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10 coisas que

vocêe precisa
saber sobre
a vida

Projeto de Curta-metragem
Linguagem Audiovisual II
-Prof Anita Leocádia-
Saulo Pereira Guimarãaes

Eco-UFRJ

2010.1
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10 coisas que você precisa saber sobre a vida é um exercício de humildade e reflexão
frente à grandiosidade de um fenômeno fugaz e indestrutível. Uma conversa com os
mais diversos tipos a fim de saber o que é importante na existência dessas pessoas. Um
passeio pelos caminhos por que pode seguir a vida no intuito de melhor entendê-la.

Sinopse

Todos vivemos, mas são raros os momentos em que paramos para pensar na
importância disso. Qual é o jeito certo de viver? A vida não tem manual de instruções.
Será que não estamos perdendo tempo? Através do diálogo, a idéia deste filme é revelar
as diferentes formas de viver e enxergar a vida. As diferentes formas de ver o que é
igual. Não buscar A Verdade, mas as verdades sobre o fenômeno da existência. A
verdade de cada um para que cada um forme assim a sua verdade.

Motivação
Que sejam os sentimentos que tragam os acontecimentos. Não o contrário.
(Robert Bresson, Notas sobre o Cinematógrafo)

Existem muitos filmes. Histórias fantásticas que nos prendem do início ao fim. Heróis,
vilões, mocinhas e bandidos. Aventuras de tirar o fôlego. Mas não é nada disso. A razão
dessa quimera é o humano. Não quero o amor avassalador nem a vitória ensanguentada.
Eu quero a vida. Pensei em 10 item or less, um filme em que Morgan Freeman é um
ator em laboratório que mostra a uma caixa de supermercado as coisas boas da vida. Eu
quero as coisas boas, as coisas belas da vida. A razão dessa quimera é a minha
necessidade pessoal irremediável e que compartilho com todos de me emocionar.

Eis aqui as palavras de Bresson: “Reconhecemos o verdadeiro pela sua eficácia, pela
sua força”. A força do real não existe maquiada, mas em estado bruto. A intenção é que
a tela, esse mundo branco em que depositamos nossas esperanças, seja o espaço para
que a força aflore em suas diversas facetas de alegria, tristeza, amor ou sofrimento.

“Criar não é deformar ou inventar pessoas e coisas. É estabelecer entre pessoas e


coisas que existem e tais como elas existem, novas relações.”¹ Inspirado por essas
palavras, quero contar histórias. As histórias do Homem comum talvez sejam mais

interessantes que os épicos que as inspiram. A busca dessa essência a ser retratada, me
motiva intensamente a narrar os mitos da vida real, sem luxo e cheios de emoção.
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Necessito também fazer amigos. Mesmo que por um instante, me apraz a cumplicidade
entre mim e quem fala no momento de filmar. Certo de que ela se eterniza, a buscarei
sem cessar para que quem a veja, a perceba no instante do olhar. Como amor de pai e
filho em “Ladrão de bicicleta”. Um amor de pai e filho, despojado de qualquer exagero
da paixão sentimental. Esse filme será como um filho que embalarei com meus sonhos.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos


extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo
as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a
miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos
enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos
deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa
inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem
pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será
de violência e tudo será perdido. (Charles Chaplin em O Grande Ditador)

A razão desse filme é a minha intenção maior de sentir a vida através da arte. A poesia
do mundo. 10 coisas que você precisa saber sobre a vida é apenas 1 motivo para
celebrarmos nossas alegrias e compadecermo-nos de nossas fraquezas, já que só assim
conheceremos um pouco mais da essência do que é ser humano, essa estranha condição.

Estética
“Não ter a alma de um cumpridor de tarefas. Encontrar, a cada plano, um
novo sal no que eu tinha imaginado. Invenção (reinvenção) imediata”
(Robert Bresson, Notas sobre o Cinematógrafo)

Eis aí meu desafio. Quero 1 filme que sejam 10. Sem mudar nada, quero tudo
diferente. Ao longo das 10 histórias que pretendo contar, quero encontrar 10 maneiras
diferentes de refletir aquelas formas de ver o mundo. E ainda sim, quero uma unidade
que reúna toda gama de sentimentos, como é para nós o sentimento de humanidade.

