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FUNOAGKO EOITORA OA UNESP io Hume Bontin Gere onto EtilAcndbico Deloria Calo Fare {lsu Aron Rebello Cocke Elasbu Gareth Succ Kain Corre Mora do fori Longo Nera Mate Encrogéo Slito Spole Mata Helse Maine Dat Mos Femondo ologne Poo loud Bondo Son oben Andes Kaen! dove Astentos ‘andar Nobora Denia Keldnion Dogrin Did Bestone Terry Eagleton A idéia de cultura Tredugdo Sandra Castello Branco: Reviséo técnica Cezar Mortori itor NESP 12000 Tey Egon ado fi pba pn xa com Bacal ablshing Us, “Cord edu pla hndagto Ela Unaep do arnl an ns [Atetperabiieds pula FodugSo 4d Fundabe Eo Unep onto (ho cel biting Us Pao gal em gt: The eo of Ce ©2009 do wad bra Fundosb Era da UNESP (FE) Proje da, 108 1001-900 ~ S40 Flo SP Tels Oat) 3202-7171 Fos: [O11 9242-7172 meena com be Teuedicr oer. br hears, cago na fn Sina Nell dx Eres de Les, Eeglton, Try, 198 ‘ii rer apn: te Se Cala ‘Nest 2008 i: “Wag de The ie of cure Incl bibheyrae Wan es.7199-500., 1. 2 ormederniams 9 Costa 4, Netera tie. ost64s 00 308 _ couater ire lo: exam azay rit. A palava, assim, mapeia em sew desdobramentosemanti- 0 a mudanga histérica ds prépsia humanidade da exstencia rural para a urbane, da criagio de porcos a Pieasso, do Lavra 0 solo divisfo do tomo, No lingusjar maralsa, ela redine em ‘uma ica nglo tanto a bate como 2 superestrutura. Tver por detrés do prazer que se espera que tenhamos dante de pes: fous “cults” se exconda ura memésiacoletva de seca foe. ‘Mas essa mudanga semfnica também paradoxa: $8 0: habl- tances urbanos que sfo “cltos" © aqueles que realmente vi vem lavanda o solo no o sto, Agucles que cultvam a terra ‘sho menos capazes de cultivar si mesmas. A agreultura nfo deixa Hse algum para a cults. ‘Atalz latina da palavea“cukura® coe, o que pode signi- far qualquer coisa, desde cltva ehabitar a adorare pre: gen Seusignifieadade“habiear” evalu do latin colnus para contemporineo “colonialism”, de modo que ttules coma Cal taraecolnialions so, de novo, un tanto tautogicos. Mascoere tamblm desemboc, vis. latim eli, no erm eligioso “cul {9", assim como a propia idginde cultura ver a Made Moderna acolocatse ro lugerde um senidodesvanecentededivindadee transcendéncls Verdades cultrais -trate-se da arte elevada ou das trades de un povo rf algumas veres verdadessagradas, a secem protegidas« revecensadas. A cultura, entéo, herda 0 0 ‘mantoimponeste da autoridadereligoss, mas também tem ale nidades desconfortivels com ocupatio einvasio;e éentre esses dois pos, postive e negative, queaconceito, nos das de hoe, est localzado. Cultura & uma dessas sara ids que tm sido to essencias paraaesquerdapolfica quanto sto vital paraa let, que toxna sua histriasocialexcepcionalmentsconfs- sueambialene, ‘Se a palavea “eultura®guarda em si os resqulcos de una transi histrica de grande imporincia, la também codificn vias questes Hoses fundamentals. Neste dnico terme, entram indistintamente er foco questées de liberdade ¢ eterminismo, ofzer eo softer, mudangs eidenidade, o dado ¢octiado Se cultura significa culivo, um esidar, que & ativo, dagulo que erescenatualmente,otermo sugere uma alien ‘entre artificial eo natural, ene o que fazemot 20 mundo eo {que 0 mundo nos fas. £ ums nogio “ealets, no eentide ‘epistemoldgic, Lque implica x exstincia de urna matress ou imatéiasprima além de ns; mas tem também uma dimension construtiita, jf que esa matériaprima precisa ger elabors- da moma forma humanamence significativa, Assim, rata-se ‘menos