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Equidade

Equidade consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se


os critérios de justiça e igualdade. Pode-se dizer, então, que a eqüidade adapta a regra a
um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o
Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes.

Essa adaptação, contudo, não pode ser de livre-arbítrio e nem pode ser contrária ao
conteúdo expresso da norma. Ela deve levar em conta a moral social vigente, o regime
político Estatal e os princípios gerais do Direito. Além disso, a mesma "não corrige o
que é justo na lei, mas completa o que a justiça não alcança"

Sem a presença da eqüidade no ordenamento jurídico, a aplicação das leis criadas pelos
legisladores e outorgadas pelo chefe do Executivo acabariam por se tornar muito
rígidas, o que beneficiaria grande parte da população; mas ao mesmo tempo,
prejudicaria alguns casos específicos aos quais a lei não teria como alcançar. Esta
afirmação pode ser verificada na seguinte fala contida na obra "Estudios sobre el
processo civil" de Piero Calamandrei:

legislador permite ao juiz aplicar a norma com eqüidade, ou seja, temperar seu rigor
naqueles casos em que a aplicação da mesma (no caso, "a mesma" seria "a lei") levaria
ao sacrifício de interesses individuais que o legislador não pôde explicitamente proteger
em sua norma]

É, portanto, uma aptidão presumida do magistrado.

Relação entre isonomia, eqüidade e jurisprudência

O conceito de isonomia consiste num "princípio que determina a igualdade de todos


perante a lei" (CF: art. 5º, "caput", inc. I, VIII, XXXVII e XLII, e 7º, inc. XXX, XXXI e
XXXIV; CLT: art. 3º, 5º e 8º). Já o conceito de jurisprudência é "fonte secundária do
Direito que consiste em aplicar, a casos semelhantes, orientação uniforme dos
tribunais".

A partir dos dados oferecidos acima e do que já foi falado sobre eqüidade, chegamos à
conclusão de que a diferença existente entre os três é de que a isonomia consiste na
garantia de direitos iguais a todos perante a lei, enquanto que a jurisprudência é uma
decisão generalizada dos tribunais a respeito de questões semelhantes e a eqüidade é a
adaptação da lei a fim de fazer justiça da forma mais humana e justa possível.

Apesar disso, isonomia, jurisprudência e eqüidade têm uma coisa em comum: os três
tentam nos proporcionar o maior grau de justiça que o Direito pode nos oferecer, porém,
de formas diferentes.

] Contexto histórico de eqüidade

Na Grécia
A Grécia pode ser considerada o berço da eqüidade. O contexto das cidades-estado
gregas, sobretudo Atenas, levou ao desenvolvimento da filosofia, que foi a fonte da
eqüidade grega.

Na Grécia, a eqüidade era chamada de epieikeia, e manifestava a idéia de adaptação do


direito ao caso. Ela não pretendia dissolver o direito escrito, mas apenas torná-lo mais
democrático.

Dentre os filósofos gregos, destacam-se Platão, que foi o primeiro a preocupar-se com a
eqüidade, e Aristóteles. Ele separou eqüidade de justiça, e colocou a primeira num
patamar superior a da justiça normativa. Porém Aristóteles definiu a epieikeia como
pouco prática devido a corrupção no judiciário e, por isso, não recomendou o seu uso
irrestrito por parte dos juízes.

No direito romano

A eqüidade teve papel fundamental no desenvolvimento do Direito Romano. Para


compreender essa importância é necessário diferenciar o Direito Romano Arcaico do
Direito Romano Clássico.

O Direito Romano Arcaico ou Quiritário caracterizava-se pelo formalismo, oralidade e


rigidez, aplicando a igualdade "aritmética" e não a eqüidade. Ele não se estendia a todos
os que viviam no império, criando uma massa de excluídos que não podiam recorrer à
justiça. Porém, com a invasão da Grécia pelos romanos, houve uma sincretização entre
as duas culturas e, com isso, além da introdução de um direito escrito, a filosofia grega
influenciou na quebra da rigidez do Direito, através do princípio da eqüidade.

A partir desse ponto o Direito Romano vislumbrou um grande desenvolvimento. As


fórmulas passaram a garantir novos direitos e a estender o mesmo a mais pessoas, como
os estrangeiros. A eqüidade não veio para mudar a lei criando um meio processual para
preencher as lacunas. Destaca-se ainda a codificação de Justiniano, Corpus juris civilis,
que deu grande importância e relevância à eqüidade.

Pode-se concluir que no desenvolvimento do Direito Romano-germânico Ocidental, os


romanos nos deixaram, através de um direito formal e rígido, a certeza e a precisão,
enquanto os gregos quebraram essa rigidez excessiva, contribuindo com o principío da
eqüidade.

Na Idade Média

Na Idade Média prevaleceram-se as idéias de São Tomás de Aquino. Ele, baseado em


Aristóteles, desenvolveu o conceito de eqüidade aplicado ao contexto cristão.

O pensamento de São Tomás de Aquino ligou a eqüidade à algo útil para a aplicação do
direito. A eqüidade também obteve sinônimo de virtude e de prudência; ou seja, julgar
mais justamente.

Assim a lei determina que os depósitos sejam restituídos, porque tal é justo na maioria
dos casos; mas, pode acontecer que seja nocivo, num dado caso. Por exemplo, se um
louco, que deu em depósito uma espada, a exija no acesso da loucura, se alguém exija o
depósito para lutar contra a pátria. Nesses casos, e em outros semelhantes, é mau
observar a lei estabelecida: ao contrário, é bom, pondo de parte as suas palavras, seguir
o que pedem a idéia da justiça e utilidade comum. E a isso se ordena a epieiqueia, a que
chamamos de eqüidade [3].

