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CONTABILIDADE INTERNACIONAL
PROF. HENRIQUE MELO
APOSTILA
ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________
PARNAÍBA / PI
Contabilidade Internacional 1
SUMÁRIO
Contabilidade Internacional 2
Normas Norte-Americanas .............................................................................................. 52
Estrutura da Demonstração do Resultado ..................................................................... 53
Normas Internacionais ..................................................................................................... 53
Normas Norte-Americanas .............................................................................................. 54
Estudos de Caso ................................................................................................................ 56
Caso nº 1: Elaboração do balanço patrimonial (resolvido) ................................................. 56
Caso nº 2: Elaboração do balanço patrimonial mais complexo .......................................... 62
Caso nº 3: Elaboração do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício 65
Caso nº 4: Elaboração do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício
mais complexo .................................................................................................................... 69
Referências ......................................................................................................................... 73
Anexos (Artigos Científicos) ............................................................................................. 75
Contabilidade Internacional 3
CONTABILIDADE (NOVOS RUMOS E ATIVIDADES) E SEU AMBIENTE NO
BRASIL
A comunidade contábil no Brasil tem verificado a necessidade, cada vez mais intensa, de
movimentos em direção ao suporte de informações gerenciais de qualidade na gestão das
empresas clientes. O fato é que o empreendedor precisa deixar de lidar com a burocracia e
necessita de apoio e orientações consistentes para a correta tomada de decisões.
Outro aspecto importante é que o aprimoramento destas informações, cuja essência visa ao
impacto de eventos futuros, realizados através de análises específicas, ainda não pode ser
feitas pelos computadores, ou seja, estudos de situações críticas imprescindíveis ao negócio
pressupõem a utilização de técnicas apuradas e necessidades específicas da atividade
empresarial das quais a tecnologia da informação oferece ferramentas importantes de
suporte na tomada e compilação dos dados mas, em si, não resolvem os problemas.
Na realidade o “produto” a ser ofertado representa algo que gere os resultados ou benefícios
que o mercado procura obter. O diferencial está em relação aos projetos que adicionam
valor à atividade dos clientes.
Contabilidade Internacional 4
Em síntese, a função do profissional está relacionada a realização de um trabalho
representado por um projeto específico para o seu cliente, fazendo-o de forma independente
do risco e da responsabilidade pela administração dos recursos empregados.
O consultor que busca realização e reconhecimento de seu trabalho deve estar consciente de
que sua trajetória de atuação é diretamente proporcional ao investimento que faz em buscar
amplo aperfeiçoamento para conquistar estabilidade financeira e profissional.
Existem diversas razões que movem as empresas na busca por serviços de consultoria e
estes motivos devem estar presentes na estratégia de marketing do profissional de
contabilidade que almeja atuar neste segmento.
Desta forma surge condição favorável ao trabalho do contador que acompanha o seu cliente
e que tem a possibilidade de auxiliá-lo nesta fase já que em geral entende e avalia com
intensidade o impacto dessas mudanças de acordo com seus conhecimentos práticos, muitas
Contabilidade Internacional 5
vezes até antecipando e orientando determinadas atitudes. Podemos citar como exemplo as
análises e diagnósticos cuja ligação com os serviços contábeis pode estar na obtenção do
nível de rentabilidade da empresa, o EBTIDA, o retorno sobre o investimento, as questões
relativas a capacidade produtiva, a adequabilidade dos custos e despesas face ao
faturamento, o nível de endividamento e decisões como comprar ou locar equipamentos, a
verificação da produtividade administrativa, a adequabilidade do sistema de arquivos em
relação a sua eficiência em obter no menor prazo possível as informações necessárias, a
administração financeira em geral, a análise do quadro de pessoal sob a ótica dos encargos
e exigências correlacionadas, as estratégias fiscais na redução de impostos, necessidades de
capital de giro, projeções de caixa, estruturação de contas a pagar e receber,
acompanhamento na implantação de sistemas informatizados (parametrização) , etc.
É fundamental que o futuro consultor pesquise com precisão o mercado com o qual deverá
atuar e que parcela deste mercado vai atender. Esta recomendação está adstrita ao seu plano
de negócio cuja implantação envolve a decisão das questões centrais para o futuro da
atividade.
Fica evidente que é perfeitamente possível ao profissional contador, agregar aos seus
trabalhos uma outra atividade: a consultoria empresarial. Os principais elementos que
norteiam esta possibilidade estão no fato de uma nova perspectiva de atuação que visa
apoiar e dar consistência as necessidades de decisão da vida empresarial realizando projetos
cujos resultados representem verdadeiras mudanças na competência dos negócios1.
1
Artigo de Mário Leme. Ver no site: www.classecontabil.com.br.
2
Retirado do Capítulo 3 do livro “Contabilidade Internacional” de Jorge Katsumi Niyama (2008, p. 38).
Contabilidade Internacional 6
A contabilidade é a principal linguagem dos negócios, e esse processo de comunicação é
dificultado pela existência de diferenças internacionais no financial reporting.
É verdade que o termo harmonização tem sido algumas vezes associado incorretamente
com “padronização” de normas contábeis. Harmonização é um processo que busca
preservar as particularidades inerentes a cada país, mas que permita reconciliar os sistemas
contábeis com outros países de modo a melhorar a troca de informações a serem
interpretadas e compreendidas, enquanto padronização é um processo de uniformização de
critérios não admitindo flexibilização.
HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL
Neste cenário, as informações produzidas pela contabilidade são utilizadas para a tomada
de decisões sobre alocação do capital de investidores em locais diferentes de sua origem,
muitas vezes em localização geográfica oposta. Mas para que as informações contábeis
possam ser úteis para o tomador de decisão econômica, principal objetivo da contabilidade,
é preciso diminuir as diferenças regionais para tornar-se uma linguagem universal.
O mundo todo, preocupado com o modo de viabilizar o fluxo eficiente de capitais entre
países, mobiliza-se na tentativa de encontrar soluções de consenso, através da elaboração de
padrões internacionais de contabilidade e auditoria, desenvolvidos de um lado, pelo Comitê
Internacional de Normas Contábeis (Iasc - International Accounting Standard Commitee) e
por outro a Federação Internacional de Contadores (Ifac- International Accounting
Federation Commitee ) de Nova York. Segundo MOREIRA (26/02/99:c-8), “A necessidade
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de um conjunto de normas genuinamente internacionais, para apresentação de balanços e
peças contábeis, intensificou-se com as recentes crises financeiras nos países emergentes.
A idéia do Iasc é de que a empresa, ou investidor, que preferir limitar-se a seu país,
continue seguindo a regra local. Mas quem quer aventurar-se no exterior passará a ter um
referencial único para examinar os balanços.”
Pode-se dizer que a prática contábil tem se moldado no tempo e no espaço (aqui com
conotação geográfica) às necessidades de seus usuários, gerando vários modelos. Neste
trabalho foram analisadas as propostas de FRANK(1979) e de Rui MOTA(1990) de
agrupamento dos modelos contábeis segundo os padrões culturais , tendo sido observadas
algumas diferenças entre as classificações, sobretudo naquelas sociedades onde o modelo
contábil adotado encontrava-se em uma área fronteiriça entre dois modelos.
Pôde-se constatar nesse trabalho que valores sociais, culturais, tanto quanto os valores
contábeis, não são estáticos. Estão constantemente interagindo com o ambiente externo,
através dos relacionamentos comerciais entre países, da instalação de empresas
multinacionais, da globalização dos mercados de capitais.
Contabilidade Internacional 8
Já que a contabilidade é o produto do meio, identificar e entender e prever como os fatores
culturais e ambientais afetam a prática contábil não pode ser negligenciado quando se
pretende aperfeiçoar a Teoria Contábil e desenvolver um modelo útil e que seja aplicável
mundialmente. O sistema contábil internacional, para ser eficiente, deve ser compatível
com os valores contábeis de cada país3.
Este estudo tomou por base as práticas contábeis adotadas no Brasil, vigentes em dezembro
de 2005, bem como as IFRSs divulgadas pelo International Accounting Standards Board
(IASB), entidade internacional responsável pela emissão das Normas Internacionais de
Contabilidade, na última edição disponível.
3
Trecho do artigo “Influência dos Aspectos Culturais na Prática Contábil” de autoria de Heloísa Pinna
Bernardo, apresentado no EnANPAD 2000 em Florianópolis SC.
4
Ver no livro Contabilidade Internacional de Alexandre Martins Silva de Oliveira; Anderson de Oliveira
Faria; Luís Martins de Oliveira; Paulo Sávio Lopes da Gama Alves (2008, p. 9).
5
Retirado do Capítulo 1 do livro “SOX Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley” de Vânia Maria da Costa Borgerth
(2008, p. 1).
Contabilidade Internacional 9
disclosure, nos últimos anos; a reação do mercado ao conhecimento dos seus respectivos
desvios de conduta e as ações empreendidas por estas empresas, a fim de recuperar a
confiança do mercado.
A EMPRESA
Até a explosão dos escândalos envolvendo a Enron, qualquer rumor negativo a seu respeito
era considerado sem fundamento. Afinal, tratava-se da quinta maior empresa norte-
americana (2001, 7ª em 2000), por cinco anos apontada pelo ranking da revista Fortune
como uma das cem melhores empresas para se trabalhar nos Estados Unidos.
O ESCÂNDALO
A fim de apresentar uma saúde financeira que lhe permitisse acesso a crédito, a empresa
manipulou seus dados contábeis. Isso se deu pela criação de empresas do tipo Specific
Purpose Enterprise (SPE), em que executivos da Enron eram os acionistas principais e das
quais a própria Enron detinha apenas 3% do controle. Isso descaracterizaria a necessidade
de consolidação dos resultados dessas empresas nas demonstrações contábeis da Enron,
que, então, realizava transações com tais empresas, com os seguintes objetivos:
6
Retirado do Capítulo 1 do livro “SOX Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley de Vânia Maria da Costa Borgerth
(2008, p. 1).
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opção (PUT), pelo qual a SPE era obrigada a comprar as ações a um preço fixo.
Dessa forma, caso o preço desses investimentos caísse, a Enron exerceria a opção, e
toda a perda decorrente da desvalorização do investimento se concentraria na SPE,
que, por ser uma emrpesa apenas no papel, não teria uma perda real.
