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srfrumames READ, hovitina Be pe BEF Rn rn he ote ws me Seacrest ty eg a ‘Montréal, Québec, Canacia H2} 28 > Paul Zum! # de posticas do hnovadora e critiva’procurou dissolver dicotomias obsoletas fe criar uma plataf ‘a presenga desem; fe ampliando a nosso de portantes teorias estéticas da comunicagio e da cult Gataogacto na Fonte ~ biiteca Nadir Kioust/PUCSP amthoe Peal 1WIS105 esformance. rcepcie,leitus / Paul Zu Ferreira. Suey Fenerich. Sto Paulo + EDUC zon” 4 Jems Pies Te set Patio + EDU 2 Bibingrasta BAN SIG.016 1. Pesformance. 2. Letra ~ Linguagem. 3. Esética oo “qe o texto se tee na tama Ws relastes 4 Sour ‘Hoje € fundamental para tea dé estudos que de- a = - lineou ea qual conferia dignid ‘adem do pitoesco ae co foleorizante, 0 exercicio de ‘como performance, j= 7 ‘movéneia, nomadismo, Contam we diferenga que Be procurou estabelecer ent orlidade\@ vocalidade, a éafase heme Unda palava ptt ea perp equals ean Noa Bi Peri postin, hist, fcgi. Sua aude tere inovadora, €a ce ne ontemplar desde os textos tradconais dA\Wor viva aos que Elaine Crstine Fernand se transmitem pelos mais diversos suportes & mediagSes, m= ae tluindo 05 da cultura de massas e 05 dv. i heme Painel instigante que contém in ‘conquistas aa de nosso tempo (ica ae), sua obra vata diver Reatzac: Wide cada, embora coesa, constitu uma contribuigio‘e Antonis Ales No Brasil, teritgrio de intensa vigencia das edue Como em outray partes de nosso continent, tem Ministn Go, acoThicae 0 dan de despertar novas abordagens tors. oP“ tivas, trazendo contribuigdes que vao permit {85015-001 ~ Sdo Paulo ~ SP — Beast ‘Telefax (55) (11) 9873-3359 e 262-6009 a abertura de novos cami ‘i 8 Performance, recep¢io, letra ‘universal, como uum esforgo sitio para reinte- itura no esquema da performance, f performancial. O que é, com efeitoyCaligra- ‘um objeto deforma que o olho nf somente as sensagies exercicio pean le a colocar em lestaque o significdgte, a manter gfbre ele uma atencdo continua, acaligrafia ; ie ‘escritas, aquilo com qudestayfrar una presenga perdi- a, Sabe-se das formas exkyfas que ela tomou, 3s ve- es, dos carmina figurata Ad\Antiguidade e da Idade ‘Média até os caligramasle Apbllinaire. O olho percebe formando g/poema em um objeto. A leitura Se enrique- ce com toda a profundeza do olhar captruto + © EMPENHO DO CORPO. Da performance & leitura, muda a estrutura do sentido. A primeira ndo pode ser reduzida ao estatuto de objeto semistico; sempre alguma coisa dela trans- borda, recusa-se a funcionar como signo...e todavia cexige interpretagio: elementos marginais, que se re- lacionam a linguagem e raramente codificados (0 gesto, a entonagio), ou situacionais, que se referem & ‘enunciagéo (tempo, lugar, cenério). Salvo em caso de ritualizagio forte, nada disso pode ser considerado ‘como signo propriamente dito ~ no entanto, tudo af faz sentido. A anélise da performance revelaria assim os graus de semanticidade; mas trata-se, antes, de um pro- ‘cesso global de significagio. O texto escrito, em com pensagio, reivindica sua semioticidade. 6 0 “estilo” como tal escapole dai em parte, Por isso, é hé alguns anos, sugeri a distingfo entre a obra e o texto, em se ry Performance, reepeio,leitura tratando de “poesia”: 0 segundo termo desi seqiiéncia mais ou menos longa de enuncadon o pri meiro, tudo que € poeticamente comunieado, hit ef nunc. E no nfvel da obra que se manifesta 0 sentido global, abrangendo, com o do texto, multiples elementos significant, auditivos, visuals, titi, sistematizados ou ‘no no contexto cultural que ext denominaria obaralho de fundo exstencal (s conotagbes, condiconadas pelas ircunstincias e o estado do compo receptor, do texto € dos elementos nfo textuai); um acompanhamento de formas kidicas de comportamento, desprovidas de con- teido predeterminado...Concebida a propésisto da per formance, a idéia de obra se aplica, em um grau menor (mas de maneira nfo metafrical), leitura do texto po- ico, Essa leitura comporta, em suma, um esforco para Se eximir limitagdes