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BIOGÁS DE ATERRO PARA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE E

ILUMINAÇÃO

Fernando Castro de Abreu, Vanessa Pecora, Silvia Velázquez e Suani Teixeira


Coelho.
USP – Universidade de São Paulo
IEE/CENBIO – Instituto de Eletrotécnica e Energia / Centro Nacional de Referência em
Biomassa. Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289 CEP 05508-010 – São Paulo – SP – Brasil.
Fone: +55 11 3483 6983 Fax: +55 11 3091 2649

Abstract: The project’s objective is to implement a system of electric energy generation


and illumination by gas proceeding from a sanitary landfill, the landfill biogas. The
purpose is to evaluate the potential of electric energy generation and illumination, which’s
development, is a commitment of the Electrotechnical and Energy Institute / Brazilian
National Biomass Reference Center (IEE/CENBIO) and is financially supported by
Ministry of Mines and Energy (MME).

Keywords: landfill, biogas, anaerobic fermentation, greenhouse gases, energy generation.

Resumo: O objetivo do projeto é implementar um sistema de geração de energia elétrica


e iluminação por queima direta utilizando biogás de aterro. A finalidade é avaliar o
potencial de geração de energia elétrica e iluminação, cujo desenvolvimento será efetuado
pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia / Centro Nacional de Referência em Biomassa
(IEE/CENBIO). O projeto é financiado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Palavras Chaves: aterro, biogás, fermentação anaeróbica, gases de efeito estufa, geração
de energia.

contribui para diminuir as conseqüências das mudanças


1 INTRODUÇÃO climáticas, já que o gás metano, produzido pelo lixo, é
cerca de 21 vezes mais nocivo que o gás carbônico
Aproveitar o gás metano concentrado no fundo das (CO2) na formação do efeito estufa. Com isso, projetos
montanhas de lixo de um aterro sanitário para de aproveitamento desse recurso são passíveis de
movimentar um gerador e para a iluminação por comercialização de créditos de carbono no Mecanismo
queima direta em caráter experimental, se faz de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pelo
necessário para a avaliação da tecnologia que ainda é Protocolo de Quioto1.
pouco difundida, entretanto viável, no Brasil.
A utilização do biogás é o uso energético mais simples
Segundo o professor de Engenharia Ambiental da PUC- dos resíduos sólidos urbanos e mundialmente é o mais
Campinas e representante da Universidade na Comissão utilizado. O biogás é um gás composto em percentual
da Área de Preservação Ambiental (APA) dos distritos molar de 40 -55% de metano, 35 – 50% de dióxido de
envolvidos, Marcos Eduardo Gomes Cunha (CUNHA, carbono, e de 0 – 20% de nitrogênio. O seu poder
2002), a captação do biogás, resultante da
decomposição dos resíduos orgânicos compactados em
aterros, é viável do ponto de vista econômico,
1
energético e ambiental, traria redução de custos para a Fonte: UOL. Seminário discute aproveitamento do
Prefeitura local e um destino nobre para o lixo. biogás de aterros, 2006. Data de acesso 05/2006.
Disponível em
Além da oportunidade de gerar energia elétrica, http://amaivos.uol.com.br/templates/amaivos/noticia/no
diversificando a matriz energética com uma alternativa ticia.asp?cod_noticia=2268&cod_canal=42
descentralizada, a utilização do biogás de aterros
calorífico é de 14,9 a 20,5 MJ/m3, ou aproximadamente
5800 kcal/m3 (MUYLAERT, 2000). DOC = (0,4 x A) + (0,17 x B) + (0,15 x C) +
(1)
(0,3 x D)
O gás metano, gerado pelo lixo, é grande fator de
poluição, e contribui poderosamente para o
Em função da informação disponível, a equação foi
aquecimento global. Seu cheiro forte, característico, é
modificada para a seguinte:
importante fator de degradação do meio-ambiente. Ao
captá-lo, canalizá-lo e utilizá-lo para gerar energia, com
tecnologia disponível, a poluição decresce de maneira
significativa, poupa-se a atmosfera e elimina-se o
DOC = (0,4 x A) + (0,16 x (B + C)) + (0,3 x
cheiro típico dos aterros. Sendo assim, utilizar o biogás (2)
D)
como fonte de energia é um destino nobre (CUNHA,
2002).
Onde:
Este paper contém uma descrição do presente projeto e
algumas informaçoes sobre o aterro sanitário que o A: papel, papelão e tecido = 22,0%
CENBIO selecionou para execução do projeto.
B+C: alimentos e resíduo orgânico: 43,0%

