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Resumo
O presente artigo diz respeito à luta e a arte marcial, como podem vir a ajudar no desenvolvimento
psicomotor, juntamente com uma proposta pedagógica para educação física. Devido aos poucos
trabalho sobre lutas, e poucas pesquisas, percebemos que é de grande relevância levar tais
resultados para os leitores, cujo foco principal é atingir os professores de educação física. Ao levar
tais resultados e conteúdo temos a intenção de fazer com que os professores despertem interesses
pelo mesmos, podendo ampliar ou incluir esses em seu trabalho.
Abstract
The present article has the objective to speak about the fight and the tourney martial. Also how the
fight and tourney martial help in the development psychic motor and a pedagogic proposal to physical
education. We acknowledge that there are few works about fights and few investigations. We perceive
the great importance to consider these results to the readers, whose objective principal is reach the
teachers of physical education. Our objective are awake the teachers of physical education to the
advantages of the fights and tourney martial and use their in your work.
1. INTRODUÇAO
O homem desde seu nascimento tem a necessidade se desenvolver seus
fatores psicomotor para poder sobreviver em seus diversos meios, os movimentos
das lutas e das artes marciais tem tido uma grande contribuição para com aqueles
que as praticam. No início das artes marciais podemos notar que a mesma era
utilizada por diversas classes, desde o pacífico monge a guerreiros que duelavam
em combates mortais. Quando analisamos os diversos praticantes deste conjunto de
técnicas, fica evidente que todos eles tinham um aspecto moral, filosófico e
habilidades corporais, e que essa habilidade vem do treinamento contínuo, acima da
média, ou seja, aqueles que tinham um treinamento nas lutas ou nas artes marciais
desenvolviam alguns fatores psicomotor acima das pessoas que não as praticavam.
Podemos observar que no passar da história fica evidente que o objetivo
mais básico das artes marciais era atingir um elevado nível de habilidade motora e
controle emocional, para que a pessoa pudesse vencer o seu adversário.
A Educação Física vem crescendo juntamente com as lutas e artes
marciais, mesmo que não tenha se integrado devidos a vários motivos, não
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Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás.
Pos-graduado em Psicopedagogia pela Universidade Estadual de Goiás.
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podemos negar a grande contribuição que ambas tem uma com a outra.
Percebamos também que as faculdades de Educação Física na grande maioria não
compartilha desses conhecimentos, porém são poucas que oferecem em suas
grades curriculares Lutas ou arte marcial. Algumas as oferecem de forma optativa e
também com uma visão de treinamento e não como uma contribuição generalizada
da luta.
Situação que talvez tenha sido ocasionada devido ao campo relativamente
amplo do conhecimento que a Educação Física aborda. A questão é que muitos
conteúdos são negligenciados nas aulas. Um deles diz respeito às lutas, que é
sugerido nos PCN's. Podemos estar deixando de lado um dos conteúdos que ajuda
no desenvolvimento tanto de crianças, jovens, adultos, tanto motor quanto psíquico
além de promover o conhecimento entre o fator sócio-cultural.
...na luta, o homem trata de plasmar um ideal, e este deve tão forte que o
homem passa a converter-se em um elemento secundário e quase nulo no
que se refere ao individuo, e somente é levado em consideração à medida
que pode ser útil para lograr a consagração do mencionado ideal. (...) na
briga, ao contrário, somente se disputa por questões da personalidade;
aqui não existe o sacrifício, pois, se alguém briga, é para obter resultados
no que se refere a prestigio e privilégios que somente podem ser
desfrutados em vida.(76 e 77)
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‘’luta sem armas’’ e que remontam a 4000 anos a.C. estes dados abrangem ÍNDIA,
IRÃ, CHINA E TAMBÉM EGITO e MESOPOTÂNIA.’’ PAYNE (1997, p.70) também
descreve que já havia a criação de golpes de combate na Grécia, no século V a.C.,
ou seja, os ‘’antigos gregos praticavam diversos tipos de combate.’’
Mas até hoje temos a criação de alguns novos gêneros de lutas, o que,
segundo FUNAKOSHI, são meras fusões de estilos ou gêneros de combate.
todas as artes de lutas utilizadas em guerra, numa alusão metafórica ao deus Marte,
que era o deus da guerra entre os gregos.
Já TEGNER (1999, p. 9) entende pelo termo o seguinte:
‘’É como querer descrever o vôo de uma ave. É o agitar das asas?; a
velocidade de deslocamento? Ou talvez o momento da trajetória descrita
pela ave em movimento? Definitivamente não, o vôo é tudo isso.’’(p.8)
corpo e a agilidade eram objeto de combate, o que iria fazer a diferença entre
aqueles que treinavam artes marciais e os que não treinavam ou os que tinham
menos habilidades com esses ‘’objetos’’.
A capoeira, o jiu-jitsu, o judô, o karatê e o taekwondo são lutas de
combate que surgiram no decorrer da história. Pode-se notar que a capoeira e o
judô são os mais recentes desses citados. Segundo VIEIRA (2004), há controvérsia
em torno da história da capoeira, inclusive no período que surgiu, provavelmente no
século XVII e o século XIX, em que aparecem registros confiáveis. Para HISTÓRIA
(2004), a capoeira surgiu no século XVI, com a vinda dos negros, que eram trazidos
da África, para o uso do trabalho escravo.
