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O ponto de vista e as ideias aqui defendidas esto mais desenvolvidos e aprofundado no ensaio que
escrevi para o livro publicado em 2013, pelo Centro Celso Furtado e o Banco do Nordeste, intitulado
Novas Interpretaes Desenvolvimentistas, organizado por Inez Silvia Batista Castro.
Antes, contudo, deve ser dito que, segundo as foras polticas que sustentaram os
Governos Lula e, tambm, o de Dilma, a estratgia desenvolvimentista adotada a partir
de 2005 mudou o modelo econmico neoliberal prevalecente nos Governos Collor e
FHC e no incio do primeiro Governo Lula - com a superao da estratgia e das
polticas neoliberais at ento adotadas. O resultado expressou-se na retomada de taxas
de crescimento mais elevadas, tal como as verificadas no perodo desenvolvimentista
associado ao Modelo de Substituio de Importaes (1930-1980); mas, diferentemente
deste ltimo, esse crescimento veio acompanhado por melhora na distribuio de renda
e reduo da pobreza.
O presente artigo, como se ver a seguir, discorda dessa interpretao, pois esta
apoia seus argumentos em elementos e indicadores conjunturais que expressam um
melhor desempenho da economia brasileira entre 2006 e 2008, mas que podem ser
facilmente revertidos. Alm disso, essa interpretao se atm apenas mudana do
regime de poltica macroeconmica; desconsiderando, portanto, a permanncia dos
atributos estruturais que caracterizam o padro de desenvolvimento.
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Conceito formulado por Nicos Poulantzas, a burguesia interna no se confunde com a burguesia
nacional; embora tenha contradies importantes com o capital internacional, no possui autonomia
poltico-ideolgica frente a este. No Brasil, alm do agronegcio e dos grandes grupos econmicos da
indstria extrativa mineral, fazem parte dessa burguesia os grandes grupos que atuam na construo civil
e as grandes redes varejistas nacionais.
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