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Disciplina: 5ª e 6ª série
Período: Agosto – Outubro de 2010 – 3° Bimestre
Duração: 30 aulas (5 módulos de 6 aulas)
Motivo: Projeto voltado ao tema eleições associando o ensino propedêutico e o ensino prático
através da criação de partidos políticos e exercendo efetivamente os pressupostos democráticos. .
Justificativa:
Redefinição do conceito de democracia
“ ... Trabalhar lucidamente em favor da escola pública, em favor da
melhoria de seus padrões de ensino, em defesa da dignidade dos
docentes, de sua formação permanente significa lutar pela educação
popular, pela participação crescente das classes populares nos
conselhos de comunidade, de bairro, de escola. Significa incentivar a
mobilização e a organização, não apenas de sua própria categoria,
mas dos trabalhadores em geral como condição fundamental da luta
democrática com vistas à transformação necessária e urgente da
sociedade brasileira”. (Paulo Freire)
Democracia direta
A Democracia Direta era o tipo de democracia adotado na Grécia antiga, onde os cidadãos
se reuniam na Ágora para decidir os rumos do governo, decisões que eram tomadas por um
número restrito da população que detinha a condição de cidadão, excluindo os demais, dentre eles
os escravos, os estrangeiros, as mulheres e os que não tinham posses. Apesar de ser denominada
democracia, era uma situação de extrema exclusão social.
Ainda hoje, contudo, é observada em alguns Cantões da Confederação Helvética, (Suíça)
que, em razão da existência de pequenas comunidades, é possibilitado que o exercício do poder
político seja exercido diretamente pelo povo, que se reúne anualmente em Assembléias em praças
públicas para tratar de assuntos da coletividade, criando leis, administrando e resolvendo as
questões incidentes.
Democracia representativa
A Democracia Indireta, ou Representativa, é aquela em que o povo, através de eleições
periódicas, escolhe as pessoas que irão representá-lo, para em seu nome tomar as decisões políticas
de seu interesse; assim, o povo é a fonte primária do poder que será exercido por representação.
Democracia participativa
Finalmente, a tal Democracia Participativa, ou Semi-direta, é aquela que, partindo de uma
Democracia Representativa, utiliza-se de mecanismos que proporcionam ao povo um engajamento
nas questões políticas, legitimando questões de relevância para a comunidade como um todo,
através de uma participação direta, seja pelo plebiscito, referendo, iniciativa popular, audiência
pública, consultas ou qualquer outra forma de manifestação popular.
• O Plebiscito e referendo são consultas populares, se a conduta for antes
(previamente) da elaboração da lei será o plebiscito, se a conduta por posterior a elaboração da lei
será o referendo.
• O "referendum" também importa na participação do povo, mediante voto, mas
com o fim específico de confirmar, ou não, um ato governamental. A decisão do referendo, assim
como a do plebiscito, tem eficácia vinculativa, não podendo ser desrespeitada pelo administrador.
• Na iniciativa popular o povo propõe um projeto de lei para o processo legislativo,
podendo assim ser ou não discutido ou votado. O povo só tem a iniciativa popular em leis
ordinárias e complementares, e não terão nos projetos de emendas constitucionais (PEC).
No Brasil foi a partir da Constituição Federal de 1988 que se efetivou uma combinação do
modelo da Democracia Representativa mitigado pelo modelo da Democracia Participativa,
expresso principalmente nos seguintes dispositivos:
A democracia na escola
Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em
especial na democracia participativa, dando direitos de participação para estudantes, professores e
funcionários. Esse ambiente de ensino coloca os alunos como atores centrais do processo
educacional, os educadores participam facilitando as atividades de acordo com os interesses dos
estudantes.
Outro aspecto importante de uma escola democrática é dar aos estudantes a possibilidade
de escolher o que querem fazer com seu tempo. Os estudantes são livres para escolher as
atividades que desejam ou que acham que devem fazer. Dessa forma aprendem a terem iniciativa.
Eles também ganham a vantagem do aumento da velocidade e no aproveitamento do aprendizado,
como acontece quando alguém está praticando uma atividade que é do seu interesse. Os estudantes
dessas escolas são responsáveis pelo processo ensino aprendizagem e têm o poder de dirigir seus
estudos desde muitos novos.
Como dissemos, um caminho para construir essa democracia, é incentivar a autonomia para
que as crianças aprendam a tomar decisões, construam suas regras, e sejam capazes de assumir as
conseqüências de seus atos com responsabilidade. Para tanto a escola precisa tornar-se democrática
para formar cidadãos verdadeiramente preparados para assumir seu papel em uma sociedade que
alcance a democracia em toda a sua plenitude.
Contribuir para o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos e dos grupos sociais não é
algo que se possa fazer apenas pelo discurso. A prática política efetiva é fundamental para a
construção da democracia na medida em que questionando, desvelando e democratizando
mecanismos de legitimação e de exercícios do poder em nossa sociedade podemos contribuir para
o desenvolvimento da consciência e da autonomia dos diversos grupos em interação. A tarefa desta
luta é a criação de mecanismos e normas de interação fundamentadas na gestão democrática dos
conflitos.
