam-nos 2 urgentemente formular a questi. nado-formulada a que esas questOes tespondem, C ‘questo referesse a celucia da arcem Idgien corn a orden histor mas ue promunciar esius palavras, nada mais fazemos seado retamar ‘98 prbprios termes das respostes: © que’cbriga em ultima andlise a solocieaa (aga, n produsio) da questo € a delinictio do campo da problernitica no qual essa questio (fie problema) deve ser eoloca. 0, Ora, « maiorin dos intéxpretes situa essa questa no campo. de tama problensdiica erapirisea, ov (sua “inversio”, no sentido estrito) ho campo de uima prohlemuiion hegeliana, procuranco provar, 00 primeiro vaso, que gist”, sendo por esseneia idgntice & fordem real, existence ‘rclem teal como sit propria esséneia, 16 pods acompantar a ordem real ng senundo caso, que a Green real sendo por esstnela idantion A ardem “louiea’, a order feall, que nia passa entio de enisténcia reel da ordem lGxica, deve acompanher a ordem ldgiea, Em ambos os eaxos, os intdxpretes sto DE-"O CAPITAL® A FILOSOFIA DE MARX 49 obrigados a violentar certis respostas de Marx, que manifestamente contradizem suas hipdteses. Propontio estabelecer essa quesidi (esse problema) nda no campo de uma problematica ideologica, mas no Campo dit problemdtica tebrica marxista da distingtio entre'o objeto Feel ¢ 0 objeto do comhecimento, fuzendo notar que essa distinc&o dos objeto$ aearrera, por um lado, « distingdo radical entre a ordem de aparecimento das “categorise” no conhesimento e, por outro, na Fealidlade historien, Basta eologar o pretenso problema dit refacdo entre a ordem da génese @ ordem de dekenvolvieen- to dos eoncettos no disc |-no campo dessa problemdit ct (distingo recival dessas duas ordens), para coneluir que estamos diante de um problema imagindrio, ssi hipbtese nermite respeitar a variedade das respostas que Mang nos di, iste & #0 mesmo tempo os casos de correspondéncia & (8 casos de ndo-corsespondancia entre a ordem “idgica” ¢ a ordem “raul” ~ s¢ & verddade que nile pode haver correspondéncia biunivoca nite os diferentes momentos dessas duas ordens distintas, Quando digo que a distingdo entre o abjeto rea! e » objeto do conhesimento acarreta 0 desiparesimento do mito ideolégico (empirista ov iden. lista absolute) da cortespondéncia biunivocs enire os termos das duis orcens, enteada qualquer forma, inclusive mversida, de corres: pondércia biunfvaca enire bs termos das duss ordens: porgue um: orrespondéneia invertida é ainda uma correspondéncia termo a ter- mo segunda uma ordem comum (logo, apenas mudanga de sical) ‘Avento esta ultina hipdtese, poxque ela foi mantida, por Della Vol. ‘ie € Suid escolu coma essencial pura a comoeensdo nao apenas de teorie de 0 Capital, sass também da “teoria do conhecimenta” n nista, Esse Interpretagde repousa em algunas frases de Mara, a mais nfiida das quals consta da Mnrraduedo de $7 (Bd. Sociales, .17 1) Sethi pos, lose elo slastcar as sai ordre de foram hislovcartene deteroinanich, Sus Tontriee aeterpinad pelo tine e4 Fela mun gue ees wanién na ‘Relea burps migeme, xt orem ¢peuisamerte over am {kerf ave patee serfs oer natural de que cores Sedan oo denesvatimento histone, E com hase nessa Uinikeliang. nessi “inversio” de sentido, ae 4 orden Idgiew pode ser declarada © inverso terme a terme dla or dein) histories. Sobre essa questfio remeto ao comentario de Rance fe, * De resto, a seqliéncla Imediala do texto de Marx nao deina per 30 LEK O CAPITAL sistir qualquer equivoso, dado que fieamos sabendo que esse debate sobre @ correspondéncia dircta ou inversa das termos das duas or dens nada ter « ver com a pratlems analisada: "Nao se trata da re- laglo que se estabelece historicamente entre as relagdes econdmi- cas. irata.se de sua Glledenung (combinaclio acticulada) na seio da Sociedade burguesa moderna (p, 171), Precisumente essa Gillede- rung, etsa totalidade-articuladi-de-persamento 6 que se trata de raduzie no conhevimento como objeto do conhecimento para che- ‘gar a9 conhevimento da Gliedorme real, da totolidade-acievlads Feal, que consttui a existéacia da socieslade burguesa, A orden: que a Gliederung de pensamentd é produzidy € uma ordem expect a, a proprin oxdem da andlice tebrica que Mars realiza ern O Capi- tal, orca da ligagito, da “wintese”, dos eanteeitos necessacios para a produgia dexse fodo-de-pensimenio, dese concreto-de- pensamento que é a teoria de © Cuptual n ‘A ordem em que esses coneeitos slo anticulados na analise € a ordetn de demonsteactio cientifiea de Maxx: nao term qualquer rela ‘elo dieeta, biuinivoca cori 1 ordem em cue esta ou aquiela ca fapareceu tut bistdria, Pode taiver enconteus provisGrios, sexmentos de seatlbncias aparontemente ritmaidas pela mescna order, mas, lor fae de ser a prova da existércia dessa correspondéncia, de ser went Fesposta a qu ‘questaa, & precisa passar pela teoria da distin as orders ‘apenas para examinar se ¢ legitimo suscitiola (0 que nilo 6 absolut Ad: ane uwetio pre no ver sentido dg ~ e termes dade 0 pensar ue ¢ia nao vena vento algun). Muito peo contr Mars pussa oi tempo a meastras, nie sem ceria maliela, que @ or. Al contzudiz « ordem Wdgica, & se ele vai aa exoressdo ag panto dus orelens unr zelagio "mersa, no po- 3H pakivea Or UM conceit, iskd & DOF Figoroes que udauirs seu sentido allo por haver side prolerida, mas por nestencer de plend cireita a um campo torico Seterminado, A demonsinagio de Runeidre mostra pelo contrite a terme ome em moitos outros, & em O Capirat, 0 tu preg analieies, sem cigor ieirico, Sto susterta (oda a andlise de Mark, © que se identifieado ¢ definido, pars s Jegitimos ou eas Iragilidudes de umm rermo, av mesino de uma expres sivo, Seria fell estender gom éxito esau demonsteucio a todas as pus sigens que demandem um interpretagdo de correspondéncia biunivan fa davertida entee 03 termos das duss ord DE" CAPITAL” A FILOSOFTA DE MARX. 4 Yolto, pois. ao cartier proprio da ordem dos conceitos na ex- posiglo da onilise de Mars, isto 6, na sua demonstracdo. Uma coisa e dizer que essa ardem dos conceitos (ou ordem Logica’) sem rel elo, biunivoca de termos com a ordem histérice, € uma ordom es- peeifica: mas 6 preciso também dar a rarto dessa