semanticas proprias 8 acio de ler ‘Que 0 corpo seja assim comprometido na percep- «iio plena do postico, os antigos parecem ter tido cons- Senta disto, distinguindo entre as “partes” da retérica, ‘a pronunciatio e a actio; essas “partes” tinham por fim Produsir um efelto sensorial sobre 0 owvnte. Quando I retorica “restrita”, segundo a expressio de Gérard Ganette, deixou de ser uma arte da palavra para se Cae eee lterdra, a lembranga desse aspecto da dou- (Gina se perdeu. Tragos dela subsistem na “retrica das 7 Zamir, P.Ierodaction 2 ta pocse orl, 198, pp 81-82 (0 empento do corpo . pe see gaia ems ean are Aes ‘que tomava forma entio, por 200 anos, no. en aan ee eee ee ee ee See ae eae oe ee ea ee coe ito peta nen rm see Terenas oe ere oe pa ge cn ce Sr teeter sa de rane ae f nesse sentido que se diz, de manera paradoxal, que aoe ig iO sap 2 Oey inte ea ie ound St oun und de ue ce ee Po Pe Ounce Toad po ea oad Oe ibe Var, S. La tor es psi’ em Jie coi? 7582 fuente - (be acours rl, 198, p10 Frformance recep eta Tome hie em epic denn, sec dt Ht Ps ie ds dep emia tr depron ree la semintica poética), 0 corpo 20 mesmo tempo 0 ponte de paride 9 ponte oe ‘gem € 0 referente do discurso. O corpo dé a medida as dimensées do mundo; 0 que € verdade na ordem lingiistica, na qual, segundo o uso universal das lin- ‘guas, os eixos espaciais direita /esquerda, alto/baixo e ‘outros so apenas projegio do corpo sobre o cosmo.’ E por isto que o texto postico significa o mundo. E pelo corpo que o sentido é ai percebido. O mundo tal como. existe fora de mim nao é em si mesmo intocével, ele € sempre, de maneira primordial, da ordem do sensivel: do visivel, do audivel, do tangivel. O mundo que me significa 0 texto postico € necessariamente dessa or- dem; ele € muito mais do que o objeto de um discurso informativo. O texto desperta em mim essa consciéncia confusa de estar no mundo, consciéncia confusa, ante- 3. Guiraut, P. Le langage du corps, 1980, pp. 49-70. é : : : ; © empento do corpo riot a meus afetos, a meus julgamentos, e que & como uma impureza sobrecarregando 0 pencamento ire, qq, em nossa condigSo humana, se impoe a um corpo Ge assim se pode dizer) Dai 0 prazer poeticn tee Drovém, em suma, da constatagio dessa falta de Grae. 2a do pensamento puro. Est aio fundamento de todo conhecimento, mas especialmente ede manera ‘exclusiva, daguilo que se denominava conhecimento ppoético, na epoca longingia de Du Bos e do sbade Brémond, por volta de 1930, Ora, ndo somente © <> "hecimento se faz pelo corpo mas ele €, em seu prin- cipio, conhecimento do corpo. Neste ponto remeto a Juma obra jé antiga mas que marcou os homens de mi: nha geragio, A fenomenclogis da percepplo, de Merleas- Ponty. Ele af estabeleceu a existincia de um conheci- sento antepredcatioo, expressdo certamente pouco fe- Jiz, mas na qual me recuso a ouvir os ecos de idealismo neoplaténico denunciados por alguns. O cantexto in dica muito claramente que se trata de uma acumulacio de conhecimentos que sio da ordem da sensagio e que, por motivos quaisquer, néo afloram no nivel da racio- nalidade, mas constituem um fundo de saber sobre 0 qual o resto se constréi. Esse conhecimento “antepredicativo" esté na base da experiéncia postica. £ por isso que o sentido que percebe 0 leitor no texto poético nlo pode se reduzir decodificagio de signos analiséveis; provém de um processo indecomponivel em movimentos particulars. Jembranga orginica das sensagées, dos movimentos in- ternos do corpo, ritmo do sangue, das visceras, toda ‘essa vida impressa de uma maneira indelével em mi- ha consciéncia penumbral daquilo que eu sou, marca de um ser a cada instante desaparecido, € no entanto sempre eu mesmo. Ora, 0 corpo tem alguma coisa de indomavel; de inapreensivel. Nao hi ciéncia do corpo; ‘hf a biologia, a anatomia e o resto, conjunto virtual- 4 Wein, H. “Ueber Sprache, Leib und Gedicnis, co Cubes, HEU. Plier, L. (6d). Matera der Kommunition, 198, pp. 9-30 cites: © expen do cope ‘mente infinito, mas rio uma eigncia do corpo tal: sinda menos metafisica do corpo. O