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PPD - Pequeno Projeto Didático - Eleições

Disciplina: 5ª e 6ª série
Período: Agosto – Outubro de 2010 – 3° Bimestre
Duração: 30 aulas (5 módulos de 6 aulas)
Motivo: Projeto voltado ao tema eleições associando o ensino propedêutico e o ensino prático
através da criação de partidos políticos e exercendo efetivamente os pressupostos democráticos. .

Justificativa:
Redefinição do conceito de democracia
“ ... Trabalhar lucidamente em favor da escola pública, em favor da
melhoria de seus padrões de ensino, em defesa da dignidade dos
docentes, de sua formação permanente significa lutar pela educação
popular, pela participação crescente das classes populares nos
conselhos de comunidade, de bairro, de escola. Significa incentivar a
mobilização e a organização, não apenas de sua própria categoria,
mas dos trabalhadores em geral como condição fundamental da luta
democrática com vistas à transformação necessária e urgente da
sociedade brasileira”. (Paulo Freire)

“Dir-se-á que o que cada indivíduo pode modificar é muito pouco,


com relação às suas forças. Isto é verdadeiro apenas até um certo
ponto, já que o indivíduo pode associar-se com todos os que querem
a mesma modificação; e se esta modificação é racional, o indivíduo
pode multiplicar-se por um elevado número de vezes, obtendo uma
modificação bem mais radical do que à primeira vista parecia
possível. As sociedades das quais um indivíduo pode participar são
muito numerosas, mais do que pode parecer. É através destas
“sociedades” que o indivíduo faz parte do gênero humano.”
(GRAMSCI)

Está se aproximando o período eleitoral e é nessa época que os meios de comunicação


