Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Trabalho aceito para publicação pela editora Hucitec como capítulo de uma
coletânea sobre acupuntura
Considerações finais
A acupuntura chinesa tornou-se experimental a partir da segunda
metade do século XX. A investigação científica deste campo passou a exigir o
aperfeiçoamento da metodologia e de instrumentos de controle para os estudos
clínicos e laboratoriais, com o envolvimento de tecnologia moderna.
A experiência clínica em medicina tradicional chinesa demonstrou que a
eficácia de suas ações específicas vinculam-se à observância de seus
preceitos mais gerais. A metodologia e o design dos estudos clínicos e
laboratoriais devem, cada vez mais, incorporar estes preceitos revelados pelos
estudos filológicos dos textos médicos chineses.
A hipótese neuroendócrina da acupuntura encontra-se bem
desenvolvida e fundamentada, tendo inserido de modo definitivo a acupuntura
na âmbito das ciências biomédicas.
Os campos da transdução de sinais mecânicos no tecido conjuntivo e
das propriedades eletrofisiológicas dos organismos vivos apresentam-se
promissores para ampliar a explicação dos mecanismo de ação da acupuntura
para além da teoria neuroendócrina.
1
Potenciais evocados são sinais elétricos registráveis produzidos por estimulação sensorial
que representam um resumo da atividade de milhares de células do cérebro e que são, em
geral, obtidos com o uso de macroeletrodos.
2
O potencial endógeno auditivo P300 consiste em uma onda de reflexão positiva, com uma
latência de 250 a 400 milissegundos, que se origina de múltiplas áreas cerebrais como
temporal média, hipocampal, para-hipocampal e frontal inferior. Seu registro é um método
confiável para avaliar o reconhecimento de um estímulo pelo córtex cerebral.
3
EEG é uma forma de registro das correntes elétricas geradas no cérebro que permite
identificar como a atividade cerebral muda de característica de acordo com o seu estado.
4
Tomografia por emissão de pósitrons é uma técnica de neuroimagem com base na detecção
de isótopos radioativos capazes de emitir pósitrons. Estes isótopos (do flúor, do carbono, do
oxigênio ou do nitrogênio) devem ser introduzidos na corrente sanguínea por inalação ou
injeção para funcionarem como marcadores de neurotransmissores e de moléculas orgânicas,
como a glicose. A técnica viabiliza o estudo das variações de fluxo sanguíneo e do
metabolismo da glicose em áreas distintas do cérebro, já que a captação de glicose pelos
neurônios é proporcional à sua atividade. As medidas, então, indicam mudanças na atividade
neural. Alguns marcadores apropriados permitem a obtenção de imagens relativas ao
acoplamento ou à reabsorção de neurotransmissores específicos.
5
Se o ponto de acupuntura for localizado com precisão, espera-se que a inserção da agulha
produza no paciente uma sensação particular, diferente da sensação de dor que possa vir da
inserção. Esta sensação, tratada na literatura técnica chinesa como a chegada do ch’i (deqi),
assemelha-se à passagem de uma corrente elétrica e pode se propagar pelo meridiano. Este
fenômeno não se dá em todos os pontos de acupuntura e varia no mesmo indivíduo e em
diferentes indivíduos, mas constitui uma sensação exclusiva da acupuntura.
6
A ressonância magnética funcional é um técnica de neuroimagem não invasiva, que dispensa
a utilização de contraste exógeno, e que caracteriza-se pela rapidez, resolução espacial e
possibilidade de gerar informações dinâmicas da atividade cerebral. Ela se vale da propriedade
que certos núcleos atômicos possuem de sofrer ressonância e emitir sinais de radiofrequência
quando submetidos a um campo magnético homogêneo e de alta intensidade. Uma medida
indireta do aumento local da atividade neuronal (aumento do fluxo sanguíneo cerebral) em
resposta a estímulos sensoriais ou durante a realização de tarefas motoras e mentais é
fornecida por esta técnica.
7
Pontos singulares são pontos de descontinuidade, segundo a definição matemática. Indicam
mudança abrupta de um estado para outro. Pequenas perturbações em torno de um ponto
singular podem produzir modificações decisivas no sistema.
8
Uma separatriz, de acordo com a definição matemática, é uma trajetória ou limite entre
diferentes domínios espaciais e em geral conecta pontos singulares.
Referências Bibliográficas
15. CHO, S. H.; CHUN, S. I., “The basal electrical skin resistance of
acupuncture points in normal subjects”. Yonsei Medical Journal,v. 35, n.4,
pp.464-474, 1994.
16. CHO, Z. H. ; CHUNG, S. C.; JONES, J.P. et al, “New findings of the
correlation between acupoints and corresponding brain cortices using functional
MRI”. Proceedings of the National Academy of Science - Physiology, USA,
v.95, pp 2670-2673, março, 1998.
22. GAO, H.; GUO, J.; ZHAO,P.; et al, “The neuroprotective effects of
electroacupuncture on focal cerebral ischemia in monkey”. Acupuncture &
Electro-Therapeutics Research, International Journal, v. 27, pp 45-57, 2002.
29. HSIEH, JC.; TU, CH.; CHEN, FP; et al, “Activation of the hypothalamus
characterizes the acupuncture stimulation at the analgesic point in human: a
positron emission tomography study”. Neuroscience Letters, n. 307, pp 105-
108, 2001.
37. _____, “Visual evoked potentials and acupuncture”. The Internet Journal
of Neuromonitoring, v.2, n.2, 2001. Disponível em: http://www.ispub.com/ostia
Acesso em 07 dez. 2002.
42. MARINO, A. A., Modern Bioelectricity. New York, Marcel Dekker, Inc.,
1988.
63. _____, “Convergence from the preoptic area and arcuate nucleus to
the median eminence in acupuncture and nonacupuncture point stimulation
analgesia”. Brain Research Bulletin, vol.10, pp 771-778, 1991.
66. _____; OKA, K.; MIZUNO, T. et al, “The acupuncture point and its
connecting central pathway for producing acupuncture analgesia”. Brain
Research Bulletin, vol. 30, pp 53-67, 1993.
72. WONG, K. C., WU, L., History of Chinese Medicine. 2ed. New York,
AMS Press. 1973.
75. WU, M.T. ; HSIEH, J.C.; XIONG, J., et al., “Central nervous pathway
for acupuncture stimulation: localization of processing with functional MR
imaging of the brain – preliminary experience”. Radiology , v. 212, n.1, pp 133-
41, Jul. 1999.