Vous êtes sur la page 1sur 9
fd ARTICULAGOES ENTRE A PSICOLOGIA SOCIAL E AS POLITICAS PUBLICAS NA ASSISTENCIA SOCIAL LLllan Rodrigues da Cruz ‘Neuza Maria de Rétima Guareschi Para analiser a interfages da Psicologia Social com as poll ‘cas pliblicas na Assisténcia Social, discutimos, primelramente, 1 constituledo do social como objeto de conhecimento no campo de Intervengio das ciéncies humanas e a especialidade da Psi ‘ologia com 0 abjetivo de cesnaturalizar o social. Em seguida, analisamos a interfaces da Psicologia Social com as paltioas piblicas ni Assisténcia Social, bem camo a insercéo da Psion. dla neste campo, langando alguns desafios, 0 social como objeto de conhecimento Cena um: Primeito dia de aula no curso de Psicologia. A profescora alba a lista de presenta @ ve que: s40 60 alunos, ou ‘melhor, 0 66 alunas e 4 alunos. Sem surpresa, apresenta-so © Detgunta aoe aeadémicos: “Por que voces escolheram fazer Ps cologia?” Surpresos, os dedos, paulatinamente, comecam a subit ‘eas respostas romper o siléiclo, inicizlmante timid, logo 0 ‘eco encoraja outras: "Eu gasto de ajudar as pessoas", “Sempre goetel de resolver os problemas das minhas amigas’, “Eu tam: _bém sempre gostei de ajuda os outras" Cena dois: Dois ance dapois, no primolio dia ce aula da lscplina Psicologia Social, a professora pergunta aos alunos *O que astuda a Psicologia Socal"? “Ea psienlogta que ndo v6 0 sr humano como individual’ “E a peicclogia que tabaiha cam 15 ‘Grupes, na conunidada' Texto social e histérico’; ‘Néo é a psicalogia que tiabalha para & opulscdo carente?™ as imagens fazem parte do cotidiana dos professors @ professoas de Peicolgia €, crtamente, nossas respostas en- ‘Tuanio académicao foram slates, Ora, 59 € neoesdrionomear tua psicologia de "soci", ¢ porque bi, no minimo, outra que nfo 6 sodal. Logo nos vem & cabeca o anténima: individual. Esteracicino simpli edicotamico(ndvidual/social parte da premissa de que a Psicologia Social é um campo de atuacio da Piclogia. Para discutr esta questo recorremeos ao competent trabalho de Rosane Neves da Sve em sua tege de doutoramen- to, que a partir da extraténia genealdaica sugete ave ao invés de apsicologa expicar sonal, &0 social que explicaosuraimento ‘a Palclogia, Inportante, primeamente, conecer a intengao a pescnisa genealdgica proposta por Michel Foucault Bata se propde a desnaturalizar os conceites, situando as conde singulres que propicarem sua cragdo. O trabalho ‘geneakgico no busca a origem, mas aandlise da proveniéncia 4a emergthca de sabes, pétices, ce oes diferentes cotrontos « proiugdes. Provincia designando "descoberta ds marcas ‘tis, singulawes” que formam redes de dsrencagio, alentando para “o que oe paseou na digpersio que Ihe ¢ propia", demar- cando "os acidentes, os ifimos desvis" FOUCAULT, 200%; 20- 21), A piovenineia “agta 0 que 9 porta imeve, fragmenta 9 ‘que se pena unido, la most a heteroganeidade do que se imaginaya em conformidade consigo mesmo" (p. 21). Jé.aemer- sgn seria canalise do ougimenta @ ca prokteia “ds fxg fm seus jogos €lutas", de suas entradas em oena, de come eas "passam dos bastidores para o teatro". Pertant, ninguim pode revindicar uma emergénia ado hi um eaponstvel por ela, eta sempte ee produz nos encontos, por aciontes, por situagbes tnicas em lugares tempos especticos, numa rlagao comple, rium eraantado de jogoe de forgas © acontecimantos Produ {Fein anil “Catia do scl tia de uo dom "cinemas nano do ane Pama ge Poe Gta om Baya Used Pel oo Ge Su xb nde Mae Sele 6 'f a psiealogia que considers 0 can- | bes © ptticas que geram marcas e protuzem sults, como, for exemplo, eriangas e adolescents em stuagHo de isco s0- Ga, femiiasvulperaveis tstneies de nterrengS, como epi gio de medidas de proteo socal e servis de acshimento insiucona. Para pensar como o social se constitu como objeto do eo hecimento e campo de atuacio das céncas humans e, espe cificamente, da Pecsogia, Siva 0004) propde que passemes a fenearat 0 social como um prnbiema e no como una evidéacia Como assim? Ahandonar a ideia do social como natural ¢ in- trnseoo a0 humano. Nas palimss da autor “quando desxames de consider como uma evidércis e passamos e constitu 0 como um campo problematic, vemos que 0 social é essential mente um objeto consruide e produzido & parte de derentes prticas humanas e que nde qeasa de se trnsformar a0 longo do tempo" GILVA, 2004: 13), Cada foomacéo historia possbiita a emeraénda