especificidad, isio, , da naturees dessa ordem como ordem, Sussitar essa questa evidenternente, suscitar a questio da forma de ondem exigida em dado momento da histéria do conhecimento, pelo tipo de ciemtifici- diide existente, ou, se 0 preferi¢mos, pelas normas de validade te ca admitidas pela ciéneia, em sua propria prdtica, como cleni(ficas ‘Trata-se, no euso, ainda de um problema de grande alcance © de grande complexidade, que pressupde a elucidagao de certo nimero de problemas tedriess prévios. O problema essencial, pressuposto pel questo da tipo de demonsinacdo existente, €0 problema da his- tia da produgda das diferentes formas nas guals & prdlicu weorica (produzindo canhecimentos, seiim eles “ideol gi ‘cientil- cos) recomhece as tlormas exiglyels de sua valicice, Proponho nominar essa historia “a histéria do fedzico como tal" ou "histéria da producto (e da transformesdo) daquilo que, em dado momento da histdria do coaheciraente, constitul a problem fea com a ‘qual se relacionam todos os critérios We validade tedrica existentes, € poctanto as formas exigidas para dar force e tragiio & ‘orden’ de win dissursa tedrieo, Essa bistaria do redrleo, dais estruti- ras a teoricidade ¢ das formas de apadivieidade tedrica est por fa ot-#8 + ¢ nO edge Hnida, somo o dirsa Marx ne momento ern que en Megavi a sua obnl, “existe uma enorme bibliografta a nossa dispo- siglo, Mas uma coisa 620 o8 elementos, nilo raro le grande valor, de que dispomos (em particular em historig da filosofia tratada como hisgria da "teoria do conheeimento”) ~ @ ousea coisn 6 a sua disp sicko em forma tedrica, que pressupoe precisamente a formacito, producia dessa ieoria Fiz essa digressto tho-s8 nara yoltara Mam, ¢ dizer ter apoditice di ordem. de seu aiscurso tebried (oul ord das sutegorios erm O Capital) 56 se pode pensar sobre @ {undo de luna teoria da histéria do tedrico. que Faria apareser & eelagfio eletva ‘que eniste entre as formas da dersonstragio no discurse tebricg de O Capital. por um lado. ¢, por outro, as formas da Gemanstragia teS- riga que Ihe so contemporances ¢ proximas, Sab essa perspectiva, © estado comparade de Marx e de Hegel & mass uma vez indispenst vol, Mas esse eatuclo ndo esgota o nosso objeto, Porque somos fre qientemente advertidos, por suas referéneias incossantes a out LER 0 CAPITAL Formas de domonstragio além das formas do discurso filosdfica ® de quis Mare cecarce também a formas de demonstracdo tomadas 43, atendticns. & fisiea, a quimica, & astronomia, ete. Estamos, pois, persistentemente advertides pelo proprio Marx do cardter complexo original du ordem de demonstracdo que ele instaura em economia politic Ele mesmo 0 declara, em sua carta « La Chatse “0 méiodo de andlise gue empreguel ¢ que ndo fora ainda eplicado ans problemas e- Condnucas. lorra nuuito drdua a letuura das primetros eapttulos..." (In~ ttoducto & Ediglio Francesa). Esie método de anilise de que fale Marx eoineiée com “modo de exposigie” (Darsterfungreise) cit {do no posficiv de segunda edigio alema (I, p. 29), ¢ que ele cistin- fue cuidadosimente do '*made cle investigacdo” (Forschuesieise) © Timodo de inyestigago” € & pesquisa conereta que Mara efetuow durante anos com base nos documentas existentes, ¢ nos fatos que es atestuyam: esse pesquisa sezuiu bialas que desaparccem no Fe: sultado; o conhevimenta de seu objeto, 6 moda de pradluctio capite: lista, Os protocolos da “pesquisa de Many esitio em parte contidos ‘em sues notas de leitura, Mas om O Caprial estarnox diante de epis Tnteiramente diferente dos, provessos complexos © variados, das “untativus © eros" gue toda pesquise comporta, ¢ que exprimem, no nivel da pratica teorica do inventor. a ldgica propria do process ide sua deseaberia, Em O Capital estamos diante da expos imiliea, da ordeneede apoditica dos conceitos na propria [os se diseurso demonstrative que € a andiive de que fala Mara, Done vera ens anilise que rio pngexistente, dado ‘que reivindica 80 a apiicacda A economia politica? Trate-se de gue ido que; Kevantamos, come indispansivel para a compreensio de. Mart, € 3, qual a&0 estamos em condigdes de dar uma resposia engustiva Noseas exposicdes relerem-se fteatientemente a esse andlise, is formas de rasiosinio ¢ de demonstrugio que ela pbe er acto, & inieira lugar a esses expreskies quase inaudivels, essas palavras faparentemente neutras, que Macherey estada cas primeiras tras de © Capiaal, 6 & escutt das quais todos nbs tentanos nos colocar. Literalimente esses palavras transportam, no dissurse efetivo de O Capital, » discurso por vwxes meto vilencioen de sus demansizacdaa. ‘Se Shegamos a reconstiturr em certos ponies celicadas, axe mesmo a "tagcat inteurale por Descutes expicamente coneiente de sport ca tel da order des rate’ eo sofia como tt cnn elgaelmene onnsinte {inca ere tore do eonbeimento' a orden dose, ooients sue queda num empramo dapmasice DE 0 CAPITAL? A FILOSOFIA DE MARX encia ¢ @ l6gica proprias desse presncher seus ef: de substituir algumas Uespeito da eset tdiscurso silencioso: pagos em Branco; se tiveraos « possibilidad Besa expressdes aindd nesitantes por outtos termos malp rigoto: fos, go Fomos muita longe, Se pudemos estabelecer, com provas rites para o allemar, que @ discurso de Mata ¢ em sew princt jo estrantho ad discusse de Hegel; que stia dialética (o posticio a Identifies cam o modo de exposicao de que falamos) € inteiramente fiferente da diuiélica hegeliana, ndo teremos ido muito longe. Nao feremos ido ver onde Marx adguiriy esse metodo de andiise que ele da como preckistente, Nao nos propomos a questio de saber Mura, ge vee de 0 lomer emprestido, nifo tera propriamente Inve tad esse metodo de andlise que supunha ter apenas aplicado, como hventou tnvegralmente egea diglélica que em varias passagens, ci fahecidias 6 muitssime curinadas por inigrpretes apeesvados, ele os ‘Geclira ver ide buscar etn Hegel. E se essa andlise ¢ essn dialética si, ‘bani pensamas, wna vo # mesma coisa, do asi, para explicar sud Sroeicde original, assinalar que ela sé fo: possivel aa prego de uma Fupeara oom Hegel, mi impoe-se timbém exibit as condigoes positi- ‘as dest produgid, os modelos positives