elevam o ato de votar como a apoteose dos princípios democrática. Mas, sabemos que a
democracia real não se encerra com voto do eleitor. Denomine-se democracia (do grego demos,
"povo", e kratos, poder) uma forma de organização política que reconhece a cada sujeito, como
membro da comunidade, o direito de participar da direção e da gestão dos assuntos públicos.
A democracia não é apenas uma idéia e um ideal a atingir, mas é um modo concreto de
vida, um processo de experiência que vai enriquecendo o próprio processo, o qual, desta forma,
avança. Para considerar determinada formação social democrática, precisamos levar em
consideração o conjunto das relações e práticas sociais desenvolvidas em todas as instâncias de
inserção dos seus membros nesta mesma sociedade. Na sua essência, a democracia defende o
direito de participação de todos em todas as decisões que favoreçam a qualidade de vida em
sociedade. Para que haja essa verdadeira participação todos os indivíduos necessitam conhecer e
viver desde sua infância os princípios democráticos desenvolvendo assim sua “autonomia
democrática”.
A autonomia democrática é reconhecer o direito de escolher um caminho de vida próprio,
de ser respeitado nessas escolhas e de viver de modo digno e satisfatório em qualquer alternativa,
de acordo com próprias aptidões, desejos e valores, é a consolidação do direito de ser diferente, é o
que atualmente chamamos de diversidade cultural.
Portanto, ela deveria garantir o princípio da igualdade irrestrita entre todas e todos, mas sua
forma burguesa vigente em praticamente todo globo é um discurso vazio geradora de
desigualdades. Essa democracia burguesa é um regime, uma articulação determinada das
instituições do Estado burguês e, portanto, também uma ditadura da burguesia sobre os explorados,
uma democracia para os ricos.
É importante esclarecer que na democracia burguesa a cidadania aparece como conceito
chave. Cabe lembrar que, isso é um engodo, pois a cidadania desde os tempos da antiguidade é um
conceito excludente (na Grécia antiga - Atenas, o cidadão era apenas o homem grego: escravos,
mulheres e estrangeiros não eram cidadãos). Portanto, para a burguesia, cidadania significa
consumidor. Nesse sentido somente aqueles que têm poder de consumo serão cidadãos.
Percebe-se que a “democracia” apregoada pelos meios midiáticos é sua vertente burguesa
que está a serviço das classes dominantes buscando construir “cidadãos conscientes” de que suas
opções de participação se encerram na esfera do consumo e na escolha de alguns representantes
eleitos de quatro em quatro anos, que na maioria das vezes também estão a serviço dessa classe
dominante.
No início do século XX as “Teses sobre a democracia burguesa e a ditadura do
proletariado”, escritas pó Lênin, já alertava contra essa farsa democracia. Para ele a sociedade
capitalista oferecia a sociedade uma democracia mais ou menos completa na república
democrática, mas essa democracia é sempre comprimida no quadro estreito da exploração
capitalista; no fundo, ela não passa nunca da democracia de uma minoria, das classes
possuidoras, dos ricos.
A liberdade na sociedade capitalista continua sempre a ser, mais ou menos, o que foi nas
Repúblicas da Grécia antiga: uma liberdade de senhores fundada na escravidão. De outra parte,
os operários sabem muito bem que a liberdade de reunião, mesmo na república burguesa mais
democrática, é uma frase vazia de sentido, pois os ricos possuem os melhores prédios públicos e
privados, assim 'como o ócio necessário, para se reunirem sob a proteção deste aparelho
governamental burguês. Lênin alertava ainda que a liberdade, tão propagada pela imprensa, é
uma mentira, na medida em que as melhores impressoras e os maiores estoques de papel são
açambarcados pelos capitalistas.
A dominação burguesa se apóia, em primeiro lugar, na propriedade dos meios de produção
e distribuição: as grandes empresas industriais e comerciais, os bancos e fazendas. A burguesia se
utiliza do poder econômico para controlar o poder político. No caso da democracia burguesa, o
controle se faz através da presidência da República e dos governos estaduais e municipais; dos
parlamentos federal, estaduais e municipais; assim como da justiça.
A existência dos três poderes serve para a burguesia ter alternativas a mais para controlar a
sociedade, podendo se utilizar de um contra o outro quando o necessite. Estes centros de poder
também servem para resolver os conflitos internos da burguesia.
As democracias burguesas, assim como qualquer Estado, sobrevivem por estarem apoiadas
em um poder militar, a coerção. Ao contrário das ditaduras na democracia burguesa as Forças
Armadas assumem uma maior presença quando são necessárias em momentos de crise. Mas,
mesmo quando não estão em ação, servem para garantir o poder político da burguesia, para que
ninguém se atreva a contestar suas decisões.
A dominação da burguesia se dá também por um controle político-ideológico
(consentimento). No caso da democracia burguesa isto se faz por uma complexa rede que inclui
desde as instituições do Estado (governo, parlamentos) aos partidos políticos, igrejas e escolas. Os
meios de comunicação, com especial destaque para a televisão e os jornais, são componentes
essenciais desta rede.
Por este sistema de instituições do Estado e não estatais se difundem as políticas da
burguesia assim como suas ideologias (o direito legítimo da propriedade dos meios de produção,
"trabalhando se pode subir na vida", "a vida é mesmo assim, e nunca vai ser diferente", etc.).
A força deste regime advém da legitimação que a burguesia consegue para sua dominação
através das eleições, cujo imbróglio é materializado através da crença das massas de que elas
exercem uma autodeterminação definitiva dentro a sociedade existente.
O desgaste de um governo pode ser resolvido no interior da democracia burguesa pela sua
substituição por meio do voto, em novas eleições, o que dá a ilusão da "autodeterminação".
Mesmo com o início da crise do regime e a desconfiança em relação às eleições e aos "políticos", a
democracia burguesa mantém uma força relativa enquanto não houver uma alternativa das próprias
massas (ou também da ultradireita).
A "reação democrática" é como chamamos a política da burguesia e dos reformistas de
encaminhar a resolução das crises políticas para as eleições, um terreno controlado e viciado pela
burguesia. Tem como objetivo manter as massas distantes da luta política direta, dissolver tudo no
pântano da democracia burguesa. Esta é uma política defensiva da burguesia, mas eficaz para a
recomposição do regime, na medida em que as massas confiem em direções que estão dispostas a
colaborar com a burguesia.
Enquanto não existir uma alternativa própria das massas, não é possível substituir os
poderes do Estado e da democracia burguesa. Essa alternativa só pode ser a construção de um
poder que esteja apoiado nas mobilizações e organizações dos próprios trabalhadores, em grandes
ascensos de massa, em que a autodeterminação das massas passe por sua ação direta, que
possibilite a luta pelo poder.