de determinada problematics que prodiz, conco- Tlantemente, uma confiquragso espectica do socal, Logo, “em due momento socal pasa ase fomlado- como urn problra due requer um tps de interven espectia” (p 13. Siva (2004) aponta 0 momento em que disfuncionalidsdes desiam de sec eoxvidas nas rlagies cotdianas iformais © comegam a demandarintervengées formass. Para Castel (1909, hovie'nasociedade pré-industrial formas de welcionamento no mendas por ele de soctetais, “a qualiicagio goral das rolagons Inumanes enquanto ce reerem a todao as formas de existéacia cobtva”{p. 48). Uma sociedade sem social seria acquela regida pels socibilidade prima, ou sda, por um sistema de regres jue ligam dirtamente os membros de umn grupo a partir de Bu pertensimento famine da visinhanca, do trabalho e que tecom ‘ees de interdependéicin sem a medina de inetiiaice cope fica" (p48). For outro co, parc auto, 0 soca earactria 26 por "ura canfiguago de priticas eapecializadss a partir de ‘uma falbo nas aatiténcias nto especalzadas au primaria” (. 48), asim, nas relagées socetais, uma criancaéxfs ora incrida na rode de protege provima, como uma fala na ssdondoza Lombromoe oe chamadee flnas do eiage, tao comuns © bom 4eserttoe em cotudce antopalégions, exeriplo onde rages 80- ‘ai informa davam conta das “diafungSes", 20 paso que ho v tomos 2 intevengéo de institigdes e profisionalsexpeciions | bem como tara garanta de seguranga em relapl0 a propiedad (inclusive psicélago) para o estat ca aciogso, Siva (2004) firma que a primeira configuragio do social esta ‘vinculada a0 campo social assistencial intervengdes que visam, A proteoio e intagracéo de individues carentes pertencentes a um mesmo teritrio e que so incapazes de trabalhar. Quando ‘8 catogorias consideradas carentes e/ou incapszes de trabalhar {nido io absorvidas nas tlacdes informa, ecuipamentos ins- ‘inacionais so criados, como axils, orfanatns e hospicios, Pode ‘mos dizer que emerge um fenémeno nomeado como “as pessoas que precisam de ajuda". Enquanto evidéncia, oa sela, quando ‘outras pesboas (e instiuipbes) ajudavam © davam conta das ne- ‘cesstacos, 30 havia problema. Passa a ser um problema quando tais solugéas so insuficientes e algum campo do conhecimento toma a quastio como seu objeto de estudio. E nesse momento que 0 eampo social ascistancal contfigura-se como um ebjeto de estudo da Psicologia Social. Até a metade do século XIX a Droblematizagio do social estava relacionadas formas de intet- ‘vengdo deoorientes da relacao entre trabalho © pauperisma, can formando uma légica assistencalista, na qual 0 foco centrava-se na asisténcia de uma parcela da populagio que ido conseguia ssubsisténcia por meto do trabalho (SILVA, 2004) [Nesse sentido, 0 assistenrialismo parece estar atretado Pslcologia bem antes de falarmos em palticas sociais publicas ‘como campo de investigacéo da Psicologia Social. Se recorrer- ‘mos a8 cenas inicials do texto, “ajudar as pessoas” antecede 30 proprio ingresso na taculdade de Psicologia. Para compreendermos a segunda configuragio dé social, Sil- va (2004) sagere que resgatemna a instauraga0 da noglo de di- reitos que ocorre na tansiclo de uma organizagio feudal para a emergéncia do Rstado-nagdo. Desde sua origem, o Estado vol- tase para ofortalocimanto da crdem burguesa, promovendo ages para sua conmoidagio, onde a Rewolugia Industlal © a Revoligéo Francesa sao determinantos para esse processo, cu principio 40 da aeumulagao eo fundamento é a propriedade privada das meio ce produgSo, Senco assim, o século XVII instaura a cha- mada era dos diteitos civis, neceseézios & ordem buiguesa, pois ‘ra procteo liberdade da ir © vir para vendor a forca de tabalho, 18 Drivada, Podemos cizer que os its civis so reftem & ber fade e a igualdade porante ale (PEREIRA, 2006). Contudo, Silva (2004) sinalizs para ua ligdo {undante da Replies, ne ext fundir 0 “lime aceaso eo tabalno* com o “cteito aa wabala’. Sgunco Caste (1898), 2 impor as lets do mereado ao conjunto da sociodeds, dé-se um processo de destrugéo da forma eapect- fica de regulgao social, mediada pelo Esta, azendo com que pase uma ameaga que coloca em primeiro plano a tematica da vulnersilidad. ‘No stculo XIX ocorre a consolidagdo da sociedad liberal ca pitalista, caacterizada pelo live acesso a0 mercado, onde todas (0 homens sia lives e iguais para competit; concomitantemen- 1, @ desigualdade social e econémica cresceu, scompanhads por