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O existencialismo

Mário Ferreira dos Santos – Palestra no Centro Convívium, 1964

Existe dois tipos: um existencialismo ateu, vamos chamar assim, e um teísta. O


problema existencialista não é uma novidade criada agora, descoberta atualmente,
porque o problema da existência já foi estudado sobretudo pelos místicos cristãos com
muito maior profundidade do que os modernos.
Gostaria que lessem os místicos, iriam ter um momento de maior emoção, de
maior beleza, iriam ver que estes existencialistas modernos que escrevem muito bem
não escrevem tão bem como os místicos cristãos, que despertam lágrimas de emoção
estética, porque o belo é um transcendental que se coloca entre o bem e o verdadeiro,
todo bem supremo é belo como todo verdadeiro é belo.
Ao lado de uma filosofia, há também uma filocalia, isto é, um amor ao belo, e
nós quando alcançamos as grandes verdades, os grandes primeiros princípios temos
aquelas emoções de beleza que nos levam ao êxtase e nos levam a estados em que
não contemos as lágrimas, porque é uma satisfação tão grande, uma vitória tão
grande sobre a nossa pequenez, que nos sentimos nesses instantes raiando uma
felicidade tão alta, e nosso corpo é pobre para resistir, por isso trepida, estremece, até
se apavora, mas nosso espírito entra em estados de agradabilidade incomparáveis.
O existencialismo é uma das maneiras de colocar mal o problema da existência,
e por isso como a época é de má colocação dos problemas, ele está na sua bela fase,
então ele teve um certo sucesso como teve o paninteísmo e outras doutrinas que
também fizeram o mesmo furor.
Não deixo de reconhecer no existencialismo aspectos positivos porque temos
que chegar a conclusão na filosofia de que toda existência é singular, não temos uma
existência do universal, o universal não existe, de maneira que a existência é o
momento perfectivo de qualquer ser, é o auge de qualquer ser na sua existência, mas
o existencialismo não se preocupou propriamente com este problema da existência das
coisas, mas sim com o problema da existência do homem, e quis escamotear o
problema da sua essência, primeiro porque nunca compreendeu claramente o que é a
essência do homem, tiveram uma noção muito errada do que seja, e o que disseram e
o que tratarem está muito melhor tratado nas obras dos místicos, e em filósofos como
Duns Scot e também nos místicos franciscanos.
Como é uma matéria muito longa prefero deixar para uma palestra especial
porque levaria muito tempo para estudar os diversos tipos de existencialismo e
mostrar os seus defeitos, mas não é nada que me impressione embora reconheça que
é uma manifestação filosófica que está avassalando a juventude e que ela está
despreparada para compreender.
Como o panteísmo foi no fim do século passado, são como esses rojões que
quando acendem brilham muito, esses fogos de artifício e que deixam depois só
trevas, num total e absoluto esquecimento, mas não deixa de ter os seus aspectos
positivos, mas os aspectos positivos que tem foram os que foi buscar de outras
concepções.

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