Sob os olhares de Jorge Amado Ano I – número 11

Agosto de 2010

Que país é este?

Enquanto o resto do mundo está
tentando preservar o pouco que lhe
resta de vegetação nativa, tratando
como verdadeiros tesouros os rema-
nescentes que têm de floresta (isto é,
quando têm), o nosso se dá ao luxo de
propor mudanças no Código Flores-
tal, que, dentre outras, pretende: esti-
mular a impunidade, devido à ampla
anistia proposta àqueles que come-
teram crimes ambientais até julho de
2008; acelerar, ainda mais, a ocupação
de áreas de risco em inúmeras cidades
brasileiras, reduzindo a área de prote-
ção às margens dos rios de 30, para 15
metros de largura...
Várias manifestações contra
esta aprovação ocorreram pelo
Brasil, mas a Comissão Especial de
Reforma do Código aprovou, por 13
votos favoráveis e cinco contrá-
rios, o parecer do relator Aldo Re-
belo para uma nova lei das matas
brasileiras.
Agora, o novo Código segue para
votação na Câmara dos Deputados,
que só deve acontecer após as elei-
ções de outubro.
Será que as últimas catástrofes
ocasionadas pela ocupação desor-
denada às margens dos rios não
serviram de aviso?
Será que, neste caso, também
irão sugerir que se monte um zoo-
lógico com as espécies da fauna que
serão expulsas de seus habitats, ou
um museu com as árvores que serão
derrubadas?
Parafraseando Cazuza, deseja-
mos que, nas próximas decisões
dos nossos governantes, o Brasil
mostre a sua cara e que ela seja
menos triste do que as imagens es-
tampadas nas fotos ao lado!

Pense nisto: Por que os homens estão desviando-se da missão para a qual foram criados?

9 anos sem o Amado Jorge Comunidade de Serra Grande x Plano Diretor

Nascido em 10 de agosto
de 1912, em Itabuna, Jorge Moradores dos quatro
Amado começou cedo nas le- cantos do Distrito de Serra
tras - aos 15 anos já trabalha- Grande, município de Uru-
va no extinto Diário da Bahia. çuca, estão mobilizando-
Por uma decisão do Escritor se para discutir e propor
Supremo, deixou uma enorme novos encaminhamentos
lacuna na Literatura Brasilei- ao Plano Diretor Urbano
ra, dias antes de completar 89 Territorial, por conside-
anos, em 6 agosto de 2001. rarem que alguns de seus
Conheça um pouco mais pontos são conflitantes e
sobre esta trajetória brilhan- não atenderão aos anseios
te do autor de um dos livros das comunidades.
mais lidos no mundo: Gabrie- Maiores informações e
la, Cravo e Canela, visitando a agenda das reuniões para o
Casa de Cultura Jorge Amado, mês de agosto na página 04.
em Ilhéus - Salve Jorge!

Sem Comentários... Feira Orgânica - compre esta ideia

Desde novembro de
Foto: Nice Vidal

VOCÊ SABIA 2007, pequenos agri-

que o plástico cultores da Associação
demora mais de Embaúba (Itacaré/Serra
400 anos para Grande) estão venden-
do seus produtos na
ser “consumido”
Feira Orgânica (Praça
pela natureza? dos Cachorros/Itaca-
Leia detalhes da ré - todo sábado), com
campanha o objetivo de buscar
Du-PET que novos mercados para
a produção de hortali-
está sendo ças, frutas, ovos, gali-
lançada por este nhas, que, a cada ano,
jornal na pág. 08 vem crescendo mais.
e participe! Compre essa ideia,
melhorando a qualida-
Os agricultores e de de sua alimentação,
o meio ambiente privilegiando os agri-
agradecem! cultores locais!
 Ano I – número 11
Página 02 Agosto de 2010

Convite: - Quer ser um parceiro de AtiTude? Atílio Camargo
Lançamos este jornal de ATITUDE no mês de outubro de Ex-Gerente Geral do
2009, tendo como principais objetivos: TXAI Resort/Itacaré
“Obrigado por enviar-me o
a) Divulgar ações de associações locais que também lu-
‘AtiTude’. Viajo ao lê-lo. Por mo-
tam por esta causa: sustentabilidade, conservação e preser-
mentos, transporto-me à região
vação do sul da Bahia;
e dá uma saudade ‘danada’ de
b) Fornecer material didático para as escolas, publican-
Serra Grande, Itacaré, Ilhéus,
do artigos sobre a história e estórias do sul da Bahia;
Canavieiras, lugares onde vivi
c) Tornar acessível o que vem ocorrendo na região (em
momentos inesquecíveis cerca-
especial - Ilhéus, Itacaré, Maraú e Serra Grande), principal-
do por pessoas simples, como
mente para as comunidades que não têm acesso à Internet.
a Dona Neuza que limpava meu
Desde seu lançamento, estamos contando com a parceria
bangalô; o Sr. Walter do bilhar
e apoio financeiro de comerciantes e prestadores de serviços
que fechava minhas janelas
da região (ver relação no Guia Encontre Aqui - página 07).
diante da ameaça de chuva; as
Como pretendemos ampliar a área de atuação e aumen-
professoras às quais eu dava
tar o número de exemplares para atingir mais comunidades,
carona; a Ana do refeitório que
estamos convidando-o (a) a juntar-se a nós, contribuindo
cuidou do meu poodle; o Antônio
para que possamos continuar divulgando estes projetos
e a esposa farmacêutica que me
que temos apoiado ao longo destas onze edições.
levavam medicamentos às 3:00
Sabemos que parte das notícias e ações veiculadas por
h da manhã; a missa na Cate-
este jornal já circula na internet, mas também sabemos que
dral de São Sebastião onde eu
boa parte destas comunidades nem sabe o que é isto e não
pedia perdão dos pecados que
tem acesso ao que acontece por aqui e, desinformadas, aca-
cometia, em geral, depois de
bam ficando alijadas do processo.
umas cachaças no Vesúvio e sob
uma lua inigualável... Que Deus
Seja você também um parceiro de ATITUDE e
abençoe a todos.”
“ADOTE” uma quantidade de exemplares
(o custo da unidade é de R$ 1,50).
Você escolhe a quantidade que quer “adotar”. Maria do Socorro Mendonça
Associação Ação Ilhéus
“A cada nascimento (número
Na certeza de poder contar com o seu apoio, ficaremos
novo), a certeza de que este é o
no aguardo de um contato através do e-mail jornalatitu-
caminho. Fico na expectativa de
desb@yahoo.com.br, para que possamos acertar detalhes
como será o novo ATITUDE, com
desta parceria. Seja muito bem-vindo (a)!
tantas informações e me questio-
Boa leitura - A redação
no: Que milagre farão para todas
as informações estarem organiza-
das e sendo levadas para todos?
E lá vem eles com ATITUDE, tra-
zendo e fazendo como ninguém
Diálogos entre professores e alunos “inteligentes”?!
notícias de ATITUDES e ATITU-
Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por DES de vida de fazer e acontecer,
7 pessoas? para todos conhecerem. Assim,
Aluno: Purê de batata! (Faz sentido!) nascendo a cada novo número,
fazendo e acontecendo, trazen-
Professor: Diga o presente do indicativo do verbo caminhar. do notícias sérias e propostas de
Aluno: Eu caminho ... tu caminhas ... ele caminha... fazer diferente, ou seja, precisa-
Professor: Mais depressa! mos, antes de tudo, ATITUDE
Aluno: Nós corremos, vós correis, eles correm ! (E não é para acontecer mudanças verda-
verdade?) deiras para que o nosso mundo
seja verdadeiramente JUSTO e
Professor: “Chovia” que tempo é? SUSTENTÁVEL. A cada um dos
Aluno: É tempo muito ruim, senhor professor. (Alguma
dúvida?)
Contribuição da leitora de AtiTude
Tatiane Botelho/Ilhéus
TMI opções culturais
no mês de Agosto
Foto: Adenor Gondim
leitores que podem compartilhar
com todas as ATITUDES Justas
e Sustentáveis no nosso SUL DA
BAHIA, nas suas instituições, en-
viem notícias para que possamos
divulgar neste jornal que é o úni-
co com essa proposta na Bahia.
Para aqueles que quiserem aces-
sar e ler os primeiros números,
acessem: www.acaoilheus.org.
Parabéns! Vamos que vamos...”
Mário Feldman
São Paulo
Este leitor esteve em Itacaré
no ano de 2009 e, admirando o
pôr-do-sol da Ponta do Xaréu,
teve uma grande inspiração e
escreveu o conto: Noite de Lua
Crescente que publicamos abai-
xo as duas últimas partes (edi-
ção 09 - 1ª., edição 10 - 2ª.):
“III - Uma onda empurrou a
pequena embarcação para dentro
da baía, com seu timoneiro desa-
cordado. Foi um sopro de Deus
que recompensou a sua luta. A
luta de um sofrido trabalhador,
entre os explorados, injustiça-
dos, honestos e valentes traba-
lhadores desse país. Esta gente
boa e lutadora que conta apenas
com as luzes divinas para ilumi-
nar as profundas cisternas onde
os podres políticos e poderosos
ambiciosos, depois de sugarem
suas forças, a atiram./
O velho motor diesel do pe-
queno pesqueiro que respondeu
nos piores momentos da luta
noturna apagou. O modesto
barquinho balançava docemen-
te ao sabor das marolas, na se-
gurança da baía./
O dia amanheceu ensolarado.
As brancas e raras nuvens no céu
anunciavam a calmaria na baía. O
pescador acordou de um sonho.
Emergira daquele mundo que qua-
se o tragara para o fundo do mar./
Seus olhos mareados de lá-
grimas olhavam para a praia.
Quem avisa,
amigo é...
Um furo em um mineroduto provocou
o vazamento de minério de ferro no rio
Como que num milagre de
Deus, o pescador conseguira
retornar. Estava vivo. O barco
estava parado no meio da baía
há pouca distância de seu can-
to de felicidade, tão latente na
sua visão quando estava na luta
contra o mar. Um sorriso doce-
mente salgado tomou conta do
seu rosto, apesar de ainda estar
atordoado pela pancada./
Ele pegou a última bombona
de óleo. Abasteceu e ligou o mo-
tor e aproou rumo a sua doce ta-
pera à beira mar, onde a morena
e os guris, aflitos com a demora
do seu retorno, o esperavam./
IV - Tião jogou o ferro. O
barco lentamente encalhou na
praia. Ele saltou e caiu de joelhos
na areia branca com as mãos es-
tendidas para o céu. Seu rosto
encharcado de suor e lágrimas,
voltado para o azul infinito, era
um humilde e grandioso gesto
de agradecimento./
A mulher e os pequenos guris
correram em sua direção para
abraçar o fadigado e querido
homem do mar. Choravam jun-
tos pela volta do pai, do marido,
que antes de provedor de seu
alimento, era uma pequena alma
que ali estava salva. Mas era o
grande amor de suas vidas./
Ele abraçou a família com for-
ça, as lágrimas escorriam-lhe pelo
rosto. Não se queixou da vida,
nem do mar. Olhou para aquela
imensidão que o esperava para
continuar seguindo seu destino.”
Marita
Pousada Fazenda Rainha
do Sul - Camacã
“Parabéns pelo trabalho, mui-
to boa apresentação e conteúdo.
Imagino o trabalho que dá para
se chegar a esse nivel de quali-
dade. Sucesso e força para dar
continuidade a essa grande con-
tribuição à nossa região.”