possiveia, que, retletindo-te ha comjuntura teSriea pessoal a que sua histona conduzita Mars, produzitam em seu pensamento exsa dialética. Isso, no estamos em Condigdis de empreender. Cetamente, as dilerencas que ressaltamos, podem servit de Indices ¢ de orientagio tedrice para empreender « hiya pesquisa ~ naa allo seria este 0 soatexto eprapriedo. Ha muite probabilidade de que, ne Marx, como eremos poder at aps wsse primeira eslotgo de leitura filosética, inventou inte, iments una foona nova de ardent de andlise demonstrative, 0 feontesa & roaiori dos grandes inventores na historia do Tedrieo: & presiso, lempe pata que a descaberta deles seja simples. fnente resonhecida, # passe em seuida & pratica clentifica comum, Umm pensador que Inuugaru w2rta ordem nova we redrica, nova for va de apoditicidade, ou de cigntiicidade, soste desting diferente da Sorte do pensador que inaugura amma nove ciéacia, E ficar Dor mui tempe, desconhesida, incompreencdida, sabretudo se, ‘Marx, p inventor revoluctonsirio ny weorizo se ech Tavestido ¢ cerullada, no mesmo home, pelo inventor revoltivio fino num saino da elencia (aa caso presente a caéncia da historia) Corte b petigo de sofrer tanto mais essa condigiio quanto s6 tena parcalmente refletido a eonesita da tevolugde que ele inuuguce ne fedcioo, Bsse risen redobra se as cclagGes que limiteram a expres Conzepiwal de arma revolugho que stinja o tedrico atraves da deseo berta de uma ciencia neva, nao se liniitem apenas a eireunstdineias 4 LER © CaPITAL de ordem peasoal, ou & “falta de tempo": elas podem ter a yer antes de tudo com o grau de realizagdo das.condig&er tedricas obyetiv ‘gue comancem a possibilidacle da /ormulagdio desses coneeitos, Con: Ceitos teSricos incispensiveis ndo se elaboram magicetnenie por 6 esmos por encomenda, quando se (em necessidlade deles. Toda @ historia dos inicios das extneias ou das grandes filosofias mostra. que 0 conjunto exato dos conceitos noves nao desfila em paracla, na ‘mesma linha: que, pelo contrario, alguns ae facem esperar por inuile tempo, ou destilam em vestimentas de empréstima, antes de vestir ua roupa ajustada ~ pelo tempo que a historia nflo tent fornecido. ‘hem o tecido nem o costureira, Durante esse intervalo, 6 concetio, li bem presente em obras, mnas numa forma distinta da do eoncel- to ~ numa forma que se procura no svio de uma forma Stoimade de emprésiime'' w outros decentores de coneeites formulads ¢ disposi. els, ou fascinantes. Tudo isso para dar « compreender gus nada hd Se incompreensivel no favo paradoxal de que Mara trate 4 seu méto- da de analise original como método ja existente no prdpria momen. 1 em que 9 inventa, ¢ no fato de que pense tomii-lo a Hegel, no mo- mento mesmo em que rompe sues amatras Regelienas. Esse simples patadoxo exige um trabalho inteiro que aqui mal esboramos, ¢ que fhos reseeva surpresas, sem qualquer david, 15, Enirewnto, adiantamos bastante esse trabalhe de mado 4 po. der enfocar, vollando a difereaga de orden entie o objeta de conte. cimente a objets real, o problema do qual essu eifereniga & o iudier a relagdo entre esses dois objetos (objeto do eonhecimento & abjeto real), relagia que constitul @ propria exisiéneia do couhecinenta evo advertir que entrames em domiiio de aeesso macita die por duas razbes. Primeico porque dispamas de poweus belizas ma Aistas pata excalonar seu espace ¢ us orientar nele: estamos de fat dante de um problema que no 56 temos de resolver, mas simple rene estubelecer. porque nao fo: ate agora verdaddeiramenie estabe 0 fo enunciade sobre a hase du proble di, ¢ 105 conctitos rigorosos exigicos por essa prablem sti guida — e, paracoxalmente, a diffculdace mais grave, porque ests ‘nos Iiteralmente submersos pela abundiincia de sofugdes oferesides a esse problema ndo ainda yerdadeiramnents estabelevido em todo 0 eu rigor ~ submersos par essas colugdes © cegadas por sua "evidén: cia”. Ora, essay solugdes ndo so, eoino as de Que Falamos a proposi- to de Marx, respostas a quesises ausentes, « formulas, para exp a revolugde tedrica contida nas respostas. Trata-se, pelo canted. de respostas a questdes, solugdes de problemas perfeicanterte formu: DE"O CAPITAL” A FILOSOFIA DE MARX ados, dado que es%28 questdes ¢ problemas foram talhados sob me- ida por essus resposta ¢ solugGes, Aludo precisamente ao que esta grupade, na hisisria da filoso: fia idealégica, sob a rubrica do "problema do eonhecimenta” ou da tcoria do conbecimento", Afirme gue s¢ trata no caso de flosefia ideoldgica, pois essa posic&o ideoldgica do "problema do conheci- mento’ € que define a tracisdo que se confunde com a filosofia idea- lista ovidental (de Descartes « Husserl, passando por Kant e Hegel), ALirmo que essa posigao do problema’ do conhecimento ¢ édeolo- edade. lange de passat pela teria ca panene desse resultado, passa. pelo conuudri, exelusivaments pela maria slo feoepo" into € da ese Hrarsra atual de sootedade, sera que sua gervesa nels inkerwanh a seja patio que h atituele patadeth mas alitrnadl em termes Gi fegutioos por Marx como a eondicto de possihilidade absolute suit georia da historia, Oe em celevo a cuistEns de dom problemas Saskintos ey sua waidade Teed NP Reena Fico a formulis ¢ esolver part a has tania pradusy come cesullada © side de produgdo capitalist tual, Mag hi ao vaesnna tempo ouuizo profilema teoricg, absolut mate Wsianto, 4 formulae ¢ resolver, para comprecnder que esse 1 sultado aeju de fato um mos social de prod soja precisamenie uma forma de existéncia social, ¢ niio a primeira ‘ehistensia eoartige: 6 do seguady proplema gus tran ¢ teorin de ( Copiial + sem se confudlir une 30, momento com o primeira, Podernos « istingin, figarasamente fundamental uta a compreenteo Marx considera a so- sigdade atual (© aualguer outta forma de soceuade passada) a0 meso tempo come recultade ¢ come reciedade, Tratuese da teoria Jo mecanisino da transtormago de um modo dz orodugto ent ou- flo 6 a teoria dus formas de iransigio entre um modo de pro- uele que 0 sucede. que deve eoloeare zesolver 0 problema 10 LER CAPLTAL do resultado, isto €, da producao histarica de certo modo de produ- do, de certe Formasdo social, Mas a