Família Orleans

Julho/ Agosto de 2010 | Distribuição gratuita | familiaorleans2010.blogspot.com | semanadafamilia2010@gmail.com

Paróquia Santo Antonio de Orleans | Publicação especial em comemoração à Semana da Família 2010

Semana da
Família 2010
Na semana do Dia dos Pais, a Paróquia Santo Antonio
de Orleans dedica atenção especial às famílias. Com
atrações que vão de domingo(08) a sábado (14 de
agosto), a Semana será repleta de celebrações, além
da realização de horas santas e de um bate-papo com
as famílias em formato de programa de auditório.
Pág. 03

Problemas na família Respeito Educação Política

Conheça o trabalho do SOS A importância da presença dos O desafio de educar os filhos; Igreja demonstra indignação
Família na Igreja das Mercês casais de segunda união na Igreja diálogo é mais eficaz que palmadas com lei do “divórcio expresso”
Pág. 05 Pág. 08 Pág. 06 Pág. 02
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Política
Divórcio: totalmente
Liberado
Nova lei em vigor dá fim ao processo de separação; Igreja
Católica encara a iniciativa como banalização do casamento
A partir de agora, todos
os divórcios brasileiros po-
dem ocorrer imediatamen-
te, sem a necessidade de
haver separação judicial. A
medida foi fruto da decisão
do Senado e, posteriormen-
te, do Congresso Nacional,
que teve aprovação final no
dia 14 de Julho. Com a nova
lei, não é preciso que o casal
fique separado judicialmen-
te por um ano antes de ser
considerado divorciado.
De acordo com o se-
nador que propôs essa lei,
Demóstenes Torres (DEM-
GO), nenhuma norma pode
obrigar as pessoas a per-
manecerem casadas. “Não
há sentido manter, por um
tempo, pessoas que não
querem ficar juntas”, argu-
mentou.
Entretanto, diversas li-
deranças da Igreja Católica
de todo o Brasil acreditam
que a nova lei banaliza a
seriedade com que o casa-
mento deveria ser tratado.
+ no blog
A cobertura completa da Semana da Família 2010 você
confere no blog familiaorleans2010.blogspot.com
Moreira Mariz
Demóstenes
Torres (DEM-
GO), o autor da
PEC do “divórcio
rápido”
“Infelizmente, mais uma vez a
família e o amor humano, rece-
bem um duro golpe, no senti-
do de que cada vez menos nós
sentimos valorizado essa união
tão importante, marcada pelo
amor, entre um homem e uma
mulher (...) É uma derrota sim,
da família, derrota do amor
humano”, afirma o secretário-
geral da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB),
Dom Dimas Lara Barbosa.
De acordo com represen-
tantes da Igreja, uma lei como
essa acaba com um tempo pre-
cioso para que o casal venha
a se reconciliar, se for o caso,
incentivado por uma decisão
precipitada.
Como a lei foi fruto de uma
Proposta de Emenda Constitu-
cional (PEC), não teve neces-
sidade de ser sancionada pelo
presidente Lula e, portanto, já
está vigor. O senador Marcelo
Crivella (PRB-RJ) criticou a lei,
na semana em que foi votada
no Senado. “Vai ser uma coisa
de casa e descasa e eu não sei
de que maneira isso vai con-
tribuir para a nossa socieda-
de”, afirmou Crivella. Incon-
formado com a aprovação
da PEC e encaminhamento
da mesma para o Congresso,
esse senador declarou que irá
recorrer da decisão perante a
Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ). Ele alega que
o painel de votação mos-
trou apenas 48 votos a favor,
quando seriam necessários
49. No entanto, a senadora
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
disse que não conseguiu dar
seu voto devido a problemas
com o aparelho de votação e
teve que fazê-lo oralmente.
Em entrevista à TV Can-
ção Nova, Carlos Henrique
de Oliveira e Renata Mene-
zes de Oliveira afirmaram
que o tempo de um ano exi-
gido pela antiga lei foi cru-
cial para que eles fizessem a
reconciliação. De acordo com
Carlos, o processo de separa-
ção serviu para dar o tempo
necessário de Deus agir.
Hoje, eles estão casados
há sete anos e possuem uma
filha com cinco. Acabaram
se reaproximando à Igreja e
sentiram-se tocados a reatar.
“No momento em que fomos
a Missa, Deus nos deu a res-
posta de que a gente deveria
ficar juntos, voltar e formar
a família que a gente tinha”,
explica Renata.
Depoimentos
Minha família...
“
Somos uma família
muito bonita, de nove
irmãos: sete homens e
duas mulheres. Felizmen-
te ainda tenho a minha
mãe (Leonídia Lejambre
de Camargo), hoje com 95
anos, que continua sendo
o centro, a matriarca da
família. Meu irmão mais
velho já está com 74 anos
e há uns três meses nós
sofremos um golpe com
o falecimento de um dos
meus irmãos, exatamente
o quarto filho (...) Isto aba-
lou muito a todos.
Fui criado numa famí-
lia onde a música sempre
esteve bastante presente.
A maioria dos meus ir-
mãos são músicos, que to-
cam acordeon, saxofone,
violão... A gente sempre
cantou muito em família,
um ambiente muito ale-
gre (...)
Lamento que seja uma
família que já está enve-
lhecendo. A minha irmã
caçula já está com 53 anos.
Mas temos a geração mais
nova... Minha mãe tem 28
netos, 32 bisnetos e o pri-
meiro tataraneto.
Na família a gente en-
contra o revigorar das for-
ças. Mesmo aqui, quando
às vezes, na paróquia, a
gente está cansado e so-
brecarregado... Você vai
pra família, sente o alento
e a força positiva dela, que
motiva e incentiva a conti-
nuar.
Gilson Cézar de Camargo,
pároco
Expediente
Este informativo é uma pu-
blicação especial, realizada
como parte das comemora-
ções da Semana da Família
2010, que nesse ano ocorre no
período de 08 a 14 de agosto.
Redação, foto de capa, pro-
jeto gráfico e diagramação:
“
Famílias podem gerar
gênios e delinqüentes. Não
se pode negar que cada
indivíduo tem a liberdade
de escolha de fazer o que
lhe parece certo, os pen-
samentos são diferentes,
não fosse assim não vería-
mos casos de irmãos que
criados da mesma forma
fazem escolhas por cami-
nhos diferentes, optam
pelo bem, ou pelo mal.
Cada um escolhe o que
fazer com o que a vida lhe
proporciona, ou tira uma
lição e reverte o jogo, ou
toma como desculpa para
justificar erros eternamen-
te. Mas inegável é a influ-
ência da família na forma-
ção do caráter.
Minha família, eu consi-
dero um ponto de referên-
cia, para o qual posso me
voltar em momentos de
dúvida e dificuldade e pela
qual luto para ser uma pes-
soa melhor a cada dia.
Caroline Martins de
Souza, auxiliar contábil/
administrativa
“
Família é a base de
tudo na vida. Tudo o que
eu sou, minha educação,
meu porto seguro... Com
quem posso contar para
tudo! Que me ouve sem se
cansar ou reclamar, que dá
os melhores conselhos nas
dúvidas mais difíceis.
Meus pais me apoiam
nos meus sonhos e me
dão os melhores caminhos
para que eles se realizem.
Amanda Eduarda Alves,
auxiliar de biblioteca.
Diego Henrique da Silva; Re-
visão: Antonio Carlos Senko-
vski, Eloyna S. da Costa e Tar-
cízio Valentim da Costa.
Contato
semanadafamilia2010@gmail.com
familiaorleans2010.blogspot.com
 |3
SXC
O Evento

