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Complementares?
Por Maria Helena Mandacar Guerra -
8 de junho de 2017
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Jung props que o trabalho analtico ocorresse frente a frente, que paciente e
terapeuta sentassem um diante do outro, incluindo com isso a presena
das reaes emocionais do terapeuta. A ideia de o terapeuta ser uma
pgina em branco deixada de lado e a presena objetiva do terapeuta, e de
seu mundo subjetivo, passam a ser considerados importantes para o paciente.
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de nossas reaes, emoes, de nosso modo de ser. Jung atribui
aos arqutipos a expresso do inconsciente coletivo, mas importante
ressaltar que hoje se sabe que a conscincia tambm arquetpica, pois no
existe vivncia humana, por mais particular e nica que seja, que no esteja
alicerada em uma experincia humana universal. Carlos Byington, analista
junguiano brasileiro, foi quem desenvolveu e fundamentou a noo de padres
arquetpicos da conscincia.
Outro ponto a ser destacado quando cotejamos as ideias de Freud e de Jung diz
respeito noo de smbolo. Como para Freud o centro de sua Psicologia era a
sexualidade e o Complexo de dipo, ele via, por exemplo, nos smbolos
onricos, disfarces que encobririam aspectos ligados sexualidade e ao
Complexo de dipo. Para Jung, um smbolo nunca possui um nico significado,
e nem uma interpretao fixa. Ele tambm no via as expresses onricas como
disfarce, acreditando que a psique se expressa numa linguagem arcaica e
simblica. Ao invs de atribuir aos smbolos significados fixos, Jung considera
que eles so a melhor expresso para aquilo que pressentido e ainda no
sabido.
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A ideia do inconsciente, para Freud, associa-se a algo que surge na vida
pessoal e que estaria composto de material esquecido, reprimido, negado,
fixado, bem como de contedos traumticos. Jung, por sua vez, atribui ao
inconsciente um carter tambm criativo, capaz de trazer conscincia
contedos no apenas associados a experincias individuais, mas coletivas,
impessoais, universais. Tambm neste aspecto podemos considerar
complementares as vises de Freud e de Jung.
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circunstncias de fazerem uma anlise pessoal, projetaram um no outro seus
complexos, o que os levou a uma ruptura trgica e irreversvel, tanto no mbito
cientfico como pessoal.