• Transparência de ativos – quando havia risco de um ativo especifico prejudicar as
demonstrações da própria Enron, por exemplo, um crédito junto a uma empresa com
classificação de alto risco para o mercado, a Enron vendia esse ativo para uma das
SPE, recomprando após o encerramento das demonstrações contábeis daquele
período.
• Disfarce de empréstimos – em um dos casos de disfarce de empréstimo a Enron
firmou um contrato de fornecimento de energia por um determinado período, no
valor de US$ 394 milhões. O contrato previa um desconto para US$ 330 milhões,
caso o comprador concordasse em pagar à vista. Simultaneamente, a Enron firmou
outro contrato com uma subsidiária do comprador para adquirir a mesma quantidade
de energia por US$ 394 milhões pagáveis ao longo do período. Essa operação
triangular resultou em empréstimo de US$ 330 milhões, com juros fixos de US$ 64
milhões. Com essa estratégia, a Enron evitou a configuração do aumento do seu
endividamento.
Com exceção do disfarce de empréstimos, na verdade, nenhuma das outras transações era
efetivamente ilegal, desde que realizadas com pessoas jurídicas que fossem independentes
da Enron, o que obrigaria a empresa a reconhecer efeitos nas suas demonstrações contábeis.
O fato de as operações terem sido feitas por meio de SPEs, que na verdade eram
controladas pela própria Enron, caracterizou a total falta de ética das mesmas.
Além das manipulações contábeis, descobriu-se que o código de ética da empresa, embora
existente, era constantemente objeto de exceções e não-conformidades. Ademais, decisões
eram aprovadas sem que tivessem passado por todas as instâncias de controle interno
esperadas e nem todas as decisões relevantes eram submetidas à aprovação do Conselho de
Administração da Empresa, que, conseqüentemente, recebia apenas informações parciais.
Em menos de um mês após o estouro do escândalo, a Enron entrou com pedido de falência.
O preço de suas ações caiu para US$ 0,70 por ação. Kenneth Lay, presidente do Conselho
de Administração da empresa e um dos principais suspeitos, chegou a vender cerca de US$
200 milhões em ações da companhia antes da queda. Um dos membros do Conselho, Cliff
Baxter, cometeu suicídio, e o Fundo de Pensão da empresa foi à bancarrota, deixando
desamparados os milhares de funcionários honestos e dedicados que, até então, tinham
orgulho de pertencer ao quadro funcional da quita maior empresa norte-americana.
Contabilidade Internacional 11
Certamente, tal como ocorrera com a quebra da Bolsa em 1929, o mercado dos Estados
Unidos será reconhecido com pré e pós-Enron.
Uma eventual recomendação de venda resultaria em uma queda das ações da empresa,
piorando as perspectivas desses bancos em terem seus empréstimos honrados. Alguns
destes bancos, como o Merril Lynch e o J.P.Morgan, estão sendo punidos com o pagamento
de altas multas, em função de ter sido constatada a manipulação de relatórios de analistas a
partir da descoberta de e-mails dos mesmos para seus chefes alertando para o risco, e destes
mandando seus funcionários desconsiderarem os fatos apontados.
A EMPRESA
Por ocasião de seu pedido de falência, em julho de 2002, a WorldCom era conhecida como
a segunda maior empresa de telefonia de longa distância nos Estados Unidos.
7
Retirado do Capítulo 1 do livro “SOX Entendendo a Lei Sarbanes-Oxley de Vânia Maria da Costa Borgerth
(2008, p. 7).
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Durante os cinco anos que antecederam à sua falência, a empresa havia crescido
intensamente, a partir de fusões e aquisições, usando bilhões de dólares de suas próprias
ações e dividas de US$ 25 bilhões como mecanismo de financiamento desse crescimento.
Para forjar essas fontes, a WorldCom manipulou suas demonstrações contábeis no período
de 1999 a 2002, dando origem ao maior caso de fraude contábil da história norte-
americana.
O relator do processo contra os executivos da empresa atestou que as práticas adotadas pela
WorldCom tinham na simplicidade o seu toque de gênio e poderiam ter sido facilmente
descobertas se os agentes que deveriam ter atuado como fiscalizadores: auditoria (Arthur
Andersen), bancos subscritos (Salomon Brothers, JP Morgan, Bank of América, Deutsche
Bank, Chase Securities etc.), analistas independentes, advogados e executivos da empresa
não tivessem desviado o olhar, a fim de preservar a oportunidade de um bom negócio.
O ESCÂNDALO
Segundo o relator do processo, após cada trimestre a empresa revisava seus números de
forma a adequá-los às estimativas dos analistas independentes. Essa revisão geralmente
envolvia reclassificações contábeis, sem qualquer tipo de fato que justificasse esses
lançamentos.
Contabilidade Internacional 13
O que a WorldCom vinha fazendo, com a anuência do auditor (a mesma Arthur
Andersen envolvida no caso Enron), era contabilizar gastos operacionais como se
fossem operações de investimento, gerando o efeito descrito anteriormente.
Seu ex-presidente, Bernard Ebbers, no entanto, não teve tanta sorte. Em 14 de julho de
2005, o executivo foi condenado a cumprir 25 anos de prisão, o que, considerando-se sua
idade atual, equivale à prisão perpétua. Adicionalmente, Ebbers teve que colocar sua
fortuna pessoal à disposição de um fundo de liquidação destinado a indenizar os acionistas
prejudicados pela quebra da empresa.
Contabilidade Internacional 14
reduzir a assimetria informacional entre os investidores e executivos envoltos no conflito de
agência. Os investidores se cercam de mecanismos que venham a proteger seus direitos e
proporcionar maior confiança e credibilidade nas informações disseminadas pela empresa.
Segundo Crepaldi (2004), para que um sistema de informação contábil seja eficiente dentro
de uma empresa, é preciso ter apoio da alta administração da companhia [...] tais SICs
compõem-se em: contabilidade financeira, contabilidade gerencial, contabilidade em outras
moedas, custos e orçamentos, contabilidade por unidades de negócios, gestão de impostos,
análise financeira e de balanço, gestão de tesouraria, acompanhamento do negócio ou
controladoria estratégica.
Segundo Peters (2004, p. 12), o sistema contábil é o principal e o mais tradicional sistema
de informação econômica em quase todas as organizações. Ainda segundo o autor, ele deve
fornecer informações para atender aos seguintes objetivos:
Contabilidade Internacional 15
Nos Estados Unidos são as normas chamadas USGAAP emitidas pela
FASB (Financial Accounting Standard Board) e delimitações de
controle interno preconizadas pela Lei Sarbanes Oxley. Nos países da
União Européia a base são os IFRS (International Financial Report
Standards) e IAS (International Accounting Standards).
Pelo exposto, constata-se que o objetivo da contabilidade vincula-se com a provisão aos
usuários, de informações com credibilidade e úteis para as tomadas de decisões. Tais
informações deverão ser transparentes e satisfatórias para projeções futuras de fluxo de
caixa da empresa e para as tomadas de decisões. Com isso, entende-se que o disclosure está
diretamente relacionada com o objetivo da contabilidade.
Diante dessas afirmações, pode-se dizer que um dos principais pilares da governança
corporativa é o disclosure. A falta de transparência nos relatórios contábeis causa
desconforto e insegurança aos investidores interessados em aplicar recursos nas empresas.
Segundo Bushman e Smith (2003) apud Lanzana (2004, p. 50) o papel da governança na
informação contábil é de suma importância, por ser como instrumento de monitoramento
dos gestores da empresa pelos investidores externos. Assim, torna-se essencial o papel da
contabilidade na minimização dos conflitos de agência, uma vez que serve de fonte de
informações, contribuindo para um alinhamento entre os interesses das partes envolvidas.
Essa convergência é um dos principais focos da governança corporativa.
9
Embora a evidenciação se refira a todo o conjunto das demonstrações contábeis, várias formas de realizar a
evidenciação estão disponíveis: forma e apresentação das demonstrações contábeis; informações entre
parênteses; notas explicativas; quadros e demonstrativos suplementares; comentários do auditor; e relatório da
administração (IUDÍCIBUS, 2006, p. 126).
Contabilidade Internacional 16
O IBGC (terceira versão p. 9) em seu Código de Melhores Práticas de Governança
Corporativa destaca a transparência como um dos princípios balizadores da governança
corporativa e que inspirou para a sua criação.
Entende-se que para os investidores aplicarem nas empresas, é preciso que as mesmas
proporcionem mecanismos para que eles tenham segurança e confiança em aplicar para
potencializar seus ganhos e minimizar o máximo possível o risco de perda do que foi
aplicado. Daí a importância de se adotar as boas práticas de governança corporativa, pois, é
fator influenciador na eficiência do mercado de capitais mundial.
10
Membro do Conselho de Administração da Natura e presidente do Conselho de Administração do IBGC.
Contabilidade Internacional 17
Investidores com níveis de segurança, credibilidade e confiança para com as empresas
impactam diretamente no mercado mundial corporativo. O desenvolvimento do mercado de
capitais é fator indispensável na expansão da economia mundial, pois um mercado de
capitais saudável significa um crescimento econômico e que proporciona mais alternativas
para que as sociedades possam patrocinar as suas respectivas expansões.
O disclosure é uma condição que está acima dos próprios princípios e que está
intimamente ligada às necessidades informativas dos usuários, variáveis no tempo
e no espaço. Certamente, o investidor de hoje é muito mais exigente e sofisticado
em termos de informação do que de cinqüenta anos atrás. O de amanhã será
muito mais do que o de hoje. À medida que se aguçam os instrumentos de análise
de investimentos e financeira em geral, o investidor toma suas decisões baseado
na maior e melhor quantidade possível de informação.
11
Artigo de Elenito Elias da Costa. Ver no site: www.classecontabil.com.br.
Contabilidade Internacional 18
Na permanência ou mudanças de regimes tributários é fundamental que o profissional de
contabilidade interceda junto á empresa na busca de elaborar os registros contábeis que
devem refletir a real posição da empresa. Todos os documentos e controles devem ser
aferidos e retratados na contabilidade em perfeita obediência aos princípios e preceitos
legais vigentes, resultando na transparência desejada, já que a contabilidade tem como
objetivo oferecer informações para alta administração para que a mesma avalie no aspecto
econômico financeiro o patrimônio da empresa por ela gerida.