Reunindo a
Família Orleans
Semana da Família 2010 promete agitar a paróquia com uma
programação imperdível. Juventude, pais, mães e até as crianças
estão convidados a participar dos eventos e celebrações

O marido já trocou
a mulher pelo bate-papo
com os amigos do bar e
em breve pretende trocar
de mulher também. O fi-
lho adolescente consome
drogas há um bom tempo
e os pais só foram perceber
isso depois que ele ficou
viciado. Ir à missa aos do-
mingos é a última coisa da
lista dos afazeres do fim de
semana. E há pessoas que
acreditam que casamento
religioso virou idiotice de
quem quer se “enforcar”.
Não são poucos os desafios
enfrentados pelas famílias em
nossa sociedade. Os exemplos
citados inicialmente são ape-
nas um grão de areia, se forem
comparados a uma praia cheia
de questões mal resolvidas em
praticamente todos os lares.
Para ajudar ou, pelo menos,
lançar luzes que contribuam para
uma vivência familiar mais cris-
tã, é o que algumas lideranças da
Paróquia Santo Antonio de Orle-
ans preparam a Semana da Famí-
lia 2010. A maratona de eventos e
celebrações vai acontecer duran-
te a semana do dia dos pais, em
agosto, e esta será a sua segunda
edição. “O objetivo geral é que as
pessoas possam parar um tempo
e refletir sobre a família. Ela é a
célula da sociedade e vem sen-
do atacada por todos os lados.
Dar atenção à ela e discutir seus
problemas é muito importante”,
comenta Tarcízio Valentim da
Costa, membro do Movimento
de Irmãos. (+)
Ao longo dos meses, diver-
sas reuniões foram feitas para
planejar a Semana da Família,
que, neste ano, pretende contar
com maior participação da co-
munidade. De domingo à sábado
(08 a 14 de agosto), a intenção é
realizar missas variadas, além de
horas santas (momentos de ora-
ção e encontro religioso), visitar
famílias da comunidade e fazer
um bate-papo no formato de um
programa de auditório, voltado
para todas as idades.
De forma bem humorada,
nosso páraco, Gilson Cézar de
Camargo, afirmou que lamenta a
existência de apenas uma sema-
na da família. “Todas as semanas
do ano deveriam ser voltadas à
família e não só essa”, comentou.
Para ele todas as pastorais deve-
riam valorizar a família, mesmo
que nossa a comunidade não te-
nha Pastoral Familiar. “O
grupo dos idosos, da cate-
quese, dos jovens, enfim...
Todos devem estar integra-
dos à família”, avalia.
Toda família tem seus
problemas e desafios. São
desentendimentos, brigas,
falta de diálogo e de tem-
po para realizar atividades
em conjunto. Entretanto, a
família também pode ser
lugar de muita paz e amor,
ajudando com que se tenha
a experiência do Reino de
Deus acontecendo, desde já,
em nossas casas.