Frente a esses desafios, penso num filme o qual apresenta 10 situações nas mais
diferentes circunstâncias e as mostra separadamente. A pergunta que serve de fio
condutor é ao mesmo tempo simples e complexa: “O que você acha que todo mundo
devia saber sobre a vida?”. As respostas, ordenadas cronologicamente pelas fases da
vida em que se encontram as pessoas entrevistadas e situações, formam o filme.

Isolo as histórias no intuito de que cada uma possa ser como uma tribuna do
personagem para o mundo. E não separo somente o espaço do indivíduo, mas suas
partes mais eloqüentes. As mãos dadas do casal de namorados. A breve silhueta do
recém-nascido ao dormir, seus primeiros passos. Como diz Bresson, “Ver os seres e as
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coisas em suas partes separadas. Isolar essas partes. Torná-las independentes para impô-
las uma nova dependência.”². Que a minha criação se dê através dessa desconstrução.

Para dar asas a minha fantasia, vou me valer ainda da dimensão do som. Preciso de
música entre as histórias. Preciso da voz off nunca minha, mas de meus entrevistados. O
silêncio da moça triste que perdeu a mãe. Quero passear entre luz e som em alternância.
Feito o guarda noturno e seu rádio de pilha em meio à madrugada.

“Se o olho é conquistado por completo, não dar nada ou quase nada ao
ouvido. Não se pode ser todo olho e todo ouvido ao mesmo tempo.”²

Busco a imagem no silêncio e no escuro, o som. Não os quero juntos, mas conversando
por todo caminho como 2 amigos, 2 irmãos. Que haja espaço para voz invisível quando
a imagem aparecer, nada mais. Quero captar instantes, momentos. Através de motivos,
unificar minhas histórias. Nem tudo precisa estar sempre visível para que se possa ver.
Os anos da minha avó estão no passeio pelas rugas do seu rosto, marcas dos tempos.

A chance de um olhar mais apurado para as coisas da vida não deve ser ignorada. Uma
câmera que passeie onde se dá a conversa mas que também seja fixa nos detalhes de
quem fala. Brincar entre o eterno e o fugaz nas velocidades de ver. O movimento da
família no almoço de domingo em oposição à tranqüilidade das lápides do cemitério.
Quadros que sintetizem a voz que diz. O verde do parque que não ilustra, mas ratifica a
alegria da criança. 1 imagem para mais de 100 palavras. E de várias imagens, um filme.

“Filmar não é fazer algo definitivo, é fazer os preparativos.”²

Depois das lápides, virão as palavras de um poeta morto no fundo escuro de sua voz. E
depois da morte, a Natureza, força imortal que a tudo supera. A surpresa dessa narrativa
é que ela termina num panorâmico passeio visual através de imagens de arquivo. Ditas
10 coisas que você precisa saber sobre a vida, espera-se que o Homem reflita um pouco
mais sobre a importância do que é viver. Essa experiência única e maravilhosa.

Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as


nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos
entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão
acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma
do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a
luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah!
(Charles Chaplin em O Grande Ditador)
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Notas
¹ Robert Bresson em Notas sobre o Cinematógrafo, página 25
² Tradução do autor para versão em espanhol: “Ver los seres y las cosas em sus partes
separables. Aislar esas partes. Volverlas independientes para imponerles uma nueva
dependência.”,“Si el ojo es conquistado por completo, no dar nada o casa nada al oído.
No se puede ser a la vez todo ojo y todo oído.” &“Filmar no es hacer algo definitivo, es
hacer los preparativos.” . Notas sobre el Cinematografo, P.88, 56 & 99, Ediciones Era,
1979

Referencias
10 ITEM or less. Direção: Brad Silberling.Los Angeles: Reveal Entertainment, 2006. 82
min.
_ BRESSON, Robert. Notas sobre o cinematógrafo. São Paulo: Editora Iluminuras, 2005
& Tradução de Saul Yurkiévich para o espanhol. México D.F.: Ediciones Era, 1979.
Passim
LADRI di biciclette. Direção: Vittorio de Sica. Roma: Produzioni De Sica, 1948.93
min.
THE GREAT Dictator. Direção: Charles Chaplin. Hollywood: Charles Chaplin
Productions, 1940. 125 min.

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SAULO PEREIRA GUIMARÃES é um ser humano cheio de perguntas em busca de respostas. É aluno
do 3º período da ECo-UFRJ e possui textos publicados em coletâneas de ensino médio da Folha Dirigida
em 2007 e 2008. Mais informações e divagações em www.poesiageral.blogspot.com.

(E-mail: saulotainha@hotmail.com)

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