de uma questo de desconszuir opoigfo ene culta- rae natorera do que de reconhecer que ote “cultura jf & ua tal desconsteugéo. ‘Numa outta virada daltca, os meios cultural que wst- ‘nos paa tansformar a naturezasio eles prépriosderivados ‘ela Iss0 & expresso bem mals poeticamente por Pollsenes em Un cont denver, de Shakespeare, “davai & x matareaaprimoads por esi gum Sento por um melo por ela prépria eto assin, ade Dace que, dts, comb & matress eth ua ate (ue natures fr. Esta ume ate gv De fto, mehora a nauress- metho, anor Das ees are la mest natareza, (Wo coat) Anaturezx pod cultura que ransformaa natureza; esse & ‘um motivo familiar nas assim chamadas Comédias Finals de Shakespeare, nas quais a cultura vista como 0 melo da auto- enovagio constante da naruceza. Se Aiel em A tempetede & todo umm agiretfreo« Cali todo uma inéciaterena, uma inceragio mas dialécica ene cultura enatuceza pode str en contrada na descrgho que Francisca fax de esdinando, savas dose a nado do navio nauragao. Seo, le ten ete io, Veo por cm das ons, gopelas, Ea ennlgarsherodorin, iow a puss, ‘ja enimosdadearemeszou ao longs, pondo opto ‘Kamas volumou vag que efectos ont oust ‘Acie de bios ons le macina, emando ‘Ral mesma, com eeu bragr Foner em besgada igerosst ‘ita prain (Ato, Gens [Nadar & uma imagem apropriada dessa incerago, uma ver ‘que onadador criaaivamente a corrente que osustent, ma ‘ejanido as ondas de modo que elas poss responder manten doo 8 tona. Assim, Ferdinando “glpsia as ondas" para "aval gardhes 0 dorso", ilha as Sguas,aremesse,opbe o peito & rema-se num oteano que nfo é de modo algun s6 um material Abc, mas "belicaso", antagbnico, eecalctrante A moldagem ‘humana, Prim, Gexetamente esa cesistnciaquelhe permite atuarsobre le, A natures mesma produ os msi de sua pr pris transcendéncia, mais ou menos como 9 “suplemento" de Dertida Jest contido em qualquer coiss que complemente, Como veremor depos, existe algo estranhamante necessrio scorea da eupersbundincia gratuita que denominameosculera ‘Sea naturena & sempre ce algems forma cultural, eto as cul: turasefoconstruldas com base no incessantecrdfego com ana rureza que chamamas de traalho, As cidades si constuldas tomando-se por base acl, madeira, ero, pede, Agua asta por diane, eso assim to naturale quanto silos ras fo culturals 0 gebgrafo David Harvey argumenta que nio hé nada de “aminatural” a respeto da cidade de Nov logue, e duvida (que poves tribals possam ser corsderados “rie prdximos da raturea" do queo Oekdente! A paiva "manufrs" orginal- mente signficavahabildade manual fazer com as mos, & asim “orginiea’, mas velo com o passar do tempo a dent produgio mecnica em massa, ganhando assis (em ingles) uma ruanga pejorative deatifeo, como em “fabricar (manafatre) divis6es em que nfo hi nennims” Se cultura originalmente significa avoua,cultvo ages, la suger ant regulagt come crescimenta espanineo, Ocul tural £o que podemas mudat, mas o materials ser akerado tern sua propa essttnelaautSnoma, a qual eno heemprest algo dda ecalelttocia da natorens, Mas coleura também & uma ques Ho de seguir epras, lato também envolv wa intragfo entre o regulado eo nfo-egulado. Segue umn cegra nio& sila a obedecera umals sia j que implica uma aplicago erat da eget em questi, 2-4-6-8-10-30 bem pode representa ume seqlteciabaseada em ums tepra, embors nfo eps que ils ‘sperara. Endo pode aver regras para aplica egrat, ob pena de um ropesso init. Sem ese eae iit ¢aberto, a8 gras no seram regas, assim coma a