Oração: Bom Jesus da Semana de Jorge Amado 2010: São Sebastião, que abastece a cidade mi-
Lapa - 06 de agosto Dia 09, 18h: Exposição com obras de artistas que neira de Espera Feliz, no dia 25 de Julho.
ilustraram livros de Jorge Amado A operação do mineroduto, que trans-
Livrai-nos de toda Dia 10, 20h: Dia de Jorge Amado com apresentação porta o minério das cidades de Ouro Pre-
maldade, fraqueza e dureza gratuita do espetáculo “Jorge Amado, santo de casa” to e Mariana - MG, até o porto de Ubu, em
de coração. da Cia. de Dança Sôanne Marry Anchieta - ES, foi suspensa.
Transforme-nos, ó A Companhia de Saneamento de Minas
Temas diversos: Gerais (Copasa) interrompeu a captação
Senhor Bom Jesus, em Dia 13, 20h: Show Musical com Bebeto & Convidados de água do rio São Sebastião.
mensageiros do Seu Reino e Dias 14/15, 20h: Peça Teatral “O diário de Débora” A Secretaria do Meio Ambiente de Es-
faça de nós testemunhas do pera Feliz disse que muitos peixes morre-
Seu amor e construtores da ram e a Prefeitura decretou situação de
paz e da união. emergência e estima que, pelo menos, 10
Amém! mil pessoas estejam sofrendo as consequ-
ências do acidente ambiental.
O município pede que os moradores
economizem água e que os produtores ru-
rais não deixem os animais beberem dos
rios São Sebastião, São João e Caparaó.
Os órgãos de defesa civil de Minas Ge-
rais e do Rio de Janeiro estão em alerta.
A mancha de polpa de minério de ferro
Jornal AtiTude – pela sustenTabilidade do Sul da Bahia pode atingir 13 cidades dos dois estados.
Escreva para: jornalatitudesb@yahoo.com.br Dia 20, 20h: Show Homenagem a Raul Seixas (Fonte: Globo Minas e MegaMinas)
Acesse para acompanhar edições anteriores: Dias 21/22, 17h: Espetáculo Infantil, baseado no fil-
www.redesuldabahia.org/atitude; www.acaoilheus.org/atitude
www.itacare.com/atitude; www.sulbahia.net/atitude
me “A Revolta dos Brinquedos(Toys)” Qualquer semelhança, NÃO É
prolagoaencantada.blogspot.com Dias 26/27, 20h: Espetáculo “Jorge Amado, santo de MERA COINCIDÊNCIA com o
casa”Cia de Dança Sôanne Marry (pago) que pode acontecer com a
Edição, revisão e diagramação: Nice Vidal
Dia 26, 19h: Gravação em DVD do Grupo Space Dance. implantação do PORTO SUL.
Impressão: Gráfica Agora
OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES Maiores informações no TMI (Teatro Municipal Como diz o sábio ditado:
Circulação: mensal - Sul da Bahia de Ilhéus) ou lucianodelucas@gmail.com QUEM AVISA, AMIGO É...
 Ano I – número 11
Agosto de 2010
O Rio Tijuípe é uma inspiração
por uma terra sem males
Por Rui Rocha
Meus caros leitores, com a se-
quência de noticias ruins que se
ouve diariamente, a impressão
que fica é que o mundo mergu-
lhou no abismo. Daqui pra frente,
a única esperança que temos é o
fim. O mal, devastador, insiste em
roubar-nos a consciência, tirar-nos
a vida e nos fragmentar por com-
pleto. Por outro lado, teimamos
em acreditar no bem.
Amanhã, será um lindo dia, afir-
mou o poeta. Quem sabe, hoje
mesmo? Com sensibilidade, pode-
mos constatar que, na verdade, o
planeta nos espera ansiosamente
e depende de nós simplesmente
aquietarmos, assistindo o movi-
mento do universo para, nova-
mente, estar sob a graça da vida,
como foi no princípio.
Sábado em Serra Grande, verão
de 2005. Um amigo avisa que Gui-
lherme Leal, da Natura, queria me
conhecer. No dia seguinte, fomos
à Barra do Tijuípe, conhecer a área
que ele acabara de adquirir – cerca
de 80 hectares, entre o rio e o mar, no
limite dos municípios de Uruçuca e
Itacaré. Havia ali uma família, uma
casa muito simples e uma trilha com
áreas degradadas, mangues, restin-
gas e matas, dando acesso a pesca-
dores da vila, todos os dias.
Quando chegamos ao local,
uma das coisas que disse, como
Crise de valores
Por Paulo Sérgio Paiva
O país que cresce e oferece
novas oportunidades de desen-
volvimento regional, redescobre
regiões esquecidas e mergulhadas
em crises de identidade. Chegou a
vez do sul da Bahia também rece-
ber tais investimentos, através do
desenvolvimento de projetos mui-
to reivindicados como a duplica-
ção da Rodovia Ilhéus-Itabuna e um
novo aeroporto. Mas esses proje-
tos vêm acompanhados de outros,
que nunca pensamos e isto tem
nos provocado uma crise ainda
mais profunda, a crise de valores.
Um dia desses, entrevistei o
jornalista Vilmar Berna, uma au-
toridade e referência quando o
assunto é a democratização da in-
formação e, pelos seus serviços à
causa, foi contemplado com diver-
sos prêmios internacionais, como
o Prêmio Global 500 da ONU.
Vilmar me dizia que Ilhéus
ainda não definiu qual é a sua
vocação, qual é a sua identida-
de. Segundo ele, a informação é
fundamental nesse processo e ela
precisa vir aliada a valores, va-
lores esses que são construídos
através da educação. Assim, cada
um toma as suas decisões em fun-
ção dos valores que possui, sejam
eles positivos para a coletividade,
como os valores da solidariedade
e da democracia; ou negativos,
como os valores associados ao
egoísmo e à ganância. .
Ele esteve em Ilhéus durante
o lançamento da Rede Sul da Bahia
Justo e Sustentável com uma men-
sagem muito clara: “ninguém é
dono da informação e ela precisa
fluir com a menor dificuldade pos-
sível.” Destacou que cabe a nós
quem pede conselho, foi: “quero
sua ajuda para não cometer erros.
Quais são as regras da APA, neste
local?”. Após um exaustivo plane-
jamento de todo o imóvel e uma
apresentação ao Conselho Gestor da
APA, somente em 2008 começa-
ram as construções residenciais.
O começo de tudo foi uma oca,
feita com piaçava e madeira plan-
tada. Depois, casas para a família,
daquelas que envolve, pelo cora-
ção, muita gente. Hoje, a Barra em-
prega trinta pessoas da Vila, além
dos operários que edificam as ca-
sas e estruturas de apoio. Os pes-
cadores continuam frequentando
a barra do rio, sempre generoso.
Mas, o mais importante: a che-
gada de Guilherme Leal a Serra Gran-
de não se resumiu a edificações na
fazendinha. Apoiou, em 2008, a
constituição de uma nova institui-
ção brasileira, o Arapyaú, contando
com pensadores como Kaká Werá,
Cláudio Pádua, Eduardo Gianetti da
Fonseca e Oded Grajew, este último
idealizador do Fórum Social Mun-
dial. Aqui, em Serra Grande, nas
margens do Rio Tijuípe, sonhos fo-
ram feitos para que um outro Brasil
pudesse se desenvolver.
De lá para cá, mais do que
um dos presidentes da Natura, a
famosa empresa de cosméticos
brasileira, Guilherme tornou-se um
cidadão da APA de Itacaré/Serra
Grande, no Sul da Bahia. Junto a
decidir o que queremos ser e com-
preender a nossa vocação.
Mas o que temos visto em
Ilhéus, de um ano para cá, desme-
rece suas palavras. O anúncio da
construção de um Complexo In-
dustrial em uma área protegida e
planejada como produto turístico,
desuniu a região e recriou a guerra
de informações de mão-única.
É um momento sério e perigoso
para a imprensa regional. Desde
que o anúncio do projeto foi feito,
entramos em uma verdadeira guer-
ra de valores, onde vale de tudo
para convencer que o outro é o ini-
migo, onde crucificamos a ética e
transformamos os meios de comu-
nicação em arma da violência.
Atordoados com esse estado
de coisas, implodimos e ficamos
cegos, passando a menosprezar
as opiniões, principalmente, os
que argumentam a contrariedade
da localização do Complexo Por-
to Sul. Numa verdadeira chuva
de informações marcadas pelo
preconceito imaturo, sobraram
espinhos pra todo mundo. Para
os empresários de turismo, am-
bientalistas e cientistas, para os
grandes jornais e televisões do
país e nem mesmo a família real
europeia e o jornalista Roberto
Marinho, já falecido, foram pou-
pados. Optou-se pela polariza-
ção, e pior, organizamos o terror
do radicalismo, obscurecedor e