É chegado á hora de avaliar todos os setores periféricos e com perfeita sintonia com a
contabilidade, para identificar através de exames as melhorias contínuas necessárias para
sua implementação. O profissional de contabilidade deve entender que os demonstrativos
contábeis atende a diversos públicos seja interno ou externo e a informação nele contida
qualifica a competência da administração retratando os fatos acontecidos, e devem servir
para conceituar a administração junto ao público que tenha algum interesse naquela
empresa direta ou indiretamente.
Devemos entender que a contabilidade atende ao fisco, federal, estadual e municipal além
de diversos outros públicos ou interessados. Faço esse registro para lembrar que a
contabilidade deve atender também a justiça em todas as estâncias, daí servir como prova
pública para qualquer aferição ou ação que dela necessite.
Em síntese podemos concluir que a contabilidade deve conter a transparência dos fatos
oriundos da Administração da empresa em perfeita sintonia com os princípios de
contabilidade geralmente aceitos, em obediência aos ditames legais, normas e portarias
suplementares.
CONTABILIDADE INTERNACIONAL
Contabilidade Internacional 19
Segundo Niyama (2007)12 a contabilidade internacional pode ser conceituada das seguintes
formas:
O surgimento da contabilidade internacional segundo Peters (2004, p. 24), veio das grandes
mudanças nas práticas comerciais que se seguiram no fim da Segunda Guerra Mundial
influenciando na necessidade da internacionalização das práticas contábeis e de auditoria;
mudanças essas encontradas principalmente na evolução dos empreendimentos
multinacionais e, mais recentemente, no crescimento dos mercados de capitais no mundo.
Segundo Niyama (2008, p. 40) “a busca de uma harmonização contábil internacional tem
envolvido iniciativas de diversos organismos em nível mundial, bem como esforços de
algumas entidades profissionais de classe, de âmbito regional”.
12
II Encontro Nacional de Coordenadores de Ciência Contábeis.
Contabilidade Internacional 20
De acordo com Peters (2004) “a globalização dos mercados de capitais também contribui
para a necessidade de harmonizar os requisitos do reporte financeiro”.
Para Peters (2004, p. 21) “as diferentes normas contábeis utilizadas pelos diversos países
vêm dificultando os processos informativos no ambiente econômico globalizado, tanto no
controle de investimentos multinacionais, quanto na obtenção de recursos externos [...]
além da moeda e língua distintas, as regras para elaboração das demonstrações financeiras
são bastante diferentes”.
É fato que é quase impossível chegar a um único padrão de normas contábeis que serão
aceitas em todo o mundo, pois a necessidade de satisfazer as vontades de várias autoridades
inviabilizaria tal ação, até porque cada um teria sua própria agenda de interesses.
Diante disso, percebe-se que as informações contábeis por meio de seus princípios, estão
sendo adaptadas, de acordo com os padrões e práticas internacionais geralmente aceitos,
para serem a posteriori divulgadas em nível internacional13. Diante desse contexto podem
ser analisadas e utilizadas de maneira coerente como base de medida ou de comparação
13
Descrição dos negócios, produtos e serviços; comentários sobre a conjuntura econômica geral; recursos
humanos; investimentos; pesquisa e desenvolvimento; novos produtos e serviços; proteção ao meio ambiente;
reformulações administrativas; investimentos em controladas e coligadas; direitos dos acionistas e dados de
mercado; perspectivas e planos para o exercício em curso e os futuros; demonstrações consolidadas e DFC;
posições acionárias dos administradores e controladores; quantidade e percentual de ações em circulação etc.,
são recomendações e exemplos de informações e demonstrações contábeis que devem ser divulgadas em nível
internacional (OLIVEIRA, et. al., 2008, p. 205).
Contabilidade Internacional 21
para o fomento do disclosure. Tais normas terão que ser padronizadas e flexíveis o
suficiente para que possa atingir as expectativas de todos os stakeholders de diferentes
países interessados na informação contábil e no disclosure que ela possibilita.
Sequer se pode afirmar que as aludidas representem um consenso geral, pois, na realidade,
a voz ativa nas decisões está longe de representar a totalidade ou até mesmo um número
significativo de intelectuais de reconhecida expressão em todo o mundo.
O fato de várias entidades participarem das entidades ditas “internacionais” não autoriza
dizer que elas sejam as representantes da comunidade cultural de melhor nível da
Contabilidade.
Muitos são os artigos que tenho editado e que denunciam erros básicos conceituais das ditas
Normas Internacionais, assim como de metodologia aplicada às mesmas e o mesmo têm
feito outros escritores de nossa área, bastando citar como destaque Abrahan Briloff.
Na realidade, entretanto, há um forte interesse em adotar tais normas ao sabor do mercado
de capitais, mas, isso não significa que o aplicado ao campo especulativo financeiro possa
ser aceito como matéria científica acolhida pela intelectualidade contábil mundial.
Seria falso dizer que todas as Normas até então editadas estão erradas e que não se deve
tentar uma generalidade; muitas delas são cópias de matéria coerente com a teoria, mas o
que não parece justo, entretanto, é aceitar submissão cultural, cópia irrestrita de modelos
nem as que colidem com as doutrinas científicas da Contabilidade, tão como admitir-se
como dogma o dimanado das instituições que emitem os procedimentos.
Um sem número de intelectuais do próprio mundo anglo saxão (fonte das influências
normativas) tem feito severas críticas ao regime, desde Paton, como as prosseguem fazendo
na atualidade Hendricksen, Briloff e no Brasil Koliver, Almada Rodrigues e outros
reconhecidos expoentes.
14
Artigo de Antônio Lopes de Sá. Ver no site: www.classecontabil.com.br.
Contabilidade Internacional 22
influência anglo-saxônia (o referido órgão é vinculado à Fundação para o Comitê de
Normas Internacionais de Contabilidade, com sede em Delaware, Estados Unidos) e não é
difícil isto constatar pela simples análise de quem influi no regime.
A inexpressividade dos representantes no IASB da cultura latina, esta que é o berço da
doutrina científica da Contabilidade bem evidencia quanto não se pode afirmar sobre o
processo realmente democrático da questão (a menos que aceitemos tacitamente tal fato
como um desprezo à latinidade por incompetência, o que se aceito seria aviltante, além de
falacioso). Basta acessar a página na Internet (www.iasb.org) para confirmar a realidade
sobre o referido predomínio.
Louvável, agora, é uma uniformização, mas, operada sob inspiração científica, com o
ocorreu em outros ramos do conhecimento humano: na Química Moderna liderada por
Lavoisier, nas Neurociências por elites culturais de várias nações, na Física pelas
influências de Einstein e Planck.
Uma lógica sugerida como a ideal, seria a convergências das normas internacionais
realizadas por um organismo integralmente internacional que, tivesse o poder de
representatividade para o mundo todo e não apenas para um país ou para um conjunto de
países. A ONU (Organização das Nações Unidas); a OECD (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico e a IASB (International Accounting Standards
Board mostram interesse em normatizar as demonstrações financeiras.
Contabilidade Internacional 23
estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, "para
promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança".Em 2006 a
ONU tem representação de 192 Estados-Membros - cada um dos países
soberanos internacionalmente reconhecidos, exceto a Santa Sé, que tem qualidade
de observadora, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é
território reclamado pela China, mas de reconhecimento soberano por outros
países). Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
Diante do exposto, constata-se que a ONU claramente possui uma maior prioridade, para o
impedimento de guerras, para lutar a favor da minimização da pobreza, ou seja, a favor dos
direitos dos seres humanos.
Mas além disso, a ONU mostrou muito interesse pelas demonstrações financeiras das
organizações internacionais. Na década de 1970, as Organizações das Nações Unidas
pareceu ser o organismo que ocuparia o papel principal de formuladora das normas e
padrões internacionais das demonstrações financeiras. Utilizando-se de sua influência em
diversos países do mundo, a ONU criou um conjunto de recomendações que acabaram por
ser ignoradas de maneira “polida” pelos países mais ricos do mundo na época. Niyama
(2008, p. 44) relaciona os objetivos das referidas recomendações:
O referido fato se deu por conseqüência da ONU representar, em sua maioria, os países
subdesenvolvidos e emergentes. Tais países pretendiam que a ONU, por meio dessas
recomendações, impusessem certas regras as grandes corporações para que pudessem ter
um controle maior sobre suas atividades que eram desenvolvidas em suas regiões. Os países
ricos não deram sustentação às iniciativas da ONU, por considerarem fora do “foco” de
seus interesses tal situação. Niyama (2008, p. 45) relaciona as razões para a não aceitação
das ações propostas pela ONU, que foram:
Contabilidade Internacional 24
de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade e
Relatórios). Segundo os norte-americanos, discussões que envolvam
contabilidade e demonstrações financeiras estão cobertas por organismos
como o IASC (atual IASB), enquanto harmonização de padrões estariam
melhor nas mãos de grupos menores, como Organização de Cooperação
Econômica e Desenvolvimento (OECD).
A OECD foi criada em 1961 para promover a cooperação econômica entre seus membros.
Com isso é considerada organização interorganizacional composta pelas 29 economias mais
desenvolvidas do planeta, que inclui membros como Estados Unidos, Japão, Canadá,
México, Austrália, Nova Zelândia, Coréia, Polônia, Hungria, e Republica Tcheca, além dos
países da Europa Ocidental.
É bom salientar que a OECD possui seu grupo de Trabalho de Padrões Contábeis, que tem
como objetivo apoiar os esforços das entidades regionais, nacionais e internacionais para
promover a harmonização da contabilidade. Atua também como uma espécie de fórum de
debates para troca de informações com a ONU, no que diz respeito a matéria contábil e
relatórios financeiros. Infelizmente, seus trabalhos não são largamente reconhecidos
(NIYAMA, 2008, p. 47).
15
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, ou OECD em inglês) é uma
organização internacional dos países comprometidos com os princípios da democracia representativa e da
economia de livre mercado. A sede da organização fica em Paris, na França (fonte: www.wikipedia.org).