Além da concepção aristotética-tomista (direito natural e eqüidade preponderante), a


eqüidade cristã (aequitas canonica) recebeu influência da concepção romana e da
patrística, de A eqüidade pode influir na norma legal de duas formas distintas: a
primeira seria no âmbito informativo e inspirador; ou seja, a eqüidade pode influenciar
uma lei, e um exemplo disso é a própria legalização de seu uso pela norma legal. A
segunda, seria a de regular o poder de liberdade de escolha que o juiz passou a ter no
Direito contemporâneo. Assim, ele não poderia usar esse poder em livre arbítrio, tendo
que seguir os princípios da moralidade e legalidade.

Desta forma, a eqüidade atua "[...] como uma noção idealista, imperando no espírito do
legislador para o fim de se cristalizar em normas condizentes com as necessidades
sociais, com o equilíbrio dos interesses"[4]

Na interpretação da lei

Interpretar significa, acima de tudo, entender. Para que possamos entender um texto,
precisamos utilizar toda nossa capacidade interpretativa; ou seja, devemos ser críticos e
avaliarmos atenciosa e minuciosamente toda e quaisquer possibilidades e situações que
podem estar envolvidas.

Porém, a eqüidade não é meramente um simples método de interpretação, e sim uma


forma de se evitar que a aplicação da norma geral do Direito positivo em casos
concretos e específicos, acabe prejudicando alguns indivíduos; haja vista que toda
interpretação da justiça deva tender para o justo, à medida do possível.

De acordo com o doutrinador Alípio Silveira, a eqüidade na interpretação da lei


significa o "predomínio do espírito ou intenção do legislador sobre a letra da lei e
também significa a preferência, entre várias interpretações possíveis de um mesmo texto
legal, da mais benigna e humana" [5].

Na integração da lei

O ordenamento jurídico (apesar de todo o seu decretismo) caracteriza-se por ser aberto e
incompleto e, desta forma, acaba, deixando vazios ou lacunas que precisam de ser
preenchidas de alguma forma. Com o avanço da sociedade, a mesma passa, ao longo do
caminho, a precisar de novas regras, exigindo mais do Direito. Essa evolução social
gera o aparecimento de lacunas nas leis, pois muitas vezes, o legislador, seja por falta de
competência ou simplesmente pelo decretismo causado por esse avanço social e/ou
negligência das mesmas, vai criar um abismo entre as leis e a sociedade.

Essas lacunas podem ser voluntárias ou involuntárias. As primeiras caracterizam-se por


terem sido deixadas propositadamente pelo legislador e as segundas, devem ser
preenchidas através da analogia, do costume, dos princípios gerais do Direito e, na
insuficiência destes, através da equidade.
Na correção da lei

Como já dito acima, as leis no Brasil, diante de uma constante evolução social, acabam
se tornando obsoletas, formando-se, assim, lacunas nas normas legais; e é aí que entra o
papel da eqüidade na correção destas leis.

São raros os casos em que o juiz considera a lei inadaptável ao caso concreto, mas isso
não quer dizer que este fato seja impossível. Quando isto ocorre, o juiz pode contar com
o poder da eqüidade para estabelecer uma norma individual ao caso específico.

Como podemos ver, as funções da eqüidade mostram a sua enorme influência, tanto na
aplicação, pois serve como uma base para o aplicador do Direito, além de ditar regras
para a aplicação das leis; como na interpretação, pois ajuda o aplicador da lei a tratar
casos singulares de uma forma mais humana e justa; na integração, pois suplementa a
lei, preenchendo os vazios encontrados na mesma; e na correção das leis, pois previnem
que as leis obsoletas acabem prejudicando algumas pessoas que tenham casos mais
específicos.caráter religioso-cristão, preconizava que a eqüidade era a justiça suavizada
pela misericórdia.

No direito moderno

O direito moderno, influenciado pela corrente do Direito Positivo, tentou minimizar a


importância da eqüidade. Ou seja, o Direito Positivo prega que a generalidade e
abstração das normas jurídicas irá garantir a abrangência de todos os fatos; porém, é
notório que não se consegue tal efeito porque a generalidade e abstratividade da norma
jurídica não absorve todos os novos fatos ainda não legislados. Portanto, a eqüidade é
usada como um mecanismo para suprir lacunas da lei, pois as novas relações e novos
fatos jurídicos possíveis são infinitos.

A fim de tornar a realização da justiça mais ampla e eqüitativa, foi autorizada, a


aplicação da eqüidade pelos juízes, ou seja, eles podem quando autorizados pela lei,
criar e aplicar uma lei específica para um caso concreto específico. Todavia, de acordo
com a divisão dos três poderes foi impedida a correção da lei pelo juiz, cabendo ao
legislativo realizar tal atividade.

É a flexibilização da norma aplicável para não resultar em injustiça, ou criação e


aplicação pelo juiz de nova norma especifica para caso concreto específico.

Referências

• LORENZETTI MARQUES, Eduardo. Introdução ao Estudo do Direito. São


Paulo: LTR, 1999.

• Pamplona Filho, Rodolfo. A eqüidade no Direito do Trabalho. 2001.

• GONÇALVES CINTRA, Fausto. A Eqüidade como Instrumento de Integração


de Lacunas no Direito Civil Brasileiro, 2003. Acesso em 17 de junho de 2007.

• AMARANTE, Maria Cecília Nunes. Justiça ou Equidade nas Relações de


Consumo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998.pt:Eqüidade

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