longes jornadas de trabalho e babios sales, deflagrando a misétia de uma multd4o, Ora, a quesido socal expressava-52 na ‘exclusdo das pessoas, culminando om manestagées ¢ eivind- ‘gies dos trabahadores por melhores condigdes da vida e de ‘tabalho,intensificardo-se com a crise do capitalisma em 1929. Pra melhor compreensio deste eondrio, recorremas 8 Castel (1908), uma vez que ele earacteriza o estada de pebsezs. como reeultedo de varias rupturas de vinculos, e no exclusivamen te & questo econdmica (motadia, rendimento,higiene). O que roduz a vulnezabilideds 6 0 efeito da intogregds (ou nis) pelo ‘tabalho 0 a inoorgdo (ou nio) eoctofamiliar. Ascim, postula 0 ‘comoaito de destilagio, que conjuga estado de precariedade do ltabalho com a fragilidede do elo soci. Para Silva (2004), este novo tipo de relago entie a questo o trabalho e a da pobreza evidencia as conadigses de modo de brodudo capitalisa, A desreguiagio da organizacéo do trabalho Dreaiptara o que se convencionou chamat de “questéo social 4 seja, uma reorganizagdo do mundo do trabalho. A partir disso, ‘omega a exborar-se a segunda configuragSo do social, eviden ‘Gando um novo problema que poe em ris0o processo de produ- ‘ode riquezaso fendmenc das mulidoes, que ameaga a ordem ‘S0eal, Embora esta fandmano nao fosoe novidade no século XIX, “6 negse momentn que se toma objeto de estudo especifico em. fungao: da ameaga crescente de ruptura dos equilities socais, 19 desencadeada pelas contradigoss inerentes as novas normas da Sodedade induserat” (. 17. Paulatnamente, 0 socal passa a der um probloma para 0 Estado (o a sociodade) quando este o> v6 ameapado de perder o contole da stuagéo em fungéo do fenérmenc das malidées que ae inteneiic, Nesta segunda con fiquragio, o socal co tomna um objeta de conbecimento, um now dominio de saber, motio polo qual as multiddes ao traxsormam fem alo do investigngao, © tendmena das multiddes certamente desernpenha tum papel decisvo nesse processo de objewagao do ‘social io apenas parque aineagava uma cata “oF dem eoctal” as, fundarsntalmante, porque suse relvindicaeGee tomavam denies af contadigees Inerentes&dinmica do pojto liberal Por ease mot wo, as multkites vio se tomar 0 alve de uma invest dopdosistematca (SILVA, 2004 18), ‘No apenas o fenémeno da multdo passa a ser objeto de stud da psicologia, mas também a vioéncia, a desarganizacio ‘Social, Ha “uma complementaridade entie 0 que chamamos de lum segunda configuragéa do social ¢o advento das ciénias hu: ‘ianas © que resulta na emergéncia de um nova campo ce saber (que marca a invengao deste terrério denominado de Psicologia Social” (SILVA, 2004: 18). A autora questiona se é a paioalogia ‘que vai buscar o social ou ¢ 0 social que busca a psicologia. ‘A.ameoga social das multiddes se torna um problema que sdemanda intarvengées, tornando o social objeto de conhectmen to parg aa ciéndias huranas, A Psicologia, a partir de um con: Junto de agées estratégicas, tecnologias, instlilgoes ¢ saberes, val tontar dar conta deste objeto, Se lembrarmos das respostas dos académiooe frente a pergunta "O que estuda a Psicologia Social?”, elas parocerdo coetentes: “Ea psivalagia que trabalha com gnupos, 1a comunidade'; “Néo é.a peicalogia que trabalha ata populaeéo carenta..2" Nao podemos dejar de mencionar que, neste cendtio, o¢ ditetos poiticos também emengiram no século XIK em resposta fas terriveis condiqoes de vida da clase trabalhadora, que paseou a exigit o cietto de organizacio om sindicatose de participar da Vida politica, reservada aos progrietiris (PEREIRA, 2006) Ja o 2 nascitenta dos diets sociale, no sieulo XX, 6 weeuitado das Itias enltentadas pela clase uabaladora dead o século ante- rr tes se eferem co tencimenta das nevessidedes humanas pisioas, como alimentagdo, habitagdo, assisténcia, sade, et aoéo, 0U Sq, “a um minime de ber-estar econdmicn © sou range, a0 ditito de participar por completo ca heranga sociale jorat a via de um ser cviizado de acordo com as paddies que ta sociedade”. Os diets soca, juntamente com {3 cis eos politicos, conser as ts dmensbes da cidadania ‘spud OLIVEIRA, 2007: 7. A etetivagéo des diets socks GA auclada Bs condigdes eccnOmicas, ou soja intr Yeneio do Estado. E est, am de seu papel paitco, sempre desenvolven apdes econdémicas em pr da empresa capitalist sta tensio permanente acareta a difculdade em viabliza po IWieas sociais publicas, nas quais “a luta pela univessalizacko