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minha mãe, Encontro de Veículos Antigos em Araraquara, capacetes, patches, feriado de Nove
de Julho, Mascolo, Canção do Expedicionário, Gerhadt, Jeep, Senta a Pua, FEB, Sorocaba na
Guerra, Lançamento de Livro, etc..
Eis aqui um relato simples de alguns eventos relacionados aos veteranos da FEB. Destaque ao
veterano Pedro Paz e sua esposa Iole... O que são as coincidências da vida?
Vamos lá.
“Mia Gioconda”
Há, talvez, dois meses, contatei o Alexandre Mascolo que é um entusiasta da FEB e tem um
Jeep M38. Mascolo mora em Porto Alegre e produz, de vez em quando, os patches do 5º
Exército e da “Cobra Fumou” que usamos em nossos uniformes de época.
Pois bem, a troca de e-mails vinha transcorrendo normalmente. Nesse meio tempo minha
mãe, ciente de nosso interesse sobre os assuntos da FEB, começou a me mandar algumas
informações interessantes.
Uma das mensagens da minha mãe (atenção – minha mãe se chama MOEMA) tinha como
título “Mia Gioconda”. Ao abrir o e-mail, encontrei apenas um link para a música de mesmo
nome, composta e interpretada pelo Vicente Celestino na década de 40.
Minha mãe nunca teve qualquer contato com o Mascolo, e nunca leu qualquer texto a seu
respeito. Dois dias após a mensagem, e enquanto negociava com ele a venda de alguns
patches e um capacete, recebi uma mensagem eletrônica de sua autoria; nesse e-mail, a
fotografia de um veterano brasileiro da Segunda Guerra Mundial ao lado de sua esposa. Eram,
segundo escreveu Mascolo, Pedro Paz e sua senhora, Iole, exatamente a “Mia Gioconda” da
canção de Celestino !! Inacreditável !!
Mascolo me passou informação detalhada sobre “Mia Gioconda”, que reencaminhei para
minha mãe. Nascida em 1939, ela ficou muito emocionada com toda essa ocorrência,
referindo-se à sincronia emocional estudada por psicanalistas no século passado, já que houve
vibração conjunta ao redor do mesmo tema envolvendo três pessoas distintas.
O melhor de tudo é que Mascolo me deixou absolutamente a vontade para telefonar ao casal
gaúcho, o que consegui efetivamente fazer em 18 de julho de 2010, pela manhã. Expliquei ao
veterano Paz que era de Jaboticabal e parte de nosso envolvimento (Ana e eu) com a história
da FEB e ele ficou muito feliz. Também contei toda a história envolvendo os e-mails de “Mia
Gioconda” e ele se emocionou ainda mais.
Curioso, alerta e vivaz, perguntou logo sobre o nome de minha mãe, e ao ouvir “Moema”
começou logo a cantar o trecho da Canção do Expedicionário:
Concluímos nosso telefonema cumprindo sua exigência – deixamos o endereço completo, pois
ele irá nos mandar uma cartinha com informações detalhadas sobre a canção “Mia Gioconda”.
Com muito carinho, agradeci ao veterano e reforcei nosso agradecimento por tudo o que ele e
seus companheiros fizeram 65 anos atrás.
O feriado de Nove de Julho de 2010 foi de alegria para nós. Contatei o veterano Rubens por
telefone e ele se dispôs novamente a nos receber em sua casa. Comentou que seu enfermeiro
iria tirar algumas fotos com o sobrinho mais tarde, mostrando o capacete da Revolução
Constitucionalista.
Seguimos para sua residência por volta de 17h00min e levamos o capacete adquirido em
Montese com Giovanni Sulla (abril 2010), para comparação com o aquele que o veterano usara
na Segunda Guerra Mundial.
Também levamos uma reprodução de jaqueta M-41, comprada em junho de 2009 na lojinha
do Museu “Dead Man Corner”, na Normandia (França).
Sentamos em sua sala de jantar, com a esposa. Logo ele trouxe os capacetes da Revolução
Constitucionalista e da Segunda Guerra, colocados sobre a mesa. A cor do capacete da
Segunda Guerra é muito mais escura do que aquele restaurado pelo Sulla. Aliás, o capacete do
veterano Rubens, em termos de cor, guarda muito mais semelhança com aqueloutro que
adquiri recentemente com o Mascolo. A única diferença é a existência, na lateral da peça, de
uma pequena torre pintada em azul bem clarinho e discreto, para distinguir o Batalhão de
Engenharia.
O veterano Rubens tem uma pintura de época na qual foi retratado com seu capacete e
exatamente uma jaqueta M-41. Coloquei a M-41 nele, para experimentar (tamanho 42-R) e
serviu perfeitamente; pronto – ficou como presente para ele, que agora pode reproduzir ao
vivo, a pintura de 65 anos atrás.