Contabilidade Internacional 25
• Para se manter competitivas em um mundo em transformação, as
corporações precisam inovar e adaptar suas práticas de governança, para
atender a novas exigências e alavancar novas oportunidades;
• Os governos têm grande responsabilidade na criação de uma estrutura
reguladora que proporcione flexibilidade suficiente para que os
mercados funcionem de maneira eficaz aos interesses dos acionistas e de
outras partes interessadas;
• São os governos, os órgãos reguladores do mercado de capitais, as
corporações e sés acionistas que devem decidir os princípios de
governança corporativa, levando em conta os custos e os benefícios de
sua regulamentação.
Assim, por meio das diretrizes foram delineados cinco princípios que foram publicados
pela OECD. Tais princípios apóiam-se sobretudo nos direitos dos acionistas; igualdade de
tratamento entre os acionistas; papel dos stakeholders relevantes no governo das empresas,
divulgação e transparência nas informações, responsabilidades do conselho de
administração.
Contabilidade Internacional 26
•Incentivar cooperação na geração da riqueza e na sustentação
de empresas economicamente sólidas;
• Reparação, no caso de violação de direitos;
• Adoção de mecanismos para maior participação e melhor
desempenho;
• Acesso a informações pertinentes a seus interesses.
4. Divulgação e A governança corporativa deverá assegurar a divulgação
transparência oportuna e precisa de todos os fatos relevantes referentes à
empresa:
• Estrutura e política de governança;
• Objetivos e estratégia da empresa;
• Fatores previsíveis de risco e vulnerabilidades;
• Informações preparadas e auditadas segundo os mais altos
critérios contábeis.
5. A governança deverá definir as responsabilidades dos conselhos,
Responsabilidades envolvendo orientação, fiscalização e prestação de contas das
do conselho de corporações:
administração • Orientar e homologar a estratégia corporativa;
• Estabelecer objetivos de desempenho;
• Fiscalizar e administrar conflitos potenciais de interesse;
• Garantir a integridade dos sistemas contábil e financeiro;
• Ter posicionamento independente sobre assuntos de interesse
corporativo.
Fonte: Andrade e Rossetti (2004, p. 76).
Em 2000, resolveu fazer uma revisão de suas diretrizes para as organizações multinacionais
no campo das demonstrações financeiras. Com isso, decidiu emitir recomendações, sem
vinculo, para diversos assuntos sem conexão um com o outro. É bom salientar que a
OECD, nunca se preocupou em procurar ser reguladora de normas internacionais para as
demonstrações financeiras, mas sim, em maximizar seus esforços para avaliar e aperfeiçoar
os marcos legais das boas práticas de governança corporativa16 para os governos dos
países-membros e não membros da organização, como é o caso do Brasil.
16
Os princípios da OCDE definem uma ampla perspectiva de critérios para a excelência na governança que,
coletivamente, representam um conjunto de boas práticas (BERTIN e WATSON, 2007, 23).
Contabilidade Internacional 27
ÓRGÃOS REGULADORES DA CONTABILIDADE INTERNACIONAL
Nos Estados Unidos, surgiu o Financial Accounting Standards Board (FASB), ou Comitê
de Normas de Contabilidade Financeira. Criado em 1º de junho de 1973, tem como
objetivos principais:
Também as empresas brasileiras que negociam suas ações no mercado de capitais norte-
americano devem preparar ou adaptar suas demonstrações aos padrões FASB.
17
Ver no livro Contabilidade Internacional: gestão de riscos, governança corporativa e contabilização de
derivativos de Alexandre Martins Silva de Oliveira, Anderson de Oliveira Faria, Luís Martins de Oliveira e
Paulo Sávio Lopes da Gama Alves (2008, p. 7).
18
Segundo Atkinson (2000), controller é “executivo sênior de finanças e contabilidade que prepara e
interpreta as informações financeiras para os administradores, investidores e credores”. Para Crepaldi (2004),
“o Controller é o executivo de normas, controles, metas, objetivos, orçamentos, contabilidade, finanças e
informática”. Hoji (2004) diz que “a principal função do controller é dar suporte à gestão dos negócios da
empresa, para que esta atinja seus objetivos, por meio de informações gerenciais geradas em tempo hábil para
tomada de decisões, a um custo razoável”.
Contabilidade Internacional 28
O IASB19 foi constituído em 1973 por nove países, Reino Unido, França, Alemanha,
Holanda, Estados Unidos, Canadá, México, Austrália e Japão. Atualmente é constituído por
88 países.
Com isso, percebe-se que o IASB procura substituir uma variedade de normas e padrões
nacionais de contabilidade por um padrão único internacional.
19
A primeira reunião técnica desse órgão ocorreu em abril de 2001, na qual foram listadas 42 tópicos que
foram recomendados pelos próprios membros do IASB, pela assessoria do IASB (IASB staff), pelos criadores
do Conselho do IASC (IASC board), pelos observadores (farejadores) de padrões contábeis (accounting
standards setters), pela IOSCO, pela Comissão européia, pelas firmas de contabilidade internacional e por
outras partes interessadas, como possíveis matérias para os projetos futuros do IASB (SANTOS et. al., 2006,
p. 23).
20
É uma junta reconhecida e subordinada às regras da SEC (Securities and Exchange Comission) que tem
como objetivo estabelecer e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis nos Estados Unidos
(PETERS, 2004, p. 26).
Contabilidade Internacional 29
A reorganização teve como finalidade o aumento da eficiência e eficácia da corporação. No
entanto, é impossível dizer se o IASB será o organismo criador e representativo dos
padrões internacionais de contabilidade.
O IASB já nasceu com o apoio de nove países e organismos importantes como o IOSCO (
The International Organization of Securities Commission)21. O IASB enfrentou
dificuldades em sua adoção. Os Estados Unidos (principal mercado acionário do mundo),
são se dispôs a adotar as normas do IASC (hoje IASB), devido as divergências entre a
referida organização e o US GAAP 22, que são os princípios americanos geralmente aceitos,
regulados pelo FASB.
21
Não é exatamente um órgão voltado especificamente para questões contábeis ou de normatização de
padrões. Conta com a participação de mais de 115 (cento e quinze) órgãos reguladores, semelhantes a nossa
Comissão de Valores Mobiliários e abrange mais de 85% do movimento glofal do mercado de capitais do
mundo (NIYAMA, 2008, p. 46).
22
United States Generally Accepted Accounting Principles.
23
Trecho de uma entrevista exclusiva a HSM Management realizada em julho de 2004, com o especialista
britânico Michael Rake (fonte: www.hsm.com.br).
Contabilidade Internacional 30
grande complexidade e enormes diferenças de interpretação; de outro, a União
Européia, que em 2005 estabelecerá a obrigatoriedade de padrões internacionais
de contabilidade, baseados em um conjunto de princípios.
Ao contrário dos Estados Unidos a União Européia ratifica a convergência das normas do
IASB. Peters (2004, p. 30) afirma que o IASB é o responsável pela emissão de padrões
internacionais de contabilidade e esse padrão é o aceito pela União Européia que o adota
mandatoriamente a partir de 1º de janeiro de 2005.
Niyama (2008, p. 41) corrobora afirmando que a União Européia aprovou decisão no
sentido de que todas as empresas sediadas nos países-membros deverão apresentar
demonstrações contábeis consolidadas, a partir de 2005, com base nas normas
internacionais de contabilidade do IASB.
DEFINIÇÃO DE GAAP25
24
Representações do IASB no Brasil.
25
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 38).
Contabilidade Internacional 31
relatórios financeiros tem até certo ponto retardado o avanço no aumento da complexidade
das estruturas econômicas e transações.
Os princípios contábeis são geralmente endereçados para soluções que são objetivas,
conservadoras e verificáveis. Existem duas grandes categorias de princípios contábeis:
reconhecimento e evidenciação. Os princípios de reconhecimento determinam o momento e
a mensuração de um item que faz parte do ciclo contábil e impacta nas demonstrações
financeiras. Referem-se então a padrões quantitativos os quais requerem que a informação
econômica seja refletida numericamente.
Já os princípios de evidenciação lidam com fatores que nem sempre são numéricos, isto é, a
evidenciação envolve informação qualitativa que é ingrediente essencial para que as
demonstrações financeiras representem um conjunto completo. A sua ausência faria com
que as demonstrações financeiras criadas por intermédio de princípios de reconhecimento
enganassem a si mesmas. Dessa forma, princípios de evidenciação complementam os
princípios de reconhecimento através da explicação das suposições subjacentes às
informações numéricas e fornecendo outras informações sobre as políticas contábeis,
contingências, incertezas etc., que são ingredientes essências no processo de análise da
contabilidade.
26
Ver no livro Controladoria Internacional Incluindo: Sarbanes Oxley Act e USGAAP de Marcos R. S. Peters
(2004, p. 43).
Contabilidade Internacional 32
No Brasil temos organismos como o Banco Central (resolução 220 de 1972), a CVM –
Comissão de Valores Mobiliários (deliberação 29/86), a SRF – Secretaria da Receita
Federal, a SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, o CFC – Conselho Federal de
Contabilidade (resoluções 750 de 1993 e 774 de 1994), o IBRACON – Instituto Brasileiro
de Auditores Independentes (estrutura da contabilidade) etc, como organismos que
delimitam a contabilidade em sua prática.
A fonte legal de norma contábil é a chamada Lei das Sociedades por Ações (6.404/76)
agregada das atualizações posteriores.
A ciência contábil está inserida no escopo das ciências sociais e interligada com a ciência
econômica.
Contabilidade Internacional 33
O Princípio do Custo como Base de Valor enuncia que o custo de aquisição de um ativo ou
dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a
entidade representa a base de valor para a Contabilidade, expressa em termos de moeda de
poder aquisitivo constante.
Contabilidade Internacional 34
Um conceito importante na normatização norte-americana é o do fair value (valor justo)
contraposto em muitas regras como o custo como base de valor. Na Accounting Princíples
Board Opinion nº 29 – APB 29 -, fair value é definido como:
(...) the estimated realizable value in cash transactions of the same or similar
assets, quoted market prices, independent appraisals, estimated fair values of
assets or services received in Exchange and other avaiable evidence.
Para a FASB, fair value não é um conceito genérico; cada norma que o aborda o conceitua
especificamente e define como deve ser obtido/mensurado.
Desde 2005 a Rússia, China, Austrália, África do Sul e os países da União Européia,
adotam o IFRS na elaboração de suas Demonstrações Contábeis. Em 2010 será a vez de
Brasil, Canadá, Índia, Israel e Japão. Mas, o que é IFRS?