palais no seria p Javras; mas isso no significa que qualquer que sea ago posea contarcomo seguimentode una regr. Oseguimento de regres ‘io & uma questo nem de anargls nem de autora Rerss, «como cultura, nfo fo nem purarentesleatrias ner ighda- ‘mente determinadas ~0 que gue dizee que amas envolvem a Ilia de Hoerdade Algutm queestivesseinclcmente exo: ‘convenes colturas nfo seria mais livre do que alguém que fos seescravo delas, 1 HARVEY, Dut, Na andthe apy of Oforn On 186 pie ‘er Ela A ldéia de cultura, nto, signifies wma duplarecusa: do ‘determin orginio, por um lado, e da astonomla do esp- + sit, por outro. £ uma rejelgfozanco do natualiame come do idealism, Insistindo, contra primero, que exste algo na natureza que a excede e anula, e, contra o idealism, que ‘mesmo o mals nobre agit humano tem suas ralzes humildes ‘em nossa biologlae no amblence natural. © fato de que a cul> ture (gue, nest aspecto, como a natureza)possa serum ter> ‘mo ao mesmo tempo descritvoesvalitivo, designandoo que realmente evoluiy bem como auilo que deveriaevolule, é rele ‘ante para eta reeusa tanto do natualsmo como do idealismo. ‘Se 0 conceto se opbe tenazmente ao determinism, €igual- mente eavteloco com telaco ao voluntarismo. Osseres huma- ‘sno sfo meros produtos de seus ambients, mas tampovco ‘ho exses amblenes pura agila para aatomoldagem arbitra daqueles. Se aculeuratransfiguraa natrera ese € um proje- to para o qual a natucesacoloea limites rigorosos. A peépria palava “cultura” compreende uma tensio entre faze ser fel- to, rcionlldtde ¢ esponeaneldade, que censura 0 intlecto desencarnado do iluminismo tanto quanto desala 0 reducto ‘ismo cultural de grande parte do pensarnento contemport- ‘eo, Ela até alude a0 contrastepoltco entre evelugioe revo lugio~aprimeira, orginiea” e"espontnea, a ima, artificial « forgada ~ e também sugere como se poderia ir além dessa antese tia, A palavia combina de manelraestranha cesc- ‘mento ciclo, berdade e necessidade,a kia de um pojeto congciente mas também de um excedente nto planelivl. Ese {seo 4 verdadelro quanto &palavra, também 0 quanto a algu: amas das atiidades que denoca. Quando Friedrich Nietzsche ‘buscava uma price que pudessedesfaze a oposigi entre I berdade e determinism, voltou-ejustamente para aexpelén dade azerare, a qual, para oartisa, di asensacio de: nfo apenas ive enecessria,criativa resting, mas cada uma essas coisas em termos da outa ¢ parece, assim, comptimie ‘ssa polridades um tanto envelheida empobreidass pont a indiscinguibilidade. Hi outro sencido em que a palavea“cultura® end votada para dua dtegoesoposts, pols ela pode também suger una iso dentro de nbs mesmos, entre aquela parte de nde que se cultlvae refina,e aquilo dente de nds, seja © que for que constitu a matsi-prime para esse refinamerto, Uma vexquet culture seje estendida como auiocultsra, ela postula uma dualidade enteefaculdades superiocese inferiores, vontade € eieo, ravi panto, duaidade quecla, enti, propée-ee media tamente a superar. A narueza agora nfo € apenas « matéia podium aerbumano,e 4 arte de sua id exter em armonin ‘om uolade Intivel dete ideal por seo de todas a8 suas rnunfesages cambanes ze aguttips, que pode et dice tid mals ou menos carament em todo invduo epresen. ‘do peo Estado, fora objec, poe assmdiescandaiea na sl ods a eiveridade ds sujet india esos para ean! Nessa cradicfo de pensament, eto, a cultura nfo esti ‘nem dssocads da sociedade nem completamente de acordo com cla. Seem um nivel contitulse