antagônico ao direito de infor-
mação. Criou-se o ambiente dos
ruídos e, nesse baú de angústias,
esquecemos o inerente rumo co-
mum. Passamos a atacar até mes-
mo os investidores do turismo,
que tanto reivindicamos apoio
e que, há um ano, eram alvo de
elogios em nosso noticiário.
educadores locais, idealizamos a
Vila Aprendiz, programa que en-
volve o poder público, crianças,
artistas e professores para uma
nova forma de lidar a educação –
aonde todos aprendem. Um Plano
Diretor Urbano e Rural está sendo
concebido com a população, para
se pensar o futuro da Vila.
Guilherme cedeu também uma
área ao lado da futura estação de
tratamento de esgotos para mon-
tarmos, com a Fundação SOS Mata
Atlântica, um viveiro que produz,
por ano, quase duzentas mil mudas
de espécies nativas, como a ames-
cla, juçara, pequi, ingá, pau-de-jan-
gada, entre tantas outras árvores tí-
picas da APA. Vinte hectares estão
sendo recuperados em uma área
próxima ao Rio Tijuípe, somente
em 2010, em parceria com o Institu-
to de Pesquisas Ecológicas - Ipê.
Quando a imprensa contou, se-
manas atrás, que o ‘vice de Marina’
desmatou área no Sul da Bahia e o
Presidente do IBAMA negou, dias
depois, eu pensei o quanto a vida
prega peças, talvez para que a gen-
te possa anunciar aos quatro ven-
tos que, além do mal, o bem existe
e habita em cada um, em nós.
Uma terra sem males, o so-
nho dos povos originais ameri-
canos, ainda é o sonho de mui-
ta gente, em todos os cantos do
Planeta. Que tal realizarmos
isso por aqui?
O clima anti-reflexão ganhou tan-
to espaço que, defender ou criticar o
Porto Sul, tornou-se algo compro-
metedor. Ser a favor ou contra virou
rótulo e sinônimo de associação a
grupos de interesse econômico.
O que já estava feio, ficou pior,
quando resolvemos manipular a in-
formação para tentar prejudicar a
imagem de Guilherme Leal, um dos
maiores empresários brasileiros e
parceiro empolgado do Sul da Bahia,
pela sua posição contrária ao projeto.
Mas a informação que hoje nos
coloca às escuras, com certeza vai
ser o meio legítimo de fazer raiar
o sol da liberdade, onde a verdade
da conservação ambiental reapa-
rece cristalina em nossa reflexão.
Confesso que me sinto constran-
gido por ser contra a localização
do Porto Sul, se não compreendem
que meu posicionamento é resul-
tado de um conjunto de valores
que construí ao longo de toda a
minha educação e exercício profis-
sional... Não nasceu por acaso, não
faz parte de uma guerra política
ou pessoal; faz parte sim, de mim
e de meu trabalho de beija-flor nes-
sa grande caminhada em direção a
um mundo melhor...
Minhas crenças não me cegam,
a ponto de deixar de refletir os
problemas do turismo, ou os be-
nefícios que o Porto Sul poderia
trazer, se fosse planejado em um
local adequado. Essa história tem
que tomar um novo rumo, chega
de deuses e diabos e de condena-
ções; precisamos voltar a pensar e
a agir como donos autênticos de
nossas opiniões, enxergando esse
exercício como uma testificação
da liberdade e direito essencial
de todos os cidadãos!
(blog Acorda meu Povo)
Mobiliza Povo
Por (*) Marcos Pennha
A hora é agora. Novas elei-
ções para presidente, governa-
dores, senadores, deputados
federais e estaduais. Os elei-
tores terão a oportunidade de
escolher os reais “fichas limpas”,
visto que alguns dos ‘sujas’ con-
seguirão concorrer no pleito,
graças a brechas oferecidas pela
lei. Agora é o momento de de-
cidir, sem essa de festa da de-
mocracia. O negócio é sério.
As eleições são apenas o
começo do processo de demo-
cratização. O trabalho não aca-
ba com o término das eleições.
Nós, brasileiros, temos que
nos manter vigilantes duran-
te o mandato dos eleitos. Não
devemos deixar de fiscalizar
aqueles que gerenciam, tem-
porariamente, nosso suado
dinheiro gerado pela arreca-
dação de impostos. Para tal,
faz-se necessário que saibamos
como proceder.
Os membros da sociedade
civil organizada precisam as-
similar a importância de suas
participações maciças nas de-
cisões de governantes e parla-
mentares, através de conselhos,
fóruns e conferências.
É imperioso que as organi-
zações diversas da sociedade
estejam desatreladas de agre-
miações político-partidárias.
É preciso que se separe a sim-
patia pessoal ao político de sua
ação profissional. Amigos, ami-
gos, negócios à parte. O detentor
de mandato é um serviçal do
cidadão (pagador de impos-
tos) e exerce suas funções por
tempo determinado.
O Cristo Redentor
de Ilhéus
Por Maria Luiza Heine
Foto:Mary Melgaço
“Em novembro de 1942, o Pre-
feito Mário Pessoa inaugurou, na
avenida Dois de Julho, o monumen-
to ao Cristo Redentor. A estátua que
se ergue sobre os rochedos situados
à entrada da barra foi projetada pelo
escultor italiano Paschoal de Chirico
e executada pelos arquitetos Valde-
mar Tavares e Salomão da Silveira,
com as seguintes características: 8
m de altura; 3 m de pedestal; 7,5 m
de envergadura” (BRANDÃO; RO-
SÁRIO, 1970, p. 99, in NAZAL,
2005, p. 67).
Precisamos conhecer nossa
história, o que venho dizendo
há exatos 16 anos, quando publi-
quei meu primeiro livro sobre a
história de Ilhéus.
O Cristo de Ilhéus foi coloca-
do na Dois de Julho para abençoar
e proteger os navegantes que en-
travam e saíam de uma barra cada
vez mais rasa e traiçoeira, por cau-
sa do material trazido pelo rio. E é
lá que deverá ficar.
Se são poucos os que brigam pelo
patrimônio de Ilhéus, com certeza
estou incluída neste grupo. Acredito
que devemos preservar nossa histó-
ria para reforçar nossa identidade,
acho que devemos discutir estes as-
suntos, mas nunca diminuir quem
pensa diferente de mim.
São Luis do Paraitinga/SP vai re-
construir a igreja derrubada pela
Página 03
Cada vez mais nota-se a ne-
cessidade de cobrança, aos gover-
nantes e parlamentares, relaciona-
da à lisura nas ações administrati-
vas. Os males sociais grassam por
causa da falta de cumprimento
dos deveres de cada um de nós
cidadãos, que temos a obrigação
de ser o exemplo.
Faltam escolas, espaços
culturais, ginásios de espor-
tes, postos médicos e hospitais
públicos, além de saneamento
básico (o qual contribui com
a proliferação de doenças) e
segurança. Os equipamentos
existentes estão mal apare-
lhados, e os profissionais re-
munerados indignamente. O
dinheiro subtraído do erário,
indevidamente, seria para re-
tornar ao cidadão em forma de
serviços essenciais. Tá mais
do que na hora dos atores so-
ciais mobilizarem-se em prol
do objetivo comum, que é o
de diminuir as desigualdades
na distribuição de renda.
Quem fecha os olhos para
a corrupção dos políticos, não
fiscalizando, nem exigindo pu-
nição a quem comete atos de
improbidade administrativa,
torna-se cúmplice e, por isso,
também, culpado pelas ma-
zelas ocorridas na sociedade.
Quando o bandido sequestra
ou mete o revólver na cabeça
do cidadão para lhe tomar o di-
nheiro, é como se o delinquen-
te agressor estivesse dizendo:
“Passa aí um pouco da grana que
você me tirou, malandro”.
(*) Bacharel em Ciências Econô-
micas e atua como jornalista e
assessor de imprensa. Contatos:
marcospennha@gmail.com
enchente do rio, está reconstruin-
do a cidade. Aqui, a gente manda
derrubar nossa história…
Precisamos ensinar nossas
crianças a valorizarem nossa his-
tória e nosso patrimônio. Ensinar a
pensar a democracia: “não concor-
do com uma palavra do que dizeis,
mas, defenderei até a morte, vosso
direito de dizê-la” - Voltaire.
Quem sabe, num embate de-
mocrático, onde prevalece não só a
vontade da maioria, mas a de quem
tem maior poder de convencimen-
to, possamos sair da discussão que
não leva a lugar nenhum, para
cedermos um pouco e sairmos do
mesmo lugar em que nos encon-
tramos, desde a crise do cacau. É o
que ardentemente espero.
(Íntegra www.acaoilheus.org)