Confira a programação completa da Semana da Família 2010

Domingo Missa e bate-papo com as fam
ílias Quarta-Feira Visita às
Celebração eucarística com no
ve
Dia dos Pais Bate-papo, no formato de pro na da medalha milagrosa, às 19h. famílias e missa
Missa de abertura da Semana grama de auditório, no anfi-te de encerramento

Sábado
do Centro de Convenções da atro
da Família, com a presença de Paróquia, às 20h. Com as pre Início do projeto
do coordenador arquidiocesan senças
D. Rafael Biernaski; às 10h. o da Pastoral Familiar, padre de visitação às
Jonacir; do coordenador arquid
iocesano da Pastoral da Juven famílias, que
padre Alex e da psicóloga Sarit tude,
a,
apstorais da juventude (das co além de alguns jovens das nossas serão realizadas
ira
Segunda-fe
munidades e matriz) e do no pelos Ministros
pároco padre Gilson. sso
Extraordinários
novação
Missa com re da Sagrada
nio
do matrimô o dos Quinta-feira Comunhão (MESCs)
Haverá bênç .
ã Sexta-feira e diáconos.
h
casais; às 20 Missa e Hora Santa Missa Celebração
Celebração eucarística com e Oração do Terço Eucarística de
trezena de Santo Antonio, às 19h. Celebração eucarística às encerramento da
Hora Santa voltada às famílias, 19h. Terço meditado para Semana da Família
-feira

m
Hora Santa celebrada pelas Irmãs da Sagrada as famílias, às 19h30, co 2010, presidida pelo
Celebrada pela equipe testemunhos de vid a e
Família; às 20h. bispo emérito de
da catequese, com trabalho da comunidade. Curitiba, Dom Pedro
Terça

bênção das crianças; Fedalto; às 1930.

+
Conheça o que é o Movimento de Irmãos e como ele
às 19h30.
no blog atua na Igreja Matriz Santo Antonio de Orleans
>> familiaorleans2010.blogspot.com
4 |
Unidos pela Igreja
NÓS não vamos à missa.
EU vou à missa
Ainda é comum que famílias participem juntas das
celebrações católicas, entretanto a falta da preservação do hábito
da participação conjunta pode acabar com essa realidade
Quando ceou pela última
vez com os apóstolos, con-
forme dizem os evangelhos
bíblicos, Jesus pediu que re-
petissem aquela ação para
que nunca se esquecessem
dEle. “Fazei isto em memó-
ria de mim”, enfatizou. Po-
rém, ainda há muitas pessoas
que nem conhecem quem foi
Jesus de Nazaré, sobretudo
pelo fato de não terem tido
contato com a cultura cristã.
Contudo, não é difícil encon-
trarmos pessoas que se decla-
ram católicas, mas não parti-
cipam das celebrações com a
devida freqüência.
Pesquisa divulgada em
2007 pela Fundação Ge-
túlio Vargas (FGV) revela
que o número de católicos
teve queda. Entre os anos
de 2000 e 2003, o número de
pessoas que se declaravam
pertencentes a essa religião
caiu de 73,89% para 73,79%.
Ao passo que o número de
evangélicos (o que inclui di-
versas denominações) cres-
ceu de 16,2% para 17,9%.
Segundo a catequista
Salete Sabatowski, membro
da Paróquia São José Tra-
balhador, muitos valores
cristãos estão se perdendo,
o que pode ser uma das ex-
plicações para o resultado
da pesquisa da FGV. “As
famílias estão se desestrutu-
rando e não se está dando a de-
vida atenção às crianças... Mui-
tos acabam perdendo um dia
todo no shopping e a religião
é lembrada só quando sobra
tempo”, comenta. Ela afirma
que é importante as famílias se
unirem nas práticas religiosas.
“Isso faz parte do desenvolvi-
mento do ser humano. Nin-
guém consegue viver sem ter
uma crença em algo”, justifica.
O documento que contém
o Catecismo da Igreja Católica
(CIC) esclarece que “a partici-
pação na celebração comuni-
tária da Eucaristia dominical é
um testemunho de pertença e
de fidelidade a Cristo e à sua
Igreja” (CIC 2128). Ainda se-
gundo o documento, partici-
par da missa é dar testemunho
de outras duas coisas: de que
Deus é santo e de que se tem
esperança da salvação, além de
ser oportunidade de reconfor-
to entre a comunidade.
O pároco Gilson Cézar de
Camargo acredita que enquan-
to existir família, haverá espe-
rança. “Lá, da porta da igreja,
ainda vemos muitas famílias
entrarem juntas para rezar e
isso é um bom sinal”, explica.
Ele também diz que os meios
de comunicação deveriam ter
mais responsabilidade e obser-
varem com cautela os conteú-
dos veiculados e as representa-
ções familiares.
Para praticar em família
Opções para celebrar em família não faltam
Fotos: Diego Henrique da Silva
Gabaon
Evento religioso
que ocorre em
dias próximos
ao carnaval,
geralmente
organizado
pela Renovação
Carismática
Católica.
Celebrações “de entrega”
Quem é pai de filhos que vão à catequese já sabe. A cada fase que o
catequizando passa, deve receber da família, em cerimônia própria, um
presente simbólico como uma bíblia, oração do Creio ou do Pai-nosso.
Festas religiosas
que marcam
Nossos entrevistados
para essa matéria falam sobre
as celebrações católicas que
deixaram boas lembranças.
Para Salete, a Coroa-
ção de Nossa Senhora tem
significado especial. “Acho
muito lindo quando Maria é
reverenciada. Muitas vezes
acabam deixando ela de lado
e não reconhecem o quanto
Corpus Christi
ela é importante para o pro- O Cristo Eucarístico sai às ruas
jeto de Deus”, argumenta. do centro e de diversas outras
O Natal e a Páscoa também comunidades, como na nossa aqui
são momentos importantes, de Orleans. Ao ser transmitida pela
segundo ela. “É celebração televisão, quem narra e comenta a
procissão é o nosso pároco Gilson.
de nascimento e vida. Todo
mundo se prepara. É um Paixão de Cristo
momento em que toda a fa- Principal apresentação do
mília fica junta, e perde um gênero, em Curitiba. Ocorre
todos os anos, na sexta-feira
pouco a graça quando falta santa. A cada ano, o Grupo
alguém”, declara. Teatral Lanteri realiza a
O período da quaresma, encenação que resume a
segundo o padre Gilson, é vida de Jesus.
algo que ficou marcado na Em nossa paróquia, jovens
e adolescentes, também
sua infância. “Naquele pe-
representam a Paixão de
ríodo, tinha via-sacra toda Cristo anualmente.
quarta e sexta-feira. Recor-
do da minha mãe, que diri-
gia as orações na capela da
comunidade, que ficava no
interior”, relembra o páro-
co. Os momentos em que a
família se reunia para rezar
ao pé da cama e as orações
do terço também foram ci-
tados por ele.