‘’A capoeira é uma luta brasileira, a qual foi criada pelos negros africanos’’
(FERREIRA, s/d, p.14). Os negros criaram a capoeira com intuito de utilizá-la como
luta no movimento preciso para sua defesa e para os instantes de folga para se
divertirem, e também como forma de se preparar para fugas. Com as fugas dos
escravos, criaram os palmares, constituindo assim uma nova forma de vida e
cultura.
Vimos que as lutas têm várias dimensões e, de acordo com o local em
que surgem, têm finalidades e objetivos diferentes. PRUDÊNCIO (2000), embasado
em AREIAS (1983), vem afirmar que foi através da observação à mãe natureza que
os negros, aproveitando-se das horas livres no interior das matas e nas senzalas
onde dormiam ou eram encarcerados e até nos refúgios após a fuga, notaram as
brigas de alguns animais; assim, tentavam reproduzir tais movimentos para defesa,
os quais eram camuflados com a dança e o ritual.
No entanto, a capoeira vem se modificando e se dividindo através dos
tempos, como afirma VIEIRA (2004):
dedos, cotovelo, punhos, chutes, joelhadas ou pontas de pés [...] as técnicas do jiu-
jitsu são as mais especializadas em termos de autodefesa.’’
Entre as lutas temos também o karatê e o taekwondo. E essas têm
origem okinawense e coreana; ambas usam um sistema de golpes de mão e de pés
parecidos. Tanto a Coréia como Okinawa mantiveram nos últimos mil anos um
contato próximo com a China e com o Japão, sendo assim, ambas as artes têm
contribuições chinesa e japonesa. (REID e CROUCHER, 1983).
No conceito de FERREIRA (s/d, p.42), o taekwondo tem algumas
dezenas de anos, mas com raízes que remontam há 2 mil anos, sendo o resultado
de vários estilos coreanos de combate. Segundo ORIGEM (2004), em 1909, embora
a Coréia fosse beneficiada industrialmente pela ocupação nipônica, os coreanos
queriam a liberdade. Durante a ocupação pelo Japão, a cultura coreana permaneceu
estagnada e os japoneses proibiram qualquer manifestação cultural, incluindo a
prática do Tae-kyon, ancestral do Taekwondo. Essa questão da proibição imposta
pela nação nipônica é bastante interessante, pois também ocorreu em Okinawa (ilha
que pertencia à China, onde se desenvolveu os diversos estilos de karatê), quando a
mesma passou a ser dominada pelos japoneses. Não esquecendo também que a
pratica da capoeira foi proibida no Brasil durante um período.
cedo e treinar de acordo com o método seguinte’’ (FUNAKOSHI, 1988, p.22). Esse
método foi a forma original de treinamento das artes marciais.
Em Okinawa, no reinado do rei Shoshin, foi publicado um decreto
proibindo a prática das artes marciais e do uso de armas (NAKAYAMA, 1977). O
Tode (também chamado simplesmente de Te, que significa mão), ancestral do
karatê, era uma arte de defesa pessoal que há séculos estava sendo desenvolvida
em Okinawa. Essa teve bastante influência das lutas chinesas, devido à relação de
comércio de Okinawa e China, e também sua posição geográfica. (FUNAKOSHI,
1988; NAKAYAMA,1977).
Segundo REID e CROUCHER (1983), com o desarmamento na cidade de
Shuri, dois movimento nasceram em Okinawa.
3. CONTEXTO DA MOTRICIDADE
MOLINARI & SENS (2003) traz alguns conceitos de alguns autores como
Pirre vayer, que diz que a educação psicomotora é uma ação pedagógica e
psicológica que utiliza os meios da educação física com o fim de normalizar ou
melhorar o comportamento da criança, Jean Claude Coste, que trata como a ciência
encruzilhada, onde temos o cruzamento e onde se encontram múltiplos pontos de
vista biológicos, psicológicos, psicanalíticos, sociológicos e lingüísticos, Jean
Ajuriaguerra, também a vê como uma ciência é uma ciência do pensamento através
do corpo preciso, econômico e harmonioso.
Dessa forma, podemos definir psicomotricidade como a educação do
movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação,
englobando funções neurofisiológicas e psíquicas.
Não há por que desenvolver habilidades (correr, saltar, girar, etc) que não
sejam significativas isto é, que não seja uma promoção de relações
aperfeiçoadas do sujeito com o mundo, de modo a produzir as ações que o
tornem cada vez mais humano, isto é, mais presente, mais consciente,
testemunha do mundo em que vive.