Página 04
Serra Grande reivindica
mudanças no Plano Diretor
Moradores de Serra Gran-
de reuniram-se no dia 21 de
Julho, na Pousada Sargimar -
Vila do Sargi, com o objetivo
de discutir pontos conflitantes
no Plano Diretor Urbano Ter-
ritorial do Distrito de Serra
Grande. Também estiveram
presentes representantes da
Prefeitura, do Instituto Floresta
Viva e da Rede de Associações de
Serra Grande.
O principal objetivo foi o
de adiar a Audiência Públi-
ca que estava marcada para
o dia 24 de Julho, pois mui-
tos aspectos ainda precisam
ser melhor esclarecidos e
outros alterados, já que vão
de encontro ao anseio da
população local.
Serra de Água conquista seu reconhecimento
A Fundação Palmares emi-
tiu, no mês de julho, uma
certidão reconhecendo a
identidade e legitimidade
da Comunidade Quilombo-
la Serra de Água – Itacaré
(a mais distante da zona
urbana, localizada próximo
à divisa com os municípios
de Ubaitaba e Uruçuca).
Formada por cerca de 150
famílias, tem seu cotidiano
marcado pela economia do
cacau, da mandio-
ca, de frutas e hor-
tas. Sua cultura está
muito relacionada
a novenas que mis-
turam catolicismo
e samba-de-roda,
cantigas diversas,
receitas tradicionais
e uma história de
migração que o Griô
João Nascimento (na
foto tocando pandeiro),
relatava quando em
Na oportunidade, a comu-
nidade da Vila do Sargi en-
de Integração. “Necessitamos
de recuperação e urbanização de
caminhou um documento ao nossa atual malha viária.”
Prefeito de Uruçuca - Moacyr - redução de tamanho dos no-
Leite Júnior, contendo as prin- vos lotes dos atuais 1000, para
cipais reivindicações, bem 400 m², bem como o aumento
como sugestões de melhorias da área de construção de 0,40
na Vila, alegando que “caso para 0,60.
estas propostas sejam aprova- Ao mesmo tempo, concor-
das, poderão gerar sérios danos dam com outras propostas
ao meio ambiente, aos moradores sugeridas no Plano Diretor,
e comerciantes, além de gastos no que diz respeito a:
desnecessários aos cofres do Mu- - drenagem das ruas que fi-
nicípio, que poderiam ser empre- cam alagadas no período das
gados em obras mais concretas e chuvas;
necessárias.” - melhoramento das condi-
São contra: ções viárias;
- construção de um Portal - criação do sistema de abaste-
em outro local que não seja cimento de água - EMBASA;
na entrada atual; - serviço de telefonia fixa;
- construção de uma Avenida - segurança pública.
vida: “depois da alforria,
seu bisavô migrou da região
que se chamava Formiga -
próximo à Ponte da BA 001
- território João Rodrigues -
subindo o rio, buscando um
lugar melhor de se viver,
chegou no Serra de Água e
fez famílias”.
Contribuíram também
para esta regulamentação
os apoios da mobilização
Voluntários de mãos
dadas contra a AIDS
O NEPSI - Núcleo de Educação
e Promoção à Saúde de Ilhéus foi
criado através do GAPA – Bahia
(Grupo de Apoio à Prevenção à
AIDS), para dar continuidade às
ações de prevenção às DST (do-
enças sexualmente transmissíveis)/
AIDS, tendo como apoio um gru-
po de voluntários: professores,
técnicos em enfermagem, agen-
tes comunitários de saúde, alu-
nos de escolas públicas e pessoas
“Somos conscientes das ne-
cessidades de capacitação dos
nossos serviços e do incremento
urbanístico de nossa Vila que,
conforme descrito no Plano Di-
retor, tem uma vocação natural
para o turismo. Porém, não pode-
mos esquecer que, para atender e
crescer, precisamos ter condições
básicas de infraestrutura e, aci-
ma de tudo, ter respeitado o di-
reito de cada cidadão.” Conclui
o referido documento.
Aproveitaram para criar
uma agenda de reuniões iti-
nerantes (quadro ao lado),
convidando todas as comu-
nidades envolvidas, para que
participem deste processo
que é de interesse comum aos
moradores de Serra Grande.
do Instituto Floresta Viva, SE-
BRAE, Rede Mocambos, Con-
selho Quilombola de Itacaré e
Casa do Boneco.
“Esta certidão é semelhante
a uma ‘carteira de identidade
coletiva’. É um documento que
reconhece Serra de Água no
Cadastro Nacional de Comu-
nidades Quilombolas, possi-
bilitando o acesso às políticas
públicas. Por exemplo, para
um jovem concorrer à cota de
quilombola em uma universi-
dade (como a Dani da Casa do
Boneco acessou na UESC), ou
uma família quilombola poder
participar do programa ‘Mi-
nha Casa, Minha Vida’, precisa
apresentar esta certidão, para
ter seus direitos garantidos.”
Esclareceu Sayonara Malta.
Acompanhem esta e ou-
tras conquistas para as co-
munidades quilombolas da
região, acessando casado-
boneco.blogspot.com
da comunidade.
Local de atendimento: Eixo
Principal, nº 104 - Bairro Her-
nani Sá, de segunda a sexta, das
08:00 às 12:00 e das 14:00 às 17:00
h, salientando que estes serviços
são prestados gratuitamente.
A Diretoria (foto) convida a
todos para se juntarem a esta
nobre causa.
Seja também um voluntário!
Detalhes: nepsi2008@hotmail.com
"
Ano I – número 11
Agosto de 2010
Plano Diretor
Serra Grande
reuniões itinerantes
mês de Agosto
- Dia 04 - 16:00 h
Assunto: Almir Carapiá
Osmar Simões/Lagoa
Local: João Veloso
- Dia 05 - 19:00 h
Assunto: Manoel Ferreira
Local: Casa de Mara
- Dia 07 - 16:00 h
Assunto: Ponte Pancadinha/
Casa de Farinha
Local: Zé Lito
- Dia 09 - 09:00 h
Assunto: Beira Rio
Local: Zé Lito
- Dia 11 - 19:00 h
Assunto: Sargi
Local: Pousada Sargimar
- Dia 12 - 19:00 h
Assunto: Represa
Local: Cabana Tropical
- Dia 17 - 19:00 h
Reunião antes do diálogo
com o Ministério Público
Local: Salão Igreja Católica
- Dia 18 - 08:00 h
Reunião Ministério Público
Local: Fórum Uruçuca
Compareça - sua participa-
ção é muito importante!
"
Rede de Coalizão
Sul da Bahia
Justo e Sustentável
Uma organização da
Sociedade Civil, sem fins
lucrativos, comprometida
com comportamentos éticos e
dedicada à democratização
da informação.
A proposta é a de cooperar com
a criação e mobilização da
cidadania do Sul da Bahia,
através da força conjunta de
seus membros, tendo como
valor essencial a justiça e a
sustentabilidade, através da
democracia participativa.
Inscreva-se e participe!
www.redecoalizaosulba.ning.com
Conecte-se ao site:
www.redesuldabahia.org
Esta página destaca atividades
realizadas por organizações
associadas à Rede Sul da Bahia
Justo e Sustentável.
Recorte-a e fixe-a no mural de sua
instituição e/ou nos pontos
comerciais e de grande circulação de
sua comunidade.
Assim, mais pessoas poderão
acompanhar e participar dessas
atividades que são do
interesse de todos.
Participe!
Envie sugestões de pauta à
Assessoria de
Comunicação da Rede
"
redesuldabahia@gmail.com
 Ano I – número 11
Agosto de 2010
Página 05