Antes que a casa
Exploda
Problemas na família
Saber onde procurar ajuda em momentos difíceis
é essencial para não tomar decisões precipitadas;
desentendimentos entre casais, divórcio e
problemas como vício nas famílias podem ser
solucionados com a orientação correta
Quando decidem se unir,
muitos casais entram na rela-
ção esperando apenas coisas
boas acontecerem. Esperam
ser “felizes para sempre”.
Mas um dia, pode ser que a
casa caia, e o que era sonho
vira pesadelo. Em casos ex-
O SOS na
Igreja dos
Capuchinhos
Na Igreja das Mercês, por
exemplo, o SOS Família é coorde-
nado pelo casal José Luiz Tizzot
e Vanessa Pereira Tizzot. Outras
pessoas que não sejam integran-
tes daquela paróquia, também
podem ir buscar ajuda por lá.
“É um serviço que está aberto a
absolutamente todas as pessoas
que nos procurarem”, enfatiza o
coordenador José Luiz.
Todas as quintas-feiras, das
16h às 21h, os casais realizam o
atendimento às pessoas que os
procuram. “Nossa maior alegria
é vermos as pessoas saírem dali
sorrindo. Elas chegam, muitas
tremos, algumas pedras podem
aparecer no caminho e, aparen-
temente, não há como e nem
para quem pedir ajuda. Às ve-
zes, não querem expor o proble-
ma para parentes ou não há ami-
gos confiáveis. Saber procurar a
ajuda correta acaba sendo muito
vezes, carregadas, desesperadas...
Lá, nós a acolhemos, confortamos
e, principalmente, ouvimos tudo
o que elas têm a nos falar. Ouvir é
extremamente importante”, expli-
ca José Luiz. Ele afirma que depois
de uma reestruturação que acon-
teceu no mês de maio, cinco ca-
sais passaram a integrar a equipe
do SOS Família. “São pessoas que
fazem cursos e foram preparados
pela Arquidiocese”, justifica.
Entre maio e junho deste ano,
foram realizados 52 atendimen-
tos na Igreja das Mercês. O traba-
lho do SOS é basicamente ouvir o
desabafo, numa postura de apoio
psicossocial e, identificado o pro-
blema, encaminhar a pessoa para
os setores específicos que possam
ajudá-las. Por exemplo, você sabia
que existe o grupo “Neuróticos
Anônimos”? E a Sociedade Para-
naense de Psicodrama? O que se
|5
A ajuda que vem daqui
O diácono Bastos também realiza cancha esportiva). “Realizo esse tra-
atendimentos de escuta e aconselhamen- balho pois ele faz parte do meu mi-
to em nossa paróquia. Os interessados nistério, que se baseia em pregação
devem ir até a Secretaria Paroquial, mar- do evangelho, liturgia e caridade”, ex-
car um horário para conversar com ele. plica o diácono. Para ele, o trabalho é
Os encontros são individuais e ocorrem gratificante. “Fico muito feliz quando,
às terças e quartas-feiras, a partir das 19h, depois de algum tempo de acompa-
conforme as possibilidades de cada pes- nhamento, vejo as famílias sorrindo e
soa, sempre nas salas de catequese (em os casais se abraçando... Realmente, é
cima do Centro de Formação, ao lado da bênção de Deus”, complementa.
importante.
Uma das opções pode ser o
Um pouco de história do SOS
SOS Família. Trata-se de um ser-
viço gratuito que tem o objetivo
Em 2001, foi lançado o manual “Uma
de ajudar as pessoas a solucio-
proposta de SOS Família”, quando os
narem problemas, quando essas
coordenadores arquidiocesanos dessa
não sabem onde procurar auxí-
iniciativa eram Heitor e Elizabeth Viana.
lio. Foi criado aqui em Curitiba,
O livro obteve a autorização episcopal
há oito anos. É formado por gru-
oficial de Dom Pedro Fedalto em julho
pos de casais, voluntários, católi-
de 2002. Tal publicação possui diversas
cos praticantes e que estão casa-
orientações para a implantação do servi-
dos há aproximadamente cinco
ço nas paróquias, além de uma lista de
anos. Infelizmente, nem todas as
telefones úteis, textos para estudo e di-
paróquias da capital parananese
recionamentos sobre os diversos proble-
dispõem desse serviço.
mas que podem aparecer.
Divulgação
faz é orientar as pessoas a bus-
carem entidades como essas, de
acordo com as suas reais neces-
sidades. Além dos órgãos men-
cionados, há diversos outros
que trabalham problemáticas
Serviço
específicas como a Associação
O endereço
da Igreja das
Mercês é a
Curitibana de Órfãos da AIDS,
a Associação Paranaense dos
Avenida Manoel
Ribas, n° 966, no
Diabéticos Juvenis, o Grupo de
Apoio aos Jogadores Compulsi-
bairro Mercês. vos, a Fundação de Recuperação
O atendimento do Indigente e até assistência ju-
é gratuito. rídica gratuita.
Telefone da Tudo o que as pessoas con-
coordenação tam nas conversas é mantido
do SOS Família em segredo. “O desabafo e tudo
na Igreja
o que é dito ali, morre ali”, conta
das Mercês:
José Luiz. Segundo ele, os casos
(41) 8407-
7200. E-mail: mais recorrentes são desenten-
sosmerces@ dimentos conjugais, pedido de
gmail.com orientação para os que estão
Diácono Bastos numa segunda união, auxílio
?????????????? em casos de agressão e da pre-
sença de vícios (drogas e alcoo-
lismo) na família.
+
Visite familiaorleans.blogspot.com e saiba como montar uma equipe do
no blog SOS Família, quais são os trabalhos feitos pelos casais desse grupo e conhe-
ça as principais orientações aos casais que trabalham com esse serviço.
6 |