sociedad atual ndo ¢somente Testiltado ou produto: ela € ease resultado, etre produra, resultado e produto peculiares, que funcionam como sociedade diferentemente de outros resultados, outros produtos que porsua vez funcionam de modo totalmente diverso, E a esse segundo problema que responde a teoria de ura mode de produgio, a teorie de O Capital, Nela a so ciedade & tomada entaa como “eorpa”: nao como um corpo qual quer, mas como este corpo que finiciona con Sociedade. Hssa teoria faz abstragao completa da seciedade coma resultado = e por esa ra 2do Marx afirma que qualquer explicagdo pelo movimento, pela su- e880, pelo tempo e pela génese nilo pode de direito ser adeq {esse problema, que é problema completamente diverso, Para dizer {& mesma coisa numa linguagem mas pertinente, proponho a termi: nnologie seguinte: 0 que Marx estuda em O Capital € « mecanisma que faz existe como soeredade 0 resultado da pradugie de uma hiss ‘ria6, pois, © mecaniseno aue Kia esse produto da his iustamente © produto-soviedade gue ele estuda, a propriedade de intodhiizit 0 “efeito de sosiedade’”, 9 que fax exisiit este resultado como sociedede, ¢ nfo conio monte de aveia, Cormigueito, deposito de ferramentas ou siniples grupamonto humano, Quande Mars 08 diz, pois, que ao exnlicat a sociedade por sua génese nerdemos de visla o seu "oompo” que & precisamente © que se quer cxplicar, ele fina sui atencfio todriea ina tarefa de explicar o mecanismo pela gual esse resulindo Operu precisamente como soviedade, nottanio do me- iso que produz 0 efeito de sociedade™ prdprio do modo de productio vapicalisti, O mecunismo da producto desse “feria de s+ eiedade” 96 atings sua cullmines&o quando todos os efeitos do meca nism silo expostos, até o panto em que s¢ procurem sah a forms dos proprio efeiton que conastituem ¢ relegdo conereta, consciente bu incomsciente, dos individuos com st socizdacle como socledade, to &, até 09 efeitos do fetichisme da Ideologia (ou “formas da conse eidnela social ~ Prefiicio da, Coneribulgdo) now quais os homens vivern como socials 08 seus projetos, idtias, aces, comnortarmentos « funigben, consciente ou ineonseiontemente, Sob essa perspectiva, Capital deve ser ennsiderado conto a teoria do mecanisma de produ slo do efetto de sociedade no mundo eke prockicéo capitelista, Coine’ eames a suspeitar que esse e/eito de sociedade sea diferente segundo 95 diferentes motos de produgao, jd ade fosse pelos trubaltios ca et- nologia & da hisistia contempordneas, Teoricamente, temos o dive to de pensar que 0 mecanismio de produeito cesses diferentes ete de sociedadeseja diferonte segunds os diversos modos de-croduec, Comecamos a entrever que a consciéncia exata do aroblemia preciso ‘mplicado na tcoria de O Capital nos abse novos harizontes, pro- DEO CAPITAL" A FILOSOFIA DE MARX n pondo-nos problemas novos, Mas compreendemos, ao mesmo tem Po, 0 aleance absolutamente deejsivo de algumas dessis frases Ici- clas de Miséria da Filosofia da fruroducdo de 57, pelas guais Marx thos adverte de que ele procura coisa totalmente diversa ca com- preensio do mecanisio de produgio dla soviedade como resultado dda historia: a compreensfo do mecanismo de produgtio do efeita de sociedade por este resultado, que é elecivamente uma soctedade real existent, ‘Ao definin essim 0 seu objeto com rigorosa ciareza, Marx nos «da som que colecar 9 problema que nos ocupa: 0 da apropriagdo counitiva do objeto real pelo objeto do conecimento, que € um caso particular da apropringdo do mundo teal por diferentes praticas tedrica, estétios, religions, élice, técnica, ec, Cuda umn desses modos de apropriagde coloca o problema do mecanisino de producdo de seu “feito” especifico, 0 efeito de conhesimento pelh pritica tebri- ca, 0 efeita esiétion pela pndticaestética, efeito ético pela pratica & . Eis nenhum dos casos se trata de substituir uma expresstlo Outra como 6 Opio pela virtude dormitiva, A pesciuisa de cada dlesses Nefeiton! espesificos cxige a clucdlneio do mecuniima auc © produ, ¢ no a reduplicagdo ce uma palaivra pela magia de outra Soin prsjulgar conslusdes ts quais nos deve conduzir oestudo desses feito que nos interesse aqui, a saber, 0 efeira de conkecimtento, pto~ dluto da existéneia desse objeto tebrico que é um conhecimento. Es 3a express efeito de conhecimmento constitui um abjeto générico. «qué comapreende pelo menos dois subobjetos: o eftito de conhesimen: tb idenidtics € 0 leita de conhecimento clentificn, 0 efeito, nhecimento idcoldgico distingue-se por suas propricdades (trate dle Lins eftita de resonhectmento-desconhecimenta numa relagla & poculat) do efeito de conhedimento ciealificn, cas, na medida em que 0 efeito ideoldgico possui cabslmente, dependente de outras fungdes sociais que nele s80 dominantes, unt efeito de conhecimaent9 proprio, ele cai sob esse assiecto, na categoria geral que nos ocupa Hsia adverténeia se impunha para evitar qualauer makentendido sobre 6 inicio da andlise que se segue, & que estA centrada exclusiva mente no eleita de conhesimenio da conbecimenta cientilicn ‘Como explicar o mecanismo sksse efeito conhesimento? Podee mos, Agora, recorren a umd aqusigio recente: a interioridade do titério da prética’” A prdtice cientifica consideradla = aimar que 2 nossa presente questo esti relacionsda com essa intertoridade Mostramos, dé fnto, aie a validacio de ama pranosicio cientifiea som conhgcimento estava assegurada, numa pritica cientifica d termainada, pelo jogo de formas particulares, que assepuram a pre ‘Ssenca da cientificidade na produgdo do conhesimente: em outras pi- 1 LER 0 CAPITAL lavas, mediante formas especificas que conferem a urn conhecimen- fo 0 seu eardter de conhecimiento ("verdadeiro”). Falo aqui das for- mas de cientificidade ~ mas ponso tambern, como eco, nes formas gue desemperiiam o mesmo papel (assegurar o efeito diferente, mas orrespondente) 00 ideoldgica, digamos, em todos 93 modos do saber i distintas daquelas nes quais 9 eonheciments for produzida, coma restltado, pelo processe da his. iria do conhecimento: deve lembrar que elas se ref nihecimento jé produzida como conhesimento por essa historia, Bex ‘uuteas palavras, consideramos 0 resultado semr sen rir-i-ser, corn 9 sco de nos vermos acusados do crime de lesachegelianisma on de lesiepeneticismo, porque esse duplo crime & um puto Deneficio: a lie bertagde da histéria da idoclogia ompirista, E para esse resultado que eolocamos a questo do mecanismo de produgso de efeito eb» ‘thecimento ~ de vm modo sob todos o8 aspectos semethantes A ma neira camo Mare intertozs uma sociedade dada, tomuda como rex ruliado, para Ine colocar a questi de seu "efeito de sosiedade!, ow 2 questiin do mecanisnie que pravius sta existéncta camo nnetedade ‘Venos essis formes expeciticay atuer no discurso i tearia de J. Lacan e a eritica da psicologia de Gi, Politzer. eS CoaLcestON patra a inter Feaction de Ia formation -foninister. 