IFRS é a sigla para Padrões de Demonstrações Financeiras Internacionais, que são emitidos
pelo IASB (Comitê de Padrões de Contabilidade Internacional).
a) Balanço;
b) Resultado;
c) Fluxo de Caixa;
d) Informações Econômicas do Segmento Empresarial;
e) Notas Explicativas e Disclosure.
27
Artigo retirado do site: www.classecontábil.com.br.
Contabilidade Internacional 35
O IASB publicou um guia prático de conversão, pois o IRFS possui 25 opções de
lançamentos contábeis alternativos.
Pelo IFRS, a metodologia "fair value" (valor justo) é obrigatória para todos os ativos
adquiridos, observando-se as hipóteses de avaliação inicial de determinadas contas que
necessitam de uma posterior contabilização pelo valor de custo corrigido (ex vi M&A que
podem ou não reavaliar seus ativos e passivos por "fair value"). No caso de empréstimos,
valores recebíveis e aplicações financeiras, inicialmente será aplicado o "fair value" para,
posteriormente, em cada data de vencimento, efetuar-se a correção do custo amortizado,
excetuando-se os instrumentos derivativos e operações de leasing (cálculo deve ser
determinado na data de contratação).
A LEI SOX
28
Ver no livro Controladoria Internacional Incluindo: Sarbanes Oxley Act e USGAAP de Marcos R. S. Peters
(2004, p. 46).
29
Trecho do artigo de Hasset e Mahoney sobre a Lei Sarbanex-Oxley (ANDRADE e ROSSETTI, 2004, p.
85)
Contabilidade Internacional 36
The U.S. Public Company Accounting Reform and Investor Protection Act of 2002, também
conhecida como lei Sarbanes-Oxley Act30, nasceu nos Estados Unidos, e foi denominada
com base nos sobrenomes de seus relatores, Senador Democrata Paul Sarbanes e o
Deputado Republicano Michael Oxley. A referida Lei foi sancionada no dia 30 de julho de
2002, pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) George W. Bush.
No que se refere aos escândalos, verifica-se que em sua grande maioria, as práticas
utilizadas para manipular os resultados contábeis não eram exatamente ilegais, ou seja,
eram permitidas por brechas constatadas na legislação existente. Tais brechas originaram-se
talvez pelo fato de que na época em que aquelas leis foram escritas, o legislador não
considerou necessário fazê-las mais analíticas, ou seja, explicitar que tais práticas não
poderiam ser transgredidas, ocasionando, caso as fossem, impacto direto nas boas práticas
de governança corporativa das empresas e contribuindo no fomento de iniciativas
eticamente inaceitáveis.32
Segundo o IBGC (2006, p. 75), a Lei Sarbanes-Oxley conta com 1.107 artigos, e com isso,
é sem dúvida a maior reforma da legislação de mercado de capitais norte-americano desde a
quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e a conseqüência promulgação das leis básicas
sobre valores mobiliários em 1933 e 1934.
A SOX tem como objetivo estabelecer sanções que coíbam ações não éticas e que estão em
desacordo com as boas práticas de governança corporativa por parte das corporações que
30
A lei Sarbanes-Oxley é considerada a mais importante reforma da legislação do mercado de capitais norte-
americano desde a década de 1930. Ela foi aprovada pela Câmara por votação de 423 a 3 e pelo Senado por
99 a 0 (PETERS, 2007, p. 18).
31
A cada novo escândalo se constatava que o mercado aparentemente eficiente da maior economia do mundo
era extremamente vulnerável [...] o grau de confiança e transparência das informações fornecidas aos
investidores se tornou preocupante para o mundo inteiro (BORGERTH, 2008, p. 12).
32
Para uma organização que esteja tentando decidir sobre o perfil de sua estrutura de governança corporativa,
uma posição ética deveria ser uma opção muito valiosa a ser considerada. Ela traz consigo tantas virtudes e
benefícios que realmente merece consideração. Quando há uma luta intensa por um estilo responsável de
governança, a ética nos negócios apresenta todos os elementos requeridos (BERTIN e WATSON, 2007, p.
37).
Contabilidade Internacional 37
atuam no mercado corporativo norte-americano. Com isso segundo Oliveira et. al. (2008, p.
207),a SOX estabeleceu rigorosos padrões de conduta para as organizações, seus dirigentes
e auditores, em relação aos seus acionistas e investidores, englobando: punições;
divulgações de informações; acesso a dados e informações relevantes; regras mais rígidas
de relacionamento entre empresas e seus auditores.
De acordo com Peters (2007) a lei possui 11 títulos, de responsabilidades adicionais para os
conselhos de administração das empresas a penalidades criminais [...]. Borgerth (2008)
enumera os referidos títulos:
Pode-se entender que a Lei SOX regulamentou de maneira severa a vida do mercado
corporativo, fomentando e impondo nova coerência aos princípios balizadores das boas
práticas de governança corporativa, ou seja, os impactos da lei Sarbanes-Oxley e de
mudanças nela inspiradas e por ela exigidas na legislação de outros países têm sido
expressivos. Com isso um novo cenário para a Governança Corporativa nas empresas está
sendo delineado.
Contabilidade Internacional 38
A GOVERNANÇA CORPORATIVA E A LEI SARBANES OXLEY
É sabido que o objetivo das boas práticas de governança corporativa é minimizar o conflito
de agência, ou seja, regulamentar a relação entre os acionistas controladores e minoritários,
administradores e acionistas, sócios, funcionários, clientes, bancos, governo e o público
como um todo.
Segundo Peters (2007, p. 27), as boas práticas em governança corporativa incluem aspectos
de publicações de informações simétricas (disclosure) como parte da prestação de contas
inerentes ao poder delegado (accountability), sustentabilidade e eqüidade de direitos.
Para Borges e Serrão (2005), o movimento pela governança corporativa ganhou força em
meados da década iniciada em 1980 nos EUA. Mas a governança corporativa já existe
desde da época em que as empresas passaram a ser gerenciadas por terceiros distintos dos
proprietários.
Surgi então o conflito de agência, em que o gestor por meio de empowerment investi ou
aplica recursos do principal (proprietário) em detrimento próprio, sendo que, ao invés disso,
deveria usar a delegação de poder para investir ou aplicar em estratégias e ou ações que
permitissem alcançar os objetivos desta delegação de recursos corroborando para o fomento
das boas práticas de governança corporativa.
As boas práticas de governança corporativa são formadas por normas que assessoram os
acionistas majoritários e executivos das empresas, a fim de maximizar seu valor e definir
suas obrigações e responsabilidades legais no âmbito corporativo.
Contabilidade Internacional 39
Administrar uma empresa de maneira ética gera efetivamente uma sensação de que estamos
procedendo de forma adequada (BERTIN e WATSON, 2007, p. 27). A ética dentro da
empresa sobretudo em todos os seus níveis é essencial para que os objetivos de todos os
agentes envolvidos no processo decisório sejam alcançados.
As chamadas empresas feitas para durar, que também são conhecidas empresas de
excelência mundial, adotaram uma série de modernas ferramentas de gestão, entre as quais
podem ser citadas:
• Balanced Scorecard;
• EVA – Economic Value Added – Valor Econômico Agregado;
• ABC Costing – Custeio Baseado em Atividades;
• Controladoria Estratégica etc.
KPMG (2006, p. 61) afirma que a definição de responsabilidade corporativa pode ser a
integração de questões ambientais, sociais e éticas nos valores da empresa, nas estratégias
de negócios e na gestão.
Neste sentido, continua a KPMG, o papel das empresas em gerar altos retornos para seus
negócios continua sendo a principal preocupação dos dirigentes, mas a grande maioria dos
33
Ver no livro Contabilidade Internacional: gestão de riscos, governança corporativa e contabilização de
derivativos de Alexandre Martins Silva de Oliveira, Anderson de Oliveira Faria, Luiz Martins de Oliveira e
Paulo Sávio Lopes da Gama Alves (2008, p. 209).
Contabilidade Internacional 40
executivos afirma que esta questão não está desconectada do compromisso e das
contribuições com a governança corporativa.
A inclusão no Dow Jones Sustentability World Index. (DJSI World) é um diferencial para
as corporações transnacionais, visto ser um dos mais importantes índices de referência para
as empresas com forte comprometimento com o mercado de capitais e os investidores em
todo o mundo, o que atesta, em níveis internacionais, além da sua solidez econômica, a
rigorosa observância das boas práticas corporativas. Além da Usiminas, também fazem
parte deste time: Aracruz, Banco Itaú, Bradesco, Cemig, Itausa e Petrobrás.
Presente neste índice desde 1999, o banco Itaú afirma ter se destacado nos quesitos de
Política Anticrime, Desenvolvimento do Capital Humano e Atração e Retenção de
Talentos. O representante da Petrobras diz que sua permanência no indicador é um
reconhecimento de empenho da companhia, nos últimos anos, do desempenho ambiental,
em transparência e em governança corporativa. Para a Cemig, a certificação indica que a
empresa une práticas de governança corporativa, respeito ao meio ambiente e ao bem-estar
da sociedade com a efetiva criação de valor para os acionistas.
34
Em 2000, a Bovespa baseada no Newer Market Alemão (criado em 1997), implantou o Novo Mercado e os
NDGC. Segmento especial da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que tem como principal atribuição a
negociação de ações emitidas por companhias, que voluntariamente adotam as boas práticas de governança
corporativa ou que façam o IPO (abertura de capital). Tal segmento compõe-se de três partes, ou seja, o Novo
Mercado, Nível 1 e Nível 2 (NDGC), sendo que seguem normas de boas práticas de governança mais
exigentes do que as existentes na legislação atual. O principal propósito da criação dos Níveis 1 e 2 de
governança é a de preparar as organizações que já possuem ações negociadas na Bovespa a aderirem ao Novo
Mercado.
Contabilidade Internacional 41
Figura 2. Modelo de estrutura de corporações internacionais com boa governança
corporativa.
Fonte: Oliveira et al. (2008, p. 211).
NORMAS INTERNACIONAIS35
35
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 56).
Contabilidade Internacional 42
Essa informação é comunicada através do seguinte conjunto de demonstrações financeiras:
Além disso, o IAS 1 determina que os seguintes elementos devem ser apresentados no
cabeçalho das demonstrações financeiras:
NORMAS NORTE-AMERICANAS36
36
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 57).