Nem
Divulgação

Dicas para educação infantil

“pestinha,”
> Demonstre o que eles devem
fazer, e não apenas o que não de-
vem;
> Explique suas verdadeiras ra-
zões. Argumentar ‘porque eu es-
tou dizendo’ nada ensina;
Quanto mais você der atenção a
esse tipo de coisa, menos será ou-
vido;
> Quando as crianças fazem algu-
ma coisa errada, explique-lhes, na
medida do possível, como podem

anjinho
> Elogie o bom comportamento e consertar;
repreenda o inadequado; > Mesmo que você não aprecie o

nem
> Apóie-se em recompensas como
abraços e brincadeiras, e não em
punições como tapas e gritos;
> Ignore pequenas bobagens.
comportamento do seu filho, nun-
ca sugira que você não gosta dele.
Fonte: Organização Mundial para o Fim da
Punição Física

Educação dos filhos
Busca do equilíbrio é um excelente caminho para educar
crianças; segundo especialistas palmadas e outros castigos
físicos não devem ser usados como método de ensino
“Se você quebrar isso, eu
arrebento a sua cara, menino
infeliz”. “Me obedeça, senão
eu vou te dar uns tapas”. “Lá
em casa a gente conversa”.
Pode ser no ônibus, na saída
da escola, num evento entre
conhecidos ou dentro da nos-
sa própria casa. Seja em qual
for o lugar, certamente já vi-
mos pessoas dizendo algu-
mas das frases acima na hora
de educar o filho. Se é que a
gente mesmo, não as tenha
utilizado...
O estilo de vida moder-
no é altamente influenciado
pelo modelo econômico que
a nossa sociedade utiliza: o
capitalismo, que se baseia no
acúmulo excessivo de dinhei-
ro/ capital e na transforma-
ção de pessoas em “coisas”.
Com a necessidade de se
colocar o trabalho como um
dos primeiros itens de nossa
vida, outros afazeres, como
destinar tempo para o lazer e
para a família, acabam, mui-
tas vezes, ficando em segundo
plano. Nesse contexto, educar
os filhos torna-se cada vez mais
difícil.
Com tal falta de tempo, o
pouco que sobra para se dedi-
car à família torna-se algo raro
e precisa ser bem aproveitado.
Em entrevista ao Jornal O Glo-
bo, a educadora argentina Cris
Poli, a Super Nanny brasileira,
afirma que é preciso valorizar os
momentos de convivência. “As
crianças se ressentem quando o
tempo que passam com os pais
não é de qualidade. Elas fazem
tudo para chamar a atenção,
tentam manipulá-los... Mas, nos
momentos disponíveis, devem
brincar, contar histórias, fazer
programas infantis, enfim, tudo
que estabelece uma boa relação”,
explica Cris. Ela também aponta
qual é a primeira grande dificul-
dade dos pais na hora de edu-
car. “Eles tem que pensar juntos
a educação dos filhos. Se a mãe
quer uma coisa e o pai, outra,
não vai dar certo”, afirma.
Educando pela dor
Grande parte dos pesqui-
sadores que estudam especi-
ficamente o uso de castigos
físicos para educar. Entre 1981
e 2000, apenas 28% dos auto-
res de livros que falam sobre
o assunto, defendem o uso
da palmada nos processos de
educação. Esse dado foi levan-
tado numa pesquisa feita pelo
psicólogo Cristiano da Silveira
Longo, formado pela Universi-
dade de São Paulo (USP).
Ele defende que, apesar de
dar mais trabalho, educar sem
bater dá bons resultados. “For-
ma pessoas mais conscientes”,
explica Longo. De forma didá-
tica, ele compara dois adultos
parados no trânsito, com o sinal
vermelho. O motorista acostu-
mado a obedecer apenas pela
punição vai parar o carro com
medo de ser multado. O outro,
que cresceu sendo ensinado
através da conversa e entenden-
do o motivo das restrições, pára
no semáforo em respeito à vida.
Entretanto, gente que é fa-
vorável às palmadas e tapas
para educar não faltam. O autor
do livro “A arte da guerra para
professores”, Maurício Apoliná-
rio, pensa que bater em crianças
que desobedecem, com sabedo-
ria e no momento certo, é uma
atitude justificável. “A psicolo-
gia, desde que passou a dar pal-
pites na educação familiar e na
educação formal, a partir da dé-
cada de 1950, com as frescuras
de traumas e autoestima, tudo
piorou no que se refere à falta de
limites de crianças, adolescentes
e jovens”, argumenta o escritor,
que não possui habilitação ple-
na para falar do assunto.
Exemplos aqui de casa
A coordenadora paroquial
do grupo de formadores de ca-
tequistas da Escola Discípulo
Amado, Lúcia Martins é mãe
de três filhos, hoje com 24, 29 e
31 anos de idade. Ela conta que
para educá-los, quando eram
crianças, sempre buscava con-
versar, dar algum castigo (como
não comprar alguma coisa que
pediam) e, quando precisava,
dava alguns tapas na bunda
também. Lúcia diz que atual-
mente ela percebe que poderia
ter educado eles de uma forma
um pouco diferente. “Minha
educação foi muito rígida e
apanhava muito. Os pais é que
ditavam as ordens, a gente não
podia falar nada”, comenta. En-
tretanto, ela faz uma ressalva.
“Para aquela época, deu certo.
Tanto é que tenho uma boa ín-
dole. Mas hoje, acredito que não
pode ser assim. Tudo tem que
ser mais partilhado... Devemos
saber ouvir a criança, que tem
muito a nos dizer”.
Para a integrante do Movi-
mento de Irmãos, Eloyna Cos-
ta, o amor deve falar mais alto.
“Como Jesus nos ensina na sa-
grada escritura, a raiz de qual-
quer correção deve ser o amor.
Mesmo que em determinado
momento seja preciso ser rígi-
do com seus filhos, essa atitu-
de enérgica deve ter como base
o amor, e nunca o ódio”. “Ao
corrigir com amor, mesmo que
energicamente, a criança perce-
be o seu erro e é transformada
em sua atitude, mesmo que aos
poucos... Pelo contrário, quando
a raiz é de ódio e raiva, o que
acriança percebe é essa ira que a
torna pior e mais rebelde”.