os direitos socialise potas a busea da iguldade como meta os dietos soca so caracitistcas de véclos mometiase de- ‘Garages oonstrudas pelos homens, prinipalmente a partir doe scales XVI, XIX © XX" (COUTO, 2006: 49) ‘As prdticas da Psicologia na assisténcia social Cena trés: Ano 2000, Primsir dia de aula na doutorado em Psicslogia. Cada sluna se apiesenta bevennte, indicando seu ‘tisntadora) ao fina, fala qual 6a tematica do projeto de tone ‘Uma voz forte, denotando orgulho, profere: “Infancia e polite iblcas"! Olhos espantados e logo ecoa a indagacio: "Mas, 0 que isto tom a ver com Psicologia?” Ha apenas uma décads evdencvamos (eviviamoe) 0 esta: ‘thamento da relagio entre Pecolociae palticas pblicas para a Infércia, Contudo, as prticas da psleologia estavam presentes antes da assisténcia social se constituir como politica piblca, Sendo que esccihemas a tensio entre as conceposes “suite de Geto” e “sujeito de caridade" para dialogar sobre as prions 2 psicologia na ronelra com as poticas patlicas de asistin 2 vocal. A expressio “suet deeieito” a6 comeca a set menesonacs cea Conatituigdo Padaral de 1998; a6 onto hava tions ce a ‘assisténela social, ands 0 objeto destas era o "sujlto da carida- de", aquele que precisa de aluda por algum matvo, 0 desvalico, © pobre, enim, podemos associat com a primetta ‘configuragio do social. Rntetanto, caracterizamos este perioda (de 1996 até ‘agora) como de transigao, ou ja, um prosesso de incorporaG4O ‘da nova concepyo, O “sujet de ditetio” nao é somente pobre (ainda que possa set), mas o desfliaio, conforme propoe Castel (2896), desttiado vonjuga o estado de precariedate do trabalho ‘com a fragilidade do elo social lucind a ruptura, desqualifica- (980 @ invalidago social, atreado ds vias de sua produpdo, o que 6 derente de conoeita de exchusdo que sugere uma condigéo festanque, designando estado de privagéo. Assim, o procasso de desfiagdo ¢ continuarnente balizado pela chamade zona de Vul- ewablidade, [No documenta intitulado ~Tipficagdo naclonal de servigos ssocioassistenciais” (BRASIL. 2009), tanto a conoepeto de “suieto de direito” como o conceito da vuinerabilidage foam avidencia- dos, a medida que os Gestinataros da protecéo sacl hasica sto ccaracterizados como “familias em situacao de vulnerabilidade social deconente da pobreza, do precario ou lo acesso aos servigos pibliogs, da fragiizagio de vinculos de pertencimento ® sociabllidade” (p. 7). Por cut lado, siwagies cotidianas noe és mostram a tensdo entre o sueito da caridade e ado diraito, (Uma dela, bastante discutida, ¢ quando o psicologa ¢ interpela- do por um pecido de casta bisica, em que a solicitante diz nfo ‘ero que comer, bem como seus filhos, Pomeoer ou ndo a cesta tem sido um cilema de muitos psicdlogos; alguns argumentam ‘que dar & cesta 6 eminentemente assistancalista ogo. no do Outtos consideram que fornecer “nip ensina a pesder", 0 que {ger podides recoprentes. Multos pesam 0 contexto do pedido, bem como a histéria da solictante, pots ceennhecem que ne- ‘gar ajuda, em alguns momentos, pode ter como consequéncia a fome da familia, Também esvatamos psiotlogas dierem: “Ser ‘caniga, sem anzol e sem peize néo tera como ensinar a pesca, 6 preciso dar 0 patve mesmo!” "TS com fome? Sem culpa, aqui std a sua costa Se tomarmoe a concepedo de histéria para Foucault (2001), ‘iremoe que a politica publica de essisténeia social 8 um campo do forgas etn uta, onde discursos, préticss, saberes se produzem a ‘90 conftontam, onde um certo moda de funcionamento se he- ddentre cutras possibilidades. A partir desses embates fmergem saberes @ préticas dominantes que constiwem oertos todos de vida, Nesse sentido, a trajetcria no linear, nao é na~ ‘eral, mas 6 construida, & medida que indaga sobre as condigoes (que permiter ao homem reletir sobre o que faz. Tem presente O aliestionamento sabre came 0s diseurs0s telacionsmn-se com cestratégine de poder, que efitos produzem na tama social e que ‘ubjeividedes proczem. Esta tenséo enti 0 “sujeito de dieito’ @0 “subito da caridade" esta presente no campo da assisténcia ‘social, onde os usuitins, muitas vezes, so voem como sueitos da Caridade, ‘pedintes": de cesta basiea, de ingresso no Programa ‘Bolsa Familia, de valo-transporte ete, “JA que mencionames o Programa Bolsa Familia (PBF), faca- ‘mos algumas rellextes. Ble fi langado em 2008, portanto, antes {do Plano Nasional de Assisténcia Social, com a