Contabilidade Internacional 43
• Balanço patrimonial;
• Demonstração do resultado do período;
• Demonstração abrangente do resultado do período;
• Demonstração do fluxo de caixa do período;
• Investimentos e distribuições para os proprietários durante o período.
BALANÇO PATRIMONIAL
NORMAS INTERNACIONAIS37
Esse títulos do balanço patrimonial devem ser utilizados quando essa demonstração
financeira foi elaborada de acordo com os princípio de contabilidade geralmente aceitos.
Entretanto, se uma base contabilização mais abrangente (comprehensive) foi utilizada, a
exemplo da utilização do regime de caixa ou de regime para fins de imposto de renda, o
título do balanço patrimonial deve refletir essa condição.
37
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 60).
Contabilidade Internacional 44
Segundo Epstein e Mirza (2004), geralmente é utilizada a expressão balance sheet, a menos
que seja usual, no setor em que a entidade opera, a utilização de outra designação, a
exemplo do setor de seguros, que utiliza, normalmente, o título statement of financial
condition.
Segundo Epstein e Mirza (2004), durante muitos séculos a ênfase nos relatórios financeiros
foi para o balanço patrimonial, que freqüentemente era a única demonstração fornecida
para partes externas à empresa. A partir do início dos anos 60, os usuários das
demonstrações financeiras aumentaram enormemente a ênfase na demonstração do
resultado, inclusive, em alguns casos, com a exclusão do balanço patrimonial. Isso se deveu
ao fato de as empresas desejarem demonstrar o rápido crescimento dos lucros e os
investidores estarem mais interessados na maximização do desempenho a curto prazo
expresso em termos de lucro por ação.
Todavia, o ciclo, por todo o mundo, da inflação e recessão no início dos anos 70, fazendo
que mesmo empresas com altos lucros por ação apresentassem problemas de liquidez,
renovou o interesse pelo balanço patrimonial. A partir do meio da década de 80 a visão do
balanço patrimonial foi dominante, mas com a apresentação simultânea da demonstração do
resultado. Finalmente, a partir do início dos anos 90 passou a ter certa proeminência, sendo
apresentado juntamente com as demais demonstrações.
NORMAS NORTE-AMERICANAS38
O balanço patrimonial apresenta os efeitos das transações em uma determinada data, isto é,
a posição financeira da entidade em um dado momento de forma estática. O estudo e a
38
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 61).
Contabilidade Internacional 45
análise do balanço patrimonial visam mensurar a liquidez da entidade, a sua flexibilidade
financeira e a sua capacidade de gerar lucros, pagar dívidas e, quando devido dividendos. A
liquidez se refere à velocidade do fluxo de caixa no curso normal dos negócios; ela indica a
capacidade da entidade de honrar suas obrigações.
Segundo Delaney et. al. (2003), não obstante o balanço patrimonial apresente a posição
financeira da entidade, ele não reflete o seu valor real. As principais razões pra que isso
ocorra são:
Recentemente o FASB tem se esforçado no sentido de aumentar o uso do valor justo como
uma medida relevante no balanço patrimonial, a exemplo do SFAS 133 que requer que os
derivativos sejam mensurados pelo seu valor justo, ou do SFAS 142, o qual requer que os
ativos intangíveis que satisfaçam ao critério legal ou contratual ou de separabilidade em
uma combinação de negócios sejam mensurados pelo seu valor justo. A mensuração de
mais ativos e passivos pelo seu valor justo aumenta a capacidade do balanço patrimonial de
apresentar o valor da empresa.
Contabilidade Internacional 46
NORMAS INTERNACIONAIS39
• O formato de relatório;
• O formato de contas.
No formato de relatório as contas são dispostas verticalmente, isto é, uma única coluna que
contempla todos os itens, conforme apresentado na Figura 3.
Assets Ativo
Non-current Assets Ativo Não corrente
- property, plant, and equipment - imobilizado
- goodwill and intangible asset - goodwill e outros ativos intangíveis
- investments in associates - investimentos em controladas e coligadas
- other financial assets - outros ativos financeiros
- deferred tax assets - ativos de impostos diferidos
Current Assets Ativo Corrente
- inventories - estoques
- trade and other receivables - duplicatas e outros recebíveis
- prepayments - adiantamentos
- cash and cash equivalents - caixa e equivalentes de caixa
Equity and Liabilities Patrimônio Líquido e Passivo
Capital and reserves Capital e Reservas
- issued capital - capital social
- reserves - reservas
- accumulated profits (losses) - lucro (prejuízos) acumulados
Non-current Liabilities Passivo Não corrente
- interest bearing borrowings - empréstimos de longo prazo
- deferred tax - impostos diferidos
- retirement benefit obligation - obrigações de benefícios de aposentadoria
Current liabilities Passivo Corrente
- trade and others payable - fornecedores e outras contas a pagar
- short term borrowings - empréstimos de curto prazo
- current portion of interest bearing - parcela corrente dos empréstimos
39
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 92).
Contabilidade Internacional 47
borrowings - provisão para warranty
- warranty provision
Figura 3. Balanço patrimonial no formato de relatório nas normas internacionais.
Fonte: Schmidt; Santos e Fernandes (2006, p. 92).
NORMAS NORTE-AMERICANAS40
Assets Ativo
Current Assets Ativo Corrente
- cash and cash equivalents - caixa e equivalentes de caixa
- short-term investments - investimentos de curto-prazo
40
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 94).
Contabilidade Internacional 48
- receivables - recebíveis
- inventories - estoques
- prepaid expenses - despesas antecipadas
Noncurrent Assets Ativo Não Corrente
- long-term investments - investimentos de longo prazo
- property, plant, and equipment - imobilizado
- intangible assets - ativos intangíveis
- other assets - outros ativos
Liabilities and Shareholder´s Equity Passivo e Patrimônio Líquido
Liability Passivo
Current liabilities Passivo Corrente
- accounts payable - contas a pagar
- notes payable - notas promissórias a pagar
- dividends payable - dividendos a pagar
- advances and deposits - adiantamentos e depósitos
- agency collections and with-holdings - função de arrecadação e retenção na fonte
- current portion of long-term debt - parcela corrente dos débitos de longo
Noncurrent Liabilities prazo
- notes and bonds payable Passivo não corrente
- capital lease obligations - notas promissórias e títulos a pagar
- accrued expenses - obrigações de leasing de capital
- contingent obligations - despesas acumuladas
Stockholder´s Equity - obrigações contingentes
Contributed capital Patrimônio Líquido
- capital stock Contribuições ao capital
- additional paid-in capital - capital social
Donated capital - reservas de capital
Retained earnings - doações de capital
Accumulated other comprehensive income - lucros acumulados
- outros resultados abrangentes acumulados
Figura 5. Balanço patrimonial nas normas norte-americanas.
Fonte: Schmidt; Santos e Fernandes (2006, p. 94).
NORMAS INTERNACIONAIS41
41
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 67).
Contabilidade Internacional 49
demonstração do resultado tem fornecido uma parcela importante da informação, por isso
muitas vezes é referida como sendo “a última linha da demonstração, o lucro líquido”
(bottom-line), isto é, uma medida fundamental do desempenho econômico da entidada.
Entretanto, nos últimos anos outras fontes de modificação do patrimônio líquido, que não
os investimentos e as distribuições para os proprietários, tornaram essa medida de
desempenho falha, a exemplo das reavaliações de ativos cujas contrapartidas são
registradas diretamente no patrimônio líquido, não transitando pelo resultado do exercício;
conseqüentemente, o resultado do período não traduz adequadamente a totalidade da
variação econômica na entidade no período.
Para solucionar esse problema, o IASB tem deliberado sobre a necessidade de expandir a
demonstração do resultado do exercício, que deveria incluir essas mudanças não
provenientes de operações com os proprietários no patrimônio líquido.
NORMAS NORTE-AMERICANAS42
42
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 68).
Contabilidade Internacional 50
securities) e ajustes de obrigações de pensões mínimos (minimum pension liability
adjustments).
Dessa forma, como o resultado abrangente inclui efeitos de eventos econômicos amplos
que não estão sob o controle da administração, ele é considerado como sendo a medida de
desempenho da entidade, enquanto que o resultado do exercício é a medida do desempenho
da administração.
NORMAS INTERNACIONAIS43
Nas normas internacionais, o IAS 1 estipula apenas os dados mínimos que devem ser
incluídos na demonstração do resultado, isto é, tendo em vista a abrangência do IASB, ele
flexibilizou a estruturação da demonstração do resultado a fim de que um número maior de
países pudesse utilizar a referida norma. Os dados mínimos que devem estar contidos na
demonstração do resultado são:
• Receita (revenue);
• Resultados das atividades operacionais (results of operating activities);
• Custos financeiros (finance costs);
• Participação nos lucros e prejuízos de associadas e joint ventures avaliadas pelo
método de equivalência patrimonial;
• Despesa com Imposto de Renda (tax expense);
• Lucro ou perda nas atividades ordinárias (profit of loss from ordinary activities);
• Itens extraordinários (extraordinary items);
• Participação de minoritários (minority interest);
• Lucro líquido do período (net profit for the period);
• Dividendos por ação (dividends per share).
43
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 69).
Contabilidade Internacional 51
O IAS 1 fornece duas formas alternativas de apresentação das despesas operacionais e
outras despesas; são elas:
• O esquema natural;
• O esquema funcional.
NORMAS NORTE-AMERICANAS44
44
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 70).
Contabilidade Internacional 52
• Efeito acumulado de mudança nos princípios contábeis (cumulative effect of a
change in accounting principles);
• Lucro líquido (net income);
• Outros resultados abrangentes (other comprehensive incomes);
• Resultado abrangente (comprehensive income);
• Lucros por ação (earnings per share information).
NORMAS INTERNACIONAIS45
45
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 137).
Contabilidade Internacional 53
Statement of Income Demonstração do Resultado
Revenue Receita
(-) cost of sales (-) custos das vendas
Gross Profit Lucro Bruto
Operating Expenses Despesas Operacionais
Selling expenses Despesas com vendas
Administrative expenses Despesas administrativas
NORMAS NORTE-AMERICANAS46
46
Ver no livro Fundamentos de Contabilidade Internacional de Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos e
Luciane Alves Fernandes (2006, p. 138).