O Brasil e sua democracia semi-direta


Durante toda nossa história nunca se falou tanto em democracia, “cidadania” e em direitos
humanos como nas últimas décadas. Essa temática vem se constituindo em um dos focos de
interesse de diferentes instâncias da sociedade: movimentos sociais, meios de comunicação,
partidos políticos, organizações sindicais, instituições governamentais e não-governamentais e o
meio acadêmico. A motivação por essas questões eclodiu, principalmente, com o processo de
redemocratização da sociedade brasileira, após longo período de mutilação da democracia, no qual
os direitos civis e políticos foram cerceados, e devido ao distanciamento que separa o direito
proclamado e a sua concretização, mesmo a despeito de o Brasil ter avançado em termos político-
jurídicos dos ideais proclamados da democracia, conforme o que está prescrito no Artº 5º da
Constituição Federal.
O Estado brasileiro, além de suas leis específicas, tem um Programa Nacional de Direitos
Humanos, e é signatário dos principais acordos e pactos internacionais de garantia e proteção dos
direitos humanos. É regido pela Constituição (1988) mais democrática da história do país, na qual
os direitos foram ampliados em todas as dimensões: civil, política, social e cultural.
Quais os outros tipos de democracia existem? Qual o modelo adotado pelo Brasil?
Não existe uma unanimidade entre os autores sobre os tipos de democracia, sendo que os
mais utilizados na doutrina e que se apresentam com uma forma mais clara e didática, são os
seguintes: Democracia Direta, Democracia Representativa e Democracia Participativa.

Democracia direta
A Democracia Direta era o tipo de democracia adotado na Grécia antiga, onde os cidadãos
se reuniam na Ágora para decidir os rumos do governo, decisões que eram tomadas por um
número restrito da população que detinha a condição de cidadão, excluindo os demais, dentre eles
os escravos, os estrangeiros, as mulheres e os que não tinham posses. Apesar de ser denominada
democracia, era uma situação de extrema exclusão social.
Ainda hoje, contudo, é observada em alguns Cantões da Confederação Helvética, (Suíça)
que, em razão da existência de pequenas comunidades, é possibilitado que o exercício do poder
político seja exercido diretamente pelo povo, que se reúne anualmente em Assembléias em praças
públicas para tratar de assuntos da coletividade, criando leis, administrando e resolvendo as
questões incidentes.

Democracia representativa
A Democracia Indireta, ou Representativa, é aquela em que o povo, através de eleições
periódicas, escolhe as pessoas que irão representá-lo, para em seu nome tomar as decisões políticas
de seu interesse; assim, o povo é a fonte primária do poder que será exercido por representação.