perspective de ‘combater a pobreza e a fome no pals. Tembém prioziza a famt Wa coma unidade de invervengdo © destina-se as pessoxs em sttuagio de pobreva e extema pobreza. Elogiado par muitos, também reoobe duras criticas por ser considerado um programa ‘aisiotencialista. Contudo, considerando @ tensio “sujito de di Tefo”e "sujeto da caridade”, como compreender a contiapartida {eondicionalidades) do programa, nas areas da said, educap0 ‘© assist@ncia social? Se o PBF fosse concebido exchusivamente ‘eoino um direito soctal, por que a exigencia de condicionalta- ‘des? E se, como aponta Castel (1998), a zona de vulnerabllidede ‘std atvlada 4 precariodade (ou auséncia) de trabalho, ¢ de es- ‘wanhar o poueo investimenta em programas voltaris gerarao ‘dp emprego e renda. Entéo, aquele velho ditado, “nao adianta ‘dar 0 peixe, é preciso ensinar a pescar”, pade parecer ultapassa: ‘4b, quando muitos eahem pescar e pescam (rabalham), mas nao ‘eonsequem assaguras independéncis econdmica. Mais recen: ‘emente, Castel (2011) vai dizer que, em fungéo da degradapo -cescente das candigies de trabalho, ha ums nove condigdo de “tabalhaciores, os trabelhadores pobres, Abrimos exe tem afirmando quo o psicdloge ingrassou na ‘zsisvincia social antes dela se constitu como poiitca publi- ‘2, muito antes da obrigatoriedadle de este profissional comport w e um estietamento do mercado de trabalho @ um frestimerto cesordentado das areas anas. Nesse vento, os Chamados menores tomnaram-se um problema do poder public, Jogo a preocupagao com @ gestio © a tutela dos chamads pe- go90s, istituindo-se a nogio de periculsidace, Para Pouca (666), of indivduos passam ser considerados pela virtualidade {de sous comportamentos © ndo por inflagdes efetivas, sendo que, fa partir dessa noglo, formam-s2 uma sine de istitulgoes no nvoddas insttuigdes de sequesto, cua finalidade & thar os i tlviduos a eparelhos de nrmatizagio, buscando enquadri-los © ccontoli-os no nivel de suas virualidades, #8 nease sentido que a inserco do psicdiogn junta a Fun- dagio Nacional do Bom-Estar do honor (Funabem} ocartev em 4QU4. Daquela época até o advento do Estatuta da Crianga © do “Adolescente (ECA) as praticas polcolégicas conststiam, major- ‘atlamente, na elaboragso de ectudos de caso @ laudos, 0s quais fenfocavam @ etiologia da infagdo © as causas da suposta “de ‘sagregacSo familiar, Os laudos daquele period toproduriam 0 ‘Padraic das elite sociais no quo diz respeito a familia, ao trabe ‘hod moracia, 0 fate de um adolescante no ter a presenga da ‘pains familia era eonsiderdo do uma familia desagreqada ef “ou deseetruturada, Ou soja, o fator detorminante que permitia inclut/excluir estes jovens om cortas medidas de ressocializa ccrupen de Gas © Cras, Opatunolombanmos quo Fovca ‘afitma que-a Psicologia se conforma enquante ciéneia prestanco Servigo a scree Lo ola. cost pum eae ce produgao de técnicas @ métodos psicolégicos para descobrir a Ineraitade do navidu,onoomaete enim, peta tig) ‘edge, medina, dicta #nogue a Pscoegetetanco “dar con das ices demandes ela ended Sia na cl poenclalment ul? Embora a profissio de psichlogo tenha sido reconhecida em toe o uso pt 6 se enertave dsernado em algunas prtaa no campo fue, como no Latomro de Biooaia Infant, p80 atexo eo Jeno do Menor, todo om 1985 fare abjptiaa sod © jue em aun ungon de bor © diab a canes ue neomatvar do pag waitn cia das instituigées. A Psioslogia apresentava-se como um dos Insurers (tet) opens do determi ao cans "oa. vi do mena”. Oran pleabigco posure onl itl a exnes © amine de bie pig De tcord coma falades co Jusa do Manors do cave, conhce: esha @ catia clan, oLabortie do Boo ‘gia Infantil langou méo de dois assuntos de caréter psicologico: S ptstenlo eo eid da peeenalicc da sng. Aan 6 invngogo em eld mediante oo de tae obo nove aster, mae nogatar © dsvan, eneiocande.0 8 | gapem agen sodoerenémica do cus fis MARTINS & nomads. Bees fa, ce saben soos epootion | BRITO, 200) tents @ ponent nicl, gtinou etude de exis - o desgpieari ce erga © jew pobre eeingaentsn, | AEC d pesuposio de que o "nena cam cna wre denture woectante ecuatos aon ace epooce | GeNttament", «ack conta da Funaben fundanentowse dawn, evade aso oc apacton | ack th ROE sociais que compéam 0 “desvio” (OLIVEIRA, 2001). — -Padagéio fi oalidado de poetiliar a "resdoeae" © a anogragto™ co Buleao (2002) assinala que a preocupagao em criar agbes “thenor" a sociedade. A Punabem voltava-se