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País interior, com cerca de 650 mil quilômetros quadrados (aproximadamente duas
vezes o tamanho do Maranhão), o território afegão se notabiliza por seu relevo
extremamente acidentado. Cerca de 2/3 do país encontram-se acima de 1.800
metros. Apenas 10% do espaço nacional possui altitudes inferiores a 600 metros.
Montanhas, planícies e depressões aparecem com grande irregularidade em todo o
território. Assim como se atribui ao “general inverno”, a derrota de Napoleão em
sua invasão à Rússia czarista no século XIX e, ao “mesmo oficial” a vitória soviética
sobre Hitler na Segunda Guerra Mundial, criou-se o mito de que a aspereza do
relevo afegão teria sido um fator crucial para a derrota de invasores externos, como
os britânicos (século XIX) e soviéticos (na década de 1980).
As tradicionais divisões étnicas são acentuadas por rivalidades tribais. Cada afegão
sente-se mais ligado a um grupo comunitário, que pode ser uma tribo, um clã ou
simplesmente uma grande família. Pode-se dizer que é fácil mobiliza-lo para a
guerra. Mas é quase uma missão impossível estabelecer uma unidade entre
centenas de líderes comunitários de diversas etnias, sunitas ou xiitas, muitas vezes
com uma longa história de hostilidade entre si.
Os talibãs pretenderam, com algum sucesso inicial, estar acima disso tudo. Essa é
também uma das “armas” que os Estados Unidos tentam atualmente usar para
derrotar de forma mais rápida o regime dos talibãs que, desde meados da década
de 1990, passou a dominar o Afeganistão e tem dado abrigo a Osama bin Laden,
aquele que é acusado pelo governo norte-americano de liderar a organização que
perpetrou os atentados de 11 de setembro.