Democracia participativa
Finalmente, a tal Democracia Participativa, ou Semi-direta, é aquela que, partindo de uma
Democracia Representativa, utiliza-se de mecanismos que proporcionam ao povo um engajamento
nas questões políticas, legitimando questões de relevância para a comunidade como um todo,
através de uma participação direta, seja pelo plebiscito, referendo, iniciativa popular, audiência
pública, consultas ou qualquer outra forma de manifestação popular.
• O Plebiscito e referendo são consultas populares, se a conduta for antes
(previamente) da elaboração da lei será o plebiscito, se a conduta por posterior a elaboração da lei
será o referendo.
• O "referendum" também importa na participação do povo, mediante voto, mas
com o fim específico de confirmar, ou não, um ato governamental. A decisão do referendo, assim
como a do plebiscito, tem eficácia vinculativa, não podendo ser desrespeitada pelo administrador.
• Na iniciativa popular o povo propõe um projeto de lei para o processo legislativo,
podendo assim ser ou não discutido ou votado. O povo só tem a iniciativa popular em leis
ordinárias e complementares, e não terão nos projetos de emendas constitucionais (PEC).
No Brasil foi a partir da Constituição Federal de 1988 que se efetivou uma combinação do
modelo da Democracia Representativa mitigado pelo modelo da Democracia Participativa,
expresso principalmente nos seguintes dispositivos:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
[...] Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição. [...] Art. 14. A soberania popular será
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
igual valor para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Essa é nossa forma de democracia, onde o povo é “titular” do poder e o exerce pelos seus
representantes ou diretamente, nos termos previstos na Constituição. O constituinte escolheu
alguns instrumentos para reaproximar o povo das decisões políticas, seja através de democracia
representativa (sufrágio universal), seja pelo caminho da democracia participativa (plebiscito,
referendo, iniciativa popular) ou através de outras formas mais incipiente de reaproximação como
a participação popular nos conselhos paritários de direitos e políticas sociais e a discussão dos
orçamentos municipais e estaduais, chamados de orçamento participativos.
Esse é o limite desse modelo. Percebe-se que é praticamente impossível construir uma
sociedade plenamente democrática dentro dos marcos legais burgueses. Isso só será possível a
partir de uma mudança na realidade objetiva, de um grande ascenso de massa.
Portanto nossa tarefa é construir formas para de aproximação do povo e da decisões
políticas. Nesse sentido temos a obrigação de discutir estratégias, e ir acumulando forças para
alcançarmos nossos objetivos. Isso significa a construção de forma de horizontalizadas poder
através da organização dos trabalhadores, nos bairros, nas fábricas e nas escolas, contrapondo o
poder da classe dominante.
Dessa forma desconstruiremos o discurso vazio da democracia cidadã. Discurso precursor
do conformismo que faz dos humanos sujeitos “dóceis”, fáceis de manobrar e de aceitar
imposições. Temos que contrapor essa visão sectária de uma minoria privilegiada que acredita que
as classes populares são consideradas incompetentes e indolentes natos, inábeis intelectualmente,
que seus representantes não devem ser chamados para o diálogo, mas devem apenas ouvir e acatar
ordens e instruções dos técnicos e cientistas competentes.
Que estratégias adotar para contrapor essa alienação?
A participação popular. “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição” Esse são os dizeres do Art. 1
da constituição federal, deixando evidente a responsabilidade do povo na busca de sua autonomia.
Essa autonomia só pode ser conquistada através da participação popular, materializada pela
organização dos trabalhadores, nos bairros, nas fábricas e nas escolas.
Essa participação deve seguir também três pressupostos básicos: ação, proposição e
controle. Ou seja, o ser humano deve “fazer bem o que tem que fazer” (ação), propor saídas para
os problemas (proposição), e fiscalizar, denunciar, controlar e construir a sociedade e o Estado.
Não há campo de ação delimitado para essa participação. Deve ser construída nas mais diversas
esferas da vida social, ou seja: a nível individual: em casa, no trabalho, na escola, na vida com
vizinhos e amigos; na vida em sociedade: associações; no mundo profissional: sindicatos,
associações profissionais; nos movimentos sociais em defesa da saúde, educação, segurança,
consumidor, grupos de pessoas (deficientes, minorias etc); nos fóruns constitucionais e legais:
audiências públicas, orçamento, conselhos, júri...
Essas ações contribuirão para alcançarmos a tão esperada autonomia, que deve ser
entendida, como a capacidade de uma pessoa ou de uma comunidade de tomar decisões que as
afetam, construindo suas próprias regras refletindo sobre as conseqüências de suas ações,
assumindo responsabilidades. A experiência da democracia leva o individuo a autonomia. O
indivíduo só poderá alcançar a autonomia se pouco a pouco tiver a oportunidade de presenciar uma
verdadeira democracia, participando efetivamente de decisões que afetam sua vida pessoal e
social.
Para interagir de modo autônomo é preciso que os membros dos diversos grupos sociais
tenham desenvolvido alguma autonomia como indivíduos. Isso torna o processo de construção da
democracia um ideal a ser construído a longo prazo. A democracia precisa ser enraizada na vida
dos brasileiros e para isso, muitos paradigmas devem ser rompidos. O modo de vida caracterizado
pela subordinação, constante na vida dos brasileiros, desde a infância deve ser transformado. A
escola tem papel fundamental nessa mudança.