Já no final de visita, chegaram a sua casa as filhas, que dividiram a mesa conosco e se
encantaram com algumas das histórias nascidas da viagem a Montese em abril passado, nas
comemorações de 65 anos de Libertação da Itália. Aliás, a essa altura, a mesa já apresentava
também os capacetes todos, a M-41, baioneta da Garand, baionetas alemãs e uma Beretta
1944 em perfeitas condições.
Comentamos sobre nossos projetos e fizemos o convite para que veterano e seus familiares
nos acompanhassem até Jaraguá do Sul em novembro próximo futuro. Ana ganhou um “pin”
da FEB, miudinho e elegante. O que mais animou a todos foi a possibilidade do famoso
“passeio de Jeep” com o veterano.
Para quando?
No mesmo dia, após voltarmos para casa, telefonamos para o Brigadeiro Moreira Lima, do
Primeiro Grupo de Aviação de Caça “Senta a Pua”, que está com 91 anos de idade mas parece
ainda um garoto, em animação e vontade de viver. Acontece que na semana anterior,
encaminhei ao Brigadeiro o pôster elaborado por Giovanni Sulla para a exposição “La Sacca di
Fornovo”, juntamente com uma flâmula “Senta a Pua” e fotografias da Itália, nas quais Ana e
eu aparecíamos trajados a caráter. Escolhi algumas fotos onde usava a B-10 com a calça cáqui
e ainda outra foto, onde Ana e eu (agora com o Flight Suit AN-S-31) ladeávamos o veterano
Pértile (em Bento Gonçalves).
Estava curioso em saber se ele havia recebido a correspondência. Tão logo veio ao telefone,
disse que estava ligando para nós naquele momento, o que seria uma grande coincidência,
como tantas outras apresentadas neste texto... Ficou muito feliz com o telefonema, disse que
estava muito bem de saúde. Fez muitas piadas sobre o “piloto barbudo” que viu nas
fotografias enviadas. Elogiou a “Major Elza-Ana” e disse que enviaria o belíssimo cartaz da
Exposição para o Museu do General Pitaluga, onde há uma sala com seu nome.
http://py2ny.blogspot.com/2010/07/iaru-ps2tpy2ny-so-mixed-hp.html
A última das coincidências deu-se a 18 de julho de 2010, quando seguimos para o 13º
Encontro de Veículos Antigos de Araraquara (SP), realizado no Pavilhão da FACIRA, próximo ao
ginásio Gigantão, não muito longe do centro da cidade.
Visitamos a exposição no domingo a tarde, quando alguns veículos já haviam sido retirados por
seus proprietários. Nossa avaliação sobre o evento, inclusive, não foi das melhores,
especialmente se considerado o porte da cidade de Araraquara e o fato de ser a décima
terceira edição do Encontro. O pavilhão está em estado de abandono e deveria ser
recuperado.
Mas, e tal coincidência? Deu-se com um caminhão REO 1969 da Marinha Brasileira,
exatamente idêntico ao de nosso amigo Alexandre Gerhardt, de Teutônia. Jamais poderíamos
imaginar que fossemos encontrar ali, esse tipo de veículo militar. A diferença está no grau de
restauração, sendo quase impossível comparar a magnífica unidade de Gerhardt com a viatura
presente em Araraquara.
Ainda assim, foi um passeio diferente para o domingo verpertino. Não encontramos ali
nenhum Jeep da década de 40, ou mesmo militarizado. Havia um CJ3B 1953, tão somente. Dá
para supor que nosso MB 1942 fará sucesso em encontros como este, especialmente porque
estará sempre muito bem cuidado e observando, ao máximo, os padrões de originalidade.
Ademais, o fato de um Jeep 1942 poder ser apresentado concomitantemente com pessoas
trajando os uniformes de época e com adereços que incluem réplica de metralhadora, rede de
camuflagem, caixas de munição, etc., certamente chama a atenção, servindo de pano de fundo
perfeito para a divulgação da História da FEB.
Livro “Stradella”, em Sorocaba
Chegamos ali no sábado para o almoço com minha mãe, num pequeno restaurante árabe
chamado “Delícias das Arábias”, no bairro Santa Rosália (Rua João dos Santos, 901). Comida
muito boa, com chopp escuro fabricado em Sorocaba, oriundo de uma microcervejaria
chamada Ashby.
À tarde, ao ler o jornal local (O Cruzeiro do Sul – outra coincidência?) minha mãe logo reparou
numa pequena nota que indicava o lançamento do livro “Stradella”, de Cheila Fernanda
Rodrigues.
Eis aqui um link que pode funcionar e remeter diretamente para a matéria com foto (ao final
deste ensaio, a versão “plana”):
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=330458
E ali estávamos nós, em Sorocaba, num sábado qualquer, com a possibilidade de aumentar a
nossa biblioteca temática da FEB. Como precisávamos seguir para Araçoiaba da Serra, pedi
para minha mãe que seguisse até o local do evento que, por coincidência, distava uma quadra
de nossa casa, e ali comprasse um exemplar com a autora.
Recebi o livro, com dedicatória e fiquei muito grato por isso e por mais esta coincidência.