corpo no. Pode jamais ser totalmente recuperado. Nossa socieda- de de consumo, ¢ verdade, se esforga para isso: nos. cubes de fitness, pela comercializagio da aparéncia, da sadde (toda a indstria médica). & claro que assim se toca sparéncia, no a existéncia do corpo. Dames: tem limites, para além dos quais se estende uma zona, de individuagio propriamente impenetrivel, & nesta zona mesma que se situa © conhecimento “antepredicn- tivo" de Merleau-Ponty, base do fato postica. Dai lado. selvagem da leitura, 0 lado de descoberta, de aventura, operacio de leitura ¢ dominada por essa caracteristica, © corpo permanece estranho & minha consciéncia de viver. fo ambiente em que me desenvolvo. Os fatos corporais no sio jamais dados plenamente nem como lum sentimento, nem como uma lembranga; no entanto, nijo temos senfo 0 nos80 corpo para nos manifestar. Série de paradoxos que servem para definit, por ximaglo hesitante, errética, 0 lugar em que * Performan formance, ecepo, eure 4 poeticidade. Tpanticidade. A poeticidade, Tanke, 3 isto que alguns chamam o sensf leau-Ponty denominava com ums pains te Mer emprestada & tradigio do crntianono rine ne. A came, como nogi 'anismo primitivo, a car- _A came, como nogio a0 mesmo tempo pri liltima. Mikel Dufrenne, PO primeira e unddade origindria do sensinl Bla eee mi ria do sensivel. Eles evocam uma sen- sibilidade geral anterior a diferencigio da visio, d audicio, do tato, do olfato, do paladar. Na pluralidade de nossas sensacées, eles demarcam uma unidede en- coberta, real, percebida as vezes, mas fugidia, manifes- tando a presenga do corpo inteiro comprometido no fncionamento de cada sentido. O psicélogo italiano D. Formaggio fala de interorporedade, traduzdo, em linguagem técnica, como “o corpo sinérgico”* 'A percepsao é essencialmente presenca. Perceber endo poesia é suscitar uma presenga em mim, leitor Mas nenhuma presenga é plena, no hé nunca coinci- déncia entre ela e eu. Toda presenca é precéria, amen ‘cada, Minha propria presenga para mim é to ameaca- {2 como a presenga do mundo em mim, e minha pre- senga no mundo. A presenga se move em um espaco Srdenado para 0 corpo, €, No corpo, Tumo a esses ele prentos misteriosos aos quais nos dirigem as flexas que fento aqui esbosar, sem que seja possivel determinar, assim ligada a sensoria- SS _—— “5 Dufrenne, M. Lei! et Voreil, 1987, pp. 76-77 genius 0) (© empento do corpo de manera precisa, o lugar para onde elas convergem. — Toda poesia atravessa,e integra mais ou menos imper- feitamente, a cadeia epistemolégica sensagio-percep- ‘fo-conhecimento-dominio do mundo: a sensoialida- de se congquista no sensivel para permit utimamente, a busca do objeto. 'Nossos “sentidos”, na significaglo mais corporal da palavra, a visio, a audigh, no so somente as fer- ramentas de registro, sio 6rglos de conhecimento. Ora, todo conhecimento esté a servico do vivo, a quem ele permite perseverar no seu ser. Por isso a cadein epis- femoldgica continua a fazer do vivente um sueto; ea coloca 6 sujeito no mundo. Minhs leitara poéticn me ‘eoloca no mundo” no sentido mais literal da expres: sao. Deseubro que existe um objeto fora de mim: endo faco disso uma descoberta de ordem metafisica, sim= q Dlesmente chocorme com wma coisa. Gragas 2 cones Fimento “antepredicativo” se produz no curso da exs- téncia de um ser humano uma acumulagio ‘memorial, de origem corporal, engendrando o que Mikel Dufren: ne denomina o virtual. Fundado sobre essa acumnulaglo Ye lembrancas do corpo, o virtual, como um “image nério imanente”, “a répida percepcio"* O que eu Pat mabe recebe disso um peso complement. O virtual € da ordem do pressentir, que vem associar-se 20 —————_ “Wem, ibdem,p. 189; vee nb pp- 190200. 96 Performance, recepsio, letura € s vezes identifica-se com ele. $6 6 concebi relagio a um sujeito para o qual hé “o inperebun Pendurado no percebido”. Percebo esse abjetemnas ne nha percepgio se encontra carregada de algume cols que nio percebo nesse instante, alguma cose que ests inscrita na minha meméria corporal. O pressentido nto € necessariamente tuma imagem ele € Imagini, ele tem a possbilidade de produzir uma imagem. De qual quer maneira 0 virtual freqitentao ral Nossa percep. 