“
Divulgação

Depoimentos Conversar é o primeiro passo. Às vezes,

“
Antes de corrigir seus filhos,
experimente corrigir primeiro a sua
postura... E veja se é raiva ou amor o
que você quer expressar pra eles.
Eloyna Costa, paroquiana
tem famílias que usam o diálogo como
último recurso. Primeiro batem, acusam,
rotulam, depois é que vão ouvir a criança,
sendo que se prestarmos atenção, os filhos
têm muita coisa pra ensinar pra gente.
Lúcia Martins de Souza, paroquiana

+ no blog
Mais dicas de educação dos filhos em: familiaorleans.blogspot.com
Lá, também dá pra partilhar experiências através dos comentários

Uma
“droga” de família
Lidando com vícios
Álcoolismo, apostas em jogos e drogas são vícios que
assombram muitas famílias; prevenção ainda é a melhor saída
O churrasco em família é
um excelente momento para
se fazer uma “boa ação”.
Achando que está ensinando
algo de útil, o pai oferece um
gole de cerveja ao filho menor
de idade. A intenção é que o
adolescente não passe vonta-
de. Afinal, ele pode ficar do-
ente de tanta vontade repri-
mida de beber... De acordo
com um artigo escrito pelo
então membro da Comissão
Nacional da Pastoral da So-
briedade, organismo ligado
à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) Nilo
Momm, ações como essa não
são um bom exemplo para
os filhos. “Os filhos copiam a
conduta dos pais. Se os pais
Como ajudar os filhos
Afeto: Manifestações de ca-
rinho e amor são sempre bem
vindas. Abrace, beije, incentive
os filhos, mesmo em público. For-
taleça os vínculos entre os mem-
bros da família, incentivando o
clima de afetividade, sinceridade
e companheirismo entre todos.
Ambiente: Reduza a influ-
ência negativa que possa vir de
outros grupos. Faça com que o
ambiente familiar seja atrativo
e aconchegante. Faça com que
seu filho se sinta bem em sua
própria casa.
fumam os filhos tem mais pos-
sibilidades de converter-se em
fumantes. Considere que com
suas atitudes e atos podem es-
tar contribuindo à formação da
decisão de seus filhos de tomar,
ou não, álcool e outras drogas”,
explica.
São diversos os motivos que
levam as pessoas a entrarem nos
vícios. Juntamente com outros
colegas universitários, Michael
Bardo, da Universidade do Ken-
tucky, nos Estados Unidos, rea-
lizou uma pesquisa sobre “Psi-
cofarmacologia Clínica e Expe-
rimental”. Eles concluíram que
faz parte do ser humano querer
experimentar coisas desconhe-
cidas. “Somos biologicamente
programados para gostar de coi-
Diálogo: Ache tempo para con-
versas e consultas freqüentes sobre
qualquer assunto. Reserve um tem-
po especial para cada membro da
família. Mantenha em casa um clima
de diálogo franco e aberto. Converse
com seus filhos sobre o consumo de
álcool e de outras drogas, mas tam-
bém sobre demais assuntos que fa-
zem parte de seus interesses.
Exemplo: Álcool e cigarro são
drogas lícitas, mas evite consumi-las,
se não quiser estimular os filhos a fa-
zer o mesmo. Viva o que você reco-
menda aos seus filhos. Mesmo que
sas novas. É assim que encontra-
mos novas fontes de alimentos,
novos parceiros e descobrimos
onde está o perigo. Isso é adaptá-
vel e natural”, afirma.
Não é fácil evitar que, sobre-
tudo, os jovens consumam bebida
alcoólica ou sintam curiosidade
para experimentar alguma droga,
justamente pela suscetibilidade
que possuem de conhecer coisas
novas. Por isso, a prevenção acaba
sendo importante. Saber das conse-
quências negativas que o álcool, a
jogatina e as drogas trazem, acaba
sendo bom caminho para evitá-los.
“O traço para a busca de novidade,
é derivado de um de nossos instin-
tos mais básicos, aproximação ou
evitação”, afirma Richard Ebstein
diretor de pesquisas no Hospital
os contestem ou questionem, terão nos
pais os melhores exemplos e guias.
Liberdade: Mais autonomia signi-
fica maior capacidade de decisão. In-
centive a responsabilidade de cada um.
Respeite os valores e os sentimentos de
seu filho. Evite criticá-lo o tempo todo.
Modelo: Cuide para que a relação
com os filhos seja fundamentada na
confiança e no respeito. Isso cria um
modelo de comportamento para eles.