0 1). 9 h¥ entre O Capital e 0 projevo gue théorique’ (Cahiers mareisies L.A Critica da Economia Politica tos Manuscritos de 1844 Peeliminar ‘A entica efetuada nos Manureritos tepresenta a figura mais sisie- indtica da critica antropoligica, empreendida por Marx not texto do indo 143-1 444, tendo por base a antropologia feuerbachiana. (E> nosso ebjetiva aqui linita-se a delinznr a figura seabe- ‘a cess erties; esta fora do nosso escopo neste estudo © problama (Ga relagdo Feverbuch-Maca,) “Tentemos dofinis essa ctitica pel Qual € 0 objeto dessa crtica? Quem ¢ 0 sujeito dela, isto € quem fez « critica? Qual ¢ 0 seit enétodo? ‘A resposia nos 6 dada pelo dltimo parigrafo da carta a Ruge de aeiembro de (843: la ragposta a tees questdes: ir tendBecia de renee rvita | nam 6 frm plea a noes poss robe a us aca wasiragtes, scum tea noes 0 taundove para ts So pone sat obra de forgay tb in trait nae ss que ds Ua odATRGIO, Para te of seus pecadoe peau homanida tem de o¢ declare tis quale se (Cy ch He ‘Trataan ca Analy Frinco-eloes. LEK © CAPITAL Sine vergebe su ase, Bruch ce Mesh ie ma lr dan 2 er fen wes st Nd) Toda a critica repouss no modo como esto reuniddos aqui os trds termes que mencionel: 0 sujeito, 0 objeto e a méiodo. Falemos primeiro do objeto: de que se trata? Trata-se de uma experiéncia cujo sujeito ¢ humanidade, ssa experincta, a huma- nnidude passa por ela hid muita temo de modo eega, mas nds esta- mos agora no pono em que The é possivel compreender-se a si mes: ma. © nds representa a conseitncia ertlica, Bla € 2 primeira tortiar consciénsia de que chegouo tempo de essu experiencia chegar go seu termo que € 0 conhecimento de si, £ a consciénela privilegiada na ual essa experiéneia se torna clara a si mesma, ou, mais precisa mente, € 0 discurso em ue se exprime a lingua 8 quel essa expe riencid humana conkese finalmente @ sua verdade. Toda o método esti contido nesse erhliren. Este verbo significa ao mesmo tempo dectarar e explicar. Isso equivale a dizer que expo sielio dos fatos tate guais.sdo (fires was sie sind), a exposigde da ex perieneia human tal qual ela se 4, € 4 sua explicacso, Basta que se ‘palavra que formu estes Patos (que Mark denomina o3 humanidade), A formulagaa desses fates € 8 o conheci- ¢ esse eonhecimento 0s suprime come pecados, pois que aquilo que os constitula coma pecados er precinamente 0 nde serem conhecidos, serem uina experiencia sega ‘© que é dito de fundamental nessa erkldren # que w explicagso nao pertence basicumente a uma ordem aistinta do enunciado, da eonstatucdo, Podemds exprimir isso mediante oultra metistore: diremos que & critic € leitusa. O certo dessa Ieitura € w experiéncia cujo sujsito € a rumaniciade, Que vera » ser esse lexto, esse eminciado! Fake enuin= ciado constitui-se de contradighes. A foi sob a qual a experiéneia Hurmana manifesto o seu deseavolvimento éa forma da conteadigiio. Cada ester a experiencia humana (politica religiosa, moral, eco~ €:c,) apzesenta certo admero de conteadigées, Essa conta es slo peteebidas pelos individuos naquila que Mark chama de “lutas e aspiragdes da nossa epoca”, ‘A fungho da exitica & dizer ou ler ~ conforme a metéfora esco- thida ~ a contradiedo, € declard-la pelo aue é. Que ¢ que estabetece a diferenga dla compdrada eom 0 enureiado comum, ¢ que Ihe per tite ser critica? E que la pereebe, por tris dessus coniradigdes, ume eontradi- mais profunda, aquela que @ expressa pelo coneeite de aliena- (eo E conhecida a deserigio vulgarizada desse conceita: 0 sueito, o OS *MANUSCRITOS DE 1844" 4 %O CAPITAL 9 homem, exprime os predicados que constituem a aua esséncia num objeto exterior, No estagio de alienacio, esse objeto se Ihe torna es. tranho, A esxéncia do heme passa pata um ser estranha, Por sua vez, esse fer estranha ~ cua & eonstituico pela esséncia ali¢aada do homem ~ apresenta-se como yerdadeire sujelto ¢ situa 0 homem come 9 Kew objeo. Na allenaglo, 0 ser proprio do homem existe sob a forma do sou ser gstranho} o humano existe sob a forma do inumano, « razko sob a forma da nao-razao. Essa identidade da exséncia do homer ¢ do seu ser estrangeiro é que deline a situngto de contradicfio, Quer dizer que a contradigio repousa ta cisilo de um sujeito consigo mesmo. Que a contradigaa sein cfs, els 0 que é fundamental para acompanbar toda a articula- 680 do discurso critica, Na experiéneia, eniretunto, a esteutura da contradigto alo ¢ 4uda tal qual, exptessa sob wma forma particular. De fato, a eiso do homern com a sua gssneia tem por resultado umn divisio. As di ferentes esferas de manilestacio da experiéncia humana ~ esferas que sorsespondem aon diferentes predicasloy da esstacia humana ~ aissumem cada uma eerta realidade autnome, Por isso, a conteadi- c4o se apresenta sempre como soniradiedo no interior de uma estera particular, Todo enunciado da contradict que se limite a essa for- ima particu sera unilaterad, parcial, O ttabalho da critics ¢ levar @ contradigdo sua forma gral Diferentes conceitas exprinen essa mucanga de nivel, Marx fal em Jorma eral, cltura des prmetpirs, significacto verdadetra, Es- ses termos resumem-se na coneeita geral que designa a operagio, o convelio de Venmeniohlfehung (iteralmenie: hamanizagdo), Dar a contradigio « sua forma geral &lar-lhe a sua significagtio humana: a separagdo entre o homem « a sua esséneia, Esse sentido humano do qui! » eontracigéo particular 6a manifeséagdo, u eritica o enconsra