Parabéns aos leitores que apagam velinhas em Agosto

e a todos os painhos pelo dia 8! Vivam a vida e sejam muito felizes!

Lió, na
foto com
o neto
Mainha Aureolina - Lió (vestido verde ao Raonir que
centro), ladeada por filhos, netos e amigos, aniversaria
em comemoração aos 75 anos, no último no dia 04
dia 18 de Julho. Muita saúde e paz! de agosto.

Dia 27 é a
vez deste
lindo
pescador
da Praia
do Rosa/SC
- Rubinho
(Tivó 1)
Amamos
você!

Dia 4 -
Adiler Dia 20 - Matheus
Naty Dry Couto Instituto
Modas - Floresta Viva -
Itacaré Serra Grande

Mês de festa na Capital Baiana da Fé Casa Sapucaia

BOM JESUS DA LAPA –
novidades que dão água na boca
Foto: Ipgasparim/flickr

conhecida como a “Capital

Baiana da Fé” -, é banhada
pelo Rio São Francisco e fica a
600 km de Ilhéus.
Concentra a segunda maior
festa religiosa católica do
Brasil, conhecida como a
Romaria do Bom Jesus, que
acontece no dia 6 de agosto,
recebendo milhares de fiéis
de todas as partes da Bahia e
do Brasil.
Santuário do Bom Jesus
gruta de pedra descoberta
há mais de 350 anos

Taboquinhas sob as bençãos de Bom Jesus

O Restaurante Casa Sa- exclusiva, como sempre foi
Foto:lacellera.mecenasdavida.org.br

TABOQUINHAS pucaia - Rua Lodônio Almei- a proposta da casa.

- charmoso da – Itacaré, realizou um Fes- Dentre as novidades: riso-
Distrito da cidade tival nos dias 22 a 24 de Julho, to de queijo de cabra com horte-
de Itacaré -, mostrando a seus clientes e lã, charutinhos de taioba, salada
também tem Bom amigos as novas sugestões de grãos germinados, carpaccio
Jesus como seu de cardápio, bem como os de pupunha fresca, tempero
padroeiro. clássicos que já fazem suces- com vinagre de mel de cacau e
Às margens do so desde sua inauguração. outras delícias da terra, cola-
Rio de Contas, Os novos pratos utili- borando com a sustentabili-
atrai muitos zam, essencialmente, ingre- dade do turismo da região.
turistas em busca dientes locais e orgânicos, Mathieu - proprietário e
de esportes de vindos de pequenos produ- o Consultor-Chef Paulinho
aventura, tendo o tores da comunidade, em (foto) convidam a todos
rafting como seu uma cozinha contemporâ- para conferir estes pratos
carro-chefe. nea saudável, saborosa e de sabor inigualável!
 Ano I – número 11
Página 06

“
Agosto de 2010

Jardim do Cajueiro um sonho 0 Brasil ficou entre os 8 melhores do

mundo no futebol e ficou triste.
“
por uma educação melhor É 85º. em educação e não há tristeza…
Cristóvam Buarque

Ecologia doméstica:
economia para o bolso
e para o meio ambiente
Por Deborah Pizzatto
- Bióloga/Ilhéus
mandasssaia@yahoo.com.br

Como prometido no AtiTude 09,

Por Fabiana Diaz
A Escola Comunitária Jar-
dim do Cajueiro foi criada
no Povoado de Barra Grande
(Maraú/BA) e está no quinto
ano de funcionamento, aten-
dendo crianças de 3 a 6 anos.
Tudo começou com um gran-
de amor por Barra Grande e
a convicção de que, através
da educação e da Pedagogia
Waldorf, se poderia oferecer
a este lugar e às pessoas da-
qui algo mais: a esperança
da construção de uma vida
melhor e de um futuro mais
digno; através da arte, da
música, do convívio social e
da consciência tão necessária
para preservação deste para-
íso ecológico.
Nossos alunos vêm, prio-
ritariamente, de famílias sem
condições de proporcionar
educação de qualidade para
os filhos. 50% das crianças
têm os estudos custeados por
padrinhos e 25% têm bolsa
de estudo (que varia de 90%
a 20%), conforme disponi-
bilidade do fundo de bolsas
(também mantido com doa-
ções e apadrinhamento).
Atualmente, mais de 30 fa-
mílias são beneficiadas pelo
projeto.
O currículo incentiva a
criatividade e nutre a ima-
ginação das crianças, esti-
mulando o entusiasmo pelo
aprendizado e um desenvol-
vimento saudável. As famí-
lias são convocadas a partici-
par ativamente na gestão da
escola, o que encoraja uma
atitude cidadã e implica na
maior participação dos pais
na educação dos filhos.
Apesar das dificuldades,
graças ao esforço coletivo
e apoio de padrinhos, co-
laboradores e da equipe do
projeto, temos conseguido
manter o sonho do Jardim
do Cajueiro. No futuro, o
desejo é expandir a atua-
ção e oferecer, além do jar-
dim-de-infância, o ensino
fundamental.
Visite nosso site:
www.jardimdocajueiro.com.br
Para colaborar,
entre em contato:
jardimdocajueiro@gmail.com
segue uma tecnologia simples que
pode reduzir muito o gasto com
gás, ou lenha, além de contribuir
para a preservação dos recursos
naturais. Estamos falando da CM
- Caixa Mágica (batizada assim,
pois finaliza o cozimento dos ali- caprichada essa parte, mais efi-
mentos, sem utilizar nenhuma ciente será sua CM).
fonte de calor externa). 5) “Vista” o isopor com o teci-
Utilizando este método, você do que ficou para fora, dando o
só utiliza o fogão até erguer fer- acabamento.
vura (deixar ferver por alguns
minutos). Após, coloque a pane-
la na CM que manterá a tempe-
ratura ideal para o cozimento,
até que o alimento fique pronto.
No caso do arroz, logo após o
café-da-manhã, coloque-o para co-
zinhar. Outra vantagem é que não
precisa ficar “vigiando”, na certeza
que não vai queimar. No horário
do almoço, ele estará prontinho - é
só tirar da caixa e servir.
Como fazer a CM da forma 6) Teste se a panela cabe ain-
mais simples? (Existem versões da na caixa menor e se ambas
em madeira que podem ser fei- as caixas fecham direito (o ideal
tas seguindo as mesmas instru- é que, entre as tampas da caixa
ções, mas esta é mais barata.) menor e da caixa maior, caiba
uma camada de espuma, de for-
Material necessário: ma a isolar a caixa ainda mais).
a) duas caixas de papelão (uma
menor que a outra), sendo
que, na menor, a panela que
escolheu para usar na CM,
caiba com tampa bem cer-
tinho, com o menor espaço
livre possível e a maior te-
nha dimensões grandes para
que, quando colocar uma
dentro da outra, fique um
vão de, mais ou menos, 5 cm
em todos os lados;
b) pedaços de isopor;
c) tecido (opcional); Agora, é só fazer os testes. O
d) cola; truque é colocar menos água
e) um pedaço de papelão solto; que o de costume na preparação
f) um pedaço fino de espuma; e dos alimentos e depois acertar
g) caixas de leite, tipo longa- nos tempos.
vida. Arroz Integral - Refogue os tem-