Na escola o desenvolvimento da autonomia está apenas nos discursos enquanto as práticas
pedagógicas continuam as mesmas. A autonomia dos estudantes só será possível se os educadores
não apenas a tiverem como objetivo, mas sim a vivenciem no cotidiano de sua prática escolar.
A questão da autonomia nesse projeto “eleições” é de extrema importância, pois não há
democracia, sem que o sujeito tenha primeiro conquistado sua autonomia. E, para que o individuo
tenha a capacidade de se governar, ele precisa viver desde cedo esse princípio, conquistando
gradativamente sua autonomia. E a escola como instituição responsável pela educação formal,
precisa estar preparada para desenvolver essa autonomia.
Piaget em suas obras discorre sobre autonomia deixando claro que ela só será desenvolvida
num clima onde não haja opressão intelectual e moral, ambientes autoritários impedem o
desenvolvimento da verdadeira autonomia.
Nesse contexto, a escola, que é pública, e que atende majoritariamente os filhos da classe-
que-que-vive-do-trabalho tem um papel fundamental na elevação da consciência dessa classe. Esse
objetivo será alcançado quando aos educadores e a equipe gestora construir estratégias para
desnudar as “armadilhas” da educação voltada para a cidadania, que na maioria das vezes, treina os
educandos a participar passivamente do processo político do país, negando seu componente
transformador.
È nosso dever como educador, mostrarmos que a principal função da educação é
construção da consciência de classe, ou seja, munir nossos educandos de mecanismos de
empoderamento para que em conjunto possamos construir uma sociedade sem classes, portanto,
sem opressores e oprimidos e consequentemente sem muitas desigualdades.
Nesse sentido, Paulo Freire já nos alertava de que como seres políticos, os homens não
podem deixar de ter consciência do seu ser ou do que está sendo, e “é preciso que se envolvam
permanentemente no domínio político, refazendo sempre as estruturas sociais, econômicas, em que
se dão as relações de poder e se geram as ideologias”. A vocação do ser humano não é de ser
dominado, massacrado, modelado ou dirigido, mas, de “fazer e refazer a sua história”, intervindo
no seu meio. E é por intermédio da democratização do conjunto das relações e práticas sociais que
poderemos contribuir para a construção da democracia real, ou seja, de uma democracia que
ultrapasse a esfera do Estado e se instale no coração da vida social cotidiana.
Buscando construir com os alunos os conceitos dessa problemática (sociedade, democracia,
classes sociais, partidos políticos) que foi enfatizado o desenvolvimento de habilidades e
competências voltadas às praticas democrática. Assim, o trabalho coletivo, a assembléias de classe,
as plenárias de gestão participativa e as oficinas organizadas pelos próprios alunos serão as
atividades significativas priorizadas nesse bimestre, pois acredita-se que, como enfatizado Paulo
Freire, o “fazer e refazer a sua história, intervindo no seu meio” os educandos poderão construir
seus projetos de vida, e conquistar o objetivo maior almejado pelo Projeto Pedagógico essa
unidade escolar. No entanto poderão ainda, num futuro próximo, exercitar as experiências vividas
na escola e transformação de sua realidade concreta.
Estratégias Gerais:
Ação:Criação de espaços de debate, cooperação e de interação com outras pessoas.
Organizar plenária, palestras ou oficinas para discutir os problemas da escola e da
comunidade;
Estratégia:
Atividades culturais: Cine-debate, Teatro, Hip hop, grafite e Rap.
Conscientização: Panfletagem no bairro – esclarecimentos dos problemas mais
graves que estão afligindo a comunidade (ex. desalojamento de pessoas das áreas de mananciais);
Organização de debates políticos na escola (convidar candidatos para debater os
problemas do bairro)
Debate sobre sexualidade (homossexualidade, gravidez precoce) – controle da
violência na escola .
Oficinas:
o Rádio-livre – Discutirá a liberdade de expressão;
o Cordel – Discussão de problemas variados.
o Construção de Blogs – será utilizado para fazer a propaganda do partido;
o Teatro - Discussão de problemas variados.
Obs: Essas atividades serão implementadas através de parcerias entre a escola, a comunidade,
movimentos sociais e sindicatos. As atividades poderão ser ministradas aos sábados, no contra-
turno, ou no período de aulas.
Objetivos:
Módulos Conteúdos Habilidades
• O que é política? • Conscientizar politicamente aqueles que irão participar
• A República Federativa do Brasil; das decisões políticas fundamentais do país, num futuro
• Como a República Federativa do Brasil próximo;
é administrada; • Despertar a consciência de classe e os ideais democráticos
• Os poderes do Estado: Executivo, através de aulas sobre o processo eleitoral, seus atores e o
1° Legislativo e judiciário exercício do voto;
Dia • Os símbolos da república brasileira • Utilizar as novas tecnologias introduzidas pela Justiça
• A Constituição Federal (1988) Eleitoral Brasileira, como a urna eletrônica e expedição de
• Função social do Estado Brasileiro título;
• Criação de um partido político: • Reconhecer informações geográficas expressas em
• Estatuto, Objetivos, Princípios; charges e poemas;
• Sigla, Jingle, Bandeira, Grito de
Ordem e Hino;