para a utilizapao de votadas pra etndimens de ciangaseatoecntesvinw- | ates Prevent capass de era qv 0 "ment las come wise de urn rane congente dex po- fesse no processo que lovaria & marginalizagéo, & medida que @ pulagSo vivendo nas ras das grandes cidades, como resutado | marginalidade representava um fator de rico ara a ordem @ a {de mudangas econdmicas e palitieas, camo o fim do regime de Dar soctal (PASSETI, 1909), tuabalno escravo ea imigraggo de trabalhadores europeus, acorn- I sonia wlohe, ft ‘assistoncial, também a heranga dicetémica da Medicina ge faz Clase taps ia x fecietalts aber cadence Dresents (enido/dosnga, scrmalpatetéaice), onde ao rsslogo a % cra fou é) demandado um diagndstico psicolégico para desvelar 4 “Teal esséncia do inewviduo". A partir dese, 0 Judicnio res- Dalda-se centficamente para emitir um veredto, Segundo Ayres (2002), as prticas psicologicas foram ganhando espago e afi ‘mando-se como procedimento clentiico produtar de vercads, ‘0 prooessn de abertura politica no pas passibitou ainda 08 especialistas de érea social ganharem maior visiilidade ©, com cs seus saberes, desqualificaram a vida de crianeas pobres. Interferindo em sews destinos, na medida em que apontavam ava ume estieita conaxdo entre a criminalidade e a pobreza (COMMBRA, 1996). Coimbra e Leitio (2003) assinalam que tudo (que escapasse ac modelo de familia sadiae estruturada, com 30- ‘hos de ascensio social, era considerado perigoso. devendo ser banido, Dessa focma. duss categoriss sole a juventuce foram preduzidas: a do subversive e a da dogado. ‘Acreditamos que hoje, mesmo ands a vigencia do ECA, al- gums préticas psi continaam a fortalecer @ cenga em modelos hhegemdnicus, s6 que com outta maquiagem. Seré que no es- ‘amos substitundo o bindmio “crlanga/menot” por “crianga e ciangas em situacio de risco"? Ou mesmo “tamfias”e “arias vulnetéveis"? Da mesma forma permanecemes com o Dnéato: ‘pepulago em perigo” x “populagée perigosa’. A populagdo fom petigo ¢ aquela que necessita de protegSo, as erlangas ino- centes, enquanto que a populagio perigosa ¢ aquela da qual a sociedade precisa se proteger, vinculada & seguranga publica, no & assisiéncia social. Entetanto, # chamada "populagSo em petigg" vive na frontetta, pols, ortunda de “Tamiias vulneréveis", ome 0 risco de pertencer& papulagéo petigosa; logo, a uigéncia de agies considetadas proventivas. Qual ¢ 0 foco dassas apdes? Como a familia toma-se central nas intervengbes das pollticas -pblicas de assisténcia social? ‘Entre praticas psicolégicas o politicas piblicas na ‘aseisténcia social (Cana quatro: informes; os dos do Ministério do Deven ‘volvimonto Social ¢ Combate & Fome!Secrotaria Nacional de As sistancia Social apontam que, em julho de 2011, em tone de 26 {8 mil psicdloges estavam insridos nos Cras @ Creas do pas Pesquisa Sob Atagio dos Psledloges no Cras/Suas, divulga- a pelo Cento de Referineia Técnica em Psicologia © Politicas pblicas (Crepop) erm agosto de 2010, afirma que 85% dos psiod- Jogos que tabalham nos Cras tém entre 24 © 31 anos de idade, eo tempo de atEiad 6 de até 2 anos em S2% dos psicslogas Siem rela780 0 tempo de atuagao no Cras, 2% tem até 4 ance. Conforme colocamos em outro trabalho (CRUZ: HILLESHEIM A GUARESCHI, 2006; 48), “as praticas pst, ao constitute uma infci ita coro ia, deseve, normal, produzem assim una verdade sobre determinados modos de ser e viver a inféncia’ ‘Nesse sentido. abeaar do ECA incorporar importantes questio- amentos NO que Se refere s politicas sociais para a infincia, pardura uma Noto compensatria no que oe ere ds exiangas @adblescentes Potnes, pois sio compueendides como caretes € fm stag de x Se a pobreza ests etrelada a chamada questo social, no 2 caractetizando como um atrbuto do indviduo (poe), como leconiza a concepesy do "sujeto de dirato", quais os efeitos tas praticas de abrigagem, por exemple? O BCA determina a Broaléncia das medidas de protegdo que vise fortalecet cs vin ‘los familar © comuntirins © enfatiza que a pobreza socto- famiiar nao justtica o abrigamento de criangas ¢ adaescontes. ‘Acresoenta ave “a falta ou caréncia de recursos materiais no ‘onstnut moivo suficiente para a peréa ou suspensia do pétio oder” e que, "Ndo exstindo cut motivo que, por si 86, autorize ‘decretardo da merida, a crianga ou adolescente sera mantido gn sua aera. ofigem, a qual devera obrigatoriamente ser m1 rOGtamas ficials de audio". Apesar de