Contabilidade Internacional 54
- items that are unusual or infrequent, but - itens não usuais ou infreqüentes, mas não
not both ambos
- income tax expense related to continuing - imposto de renda das operações em
operations continuidade
Contabilidade Internacional 55
Sales: Vendas:
Sales Vendas
(-) Sales discounts (-) descontos sobre vendas
(-) Sales returns and allowances (-) devoluções de vendas e abatimentos
ESTUDOS DE CASO
47
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 141).
Contabilidade Internacional 56
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
AGROPECUÁRIA ALFA EM 31-12-20X1
Estoques 6.900 PCLD 1.090
Reserva legal 1.600 Financiamentos a pagar 15.740
Encargos sociais a pagar 7.000 Reserva de capital 9.500
Reserva estatutária 3.200 Adiantamento a diretores 9.700
Caixa 11.200 Imóveis de renda 29.800
Deprec.acum. - imóvel de uso 2.400 Adiantamento a fornecedores 7.000
Fornecedores 28.200 Animais de tração 12.600
Fornecedores a longo prazo 3.000 Imóvel de uso 48.000
Adiantamento de viagem 7.000 Deprec.acum. - imóvel de renda 5.100
Assinaturas pagas antecipadamente 4.500 Máquinas e equipamentos 5.740
Móveis e utensílios 9.800 Cheques a receber 5.670
Bancos 15.250 Notas promissórias a pagar 9.100
Obras de arte 14.500 Marcas e patentes 17.650
Adiantamento de clientes 5.070 Alugueis recebidos antecipadamente 8.250
Dividendos a pagar 8.900 Telefones a pagar 3.550
Desp.pré-operacionais 4.890 Aplicações de liquidez imediata 6.300
Capital subscrito 85.000 Salários a pagar 3.120
Adiantamento a controladas 8.800 Reserva reavaliação - ativos próprios 11.300
Deprec.acum. - móv.e utensílios 3.000 Financiamentos a pagar a longo prazo 40.100
Seguros pagos antecipadamente 6.000 Clientes 12.400
Participações em controladas 8.500 Florestas formadas 4.000
Lucros acumulados 2.500 Animais para abate 5.000
ICMS a pagar 26.000 Capital a integralizar 4.500
Participação em outras empresas 6.800 Reserva de lucros a realizar 2.780
Depósitos judiciais 2.100 Reserva de contingência 1.800
Animais de reprodução 4.100 Clientes - LP 3.600
Figura 9. Balancete de verificação do caso nº 1.
Fonte: Schmidt; Santos e Fernandes (2006, p. 142).
Contabilidade Internacional 57
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
(Exercício findo em 31-12-20x1)
ATIVO Em 31-12-20X1 PASSIVO Em 31-12-20X1
CIRCULANTE 86.130 CIRCULANTE 106.680
Disponibilidades 32.750 Fornecedores 28.200
Caixa 11.200 Salários a pagar 3.120
Bancos 15.250 ICMS a pagar 26.000
Aplicações de liquidez imediata 6.300 Financiamentos a pagar 15.740
Notas promissórias a pagar 9.100
Direitos Realizáveis 42.880 Encargos sociais a pagar 7.000
Clientes 12.400 Dividendos a pagar 8.900
Cheques a receber 5.670 Telefones a pagar 3.550
PCLD -1.090 Adiantamento de clientes 5.070
Estoques 6.900
Animais para abate 5.000 EXIGÍVEL A LP 43.100
Adiantamento de viagem 7.000 Fornecedores a LP 3.000
Adiantamento a fornecedores 7.000 Financiamentos a pagar LP 40.100
DIFERIDO 4.890
Despesas pré-operacionais 4.890
Contabilidade Internacional 58
• Adaptação para a ordem crescente de liquidez, bem como da terminologia dos
grupos de contas;
• As despesas pré-operacionais devem ser lançadas como despesas, culminando com
a sua apresentação em lucros acumulados;
• Os adiantamentos a diretores e controladas devem ser registrados no ativo corrente
(curto prazo);
• As despesas do exercício seguinte devem ser classificadas no grupo duplicatas e
outros recebíveis;
• As marcas e as patentes devem ser classificadas fora do imobilizado em um grupo
próprio para ativos intangíveis;
• Os imóveis de renda devem ser transferidos para o imobilizado;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos financeiros;
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente juntamente com os adiantamentos de clientes.
Dessa forma, após os referidos ajustes, o balanço patrimonial nas normas internacionais é o
apresentado na Figura 11.
Contabilidade Internacional 59
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
(Exercício findo em 31-12-20x1)
ATIVO Em 31-12-20X1 PASSIVO Em 31-12-20X1
NÃO CORRENTE 156.690 CAPITAL E RESERVAS 103.290
Imobilizado 103.540
Imóvel de uso 48.000 Capital Social 80.500
Depreciação acumulada de imóvel de uso -2.400 Capital subscrito 85.000
Móveis e utensílios 9.800 Capital a integralizar -4.500
Depreciação acumulada de móveis e utensílios -3.000
Animais de tração 12.600 Reservas 30.180
Máquinas e equipamentos 5.740 Reserva de reavaliação - de ativos próprios 11.300
Florestas formadas 4.000 Reserva de capital 9.500
Animais de reprodução 4.100 Reserva legal 1.600
Imóvel de renda 29.800 Reserva estatutária 3.200
Depreciação acumulada de imóvel de renda -5.100 Reserva para contingência 1.800
Reserva de lucros a realizar 2.780
Goodwill e outros Ativos Intangíveis 17.650
Marcas e patentes 17.650 Lucros (Prejuízos) Acumulados -7.390
Prejuízos acumulados -2.500
Investimentos em Controladas e Coligadas 15.300 Despesas pré-operacionais -4.890
Participações em controladas 8.500
Participações outras empresas 6.800
NÃO CORRENTE 43.100
Outros Ativos Financeiros 20.200
Depósitos judiciais 2.100 Empréstimos 43.100
Clientes - LP 3.600 Fornecedores a LP 3.000
Obras de arte 14.500 Financiamento a pagar LP 40.100
Contabilidade Internacional 60
• As despesas pré-operacionais devem ser lançadas como despesas, culminando com
a sua apresentação em lucros acumulados;
• Os adiantamentos a diretores e controladas devem ser registrados no ativo corrente
(curto prazo);
• As marcas e as patentes devem ser classificadas fora do imobilizado em um grupo
próprio para ativos intangíveis;
• Os imóveis de renda devem ser transferidos para o imobilizado;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos;
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente no grupo receita cobrada antecipadamente;
• Os impostos e os encargos sociais a pagar devem ser transferidos para um grupo no
passivo corrente intitulado função de arrecadação e retenção na fonte;
• Como não é previsto um grupo para as reservas, elas devem ser classificadas em
lucros acumulados;
• Como não é permitida a reavaliação, seu valor deve ser abatido do ativo reavaliado.
Contabilidade Internacional 61
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
(Exercício findo em 31-12-20x1)
ATIVO Em 31-12-20X1 PASSIVO Em 31-12-20X1
CORRENTE 104.630 CORRENTE 114.930
Caixa e Equivalentes de Caixa 32.750 Contas a Pagar 34.870
Caixa 11.200 Fornecedores 28.200
Bancos 15.250 Salários a pagar 3.120
Aplicações de liquidez imediata 6.300 Telefones a pagar 3.550
48
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 148).
Contabilidade Internacional 62
Nesse caso, a entidade Alfa, cujo objeto é o desenvolvimento de atividade agropecuária,
realizou suas operações durante o exercício social de 20X1, e obteve o balancete de
verificação apresentado na Figura 13.
Pede-se:
a) Normas Brasileiras
Contabilidade Internacional 63
b) Normas Internacionais
c) Normas Norte-Americanas.
Obs.
• Adaptação para a ordem crescente de liquidez, bem como a terminologia dos grupos
de contas;
• As despesas pré-operacionais e os gastos com pesquisa e desenvolvimento devem
ser lançados como despesas, culminando com a sua apresentação em lucros
acumulados;
• Os adiantamentos a diretores e controladas devem ser registradas no ativo corrente
(curto prazo);
• As despesas do exercício seguinte devem ser classificadas no grupo duplicatas e
outros recebíveis;
• As marcas e as patentes devem ser classificadas fora do imobilizado em um grupo
próprio para ativos intangíveis;
• Os imóveis de renda devem ser transferidos para o imobilizado;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos financeiros;
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente juntamente com os adiantamentos de clientes;
• A parcela dos financiamentos a pagar relativa à reclassificação para curto prazo dos
financiamentos a pagar a longo prazo deve ser classificada em grupo separado no
passivo corrente.
Contabilidade Internacional 64
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente no grupo receita cobrada antecipadamente;
• Os impostos e encargos sociais a pagar devem ser transferidos par um grupo no
passivo corrente intitulado função de arrecadação e retenção na fonte;
• Como não é previsto um grupo para as reservas, elas devem ser classificadas em
lucros acumulados;
• Como não é permitida a reavaliação, seu valor deve ser abatido do ativo reavaliado;
• A parcela dos financiamentos a pagar relativa à reclassificação para curto prazo dos
financiamentos a pagar a longo prazo deve ser classificada em grupo separado no
passivo corrente.
49
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 154).