uma etica da vida soca, & “SCHILLER, he atc aon of Mat Sere of Leer. Onn 196 p12 cimplice dela em um auto. cultura ainda nto se opSs interes ‘mente ao real, como farsa medida que ua tradgioinglesa de "Cultura Sociedade” for gradualmencesedesenvolendo. Com feito, para Schiller, aculturaéjustamenteo mecenismo daqul- to quermsis tarde serdcharado"hegemonia", moldande cs su jeitos humanos 4s necessdades deur novo tipo de sociedad pollticamenteorganizada, emodelando-os com base nos agen- tes dees, moderados,declevados principio, patios, coneli- adores edesineresados desta ondem pola, Para eazar sto, contudo, a cultura deve também ais como uma espéciedecrt- ca ou desconstrucdo imanente, ocupando uma sociedade Inregenerade a pate de dentro para derubar sua resistncia As agdes do esprito. Mais tarde, na Idade Moderna, a cultura se fornaré ou sabedorlaolimplca ou ama ieoldgiea, uma forma Jsolada de critea socal ov um process profundamentecompo- ‘metido com o stares qo. Agu, num momento anterior e mais animado dessa stra anda € pssivel vera cultura como, 20 mesmo tempo, ui rte dea una fre social rea ‘Raymond Wiliams investigou parte dacomplexaistviada palava “cultura, distinguindo tts sentdos madeenosprinc- pulsda plaera’ Com base em suas ralzes ecol6geas no eaba- Tho curl, a palavea primero sigifce algo como “clvlidade”; , turals «sr aprovadas simples porque sf formas cles fis, Ou, na verdade,simplesmente porque sfo parte de uma rica diversidade dessas formas, Historicamenteflando, exis tia uma cca diversidade de cltaras de tortura, mas mesmo ploalstas sincerosrelutarim em sancionat aso como mals tua instinca da coiorida tapecara da expavitncia humana. Os aque consderam a parlidade como wm valor em si mesmo sio formalistas puros e,obviamente, nfo perceberam 2 espantosa- -mente imaginativa variedade de formas que, por exemplo, pode sseumir 0 raclzmo. De qualquer modo, come aconcece com ‘muito do pensamento pér-madeeno, oplualismo encontra-se agul estranbamentecrvzsdo com a autoidentdade. Em ve de Aisgolver identidades dito, ele as rm pressup6e idenidade, como hibvidiaardo pressupSe pureza Estritamente falando 2 se pode hibriizar uma cultura que & pa; mas como Edward Said suger, “todas as culturas esto ‘envolidas was coos cutras; enhuma sola e pura, ods sipliea. Parasmo e ‘soba, heerogtoes,extrorinaamence dieenclaase 0 monelicas”. preciso lea, ambi, que nenhuma cultura bursa é maiheterogénes do que ocaptalitna Sea primera vavane importante da pala “cultura” 6 coca artiapalita,easegundaum esuetamenoe, concomi- tantererte, una plurlizalo du nog aur modo de vida to- ta, terra € a ua gradual especainago a ates, Mesa agp o signa da para poe ser rerengldo os expe do, jkquecltra, nese senio, pode nl aividade ielee- ‘wil em geal (ines, lost, Eruigio ete), ou se anda soa iia ividades supostamente mis “imaginatvas, como a Misica, a Pincurae 2 Literatura, Pessoas “eulss” af pessoas que tém cultura nesse sentido. Tamm esse sentido da palaves sini urn drarico senvolviment hitrica Sugere em primet ugar, ques Ctl, Flos, Plies e ‘Economia nf podem ser vita comocritvs ou imagina- thas. Sogere também = lhando a east por seu lado mat desanimador ~ que valores "cileao” 9 poder agora set enconteados na fantasia. E isk ,clarament, um comentdio roca respite da realidad coil Sea eriidade agora podia ser enconada naa, ea porque nfo pod ser enc traders nenhum outro lug? TE age cultura vena aig cat erie as are, avdaes restau pequea pro- porcto de homens € mulheres «ila € a0 mesmo tempo imensiiada eempobrecida. ‘A hiss das eonseqtncas dao para as peépls aces ~ ra medida em que se atu eat uma importante signif fo soil de que realmente, sf por demas ges deli pare suena, desintegrandose a parti de dentro ao eter forgatas a epresenae Deus ou a ficidade ou a justia plea = parte de rarativa do modemisme. & 9 pés-modemismo «que procuraaiviar as ares dessa carga opessva de ansedede, Be ‘nstigando-a a esquecer todos eses minosos sonia de pro fondidade,deisandoras assim lives para uma epécie ez08v mente frivola de independ, om antes disso, enretamo, 9 romantism hava tentado realizar oimpossivel ao buscar na culara ead tanto um alteratva polite come o préprie paradigma de una ordem politica tansformada eso nfo ea tio Ail como parece, visto que, ee 0 propésit toda da are eraa sua falta de propésito, entfo a mesmo o mais extavagante ‘esteaera também em certo sentido mals dedicado revolacio- iro, camprometide com ura ila de valor com autovalidag que constitulao proprio veverso da utldade capitalist. A are podlaagora modelara boa vida ila por meiode uma represent- ‘fo desta, mag simplesmentesendo si mesma, pelo que most ‘me nfo pelo que dizi, oferecendooescindalo de sua prbpia, ‘xistnca inutilmente autoelecante como wna exitie len isa do valor de toca eda racional se instmentl. Essa el ‘gio da arte a sevig da humanidade, porém, ea inevitavel- mente aucodestrutiva, visto que confria ao artista romfntico ‘um tatu transcendent em desacordo com asigniiar poll cadesse asa, visto que, na aria perigosa de toda wto- Pla, a imagem da boa vida volo gradualence representa real inacesibilidae, ‘Acaltora era autodestraiva também em outeo sentido, O que trnavaeltica do capitalism industrial era sun afiea- fo de toulidade, de simeria, do desenvolvimento, atodos o# espeltos, dos capaldades humans. De Schiller a Ruskin, ea totalidade & colocada em oposigio as efeitos assimétricos de uma divito do trabalho que tlhe e diminul a eapacldades hhumanas. © marxismo tamibém tem algumas de suas fontes nessa tradigfo romintico-hunnisia. Mas sea cultura € um livre e autodeletante ogo do espiico no ql todas as capaci- dades humanas podem ser desinteressadamente estimulagas © desenvolvidas, ela cambim é urna dia qu se posiciona fre mente contra purtidavisme. Estar comprometide com alguma posigio€ ser inculto. Mathew Acnold pode er acreditado na ‘ltra como aprimoramento social, mas também eecusou-se a {omar partido sobre a questio da excravaturadlrante a Guetta Civil americana, A cultura assim um antidote poltca, mo. Aevanda essa fandica estreteza de mentlidade no seu ¢peio pelo equllbie, pelo ms fer a mente setenamenteImaculada de tudo que sea tendencoso, dtiquilibrado,setério. Na vee dade, apesar de toda a aversto do ps-modernstno a0 hum ismo liberal existe mais do que uma sugestio dessa esteite- 12 de mentalidade no seu prdpro inc8modo pluralist com telacfoaposigées lgidaseinalterdves, na sua confusio entre odeterminado e odogmtic. A culirs, enti, pode ser uma critica do capitalism, mas igualmente uaa erica das pos ‘es que o produzemy, difunder regulam. Ness sentido bas {ante ecene da alata, cultra a0 mesmo tempo sintoma€ solu, Sea cultura é um asis de valor envio presenta uma ceaplce de solugi, Mas sea erudicfo eas ates slo 05 inicos enclaves sobreviventes de claude, eno certament estamos com um problema tercvel. Em que condighes soclals fica a Ccintvidade confnads 4 Misiea eA Poesia, enquantoaCiénca, tecnologia, a