crianga ‘lo poder Ser rettiads de sua familia por motivo socioeconémt- ©. © questo Pobieza sind determina grande patte das abriga- Metios, epesat de encontrarmos como motwvo de ingresso uma o ‘Gue consideramos substitutiva: ‘negigéncia dos Pals’ Ou sefa, Como a eondlieéo sociceconémice nao fustifca 0 als, até o impede, ¢ precio enconte Otto MO SB foe Fo epee YTD CRSFOP Dein CAS ‘at anon PEEL a tivo que o fustifque, A chamada “nogligéncia dos pais" pareoe ter sido a altemnativa encontiada, Contudo, a familia acaba sendo ‘culpabilizada por sua condiqao econémica, alérn da dscurso que ‘desqualifca os pais (FONSECA & CARDARELLO, 1999; GOMES. ‘& NASCIMENTO, 2003; CRUZ, 2006; NASCIMENTO; GUNHA & VICENTE, 2008), ‘Para Passat (1985), enquanto 0 Cédigo de Menores real- ‘ava a Gssificacao das criancas e adolescentes de aoardo com sua insergo no trabalho e sua conduta, estabelecendo graus de: Deciculosidade que se originariam na familia, o RCA iré definit a situacdo sodtosconémica como fundamental para comproen- dermos as condigdes de emergéneia da inténcia em sttuacao de isco, cabenclo 30 Estado, em conjunto com a soriedade civil, ‘foumular politicas socais piblicas que deem conta desta ques- ‘io, Nesoe sentido, conforme ja aponiado, a laslagbes relteram ‘que a familia deve ser prorizada, eo foca da atengao (integral) 'sdo as familias consideradas em situacio de vulnerabilidade so- ‘cial efou de tiseo, [Lembremos que a concepg#o de vulnerabllidade social tem ‘ pretetisio de superar e, 20 mesmo tempo, lnoorparar 0 con ‘cato de pobteza, pois faz releréncia a um procasso em vex de ‘um estado, como € 0 case das nogies de pobreza ¢ exclusi, ‘que se imagina permanente, estético. Hillesheim 2 Cruz (2003) sdestacam que a partir da nego de vulnerabilidade "abre-se es- [Papo para @ possibilidade de intervene, isto, diminulndo-se a 4A nagigtcs it i en depnido como moto dings que ak ‘isos ange Hn el acon. oes Lewataneta Nace de A [SLA 2000 pont que secs paca woos gansta eo 9 ‘tema ner alia oandena pos aroma 18508). viens dont (1.032 depend gums de pa a pms (11283 ‘Sa vinta do rus 7) Ma tude ae, S26 er ngs eo moa bezslilar A extemspodrean nbn em ago sme pedi deg sags co xa 00 oe ane, gunn ize Rr). a lo ul mun lrantanectn evans ala [oso Comes Fume oto. ee ort de gos wet 8 205 treats age 1 ‘ave CEDECA 01 Swot de i cd tae tc oats neg ‘lin am SDS da uses Ba Tart Ale a pervea ametn da Rada ‘erocioBacil cnt cu 9% dosiogrses ofa pb muvee bla (aaros 28, 2 ubersbilidade modiante aces mtigadoras, pode-se diminuir 0 {iso &, onwequentemente, 0 perigo"(p- G). Alogiza #calcada fia prabebilidade: “Quanto malor for @ presenga de faxares 40 9, maior vlnereilidade desta populacSoe, portant, maior ‘pusiblidede da ocorténcia de aigum dan, fazendo-se neces ria 2 inervengao sobre o petigo, deslocande-o de una ordem do amporderivel ¢ trmando‘0 passvel de previsio © contrle" o.8. ‘Canforme Foucautt (2009), o problema do governa® emerge ‘com intonsiiade no século XVI, senda que, em um primeko momento, a familia fi eleta como foo. A noo de govaena relaciona-e8 aqui com a intenoio de aicanger determinadas fina Idades, ro sontidn dee dispar das coisas partir da uiizarda mais de titioas do que de leis. Com o creseimenta demoaréfion 1o século XVII, surge o problema da popula esta passa ae dbjeto de vinianca, ands, intervengbes ete. Dessa maneita a {aml como modelo de gavero, cea ugar & populagio, visto Aue esta tem regulaidades e efitos prénrins & sun agtegacao, {5 quals nao sao ecttiveis famila, Por outro lado, emboano ‘ais modelo de governo, a familia passa a se constitu como Jum segmenta importante de interven, uma vez que, quando 4 pretend obteralgum daco a respeito da populagéo, & pala familia que se deve passar Para Schesiar (2006), a familia constitulu-se como tfaréncia ‘mmediata do individun, tormandorse fooo priv egiado no Ambito as campanhas saniérias, no dscurso pedagogive, 10s espa ‘05 jurkdicos ¢ nos varladas programas ¢ servigos de assisténcia. Social este vio acréscirno nosso). Dasse modo, ocore uma Tatunlizargo de uma estrutwa socal apart de uma parspoct ve individulizant, sustntada no bindmioindividuodtamla, A Jndividuaizegdo como inter vengao as problematicas de produ (0 social pesaiilta uma weflexdo sobre as rarsformagies que 0 Contento falar vem sofrendo no consemparnoa, So hd vempoa ‘familia perpetuava lagna comunitarin, estabelecendo wn con ‘vio pablico pelo qual perpassava