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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.018.147 - RJ (2008/0037840-0)

RELATOR : MINISTRO FERNANDO GONÇALVES


AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A
ADVOGADOS : FERNANDO AUGUSTO DE FARIA CORBO E OUTRO(S)
ISABELA BRAGA POMPILIO E OUTRO(S)
AGRAVADO : ADRIANO FREITAS VALADARES RIBONDI
ADVOGADO : ELISABETH BARAUNA DA CONCEIÇÃO FILHA E OUTRO(S)
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. FIXAÇÃO DE
MULTA DIÁRIA PARA O DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER.
POSSIBILIDADE. REVISÃO DO VALOR. SÚMULA 7/STJ.
1. É assente na jurisprudência desta Corte quanto à possibilidade da fixação da
multa diária como medida garantidora da efetividade da determinação judicial, sendo que a
análise da insurgência no que tange ao valor atribuído às astreintes implica em revolvimento
dos fatos e circunstâncias da causa, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ.
2. Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quarta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental. Os Ministros Aldir
Passarinho Junior, João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão e Honildo Amaral de Mello
Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Ministro Relator.
Brasília, 20 de agosto de 2009. (data de julgamento)

MINISTRO FERNANDO GONÇALVES, Relator

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AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.018.147 - RJ (2008/0037840-0)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO FERNANDO GONÇALVES:

Cuida-se de agravo regimental interposto por BANCO SANTANDER


BANESPA S/A em face de decisão, assim vazada:

"Trata-se de agravo de instrumento interposto por BANCO


SANTANDER BANESPA S/A contra decisão da Vice-Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro indeferindo o
processamento de recurso especial com fundamento no art. 105,
inciso III, letra "a", da Constituição Federal, manejado frente a
acórdão daquele Pretório, integrado pelo proferido em sede de
embargos de declaração, assim ementado:
"ANTECIPAÇÃO DA TUTELA - PARCELAS DO CONTRATO DE MÚTUO
BANCÁRIO - RETENÇÃO PARCIAL NA CONTA-SALÁRIO.
Trata-se de ação revisional das cláusulas do contrato de
empréstimo pessoal, na qual a agravante, dentre outras
questões, visa impedir a retenção das parcelas co contrato de
mútuo bancário.
A antecipação da tutela está adstrita aos pressupostos do art.
273 do CPC , isto é, a existência da prova inequívoca e o
convencimento da verossimilhança da alegação,
subordinando-se, sempre, ao Juízo de aferição do magistrado.
Só em casos específicos de decisão teratológica, contrária à lei
ou à evidente prova dos autos é dado ao Tribunal reforma da
decisão monocrática. Súmula n. 59 deste TJ/RJ .
No caso, o empréstimo concedido não macula o instituto da
impenhorabilidade da remuneração, uma vez que precedida de
concordância do contratante. Porém, a retenção dos
vencimentos do correntista para o fim de saldar débito junto à
instituição bancária, não pode ser integral.
Portanto, razoável se mostra a retenção de 15% do crédito
referente ao salário depositado na conta-corrente do agravado.
Recurso parcialmente provido." (fls. 63)
Aduz o recorrente violação aos arts. 461, § 4º, e 535, II, do
Código de Processo Civil.
A irresignação não merece prosperar.
De início, não se vislumbra violação ao art. 535, II, do CPC ,
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porquanto as questões submetidas ao Tribunal de origem foram
suficiente e adequadamente delineadas, com abordagem integral
do tema e fundamentação compatível.
Nesse contexto, impende ressaltar, em companhia da tradicional
doutrina e do maciço entendimento pretoriano, que o julgado
apenas se apresenta como omisso quando, sem analisar as
questões colocadas sob apreciação judicial, ou mesmo
promovendo o necessário debate, deixa, entretanto, num caso ou
no outro, de ministrar a solução reclamada, o que não ocorre na
espécie.
Diz, a propósito, o insigne BARBOSA MOREIRA :
"Há omissão quando o tribunal deixa de apreciar questões
relevantes para o julgamento, suscitadas pelas partes ou
examináveis de ofício ..., ou quando deixa de pronunciar-se
acerca de algum tópico de matéria submetida à sua deliberação
...".
Ademais, a revisão do valor da multa fixada com base no art. 461,
§ 4º, do CPC enseja o reexame de prova, o que atrai a incidência
da súmula 7 desta Corte.
A propósito:
"AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL.
EXECUÇÃO. FGTS. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCUMPRIMENTO.
IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA. LEGALIDADE. VALOR DA MULTA.
NECESSÁRIA ANÁLISE DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO -
SÚMULA 07 DO STJ.
É entendimento assente neste egrégio Sodalício que, na
obrigação de fazer, é permitida a imposição de multa diária
cominada ao devedor, por dia de atraso, fixada pelo juízo da
execução, de ofício ou a requerimento da parte, mesmo que seja
contra a Fazenda Pública ou pessoa jurídica de direito público.
A revisão do valor da multa aplicada envolve amplo exame de
questões de fato, com as devidas peculiaridades de cada caso
concreto, cuja análise está adstrita às instâncias originárias,
sendo vedada nesta Corte, nos termos da Súmula 7 deste
Tribunal. Agravo regimental improvido." (AgRg no RE sp
73.4619/ RS , Rel. Min. FRANCIULLI NETTO , Segunda Turma, DJ
de 05.09.2006)
Nego provimento ao agravo." (fls. 97/98)
Sustenta o agravante, em síntese, que a imposição de multa diária é
ilegal, porquanto não existe, in casu, obrigação de não fazer. Ademais, caso
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seja mantida a multa aplicada, entende o recorrente que não há necessidade de
revolvimento do conjunto probatório para fins de redução das astreintes.
É o relatório.