Curso de capacitação em Passo a passo:

peros como de costume. Cubra o
arroz com água (um dedo a mais

projetos sócio-culturais 1) cubra a caixa menor com

As secretarias de Espor-
te, Juventude e Cultura e de
Desenvolvimento Social de
Itacaré ofereceram, nos dias
15 e 16 de Julho, o I Curso
de Capacitação em Projetos
Sócio-Culturais.
Visando atender à neces-
sidade de profissionalização
de gestores de organizações,
cooperativas, secretarias e
artistas locais; o curso foi
desenvolvido em dois mó-
dulos: Elaboração de Projetos
Sócio-Culturais e Captação de
Recursos.
Segundo Juliana Machado,
Técnica em Cultura Muni-
cipal, Gestora Cultural pela
UESC e também professora
do Módulo 1: “Estas sessen-
ta pessoas que participaram do
curso comprovam que a comu-
nidade está mobilizada e interes-
sada em se capacitar. É papel das
instituições públicas viabilizar
mais oportunidades”.
Outro colaborador foi Ed-
son Francisco de Oliveira, Gestor
Social pela UNEB e professor
do Módulo 2. Mineiro, criado
na Guatemala, mostrou como
vencer “o caminho das pedras”
para quem quer buscar finan-
ciamento nacional e interna-
cional para projetos.
as embalagens de leite, de for-
ma que a parte prateada fique
virada para dentro da caixa (co-
loque o pedaço de papelão no
fundo - isso evita que a panela
quente entre em contato com
o plástico das caixas de leite,
queimando-o).
2) Revista a caixa maior
com o tecido, sem colar (o te-
cido é usado para melhorar o
acabamento).
3) Em cima do tecido, coloque
um pedaço de isopor de forma
que ele cubra quase todo o fundo
da caixa maior (verifique a espes-
sura do isopor que vai embaixo,
ele tem que preencher o exato es-
paço entre a altura da caixa me-
nor e da maior).
4) Coloque a caixa menor em
cima do isopor e vá preenchen-
do os vãos laterais com mais
pedaços de isopor (quanto mais
que a altura do arroz). Espere a
água levantar fervura. Deixe fer-
ver por 5 minutos e coloque na
CM, sem abrir a panela. Isso deve
ser feito de 5 a 3 horas antes da
refeição (quando sair para traba-
lhar, pode colocar seu arroz na
caixa e deixá-lo a manhã ou o dia
todo, sem se preocupar).
Aipim - Coloque o aipim na
água e, depois de ferver, espe-
re mais 5 minutos e coloque na
CM. O tempo que vai ficar na
caixa, depende de como você
gosta - é parecido com o tem-
po do arroz integral. Se retirar
a panela e resolver colocar de
volta para cozinhar mais, volte
ao fogo apenas para levantar
fervura.
Escreva-me para falar dos re-
sultados, para aprender outras
receitas ou para tirar dúvidas.
Bom apetite e boa economia
para você e para o meio ambiente!
 Ano I – número 11
Agosto de 2010
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Página 08
Berçário da APA Itacaré/Serra Grande
O fantástico milagre da vida!
Por Nice Vidal
A maravilhosa criação de
Deus é viva e regenerativa
- está constantemente mu-
tiplicando-se, renascendo e
consertando-se: “Que a terra
faça brotar toda planta, cuja
semente está nela, conforme
sua espécie...” - Gênesis.
O Viveiro Comunitário Flo-
resta Viva, construído pelo IFV
- Instituto Floresta Viva, em
parceria com a Fundação SOS
Mata Atlântica, inaugurado
em 21 de abril de 2009, vem, li-
teralmente, colocando esta má-
xima Divina em prática.
É um espaço que recebe vi-
sitação de escolas e comunida-
des da região; além de turistas
que têm a oportunidade de co-
nhecer um projeto de restaura-
ção de florestas, o processo de
produção das mudas, o cuida-
Campanha Du-PET - separe e participe
dê o primeiro passo, começando pela sua casa
Por Nice Vidal
Fotos:Nice Vidal
O que é PET? - Significa Po-
lietileno Tereftalato, uma resina
plástica e um tipo de poliéster.
Como existem vários tipos de
plásticos, o PET é identificado
com o número 1 no fundo das
garrafas usadas para envasar
refrigerantes, água, etc. São
100% recicláveis e a sua com-
posição química não libera ne-
nhum produto tóxico.
Infelizmente, são poucas
as ações voltadas para a Coleta
Seletiva e reciclagem em nossa
região, acarretando grandes
prejuízos à natureza: - o plás-
tico demora mais de 400 anos
para ser “consumido” por ela.
Como acompanho, há mais de
3 anos, o trabalho dos agricultores
da Associação Embaúba na produ-
ção de mudas, sugeri aos profis-
sionais do IFV - Instituto Floresta
Viva que acataram a ideia de reu-
tilizar as garrafas PET de água
mineral (300 e 500 ml), susbsti-
tuindo os tradicionais saquinhos.
Por que batizamos esta
embalagem de Du-PET? Este
nome surgiu relacionando-o
ao TUBETE (recipiente plásti-
co utilizado para o plantio de
mudas em grande escala, pois
ocupa pouco espaço - ver foto)
Algumas vantagens do
Du-PET:
Ano I – número 11
Agosto de 2010
do para batizar a Associação de
Fotos: Nice Vidal
Pequenos Agricultores) é nativa
desta APA e uma das preferi-
das de muitos pássaros, bicho-
preguiça, morcegos e macacos
que se alimentam de seus frutos
e, durante a “degustação”, espa-
lham outras sementes. Cha-
mada de “nucleadora” (forma
um núcleo para várias espécies
abaixo dela). Além disso, ela é
muito importante para fixação
do fósforo no solo, enriquecen-
“O papel do IFV neste processo do-o ainda mais.
tor.” - informaram Matheus,
é fornecer assistência técnica a es- Interessados em comprar
Rones e Célio - Instituto Flo-
tes agricultores, bem como escre- mudas ou agendar visitas, li-
resta Viva, que também conta-
ver os projetos e captar recursos guem (73) 9923.5162/3634.3526,
ram algumas curiosidades:
para o pagamento das sementes e ou diretamente no Viveiro -
- não produzem no Viveiro
das mudas que, em boa parte, sur- Rodovia Serra Grande/Uruçu-
mudas exóticas, mesmo sen-
do com as sementes e percor- gem através de TACs (Termos de ca - km 1 (ao lado da EMBA-
do espécies da Mata Atlântica
rer uma trilha interpretativa Ajustamente de Conduta) - com- SA) - das 7 às 17 h, de 2a. a 6a.
(como a Aroeira, por exem-
da Mata Atlântica. pensação ambiental que empresas Maiores informações www.
plo), por não ser nativa desta
O Viveiro tem capacidade ou proprietários de terra têm que florestaviva.org.br - florestavi-
APA. Este procedimento pode
de produção de 150 mil mu- fazer, quando degradam nossas va@florestaviva.org.br
causar problemas na migração
das por ano, dentre elas espé- áreas de mata. Hoje, estamos com de outras espécies de fauna ou Mais alguma dúvida que
cies ameaçadas de extinção. uma demanda de 94 mil mudas flora, não compatíveis com a esta terra é realmente
A grande maioria está sendo a serem produzidas até o mês de região, podendo provocar um abençoada e o quanto a
utilizada para restaurar áreas outubro. Esta quantidade dá uma desequilíbrio ecológico. natureza é sábia?!
degradadas no PESC - Parque média de R$ 2.000,00 por agricul- - a Embaúba (nome escolhi- Salve Jorge!
Estadual Serra do Conduru, que
está inserido nos municípios
de Ilhéus, Itacaré e Uruçuca.
Boa parte das sementes e
(E) Matheus
mudas cultivadas no Viveiro Couto –
são adquiridas de pequenos Engenheiro
Florestal,
agricultores da APA (mais de (D) Rones
40 famílias beneficiadas que Flasgordes –
Gestor Ambiental,
recebem R$ 1,00 por muda Célio Haroldo
produzida), com o objetivo – Técnico em
Agropecuária,
de contribuir para a melhoria Rondinelli –
da renda e, ao mesmo tempo, Motorista e
Gerson (Neto)
incentivando-os a descobrir o - Ajudante de
tesouro que eles têm em suas Campo
propriedades.
dos, resolvemos lançar a Cam- var, avise-nos, que pro-
Eduardo Santana - panha do Du-PET, envolvendo videnciaremos a retira-
associado da Embaúba
a comunidade e comerciantes da. Fones: (73) 9981.5587/
- produtor de mudas
nativas e pioneiro do da região. 9923.5162/3634.3526, ou pe-
plantio na Du-PET Como participar des- los e-mails jornalatitudesb@
ta campanha? yahoo.com.br - florestaviva@
- Inicie com a separa- florestaviva.org.br
ção das garrafas de água O Jornal AtiTude inscreveu
mineral em suas residên- este projeto no Prêmio Ecopet
cias ou comércios; 2010 e, caso você também te-
- Lave estas embala- nha alguma ideia para reciclar
gens, retirando os rótu- as embalagens PET, visite o site
los, deixando-as separa- www.abipet.org.br e inscreva-
das do restante do lixo; se. O prazo termina no dia 30
- Se tiver condições, deste mês.
Tubete - “primo” entregue no Viveiro A participação de todos é
do Du-PET (Rodovia Serra Grande/ muito importante para o suces-
Uruçuca) - local onde as Du- so desta Campanha. Lembrem-
PETs ficarão armazenadas, se: se queremos melhorar as
para serem distribuídas aos condições de nosso Planeta, pre-
agricultores; cisamos dar o primeiro passo,
- Se não puder le- começando pelas nossas casas!
1) A principal: - deixa de de saquinhos, diminuindo o
ser mais um componente nos custo na produção.
lixões. 5) Economia de terra e tempo.
2) Pode ser reutilizado vá- Devido à sua consistência, agiliza
rias vezes. Após a retirada das o processo de enchimento com a
mudas no local do plantio, re- terra que, sendo de boa qualida-
torna aos agricultores. de, utiliza quase a metade do que
3) Facilidade no manuseio e utilizaria para um saquinho.
no transporte das mudas. O agricultor Eduardo San-
4) Economia de dinheiro tana foi o pioneiro nesta inicia-
para os agricultores, que não tiva e, como este projeto-piloto Uma garrafinha transforma-se em duas Du-PETs - é só cortá-la
precisam gastar com a compra vem dando excelentes resulta- ao meio e fazer um furo na base, para escoamento da água.

