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Para Heidegger, o cristianismo primitivo descrito nas cartas de Paulo aos Tessalonicenses não era uma doutrina teológica, mas sim uma narrativa de experiência vivida. Paulo fala da expectativa da volta de Cristo (parúsia), mas não como um evento com data marcada, e sim como uma espera existencial que requer preparo constante e angústia diante das tentações.
Description originale:
O texto traz a resposta à questão sobre o que é o conceito de vida fática proto-cristã para Heidegger, conforme sua interpretação das duas epístolas paulinas aos tessalonicensses. A fonte utilizada foram as aulas e a leitura do texto respectivo de Heidegger, referente à disciplina que aborda este autor na graduação de filosofia (bach.) na UFMT.
Titre original
Vida fática proto-cristã segundo a interpretação de I e II tessal. por Heidegger
Para Heidegger, o cristianismo primitivo descrito nas cartas de Paulo aos Tessalonicenses não era uma doutrina teológica, mas sim uma narrativa de experiência vivida. Paulo fala da expectativa da volta de Cristo (parúsia), mas não como um evento com data marcada, e sim como uma espera existencial que requer preparo constante e angústia diante das tentações.
Para Heidegger, o cristianismo primitivo descrito nas cartas de Paulo aos Tessalonicenses não era uma doutrina teológica, mas sim uma narrativa de experiência vivida. Paulo fala da expectativa da volta de Cristo (parúsia), mas não como um evento com data marcada, e sim como uma espera existencial que requer preparo constante e angústia diante das tentações.
O que a vida ftica proto-crist segundo a interpretao que
Heidegger faz de I e II Tessalon.?
Para Heidegger o proto-cristianismo era o cristianismo primitivo
(cristianismo desenvolvido pelos primeiros cristos), o qual era completamente distinto do carter assimilado posteriormente a partir da filosofia grega. Em outras palavras, o cristianismo tal como o conhecemos hoje o resultado de uma espcie de helenizao terica.
Para Heidegger, ento, a vida ftica proto-crist no o que os
padres da igreja, os telogos e a escolstica medieval disseram ser. Inclusive, eles diziam que Paulo era um telogo, e Heidegger vai dizer que no h teologia em Paulo, h apenas uma narrativa de experincia vivenciada.
Na tentativa de compreender o proto-cristianismo, Heidegger tenta
fazer uma fenomenologia da religio, com nfase na vida religiosa crist propriamente. Seu interesse inicial era teolgico, cuja viso demasiadamente filosfica encontra outro caminho, o caminho para a filosofia.
Nas duas cartas aos tessalonicenses, Paulo fala sobre a expectativa
da parsia (do grego, vinda), que se trata da vinda do reino de Deus ou do messias. Essa vinda envolve, em tese, saber quando esse evento (a vinda de messias) ocorrer, no entanto, Paulo no trata da questo como se fosse possvel saber o seu quando. Paulo tambm no nega que esse saber a respeito do quando seja cognoscvel. O que importa o comportamento do cristo em relao a essa expectativa da vinda.
Com respeito aceitao da proclamao da vinda e tambm o
receber a Deus - implicado nessa aceitao -, tem-se que ao aceit- la, a vida do cristo no se torna melhor por saber que um messias voltar e, portanto, ir salv-lo. Isto, inclusive, motivo de alegria para o cristo, tendo em vista que ele salvo pela graa.
Contudo, a aceitao envolve uma tribulao, fruto, primeiro, da
expectativa/espera, e segundo, do denominado espinho na carne, o qual seria a ao do diabo, que tenta desviar o cristo de sua perseverana e de seu servir a Deus.
Portanto, esse receber a Deus implica uma angstia, em vista de
que o cristo ter de resistir s tentaes do demnio. E com relao ao tempo da volta do messias, Paulo dir que no um evento marcado cronologicamente, significa apenas um estar por vir enquanto expectativa/espera em um aspecto existencial - tempo cairolgico, e no cronolgico e que eu deva estar preparado para isso como algo futuro. A volta do messias, portanto, como a de um ladro que chega a noite.
Outro elemento que merece destaque, que entre a primeira e a
segunda carta aos tessalonicenses existe uma diferena: na primeira, a parsia algo que ir acontecer aps um perodo de calma e paz, e na segunda, a parsia aparece como um acontecimento que vir depois da vinda do anti-cristo, e de um momento de confuso e guerra.
Para a vida ftica proto-crist, portanto, aquilo que era simplesmente
uma volta de uma entidade religiosa superior que ir nos salvar, traduzida como a circunstncia futura a respeito da qual eu me projeto e que est junto a mim mesmo aqui e agora. A minha vida existencialmente compreendida como um projetar-se em relao ao futuro que exige de mim uma determinada atitude. E essa relao com o futuro uma relao angustiada.