80 do real é freqiientada pelo conhecimento virtual, resultante da acumulagio memorial do corpo, eu 0 Te. pito. Desse modo, o virtual aflora em todo discurso. No discurso recebido como poético, invade tudo. Esté ai, no nivel do leitor, uma das marcas do “poético”. ‘A linguagem corrente, fora de toda idéia precon- cebida do que é a “poesia”, emprega, As vezes, a pro- pésito de um texto literdrio, expresses tai como: esse poema ou esse romance, ou essa pagina me al, me diz, Ou entao invocamos o fom de tal autor. Essas so, sem dtivida, metéforas, e que parecem referir muito banal- mente & oralidade. Penso que elas apelam mais a uma vocalidade sentida como presenca, como estar para além de algo concreto. Essas expresses manifestam tim sentimento confuso dos vinculos naturaisexistindo entre a linguagem e a voz; a vasta zona de qualidades ‘comuns em que as duas se encontram e que permite, Guando as designamos,incessantes resvalos semént- cos, voz se empregando por palavra ou o inverso. Ora, (© emapenho do corpo se tentamos definir os caracteres corporais proprios da oz, constatamas o sept: a par de fnae dese volvido uma reflexao sobre a esséncia da ‘olla do fim do culo XVII, esobretudo 8 part do fim do século XIX, a maior parte dos caracteres fisicos da voz séo percebidos como positivamente presentes nna Poesia, Sobre essas caracteristicas, a literatura é abundante a partir dos anos 30: acistica, médica, psi- canalitica, Tirei dai (em particular dos trabalhos de 1. Fonagy, D. Vasse e A. Tomatis) um pequeno mimero de teses: Primeira tese: a voz é o lugar simb6lico por exce- lencia; mas um lugar que no pode ser definido de ‘outra forma que por wma relagéo, uma distincia, uma, articulagio entre 0 sujeito € o objeto, entre 0 objeto © outro. A vor. é pois inobjetivével. Segunda tese: a voz, quando a percebemos, esta- belece ou restabelece uma relago de alteridade, que funda a palavra do sujeito. ‘Terceira tese: todo objeto adquire uma dimensio ssimb6lica quando é vocalizado. Concebem-se as impli- cagbes dessa tese para a poesia; tanto mais ela perma rece plenamente verdadeira quanto mais a voz ¢ inte- riorizada, endo se produz percepcio auditiva registré- vel por aparelhos. ‘Quarta tese (ela também se referindo diretamente ‘a0 poético}: a voz é uma subversio ou uma ruptira asa * Performs, repo, tun da clausura do corpo. Mas ela atravessa o Ii corpo sem rompér ela signinao ugar de un egury {que nko se reduz &localzagto pessoal. Nesse send, 8 voz desaloja o homem do seu corpo. Enquanto fale, minha voz me faz habitara min liggungen Rowe mo tempo me revela um limite e me libera dele, Quinta tese: a voz nao é especular; a vor nao tem espelho. Narciso se vé na fonte. Se ele ouve sua voz, isto no € absolutamente um reflewo, mas a propria realidade. me ie Senta tese:escutar um outro & ouvir, no silico de si mesmo, sua vor que vem de outa parte Esa vor, dlirigindo-e a mim, exige de mim uma atengbo que toma meu lugar, pelo tempo dessa escuta. Essas pala- tras ndo definriam igualmente bem oYato pochco? Eases valores da vor tomamse os da propria i sguagem, desde que ela seja percebida como poética. E Sie reconhecimento independente do fato de que 0 texto seja (isicamente ou por um efeito da imaginado) apreendido pelo ouvido ou pronunciado interiormen- te Em outros termos, esses valores sio os do proprio fendmeno poético, qualquer que seja o modo pelo qual a linguagem é percebida. André Spire, no livro citado, fala de “danga bucal”, que poderia ser repro- duzida por movimentos expressivos. As palavras, diz ele, ndo sio jamais verdadeiramente expressivas sendo © empento do compo ‘em forca, € preciso atualizé-las por uma agéo vocal” ‘Todos os amantes de literatura fizeram a experiéncia esse instante, em que, quando a densidade poética se tor- na grande, uma articulagao de sons comega a acompanthar espontaneamente a decodificagio dos grafismos. Estamos no coracio do problema. Sobre esses tra- {508 fisicos se fundam um esboso de saber, a probabili- dade de efeitos de sentido, a busca de valores intraline siifsticos cujo conjunto forma o berco de toda “poesia”, fe emerge obscuramente, tumultuadamente, em toda ppercepgio ~ em toda leitura ~ poética, Tento, em con= lusto, cercar todos os aspectos principais. 