politics, 0 tabalno ea domesticidade tomam-se ronotenamenteprosticos? Pode fazer a esta nogfo de cul~ tura a fame pergunta de Mars irligio: Para que aienagio Aeplorivelé exeatantcendncia uma pobre compensaglo? Entretenc,eseaidéiaminoriéeia de cultura embora sje tum importante sintoms de ese histérca, & cmb wma es pci de solucio, Assim como cultura corto modo de vida, ela confere cote textura abstraso Hluminise da cultura como “ Abdio de culture. hilzagSo, Nas corcentes mals féstls da eis terra ingle: sade Wordsworth a Orwell, sfo as artes, em especlal as da linguagem ordindria, que apresentam um indicadorsensvel da {ualidad da via social como um todo, Mas se aculcura,nesse sentido da palavra,cem 2 imediacfo sensivel da cultura como forma de vga ela também herds o vies normativo da culture ‘como chilizacSo. As artes podem rele a vida refinada, mas io também media dela Seelas incorpo, também salam. [Nesse sentido, unem © real eo deseével & mancie de uma politica radical, (s tts diferentes sentldos de cultura asso, no so faci- mente separdves Se cultura como erica deve ser mai do que ura fantasia ecosa, precisa ser Indicatva daquelas prieas presentes que prefiguram algo da amizade c suistaco pelas ‘uals ansea, Bla as encontr em pure na producto ads, € ‘em parte naquelas cleus marginals que sinda nfo foram to- telmentecbsorvidas pel igen da utlidade. Ao abeorver a cule tra nesses outros sends, a cultura como crite entaevtat ‘© mode purament subjuntive de "as" wtopa, 0 qual consate smplesmente en unssespécie de anes elancie, um “como seria bom se" sem bate alguma no rel. O equivlente politi isso & a doenca infantlconhecids como radiclieme de er ‘querda, que naga o presente ent nome de alga fotur alerna- tivo inconcebivel. A "boa" utopia, ao contro, descobre uma Ponte ence o presente eo fuxuro naquelasfrcas no presente ‘que slo potencalmentecapazes de transform, Um futuro desevel deve ser tamblm um futuro exequivel. Ao ligarse a esses outros sentidos de cultura, que pelo menes ttm a virude de realmente existiem, o tipo mais uepico de cultura pode, assim, tornat-se uma forma de erica imanence julgandodef- ‘lente o presente 20 medilo com relagfoanormas qu ele pré- pro gerou, Nese sentido, também, a cultura pode une fto © ‘lor, sendo tanto uma presario de contas do real como uma antecipapfo do deseive. So real contém aquilo que o cont 7 di entdo 0 termo “cultura” esté desinado a othar em duss Adeegbes posts. A desconstruio, ue mostra como wma situa: ‘loacaba forgasamente llando a sua prépralbgieajustamente ha tentativa de aderit els, & simplesmente ur recente para essa nog tradicional decfticaimanente, Para os romdaticas radicals, a arte « imaginacio, 2 eveafle6rica fu comunidades “primitvas” so sinais de uma energia criat- ‘ra que deve ser estendida&sociedade politica como um todo. Para o marxismo, que surge ma estera do romantismo, ela & ‘uma forma bem menos exsleada de energia criatve, aquela da classe opera, que pode tanefigueaaprépriaordem social da qual 0 produto. ‘Acultura nesse sentido desponta quando a clilizagto co- mega a parecer autocontadtéria. A medida que a sociedade civlzaa se expande,chega-se a um ponto em que ela impe a alguns de seus tericos uma forma de refiexdo admirvelmente hova, coneida como pensarento dlaltico, Essa por assim izr uma respostaa cert dificldade. © pensimento disltico surge porque ca cadaver menos posse! ignorar ftode que 2 ciilago, no prépro ato de realizar alguns potencais bu manos também