Encarte do
Jornal AtiTude
jangadeiros:
Uma tradição ameaçada
Maria de Lourdes, mais
conhecida como "Lia", é
professora dos Colégios
Eliés Haun e Antônio Cruz.
Ela Fez uma monografia sobre
o tema jangadeiros.
A equipe do Atitude Jovem
a entrevistou, dando
continuidade à nossa
Abordagem de registro
da história de
Serra Grande.
confira!
Kleyton
Ano I - número 04 - agosto 2010
Crédito: www.serragrande.net
primeiras geradora de renda em Serra Grande. A
iniciativa de desenvolver esse projeto, intitulado: 'O
Resgate da Tradição dos Jangadeiros',
EdiTorial
deu-se partindo do princípio de que o resgate
cultural favorece o fortalecimento do indivíduo, AtiTude Jovem
enquanto integrante de uma coletividade e propicia
a ele uma nova visão do contexto no qual ele está em discussão
inserido.”, afirmou Lia.
Em alguns momentos, parece que a Nós, “jornalistas”
comunidade está alheia a esta tradição e do AtiTude Jovem,
é com o objetivo de fazer emergir essa participamos de um
cultura que é viva em Serra Grande, que a almoço no dia 25 de
gente precisa resgatar essas pessoas que são Julho, proporcionado pela
ativas economicamente e que tendem ao coordenação da CasAzul.
Por Kleyton desaparecimento. Também estiveram
O trabalho que teve como conclusão a Quais os principais problemas,
monografia (dissertação ou estudo aprofundado
presentes colaboradores,
durante essa longa nossos familiares e
de um determinado assunto) de Lia iniciou- caminhada da atividade da pesca?
se pela pesquisa sobre a cultura dos Algumas das entrevistas feitas com
entrevistados, a fim de que
jangadeiros na Vila de Serra Grande os pescadores mais antigos da Vila, que todos pudessem conhecer um
pouco mais os objetivos deste
e partiu da iniciativa de elaborar um constam da monografia, foram feitas em
projeto junto com os alunos do Centro nosso trabalho.
conjunto com os alunos da 8ª série.
Educacional Eliés Haun, em parceria com os Dentre as várias questões apontadas, O encontro foi muito
jangadeiros, os pescadores mais antigos e destaca-se a proibição da extração da produtivo, onde decidimos
os novos pescadores também. madeira para a construção da Jangada, amadurecer mais esta
Na pesquisa, foram vários os conhecida como “pau-de-jangada”. oportunidade e propor
fatores observados: econômicos, Por que essa é uma questão que se algumas mudanças.
sociais, políticos e ambientais. destaca? A estruturação do PESC - Parque Sabemos que é um longo
“Nesse sentido, a gente percebe a Estadual Serra do Conduru pode ser considerada
necessidade de articular os saberes que
aprendizado e que temos ainda
um avanço na questão ambiental, mas, na muito o que aprender, mas,
essas pessoas têm, com conhecimentos questão social, veio prejudicar os jangadeiros,
científicos, para juntos propiciarmos a médio e longo prazos.
boa vontade, não nos falta.
uma nova visão para as futuras Sobre isso, Lia diz: "Apesar do aspecto Aproveitamos para
gerações, dando-lhes um impulso positivo de ser considerado a terceira maior pedir desculpas por alguns
para que elas percebam as reserva ambiental do mundo, o Parque Conduru erros cometidos em edições
riquezas e as nuanças desse traz, como consequência, um problema social: anteriores, esperando
universo, considerando os jangadeiros ficaram proibidos de extrair a continuar contando com
a atividade da pesca madeira para confeccionar jangadas. Como poderão a colaboração de todos
como uma das dar continuidade a essa atividade, se eles não e com a compreensão de
podem extrair a madeira para confeccionar seu nossos queridos leitores por
instrumento de trabalho?" eventuais falhas.
O esforço desta pesquisa trouxe mais uma Aguardem as novidades
consquista: Lia ingressou no Mestrado. que vêm por aí!
Foto: Rodrigo
Parabéns! Agora, precisamos encontrar
uma solução sustentável, para que esta
bonita tradição que embeleza nossos mares Equipe do Atitude Jovem
não desapareça!
 Meu Pedaço Educação Bom
de comer
SERRA GRANDE: - melhoramentos que adquiriu Escola: espaço de crescimento e aprendizagem
ao longo destes anos, princi- nhoque
ontem e hoje palmente após o ano de 1997,
Por Prof. Robenildo Nesta confusão de sentidos, nos
Colégio Antônio Cruz esquecemos de vivenciar o espaço de ao molho vermelho
quando se iniciou a implantação
Vivemos um momento de mudanças e crescimento e aprendizagem que é a
da BA-001 que liga os municí- Ingredientes:

Foto: João Lucas

Por Florisval Neto
Serra Grande nem sempre foi
um local tão visitado como é hoje.
Há alguns anos, não dispunha de
asfalto, o que dificultava a entrada
de carros, motos e ônibus.
A Vila oferece a seus visitan-
tes o melhor mirante do litoral
sul da Bahia; uma represa, com
quiosques e praias de areia bran-
ca e boas ondas. Mas, devido ao
crescimento desordenado, a fal-
ta de cuidado na ocupação do
transformações em nossa vida cotidiana. escola. Nela nos relacionamos, senti-
pios de Ilhéus a Itacaré, facili- Massa:
As horas parecem passar rapidamente e o mos, nos emocionamos e sonhamos. A
tando o acesso, tanto de turistas, 1kg de batata
corre-corre da vida nos impulsiona a não escola nos dá voz e nos ajuda a expres-
quanto da população da região. cozida
ter prazer no “parar e pensar”. Nesse proces- sar sentimentos outrora esquecidos.
A chegada da BA-001, primei- 2 ovos
so evolutivo em que o mundo se encontra, A escola liberta, por abrir nossos
ra Estrada-Parque, inaugurada 50g de queijo
afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos olhos para o mundo e para dentro
em 1998, influenciou a criação parmesão ralado
ou recusamos coisas, pessoas, situações, de nós mesmos.
do PARQUE ESTADUAL 1 xícara de chá de
numa velocidade impressionante. Felizes são aqueles que abraçam a
SERRA DO CONDURU, como farinha de trigo
O avanço tecnológico nos proporciona escola e absorvem conhecimentos.
medida compensatória aos da- 2 litros de água
acessar rapidamente as informações dese- Felizes são aqueles que contem-
nos causados à fauna e à flora Sal e óleo a gosto
jadas através da “grande rede”. Constante- plam a vida, pautam seus anseios e
da região, por sua construção e Farinha de trigo para polvilhar
mente, usamos o computador para fazer desejos no respeito ao próximo, aos
funcionamento.
amigos que, em muitas vezes, residem no pais e professores.
Hoje, o Parque que se estende Molho:
outro lado do oceano e nos esquecemos Felizes são aqueles, como diz o poeta,
pelos municípios de Ilhéus, Ita- 3 colheres de sopa de azeite
de olhar para as pessoas que estão próxi- “que semeiam livros, livros a mão cheia e manda
caré e Uruçuca é considerado o 2 dentes de alho amassado
mas a nós. Familiares e amigos de infância o povo pensar. O livro caindo n’alma é germe
terceiro maior em biodiversida- 1 cebola picada
se afastam cada vez mais. que faz a palma, é chuva que faz o mar”.
de do planeta e possui uma área 2 caixas de molho de tomate
O parar para ler um bom livro fica Felizes são aqueles que amam a
equivalente a dez mil campos de Sal e pimenta do reino a gosto
sempre para depois e o tempo que não escola e a vida que pulsa em suas
futebol e oferece visitas previa- 200 g queijo parmesão
para nunca, corre a passos largos ao veias, através do conhecimento que
mente agendadas e monitoradas
encontro do amanhã. é exalado por ela.
aos seus visitantes. Preparo da massa:

www.mecenasdavida.org.br
solo e na manutenção; alguns Cozinhar a batata e espremer.
locais, como, por exemplo, a re- Excursão do Curso Misture a batata espremida com os
presa, foram se degradando. ovos, queijo ralado e junte a farinha até
Algumas pessoas que visitaram de Inglês Solidário desgrudar das mãos.
a Vila antigamente, hoje voltam Por Rodrigo Sobre uma mesa enfarinhada, faça
e ficam um tanto decepcionadas, A professora Marlize, do Curso de In- rolinhos com a massa e corte em
quando observam os danos que glês Solidário, oferecido nas instalações pedacinhos.
a represa vem sofrendo. da CasAzul e do Instituto das Irmãs Francis- Leve ao fogo a água, sal a gosto, um
Por outro lado, Serra Grande canas Pequeninas de Belém, organizou uma var que todas as informações aos passa- fio de óleo e deixe ferver.
também evoluiu: não havia um excursão para o Aeroporto de Ilhéus com geiros são veiculadas em dois idiomas: Cozinhe os nhoques até eles subirem e
posto médico adequado, uma 35 de seus alunos. português e inglês. boiarem na água.
escola de ensino médio, pavi- O objetivo da excursão, realizada no dia A excursão foi muito bem organizada Retire e reserve em uma vasilha
mentação e um bom comércio 04/07, era mostrar que, para embarcar e todos foram surpreendidos pela aco- refratária (que possa ir ao forno).
em um avião, é preciso antes passar por lhida dos funcionários da empresa aérea
CAÇA-PALAVRAS Por Ana Carolina vários procedimentos, os quais foram vi- GOL, que conduziu o grupo pelas ins- Preparo do molho:
venciados pelos alunos nas duas semanas talações do aeroporto. Esquente o azeite, doure o alho e a
A T I T U D E S S R G D D F R H F H cebola, acrescente o molho de tomate,
anteriores à viagem. Importante dizer que Foram visitadas as áreas de recepção
H D S D E E A A R F G L R E Q Q R L todas as conversações foram em inglês. e transporte de bagagens, as salas de es- sal e pimenta.
Inicialmente, é preciso conhecer o ro- pera, os portões de embarque e as ins- Deixe apurar por 10 minutos.
B C D F D F S C E S H E T T D E O T
teiro. Em seguida, fazer as reservas e pos- talações onde ficam estacionados os ca-
F D O H H A G H U V F F U R A C Ã O teriormente, comprar as passagens. minhões do Corpo de Bombeiros, para Montagem:
R A H V C T S E E G D A Y A G R Ç A No dia da viagem é preciso estar com casos de combate a incêndios. Cubra o nhoque que estava reservado
as malas prontas e chegar ao aeroporto Foi também observado que o co- na vasilha com o molho. Polvilhe o
B O R B O L E T A B A N H M Y U A E parmesão e leve ao forno médio pré
com duas horas de antecedência (para mércio instalado no aeroporto pratica
A H F U Z S D S D J D T Y P I Z Z A voos nacionais), ir direto ao balcão da preços altíssimos. aquecido, por 15 minutos. Está pronto
companhia aérea para fazer o check-in Dois alunos tiveram a oportunidade para servir.
H Y Y A I E G A A A H E U O E O I V
(despacho das bagagens) e depois ir para de conhecer um avião por dentro, in-
F D A D N M F R O B B F I L R I R E a sala de espera. cluindo a cabine de comando. Rendimento: 4 porções
Além disto, os alunos puderam obser- A experiência foi inesquecível! Uma receita feita por Úrsula Andréa
L S W D H O S U I C F G M I G F E R
A F G K A R A N H A D H E M E D T W
N G H H O K J T R S G A V N A D C S
Preservação Mateus Couto e Nilson Antônio Santos nos
contaram que algumas árvores matrizes
não servem para ser “mãe”. É necessário
R U J A A D J O G A T A O C È F A F viveiro juntar 15 árvores da mesma espécie para
O S S T U S M I V D H F J D Ç A R J Por Carol formar um lote. As mudas e sementes
É importante conhecermos as iniciati- são coletadas por pequenos agricultores
J F U J G A D K T U E V L K W S A L vas que contribuem para a preservação da da região que, depois de crescidas e bem
T R Y S J G S G E L M C G S E E C H natureza. desenvolvidas, são plantadas no Parque do
Aqui mesmo em Serra Grande, o SOS Conduru e em outras áreas degradadas.
F D G U D A F F E I R E J H Y R O L
Mata Atlântica e o Floresta Viva têm, em par- Uma semente nova e beneficiada pode
R U V G D U G T F F E U I G Y T P J ceria, um viveiro de plantas nativas. poca” (boa para fazer cabo de vassoura); o receber um ótimo preço. As sementes
Na estrada de chão que liga Serra Grande “Pequi” (muito utilizado para fazer pon- são cultivadas em tubetes (copinhos) e/ou
à sede do município de Uruçuca está loca- tes); a “Jussará” (ameaçada de extinção); as saquinhos e, em breve, também nos Du-
AMOR • CASA • OVOS • PIZZA • RUIM • FRUTA • JOVEM • JORNAL
lizado o Viveiro que existe desde abril de “Jindibas” (quando já estão crescidas, não PETs (ver campanha lançada pelo Jor-
• ARANHA • ATITUDE • COZINHA • FURACÃO • ELEFANTE • 2009. Ele armazena mudas nativas da Mata podem ficar juntas, para que não atrapa- nal Atitude - pág. 08).
TELEFONE • BORBOLETA • TRAMPOLIM • CARACTERIZAÇÃO Atlântica, tais como: a “Ingá de rio”, a “Tai- lhem o crescimento uma da outra). Participem e ajudem a natureza!

Expediente UTilidade Pública

Reportagem e edição dos textos:
Ana Carolina dos Santos, Ananda Lee,
André Chicabana, Antônio Neto, Christian,
Danrley Santana Bento, Emylle, Florisval
Neto, Islâne, Itana, Jêniffer, João Lucas,
Júlia, Kleyton, Letícia Slongo, Maíra Lobo,
Makson, Matheus O. Santos, Nadabio,
Rodrigo Nascimento, Thalles, Valdete Reis,
Williams, Yuri e Yury.
Diagramação: Regina Toffoli e Fábio Lima
Revisão e Produção Gráfica: Nice Vidal
Impressão: Gráfica Agora
Circulação: Sul da Bahia
Escreva para: atitudejovem8@gmail.com
Os artigos assinados são de responsabilidade
de seus autores.
DROGAS: Um mal cada vez mais perto de nós
Por Letícia
MACONHA:
Em 1735, o botânico Carl Lineu no-
meou a planta como Cannabis sativa,
popularmente conhecida como maconha,
marijuana, dentre outras.
Os efeitos do uso são variados e depen-
dem da quantidade, da forma de se consu-
mir e da reação de cada organismo.
Os efeitos físicos mais comuns são:
envermelhamento dos olhos, resseca-
mento da boca, taquicardia (aumen-
to dos batimentos cardíacos de 40-60
para 120-140).
Com o uso, vários órgãos são afetados:
o pulmão e o estômago são os mais pre-
judicados. O sistema respiratório é afetado Com elevado
pela fumaça constante, causando doenças tempo de uso, os
respiratórias como bronquite ou até mesmo sintomas se tornam
a perda da respiração nasal, passando a res- mais graves, como
pirar somente pela boca. redução da capacidade de aprendizado e me-
A maconha também diminui a produção de morização, falta de ar, doenças respiratórias
testosterona (hormônio masculino responsá- graves, problema na voz, etc.
vel, entre outras coisas, pela produção de Alguns estudos associam o uso prolonga-
espermatozoides). do da Cannabis com o desenvolvimento de
Os efeitos psíquicos são os mais conhe- cânceres, pois sua fumaça possui de 50% a
cidos, sendo eles: bem-estar inicial, relaxa- 70% a mais de hidrocarbonos cancerígenos
mento, calma, vontade de rir... Os contrá- que o tabaco. Os cânceres mais citados são
rios: angústia, desespero, pânico e letargia os que afetam o sistema respiratório e o
(sono prolongado, apatia). Ocorre ainda sistema reprodutor.
uma perda da noção de tempo e de espaço, É isto que você quer para sua vida?
colapsos de memória e desatenção. fonte da pesquisa: Equipe Brasil Escola.