Os jovens precisam de bons modelos.
Ocupação: Encoraje as atividades
criativas e saudáveis de seus filhos,
ajude-os a lidar com as pessoas de seu
Herzog, em Jerusalém.
Para Nilo Momm, os valores
ensinados a uma pessoa pesam
bastante no momento de deci-
direm o que vão consumir. “Os
princípios sociais, familiares e re-
ligiosos são os que dão aos jovens
os motivos para dizer não e os
que os ajudam a manter sua deci-
são”, argumenta. Nesse contexto,
a família passa a ter papel impor-
tante no que diz respeito à forma-
ção de um sujeito. Segundos da-
dos da pesquisa “Determinantes
socioculturais do uso abusivo de
álcool e drogas”, um ambiente fa-
miliar dominado por conflitos ou
pela falta de critérios no estabele-
cimento de regras, assim como o
desinteresse dos pais por aquilo
que os filhos fazem, são fatores de
risco que podem levar os filhos a
consumirem drogas.
Antes que aconteça o pior
Depois que uma pessoa já
meio, motive-os a tomar decisões, ensi-
ne-os a assumir responsabilidades e es-
timule-os a desenvolver valores fortes e
o senso crítico diante das mais diferen-
tes situações, inclusive das drogas.
Participação: Tome decisões
em conjunto, assim todos perce-
bem que suas opiniões e pontos de
vista são respeitados.
Presença: Reforce as relações fa-
miliares, participe mais das atividades
dos filhos. Cresça com seus filhos.
Prevenção: Explique sempre aos
filhos quais são os riscos do uso de dro-
gas. Ensine-os a não experimentá-las.
|7
está viciada, seja em álcool,
drogas ou jogatina fica mais
difícil de resgatá-la, porém
não impossível. Um dos re-
quisitos, por exemplo, para
participar de qualquer gru-
po de Alcoólicos Anônimos
(AA) é desejar parar de be-
ber. Nilo Momm acredita
que o combate pode ser fei-
to através de várias ações.
“Repressão ao tráfico, a re-
dução da produção e, prin-
cipalmente, pela prevenção,
reduzindo o consumo e evi-
tando que as pessoas come-
cem a consumir”, cita.
Não há receitas prontas
para lidar com a problemá-
tica dos vícios nas famílias.
Devido à complexidade do
assunto, selecionamos al-
gumas dicas, que podem
funcionar como luzes para
quem precisa lidar com esse
obstáculo.
Princípios: Evidencie os
princípios espirituais, em contra-
posição aos valores materiais.
Regras claras: Imponha
limites. Quando fizer alguma
proibição, não deixe dúvida
sobre suas razões. O amor de
pai e de mãe precisa ser exi-
gente. Esse amor acompanha,
coloca limites, exige compor-
tamentos, orienta respostas,
deixa as regras claras e aler-
ta para os sinais de fraqueza.
Confie em seus filhos.
Padre Nilo Momm
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Casais em segunda união
Do altar para a
Lata de lixo
Existem quase 20 casos que podem justificar a nulidade de um
casamento; mas antes de jogar fora o compromisso assumido, a
Igreja espera que os casais separados possam se reconciliar
A frase final de um pa-
dre numa cerimônia de casa-
mento poderia ser “Até que
a primeira briga vos separe”.
Afinal, “antes ficar só, do que
mal acompanhado”. Pesqui-
sas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)
confirmam que a separação é
uma prática que vem se tor-
nando cada vez mais comum
no país. Em 23 anos (entre
1984 e 2007), a taxa de divór-
cios subiu 200%. Em números
absolutos, foram concedidas
30.847 dissoluções de união
em 1984 e 179.342, em 2007.
De acordo com o pároco
Gilson Cézar de Camargo,
fica difícil fazer com que as
pessoas entendam a profun-
didade do matrimônio em
meio à ausência dos valores
cristãos. “De modo geral, os
valores religiosos estão fican-
do em segundo plano. Tem
certos valores que são perma-
nentes. Como é que a gente
+
Mais detalhes sobre nulidade
no blog em casamentos no blog
>> familiaorleans2010.blogspot.com
consegue conceber o permanente
numa sociedade que vive o valor
do descartável?”, analisa.
Mas, às vezes, o casamento
religioso não dá certo. A reco-
mendação do Apóstolo Paulo
expressa no livro de Colossens-
ses não dá mais para ser seguida:
“Suportai-vos uns aos outros e
perdoai-vos mutuamente, toda
vez que tiverdes queixa contra