A democracia na escola
Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em
especial na democracia participativa, dando direitos de participação para estudantes, professores e
funcionários. Esse ambiente de ensino coloca os alunos como atores centrais do processo
educacional, os educadores participam facilitando as atividades de acordo com os interesses dos
estudantes.
Outro aspecto importante de uma escola democrática é dar aos estudantes a possibilidade
de escolher o que querem fazer com seu tempo. Os estudantes são livres para escolher as
atividades que desejam ou que acham que devem fazer. Dessa forma aprendem a terem iniciativa.
Eles também ganham a vantagem do aumento da velocidade e no aproveitamento do aprendizado,
como acontece quando alguém está praticando uma atividade que é do seu interesse. Os estudantes
dessas escolas são responsáveis pelo processo ensino aprendizagem e têm o poder de dirigir seus
estudos desde muitos novos.
Como dissemos, um caminho para construir essa democracia, é incentivar a autonomia para
que as crianças aprendam a tomar decisões, construam suas regras, e sejam capazes de assumir as
conseqüências de seus atos com responsabilidade. Para tanto a escola precisa tornar-se democrática
para formar cidadãos verdadeiramente preparados para assumir seu papel em uma sociedade que
alcance a democracia em toda a sua plenitude.
Contribuir para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos e dos grupos sociais não é
algo que se possa fazer apenas pelo discurso. A prática política efetiva é fundamental para a
construção da democracia na medida em que questionando, desvelando e democratizando
mecanismos de legitimação e de exercícios do poder em nossa sociedade podemos contribuir para
o desenvolvimento da consciência e da autonomia dos diversos grupos em interação. A tarefa desta
luta é a criação de mecanismos e normas de interação fundamentadas na gestão democrática dos
conflitos.
Na escola o desenvolvimento da autonomia está apenas nos discursos enquanto as práticas
pedagógicas continuam as mesmas. A autonomia dos estudantes só será possível se os educadores
não apenas a tiverem como objetivo, mas sim a vivenciem no cotidiano de sua prática escolar.
A questão da autonomia nesse projeto “eleições” é de extrema importância, pois não há
democracia, sem que o sujeito tenha primeiro conquistado sua autonomia. E, para que o individuo
tenha a capacidade de se governar, ele precisa viver desde cedo esse princípio, conquistando
gradativamente sua autonomia. E a escola como instituição responsável pela educação formal,
precisa estar preparada para desenvolver essa autonomia.
Piaget em suas obras discorre sobre autonomia deixando claro que ela só será desenvolvida
num clima onde não haja opressão intelectual e moral, ambientes autoritários impedem o
desenvolvimento da verdadeira autonomia.
Nesse contexto, a escola, que é pública, e que atende majoritariamente os filhos da classe-
que-que-vive-do-trabalho tem um papel fundamental na elevação da consciência dessa classe. Esse
objetivo será alcançado quando aos educadores e a equipe gestora construir estratégias para
desnudar as “armadilhas” da educação voltada para a cidadania, que na maioria das vezes, treina os
educandos a participar passivamente do processo político do país, negando seu componente
transformador.
È nosso dever como educador, mostrarmos que a principal função da educação é
construção da consciência de classe, ou seja, munir nossos educandos de mecanismos de
empoderamento para que em conjunto possamos construir uma sociedade sem classes, portanto,
sem opressores e oprimidos e consequentemente sem muitas desigualdades.
Nesse sentido, Paulo Freire já nos alertava de que como seres políticos, os homens não
podem deixar de ter consciência do seu ser ou do que está sendo, e “é preciso que se envolvam
permanentemente no domínio político, refazendo sempre as estruturas sociais, econômicas, em que
se dão as relações de poder e se geram as ideologias”. A vocação do ser humano não é de ser
dominado, massacrado, modelado ou dirigido, mas, de “fazer e refazer a sua história”, intervindo
no seu meio. E é por intermédio da democratização do conjunto das relações e práticas sociais que
poderemos contribuir para a construção da democracia real, ou seja, de uma democracia que
ultrapasse a esfera do Estado e se instale no coração da vida social cotidiana.
Buscando construir com os alunos os conceitos dessa problemática (sociedade, democracia,
classes sociais, partidos políticos) que foi enfatizado o desenvolvimento de habilidades e
competências voltadas às praticas democrática. Assim, o trabalho coletivo, a assembléias de classe,
as plenárias de gestão participativa e as oficinas organizadas pelos próprios alunos serão as
atividades significativas priorizadas nesse bimestre, pois acredita-se que, como enfatizado Paulo
Freire, o “fazer e refazer a sua história, intervindo no seu meio” os educandos poderão construir
seus projetos de vida, e conquistar o objetivo maior almejado pelo Projeto Pedagógico essa
unidade escolar. No entanto poderão ainda, num futuro próximo, exercitar as experiências vividas
na escola e transformação de sua realidade concreta.