suprime darosamente outros. £ a relagio i tema ene esses dais procesios que engendra esse nove hii tw intelectual. Podeseracionalizar essa contradyéolimitando a palava “ebleag ‘om a sociedad de hoje em dia. 150 6 presumivelmente, 0 sum terino valorativo e contastando-a {que Gandhi inka em mente quando the foi perguntado 0 que cava clliag nglests"Acho que ela seria uaa muito ‘boa. Mas podeste também chamarascapacidades epsimidas de “cultura, eas repressivas, de “ci tude de quea cultura pode agir como wea erica do presente aglo eg ta avi smo tempo que est solidamente baseada dentro dele. El, ‘fo & nem o mero outro da soriedade nem (assim como a “cv: ago" identica ae, mas ce move, simultaneamente, favre contra a cortente natural do pogressohiedrico. A cultura nfo 28 { alguma vag fantasa de stisfago, mas um conjunc de po tenciispredutidos pela histéria bulbar subversi mente denice dela (0 sruque & saber como revlar esas capacidades, a res- posta de Marx sero socialismo, Pea ele, nada no futur sol lista pode see autentlcoa menos que, de alguma manera, tome como exemplo algo no presente capitalist. Se, porém, 0 fato de que o aspetos positvosenegativosdahistéraestejam to csteltamente lgedos € um pensamenc incSmodo, também ‘um pensamento animador, pasa verdade @que a repcessic,& exploragdo ete. nfo funcionariam a menos que bouvesseseres hhumanos rzouveimenteauténomor,refeios etaletosos para ‘explora ou serem explorado. Nio hd necesidade de epsimir captcades criatvas que no existe. Essus, certamente, nf s#loas melhores rzées par egos. Paree estrano er fens sereshumanas porque ees sia capazes dé ser exporados. Mes ‘mo asim, & yerdade que aquela prétcas cltrais mais beng ras que conhecemos come cla (ure) esto implies nt propria exiséncla da injusig. S alguém que recebeu cuida- los quando cxlanga pode sr injusto f que, do conte, ele ‘nfo mal exetiia pars estar cometenda injustigas. Todas as culturas dever neu priests como a crag educngo,stistncia social, com rian, cago, eapalo mito; em ‘caso contro, elas etiam incapazes des reprodur, assim, incapares, enteoutras coisas, de engajar-se em petlas explo radoras E Sbvto que a ego de criancas pode ser sica, « comunicago, deturpade ea edvcago, brotalmenteautcrtica. Mas nenhumculera pode serinteetmente negative, jAque pats tingirceusfie perversos cla tem de promovereapacidades que sempre impliam us virtuosos. A tortura exige aque es pce de capaldade de ui, iniciatiae intlignela que pode tamblmn ser wsada para aboia, Nese sentido, todas as clu ‘28 so autocontraditrias, Mas iso & motivo nto 35 de cis: mo, mastarshém de experanc, que significa que elas péprias, engendeam a forge que levers raneformtlas. sas foreas no oem de prs-quedas de algom expago exterior metaisica Eeistem utr maneias nas quais exes réssenidos d culoraIncrager. A idéia de culeura como um modo de vida ‘orginico fx parte da “sla” cultura tanco quanco Berlioz of Como conceito, els 60 produta de inteectuais cutee, e pode representar 0 outro primordial que poderarevitlizar as suas propras sociedades degeneradas. Sempre que se ouve lguém falar maifestano admiracz plo selvagem,pode-se estar certo ‘de estar ns presenga de uma pessoa sfisticada. Naverdade, foi necessério alguém sofistiado, Sigmund Freud, para revelar |quais desejs incestuosos podem estar escondidos em nossos sonbos de uma tocaliade sensivel, nosso antelo por um corpo que & cide palptve, embora eternamente evasiv, A eultu- Fa, que é a0 mesmo tempo uma realidad concrete