outrem” (Col 3, 13). Daí, o jeito
que muitos encontram é se sepa-
rar e ir tentar ser feliz através de
uma segunda união.
Conforme o apresentador do
programa “Escola da Fé”, da TV
Canção Nova, professor Felipe
Aquino, a orientação mais clara
que a Igreja nos oferece sobre a
situação dos casais de segunda
união está na Exortação Apostó-
lica “Familiaris Consortio”, feita
pelo Papa João Paulo II. Esse docu-
mento é recente e foi escrito após
o Sínodo da Família, realizado em
1980. Entretanto, o Catecismo da
Igreja Católica (CIC) também fala
Divulgação
sobre o assunto (CIC 1652).
Neste momento muitos ca-
sais em segunda união podem
estar sofrendo desnecessaria-
mente, por não saberem que seu
casamento anterior pode ter sido
algo nulo. Nesses casos, a Igreja
pode permitir o recebimento do
sacramento. “Há cerca de 20 ca-
sos (Ver box) que podem levar
o Tribunal Eclesiástico do Ma-
trimônio a declarar a nulidade
de um casamento. São falhas no
consentimento, impedimentos
dirimentes ou falta de formação
canônica”, explica o professor
Felipe por meio de um artigo, no
blog da Canção Nova.
Casamento religioso deve ser
fruto de decisão consciente
Para o padre Gilson, o rom-
pimento do vínculo matrimonial
seria incoerente com o seu signi-
ficado. “O casal deve ser o sinal
visível da união de Jesus Cristo
com a sua Igreja”. Logo, se Cris-
to prometeu fidelidade eterna
Esclarecendo o mal entendido
Em 2007, uma mentira di-
vulgada pela grande imprensa
brasileira, acabou desinforman-
do e revoltando os católicos de
todo o país. Em algumas emisso-
ras de televisão, o caso virou até
manchete. Muitas reportagens
afirmaram que o Papa Bento XVI
havia classificado os casais em
segunda união como uma “pra-
ga” social. O desentendimento
ocorreu devido a uma tradução
equivocada do documento com
“
O amor
virou consórcio,
compromisso
com ninguém...
Padre Zezinho,
em “Oração pela família”.
à sua Igreja (Cf. Mt 28, 20), os
casais escolhem viver a mesma
situação, com o cônjuge, ao se
unirem pelo matrimônio. “Se
as pessoas têm dificuldade de
entender que a união entre
Cristo e a Igreja é indissolúvel,
também não vão conseguir
entender que o matrimônio é
indissolúvel”, complementa o
pároco.
Casais de segunda união de-
vem ser respeitados
Apesar de não poderem
receber a eucaristia, os casais
de segunda união continuam
sendo membros da comunida-
de. “Isto não quer dizer que eles
se afastem da Igreja. Apenas, se
abstenham do sacramento que
alimentava aquele vínculo que
deixou de existir”, explica o pa-
dre Gilson. Segundo ele, os dois
sacramentos se complementam.
“O sacramento do matrimônio é
alimentado pelo sacramento da
eucaristia. A partir do momen-
to que se quebra o vínculo do
matrimônio, com a separação,
quebra-se também o vínculo
com a eucaristia”.
a primeira exortação apostólica do
Papa, o “Sacramentum Caritatis”
(O Sacramento do Amor), que fala-
va sobre a eucaristia.
O que foi traduzido errone-
amente como “praga”, na verda-
de significava “chaga”. Com isso,
Bento XVI queria dizer que a Igreja
assume como chagas (as feridas de
Cristo), a situação dos fiéis católicos
em segunda união. E não que são
um estorvo, conforme clamaram os
grandes meios de comunicação.
As causas da
nulidade de
um casamento
Quais os motivos pelos quais
um casamento pode ser
nulo? Há, segundo o Código
de Direito Canônico da Igreja,
dezenove motivos:
Falhas de consentimento
1. Falta de capacidade para
consentir (cânon 1095)
2. Ignorância (cânon 1096)
3. Erro (cânones 1097-1099)
4. Simulação (cânon 1101)
5. Violência ou medo (cânon
1103)
6. Condição não cumprida
(cânon 1102)
Impedimentos dirimentes
7. Idade (cânon 1083)
8. Impotência (cânon 1084)
9. Vínculo (cânon 1085)
10. Disparidade de culto
(cânon 1086,- cf cânones
1124s)
11. Ordem Sacra (cânon
1087)
12. Profissão Religiosa
Perpétua (cânon 1088)
13. Rapto (cânon 1089)
14. Crime (cânon 1090)
15. Consangüinidade (cânon
1091)
16. Afinidade (cânon 1092)
17. Honestidade pública
(cânon 1093)
18. Parentesco legal por
adoção (cânon 1094)
Falta de forma canônica
na celebração do
matrimônio
(Cânones 1108-1123)