Fases do Projeto Eleições:


Formação de um partido político:
• Cada classe deverá formar um partido e registrá-lo. O partido deverá ter um
documento de suas diretrizes. O partido deverá ter logo, jingle, bandeira. Haverá o registro do
partido, onde todos os alunos da classe deverão declarar os seus bens.
• Para fazer o registro dos partido convidamos nossa supervisora de ensino (Agueda).
• Cada professor escolherá qual área se dedicará no seu módulo: Cultura, Meio
Ambiente, Saúde, Organização do Território, Educação, Propaganda e Marketing, Relações
internacionais, Planejamento e Comunicação.
• Será esse trabalho que contribuirá para os alunos elaborarem o plano de governo,
que será o grande fator de mobilização desse projeto.
• Serão instituídos horários de propaganda eleitoral semanalmente;
• Cada partido deverá fazer sua campanha política, com as principais propostas;
(Todos serão filmados e o filme será apresentado em todas as classes).
• Teremos dois debates por período
• Elaborar um plano de governo, a partir do conhecimento dos principais problemas
brasileiros.

Estratégias Gerais:
Ação:Criação de espaços de debate, cooperação e de interação com outras pessoas.
 Organizar plenária, palestras ou oficinas para discutir os problemas da escola e da
comunidade;
Estratégia:
 Atividades culturais: Cine-debate, Teatro, Hip hop, grafite e Rap.
 Conscientização: Panfletagem no bairro – esclarecimentos dos problemas mais
graves que estão afligindo a comunidade (ex. desalojamento de pessoas das áreas de mananciais);
 Organização de debates políticos na escola (convidar candidatos para debater os
problemas do bairro)
 Debate sobre sexualidade (homossexualidade, gravidez precoce) – controle da
violência na escola .
 Oficinas:
o Rádio-livre – Discutirá a liberdade de expressão;
o Cordel – Discussão de problemas variados.
o Construção de Blogs – será utilizado para fazer a propaganda do partido;
o Teatro - Discussão de problemas variados.
Obs: Essas atividades serão implementadas através de parcerias entre a escola, a comunidade,
movimentos sociais e sindicatos. As atividades poderão ser ministradas aos sábados, no contra-
turno, ou no período de aulas.

Proposição – A partir da sensibilização pelas atividades criar um rol de políticas públicas


vinculadas ao temas das disciplinas.
Estratégia:
 Vincular um evento cultural (que será organizado pelos próprios alunos sob minha
orientação) a cada secretaria de cada partido (cada sala) que enviará representantes para discutir
políticas públicas sobre o tema bordado que será utilizado para elaborar o plano de governo.
 As plenárias deverão se encarregar de encontrar soluções para os problemas
apresentados.
 A secretaria de comunicação de cada partido ficaria responsável por recolher os
encaminhamentos e repassar ao presidente do partido que organizaria a forma adequada de ratificar
ou não as políticas públicas discutidas na atividade cultural. Nesse caso um encaminhamento faz-
se necessário: (seria interessante trabalhar com os alunos o conceito de centralidade democrática,
que consiste na votação de propostas por assembléia de sala seguida de melhorias na proposta
vencedora. Esse método é chamado de centralismo democrático – consiste no reconhecimento da
derrota e construção da proposta vencedora.

Controle: Cooperando no controle da sociedade e do Estado nas ações realizadas, na eficácia e


eficiência delas, exercendo o controle social e cobrando o controle institucional;
Estratégia:
 Preparação política para a construção do Grêmio Estudantil no 4° bimestre;
 Sensibilização para a importância dos conselhos de escola e da participação popular nos
conselhos do Bairro (saúde, habitação, educação etc)

Competências e Habilidades Globais :


 Organizar plenária, palestras ou oficinas para discutir os problemas da escola e da
comunidade;
 Eleger colegas para dirigir as atividades, organizando a participação de todos;
 Eleger um secretaria para coordenar as reuniões anotando tudo o que foi proposto e
comentado;
 Conscientizar e preparar politicamente aqueles que irão participar das decisões políticas
fundamentais do país, num futuro próximo, utilizando-se inclusive das novas tecnologias
introduzidas pela Justiça Eleitoral Brasileira, como a urna eletrônica e expedição de título;
 Mobilizar os jovens para o exercício consciente da democracia propiciando situações que
atuem como protagonista da transformação da realidade.
 Inferir e julgar opiniões e ponto de vista de interesse geográfico, existentes em diferentes
tipos de textos ou imagens;
 Problematizar eventos e processos geográficos a partir da análise de um conjunto de dados
produzidos pela geografia e áreas afins
 Organizar trabalho coletivo de forma autônoma, prevendo as etapas necessária e a divisão
de tarefas e papéis.