a educa e o culdado dos A qs do govt pa Mic Roza eka ae cp 08d on, 23 sujltosnelatmplcados,atuarieite vem tomando-se um nileo pvado,responsabllizado pela apbes de seus membros, ‘A.autora demonstra que a familia, no mundo moderna, tor- ‘ou-se um dispositvo de prvatizagéo do social. um eepaco pri- Vado no qual a referencia est no individu. E na familia que in- ide responsebilidade pelos sults, o que permite que sejam conwocadas legalmente “para responder por qualquer movimen- {tw tio como fora dos padides de narmalidade insttuides"(p. 60) 'Nesse sentido, a5 familias so convocadas a explioare responder ‘oles agbes inadequadas de seus fhas, sondo sobre as mesmas ue recai a culpa do que mo tanseome dentio do eaperade, Farnlias que, pela condicdo ecanémica o socal, so multas ve- 298 atoladas ao discurso da negligtocia. da falta de cuidados e desiteresse pelos fhos, Para Scheinvar (2006), “o sequestra do ‘dreito a familia vem ocortendo pela intervengso na relagao com 9 fhes, senco esta uma das fungdes de cettas equipamentoe ‘soctais, je em da, a escola. os consulttios médlioos e pa oligos, o judo, 08 abnigos,o etteere, os conselhos tute lates et." (p, 80), Imerogamos ainda se algumss interwengdes ‘hos Gents de Reteréncia de Assisténcia Soctal também nao tem 2 centro em diagnosticar, patologizar as familias, attibuindo lassifioagdes como desestruturedas,disfuncionais ete Considerando que a crescente demanda de standimento nos Cras 6 Croas € uma quebea reconente dos pscilogs,alestamos areas pati de sebreimplioagdo, decarentes do modo de en ‘romamonto excessive demands, tao que ‘A gente ndo conse gue dar conta requentemente ouvido ¢profeido nas unites f enbontos. Pa Coimbra o Nascimento (20072 conga no 90: brovabalho eno ativsmo das pritcssaodera a neresscade de se obtersoluptesrépidas e competentes pelo actiml de areas © a producto de urgénca que, aos ao conteto contempara neo, onde 0 tempo parece reduzr-o0, rj as wins 8 acer as solugdes, mantendo o institda & medida que sobra pouce espaco pare a reexdo 0, dessa forma, a ago dos operadctes de diets (e psicdiogos, asistentes soctats, ecducadoves) se torna também individualizada e dicotcmizada pois nem aticula com ‘rede de ateneimento, nem fomenta aformagao de coeivs. No ritmo das uigéncias cotidianas, problematizar a pxépria demand desenfreada e nossa implicagdo talvex seja uma for 30 > jamenta de intervengo possivel. AS conas tls e quato, que brvom as das akLmas s290es, evidenciam que no imtervalo de tama década passamnos da surpresa de que “inféncia © potions piiblicas” seja um campo do psictlogo para a cf de 99 rl pa btlogos atuando nas Cras e Creas, O reegate da histori recente fo dU se reoto é praticas da psicologia na assistineia social também mostrou que maitas ages pautaram-se na dleotomza (Go novmal/paolonicn, familia esrurwrada/desestruttad, an ‘Ge culpabilizar as familias por sua condigio socicecondmica Podemos dizer que 0 discuso clentfco vem produzino subjet- ‘idades deoqualiicadas, colocando os suetos em uma posigeo e futela em relagio ao conhecimento dos especialistas (CRUZ; HILLESHEIM & GUARESCHT, 2008) Para finaizar, questionarnos se na andlise de nossas implica- Ges, das especialistas da Psicologia, nao estariamos contribuin: ‘ e até fomentando 0 acimulo de demandas e taretas, "Que ¢ ‘gente ndo dé conta" ..além de culpabilizar familias, audar na ‘manntenco da norma, psicologizar frente as questdes suciais, tdassiicar © catagorizat a vulnesabilidade social, enfim, até que ‘ponto nossas agées no tém se configurado como dispositives de Conttole sobre as familias @ a8 sujettos? Langamos, entdo, alguns Gesafios para as préximas décadas: estranhar o que nos parece familar, articular a dimensio politica na formacka em Psicologia lepaliticas piblioas, propor agies que néa operem na perspective 68 normalizarSo, enfim, acreditar na poténcia dos suetos. Referéncias ‘AYRES, LSM. (2002), "Netutalizando-se a pecda do vinculo fa: Milian.” In: NASCIMENTO. M.L. (ong). Pvotes: a produgto de Infincias desiguals, Nter6/Rio de Janeiro: IntertextorOficina do ‘Autor, BRASIL (2004). Politica Nacional de Assisténcia Social. Basia DE: Ministerio do Desenvolvimento Social e Combate Fome/ Secretaria Nacional de Assisténcia Social (1989). Canstituipgo 1988 - Dispde sobre a Constituiao a Republica Foderaiva do Eras, Brasilia: Dirio Oficial da Re PPblica Focerativa ca Unizo, a

Vous aimerez peut-être aussi