extraindo a forme geral da coniradigéo: 4 relagio entre os dois tee- ‘98 cuja eis gat posta na contradiggo, Tomemos um exemplo, Em 4 Questan dhedaiea, Mare critica a maneira pela quel Bauer colocou o problema da enaneipagdo dos jucleus. Para Bauer 9 problema reduz-se di relagdo entre o Estado ristfo e a religida judia, Assim, ele no considera 0 Estado em sa Forma eral, mas torn wen tipo de Estado pectieular: Por outro lar do, 86 V8 6 fudaismo na sua significagto teligiosa, ern ver de Ihe dar 1 Sug significacto humane geral Mats, por sua vee, opora esta passagem a forma goral, Da eon tradigdo Estada/religido particular, ele passa A contradict Esta dlo/eassuposion do Estado, « cual reinsie & vortradgto Estado) proprisdade privada $0 LER 0 CAPITAL ‘A esse nivel aparece 4 contradigio profunda: 0 fato de que a es stneia do homem exista fora do homem no Estado. Com base nesse exemplo, verifieamos que 0 dliseueso eritice & explicagio do sentido profundo da contradiezo, - redeseoberia da unidade erigindtia Ess unidade origindria 4 de um syjexto com a sua esstncie, Ess unidade do sujelio homem ¢ da sua esséncia € que define, na cerition feuerbachiana, 0 conceito de wendade Esse conovito de verdade permite-nos situar 9 discurso opasto Ao disenrso eritien, o discurso especudattvo. Este dltinio saructerica- se como uum diseurso abstrato, Base conceito de abstragda, na onitien anteopolégiea, € 6 Ingar dé um equivoco fundamental: designa 20 mesmo tempo um processo que ocorce nu realidade e o progedimen. © proprio de um ceria tina de discurso, Abstrato &, com efeite, tomada aqui no sentido de senarada, A abstracdo (senaragdo) se produz quando a esséncia humana est se- parada do homem e seus pregicados fixados em um ser estrangeiro, § especulagao parte dessa abstracdo, desse senaragiio da unidlade rigindvia, Nesse estado. 0 predicado existe separado do sujeito Mass ext eisto da vaidade origindria no mesmo tempo consti clo de nova unidade, em favor desse ser estranho em que ests alc hada @ esséneia do sijeito. Eo que permite estabelecer a predicaclo, somo 0 verdladeira sujeito, Assim € gues tedlogos, falando da divi sio ehtre 6 homem ¢ sua easéacie alienada em Deus, fazem de Deus o verdaderto snjeito, Iqnalmentd, a hlosotia especalativa ~ a filoxo- Tis hepeliana = parte do pensimeato separado do seu sujeito, 0 Ro: mem, pura fazer dele 9 Ideia abstr ileira aujeito d expe: itn esse modo, lemos em Fulosoita do Futuro de Feverbact ( Mani- Jestes philoropiques: p16) ‘A sud de Dupin mist era Hlael gus a adecin do per rue ah 9 peameste sero pekt ats de euipencante Tilo Tha de Hegel fer de peexemest, cer sobjvo ms Bersad Se) 9 isto ty usraneread sornglom ee Oat dale evi as tae © auportante aqui € que a absteadiio, enquante instrumento de pensumento, acha-se desqualifieada, Quelquer peasemento que queira proceder por ubstracdos caentificus (a0 séatida em que Mars © entender na Jntrodupdo Geral de 1887) é acvgada de manter 2 se- paracio dos momentos abstratos da experidneia humana. Assim, nas. Teses Provisonas para a Reforma da Filosofia, Feuerbach earacieriza « abstragiio como alienagito: OS "MANUSCRITDS DE 1848" A "0 CAPITAL” al Inburai ¢extelteer a stn Ju ealureca ford a natures, aes séocin do nessamerio fore do aio de pemar, Funéamentanco o seu ste Ineintee sia ste du aheteogao, hlogatia de Hegel tiene ofamane eH mesma, El enifica bem @ gue se wepara, xh de win Wego que (comport oe sus Nes 8 separa € @ cedtaghe (Tess n¥ 20), ‘Aciantando-cas, podemos dizer que © que ¢ confundido nessa teoria da ubsttagiia sto 08 dais procesios que Marx, na Intradvedo Geral de 1857, distinguird come processo de nensamento ¢ processo real. Para resumie essas consi de erllicn, destacarems ures to a eniticw = um discurso Que se atem ao nivel dos fendmenos, discurso Unilateral que apresnde apenas um aspecto particular da contract. iio; + dois discursos que $e xestringem ao nivel da eesncia: © dls: ado da esséacia vercadeira ¢ 0 discurso espe culativo ou revelayda da esstncia Tulsa, Podemoe agora empreender 9 estudo da critica nos Manusert. 10s, ragdes oneliminares sabre © conceit pos de disvursos possiveis com respei- 1. © Nivel da Reonomia Politics Nio vamos desenvolver toda a problemnitica das Manuscrizos. Examinaremos o texto literaimente propondo-nos a questtio: cual é pos Manuscrites 0 liggar da economia politic? ‘Oy pretiicio de Marx nda daline o eoaceito de economia politica Ela aparece ali como win elemenso nucw indice de matérias, Marx de- clora que apreventard a eritien das diferentes marérias (direita, mo ral, politica, ete). ¢ Que mostrard em seeuida o encudeamento ea 6 Filosofia expeculativa utiliza esses 1 ope tages. Niko hil no caso lacalizacdo dla eco omia politica, [De fato, seriam duas coisas a loecalizar: a realidide econdmniea « 0 discurse econdico, 2) Nad) hd Localizacto de cealidade econteaica, ‘A economia no aparées aqui no lager dle dm Fundamento ou de tims iitima instiacia, Nao temos a0 caso © posicionamento de luimu stratus econdmien da sociedade no sentido em que Mare a tender a pactir de A Ideologia Alemd. hi campauen aparece como alignscio fundamental obtica por demais allenacOes (rellro-me aqui ao esquema de Cal- See apresentam-se primeirsenente coro rende todas de mesmo nivel Podemos portanta, rama peimeica localizagdo, definir a econo. 