Objetivos:
Módulos Conteúdos Habilidades
• O que é política? • Conscientizar politicamente aqueles que irão participar
• A República Federativa do Brasil; das decisões políticas fundamentais do país, num futuro
• Como a República Federativa do Brasil próximo;
é administrada; • Despertar a consciência de classe e os ideais democráticos
• Os poderes do Estado: Executivo, através de aulas sobre o processo eleitoral, seus atores e o
1° Legislativo e judiciário exercício do voto;
Dia • Os símbolos da república brasileira • Utilizar as novas tecnologias introduzidas pela Justiça
• A Constituição Federal (1988) Eleitoral Brasileira, como a urna eletrônica e expedição de
• Função social do Estado Brasileiro título;
• Criação de um partido político: • Reconhecer informações geográficas expressas em
• Estatuto, Objetivos, Princípios; charges e poemas;
• Sigla, Jingle, Bandeira, Grito de
Ordem e Hino;

• Democracia • Mobilizar os jovens para o exercício consciente da


• Breve histórico da democracia; democracia propiciando situações que atuem como
• Forma de exercitar a democracia protagonista na transformação da realidade.
2° • democracia direta • Problematizar eventos e processos geográficos a partir da
Dia • democracia representativa análise de um conjunto de dados produzidos pela geografia e
• democracia semi-direta áreas afins
• Inferir e julgar opiniões e ponto de vista de interesse
(brasileira) geográfico, existentes em diferentes tipos de textos ou
imagens;
• Reconhecer informações geográficas expressas em
charges e poemas;
• Viver em sociedade; • Conceituar Sociedade e Conceituar Direitos Huamanos
• Um breve histórico da Humanidade; • Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos
• Documentário: Ilha das Flores sociais e a importância da participação da coletividade na
• As relações de trabalho e as Classes transformação da realidade histórico-geográfica.
Sociais; • Elaborar proposta de intervenção solidária à realidade,
3° • Declaração universal dos direitos respeitando os valores humanos e considerando a
Dia humanos diversidade sociocultural.
• Filme: Tempos Modernos • Selecionar, relacionar, organizar e interpretar
informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um
ponto de vista.
• Reconhecer informações geográficas expressas em
diferentes linguagens: principalmente imagéticas e fílmicas.
• Coletar dados através de pesquisas; Trabalhar de forma
coletiva e cooperativa, seguindo as orientações do professor;
• Os ambientes das cidades • Elaborar proposta de intervenção solidária à realidade,
• Um Breve histórico sobre as cidades; respeitando os valores humanos e considerando a
• Cidades atuais diversidade sociocultural.
• Documentário: Menino Anfíbio • Problematizar eventos e processos geográficos a partir da
4° • Planejamento urbano análise de um conjunto de dados produzidos pela geografia e
Dia • Problemas urbanos áreas afins
• Proposições para os problemas urbanos • Inferir e julgar opiniões e ponto de vista de interesse
geográfico, existentes em diferentes tipos de textos, imagens
ou audiovisual;
• Coletar dados através de pesquisas;
• Organizar trabalho coletivo de forma autônoma,
prevendo as etapas necessária e a divisão de tarefas e papéis.
• Os ambientes do campo; • Elaborar proposta de intervenção solidária à realidade,
• A domesticação e a criação de animais; respeitando os valores humanos e considerando a
• Sistemas agrícolas; diversidade sociocultural.
• Problemas agrários • Problematizar eventos e processos geográficos a partir da
• Impactos Ambientais; análise de um conjunto de dados produzidos pela geografia e
• Estreitando os Laços entre campo e áreas afins
5° cidade. • Inferir e julgar opiniões e ponto de vista de interesse
• Documentário: Nas Terras do Bem geográfico, existentes em diferentes tipos de textos, imagens
Dia
Virá ou audiovisual;
• E a violência explode, na cidade e no • Coletar dados através de pesquisas;
campo • Organizar trabalho coletivo de forma autônoma,
• Reformas Agrária prevendo as etapas necessária e a divisão de tarefas e papéis.
• Movimento Sem Terra.

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