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PAREDES DE TAIPA
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A monografia apresentada foi
realizada no âmbito da cadeira de
Tecnologias da Construção de
Edifícios do 11º Mestrado em
Construção do Instituto Superior
Técnico
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ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO GERAL
1.1 – NOTA INTRODUTÓRIA -------------------------------------------------------------- 5
1.2 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ------------------------------------------------------- 5
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3 – O PROCESSO CONSTRUTIVO
3.1 – UTENSÍLIOS ---------------------------------------------------------------------------- 17
3.2 – PREPARAÇÃO DA TERRA -------------------------------------------------------- 18
3.3 – FUNDAÇÕES --------------------------------------------------------------------------- 19
3.4 – A PAREDE ------------------------------------------------------------------------------ 20
3.5 – REVESTIMENTO DA PAREDE ---------------------------------------------------- 22
3.6 – VÃOS ------------------------------------------------------------------------------------- 23
3.7 – CUNHAIS E PONTOS DE ENCONTRO DE PAREDES
⇒ Cunhais ----------------------------------------------------------------------------- 24
⇒ Contrafortes ----------------------------------------------------------------------- 25
3.8 - COBERTURAS E TELHADOS ------------------------------------------------------ 26
4 – PATOLOGIAS -------------------------------------------------------------------------------------- 28
5 – RENTABILIDADE ---------------------------------------------------------------------------------- 29
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1 – INTRODUÇÃO GERAL
Esta técnica de construção encontra-se entre as mais antigas. A sua origem remonta há
época das civilizações Caldeias e Assírias do crescente fértil Mesopotâmico, constituindo
posteriormente também uma prática construtiva das civilizações romana e árabe,
principalmente em zonas de fraca pluviosidade.
Devido ás suas características, este processo encontra-se espalhado um pouco por todo
o mundo, sendo utilizado actualmente principalmente em países do norte de África, da
Arábia e do Yémen do Sul ( onde se encontra a cidade de Shibam, totalmente construída
em terra, cujos edifícios chegam a atingir os 8 pisos )[ Anexos fotográficos].
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Fig. 1 [ 1 ] - Localização das construções de Taipa em Portugal
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tendo-se realizado em Maio de 2000 a 8ª Conferência n a localidade de Torquay, Devon,
Inglaterra.
A Taipa é constituída por terra húmida comprimida entre taipais móveis de madeira,
formando, pela sua secagem e após a retirada daqueles, paredes ou muros homogéneos
e monolíticos.
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Fig. 2 - Dois tipos de Taipa diferentes
A terra para a construção destas alvenarias deve apresentar um grau de gordura justo
dado pela argila, visto que se for muito gorda – ( muito argila ) – ao secar terá tendência a
originar fendilhações de retracção. Por outro lado, se a terra for demasiado magra – (
pouca argila ) – não apresenta as características aglutinantes necessárias para manter a
forma.
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Verifica-se que uma terra dá uma taipa de qualidade, ao amassar-se a terra com água e
enchendo-se um molde prismático de madeira de (0,50 x 0,50 cm) em camadas de 10 cm
de espessura, bem amassada e compactada. Ao fim de uma semana quando a terra
estiver bem seca retira-se o molde. Passados alguns meses examina-se se a sua
consistência aumentou ou diminuiu. Mediante o resultado obtido, assim se conclui quanto
ás boas capacidades mecânicas dessa terra(2).
A mistura de areia e argila com 1/3 de terra franca também origina uma boa Taipa. A terra
franca reconhece-se quando, apertando-a na mão, esta mantêm as marcas dos dedos (2).
⇒ Observação da cor
A cor é a primeira característica do solo a sobressair pois, a cor dos solos depende da
sua constituição química. Assim a cor escura indica a presença de materiais orgânicos. O
vermelho, indica a coloração causada por óxidos de ferro hidratado. O amarelo são
colorações causadas por óxidos de ferro mais ou menos hidratados. A cor parda indica a
presença de óxidos de ferro hidratados ou óxidos de ferro associados a matéria orgânica.
Os solos pálidos indicam a presença de areias quartozas ou feldspáticas
⇒ Teste do Cheiro
Imediatamente após a extracção, a terra deverá ser cheirada para detectar matéria
orgânica, cheiro que se amplifica por humedecimento ou aquecimento do solo. Na
construção não deverão, em caso algum, ser usados solos que contenham matéria
orgânica.
⇒ Teste ao Tacto
Depois de tirar as partículas maiores, esfrega-se uma amostra entre os dedos. Os solos
arenosos sentem-se ásperos e não têm coesão quando de humedecem. Um solo siltoso
ainda se sente áspero mas apresenta certa coesão quando se humedece. Torrões duros,
resistentes ao esmagamento quando secos, mas tornando-se plásticos e pegajosos ou
viscosos quando húmidos, indicam uma alta percentagem de argila.
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⇒ Teste do Brilho
Uma bola de solo ligeiramente humedecida e recentemente cortada com uma faca,
apresenta-nos-á uma superfície opaca se houver predominância de silte, ou uma
superfície brilhante se houver predominância de argila.
⇒ Teste da Aderência
Quando a faca penetra facilmente numa bola de terra, a proporção de argila é geralmente
baixa, porque os solos argilosos tendem a resistir à penetração e aderem à faca quando
ela é retirada.
⇒ Teste à Lavagem
Ao lavar as mãos depois de realização destes testes, a forma como o solo é eliminado,
dá-nos indicação suplementar da sua composição: a areia e o silte são fáceis de retirar,
enquanto a argila precisa de ser esfregada.
⇒ Teste de Sedimentação
Enche-se ¼de um frasco com solo e completa-se com água limpa quase até cima. Deixa-
se repousar, bem tapado, durante uma hora. Em seguida agita-se fortemente e deixa-se
novamente repousar durante uma hora, no fim da qual se agitará novamente e se voltará
a deixar repousar durante, pelo menos 45 minutos.
Passado este tempo, as partículas sólidas assentarão e poder-se-á medir com alguma
precisão as proporções relativas de areia (camada inferior), silte e argila. Convirá ter em
atenção que o silte e a argila se terão expandido com a água.
Com o solo seco e após esmagamento dos torrões, faz-se a separação das partículas
através da passagem por dois peneiros ( um com malha de 0,074 mm e outro de 2 mm),
passando-se primeiro pelo peneiro n.º 200 (0,074 mm ) e seguidamente pelo n.º 10
(2mm), sendo assim possível fazer uma classificação grosseira do solo.
• O solo será argiloso se o montículo de material passado (silte mais argila) for
maior que o do retido (areia mais seixo).
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