2 METODOLOGIA D: madeira: 2,0%


A metodologia adotada para o desenvolvimento do O que resulta em:
projeto, até o momento, consistiu em definir o aterro no
qual o projeto será implementado a partir de uma DOC = 0,162
amostragem dos aterros sanitários existentes nas
regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do país. Cálculo de L0:

Desta forma, foi realizado um mapeamento dos aterros L0 = MCF x DOC x DOCf x F x 16/12 (3)
existentes nas regiões escolhidas, buscando também
identificar a infra-estrutura apresentada em cada um
Onde:
deles. O critério de escolha foi baseado na localização
do aterro, quantidade e tipo de resíduos existentes, MCF = 1 (aterro bem gerenciado)
infra-estrutura existente no local, além de apoio e
interesse do aterro para a implementação do projeto. DOC = 0,162
Sendo assim, o aterro selecionado foi o da Essencis – DOCf = 0,77 (fração altamente biodegradável no
CTR Caieiras, localizado na Rodovia dos Bandeirantes, resíduo Brasileiro)
km 33, onde foi realizado levantamento de dados
técnicos para estudo das alternativas de geração de F = 32,5% (medições in loco mostraram que 30 a 35 %
eletricidade a partir de biogás, bem como a de CH4 presente no biogás, com pouca diluição de ar)
determinação do potencial de biogás a ser produzido e
do potencial de eletricidade a ser gerado. Resultando:

Para o cálculo do potencial de geração de biogás no L0 = 0,0543 Gg CH4 / Gg de resíduo


aterro, foi utilizada a metodologia sugerida pelo IPCC, L0 = 75,78 m³ CH4/tonelada de resíduo2
contida no Módulo 6 – Lixo, do Guia para Inventários
Nacionais de Gases de Efeito Estufa, Volume 2: Livro
de Trabalho, de 1996. E. M. = k.Rx.L0.e-k (x-T) (4)

O próximo passo será a elaboração de um anteprojeto Onde:


da instalação do sistema automatizado de iluminação a
gás e de geração de energia elétrica, o que permitirá E.M. = Emissão de Metano (m3CH4/ano);
determinar as obras de construção civil a serem
executadas, bem como a necessidade de equipamentos k = constante de decaimento (1/ano);
de instrumentação e controle, tais como medidores de
Rx = fluxo de resíduo no ano (kgRSD);
vazão, pressão e temperatura do biogás,
dimensionamento da tubulação a ser empregada, L0 = potencial de geração de metano (m3biogás/kgRSD);
aquisição de válvulas e outros acessórios necessários.
x = ano atual;
3 CÁLCULO DA EMISSÃO DE T = ano de deposição do resíduo no aterro;
METANO (CH4)
Podemos estimar o seguinte valor pela Equação 5.4 do 2
Condições STP (0°C, 1,013bar) na qual a densidade
Guia do IPCC, 1995: do CH4 é 0,0007168 ton/m³
e, A energia disponível é obtida por meio da seguinte
fórmula:
RSD = resíduo sólido domiciliar.

O resultado da aplicação das fórmulas descritas acima é Edisponível = Px [1 / (365 . 24)] (6)
demonstrado na Figura1 a seguir.
Onde:
Comportamento da Vazão
16.000

14.000
Edisponível = energia disponível (kWh)
12.000
Px = potência disponível (kW)
10.000
m CH4/h

8.000 365 = dias por ano (dia/ano)