82 LER © CAPITAL DOS “MANUISCRITDS DE Ika A “0 CAPITAL” 3 ‘mia politica, o direito, 8 moral, a politica como esfenas diferentes da cexperigneia humana, (Sublinhemos aqui a importdncia dese concei- to propriamente hegsliano de experitncia, Esse conccito ago temati- zado por Mark € 0 que torna possivel a sua tematizagiio. Na explica- cio critica sobre Hegel, do 3* manuscrito, ¢ 0 que ndo estd eriticado, F a presenca implicita esse conceito nko-reconhecito, no: criticadp, que constitui a condig&o de possibilidade do discurso ctiti- co do jovem Marx e que torna impoasivel um discurse cientifico.) A realidade econdmica $6 aparece como uma das esferas que expri- mem cada qual d sua maneira 0 desenvolvimento ¢ a alicnagdo da esséncia humana No entanto, essa primel io € contraditada por uma segundi, No tetesiro manuscrito (p. $8), Marx declara que a aliena- lo evondmica € a alienagto da vida real (em contraposigo & aller nagio religiosa que 36 se passa na conseréncia). Erm conseqQiéncia, suupressio da allenactio evondmica ucarceta a supressio de todas as demais alionagdes, Como sera possivel esse deslizamento? E que temos uma dilata- io do conegito de economia tal que ele vem a englobar todas as ro- Tages do homem para cam a natirera (nox conceitos dle produto e consumo), A economia abrange entdo todo © campo da experién hhumana, ¢ nada mais 6 do que a figura tomada pelo préprio conce to de experince ‘A localizagiio da realidade esondmica peca assim, nue eas0 por falta, ¢ no outro por excesso. Mas. dos dois laos, 0 resultaclo & © mesmo; Marx nde constivul un domiaiy da economis politica, 'h) Nfl hi lovalizagia da diseursa eeondenico, F notre! este Tato nos Mamuscritas: © problema da economia politica como disourso de pretensio cientifica nfo é verdadeiramen- e-colocido. Manx fala, tio segundo manuserito, de um progressa da economia politica. Trata-se, poréy, de um progresso no einismo: oF economistas coatessam cada vez mals francamente a inumanidade da economia polities. De fato, part Marx, « ordem do discurso 86 se tora privilegian a quando atinge a essBneia (seja como dliscurse expeculativo rever land « esséncia fala, seja come discurso eritizo zevelando 2 easén- ia verdadeira). No nivel em que nes encontramos, 0 discurso do ‘economista $6 6 tomtado come reflexdo dos fatos, Néio Ad desloca mento entre os fatos economicos ea eiéncia econdmnica, Essa ausén- cia de distacie & expressa por Marx quando fala do nivel da econo ‘mia polfiiea A expressao nbiel da economia politica define de umn lade cerio estatio do desenvolvimento ca humanidade, estégio de desenvolvimento que se manifesta por fenémenos tais como a con- corténcia, a pauperizagio, ete. Mes designa também 0 nivel concep: {ual em que se mantém 0 discurso do economists, A essa ordem de fendmenos correspon uma onsciéneia reflexiva propria, Em ov- tras palavras, essa percepstio reflexiva dos fendmenas que Marx em © Capital ira carasterizas como “simples expressio conssiente do | movimento aparente” 6 aqui validada 6 03 conceitos da economia lissica parecer tdo-s6 exprimir essa percep Vejamos por exemple no primeico manuncrito o que Marx cha- ima ie ies da escnomia Trata-se de expresses de ui estado de Fito correspondents ao estégio, da economia politica, isto & a certo estd- ia do desenvolvimento da hurmanidade, | No ensiio Umrisse zu einer Kriuk der Navionaldkonomie, escrito alguns meses antes, Engels procedia de modo diferente entava ma «ritica dos conceitas da economia politica (por exemplo. do cancelto e valor). Fazia da eontracielio interna desses conceltos 0 signo de Lima contradigia mais profunda higads Manascritos, pelo conttirio, neahurn coneeiie econdmica & erica dio enguanto conesito econdinico. Tedos eases conceitos so validos no slvel da economia pofitica, Exprimem adequadamente os fetos Simplesmente eles no 08 compreender: ‘A economin politica surge assim come @ espelho onde ge refla- tem 0s Fatos economics, Esse conceito de espelho foi explicitamen- te tematizado por Marx na Critica da Filosoite da Direito de Hegel 6 Estado € 0 espetha once vém se reletir na sia significagio verd Seitu ay contradlignes dla sociedade civil. O tema esid igualmente ite ‘ete na carta a Ruge, Nela Maxx explioa que. se o ponto de partida a erfliow € suliference, exisiem lugares privilegiados onde ver se ze- Fetiras conteadigdes: & Estado » a religito, Agui, €a economia politi ct que desempenta esse papel de espelho Podemos agora compreender essa fease do pretaicio dos Manus: erie (0s speun resitads sto peatoo de uns andl a, cae batt ram std Ere sanuemecionn di exon poles Pelo Haro de que a dliscurso da economia politica 6 um espelho é ‘gue 4 Isitura dos eeonomistas poste passur por uma andlise empiriea, ele podeser uma eritiea das coniradigdes da realidade econdmiea, 2 Elaberagtio Critica | ‘A critica n&o se situa no nivel dos rermos da economia politica, , de fato, elu retoma sem critica todos os seus eonceitos, sobretude (05 de Adam Smith, para designar os fendmenos econdmicos E que a critica € mais profundamente eritica do texto em seu conjunto. Una ver formulado 0 enunciads do diseusse econdmico, a4 LER © CAPITAL, intervem a critica, Vamos nos elevar aeima do nivel da economia pol tica, dar sob a forma geral 2 contradico enunciada no discurso do, economista, Ess mudanga de nivel 6 eaplicitada pos Marx no inicio di to sobre a trabulho alienade (Ed, Sociales, p, 55), F assinalada pela opasigd entre 08 Verbos fassen e begrelfen. 1» eaveomiepolticn parce dh restate de propriesulepeivad Ela ie ela enlist Exorio (aetee! 0 procaso muceral guest Wiidace Tprosriase privad deserve en fran persice abstrntes ge depois ieee puch tle de le Elune sotnprennde/Begveen, ees lis eto stones komo i aan a pose i A economia politica canta as leis que manifestatm 9 movimento da propriedade privade, Nao conpreend essas leis no seu encadea: riento interno, ¢ ako as compreende coma expresides da movimen. to da esséneia| da propricdade privade, Essa compraensio & que se constitul a tarefa pronria da enti, Como i operurse! Agui se apreseati © problema do ponte de par: fda, Esse ponte de paride nélo pade ser uma abstragd, [deve se° da cordem dos fendimenos, Por outro lado, exte Tendmeno ¢ em princt pio indifecente, Este ponio de partida serio que Mort cama de Tero econdmico arual, Mare exoe esse Cato e clepois the formule 0 francs ew fae excednie eal trabalnagorionnese ante sna pare uanus reals meas rad, quan mais 36a pred Fhentn em postu ¢ volume O tabalhndor aoewestess en ters thang sll qeante sia als ened Geese (ntne tang ths suri dus horses agrnesia fa rad deta cs vauoiacho Yer fing di vung des caties 0 trash peels secheuiag produase has enguate snd, ea ha MES: ut mereagonas & Fase fit ence ise tieades aio que oapalts pro onsuine, ott Jairtid Inaepoeene de preror 0) pravuio da kale st tte Ute donateianu aun ote, & odlevaRto 30 trabalho, A aualda cto, Nav ereinio dh eeangset nee hs rorge coms pees oata 9 ime d oujslvagen anes & ids eat a apeanelalo