1A voz é uma coisa. Ela possui plena materiali- dade. Seus tragos so descritiveis e, como todo trago do real, interpretaveis. Dai os miiltiplos simbolismos, pessoais e mitologicos, fundados nela e em seu 6rgi0, a boca, “cavidade primal” como escreveu R. A. Spitz: temética da oralidade-incorporagéo, beber-comer- amar-possuir, todas as manifestagies “orais” da relagio da crianga com sua mae. A voz, indice erético: 2. A voz repousa no siléncio do corpo. Ela emana dele, depois volta. Mas o siléncio pode ser duplo; ele € ambiguo: absoluto, é um nada; integrado a0 jogo da 7. Spie, A Pla podiue e plaisir muscular 1986, pp. 5355 6p. 219- — CE Spite, R.A De la naistance ala parle, 1968, pp. 46496 2385 ver também do mesmo autor “The primal avi" 100 Performance, reepcio,leitura oz, toma-se signifiante: no necesaram como signo, mas entra no proces de agree, NNesse lugar em que a vor se debra nel mana thee tfca-se com o sopro, de onde tanon outros sable (© empenho do corpo 11 5. Avoz é uma forma arquetipal,ligada para nés 20 sentimento de sociabilidade. Ouvindo uma voz ot cemitindo a nossa, sentimos, declaramos que mio esta; i 1s mais sozinhos no mundo. A vor pottica nos de- ‘mos, recolhidos pelas religide EE inl z : 0 sopro criador, animus, clara isto de maneira expliita, nos diz que, acon rouah; a voz como poder de verdade’, Historicamente, ee ge ascte sabvies, Pano Se heel ‘que acontecer, niko estamos sovinhos. Plano de fando preenchido de sentidos potentiais. 6. Bsts af, sem duvida, o fundamento dé um certo rimero de valores micas de difusio universal: mits sobre a voz sem corpo, perturbadora, exigindo que nos §nterroguernos sobre ela e sobre nés, a rinfa Bco, Merlin Sepulto nos textos da Idade Média; mito da liquide, da identidade da vor com tudo © que escort, a 4gua, 0 sangue, o esperma. Nesse ponto, o Moti Index de Stith todas as grandes religives se difundiram pela predica. so, portanto, por comunicagao oral 3. A Tinguagem humana se liga, com efeito, & vor. O inverso nao € verdadeiro. A voz, que temos em comum com 05 animais mamiferos ¢ 0s piissaros, se di como anterior as diferenciagées flogenéticas. Ela se situa entre © corpo ea palavra, significando ao mesmo tempo a im possibilidade de uma origem e o que trunfa sobre essa impossibilidade. O som ai € ambfguo, visando ao mesmo ‘Thompaon revea a edreondindriariqueza de tis ssocagSes tempo a sensago, comprometendo o sensivel muscular, 7 Vor implica ouvido. Mas hi dois ouvidos, sk glandular, visceral e a representaglo pela linguagem. | rmultineos, uma vez que dois pares de ouvidos estio 4. Dizendo qualquer coisa, a voz se diz. Por e na tem presenga um do outro, 0 daquele que fala e do ou- voz a palavra se enuncia como a meméria de alguma vinte. Ora, a alidigfo (mais que a visio) € um sentido coisa que se apagou em nés: sobretudo pelo fato de privilegiado, o primeiro a despertar no fet e Tomatis que nossa infincia foi puramente oral até o dia da frostrou a que ponto ele esth marcado por essa expe : grande separaco, quando nos enviaram A escola, s¢- rigncia sensorlal intra-uterina. Uma vez langado 20 ‘gundo nascimento. Ndo se sonha a escrita;a linguagem ‘mundo, no tutbithdo de sensagoes que a agridem, a sonhada é vocal. Tudo isso se diz na voz crianga exibe 0 prazer que experimenta com a maravi- Thosa abertura de seu ouvido. O ouvido, com efeito, capta diretamente o espaco a redor, o que vem de tré8, 9 Todo 0 segundo wolume de M,Jouse, Aeoplore de soe, ¢ o> jquanto 0 que esté na frente. A visio também capta, agro a es unto. No gus conere A us canis, er eo Kio sear ent ute espaso, mab um espaco orientado € de Jan, Mat, 1961 r Performance, recep, letura

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