‘’O corpo, sem duvida alguma, tem uma infindável capacidade de educar-
se. Não se pode e nem se deve negar, sob pena de continuarmos a
prejudicar a educação das crianças, a inteligência corporal, componente
fundamental no processo de adaptação dos seres humanos ao meio
ambiente. Sem risco de incorrermos em erro poderíamos falar em
educação corporal como um dos objetivos a serem atingidos pela
Educação Física’’
‘’o professor poderá propor aos alunos que tentem levar seus oponentes para
fora de um espaço previamente delimitado. A repetição dessa atividade com
companheiros mais altos mais leves, mais fortes levará ao desenvolvimento
de pequenas estratégias da ataque e defesa.[...] nesse contexto, caberão
algumas técnicas desenvolvidas primariamente e que posteriormente,
poderão ser descobertas enquanto pertencentes às lutas já conhecidas,
entre elas o judô, o jui-jitsu e o sumô.’’(PCN, 163)
Temos que analisar com muito cuidado, pois não estamos procurando
quem esta certo ou quem esta errado, não é uma procura pelo culpado e sim como
ajudar a melhorar essa situação, como trabalhar esse conteúdo sem que haja
distorções de informações e também sem tirar o mérito dos especialistas de cada
luta ou arte marcial.
Ao questionar se já havia feito alguma leitura ou estudo sobre arte marcial
ou luta, apenas seis professores disseram que sim, só que dois dos seis professores
ao serem questionados se conseguiria conceituar o que é luta e o que é arte marcial
disseram que não era possível. Dos cinco professores que disseram que não fez
nenhum estudo ou leitura dois deles disseram conseguir conceituar mesmo não
tendo lido ou estudado, conceituaram da seguinte forma: ‘’Luta: tem vários tipos.
Arte Marciais são um conjunto de lutas.’’(prof. VII) O professor VIII antes de
conceituar ele ressalta que irá conceituar no que ele achava. ‘’Luta envolve mais
contato físico entre os competidores e arte marcial é um tipo de luta ou competição
onde os competidores utilizam de movimentos simulando a luta’’.
Esta pesquisa de campo vem mostrar a necessidade de levar mais
informações para os professores de Educação física, tanto informações teóricas
para dar-nos embasamento para fazer a ação ou a práxis. Pois a teoria vem ajudar a
compreender a pratica do movimento, seus benefícios e sua contribuição em varias
áreas, principalmente a educação física.
MOREIRA (2003) apresenta a arte marcial dizendo que é composta de várias
valências físicas, habilidades motoras básicas e, no passado, mesmo sem o
entendimento do que era a inteligência interpessoal, esta já poderia estar sendo
trabalhada, e acredita que este conjunto se refletia nos comandos das batalhas.
Os praticantes de várias lutas da antiguidade mesmo não tendo o
conhecimento da importância do movimento como uma forma educativa, já usufruía
de suas contribuições, pois o treinamento já exigia que fosse trabalhado ambos os
lados do corpo, tinha a necessidade de encontrar o equilíbrio e ter noção de espaço
e tempo.
MOREIRA (2003) chama a atenção para a importância dos movimentos
diversificados do kata, como meio da aprendizagem motora, que em adição ao
resgate social da historia do karatê, poderá desenvolver as áreas cerebrais
somáticas e, com certeza, um indivíduo crítico dentro e fora do contexto esportivo,
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Não somente no karatê tem kata, ou seja nas outras artes também possui
uma forma estabelecida de movimentos, às vezes com menos ou mais movimento,
ou até mesmo com nomes diferentes. Esses movimentos estabelecidos seqüenciais
ou não tem uma grande parte a contribuir, com o desenvolvimento motor do
praticante, podendo ser utilizados de uma forma bem pedagógica e simplificada.
Podemos montar nossa própria seqüência criar nossos próprios movimentos de luta,
tendo um objetivo a ser atingido, mas como fazer isso?
esquerdo; escrever com a mão direita ou com a esquerda; equilibrar com o pé direito com
pé esquerdo. Como fazer esse trabalho?
Propomos levar os movimentos como um jogo. Faz-se a separação em
duplas, desenhe dois circulo no chão de mais ou menos de com raio de vinte
centímetros com uma distancia de trinta centímetros entre os círculos, cada um dos
alunos entra em um dos círculos ambos tentam tirar o outro de dentro do circulo,
podendo fazer varias modificações como a troca de colegas, entrarem no circulo
somente com um dos pés, colocarem as mãos para traz ou poder utilizar somente
uma das mãos.
As lutas devem ser apresentadas dentro de uma aula de Educação Física,
onde deve ser elaborada como forma de atividades que tragam a idéia de jogos de
confronto, ou atividades de movimento ou de cooperação e assim por diante, sem
adentrar em diferenças a cerca das modalidades esportivas de lutas, assim que este
tema em forma de “luta genérica” for assimilado, assim devemos destacar as
diferenças entre as modalidades, assim como o futebol de campo é diferente do
futsal, o vôlei de quadra é diferente do vôlei de areia, as lutas também tem suas
diferenças como o Judô é diferente do Jiu-jitsu, o karatê é diferente do Taekwondo,
mostrando tanto no que diz respeito à origem, aos movimentos como nos aspectos
filosóficos e socio-culturais, sempre levando em conta que o mesmo deve seguir
uma linha pedagógica coerente para uma aula de Educação Física escolar.
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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