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Convênio IBCCRIM/FSeade
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Réus negros, especialmente mulheres negras, são mais punidos pelo sistema de justiça
criminal de São Paulo nos crimes de roubo. É o que indicam os primeiros resultados da
pesquisa da Fundação Seade que contou com a cooperação técnica do á
, no módulo intitulado ë ÿ
projeto conta com financiamento da Fapesp.
Esses registros estão contidos nos Bancos de Dados que formam o Sistema de
Informações Criminais, gerenciado pela Prodesp (Companhia de Processamento de
Dados do Estado de São Paulo) e alimentado simultaneamente pela Secretaria de
Segurança Pública, pelo Tribunal de Justiça e pela Secretaria de Administração
Penitenciária. Assim, os dados operativos do sistema foram utilizados para produzir um
retrato do seu funcionamento. As escolhas e etapas metodológicas estão sintetizadas a
seguir.
c
Identificados: 3.331.954;
Indiciados: 5.983.955;
Processados: 7.255.314;
Para promover a integração entre os bancos, foi preciso identificar as "chaves", ou seja,
as ligações entre os mesmos. A principal chave, o RG presente em todos os bancos, não
é por si só suficiente para construção do fluxo, uma vez que um mesmo indivíduo pode
ter sofrido diversos inquéritos e processos. Assim, para a ligação do banco de indiciados
ao de processados, as chaves complementares foram o número e o ano do inquérito
policial; do banco de processados para o de executados, as chaves foram o número e ano
do processo criminal.
Para que se pudesse trabalhar com indivíduos envolvidos no crime a ser tratado,
selecionou-se os mesmos pela classificação penal em cada momento trabalhado
(inquérito, processo, execução). Assim, com o roubo, destacou-se os casos que
apresentaram a classificação do art. 157 do Código Penal em suas formas simples e
qualificadas, à exceção do latrocínio (art. 157, § 3º).
A escolha do ano de 1998 como termo final justifica-se pela deficiência de informações
a partir de 1999, chegando a registrar perda de até 50% do banco. Essa perda
progressiva de informações no banco se dá devido à demora no registro dos dados pelo
Judiciário, aguardando-se, na maior parte dos casos, o retorno do processo do Tribunal
para efetuar o primeiro e único registro a ser feito em tal fase: a decisão do processo.
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Após a montagem dos bancos, constatou-se que os dados produzidos e disponíveis nos
permitiriam ter acesso a informações sobre a data da ocorrência, a instauração do
inquérito policial, a sentença definitiva (condenatória ou absolutória) e o início do
processo de execução. Referidas informações, apesar de reduzidas em relação ao
modelo teórico, nos possibilitam ter registros dos três momentos distintos no interior do
sistema inquérito, processo, execução permitindo, assim, verificar os afunilamentos.
Chegou-se, de tal forma, ao fluxograma real para o processamento dos delitos de roubo,
no Estado de São Paulo, nos anos de 1991 a 1998, representado no diagrama a seguir:
á
(1) ÿ total de registros descartados alcançou apenas 2,29% do banco de dados sobre
roubo.
(2) ÿs fluxogramas foram publicados nas edições de nº 102, 105, 109, 114, 116 e 118
do
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