Contabilidade Internacional 65
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
AGROPECUÁRIA ALFA EM 31-12-20X1
Desp.pessoal (vendas) 3.630 PCLD 1.165
Fornecedores 80.890 Dividendos recebidos 420
VMP 34.190 Financiamentos a pagar 17.850
Reserva legal 2.010 Reserva de capital 6.330
Desconto recebidos (financeiro) 3.440 Desp.mat.exped.(adm.) 2.200
Adiantamento de clientes 5.500 Adiantamento a diretores 3.450
Reserva estatutária 3.200 Desp.fretes 1.840
CMV 15.050 Imóveis de renda 42.520
Caixa 11.085 Adiantamento a fornecedores 5.870
Deprec.acum. - imóvel de uso 2.445 Receitas de juros 8.630
Receita de vendas 63.020 Estoques 6.515
Capital a integralizar 10.980 Desp.de energia (adm.) 3.330
Fornecedores a longo prazo 30.980 Imóvel de uso 45.155
Perdas de capital 1.990 Deprec.acum. - imóvel de renda 4.330
Investimentos de curto prazo 4.200 Máquinas e equipamentos 20.600
Assinaturas pagas antecipadamente 3.880 VMA 32.630
Desp.juros 9.630 Cheques a receber 5.550
Móveis e utensílios 19.560 Notas promissórias a pagar 7.450
Bancos 16.650 Ganhos de capital 2.900
Devoluções de vendas 4.980 Marcas e patentes 17.680
Obras de arte 9.450 Alugueis recebidos antecipadamente 8.360
Cofins s/ vendas 3.240 Desp.pré-operacionais 4.990
ICMS s/ vendas 6.780 Aplicações de liquidez imediata 6.370
Telefones a pagar 5.500 Desp.de alugueis (adm.) 1.950
Energia elétrica a pagar 9.250 Rendimento de aplicações financeiras 3.990
Animais de tração 12.220 Despesas de telefones (vendas) 3.450
Capital subscrito 37.510 Salários a pagar 2.980
Ganhos com equivalência patrimonial 7.620 Reserva de reavaliação - ativos próprios 10.935
Adiantamento a controladas 16.590 Descontos concedidos 2.160
Deprec.acum. - móv.e utensílios 3.440 Financiamentos a pagar a longo prazo 14.870
Desp.de alugueis (vendas) 1.650 Clientes 12.780
Seguros pagos antecipadamente 7.010 Desp.de pessoal (adm.) 5.480
Participações em controladas 10.800 Florestas formadas 3.980
Lucros acumulados 2.460 Animais para abate 5.415
ICMS a pagar 23.020 Dividendos a pagar 3.450
Participação em outras empresas 6.860 Reserva de lucros a realizar 3.205
Reserva de contingências 1.930
Figura 14. Balancete de verificação do caso nº 3.
Fonte: Schmidt; Santos e Fernandes (2006, p. 154).
a) devem-se calcular a contribuição social (9%) e a provisão para Imposto de Renda (15%)
com base no lucro real de $ 7.200;
b) devem-se calcular as participações de debêntures, empregados e administradores (10%);
c) a reavaliação refere-se ao imóvel de uso;
Contabilidade Internacional 66
d) as despesas pré-operacionais se referem à energia elétrica de $ 1.200 e despesa com
pessoal da área administrativa $ 3.790;
e) os financiamentos a pagar referem-se a empréstimos de curto prazo e não a
reclassificação para curto prazo de financiamentos a pagar – LP;
f) os adiantamentos a diretores e a controladas têm termo contratual no curto prazo.
Pede-se:
a) Normas Brasileiras
b) Normas Internacionais
c) Normas Norte-Americanas.
I – Na demonstração do resultado:
• Adaptação da terminologia dos grupos de contas;
• As despesas pré-operacionais devem ser lançadas como despesas de pessoa e
energia elétrica aos invés de serem ativadas;
• Os descontos concedidos devem ser transferidos para a receita e os descontos
recebidos para o custo das mercadorias vendidas;
• Os ganhos e as perdas de capital devem ser evidenciadas separadamente no
resultado das atividades ordinárias;
• Os impostos sobre vendas devem ser apresentados junto como o Imposto de Renda;
• Os dividendos recebidos e o resultado de equivalência patrimonial devem ser
agrupados em receitas com associadas.
II – No balanço patrimonial:
• Adaptação para a ordem crescente de liquidez, bem como a terminologia dos grupos
de contas;
• Os adiantamentos a diretores e controladas devem ser registrados no ativo corrente
(curto prazo);
• As despesas do exercício seguinte devem ser classificadas no grupo duplicatas e
outros recebíveis;
• As marcas e as patentes devem ser classificadas fora do imobilizado em um grupo
próprio para ativos intangíveis;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos financeiros;
• Os imóveis de renda devem ser transferidos para o imobilizado;
Contabilidade Internacional 67
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente juntamente com os adiantamentos de clientes.
I – Na demonstração do resultado:
II – No balanço patrimonial:
Contabilidade Internacional 68
Caso nº 4: Elaboração do balanço patrimonial e demonstração do resultado do
exercício mais complexo50
50
Ver no livro Introdução à Contabilidade Internacional de José Luiz dos Santos, Paulo Schmidt e Luciane
Alves Fernandes (2006, p. 164).
Contabilidade Internacional 69
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DA EMPRESA
AGROPECUÁRIA ALFA EM 31-12-20X1
Desp.pessoal (vendas) 3.610 PCLD 1.170
Fornecedores 79.850 Dividendos recebidos 435
VMP 33.850 Financiamentos a pagar 17.625
Reserva legal 20.130 Reserva de capital 6.320
Desconto recebidos (financeiro) 3.540 Desp.mat.exped.(adm.) 2.210
Adiantamento de clientes 5.430 Adiantamento a diretores 3.440
Reserva estatutária 3.150 Desp.fretes 1.835
CMV 16.020 Imóveis de renda 42.615
Caixa 11.180 Adiantamento a fornecedores 5.880
Deprec.acum. - imóvel de uso 2.350 Receitas de juros 8.615
Receita de vendas 70.850 Estoques 6.455
Capital a integralizar 10.545 Desp.de energia (adm.) 3.295
Fornecedores a longo prazo 31.020 Imóvel de uso 45.345
Perdas de capital 2.010 Deprec.acum. - imóvel de renda 4.300
Investimentos de curto prazo 4.220 Máquinas e equipamentos 15.850
Assinaturas pagas antecipadamente 3.870 VMA 32.615
Desp.juros 9.620 Cheques a receber 5.345
Móveis e utensílios 19.550 Notas promissórias a pagar 7.430
Bancos 16.540 Ganhos de capital 5.725
Devoluções de vendas 5.045 Marcas e patentes 17.500
Obras de arte 10.250 Alugueis recebidos antecipadamente 8.290
Cofins s/ vendas 3.235 Desp.pré-operacionais 5.030
ICMS s/ vendas 6.770 Aplicações de liquidez imediata 6.300
Telefones a pagar 5.450 Desp.de alugueis (adm.) 2.000
Energia elétrica a pagar 9.320 Rendimento de aplicações financeiras 4.000
Animais de tração 22.875 Despesas de telefones (vendas) 3.500
Capital subscrito 36.950 Salários a pagar 2.960
Ganhos com equivalência patrimonial 7.635 Reserva de reavaliação - ativos próprios 11.030
Adiantamento a controladas 16.610 Descontos concedidos 2.155
Deprec.acum. - móv.e utensílios 3.445 Financiamentos a pagar a longo prazo 14.900
Desp.de alugueis (vendas) 1.630 Clientes 12.800
Seguros pagos antecipadamente 7.210 Desp.de pessoal (adm.) 5.500
Participações em controladas 10.780 Gasto com pesquisa e desenvolvimento 14.000
Lucros acumulados 2.435 Animais para abate 5.970
ICMS a pagar 23.125 Dividendos a pagar 3.460
Participação em outras empresas 13.395 Reserva de lucros a realizar 3.200
Perdas com ciclone 2.815 Reserva de contingências 1.900
Figura 15. Balancete de verificação do caso nº 4.
Fonte: Schmidt; Santos e Fernandes (2006, p. 164).
a) devem-se calcular a contribuição social (9%) e a provisão para Imposto de Renda (15%)
com base no lucro real de $ 8.100;
b) devem-se calcular as participações de debêntures, empregados e administradores (10%);
Contabilidade Internacional 70
c) a reavaliação refere-se ao imóvel de uso;
d) as despesas pré-operacionais se referem à energia elétrica de $ 1.350 e despesa com
pessoal da área administrativa $ 3.680;
e) os gastos com pesquisa e desenvolvimento se referem à energia elétrica $ 1.500 e
despesa com pessoal da área administrativa $ 12.500;
e) os financiamentos a pagar referem-se a empréstimos de curto prazo e $ 2.150 a
reclassificações para curto prazo de financiamentos a pagar a LP;
f) os adiantamentos a diretores e a controladas têm termo contratual no curto prazo.
Pede-se:
a) Normas Brasileiras
b) Normas Internacionais
c) Normas Norte-Americanas.
I – Na demonstração do resultado:
• Adaptação da terminologia dos grupos de contas;
• As despesas pré-operacionais e os gastos com pesquisa e desenvolvimento devem
ser lançadas como despesas de pessoa e energia elétrica aos invés de serem
ativadas;
• Os descontos concedidos devem ser transferidos para a receita e os descontos
recebidos para o custo das mercadorias vendidas;
• Os ganhos e as perdas de capital devem ser evidenciadas separadamente no
resultado das atividades ordinárias;
• Os impostos sobre vendas devem ser apresentados junto como o Imposto de Renda;
• As perdas sobre vendas devem ser apresentados como itens extraordinários;
• Os dividendos recebidos e o resultado de equivalência patrimonial devem ser
agrupados em receitas com associadas.
II – No balanço patrimonial:
• Adaptação para a ordem crescente de liquidez, bem como a terminologia dos grupos
de contas;
• Os adiantamentos a diretores e controladas devem ser registrados no ativo corrente
(curto prazo);
• As despesas do exercício seguinte devem ser classificadas no grupo duplicatas e
outros recebíveis;
Contabilidade Internacional 71
• As marcas e as patentes devem ser classificadas fora do imobilizado em um grupo
próprio para ativos intangíveis;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos financeiros;
• Os imóveis de renda devem ser transferidos para o imobilizado;
• Os alugueis recebidos antecipadamente devem ser registrados dentro do passivo
corrente juntamente com os adiantamentos de clientes, e a reclassificação dos
financiamentos a pagar – LP deve ser apresentada em grupo separado.
Para adaptar o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício para as
normas norte-americanas, deve-se obedecer as principais diferenças a serem ajustadas,
que são:
I – Na demonstração do resultado:
II – No balanço patrimonial:
Contabilidade Internacional 72
• A parcela dos financiamentos a pagar relativa á reclassificação para curto prazo dos
financiamentos a pagar a longo prazo deve ser classificada em grupo separado no
passivo corrente;
• As obras de arte devem ser transferidas para outros ativos financeiros.
REFERÊNCIAIS
Contabilidade Internacional 73
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Contabilidade Internacional 74
ANEXOS
ARTIGOS CIENTÍFICOS
Contabilidade Internacional 75