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Núcleo de Pesquisas do IBCCRIM, Fundação Seade. c  
  
    . Boletim IBCCRIM. Núcleo de Pesquisas. São Paulo,
v.11, n.125 Supl., p. 1-3, abr. 2003.

Convênio IBCCRIM/FSeade

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Réus negros, especialmente mulheres negras, são mais punidos pelo sistema de justiça
criminal de São Paulo nos crimes de roubo. É o que indicam os primeiros resultados da
pesquisa da Fundação Seade que contou com a cooperação técnica do á 

   , no módulo intitulado ë         ÿ
projeto conta com financiamento da Fapesp.

A pesquisa objetivou a reconstrução da trajetória dos indivíduos desde sua entrada no


sistema (indiciamento), até a execução penal, assumindo a perspectiva de análise
longitudinal. Foram tratados dados referentes ao total de registros criminais no Estado
de São Paulo, constituindo isto o ineditismo da proposta.

Esses registros estão contidos nos Bancos de Dados que formam o Sistema de
Informações Criminais, gerenciado pela Prodesp (Companhia de Processamento de
Dados do Estado de São Paulo) e alimentado simultaneamente pela Secretaria de
Segurança Pública, pelo Tribunal de Justiça e pela Secretaria de Administração
Penitenciária. Assim, os dados operativos do sistema foram utilizados para produzir um
retrato do seu funcionamento. As escolhas e etapas metodológicas estão sintetizadas a
seguir.

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Para que pudéssemos reconstruir a trajetória dos indivíduos indiciados, processados,


sentenciados e em execução penal, no interior do sistema de justiça, era preciso
primeiro reconhecer as informações identificadoras desses momentos decisivos, bem
como um modo de conectar/relacionar os diferentes bancos de dados existentes. Nesse
processo, trabalhamos com cinco bancos distintos: um de identificados, um de
indiciados, um de processados e dois de executados.

ÿ Sistema PRÿDESP é organizado de modo a registrar indivíduos por ocorrência,


processo e execução e apresentou um volume consubstanciado pelos seguintes totais de
registros:

Identificados: 3.331.954;

Indiciados: 5.983.955;

Processados: 7.255.314;

Executados (2 bancos): 341.406.


†ale destacar que esses totais abrangem os casos de duplicação, ou seja, registros
absolutamente ou parcialmente idênticos, que podem ou não ser resultado de erro no
preenchimento.

Para promover a integração entre os bancos, foi preciso identificar as "chaves", ou seja,
as ligações entre os mesmos. A principal chave, o RG presente em todos os bancos, não
é por si só suficiente para construção do fluxo, uma vez que um mesmo indivíduo pode
ter sofrido diversos inquéritos e processos. Assim, para a ligação do banco de indiciados
ao de processados, as chaves complementares foram o número e o ano do inquérito
policial; do banco de processados para o de executados, as chaves foram o número e ano
do processo criminal.

Para que se pudesse trabalhar com indivíduos envolvidos no crime a ser tratado,
selecionou-se os mesmos pela classificação penal em cada momento trabalhado
(inquérito, processo, execução). Assim, com o roubo, destacou-se os casos que
apresentaram a classificação do art. 157 do Código Penal em suas formas simples e
qualificadas, à exceção do latrocínio (art. 157, § 3º).

Com referência ao recorte temporal, trabalhou-se com os anos de 1991 a 1998,


tomando-se como ano de referência o apontado no inquérito policial. Quanto ao termo
inicial, a justificativa encontra-se na edição da Lei dos Crimes Hediondos em 1990, que
imprimiu um endurecimento não só no processamento e nas penas dos delitos com esta
classificação (hediondez), como também significou uma mudança de paradigma na
aplicação da justiça criminal.

A escolha do ano de 1998 como termo final justifica-se pela deficiência de informações
a partir de 1999, chegando a registrar perda de até 50% do banco. Essa perda
progressiva de informações no banco se dá devido à demora no registro dos dados pelo
Judiciário, aguardando-se, na maior parte dos casos, o retorno do processo do Tribunal
para efetuar o primeiro e único registro a ser feito em tal fase: a decisão do processo.

Feita a integração, passou-se ao tratamento dos dados, para enfim agrupá-los e


relacionar seus totais. ÿs registros duplicados, ou seja, dados informados mais de uma
vez e de forma não absolutamente idêntica, ensejaram um tratamento especial de
verificação caso a caso. Além das duplicações, outros problemas referentes à qualidade
dos registros, consubstanciados na imprecisão do dado, em erros grosseiros e outras
situações, também demandaram o mesmo procedimento da equipe(1).

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ÿs diagramas teóricos do funcionamento da justiça foram construídos na primeira fase


do projeto como instrumentos norteadores para que se realizasse a sistematização dos
dados e seus agrupamentos, de maneira a permitir a análise, em fluxo, da trajetória dos
indivíduos no sistema.(2)

Após a montagem dos bancos, constatou-se que os dados produzidos e disponíveis nos
permitiriam ter acesso a informações sobre a data da ocorrência, a instauração do
inquérito policial, a sentença definitiva (condenatória ou absolutória) e o início do
processo de execução. Referidas informações, apesar de reduzidas em relação ao
modelo teórico, nos possibilitam ter registros dos três momentos distintos no interior do
sistema inquérito, processo, execução permitindo, assim, verificar os afunilamentos.

Chegou-se, de tal forma, ao fluxograma real para o processamento dos delitos de roubo,
no Estado de São Paulo, nos anos de 1991 a 1998, representado no diagrama a seguir:

á 

(1) ÿ total de registros descartados alcançou apenas 2,29% do banco de dados sobre
roubo.

(2) ÿs fluxogramas foram publicados nas edições de nº 102, 105, 109, 114, 116 e 118
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