ua visto emnevoad da pereiho,apreendeslguma coisa dessa dualidae, sta se volta para esas nog6es primevas para sobreviver a ina modernidae lista, e 4 mitologia const ‘um pive ene ae das. © excessivamente cultvado e a subde- senvolvido frjam estranhas aiangas “Tdava, a8 duas nogdes de eulura so bbém de ouras formas, A cultura como as art rode uma nova existércia socal, ma laclonadas tam- pode sero arau ‘questo Ecuriosamente circular, jt que sem esa mudanga social as prprias arts estio em isco. A Imaginagdo asia, argumenta-se, 6 pode ores cet em uma ordem Socal organic, e nfo cra ales no solo ‘aso da modernidade O cutivo individual agora dopende mals e mal ds cutuctno seu sent soil. Fano assim que Henry James eT. S, Ellot abandonam a sociedade “Inorganica” dos seus Estados Unidas naivos por ums Europa mals refinad, mais toruoss, male ricamente redimentada, Se 08 Estados Unidos representim cvillgze, uma nogéo completamente secular, a Ewopa smbollsa cultura, uma gto quase eigioss ‘Aare ext fatalmentecomprometida por uma sociedade que wo se entusatma com ela ana aaa de elles ecu igen abst «a despoja o mundo de sua sensitlidede, Ele também est con. ‘aminada por uma ordem socal para aqua a verdade ne tem neahuma vtilidade, «valor signifen a feilidade de ser vend do, Apenas para as artes sobreviverem, ent tornar-se um reaciondlo oo revalucionsti polio, ater o e- logio voltae Ruskin &ordem corporstiva da gle feudal ou adjantilo com Willam Moris para um socialism que deixou pare tes forma de mereadari, igual necesito tefl, entretanto, ver esses dois sentdos de «altura como estando em desacordo, Nio 0 excess. vooinimige da ago? Nio poder sensiividade en ‘matinada ecom minfdes de inceresses que as arcs trzem con. sigo incapacitar-nos para comprometimentas mais amplos © ‘menos ambivalences? Em gecal, nose atribuira a um poets a presdéncis do comitt de saneamento, Serd que a intensidade focaizada que as beas-artesexigem no nos incapacita para es $8 assuntos rotinetos, mesmo que concenteems nose ten ‘fo.em obras de are socialmenteconecientes? No que diz rs- Peito a sentido mais gemeishafich de cultura nfo & ill perceber como isso envlve wma transfert, para soiedade, os valores igaes cultura como arte. Cultura como modo de vida 6 uma versio estetizada de sociedade, encontrando nelaa unidade,Imediagio sense eindependénciadeconfltoqueas soclamos co artefat esttico. A palava"cututs, que ge supe Aesignarum tipo de sociedade, defo uma form normativade Imaginar essa sociedade. Ble também pode ser uma forma de alguém imaginar suas propria condigSes socal vsando como ‘modelo as de outraspessoss, quer no passtdo, na selva, ono futuro polio Embora “cultura” sea uma palara popular no pés-modere also, suas fontes mais importantes permanecem pré-moder sas, Como idl, cultura comera a ser importante em quatro Pontos de crise hisebriea: quando ae torn a nica Terry Eaalaton oven ura aida ded: ua pec ge eet pind cular sero aes bere nto seas em mee pos quand me ‘assem por ls, las eam una espe de versio “nado mares osu dadiretacontuetdnisoingls eda Camara dos Lorde, ‘vendo em uma utopia burkciana na qual instint, costume, vos e lel ancestral faclonsvamn por si mesmos, ema iner veg intrometda da rio snaitica. A “mente selvagem? s+ im, tnha uma importincs particular parao modernise cul tural, que, das culos de frtlidade de T. 5, Eliot aos ios de primavera de Stravinsky, podia encontrar nela uma vagaries

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