conte alenagie Entre © Fito econdrnico de cue fala Marx £4 pauperizacdo: o trabe- Ihador torma-se tanto, mais pobre quanto meis produ riquez Sobre esse fato Marx efetua uma andlise ca essing. Bese fato expr. OS *MANUSCRITOS DE IRUI" A “O CAPITAL 85 nee alguma coisa, esse fendmeno exprime ume esséncia A pauperi- zagio patentela 4 processo cuja forma geral ¢ humana & a alicnagao, O fata esonémica sofre assim uma elaboragio que Ihe permite desyelar seu sentido. Entre os dots pardgrafos, temas ¢ transposigao de uma estratura em cutra, Sob o enunciado dos fatos ezondmicos insinuause o texto de referéncia, texto da eritica antropalogica que enunela © processo da alienagao, A pauperizagho ~ eeondt ‘converteti-se am alienagaa ~ antropaldgica “Tuda ocotte no nivel de dois enunciados ~ que dou sob uma forma sinplificada + © homem produ Deus, = 6 trabalhador produz um objeto. © homem produz Deus. isto &, obiesiva em Deus os predicados ‘que gonstituem a sua esséncia, Ora, quando se diz que otrabalhador proius umn objeto, parte-se do coneeito nrosaico de producto, mas a Sesvagem operel-se gragas u esse conceito que permite pensar a rela- gio entre o trabalhador e seu produto com hase no modelo da rela~ Sho entre Deus e o homem na religidio, Assit, a atividade produtiva $5 identificada com ai atividade genética (nlividade do homem na feitida ern que nela firma a sia essénct propria), ¢ v objeto pro~ duide ilentficarse com a objetivagde do ser genérica do homem. O fata de que esse produto va aumentar a forga do capital surge entdo como o memento derrideiro da alicnuco, aguele em que o homens riverte ers objeto do seu objeto. ‘Assim & que se prajgiou na relagio trabalhador-produta © es: quema dit allenagtio religiosa, Na abienagdo relipiosa, hi efetivemen te adeqiugiio entre o homer ¢ 6) seu prodita. Deus & consticuido apenas dos predicados do homem E, pois, um objeto absolutamen 1 Lransparente no qual o homem pode reconhecer-see 0 fim da alie~ nagto surge logicamiente pmo 4 retomada pelo homem do que ele havia objetivado em Devs, Ora, a transpurtneta da relacko sujei- to/objeto, dada bisieo da critica da religido justificada pela propria natureaa do vbjet9, € aqui introduzida por Maxx na relacio do tra Ibalkador som o seu produto, Supde.se que a produto da trabalna- or € algums coisa na qual © trabalhadbor teria do se eeconhever, ssa transposieio torniou-se possivel porque se fer um jogo de _palavnas corn o eonceite de produgko, © mesmo ocotre con o con- (eit de objeto, Dizer que 9 trabalhaver procuz um abjeto pode pa Fever coisa muito inagente, mes sob esse conceita indeterminado de Objeto introduz-se concepcda feuerbachiuna do objeto. Esia € as Sint expressa por Feuerbach em 4 Bisencia do Cristianione: objet des homare nals mais d qee a sea props eséncie tome coms able (Manteo philsophiguen, 9. 70). LER 0 CAPITAL © objeto a0 gual um auieitoterelesiona por extn « ncesiae aida mais que a esséncie pra wate njeto, pore objetivada (ae, Pal) © objeto produzido pelo wraballuador surge assim como um ob- Jeto feuerbachiano, como a objetivagdo da esséneia propria do ho- mem, © que torna possivel a operaciy eritica é um deslizumento ope- rado nos termas producdo e objela. Ao passat da seu sentido econd- ico (indeterminado) ao sentido aniropeldgivo, esses dois conceitos transformam © discurso dado no discurso de: Feferéncia A esse processo que permite j lei econéeaica tornar.se lei antro. poldgica (Forma gerald eontradicto) chamaremos anfibotogia, 3. A Anfibologly ¢ 0 seu Fundamento Sela, de uma parte, a estrutura de referéneia da alienag Na alienagio prodiz-se a invereko veguinte: a viela genériea do homem (ornase 0 meio de sua vic individual, e sua esséneia toma se o meio du sua existéncia, Assim, em A Questia Judaioa, Marx mosira como a Deslaragio dos Diteitos do Homem far da vide politica, que represents a vida genérisa do homem, simples meio Pata preservar as interesses egoistas dos membros ca sociedade bur- Bucs $eja, por outra parte, um eonceito economice, 0 sonceito de ‘meios de subsisténcie. Sabe-se que, segunda a economia classica, 9 valor do trabalho ¢ igual a0 valor dos meios de subsisteneia necessd- "ios para o trabulhavor, Sebe-se, por outeo lado, gue, era O Capital aeritica recsi sobre 0 préprio concelta de valor do trabalho, e Mars mostra «ue ele nly passa de uma exoressto ittacional de valor da forca de trabalho, No alvel era que nos encontramos, nfo 99 trata dessa extica: por outra lado, € possivel estabelecer a equaciio se- guinte Urabalho do operirio, = ativicade que proporeiona ao tra Ihudor 3 seus meios de subsisté ‘Ora, na antropologia do jovem Mars, 0 trabalho é a manifeatagio da vida genérica do homem., Temes, pois: trabalho do opertria = manifestagdo da atividade genériea do trabalhador DOS "MANUSCRITOS DE 1884" A "0 CAPITAL” Logo: Manifestagiio da atividade genérica do trebalhador = atividade que proporciona 20 trabalhador os meios de subsisténcia Manifestagio a = meio de manter a existincia individual ida gonérica ‘Verificamos no caso a inversto meio-fim caracteristica da alie- hnagiio. O conewita de melas de subsisténcia permitiu o revestimento da lei econdmica pela estrutura antropoldgica. ‘Temos aqui um exemple da operacio que nilo ¢ explicitamente deseavolvida por Marx, mas que funda a possibilidade do seu dis- curso, Essa demonstragdo poderd ser feita com base om certo niime- rode outros conceitos dos Manuscrizas. Poderemos entdo tracar um ‘quadro das anfibologias © yeremos como os texmos ¢ 08 encadea- imentos de termos (leis) d2 economia clissica slio imediatamente transponiveis pata o discurso critico (antrapoldgico). Quadro das anfibotosias ‘Eeanomia rhtica Trabathader omen ‘Trabalho Hoan genérica Frodo beta | Capital ‘Ser straho/renides Wesen) Melos de subsiseéncia Melos de vida/ Lebensmitel) Valor Valor (Wert) = dignidade (Weird) Cirewacto Comunidade Comércio Comércio | Verkehr Riqueza Rigueza (Sinedichkelt feuerbachians) Homem Coisa Meio Fim Observagdes ‘a) A primeira anfibologia ¢ a anfibologia operdrio /homem. No inicio do processo, 0 sujeito dele ¢0 trabalhador, Poder-se-

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