3

6.000
24 = horas em um dia (h/dia)
4.000

2.000
A potência e a energia disponíveis no ano de 2007 são,
-
2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
respectivamente, 19.766.013,38 kW e 2.256,39 kWh,
Ano calculadas segundo a metodologia descrita
Figura 1 – Comportamento da Geração de Biogás anteriormente, obtida por meio do programa de
computador “Biogás – Geração e Uso Energético” da
A curva tem um comportamento crescente durante a o CETESB.
período em que o aterro recebe lixo, pois a cada nova
tonelada de lixo depositada, soma-se um novo potencial
de geração de biogás. O ponto máximo da Figura 1 5 CONCLUSÃO
mostra o último ano de disposição do lixo no aterro e a A partir dos dados cedidos pelo aterro e por meio dos
partir daí a curva é regida pela constante de decaimento cálculos descritos neste relatório, observa-se que o
“k”, referente à degradação da matéria orgânica no aterro da Essencis – CTR Caieiras tem potencial de
tempo. geração de biogás suficiente para alimentar os sistemas
de geração de energia elétrica e de iluminação a gás,
A inslação dos equipamentos para a geração de
conforme segue:
eletricidade e iluminação está prevista para o ano de
2007, portanto, o potencial que será explorado para o Os postes de iluminação a gás, segundo o fabricante,
projeto é o do ano corrente. consomem 0,12 m3/h de biogás. Supondo que sejam
A quantidade de biogás gerado em 2007 é de instalados 10 postes, o consumo será 1,2 m3/h.
23.392.100,50 m3CH4/ano, ou 4.108,20 m3CH4/h,
calculadas segundo a metodologia descrita Supondo ainda que o grupo gerador seja de 60 kW, o
anteriormente, obtida por meio do IPCC. seu consumo será de aproximadamente 25 m3/h, sendo
assim a soma do biogás a ser consumido é 26,2 m3/h.
Portanto tem-se um excedente de 7600 m3/h de biogás
4 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA E (à concentração de 35% de metano).
ENERGIA DISPONÍVEIS
A potência disponível foi obttida por meio da seguinte 6 PRÓXIMA ETAPA
fórmula:
Após a seleção do aterro e determinação de seu
potencial de geração de biogás, potência e eletricidade,
Px = [(Qx . Pc(metano)/31.536.000) . Ec (k/1000)] (5) a próxima etapa é a elaboração de projetos do sistema
de purificação, compressão (caso seja necessário),
Onde: armazenamento do biogás, obras civis para abrigo dos
equipamentos, sistema de geração de energia elétrica e
Px = potência disponível a cada ano (kW) sistema automatizado de iluminação a gás. Em paralelo,
serão realizadas análises físico-químicas do biogás.
Qx = vazão de metano a cada ano (m3CH4/ano)

Pc(metano) = poder calorífico do metano = 35,53.106 7 REFERÊNCIAS


(J/m3CH4)
CETESB. Programa de gerenciamento de resíduos
31.536.000 = segundos em um ano (s/ano) sólidos domiciliares e de serviço de saúde –
Prolixo da CETESB – Companhia de
Ec = eficiência de coleta dos gases = 75 sugerida pela Tecnologia de Saneamento Ambiental de São
CESTESB (%) Paulo, 1992.
k = 1000 (adimensional) CUNHA, M. E. G. Análise do Setor Ambiental no
Aproveitamento Energético de Resíduos: Um
Lembrando que: [J/s] = [W] estudo de caso do município de Campinas, Ano
de Obtenção: 2002, Orientador: Prof. PhD
Carlos Alberto Mariotoni. Mestrado em
Planejamento de Sistemas Energéticos/Área
Interdisciplinar. Universidade Estadual de
Campinas, UNICAMP, Brasil.

IPCC. Intergovernamental Panel on Climate Change,


Módulo 6 – Lixo – Guia para Inventários
Nacionais de Gases de Efeito Estufa, Volume 2:
Livro de Trabalho, de 1996.

LIMA-E-SILVA, P.P.; GUERRA, A.J.T.;


MOUSINHO, P.; SOUZA JR., A.B. Dicionário
brasileiro de ciências ambientais. 2. ed. Rio de
Janeiro: Thex Ed., 2002.

MUYLAERT, M.S., (coord.) AMBRAM, R.;


CAMPOS, C.P.; MONTEZ, E.M.; OLIVEIRA,
L.B.; PEREIRA, A.S.; REIS, M.M. (2000).
Consumo de Energia e Aquecimento do Planeta
– Análise do Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo – MDL – do Protocolo de Quioto –
Estudo de Caso. Rio de Janeiro, Editora da
COOPE.

NOVAGERAR. Projeto de conversão de gases de


aterro em energia dentro do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), 13 de outubro
de 2004. Disponível em:
http://www.bayer.com.br/byee/home.nsf/04bb
d938b0f97149c1256ac500564711/83256e850068df828
3256f2e003d38c8/$FILE/projeto%20Pablo%20Fernand
ez.pdf#search=%22Projeto%20de%20convers%C3%A
3o%20de%20gases%20de%20aterro%20em%20energi
a%20dentro%20do%20Mecanismo%20de%20Desenvo
lvimento%20Limpo%20(MDL)%22. Data de acesso:
08/2006.
PNSB. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico,
2000.

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