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VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO FERNANDO GONÇALVES (RELATOR):

A irresignação não merece acolhida.


Com efeito, é assente na jurisprudência desta Corte quanto à
possibilidade da fixação da multa diária como medida garantidora da
efetividade da determinação judicial, sendo que a análise da insurgência no que
tange ao valor atribuído às astreintes implica em revolvimento dos fatos e
circunstâncias da causa, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ.
Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:
"PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO REGIMENTAL – OBRIGAÇÃO DE
FAZER E DE NÃO FAZER FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL –
IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA – REVISÃO DO VALOR –
IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA N. 7/STJ.
I - É possível a cominação de multa diária para induzir o
cumprimento da decisão relativa a obrigação de fazer e de não
fazer, fundada em título judicial.
II - O eventual exame, no tocante à modificação do valor
atribuído às astreintes, implicaria o revolvimento dos fatos e
circunstâncias da causa, encontrando óbice na Súmula n. 7/ STJ .
Precedentes.
III - Agravo regimental improvido." (AgRg no Ag 343.919/RJ,
Rel. Min. MASSAMI UYEDA, DJ de 17.12.2007)
Nego provimento ao agravo regimental.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2008/0037840-0 Ag 1018147 / RJ

Números Origem: 180172007 200713518017 200813700410 4102008


EM MESA JULGADO: 20/08/2009

Relator
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. DURVAL TADEU GUIMARÃES
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A
ADVOGADO : FERNANDO AUGUSTO DE FARIA CORBO E OUTRO(S)
ADVOGADA : ISABELA BRAGA POMPILIO E OUTRO(S)
AGRAVADO : ADRIANO FREITAS VALADARES RIBONDI
ADVOGADO : ELISABETH BARAUNA DA CONCEIÇÃO FILHA E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Contratos Bancários

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A
ADVOGADOS : FERNANDO AUGUSTO DE FARIA CORBO E OUTRO(S)
ISABELA BRAGA POMPILIO E OUTRO(S)
AGRAVADO : ADRIANO FREITAS VALADARES RIBONDI
ADVOGADO : ELISABETH BARAUNA DA CONCEIÇÃO FILHA E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator.

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Os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão
e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Brasília, 20 de agosto de 2009

TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI


Secretária

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